Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Kathryn Kuhlman - Nada É Impossível para Deus (Tradução)
Kathryn Kuhlman - Nada É Impossível para Deus (Tradução)
Kathryn Kuhlman
Digitalização: JEm
Tradução para o português: sssuca
Nestas páginas...
Tom Lewis
Tom Lewis, coronel reformado do Exército, é um dos
produtores de filmes mais conhecidos de Hollywood. Sua
lista de créditos no "Quem é quem na América" ocupa
tanto espaço como as medalhas sobre seu peito. Foi o
produtor fundador do Screen Guild Theatre, fundador do
Serviço de Rádio e Televisão das Forças Armadas
Americanas, do qual foi comandante durante toda a
Segunda Guerra Mundial, e criador e produtor executivo
de "O Show de Loretta Young". Como diretor da
Universidade Loyola, recebeu inúmeros prêmios por
excelência em produções televisivas, tanto no país como
das forças armadas americanas estabelecidas em todo
mundo. Devoto católico-romano, conta-se agora entre o
crescente grupo dos assim chamados "católicos
carismáticos".
1
"Jesus People", um movimento cristão surgido na década de 70.
Eu sempre tinha me considerado um homem razoavelmente
religioso, que desfrutava da vida sacramental da Igreja Católica Romana.
Eu não saía por aí referindo-me a Jesus Cristo como se me encontrasse
com Ele pessoalmente com freqüência. Na verdade, muito raramente o
mencionava por seu nome. Pensava que era melhor evitar o tratamento
muito pessoal e preferia uma referência mais reservada, como "meu
Senhor", ou "o bom Senhor".
Como parte de minha tarefa, me pediu que estudasse o ministério
de Kathryn Kuhlman. uma pessoa muito estimada pela "gente de Jesus".
A senhorita Kuhlman vinha uma vez por mês ao auditório Shrine
de Los Angeles para realizar um culto de milagres. Pedi dois assentos, na
seção do centro, sobre o corredor, perto da frente. Entretanto,
aparentemente não era assim que se obtinham os ingressos. Teria que
entrar numa fila e arriscar tentar conseguir a localização desejada. A
capacidade do auditório era de 7.500 pessoas, e me disseram que algumas
vezes tentava entrar o dobro dessa quantidade de gente. Isto me deixou
espantado, e essa sensação continuou durante quatro ou cinco meses, já
que foi esse o tempo que tive que esperar até poder chegar a entrar na fila.
O dia em que cheguei a esse lugar era anormalmente quente para
o mês de março, até na ensolarada Califórnia. Saí da rodovia na rua
Hoover para evitar o trânsito da zona próxima ao auditório. Normalmente
essa zona do centro da cidade estaria quase deserta em um domingo. Mas
enquanto me aproximava do estádio, todos os lugares destinados para
estacionar e as ruas estavam ocupadas. Os ônibus chegavam um após o
outro à entrada principal, onde descarregavam seus passageiros. Alguns
tinham placas que diziam "Fretado"; outros revelavam o nome de seus
pontos de origem. Lembro de um de "Santa Bárbara", e outro, de "Las
Vegas". Para meu assombro, havia um, cheio de pó, que tinha uma placa
de "Portland, Oregon"... que "pequena viagem" tinham feito somente para
assistir a um culto de milagres do Kathryn Kuhlman. Me perguntei o que
seria o que a senhorita Kuhlman daria ali dentro. Não podia ser comida;
havia muitas pessoas. Tampouco podia ser um bingo... como gerenciar
7.300 cartões de bingo?
Uma longa fila de pessoas em cadeiras de rodas avançava pela rua
Jeferson para uma entrada lateral, pela qual eram imediatamente
admitidas. Algo similar acontecia com um grande grupo de homens e
mulheres com hinários nas mãos; aparentemente eram os membros do
coro. Também havia muitos com colarinhos romanos e mulheres vestidas
sobriamente. Me perguntei o que estariam fazendo ali todos esses padres
e freiras.
