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BAIXADA FLUMINENSE:
Inovações e Permanências.
Rio de Janeiro
2014
ADRIANNO OLIVEIRA RODRIGUES
BAIXADA FLUMINENSE:
Inovações e Permanências
Rio de Janeiro
2014
Ficha catalográfica
ADRIANNO OLIVEIRA RODRIGUES
BAIXADA FLUMINENSE:
Inovações e Permanências
BANCA EXAMINADORA:
Deixo aqui meu agradecimento a meus pais, Dalva e José Armando, pelos
ensinamentos na vida e pela educação de qualidade a mim propiciada, esse título é
para vocês, pois sei o quanto lutaram para que eu chegasse até aqui.
Aos meus irmãos pelo companheirismo e pela torcida, mesmo apesar das
distancias geográficas que insistem em nos separar meus pensamentos sempre
estão em vocês! Podem ter certeza disso!
Ao meu filho, Gabriel, que com sua pureza me faz olhar o mundo de outra
forma, reordenar minhas prioridades, por alegrar-se com pequenos gestos e nos
alegrar com sua vida em nossas vidas. Filho, obrigado por colorir ainda mais minha
vida com seu sorriso, te amo!
Ao prof. Cezar Guedes pelo incentivo e por ser um dos responsáveis por eu
estar na carreira acadêmica hoje em dia! Serei eternamente grato pelos seus
ensinamentos e sua amizade.
Não poderia esquecer os professores que passaram por minha vida, obrigado
por fazer da educação um objetivo de vida, por mais desvalorizada que ela seja em
nosso país. Aos professores da antiga Escola Agrotécnica Federal de Colatina (ES),
aos do Departamento de Economia da UFRRJ.
Meu muito obrigado à Filipe Vieira, Maiara Destri e Caroline Melo pela ajuda
em relação aos mapas, tabelas e fotografias na reta final da tese.
The aim of this thesis is to analyse the economic transformations observed on the
region known as Baixada Fluminense and their effects on this territory. To achieve
this goal, at first is made a historical recovery of the region urban formation, with
basis on the emancipating that occurred in Nova Iguaçu city, with highlight for the
main economic cicles, as well as the urban conformation given from decadence of
these cicles. Then, is made a analysis of the national and fluminense economies at
pos-war period, displaying the industrial growth process, as well as the crises as a
consequence of this process. Finally, is investigated the dynamics of the recent
investments on the Baixada Fluminense, trying to show the transformations occurred
on this territory, using as backdrop the Brasil economic growth process and also the
economic crises experienced on the years of 1980, 1990 and 2000, and more their
reflex on the economy of the state of Rio de Janeiro. The final analyse is made in
order to uncloak, for the Baixada Fluminense, all the innovations coming from these
processes as well as the economy remains, looking for ways to overcome them.
Tabela 2-1 Produção de laranjas em Nova Iguaçu, no período de 1941 a 1945 (em
caixas). ...................................................................................................................... 38
Tabela 3-5 - Homicídios na Baixada Fluminense absolutos e por 100 mil habitantes.
.................................................................................................................................. 85
APRESENTAÇÃO ..................................................................................................... 19
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 23
REFERENCIAS....................................................................................................... 152
APRESENTAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
1
Mapa 1 Divisão Política-Administrativa da Baixada Fluminense
2
Alguns autores, tais como Lamego (1964), Pereira (1977) e Soares (1960) definem a atual Baixada
Fluminense nos primórdios de sua ocupação como Baixada da Guanabara ou Baixada Guanabarina.
