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Óbidos
2016
MARCIELEN BRITO DOS SANTOS
NAILCE OLIVEIRA DA SILVA
Óbidos
2016
FOLHA DE APROVAÇÃO
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo mostrar os desafios e as formas de superação
que os alunos do 6º ano do ensino fundamental, na escola Doutor Romeu de Andrade no
município de Óbidos, estado do Pará, encontram na disciplina de Matemática. O estudo teve
abordagem qualitativa, onde se desenvolveu um levantamento de dados realizado no 2º
semestre de 2016, onde o principal instrumento de coleta de dados foi um questionário aberto
com seis (06) perguntas sobre os desafios da disciplina Matemática, sendo aplicado a vinte
(20) alunos do 6º ano. O estudo também envolveu pesquisa bibliográfica, para a construção de
um referencial teórico visando o tema e a melhor forma de se chegar às conclusões deste
trabalho. Finalizamos o levantamento de dados apresentando as informações coletadas
através de gráficos e de análise crítica utilizando o referencial teórico como base para explicar
tais dados. Diante dos resultados obtidos foi possível perceber que estes alunos enfrentam
desafios como infraestrutura precária, professores sem formação adequada, falta de
acompanhamento da família e falta de hábito de estudo, dentre outros. Desse modo entende-se
que é preciso que professores, alunos e comunidade geral encontrem juntos meios para que se
facilite o processo de ensino aprendizagem na disciplina Matemática.
INTRODUÇÃO
_________________
¹ Acadêmica do Curso de Licenciatura Integrada em Matemática e Física do Instituto de Ciências da Educação-
ICED/PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Pará-UFOPA – Campus de Óbidos;
² Acadêmica do Curso de Licenciatura Integrada em Matemática e Física do Instituto de Ciências da Educação-
ICED/PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Pará-UFOPA – Campus de Óbidos;
.
Essa disciplina é vista como uma das mais complexas por muitos alunos, pois os
mesmos passam por muitos desafios que dificultam o seu aprendizado.
Nesse contexto, Silva (2006), relata que as dificuldades dos alunos em compreender os
conteúdos matemáticos podem ser causadas por diversos motivos. Entre eles, a falta de hábitos
de estudos. Afirma Passos (2008), que essa dificuldade também está relacionada à falta ou
pouca comunicação entre os alunos e os professores nas aulas de matemática. Segundo Narvaz
(2006), um fator que influencia o desinteresse nos alunos em relação à disciplina de
Matemática é a falta de contextualização das atividades e a supervalorização de fórmulas,
fazendo com que os alunos não relacionem a Matemática desenvolvida na escola com seu
cotidiano. Preocupados com esses fatores citados acima, decidiu-se escolher este tema.
Este presente artigo irá mostrar através de um levantamento de dados e análise, os
desafios e as formas de superação que os alunos do 6º ano do ensino fundamental na Escola
Doutor Romeu de Andrade na Comunidade do Repartimento, município de Óbidos no estado
do Pará encontram na disciplina de matemática.
Este artigo foi dividido em quatro sessões sendo que na primeira sessão relatamos o
ensino da matemática e seus desafios no ambiente escolar, destacando os aspectos básicos que
visam relacionar observações do mundo real com as representações, na segunda sessão
descrevemos as Metodologia desenvolvidas no trabalho, na terceira sessão foi colocados os
resultados e discussões dos dados coletados e na sessão quatro colocamos as observações e
conclusões do trabalho.
A matemática é uma disciplina do currículo que fornece meios eficazes para o aluno
compreender e atuar no mundo que o cerca, pois ela é uma ferramenta essencial na solução de
vários tipos de problemas vivenciados tanto no cotidiano quanto no ambiente escolar.
O conhecimento matemático faz parte do patrimônio cultural da humanidade, pois é
componente importante na construção dos conhecimentos do indivíduo. Por causa disso, o seu
ensino deve ser meta prioritária do trabalho docente, procurando desenvolver nos alunos
competências para compreender adquirindo raciocínio lógico e transformar a realidade.
No ensino da matemática destacam-se aspectos básicos que visam relacionar
observações do mundo real com representações, por meio de esquemas, gráficos, tabelas e
figuras. E tais representações devem relacionar-se com princípios e conceitos matemáticos.
Assim, a aprendizagem matemática está ligada à compreensão do significado, para
isso vários recursos didáticos como jogos, livros, vídeos, calculadoras, computadores e outros
materiais tem um papel importante no processo ensino-aprendizagem. Contudo, eles precisam
estar integrados a situações que levem o aluno ao exercício da análise e da reflexão, para
adquirir a base matemática desde os anos iniciais na escola.