Encontrei um local, onde estacionei meu automóvel, e logo me
juntei aos milhares de pessoas que esperavam diante da entrada principal
do estádio. Meu relógio marcava onze em ponto. As portas seriam abertas
à uma. Normalmente, eu não teria esperado tanto tempo por coisa
alguma, nem sequer pela segunda vinda. Mas logo compreendi que essa
era uma definição apressada.
Começou a reunir-se uma grande quantidade de gente atrás de
mim, e me encontrei perto do centro de uma grande multidão. Isto me
deu uma ligeira sensação de claustrofobia, por isso me concentrei em
tomar notas mentais com as quais construiria minha apresentação:
grande multidão, muito ordenada; vários jovens que respondiam às
características dos "Meninos do Jesus".
Estes jovens tendiam a formar grupos, como ilhas num mar de
corpos. Cantavam enquanto esperavam, não muito forte, não
necessariamente para que outros os ouvissem; nem sequer atuavam como
se tivessem muita consciência da presença de outros. Cantavam de forma
bastante quieta e meditativa. Isso me pareceu estranho, incomum.
Lembrava um grupo de cristãos coptos que vi uma vez em Roma, orando
de forma audível, mas não em uníssono, independentemente de outros,
mas juntos.
Agora a quantidade de gente tinha realmente aumentado muito, e
alguém que estava lá dentro se compadeceu de nós. As portas se abriram
uns vinte minutos antes da uma. As pessoas que estavam atrás de mim se
lançaram para a frente, e me empurraram para além da entrada. Isto me
surpreendeu, porque tinha a mão na carteira, preparado para pagar meu
ingresso.
Uma senhora que estava justo atrás de mim viu, e riu. "Aqui, o
dinheiro não o levará a nenhuma parte", disse. "Mas, se está lhe
queimando no bolso, haverá uma oferta voluntária mais tarde."
Assim todos se comportavam: em ordem, não festiva, como a
multidão que assistiria a uma partida no estádio, bastante quieta, não
muito comunicativos uns com outros, embora amistosos, quando se dava
ocasião para conversar.
Encontrei um assento bastante atrás e para o lado.
A plataforma, brilhante e muito iluminada, estava cheia de
atividade. Homens e mulheres com hinários nas mãos procuravam seus
lugares em uma espécie de arquibancada que ocupava todo o espaço. Em
ambos os lados havia dois grandes pianos. Parecia que havia centenas de
pessoas no coro, mas, assim como entre o resto do povo, não havia
desordem nem confusão. Apesar do constante movimento devido aos que
chegavam tarde, o coro continuava cantando como se estivesse em uma
silenciosa catedral. O diretor, um homem magro, branco e de aspecto
aristocrático, guiava o ensaio com precisão e inquestionável autoridade.
Uma anciã de aspecto encantador se sentou à minha direita. Pela
atenção que me dedicou ou aos milhares de pessoas que a rodeavam, era
como se estivesse sozinha na Capela de Nossa Senhora da Catedral de São
Patrício. Tinha uma Bíblia aberta sobre o regaço, e algumas vezes a lia em
silêncio.
A Bíblia parecia o equipamento comum de muitos dos presentes.
Dois jovens sentados atrás de mim tinham Bíblias, mas não as liam.
Simplesmente cantarolavam ou cantavam as letras dos hinos que o coro
ensaiava na plataforma. Isso eu não gostei. Nunca me agradei dos teatros
ou concertos ou cinemas em que o público participa, sobretudo quando
não lhe foi especialmente solicitado que o fizesse. Mas ia escutar muito
mais destes jovens.
Enquanto isso, as luzes brilhantes sobre a plataforma baixaram
um pouco, e lhes acrescentou cor. As cores pastéis dos vestidos das
mulheres do coro faziam um agradável contraste com o azul do cenário
curvo que rodeava tudo.