27
Outro caminho utilizado para facilitar o acesso ao interior e que permitiu maior
integração da baixada foi o caminho de Terra Firme; ele se constituiu em opção para
“fugir” das grandes áreas alagadas que eram característica da Baixada da
Guanabara. Esta via foi aberta no sopé da Serra de Madureira que por sua vez,
abrigava uma área de geografia consolidada e que permitia o escoamento da água,
sendo conseqüentemente uma região de terrenos firmes. Foram construídas ainda,
no século XlX, as estradas da Polícia e do Comércio, que articulavam a região de
Iguaçu com Sacra família e Vassouras (LESSA, 2000: 50).
janeiro de 1833. Esta estrada fazia a ligação entre as comarcas do sul (Vassouras,
Valença e Rio Preto) e a sede do governo Imperial.
De acordo com Soares (op cit, p. 10), “... o itinerário terrestre através da
Baixada foi muito utilizado por pessoas, animais e mercadorias que provinham do
interior ou que para lá demandavam. Assim, nas ligações terrestres entre a cidade
do Rio de Janeiro e o interior, qualquer que fosse o itinerário adotado no planalto e
na serra, pelos caminhos do século XVlll, tinham os viajantes de contornar a orla
pantanosa do Recôncavo, caso desejassem evitar a via fluvial”.
A falta de ligação entre esses caminhos criou uma rede urbana do tipo
‘dendrítica’ e macrocefálica, em que os núcleos urbanos se relacionam, econômica,
social e politicamente e se comunicam ao longo de eixos e, quase que
diretamente,com o núcleo central, havendo pouquíssimas relações entre si e quase
nenhuma com os núcleos dos outros eixos (SIMÕES, 2007:80).
Para Rodrigues (2006) tal situação permitiu uma integração da cidade do Rio
de Janeiro muito maior com regiões mais longínquas do que com sua própria
hinterlândia. O crescimento econômico da região em evidência se deu com base em
três culturas cultivadas inicialmente na vila de Iguaçu, e que, veio contribuir
29
Para Lessa (2000: 118), o café escravagista fluminense gerou lugares sem
dinamismo, cidades débeis, que se esvaziaram com o declínio da cafeicultura.
Nesses locais não se constituíram núcleos comerciais e varejistas diversificados, o
oposto do que ocorreram no estado de São Paulo em cidades como Ribeirão Preto e
Campinas. Mesmo assim, de acordo com o autor, e, contrariamente à opinião de
Cano, gerou-se aqui um complexo cafeeiro, prova disso, seriam as empresas
ferroviárias privadas que foram fundadas e capitalizadas pelo complexo cafeeiro
fluminense.
3
Landes (2005).
33
Deve-se ressaltar que a ferrovia não foi à única responsável pela decadência
das vilas-portos da baixada e muito menos gerador de urbanização per si. Segundo
Soares (1960), a Baixada da Guanabara já entrara em decadência antes mesmo do
estabelecimento da estrada de ferro; isso em decorrência da concorrência campista
no que tange à cana-de-açúcar, da concorrência do planalto em relação ao café e,
por fim, do esgotamento das terras que foram utilizadas sem um mínimo de rotação
entre as culturas.
Para Simões (2007:85) “Com a perda da hegemonia cafeeira para São Paulo
todas as pré-condições que estavam presentes para a industrialização do Rio de
Janeiro no século XlX se transferem para São Paulo”. O inicio do século XX é
marcado pela decadência relativa do Rio de Janeiro e sua nova inserção na
economia nacional, agora subordinada à dinâmica da economia paulista. Com a
derrocada do café, a fruticultura, principalmente a da laranja, assumiu a posição de
principal produto exportável da Baixada, seguindo enquanto tal, no decorrer de
algumas décadas.
Numa primeira fase os laranjais localizaram-se nas zonas dos morros, nos
contrafortes e mesmo nas encostas da Serra de Madureira; porém, com a
valorização do produto, o plantio alastrou-se pelas baixas colinas e planícies onde
estes já se encontravam drenados.
O grande prestígio que a citricultura levou para a região pode ser comprovado
pelo fato de que, em 1916, por iniciativa do político Manuel Reis, o nome da
Segunda sede do município de Iguassú, Maxambomba, foi mudado para Nova
Iguassú, onde três anos mais tarde seria construída a sede da prefeitura municipal.