Para adquirir essa base, é preciso que o aluno saiba contar, comparar, medir, calcular,
resolver problemas, construir estratégias, comprovar e justificar resultados, argumentar
logicamente, conhecer formas geométricas, organizar, analisar, interpretar criticamente as
informações e conhecer formas diferenciadas de abordar problemas.
Diante desse argumento, compreende-se que ensinar matemática é importante porque
ela está presente em tudo o que nos rodeia enquanto cidadão, em casa, na rua, nas várias
profissões, na cidade, no campo e até mesmo nas várias culturas o ser humano necessita da
matemática. E ao ingressar no 6º ano do ensino fundamental, o aluno já deve ter essa base,
pois é preciso que as crianças aprendam comunicar ideias, desenvolver atitudes matemáticas,
falando, dramatizando, escrevendo, desenhando, representando, construindo tabelas,
diagramas e gráficos, fazendo pequenas estimativas, trabalhando tudo isso individualmente,
em duplas ou pequenas equipes, colocando o que pensam respeitando o pensamento dos
colegas.
No entanto, hoje, grande parte das escolas enfrentam vários desafios juntamente com
os alunos voltados para o ensino da Matemática, que vão além da comunicação oral e escrita,
da assimilação rápida de cálculos, resolvendo e propondo problemas.
Nesse sentido, Scoz (2002, p. 151) diz que:
METODOLOGIA
É possível perceber que as dificuldades nos alunos, do 6º ano, se dão por vários fatores
tendo em vista que, essa transição do 5º ano para o 6º ano, é um dos momentos em que os
alunos se deparam com uma realidade totalmente diferente, pois os mesmos estão acostumados
a lidar com apenas um professor na sala de aula administrando todas as disciplinas. O tempo
para desenvolver um assunto é mais prolongado e desenvolvido em quatro horas diárias,
enquanto que no 6º ano as aulas são administradas por vários professores, sendo que os
mesmos têm somente 45 minutos para à aplicação dos assuntos. No entanto, o aluno que está
vindo do 5º ano terá essa dificuldade de adaptação, de saber diferenciar conteúdos e
professores.
Diante dessas constatações, percebeu-se que os alunos do 6º ano passam por esse dilema
que para muitos se tornou difícil a superação e chegam até a reprovação. Por causa disso,
decidiu-se escolher este tema buscando as causas e possíveis informações que possam ajudar o
aluno a superar esse trauma.
Entretanto, sabe-se que uma das coisas que mais facilitam a vida de um estudante é
desenvolver o hábito de estudo, mais com essas mudanças de professores durante uma manhã
ou uma tarde dificulta ainda mais a vida de um aluno, pois o mesmo já estava dentro de uma
rotina de ter apenas um professor durante suas aulas.
A comunicação é um fator importante para interação e discussão dos conteúdos. O fato
de o aluno participar por meio de sua fala ou questionamento permite ao professor identificar
a sua dificuldade e saná-la. A falta ou pouca comunicação em sala de aula pode contribuir
para que os alunos apresentem dificuldades na disciplina.
Passos (2008) indica que atualmente essa comunicação ainda acontece timidamente e
com pouca intencionalidade o que dificulta a relação ensino-aprendizagem. Quando a maioria
dos alunos passa para o 6º ano eles trazem consigo essa timidez de perguntar algo ao seu
professor. E um desses motivos é que muitas vezes o aluno não sabe como fazer essa
pergunta, outro motivo é que tem alguns professores que não tem a paciência de repetir sua
explicação.
Quando o professor utiliza situações-problemas desprovidas de significado, essas
podem não ter o mesmo sentido e nem tampouco o mesmo valor para o aluno conforme indica
Muniz (2008). Ainda sobre esse aspecto, Soares (2003), cita que a qualidade no ensino que
um professor ministra está associado à sua capacidade de relacionar os conhecimentos
transmitidos, fazendo aparecer nas respostas dos alunos os saberes adquiridos, ao invés de
passar conteúdos para que os alunos simplesmente memorizem e depois esqueçam.
Para buscar informações a respeito do tema deste artigo foi utilizado para o
levantamento de dados, um questionário contendo seis (06) perguntas, sendo aplicado a vinte
(20) alunos matriculados no 6º ano do Ensino Fundamental da Escola Dr. Romeu de Andrade,
Comunidade Repartimento, Município de Óbidos-Pará.
