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Excelentíssimo Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Cível da Comarca do ...

FULANA, brasileira, divorciada, aposentada, portadora da Cédula de Identidade n....... e


CPF....... , domiciliada à Rua........, bairro, cidade, estado, CEP: ....., por sua procuradora
infra-assinada, com escritório à Rua ..........., ut instrumento de mandato, (doc. 01), com
fundamento no art. 6º, inciso VI, c/c art. 14 e 39, inciso VII da Lei 8.048/90, c/c art. 159,
1.518 a 1.553, todos do Código Civil e art. 5º, incisos V, X e XXXII vem, perante V. Exª,
propor a presente:

AÇÃO DE REPARAÇÃO DE PERDAS E DANOS

CUMULADA COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

em face de BANCO, na pessoa de seu representante legal, localizado à Rua ......

DOS FATOS

A requerente é cliente do Banco ...., há aproximadamente 20 anos.

Aos 31.10.1998, a requerente sofreu um furto de 24 (vinte e quatro) cheques um talonário


de cheques inteiro e mais um outro com apenas 04 (quatro) cheques. No mesmo dia fez o
comunicado do furto via telefone, por ser um sábado e na segunda-feira foi diretamente à
agência onde procedeu a sustação de todos os cheques, pagando uma determinada
quantia, tendo sido a contra ordem registrada como nº .........., doc. 02.

Dirigiu-se, ainda, a requerente à Delegacia de Polícia, onde foi informada de que era perda
de tempo registrar a ocorrência, uma vez que o procedimento de cancelamento dos
cheques já havia sido providenciado, pois as investigações não chegariam à nenhuma
conclusão e apenas tomariam tempo dos agentes.

O Banco tem por controle interno enviar periodicamente para o cliente a confirmação da
contra-ordem dos cheques sustados, o que vem a confirmar o procedimento corretamente
adotado, no qual consta se não houver manifestação do cliente será feita a renovação
automática, mantendo assim, a vigilância de nossos sistemas a serviço de sua
tranqüilidade. Neste caso será debitada da sua conta corrente a tarifa semestral de
renovação, docs. 03 a 07.

No decorrer de 1999 a requerente foi surpreendida na agência do Banco ......, por um


bloqueio na emissão de talonário de cheques. Na ocasião, a atendente solicitou que fosse
feita uma "cartinha informal", lembrando ao Banco que os cheques haviam sido furtados e
que tudo se normalizaria.

Assim, procedeu a requerente, escrevendo uma "cartinha informal", que entregou ao


funcionário do Banco, o qual se recusou a lhe dar cópia, alegando não haver necessidade,
pois tratava-se de procedimento interno do banco, e não se sabe explicar como, os
talonários foram liberados e a requerente continuou a operar com seu banco normalmente.
Vale ressaltar que a requerente residia na Rua ......, conforme faz prova através da cópia
do contra-cheque, doc. 08, e conta telefônica, doc. 09, endereço este que consta em seu
cadastro bancário, para o qual o banco sempre enviou correspondências, doc. 03 a 07,
tendo se mudado em 00.00.2000 para a residência de sua filha, endereço que consta
desta exordial, doc. 10.

Acontece porém, que, necessitada de um empréstimo, dirigiu-se a requerente ao Banco


......., instituição pela qual recebe uma pensão e foi surpreendida com a negativa,
decorrente de um título protestado em seu nome no valor de R$ .......(.......), doc. 11. A
requerente tomou um susto enorme, pois jamais efetuara compra de tamanha quantia
voluptuosa. E para a surpresa da requerente a financeira era simplesmente a pertencente
ao próprio Banco, onde a requerente possui conta e estão consignados todos os seus
dados cadastrais e o próprio cancelamento dos cheques.

Mais uma vez retornou à agência do Banco ....., onde solicitaram que fizesse mais uma
"cartinha informal", a qual dessa vez, diante de uma pressão fortemente exercida pela
requerente, forneceram-lhe uma cópia, doc. 12. Informaram, ainda, que a requerente
poderia ficar tranqüila, visto tratar-se de um engano, pois uma mulher de 27 anos,
portando o número do CPF da requerente, moradora de outro bairro, havia adquirido um
automóvel no bairro ......, o que difere totalmente da requerente, pois a mesma residia na
....... à época, tem 66 anos de idade e jamais possuiu automóvel.