Neste mesmo período, a localidade de São Mateus, distrito de Nova Iguaçu, muda
seu nome para Nilópolis em homenagem à Nilo Peçanha, que foi um grande
incentivador da citricultura na região (Pereira, 1970: 117).
Alemanha, Suíça, Chile, Dacar, Noruega, Finlândia e Suécia. Nova Iguaçu também
processava a produção cítrica que provinha de Campo Grande, Santa Cruz e Bangu.
O progresso engendrado pela laranja fez com que o poder público investisse
na abertura, melhoria e construção de estradas para que elas pudessem facilitar a
vazão da produção, bem como o acesso dos moradores à sede do município.
Abreu (1996) tem uma visão semelhante à de Soares (1960) quando analisa o
processo de ocupação dos subúrbios cariocas, para o autor:
Tabela 2-1 Produção de laranjas em Nova Iguaçu, no período de 1941 a 1945 (em caixas).
ANO MERCADO MERCADO TOTAL VALOR EM
EXTERNO INTERNO Cr$ 1.000
1941 888.844 665.800 1.554.644 38.217
1942 553.173 690.000 1.243.142 22.810
1943 546.173 580.000 1.126.175 23.108
1944 550.161 610.000 1.160.161 22.916
1945 554.147 780.000 1.334.147 29.966
Fonte: Elaboração própria a partir de Pereira, 1977.
Soares (1960: 77) destaca da situação dos pomares: “Ao findar o conflito
mundial, a situação da citricultura nacional era calamitosa, a produção reduzira-se
de 50% e a qualidade da fruta estava muito prejudicada. Os pomares que haviam
restado, mal tratados e prejudicados pelas pragas, apresentavam rendimento
baixíssimo”.
Outro fator que contribuiu com a crise da citricultura foi a proibição de sua
comercialização ao fim da Segunda Guerra Mundial, justamente quando o comércio
internacional do fruto havia se reanimado oferecendo bons preços ao produto, com o
intuito de atender primeiramente ao mercado interno. Na análise de Simões (2007:
39
4
De acordo com RODRIGUES (2006: 53): “Em junho de 1947 o distrito de Nilópolis, que por muito
tempo esteve vinculado e fazia parte integrante da vida de São João de Meriti, então 4º distrito de
Nova Iguaçu, teve seu pedido de emancipação solicitado pelo político Manuel Reis, e foi elevado a 7º
distrito de Nova Iguaçu. Com a discussão da Nova Carta Constitucional do estado do Rio de Janeiro,
o deputado Lucas de Andrade Figueira propôs uma emenda, promulgada a 20 de junho,
emancipando Nilópolis. A localidade de São João de Meriti, então distrito de Duque de Caxias,
emancipou-se deste através do mesmo Ato das Disposições transitórias da Constituição do Estado do
Rio de Janeiro que elevou Nilópolis à condição de município fluminense”.
40
5
Ver Tavares (1972).
41
Este fato fez com que a economia brasileira passasse por um processo de
expansão e diversificação ao longo do século XX. Para o Brasil o período
representou o marco inicial das transformações no padrão de acumulação
capitalista, que a partir de então, passa a ocorrer em bases urbano-industriais
(SILVA: 2004).
Cabe destacar, segundo Melo e Contreras (1998: 424) apud Silva (2004: 30)
que:
6
A análise departamental da economia é um instrumental analítico desenvolvido pelo economist
polonês Michel Kalecki , onde o autor busca comprovar as possibilidades de reprodução ampliada no
capitalism. Os setores, ou departamentos na economia são dois: o Departamento l , produtor de bens
de capital e de bens intermediarios, ou seja, aquele em que se encontra a indústria pesada ou de
base, e o Departamento ll, que é o produtor de bens de consumo.
46
Para Castro (2005: 136) a “Nova República é, portanto, uma época marcada
pela esperança, pela frustração e pelo aprendizado”.
