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Estudos de Etnografia Portuguesa

Índice

Introdução ......................................................................................................................... 3

Metodologias utilizadas e sua justificação ....................................................................... 4

Enquadramento histórico e geográfico do objeto de estudo ............................................. 4

São Sebastião .................................................................................................................... 5

Caracterização do objeto de estudo na atualidade ............................................................ 6

Mudanças ao longo dos anos ............................................................................................ 7

Identificação e problematização de continuidade ............................................................. 9

Conclusão ....................................................................................................................... 10

Referências bibliográficas .............................................................................................. 11

Referências webgráficas ................................................................................................. 11


Estudos de Etnografia Portuguesa

Introdução
Sabendo que a etnografia estuda, trata e representa o mais fielmente possível as
diversas manifestações culturais de uma localidade ou país, esta divulga e propaga as
mesmas. A meu ver é tarefa de um educador aceder a esse estudo e divulgar nas camadas
mais jovens o amor e a tradição de alguns costumes que são a expressão da sua identidade.

Assim sendo, parece natural que em terras de Santa Maria as escolas e entidades
ligadas à educação se empenhem na organização e na realização daquela que é a expoente
máxima da identidade santamariana – a festa em honra de São Sebastião, mais conhecida
como a Festa das Fogaceiras.

Embora não exista documentação que assinale uma data precisa para o início da
festa em honra de São Sebastião, existe a aceitação geral de que esta remonta à Idade
Média. Conforme Resenha Histórica de Concelho da Feira de 1985, esta terá surgido
“[n]o tempo de qualquer dessas pestes da Idade Média, tristemente celebres, e â
semelhança do que tinha acontecido em Cápua, Roma e Milão o povo das terras de Santa
Maria e os condes da Feira, dolorosamente castigados, recorrem ferverosamente a São
Sebastião.” (Carvalho, 1985, pag.5). Para além disso, sabe-se que, pela mesma altura,
também Lisboa recorre ao mesmo Mártir, tido como protetor contra a peste.

Com uma existência de 517 anos, a festa em honra do mártir traz milhares de
pessoas, à cidade de Santa Maria da Feira, para assistirem à procissão. Basta saber-se que
em 2005, aquando do 500º aniversário houve 620 meninas fogaceiras na procissão. É
preparada pelas entidades governativas do concelho, mas também pelos populares que
pretendem cumprir o voto feito ao Santo. As exposições, os concursos e outras atividades
circundantes à data fazem desta festividade o
ponto alto do Concelho. No dia, todas as
freguesias estão representadas com elementos
dos vários grupos religiosos, sociais que
embelezam a procissão com estandartes e muita
cor.

É um orgulho para as meninas poderem


representar as suas freguesias e este ano, por
exemplo, a imagem promocional está entregue a

Figura 1 - Imagem promocional da Festa das Fogaceiras 2023


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cinco irmãs que anseiam repetir o voto ou ter idade para o cumprir.

As instituições de ensino promovem esse dia com trabalho manuais, concurso de


escrita, hora do conto e afins para fomentar o apreço e a vontade de participar naquele
que é um símbolo identificativo das gentes das Terras de Santa Maria.

Metodologias utilizadas e sua justificação


As metodologias utilizadas passaram pela pesquisa local, mais precisamente na
Biblioteca Municipal, onde me foi facultado o acesso a várias monografias de escritores
e pesquisadores da região, alguns exemplares da programação de anos transatos e acesso
digital a um livro especialmente publicado para a comemoração dos 500 anos da
realização da festa.

Para além disso, socorri-me dos meios digitais, a Internet e as redes sociais que
me ajudaram a recordar as diversas lendas, histórias e momentos caricatos da festividade.

Enquadramento histórico e geográfico do objeto de estudo


Durante a Idade Média, Portugal não foi exceção no que refere à fome, peste e
guerra. A mais notória das pestes foi, sem dúvida, a pandemia conhecida como a Peste
Negra, que atingiu o seu pico na Europa entre os anos de 1347 e 1351. Nenhuma região
de Portugal foi poupada e, segundo Anthero Monteiro, na sua obra 500 Anos de Tradição
Festa das Fogaceiras, em Santa Maria da Feira, terá durado apenas três meses, mas com
efeitos devastadores. Segundo a mesma fonte, as atuais freguesias de Mosteirô e Souto
terão perdido tantos habitantes que se juntaram as igrejas por só haver 19 pessoas para as
frequentar.

Sob a ameaça constante de morte, as pessoas pretendem aplacar a ira divina,


pedindo clemência, através de orações, romarias e promessas. Por terras de Santa Maria,
já se tinha tentado resolver o assunto recorrendo à entrega das terras à Virgem, no entanto,
ficou claro que não era suficiente e recorrem ao auxílio do Mártir São Sebastião.