Decidiu, portanto, a requerente, averiguar sua situação junto ao 2º Ofício de Protesto de


Títulos, e constatou um protesto em seu nome, efetuado pela Cia de Leasing, pertencente
ao mesmo grupo ...., emitido em 27.11.1999, no valor de R$ ........... (..........), datado de
19.01.2000, do qual jamais recebera qualquer notificação anterior, no qual consta haver
protesto com CPF igual, mas com nome diferente, Certidão em anexo, doc. 13, cujo
endereço da pessoa inadimplente constante do título enviado pelo Cia de Leasing para
protesto é Rua ............., doc. 14 a 16.

Dirigiu-se, segundo orientação do próprio 2º Ofício de Protesto de Títulos ao Serviço de


Proteção ao Crédito – SPC e ao SERASA, onde detectou também negativações em seu
nome, doc. 17 a 19.

Indignada retornou a agência do Banco ....... e constatou que a remessa de talonários,


bem como a utilização de seu cartão foram bloqueados, pois consta outra negativação em
seu nome no valor de R$ ........... (...........), a qual se negaram terminantemente a lhe
entregar qualquer documento comprobatório, alegando que era para controle interno do
banco ao qual a requerente não tinha direito a acessar. Como se não bastasse, deram-lhe
a sugestão de pegar um empréstimo, que o banco faria a gentileza de conceder, para que
quitasse seus débitos e regularizasse sua situação.

Para intensificar seu sofrimento, ao dirigir-se à agência do Banco ......., para receber sua
pensão, foi surpreendida que a notícia de que a utilização de cheques, bem como cartões
bancários foi suspensa, pois a requerente está com seu crédito negativado junto ao
SERASA. Já em prantos, a requerente questionou como faria para receber sua pensão e
informaram-lhe que entrasse na fila do caixa que seria dada uma autorização especial
para sacar o dinheiro, mas que enquanto não regularizasse sua boa fama creditícia, não
faria jus a talonário de cheques nem a uso de cartão, benefícios concedidos somente para
clientes com nome "limpo".

Por derradeiro, levando a requerente ao desespero total, verificou-se, através da Internet,


no site do Detran/RJ, doc. 20, que constam duas multas consignadas em seu CPF, ou
seja, uma mulher desconhecida, circula tranqüilamente pelas ruas da cidade, dirigindo um
automóvel registrado em nome e CPF da requerente e, ainda, cometendo infrações.

DO DIREITO

O direito da requerente tem arrimo e está fincado nos dispositivos legais abaixo-
mencionados, sustentáculos desta ação.

O Código Civil, através do art. 159 estabelece:

Art. 159 – Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano.

Assim, a própria lei civil, estabelece a obrigação de indenizar como conseqüência jurídica
pelo ato ilícito, (arts. 1.518 a 1.533 do CC).

Com o advento da Constituição da República Federativa do Brasil de 1998, a aceitação


pela reparação do dano moral se consagrou, de forma irrestrita e abrangente, sendo
alçado este direito à categoria de garantia fundamental, e considerada como cláusula
pétrea, portanto, imutável, art. 5º, incisos V e X, a saber:

V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano


material, moral ou à imagem;

....

X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito de indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

Mais adiante, a Lei Maior, no artigo acima referenciado demonstra a preocupação do


legislador com o consumidor ao declarar através do inciso XXXII:

XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

A garantia constitucional vem reiterada no art. 170, inciso V ao declarar:

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios:

....
V – defesa do consumidor;

O Código de Defesa do Consumidor, Lei 8.078 de 11.09.1190, na Seção II, do capítulo IV,
assegurou, expressamente, a indenização por dano, assim dispondo:

Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:

VI – A efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e


difusos.