7
Além disso, para Fiori (1999) a ruptura do sistema monetário internacional dólar-ouro e o equilíbrio
de forças consagrado na Guerra Fria, desencadeou um movimento oposto ao desencadeado na
década de 1930, ou seja, houve um retorno à defesa dos mercados desregulados e dos Estados
Mínimos.
8
Ver Tavares (1998)
9
A partir de 1979 o FED adotou uma política monetária restritiva na intenção de conter a
desvalorização do dólar. Para isso, restringiu o crédito e impôs dificuldades ao financiamento por
48
A alta dos juros nos EUA precipitou a crise da dívida10 em vários países,
inclusive o Brasil e fez com fosse desencadeada uma espiral inflacionária
realimentada por uma componente inercial ligada ao conflito distributivo de rendas.
parte do Tesouro americano, isso acabou acarretando a elevação da taxa de juros e a consequente
transformação dos EUA em absorvedor da liquidez mundial (BAER: 1993).
10
A título de esclarecimento, 80% da dívida brasileira no período era do setor público, fruto do
processo de estatização da dívida externa, e a maior parte da geração do superávit se dava no setor
privado.
11
Segundo a teoria da inflação inercial, a manutenção do patamar de inflação se dá em função do
conflito distributivo entre os agentes econômicos, que buscam o aumento dos preços defasada e
alternadamente. As expectativas dos agentes econômicos não podem ser mudadas facilmente, em
função mudanças na politica monetária, porque tais expectativas estão baseadas na inflação
passada, na qual está ancorada o conflito distributivo (BRESSER PEREIRA: xxxx)
49
Funaro optou por combater a inflação via crescimento do mercado interno, tal
estratégia foi consubstanciada no Plano Cruzado, que teve como medida mais
impactante, do ponto de vista midiático, o congelamento dos preços. Ainda foram
lançados o ‘Cruzadinho’, o Plano Cruzado ll, o Plano Bresser e o Plano Verão que
tiveram como característica comum os resultados positivos de combate à inflação no
curto prazo.
As reformas propostas pelo primeiro presidente eleito pelo voto direto desde
1960, Fernando Collor de Mello, introduziram uma ruptura com esse modelo de
crescimento acima descrito. Tais reformas, baseadas nas premissas de
organizações multilaterais como o FMI, o Bird e o Federal Reserve e que ficaram
conhecidas como “Consenso de Washington”12, tiveram como pilares a abertura
comercial e financeira e a privatização, enquanto que a política industrial ficou
subordinada à questão prioritária do combate à inflação.
O plano foi baseado em três fases distintas: i) ajuste fiscal via Programa de
Ação Imediata – PAI e através do Fundo Social de Emergência – FSE; ii) criação da
Unidade Real de Valor – URV, com o intuito de eliminar o componente inercial da
inflação e iii) criação da nova moeda, o Real (GIAMBIAGI et all: 2005).
15
Na visão de Filgueiras et all (2010: 55): “ Do ponto de vista dos fluxos de capitais, no primeiro
governo FHC (1995-1998) os grandes montantes de investimentos em carteira (aplicações em títulos
da dívida pública e bolsa de valores) e dos investimentos diretos (com destaque para a aquisição de
empresas nacionais e estatais) foram peça-chave para o equilíbrio (instável e precário) do balanço de
pagamentos”.
52
O plano logrou êxito no combate à inflação, apesar dos altos custos como a
piora nas finanças públicas (trajetória ascendente na relação divida pública/PIB), a
vulnerabilidade externa e recorrentes crises no balanço de pagamentos (que fez com
que o país recorresse ao FMI por diversas vezes), baixo padrão de crescimento no
período (média de 2,4% no primeiro governo FHC, e 2,1% no segundo), e,
finalmente, aumento nas taxas de desemprego, dada que a alteração desta se dava
em função da alteração da taxa de crescimento, uma vez que esta ultima se tornou
variável de ajuste para o plano Real16.