Uma vez terminado o ensaio, o coro começou a cantar segundo o
programa. A maioria dos hinos eram conhecidos e muito queridos: "Quão
grande és Tu", "Sublime Graça". Os cantores eram excelentes; mais tarde
soube que provinham de igrejas de todas as denominações da zona de Los
Angeles.
Sem interrupção, o coro começou a cantar "Ele me tocou". Senti
que uma tensa expectativa se apoderava da audiência. A luz de um spot se
concentrou em uma área à direita do público. Todos ficaram de pé e aqui
e acolá algumas pessoas começaram a aplaudir. A senhorita Kuhlman,
uma figura frágil e magra, vestida com um encantador vestido branco,
subiu à plataforma, cantando com o coro. Aproximou-se de um conjunto
de alto-falantes à direita do centro do cenário, tomou um microfone
pendente que colocou ao redor do pescoço, e sem se deter, dirigiu o coral
em "Ele me tocou", energicamente, várias vezes, e finalmente em forma
decrescente. Em seguida, sem explicação nenhuma, continuou com "Ele é
o Salvador de minha alma". O público e Kathryn Kuhlman pareciam
concordar em que estes hinos eram especiais para ela. Sem explicações,
uma vez, mais, começou a orar em voz alta. O público ficou de pé, com as
cabeças inclinadas, seguindo sua oração em silêncio.
Soube então o que era o que tinha sido distinto no canto dessas
"ilhas" de jovens que esperavam fora do auditório; o que era isso tão
especial no canto desse grande coro que estava sobre a plataforma.
Estavam cantando, sim, mas era mais do que cantar. Não estavam
atuando; estavam adorando. E o público reagia de forma diferente. Não
era público, era uma congregação. Cantavam a uma só voz com o coro,
quando lhes indicava. Oravam em uníssono com a senhorita Kuhlman.
Isto não era um show, era uma reunião de oração. Não sei como me senti
nesse momento; provavelmente impressionado, e agradado por ter feito
um descobrimento interessante.
Entretanto, logo descobri outra coisa, que me surpreendeu muito.
Uma e outra vez, os jovens que estavam sentados atrás de mim gritavam
"Amém", e "Louvado seja Deus", aparentemente em resposta a uma
oração ou a uma afirmação. Muitos outros faziam o mesmo. Outros
levantavam as mãos em um gesto de súplica que relacionei com a posição
das figuras bíblicas representadas nos vitrais de igrejas. "Já imagino
aonde terminará tudo isto", pensei, e automaticamente comecei a
procurar a saída mais próxima.
Uma das coisas que mais me incomodava era um jovem que estava
em uma das filas superiores do coro. Esteve quase todo o culto com as
mãos levantadas. Este deve ser "o" milagre do culto de milagres, pensei.
Nenhum sistema circulatório pode suportar a tensão de uma postura
como essa durante muito tempo. Certamente seus braços cairiam como
chumbo em pouco tempo.
Mas depois me esqueci dele; esqueci-me de todos. Como a senhora
que estava sentada a meu lado, era como se estivesse em uma capela
remota, exceto, talvez, por uma Presença que normalmente não se sente
em um auditório tão grande.
Sim, era isso. Havia uma Presença ali, e era por isso que esta
multidão de tantos milhares de pessoas ficava tão calada que, por
momentos, eu podia escutar o som de minha própria respiração. Era por
isso que se perdia a noção do tempo. Havia algo diferente ali; havia amor,
específico e real. Sim, e mais que amor, estava essa Presença. Lembrei das
palavras de uma canção dos Meninos de Jesus: "Saberão que somos
cristãos por nosso amor, por nosso amor. Saberão que somos cristãos por
nosso amor".
Começaram as "curas": duas na fila perto de onde eu estava. Eu os
vi antes que a senhorita Kuhlman os chamasse. Vi a expressão
maravilhada de terem sido curados, depois sua incredulidade, a
compreensão do fato e sua felicidade.