O universo da pesquisa foi constituído de trinta (30) alunos matriculados no 6º ano,
sendo escolhidos os vinte e cinco (25) alunos de forma aleatória que corresponde a 83% desse
universo, porém deste total houve um retorno apenas de vinte (20) questionários perfazendo
um total de 67% dos alunos. Desse modo, houve um retorno satisfatório dos questionários o
que corresponde a uma amostragem considerada representativa para o que está se
investigando. Quanto ao sexo 55% foram do feminino o que corresponde a dez (12) alunas e
oito (08) foram do sexo masculino perfazendo um total de 45% dos alunos.
Analisando os dados referentes à primeira pergunta do questionário, a qual tratou
saber se os alunos gostam de Matemática, o resultado foi o seguinte: 40% que corresponde a
oito (08) alunos afirmaram que sim, enquanto 60% que equivale a doze (12) alunos afirmaram
que não gostam da disciplina. Vejamos o gráfico a seguir:
40%
Sim
Não
60%
Mediante a análise do gráfico 1 é possível verificar que a maioria dos alunos dessa
turma de 6º ano não gostam de Matemática e se justificaram dizendo que apesar de acharem a
disciplina importante não gostam porque é difícil e eles tem dificuldades para calcular.
Segundo Carvalho (1994, p. 15), “a Matemática se contrapõem aquela que considera o
conhecimento em constante construção e os indivíduos, no processo de interação social com o
mundo, reelaboram, complementam complexificam e sistematizam os seus conhecimentos”.
Os dados referentes à segunda pergunta do questionário, que tratou das dificuldades
que os alunos enfrentam ou enfrentaram para aprender Matemática, os resultados revelam o
seguinte: 60% que equivale a doze (12) alunos afirmaram que as dificuldades são enormes,
pois os mesmos alegam que as aulas não despertam interesse e acabam tendo pouca atenção
por parte dos alunos. Além disso, foi possível perceber que estes alunos enfrentam outros
desafios como: a infraestrutura que eles consideram precária, professores sem formação
adequada, falta de acompanhamento da família e falta de hábito de estudo. Desse modo
entende-se que é preciso que professores, alunos e comunidade geral encontrem juntos meios
para que se facilite o processo de ensino aprendizagem na disciplina Matemática. Por outro
lado, 40% relatam que para eles não existe dificuldade, com certeza este percentual representa
os oito (08) alunos que tem afinidade com a disciplina e os métodos aplicados durante as
aulas pelo professor. Vejamos o gráfico com as dificuldades dos alunos abaixo:
5%
Divisão
Ao analisar o gráfico 2, percebeu-se que dos 60% que equivale aos doze (12) alunos
que afirmaram que as dificuldades são enormes; sendo que 5% disseram que a dificuldade
está na operação divisão, 25% afirmaram que a dificuldade está em muitos assuntos que são
repassados pelo professor e vai acumulando conteúdo, 20% disseram que é a falta de atenção
do aluno durante a explicação do professor e 10% afirmaram que a dificuldade que mais
enfrentam são na multiplicação e divisão.
Segundo Parra (1996, p.15) “Aos professores de Matemática compete selecionar em
toda Matemática existente, a clássica e a moderna, aquela que possa ser útil aos alunos em
cada um dos diferentes níveis da educação”. Desta forma, deve-se lembrar de que as
dificuldades de aprendizagem no ensino da Matemática estão na forma como os professores
selecionam os conteúdos, que em muitos casos, não chamam a atenção e não apresentam
nenhum sentido para os alunos.
De acordo com o que se questionou na terceira pergunta, interrogando de que maneira
os alunos superam os desafios que surgem nessa disciplina, as respostas foram as seguintes:
40% dos investigados que correspondem a oito (08) alunos afirmaram que não tem ideia de
como superar um desafio, pois nunca sentiram nenhuma dificuldade na disciplina Matemática,
40% que corresponde a oito (08) alunos afirmaram que superam as dificuldades perguntando
para a professora e os colegas até tirar as dúvidas existentes sobre o assunto e 20% que
corresponde a quatro (04) alunos disseram que superam os desafios estudando a disciplina em
casa e prestando mais atenção durante a aula na explicação do professor. Vejamos o gráfico
abaixo:
Gráfico 3: De que maneira você supera os desafios que surgem nessa disciplina?
20%
A partir das respostas apresentadas pelos alunos no gráfico 3, cabe ressaltar também
que esse percentual, 40% dos alunos que afirmam positivamente que não tem ideia para
superar os desafios são aqueles que tem maior facilidade e domínio em relação a disciplina e
não apresentam nenhum tipo de dificuldade.