Segundo Monteiro, há dúvidas quanto à data efetiva do voto de celebrar uma festa
em honra de São Sebastião para lhe pedir ajuda. Porém, Arlindo de Sousa, no seu livro
O Concelho da Feira, sugere que o Padre Pinho Nunes terá apontado o início do voto, ou
seja, da Festa, para meados do século XVI. Vaz Ferreira menciona que não há registo
efetivo, apesar do cronista dos frades Lóios mencionar com frequência o convento da
Feira. No entanto, ele também considera que há uma maior probabilidade de a peste de
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1569, que foi devastadora em território nacional, ter sido responsável pelo o voto coletivo.
Regista-se, em 1569, o milagre que D. Frei Bartolomeu dos Mártires, arcebispo de Braga,
viu. O milagre deu-se enquanto este celebrava missa na Capela de São Roque, em Lisboa,
com a imagem de São Sebastião cobrindo-se com uma espécie de suor que curou várias
pessoas. Este milagre veio reforçar a ideia de que terá sido por esta altura que o povo de
Santa Maria da Feira jurou lealdade ao Santo Mártir.

Apesar destas referências bibliográficas, a tradição oral e os responsáveis pela


organização da Festa declararam a data do início da tradição 1505. Essa tese intensificou
com a celebração do 500º aniversário das Fogaceiras.

A Festa tinha um formato penitencial e de ação de graças, com o transporte da


fogaça em procissão, a bênção feita durante a missa e a distribuição após a bênção.
Inicialmente a promessa consistia em oferecer três broas de trigo doce, “de um alqueire
cada uma”, levadas à cabeça em procissão do Paço dos Condes até ao Convento. Lá, as
broas eram benzidas e repartidas em fatias que supostamente preveniam contra a peste.
Essas broas passaram a ser chamadas fogaças e as meninas, fogaceiras. António Vitorino,
em Elementos para a História da Santa Casa da Misericórdia da Vila da Feira, descreve
as meninas como “donzelas escolhidas para este ministério”, usando “muitos e custosos
vestidos”. Para além de transportarem fogaças, havia e, ainda há, fogaceiras que
transportam tabuleiros com “cinco velas de uma quarta” e uma jovem que transporta “um
castelo ornado de muitas bandeiras”.

São Sebastião
São Sebastião terá nascido entre os séculos III e IV, embora não exista registo
concreto em relação ao seu nascimento e morte. É mencionado pela primeira vez no
Depositio martyrum onde se refere que terá sido enterrado na Via Ápia, Roma. Julga-se
que foi um oficial da guarda pretoriana de Diocleciano e, depois de Maximiniano. No
entanto, apoiava e protegia os cristãos necessitados enquanto difundia a fé cristã que tinha
abraçado. Quando foi descoberto que era cristão, foi entregue a arqueiros que o alvejaram
sem misericórdia. Reza a lenda que sobreviveu e foi curado por Santa Irene. Depois,
apresentou-se diante do imperador, proclamando a sua fé. Este, insatisfeito, exigiu que
fosse açoitado até à morte. O seu corpo foi atirado para uma vala em Roma, mas foi
recolhido por um cristão a quem São Sebastião apareceu em sonhos a pedir uma sepultura
mais digna nas catacumbas. Foi, em 367, construída uma das sete principais igrejas de
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Roma sobre o seu sepulcro. São Gregório


Magno considerou o soldado e mártir São
Sebastião como o terceiro padroeiro de
Roma, depois dos santos Apóstolos Pedro
e Paulo.

Por terras de Santa Maria, a


veneração ao mártir tem o seu ponto alto
durante a Idade Média quando o concelho
é flagelado pelas pestes. Faz-se o voto de
honrar o Santo todos os anos, com
Figura 2 - O voto é entregue ao Mártir
procissão e missa solene e a oferta da fogaça.

Caracterização do objeto de estudo na atualidade


Com algumas mudanças, nomeadamente no aspeto e consistência da fogaça, a
Festa em honra de São Sebastião continua a festejar-se a 20 de janeiro, feriado municipal,
com pompa e circunstância.

A festa das Fogaceiras, como


é conhecida por todos os feirenses,
chegou até nós com duas
características essenciais e
obrigatórias: a realização da missa
solene, com sermão, precedida da
bênção das fogaças, celebrada na
Figura 3 - Convento dos Lóios
Igreja Matriz, igreja do Convento dos Lóios
e a procissão, que sai da Igreja Matriz,
percorrendo algumas ruas do centro
histórico da cidade.