Havia muitas, muitas curas na plataforma nesse momento. Alguns
se levantavam das cadeiras de rodas. Uma freira paralítica caminhou;
fazia anos que não podia fazê-lo. Vi gratidão nos que foram curados, um
agradecimento tão evidente que quase podia ser tocado. Os drogados
eram libertados, e na evidência de seus rostos transformados, luminosos,
vi renascimentos interiores e regenerações morais.
Perdi a conta do que vi, porque, em algum ponto desconhecido
para mim, deixei de ver e comecei a sentir. Senti no mais profundo da
minha consciência.
Compreendi que participava de uma conversa, a mais assombrosa,
nua, honesta conversa de minha vida. Estava falando com Deus. Em
algum lugar no meu interior, estava contando a Deus coisas que nunca
tinha sabido antes, ou que não tinha podido ou querido admitir.
Apesar de toda a evidência de minha carne, dos fatos visíveis e
aparentes de minha ocupada vida, o amor e a companhia de meus filhos e
seus amigos, meus próprios amigos, que eram muitos, meus interesses no
mundo, meus hobbies, apesar de toda essa evidência, estava dizendo a
Deus que estava inquieto e sozinho. Profunda, desesperadamente
solitário. Não de gente, nem de coisas. Tinha muito disso. Disse a Deus
que estava vazio. Então me invadiu a emoção mais forte que jamais havia
experimentado: fome. Uma fome selvagem, rude, primitiva.
Vi que a plataforma e os corredores estavam cheios de gente. A
senhorita Kuhlman convidava aqueles que queriam a Cristo em suas vidas
para que fossem à frente, reconhecessem seus pecados, recebessem a
Jesus como seu Salvador pessoal, e se entregassem completa e
irrevogavelmente a Ele.
Segui-os. Coloquei-me entre eles. Eu, que não participava, que me
tinha feito sozinho, o sofisticado. Eu estava tomando esse compromisso,
surpreendentemente consciente de tudo o que significava e da
responsabilidade que assumia. Pedi a Deus que me livrasse de todo temor.
E Ele o fez.
Essa noite, enquanto voltava, em meu carro, à minha pequena
cidade do Ojai, chorei. Chorei durante todo o caminho. Não me sentia
nem triste nem feliz: sentia-me... limpo.
Durante a noite, despertei e senti que compreendia, instantânea e
plenamente, o que tinha acontecido. Me re-consagrei a Cristo, percebi que
não duvidava e nem temia esse compromisso, e dormi profundamente
uma vez mais, sem sonhar.
Na manhã seguinte, já bem adiantada, fui caminhando desde meu
lar no campo até a pequena cidade do Ojai. Sentia-me bem, descansado e
em paz. As emoções do dia anterior já tinham ficado para trás. Passei
junto à capela a que estava acostumado a freqüentar, uma capelinha de
estilo colonial espanhol, localizada na rua principal. Era a época da
Quaresma. Eram aproximadamente 11:30, e eu sabia que devia estar
sendo celebrada a missa.
Assim era. Cheguei a tempo para a celebração eucarística a que
usualmente chamamos Santa Comunhão. Fui para o altar
automaticamente, e como só havia seis ou oito pessoas presentes,
recebemos ambos os elementos da Santa Eucaristia, pão e vinho. Em vez
de voltar para os fundos da capela, ajoelhei-me no primeiro banco.
Foi bom que o fizesse. O que eu tinha tomado em meu corpo não
era pão e vinho, não era um símbolo, não era uma lembrança. Era o Corpo
e o Sangue de Cristo, e o resultado em mim foi o mais profundo
conhecimento da real presença de Cristo. Foi uma experiência de grande e
inexprimível gozo, e meu corpo estremeceu violentamente devido ao
esforço que realizava para contê-lo.