O primeiro mandato do presidente Luís Inácio Lula da Silva foi dominado pelo
legado econômico deixado pelos oito anos de governo FHC, a saber: Alta dívida
pública, alto déficit em conta corrente, altas taxas de juros nominais, real
desvalorizado e ainda sofreu influencia da moratória argentina no inicio dos anos
2000.
Outro importante fator foi a ampliação do crédito que associada a uma política
de aumento real do salário mínimo e uma política social de inserção de camadas
17
Para informações acerca do PAC ver: http://www.pac.gov.br/
18
Para mais informações Barbosa e Souza (2010).
55
mais pobres via o programa social bolsa-família, propiciando uma maior participação
do mercado interno no crescimento econômico. E por último, como dito
anteriormente, pela reorientação da política externa permitindo uma amplificação e
diversificação das exportações, isso acabou mudando colocando a China como
grande parceiro comercial do Brasil.
real do salário mínimo e uma politica social centralizada no programa Bolsa Família;
sem ferir os interesses do grande capital.
Neste sentido, a seção que se segue, tem como objetivo analisar, em grandes
linhas, a economia fluminense, seu processo de perda relativa, crise nos anos 1980
e recuperação econômica na década de 1990.
Cabe ressaltar que entre 1960 e 1975 a cidade do Rio de Janeiro passou por
uma experiência político-administrativa singular, na condição de Estado da
Guanabara (Penalva Santos, 2003), criado em função do Rio de Janeiro perder sua
condição de distrito federal, uma vez que este foi transferido para Brasília. A
57
4,00
3,50
3,00
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
1920-40 1940-50 1950-60 1960-70 1970-80 1940-80
BR RJ
Foi no bojo deste processo que a indústria fluminense teve sua dinâmica
alterada, perdendo a liderança da produção industrial para o estado de São Paulo. A
queda da participação relativa do Rio de Janeiro no cenário industrial do país foi
acompanhada por uma diversificação na produção local, onde se destacaram as
indústrias metalúrgicas, de minerais não metálicos, química e farmacêutica, bebidas,
editorial e gráfica, além da construção civil.
59
Silva (2004: 36) chama atenção para o fato de que tal perda vinha sendo
desenhada desde o inicio do século XX:
A crise da década de 1980, como discutido no item 2.1, fez com que o Estado
brasileiro declarasse moratória de sua dívida em 1982 e permitiu que soluções
liberais/conservadoras ganhassem espaço no debate macroeconômico dominado
pelo mainstream liberal norte americano. As medidas propagadas pelos economistas
liberais ficaram conhecidas como o ‘Consenso de Washington’.
Sendo assim, no plano das ideias, o inicio da década de 1990 é marcado pelo
debate acerca da questão da chamada inflexão econômica fluminense. Segundo
Silva (2012) as análises que fazem referência a este processo são fundamentadas
em indicadores que apontariam uma alteração na trajetória da economia estadual
em relação à dinâmica expansiva desta região durante o período de industrialização
nacional.
fazendo com que o ERJ, que ocupava em 1985, a segunda posição entre as
unidades federativas, caiu para a sexta posição em 2011. Para Sobral (2013), o
período marcado pelo que alguns autores denominam como ‘inflexão econômica
positiva’, na verdade marca um processo de desindustrialização relativa, associado
ao risco de se formar o estado uma ‘estrutura oca’, ou seja, uma estrutura com
dificuldades para assegurar um elevado dinamismo de longo prazo e generalizá-lo
na totalidade do território.
Natal (2005) denomina tal período como sendo uma ‘inflexão econômica
positiva’ da economia fluminense; outras denominações como ‘recuperação’,
66
De uma maneira geral, tais análises buscavam, de acordo com Silva (2012),
contribuir para o entendimento da realidade que se apresentava no final do século
XX, tendo como fundo a trajetória de percalços e transformações vivenciadas pela
economia fluminense ao longo de décadas, denominada por muitos como um
processo de ‘esvaziamento econômico’.