A proclamação da República
acrescentou-lhe um novo ritual, um cortejo
cívico, que sai dos Paços do Concelho rumo
à Igreja Matriz, antes da missa solene.
Neste cortejo, para além das fogaceiras,
juntam-se as autoridades políticas, Figura 4 - Igreja Matriz de Santa Maria da Feira
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administrativas, judiciais e militares e, até, algumas personalidades de relevo dentro da


comunidade municipal.

A tradicional e antiga procissão festiva realiza-se à tarde e integra símbolos


religiosos, com destaque para o mártir São Sebastião e representações civis, com símbolos
autárquicos, económicos, sociais e culturais de cada uma das trinta e uma freguesias do
concelho. Nesta procissão, as fogaceiras, meninas com idades abaixo da adolescência,
vestidas e calçadas totalmente de branco, com uma fita larga de cor azul ou vermelha,
com uma fogaça à cabeça,
continuam a ser o centro das
atenções. Muitas destas
meninas são crianças que no
ano anterior receberam a
primeira comunhão, tendo,
por isso, oportunidade de
voltar a vestir a indumentária
branca desse dia e a festejar a
data tão especial do seu
Figura 5 - As meninas fogaceiras em procissão
percurso catequético.

Nesta mistura entre o civil e o religioso está a essência da festa das Fogaceiras,
que se realiza ainda hoje, com uma enorme afluência de pessoas vindas não só do
Concelho, mas de todo o país.

Mudanças ao longo dos anos


Se duvidas há em relação à data precisa em que a festa em honra de São Sebastião
se começou a realizar, não subsiste dúvidas quanto ao que sucedeu em 1910 aquando da
revolução republicana. Por força da lei, a Câmara foi obrigada a separar-se da Igreja e
recusou a obrigação de realizar a festividade. Não obstante o povo de terras de Santa
Maria não esqueceu a tradição que cumpria a 20 de janeiro de cada ano, havendo uma
comissão de festas eleita anualmente para angariação de fundos para a realização da festa.

Apesar disso, a beleza e riqueza das festividades foi decaindo e em 1939, numa
reunião a 15 de julho, a Câmara assume, mais uma vez, o seu papel de anfitriã.
Evidentemente, esse papel é em estreita colaboração com entidades locais e populares.
Este ano, em concreto no dia 23 de novembro, dezenas de voluntárias do projeto Ponto
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Fogaça juntaram-se ao Clube de tricô que se reúne semanalmente na Biblioteca Municipal


de Santa Maria da Feira. Desta feita, foram receber lãs que vão utilizar para fazerem os
casaquinhos brancos que as meninas fogaceiras irão envergar no próximo dia 20 de
janeiro. É curioso que as voluntárias não são só do concelho de Santa Maria, mas também
de concelhos vizinhos São João da Madeira, Ovar, Oliveira de Azeméis e Vale de
Cambra. A Câmara Municipal fornece as agulhas, lã, botões e o molde, e as voluntárias
oferece a mão de obra e usufruem de algumas horas de convívio.

Outra mudança fundamental está na Fogaça, doce que se oferece. Inicialmente, a


fogaça, oferenda dada à Igreja para
leilão, era um pão de trigo doce.
Porém, com o passar dos tempos e
com a inclusão dos artífices,
nomeadamente os padeiros, na
elaboração da oferta, este passou
um pão doce cujo formato se
Figura 6 - Foto aérea do Castelo da Feira, com destaque para a torre de menagem
assemelha à torre de menagem do que serve de modelo para o formato atual das fogaças

castelo com as suas quatro torres.

Todos os anos, há concursos para certificar as fogaças das diferentes casas e/ou
padarias que primam pelo
fabrico tradicional. O
primor, a qualidade e a
fidelidade do cliente leva
a que em algumas
padarias as encomendas
tenham que ser feitas com
semanas de antecedência Figura 7- Aspetos essenciais da fogaça do Concelho da Feira

e o levantamento pode levar horas em fila.

Além do mais, no início as fogaças


eram entregues à população em geral. Mais
tarde, essa oferta era entregue aos pobres do
concelho, depois pelos presos e
personalidades concelhias cortadas em fatias
a que davam o nome de mandados. Hoje em Figura 8 - Fogaça de Santa Maria da Feira
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dia, as fogaças são distribuídas às autoridades religiosas, políticas e militares que têm
jurisdição municipal.

Identificação e problematização de continuidade


Se a revolução republicana fez decair o esplendor da Festa e este se restabeleceu
em 1939, as Terras de Santa Maria têm sofrido como o restante território português com
as incertezas, os sobressaltos políticos e económicos. Vejamos o caso da saída das grandes
multinacionais da indústria do calçado no final do século passado que levou a um aumento
drástico do nível de desemprego no concelho.