Jesus, o Cristo, estava ali comigo, e cada célula de meu corpo era
testemunha de que Ele era real. Descansei minha cabeça nos ombros e,
por um momento, o tempo ficou suspenso.
Deus vive. Deus vive verdadeiramente, e se move entre nós, e exala
seu Santo Espírito sobre nós. E por mérito do sangue derramado por nós
por seu divino Filho, Ele nos prepara tudo o que nos espera neste mundo
de dor... e mais à frente.
Louvado seja Deus!
Capítulo 2
Isabel Larios
O Natal é uma época de muito gozo para mim. Recebo
milhares de cartões de amigos queridos de todo o mundo.
Leio cada um deles. Mas os mais preciosos para mim são
os que me escrevem as crianças. Eles são tão abertos, tão
sinceros. Quando uma criança me diz: "Te amo", nunca
duvido de que realmente o sinta. Por isso, quando recebi
um pequeno e singelo cartão, de uma doce garotinha
mexicana-americana que vive na Califórnia, soube que
realmente sentia o que escrevia. Escreveu para me
agradecer por lhe fazer possível viver outro Natal. Lisa
me agradecia porque podia me ver. Mas eu sabia o que
ela queria dizer. E, Deus sabe, não foi Kathryn Kuhlman:
foi Jesus. Lisa Larios estava morrendo de câncer ósseo
até que Jesus a curou no auditório Shrine. A mãe e o pai
adotivos da Lisa, Isabel e Javier Larios, viviam em um
modesto complexo de apartamentos em Panorma City,
Califórnia. Isabel nasceu em Los Angeles, mas foi criada
em Guadalajara, México. Javier, que passa grande parte
de seu tempo trabalhando com seu cavalete de pintor em
seu apartamento, é um respeitado garçom na Casa Vega,
um dos restaurantes mais elegantes do Sherman Oaks.
Além da Lisa, têm mais dois filhos: Albert e Gina.
Gilben Strackbein
Diga às montanhas
Linda Forrester
Marguerite Bergeron
A cura é só o começo
Respeitosamente,
Dr. Larry Hirsch
Médico traumatologista
Capítulo 9
Elaine Saint-Germaine
Jo Gummelt
Senhor, eu recebo.
Senhor, eu recebo.
Todas as coisas são possíveis;
Senhor, eu recebo.
**
Overshadowed – Ofuscado (Nota da tradutora).
contando sobre a reunião, e finalmente o que tinha vivido no Hilton,
quando Kathryn Kuhlman me tocou o pulso.
Ele simplesmente me escutava, assentindo, como se soubesse tudo
de antemão. Eu podia ver que Deus o tinha preparado essa manhã, ao
visitar esses ministros com uma experiência tão comovedora, e que
dissesse eu o que dissesse, Walter estava preparado para recebê-lo como
do Senhor.
"Foi curada?", perguntou.
"Não sei", respondi, sorrindo. "Não pensei muito nisso. Só sei é
que já não tenho depressão. A necessidade de ser perfeita também
desapareceu. A incapacidade de aceitar a mim mesma como imperfeita no
corpo e na alma, também desapareceu. Sou livre."
"Mas, como se sente fisicamente?", insistiu Walter.
"Maravilhosamente", falei. "deixei que tomar as drogas e os
antibióticos. Pela primeira vez em anos, tenho força e energia."
"Creio que foi curada", disse Walter, com os olhos novamente
cheios de lágrimas. "Acho que tem que voltar ao médico e pedir que a
examine, para ter certeza."
Na semana seguinte voltei ao consultório do médico, que tirou
radiografias e fez outros exames.
Dois dias depois voltei a me sentar na frente dele, no consultório.
"O que lhe aconteceu, senhora Gummelt?", perguntou.
"Estava esperando que me perguntasse isso", sorri. E lhe contei,
detalhadamente, exatamente o que tinha acontecido.
O doutor ficou olhando a parede onde estavam seus diplomas
durante um longo momento. Finalmente pegou a pasta que continha meu
histórico médico.