Esse período, como frisado anteriormente, foi marcado pelo tripé dado pela
reestruturação econômico-financeira, pela abertura comercial e pela redefinição do
papel do Estado. Uma das principais consequências acerca da utilização deste tripé
pelos estados nacionais é a da reorganização do território, uma vez que a
distribuição da riqueza sofre alteração em função dessas medidas.
principalmente por São Paulo e Rio de Janeiro, papel decisivo, posto que
concentravam grande parte do investimento industrial.
19
Além da BR 116, Rodovia Presidente Dutra, inaugurada em 1951, outro importante vetor de
deslocamento industrial em direção à Baixada Fluminense foi a Avenida Brasil, inaugurada em 1946.
A primeira é considerada a via mais importante do país, não somente pelo fato de ligar as duas
grandes metrópoles nacionais, mas também por cortar uma das regiões mais ricas do país, o Vale do
Paraíba, e também ser a principal fonte de ligação entre o nordeste e o sul do Brasil. A segunda
atravessa 28 bairros fazendo ligações importantes com as rodovias BR 040 (Rio-BH) e a BR 101,
tanto no sentido norte (ES) quanto no sentido sul (Rio-Santos) (RODRIGUES, 2005).
72
Tal fato pode ser confirmado na Tabela 1.2, esta mostra o aumento da
população residente entre a década de 1960 e 1980. Destaque para o crescimento
populacional dos municípios da Baixada Fluminense como um todo, e evidenciando
a forte atratividade de pessoas que esses municípios exerceram neste período
desempenhando basicamente a função de cidades dormitório.
Tabela 3-1- População residente total, área e densidade demográfica dos municípios da
Baixada Fluminense, 1960, 1970 e 1980.
1960 1970 1980
Duque 1.302,7
de 442 243.619 551,17 442 431.345 975,89 442 575.814
5
Caxias
9.655, 1.280,9 22 151.588 6.890,3
Nilópolis 10 96.553 22 128.09
30
Nova 1.439,9
776 359.364 463,10 764 727.764 952,45 764 1.094.805
Iguaçu 9
São 11.730,
5.639, 8.914,9 34 398.826
João de 34 191.734 34 303.108 18
24
Meriti
Baixada 1.759,9
Fluminen 1.262 891.270 706,23 1.262 1.475,02 1.168,80 1.262 2.221,03
3
se
Rio de 2.824, 4.347,4
1.171 3.307,163 1.171 4.252,009 3.631,09 1.171 5.090,700
Janeiro 22 1
FONTE — Anuários estatísticos do Brasil, vários. Rio de Janeiro: IBGE.
pessoas na faixa entre 0 e 24 anos, como pode ser observado na pirâmide etária
abaixo.
Simões (2011) chama a atenção para que “tal como o processo de ocupação
do território da Baixada Fluminense deve ser analisado à luz da expansão urbana da
cidade do Rio de Janeiro, a atual configuração econômica da Baixada deve ser
analisada no contexto do desenvolvimento e reestruturação econômica da metrópole
carioca”.
Tabela 3-2 - Estado do Rio de Janeiro- participação percentual das regiões o emprego
industrial estadual – 1955-1975
Região 1955 1975
Estado do Rio de Janeiro 100,0 100,0
Baixada Fluminense 3,0 9,0
Capital 66,5 62,3
Grande Niterói 10,5 7,6
Médio Paraíba 4,6 6,8
Região Serrana 6,3 6,7
Norte Fluminense 4,6 2,8
Outros 4,5 4,8
Fontes: IBGE e Ministério do Trabalho e Emprego (RAIS) apud Araujo, 2005.
Isso resultou em um grande passivo ambiental para a região que foi a total
contaminação de todos os cursos de água que por ela passam, ficando preservados
apenas os altos cursos dos rios, aqueles que ficam em áreas preservadas (SIMÕES:
2011).