Segundo Carvalho (1994, p. 15) “o professor deixa de ser o centralizador da avaliação,
abrindo espaço para que o homem participe do julgamento da exatidão dos seus
procedimentos e das suas conclusões”. Nesse sentido, o aluno passa a buscar em si mesmo, ou
nos colegas apoio para superar os desafios e tirar suas próprias conclusões sobre o assunto
ministrado na aula de matemática pelo professor.
Os dados referentes a quarta pergunta do questionário, que tratou da opinião dos
alunos para saber que conteúdos do 6º ano dificultaram o ensino da Matemática, os resultados
revelam o seguinte: 25% que equivale a cinco (05) alunos afirmaram que o conteúdo as
operações: adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação dificultaram o
ensino, pois os mesmos alegam que não sabiam calcular as operações desde o ensino
fundamental menor; 25% que equivale a cinco (05) alunos relatam que para eles o conteúdo
mais difícil foi Mínimo Múltiplo Comum (M.M.C) e Máximo Divisor Comum (M.D.C); 20%
que corresponde a quatro (04) sentiu dificuldade no conteúdo divisibilidade; 15% que são três
(03) alunos foi na composição e decomposição de numerais e 15% que corresponde a três (03)
alunos sentiu dificuldade na transformação de medidas. Vejamos o gráfico com os conteúdos
do 6º ano abaixo:
Divisibilidade
25% 25%
As operações
Transformação de medidas
20%
A partir das respostas apresentadas pelos alunos no gráfico 4, vale ressaltar 85%, ou
seja a maior parte dos alunos afirmam que dentre os conteúdos do 6º ano, os que mais
causaram desafios são justamente aqueles que envolvem cálculos dentro das operações,
divisibilidade, M.M.C e M.D.C e as transformações que são feitas no sistema de medidas. Por
outro lado, percebeu-se também que tais conteúdos são trabalhados no ensino fundamental
menor e que desde então os alunos já trazem esses desafios.
Com relação a quinta pergunta do questionário, que interrogava os alunos para saber
se eles superaram ou não os desafios em relação aos conteúdos que dificultaram o ensino
aprendizagem da Matemática do 6º ano, os resultados obtidos revelam que 40% que
corresponde a oito (08) alunos superaram os desafios estudando com os colegas os conteúdos,
enquanto que 60% equivalente a doze (12) alunos não conseguiram superar tais desafios e
acreditam estar reprovados nesse ano letivo devido tais desafios no ensino aprendizagem da
Matemática, que segundo alguns alunos eles enfrentam dificuldades desde os anos iniciais do
ensino fundamental. Observe o gráfico a seguir com os percentuais referentes a esse
questionamento:
Gráfico 5: Você superou ou não os desafios em relação aos conteúdos que dificultaram o
ensino aprendizagem da Matemática do 6º ano?
40%
Superou os desafios
60%
Não superou os desafios
Diante das respostas dadas pelos alunos no gráfico 5, compreende-se que a maior
parte dos alunos não conseguiram superar os desafios adquiridos com os conteúdos do 6º ano,
os que causam aversão pela disciplina e até mesmo a reprovação do aluno neste ano letivo.
Ao analisamos a sexta pergunta do questionário que buscou saber a opinião dos
alunos ao perguntar como eles gostariam que fosse a Matemática do 6º ano, as respostas
foram as seguintes: 50% dos investigados que correspondem a dez (10) alunos afirmaram que
Matemática é importante para o nosso dia-a-dia, 15% que correspondem a três (03) alunos
relatou que gostariam que a Matemática fosse fácil de aprender na escola, sem atividade
avaliativa e 20% que equivalem a quatro (04) alunos afirmaram que Matemática não deveria
existir na escola. Enquanto isso, três alunos que equivale a (15%) revela que a Matemática
deveria ser uma matéria popular, este percentual de alunos comparece pouco as aulas ou não
tem nenhum projeto para sua vida pessoal e nem a profissional. Vejamos o gráfico a seguir:
Gráfico 6: Como você gostaria que fosse a Matemática do 6º ano?
15% Importante
Por meio dos dados apresentados no gráfico 6, percebeu-se que dessa forma, as
atividades avaliativas empregadas pelos professores vêm sendo rejeitadas pelos alunos, pois
se observa que os professores ainda continuam avaliando o aluno pelo valor da nota, não
levando em consideração os aspectos que caracterizam uma avaliação inclusiva e não
exclusiva, desconsiderando as etapas da avaliação sugeridas pelos estudiosos da área da
educação.
Diante desse entendimento, Neto (2001, p. 51) afirma que: “A avaliação deve ser um
processo contínuo, diagnóstico como assessório da monitoração que o professor faz ao
desenvolvimento do aluno”. Para tanto, os alunos devem ser avaliados de diferentes formas
para que assim possa mostrar o seu aprendizado.