"Vou fechar seu caso", disse-me. "Você está completamente
curada. Não há evidências de nenhum problema renal; só tecidos com
lesões leves por danos anteriores. Se alguma vez tiver problemas com os
rins, será algo completamente distinto."
Eu queria dançar de alegria, e pude fazê-lo mais tarde. Chega de
drogas, de inchaços, de hemorragias, de fraqueza! Agora podia viver uma
vida saudável e normal como mãe e como esposa. Então soube como
Lázaro se havia sentido ao sair da tumba para o sol, pestanejando. Minha
vida tinha sido restaurada. Glórias a Deus!
Nos três meses seguintes, meu peso subiu de cinqüenta até quase
oitenta quilos. Pela primeira vez em minha vida tive que fazer regime.
Mas aconteceu algo mais. Ao receber o Espírito Santo em minha
vida, pude aceitar também a mim mesma, tal como era. A tensão foi
substituída por louvor. As enxaquecas desapareceram. Não só meu corpo
tinha sido restaurado, mas também minha mente tinha sido renovada.
Aleluia!
Seis meses depois pude voltar a trabalhar. A Jo Gummelt que
entrou no edifício Sam Rayburn nesse dia não era a mesma de antes. Eu
tinha prometido ao Senhor que, se me deixasse voltar a trabalhar, lhe
daria a maior parte do que fizesse. Fui trabalhar com um congressista de
Kentucky, livre da compulsão de ser a número um, de ser perfeita. Pouco
tempo depois, todas as mocinhas que trabalhavam no escritório tinham
aceitado a Jesus como seu Salvador, e a metade tinha sido batizada no
Espírito Santo. Eu nunca tinha estado tão consciente do poder do Espírito
Santo para testemunhar de Jesus.
Pouco tempo depois que eu voltei a trabalhar, Walter, Gordon e eu
tiramos umas curtas férias. Na primeira noite que estávamos fora, fui ao
banheiro para lavar o cabelo. Walter e Gordon ficaram no quarto,
assistindo TV. Enquanto passava a mão por meus cabelos, notei uma
textura diferente. Levantei a cabeça, tirei o sabão dos olhos, e pude ver
que os cabelos que nasciam ao redor de meu rosto eram novos, fortes.
Poderia guardar a peruca.
Pessoas começaram a se aproximar de mim para que as
aconselhasse. Antes, eu sempre estava muito fraca para as ajudar. Mas
agora podia compartilhar com elas minha experiência pessoal com um
Deus que demonstra seu poder e seu amor. Comecei a passar várias horas
de joelhos, orando e com a Bíblia aberta na minha frente. No lugar onde
me ajoelhava para orar, literalmente ficaram buracos no tapete. O Senhor
me ensinava e me dava uma nova linguagem, maravilhosa, para orar.
Na primavera, aproximadamente um ano depois de ter sido
curada, tive uma ligeira infecção urinária. Eu sabia que quando Deus
cura, a cura permanece. Mas o velho temor voltou, rugindo, e corri ao
médico.
Ele me examinou e em seguida parou com as mãos na cintura, me
olhando seriamente. "Você tem uma ligeira infecção na bexiga", disse. "A
última vez que esteve aqui, lhe falei que se tivesse algum problema renal,
seria algo totalmente distinto. Você foi curada."
Saí do consultório, agradecida, apesar da reprimenda. Washington
nunca me pareceu tão formosa. As cerejeiras ao redor da fonte estavam
em flor. A grama do parque era luxuriosamente verde. Até as tulipas
haviam tornado a florescer no edifício Sam Rayburn. A cúpula branca do
Capitólio brilhava contra o céu azul. As pessoas corriam para seus
escritórios. Soavam as buzinas. O trânsito era terrível. Era igual a sempre.
Mas eu era diferente. Pentecostes tinha chegado à minha vida!