Outra questão ambiental enfrentada na região, que vigora até os dias atuais,
é o problema das enchentes e deslizamentos. A intensa ocupação urbana acabou
gerando um processo de impermeabilização do solo provocando o escoamento
superficial das águas das chuvas; além deste fator, devem-se levar em
consideração, os aterros, os despejos irregulares de lixo, estes, de ordem da
ocupação humana, há ainda a questão de natureza geográfica que também contribui
para o agravamento deste, como é o caso das marés na Baia da Guanabara.
Tabela 3-3 - Indicadores sociais selecionados para a Baixada Fluminense, Rio de Janeiro e Brasil ,1991-2000.
Taxa de Taxa de Taxa de Taxa de
Esperança Esperança Mortalidade Mortalidade analfabetismo analfabetismo analfabetismo analfabetismo
Município de vida ao de vida ao infantil infantil - 11 a 14 anos - 11 a 14 anos - 15 anos ou - 15 anos ou
nascer nascer (1991) (2000) (1991) (2000) mais (1991) mais (2000)
(1991) (2000)
Brasil 64,73 68,61 44,68 30,57 16,08 6,26 20,07 13,63
Rio de
66,42 69,42 29,94 21,21 6,06 2,55 9,72 6,64
Janeiro
Belford Roxo 62,82 67,99 41,52 22,7 8,7 3,67 12,06 8,01
Duque de
65,17 68,54 33,87 21,44 7,93 3,34 11,73 8
Caxias
Japeri 62,56 66,66 42,4 25,9 15,42 4,82 18,89 12,4
Mesquita 66,19 69,51 30,86 19,36 5,25 2,56 8,14 5,19
Nilópolis 66,1 68,43 31,1 21,7 3,87 2,1 5,83 3,76
Nova Iguaçu 65,49 67,99 32,91 22,7 8,53 3,48 11,65 7,65
Queimados 62,82 66,41 41,52 26,51 11,62 4,15 14,79 9,28
Tabela 3-4 - Indicadores sociais selecionados para Baixada Fluminense, Rio de Janeiro e Brasil, 1999-2000.
Município % da % da % da % da
população população população população
em em em em
% de % de % de % de
domicílios domicílios domicílios domicílios IDHM IDHM
extremamente extremamente pobres pobres
com água com água com com (1991) (2000)
pobres (1991) pobres (2000) (1991) (2000)
encanada encanada energia energia
(1991) (2000) elétrica elétrica
(1991) (2000)
Brasil 18,64 12,48 38,16 27,9 71,31 81,79 84,84 93,46 0,493 0,612
Rio de Janeiro 7,24 3,64 22,94 13,65 90,87 92,01 98,26 99,54 0,573 0,664
Belford Roxo 10,42 6,22 33,62 20,88 85,64 83,52 99,82 99,85 0,468 0,57
Duque de Caxias 7,29 5,71 25,84 18,81 86,99 86,34 99,71 99,86 0,506 0,601
Japeri 13,12 11,03 40,11 30,48 69,96 78,75 98,31 99,5 0,419 0,529
Mesquita 6,48 3,53 23,58 13,68 93,13 91,37 99,87 99,95 0,543 0,634
Nilópolis 4,24 2,73 18,04 11,12 96,78 96,07 99,77 99,96 0,565 0,656
Nova Iguaçu 10,26 5,06 30,93 18,52 88,23 89,63 99,63 99,8 0,502 0,597
Queimados 11,82 7,09 34,99 21,7 74,01 79,32 99,63 99,78 0,448 0,55
São João de Meriti
6,47 3,77 24,05 14,39 92,96 93,51 99,89 99,91 0,514 0,62
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2013.