Na perspectiva de que a avaliação possa ajudar o aluno a progredir Haidt (1999, p.
288) expõe princípios básicos que norteiam esse processo:
CONCLUSÃO
Dentre os desafios encontrados nos alunos do 6º ano, percebeu-se que estes se dão por
vários fatores tendo em vista que, na transição do 5º ano para o 6º ano, os alunos se deparam
com uma realidade totalmente diferente, pois os mesmos estão acostumados no 5º ano a lidar
com apenas um professor na sala de aula ministrando todas as disciplinas em quatro horas
diárias. Enquanto que no 6º ano as aulas são ministradas por vários professores, sendo que os
mesmos têm somente 45 minutos para à aplicação dos assuntos. No entanto, o aluno que está
vindo do 5º ano terá essa dificuldade de adaptação, de saber diferenciar conteúdos e
professores.
Diante dessas constatações, percebeu-se que os alunos do 6º ano passam por esse
dilema que para muitos se tornou difícil a superação e chegam até a reprovação. Por causa
disso, decidiu-se escolher o 6º ano, pesquisando sobre este tema, buscando e analisando as
causas e possíveis informações que possam ajudar o aluno a superar esse trauma.
Buscando pelo menos amenizar essa problemática, o ensino da matemática nas escolas
requer e necessita de um constante aperfeiçoamento tais como: uma formação para os
professores, incluindo oficinas de matemática e a formação continuada, pois é muito
importante o investimento na formação inicial e continuada dos professores no sentido de
buscarem inovações e estudos atuais no ensino de matemática, no sentido de reorientar a sua
atuação docente, por que sabemos que profissionais qualificados desempenham sua função
com qualidade.
Na atualidade percebe-se a desmotivação do ensino, pois a maioria dos professores
utilizam métodos ultrapassados que não chamam a atenção do aluno para entender a
disciplina. E, apesar de estarmos no meio rural, onde ainda há uma carência muito grande em
relação ao uso de tecnologias, tais como os computadores, aplicativos e internet, é bem sabido
que estas tecnologias são mais do que simples suportes para o professor, como cita as
Orientações Curriculares Nacionais que “o uso adequado das novas tecnologias é
imprescindível, quando se pensa num ensino de qualidade e eficiente para todos” (BRASIL,
2006, p.56).
Outros aperfeiçoamentos estão em uma infraestrutura adequada, melhorando estrutura
do prédio e ventilação nas salas de aula; acompanhamento da família nos estudos, criando
projetos que envolvam a família na escola; hábito de estudo, motivando os alunos a criarem
na escola e em casa um horário para estudo dos assuntos que sentem dificuldades e outros.
É necessário também que, todos os profissionais que estão envolvidos no processo
trabalhem em sintonia, proporcionando o pleno desenvolvimento dos alunos, pois é na escola
que se constrói a interação, a aprendizagem e se prepara o indivíduo para atuar no mundo.
Com relação ao levantamento de dados desenvolvido sobre os desafios dos alunos do
6º ano do ensino fundamental com a disciplina matemática, conclui-se que muitos alunos têm
passado por situações constrangedoras nesse processo, tais como a falta de estratégias para
calcular as operações, os múltiplos e divisores, a divisibilidade e a transformações no sistema
de medidas. É interessante registrar que em muitos casos os professores não recebam apoio da
direção ou coordenação pedagógica das escolas para minimizar esses problemas. Entretanto,
não basta somente o professor fazer a sua parte, pois se percebeu nas respostas dos alunos que
cada um deve buscar meios para superar os desafios encontrados na disciplina.
Portanto, conclui-se que, mudar a metodologia é ideal para facilitar a aprendizagem
matemática desde os anos iniciais para que ao ingressar no ensino fundamental maior,
precisamente no 6º ano, o aluno não traga tantos desafios em si e se trouxer saiba como
adquirir meios para superá-los, pois se o professor mudar a maneira de explicar e de
exemplificar os conteúdos da matemática, o aluno em defasagem conseguirá entender as
explicações anteriores, os assuntos serão compreendidos com mais eficácia e os desafios serão
superados ou pelo menos amenizados.
BIBLIOGRAFIA
D’AMBRÓSIO, Beatriz. S. Como estudar matemática hoje? Temas e Debates. SBEM. Ano
II, Nº. 2, Brasília, 2003, p. 15-19.
HAIDT, R. C. C. Curso de didática geral: Série educação. 6ª ed. São Paulo: Ed. Ática,
1999.
NETO, Ernesto Rosa. Didática da matemática. 11 ed. São Paulo: Ática, 2001.