Ademais, cuida o diploma legal acima, especialmente, da responsabilidade pelo fato do


produto e do serviço, onde, através dos arts. 12 a 14, consagra a responsabilidade
objetiva, merecendo o último transcrição:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela


reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação de serviços,
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre fruição e riscos.

Nota-se, ainda, que outro mandamento contido no art. 39, inciso VII do Código de Defesa
do Consumidor - CDC - foi violado pelo requerido:

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:

........

VII – repassar informações depreciativas, referente a ato praticado pelo consumidor no


exercício de seus direitos.

DO DANO E DA RESPONSABILIDADE

Recorrendo a Pontes de Miranda, o homem que causa dano a outrem não prejudica
somente a este, mas à ordem social; a reparação para o ofendido não adapta o culpado à
vida social, nem lhe corrige o defeito de adaptação. O que faz é consolar o prejudicado,
com a prestação do equivalente, ou, o que é mais preciso e exato, com a expectativa
jurídica de reparação. (Manual do Código Civil, XVI, 3ª parte, Direito das Obrigações, "Das
obrigações por atos ilícitos" p. 42).

Não resta a menor dúvida quanto à ilicitude do ato praticado pelo requerido, pois houve
uma invasão da esfera dos direitos que competem à requerente.

Os danos sofridos pela requerente são tanto de ordem moral, como de ordem patrimonial,
pois a suspensão da utilização remessa de talonário de cheques e cartões junto ao
Itaú/Banerj e, ao dirigir-se a agência do Banco do Brasil, e verificar que se encontra nas
mesmas condições referidas anteriormente e, ainda, na perspectiva de obter um
empréstimo, diante da recusa por estar com o crédito negativado, sofreu danos morais,
diante da dor e da vergonha, mas também, sofreu os efeitos futuros do ato danoso,
impedindo e diminuindo o benefício patrimonial que lhe seria deferido, hipótese de lucro
frustrado ou lucrum cessans.

Diante dos fatos expostos os três elementos componentes da etiologia da


responsabilidade civil encontram-se aqui presentes: a ofensa a uma norma preexistente ou
erro de conduta; um dano; e o nexo de causalidade entre uma e outra.

Inolvidável a referência a Aguiar Dias: "No caso de dano causado ao correntista do serviço
bancário, a responsabilidade civil pode ser cobrada aos bancos tanto sob a invocação dos
princípios subjetivos da culpa provada, como com base no princípio do risco profissional
empresarial." (Da Responsabilidade Civil, 10ª ed. Vol I editora Forense, Rio de Janeiro,
1997. p. 333/334)

O mesmo mestre, Aguiar Dias, in Da responsabilidade Civil, ed. Forense, Rio, 6ª ed., Vol II,
pág. 37 nos ensina que a distinção entre dano patrimonial e dano moral só diz respeito
aos efeitos, não à origem do dano, o dano é uno e indivisível.

Citando Caio Mário da Silva Pereira: "Reparação e sujeito passivo compõem o binômio da
responsabilidade civil, que então se enuncia como o princípio que subordina a reparação à
sua incidência na pessoa causadora do dano. Não importa se o fundamento é a culpa, ou
se independente desta. Em qualquer circunstância, onde houver a subordinação de um
sujeito passivo à determinação de um dever de ressarcimento, aí estará a
responsabilidade civil." (Responsabilidade Civil. 8ª ed. Ed. Forense: Rio de Janeiro. 1998.
p. 11)

Ainda com referência à obra citada, do fabuloso autor Caio Mário, são compatíveis os
pedidos de reparação patrimonial e indenização por dano moral. O fato gerador pode ser o
mesmo, porém o efeito pode ser múltiplo. (p.55)

A concluir a matéria, em seu aspecto doutrinário, reportamo-nos a Flori Antonio Tasca


(Responsabilidade Civil – Dano Extrapatrimonial por Abalo de Crédito. Curitiba: Juruá,
1998. p. 131/132): Não fica difícil imaginar o transtorno causado a alguém cujo nome foi
injustamente colocado no rol dos inadimplentes, ou em relação a quem não se fez a
devida retirada do nome, após a regularização da situação. Tal fato, além da inviabilização
da obtenção de novos créditos, traz abalo moral, face à consulta positiva nos arquivos do
serviço e à conseqüente desvalorização íntima, ou objetiva da vítima.