No entanto, na celebração dos 500 anos de Festa em honra de São Sebastião,


conhecida como a Festa das Fogaças, há um forte empenho por parte da Câmara em
restauração os tempos glórias. Fez-se um apelo em todo o concelho para que houvesse
pelo menos 500 fogaceiras, cada uma representando uma freguesia, no dia 20 de janeiro
de 2005. Foi um sucesso com a maior procissão de sempre. 620 meninas levaram uma
fogaça à cabeça. Houve o cortejo cívico, seguido da missa solene, presidida pelo bispo
do Porto, D. Armindo Lopes Coelho. Depois da tradicional procissão, o ponto alto da
festividade, houve o fogo-de-artifício e inaugurou-se uma das peças do monumento de
homenagem aos cinco séculos das Fogaceiras.

Inaugurada uma época alta das Festas em honra de São Sebastião, Portugal e,
naturalmente Santa Maria da Feira, enfrentou uma pandemia que impediu a realização
plena das festividades durante dois anos, 2021 e 2022. O vírus COVID-19 levou a uma
limitação do número de pessoas no evento, como aliás em todas as funções do país.
Porém, como a festa que foi erigida para pedir a proteção ao santo contra as pestes, faria
todo o sentido em realizar-se e a tradição foi cumprida com restrições. Nos dias 20 de
janeiro de 2021 e 2022 a tradição manteve o tradicional Cortejo Cívico, mas apenas 31
meninas fogaceiras, uma por cada freguesia do concelho, integraram a mesma. Houve
missa solene, no entanto, lotação dentro da Igreja Matriz estava limitada. À semelhança
de várias iniciativas pelo nosso país fora, também a Câmara Municipal filmou em direto
para a sua página do Facebook as festividades para a alegria de muitos que não puderam
estar presentes.

Para o ano de 2023, já existe imagem promocional, agenda cultural e, inclusive,


as inscrições para 250 fogaceiras estão a decorrer, exclusivamente online. O Programa
Cultural que acompanhe a Festa estender-se-á por todo o mês de janeiro, com diferentes
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iniciativas desde a música ao teatro, passando por exposições, concursos e oficinas


artísticas.

Conclusão
É através da etnografia que podemos tornar a História mais concreta, isto é, torná-
la algo passível de ser demonstrar e vivido. Ao ativar a memória coletiva e ao representar
aspetos culturais de outros tempos, conseguimos vivenciar aquilo que poderia ter ficado
apenas no papel ou na memória de alguém mais velho.

O papel do educador é fazer recordar aquilo que dá consistência e textura à nossa


identidade. Ora, o recordar, reviver e reativar de aspetos, costumes culturais são uma
prioridade.

No caso concreto das terras de Santa Maria e da festa das Fogaceiras, esse aspeto
está bem patente em todo o concelho e na memória coletiva de um povo. O trabalho feito
pela Câmara Municipal em prole da cultura santamariana ajuda em muito o trabalho do
educador, uma vez que dá enfâse ao orgulho feirense e, leva a efeito vários eventos para
preparar condignamente a tão esperada Festa da Cidade.

Em suma, se ao fim de 500 anos, a Festa em honra do Mártir ainda não foi
esquecida, não será abandonada tão cedo, em especial, porque se fomenta o orgulho em
participar e em acompanhar a procissão desde a terna idade quer como menina fogaceira
quer como acólito, escuteiro, músico da banda, porta-estandarte ou, simplesmente, como
espectador de tão nobre Festa.
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Referências bibliográficas
Areias, J. D. C., & Ribeiro, J. C. T. (1966). Novena ao mártir s. Sebastião
Carvalho, S. M. O. (1985). A festa das fogaceiras: Resenha histórica do concelho da feira
Editorial MIC (2016). Festa das fogaceiras (pp 3-6).
Editorial MIC (2020). Festa das fogaceiras (pp 4-6).
Monteiro, A. (2005). 500 anos de tradição: Festa das Fogaceiras
Silva, F. R. (1985). O Foral da Feira e Terra de Santa Maria

Referências webgráficas
Câmara municipal. A imagem promocional. Retrieved from: https://cm-
feira.pt/web/guest/fogaceiras2023/imagem-promocional consultada em 10.12.2022
Câmara municipal. Festa das Fogaceiras 2023. Retrieved from: https://cm-
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Câmara municipal. Ponto Fogaça. Retrieved from: https://cm-
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https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$sao-sebastiao consultada em 10.12.2022
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Santos, F. L. (10/01/2005). O mártir, corpo ferido na árvore. Retrieved from:
http://sites.ecclesia.pt/arquivo/noticias/nacional/o-martir-corpo-ferido-na-arvore/
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