SÍNTESE JURISPRUDENCIAL DESTACADA

Transcrever o torrencial número de jurisprudências que se ajustam ao caso, seria quase


insuportável, assim, para ilustrar, descortinamos as seguintes:

Súmula 37 STF – São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do
mesmo fato.
"Em face do art. 5º , inciso V, da Constituição da República, não há tergiversar se o dano
moral é ou não indenizável e se este pode coexistir juntamente com o dano material" (TJSP – 7ª
C. Férias "F" – Ap. – Rel. Benini Cabral – j. 21.10.93 – JTJ-LEX 152/88).

Ao julgar a AC nº 7.066/96, a 4ª Câmara Cível do tribunal apreciou o caso de um homem que teve
seu nome inscrito no SPC em razão de suposta dívida de cartão de crédito. Como nunca tivesse
contratado com a empresa que administra o cartão, e não sendo legítimo o lançamento de seu
nome no rol de devedores inadimplentes, o tribunal deferiu em seu favor uma soma equivalente a
100 (cem) salários mínimos, a título de reparação pelos danos extrapatrimoniais que sofreu.
(TJRJ – 4ª CC – AC nº 70.66/96 – Rel.: Des. Gustavo leite – Partes : Cartão nacional Ltda e
Jorge Rosa da Silva – 26.11.96 – Ementa 31 no AU – S/P).

AC nº 1.842, onde ficou registrado que "o protesto cambiário indevido provoca malefícios que
se espargem progressivamente, na esfera de vivência do prejudicado, afetando a honra, o
caráter e a personalidade, de pronto, destruindo seu conceito demorada e custosamente formado,
e, influindo negativamente no patrimônio cuja prova do decréscimo é despicienda na pretensão
ressarcitória". (TJSC – Rel.: Des. Dionízio Jenczak – AC nº 1.842 – 16/10/95 – Ementa 95 no AU
– S/P).

Na AC nº 16.861-0, a 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná, em caso de inscrição


equivocada de nome de correntista no SPC. O Relator, Juiz Eduardo Fagundes, assim escreveu:
"Todos sabem o que significa ter o nome nesses registros, as restrições ao crédito são muito
fortes, e impedem até simples transações comerciais, que dirá pedidos de empréstimo". (TJPR –
3ª CC – AC nº 16.861-0 – Re.: Juiz Convocado Eduardo Fagundes – Apte.: Banco Bradesco S.A . e
Paulo Cesar Marchesini – Apdo.: os mesmos – 07/04/92 – Ementa 26 no AU – S/P).

O Pretório catarinense, através de sua 1ª Câmara Cível asseverou que "o indevido e ilícito
lançamento do nome de alguém no Serviço de Proteção ao Crédito, conseqüenciando um efetivo
abalo de crédito para o inscrito, lança profundas implicações na vida comercial do negativado,
irradiando, ao mesmo tempo, drásticos reflexos patrimoniais, acarretando-lhe vexames sociais e
atentando, concomitantemente, contra os princípios de dignidade e de credibilidade, inerentes,
de regra, a todo ser humano". Condenou em 200 (duzentos) s.m. o quantum devido a título de
ressarcimento pelo dano extrapatrimonial experimentado. (TJSC – 1ª CC – AC nº 49.415 – Re.:
Des. Trindade dos Santos – Apte.: Gelson Pedro Fortunato e Banco do Estado de Santa Catarina
S/A – apdo.: os mesmos – 27/02/96 – Ementa 52 no AU – S/P).

DA TUTELA ANTECIPADA

A Lei Processual Civil, no seu art. 273, permite ao Juiz, que, provocado por requerimento,
antecipe a tutela, observadas determinadas exigências, ou seja, deve haver prova
inequívoca dos fatos na inicial e em seguida, entra a dose de verossimilhança das
alegações das partes.

O poder geral da cautela, alicerce desse pedido, tem arrimo nos preceitos estabelecidos
no § 3º do art. 461 do Código de Processo Civil, in verbis:
Art. 461. ...

§ 3º - Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do


provimento final, é lícito ao Juiz conceder a tutela liminarmente ou mediante justificação
prévia.

O motivo embasador do pedido de tutela antecipada, justifica-se pelo fato de que restou
provada a injustiça sofrida pela requerente ao ter seu bom nome incluído no rol de
devedores do SPC e SERASA, indevido o protesto junto ao 2º ofício de Protesto de
Títulos, bem como o registro das multas em seu nome junto ao Detran/RJ.

CONCLUSÃO

Conclui-se que o crédito é um elemento personalíssimo, que tem como base a confiança,
que deriva da própria etimologia da palavra. Ao sofrer um abalo de crédito, a pessoa além
de sofrer os danos de ordem materiais, vê, também a sua boa fama eliminada, merecendo,
então uma reparação através de um valor compensatório e satisfatório para que possa
abrasar a dor moral suportada.

O requerido cometeu o erro por não ter observado o cancelamento efetuado pelos 24
(vinte e quatro) cheques e, ao que parece, ignorou completamente o procedimento de
verificação de assinatura, pois certamente, serão grosseiras. Não bastasse ignorou, a
vigilância de seus sistemas, com relação aos dados pessoais da requerente, pois como é
de conhecimento público, quando uma pessoa se apresenta para compor um crédito, junto
a uma financeira, é feita uma investigação sobre a mesma, e o banco onde é correntista
possui todos os dados pessoais para confirmação. Como se explica o fato de uma
financeira que pertence ao próprio banco detentor de todas as informações verídicas de
uma pessoa, aceite o crédito com informações pessoais, tais como, endereço, idade e
quiçá nomes dos pais, totalmente diversas àquelas contidas em cadastros?

Inegáveis os transtornos e os constrangimentos sofridos pela requerente, uma bisavó de


66 anos, senhora cumpridora de suas obrigações e que jamais teve seu crédito
desconsiderado, pois é pessoa que evita compras a crédito, dando preferência a poupar,
para comprar à vista.

O descaso com que vem sendo tratada pelo Banco ....... é simplesmente inadmissível, pois
a instituição se auto intitula possuidora de certificados de excelência em qualidade no
tratamento aos consumidores.

Sem mencionar o fato de ser uma senhora idosa, a qual sem ter nenhuma
responsabilidade pelos erros e desatenções da instituição bancária, vê-se numa situação
humilhante, vexatória, extremamente dolorosa, ouvindo de várias pessoas diferentes que
seu nome está "sujo", o que causa, inclusive a perda da tranqüilidade e, até mesmo, o
prazer de viver.

Diante do exposto, requer a V. Exª:


a) a concessão de liminar inaudita altera pars, a fim de que seja imediatamente positivado
o crédito da requerente junto às entidades de estilo, SPC e SERASA e ainda, a expedição
de mandado ao Oficial do 2º Ofício de Protesto de Títulos, cancelando o protesto do título
indevido, bem como ao Detran/RJ, restabelecendo, assim, o status quo ante, com base no
art. 273 do Código de Processo Civil.

b) a citação do requerido para, querendo, responder nos termos da presente ação, sob
pena de revelia e confissão;

c) após cumpridas as formalidades legais, sejam julgados procedentes os pedidos


condenando o requerido ao pagamento de verba indenizatória por perdas e danos morais
e materiais no valor aproximado às dívidas indevidamente cobradas, ou seja, 200
(duzentos) s.m.

d)a condenação do requerido nas custas e honorários advocatícios, no percentual de 20%.

Protesta pela produção de prova documental e outras que se façam necessárias ao


deslinde da questão.

Dá-se à causa o valor de R$ 30.000,00.

N. Termos,

P. Deferimento.

Rio de Janeiro,...............

Ângela Ferreira Pace


OAB/RJ 97.113

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