83
Ao longo das três décadas que vão de 1930 até o golpe militar
de 1964, a Baixada Fluminense transformou-se na grande
periferia urbana reincorporada pela cidade do Rio de Janeiro. A
explosão populacional, a febre loteadora, os conflitos por
terras, o fluxo pendular dos trabalhadores em relação à cidade
carioca, o crescimento do comércio e da indústria, o
desmembramento e a formação dos novos municípios, os
movimentos de resistências dos camponeses frente aos
despejos, a reconfiguração do campo político local e a
explosão da revolta popular, são características dessa nova
realidade que emergia. É nesse período, também, que a
violência ganhará dimensões peculiares. Se por um lado ela se
caracterizava como instrumento dos setores dominantes na
obtenção de terras e poder, utilizada que era nos conflitos pela
demarcação e posse de propriedades e na disputa pelo
controle da política local, por outro lado ela será posta em
prática pelos setores populares afim de superarem seus
problemas. Tanto no caso das ocupações de terra por setores
organizados do movimento camponês, como na fúria
depredadora do saque, o que se viu foi o emprego da violência
enquanto estratégia coletiva.
20
Para uma discussão mais detida acerca da violência na Baixada Fluminense, ver trabalho seminal
de Souza Alves, 2003.
85
Tabela 3-5 - Homicídios na Baixada Fluminense absolutos e por 100 mil habitantes.
Ano Total de Homicídios Por 100 mil habitantes
1984 1.224 53,15
1985 1.538 64,89
1986 1.567 65,29
21
A indicação deste município como um dos mais violentos do mundo refere-se a uma pesquisa
realizada por uma equipe da ONU entre os anos de 1971 a 1976 (SOUZA ALVES: 2003).
86
Na visão de Souza Alves (2003: 171) sobre a região, seu passado e seu
presente:
Desta forma, este capítulo teve como objetivo analisar a economia brasileira e
fluminense no pós-guerra; buscando no processo de industrialização as explicações
para a expansão econômica engendrada no pós-guerra, bem como a crise
desencadeada no final dos anos 1970. Os rebatimentos no território fluminense
foram também considerados neste capítulo da tese, ou seja, verificando-se o
processo que levou à perda relativa para o estado de São Paulo e também a
recuperação econômica concebida a partir da década de 1990.
Dito isto, este capitulo que ora se inicia tem como objetivo analisar a
economia da região de modo a desnudar as inovações, aqui entendidas como as
mudanças econômicas e sociais propiciadas pelo processo de crescimento
econômico recente em relação a um histórico também de exclusão econômica e
social da região, bem como evidenciar as permanências, que por ventura ora ainda
existem na região em tela.
A seguir, a tese propõe-se a levantar que elementos são esses e, além disso,
será feita uma análise acerca dos setores da Baixada Fluminense e a seguir será
levantada a questão dos investimentos recentes na região, tratando sobre os
impactos na sociedade local.
97
A observação das participações por setor nos permitirá ter uma ideia mais
nítida da dinâmica regional, além do desempenho por setor; desta forma, a análise
que segue abaixo pretende mostrar o desempenho setorial da economia da Baixada
Fluminense.
Para Simões (2011: 196) o quadro é tão grave, que várias prefeituras da
Baixada decretaram o fim de suas áreas rurais, com a transformação, via legislação,
de todo o município em área urbana, numa evidente estratégia da expansão de
cobrança do IPTU, para imóveis que realmente não possuem um uso rural.
22
Legenda para as siglas contidas no gráfico 3.4: EM: Extrativa Mineral; IT: Indústria Textil; SIUP:
Serviços de Utilidade Púbica; CC: Construção Civil; CO: Comércio; SE: Serviços Educacionais; AP:
Administração Pública; AE: Agropecuária, Extração Vegetal e pesca.
104
23
Legenda para as siglas contidas no gráfico 3.5: EM: Extrativa Mineral; IT: Industria textil; SIUP:
Serviços de Utilidade Pública; CC: Construção Civil; CO: Comércio; SE: Serviços Educacionais; AP:
Administração Pública; AE: Agropecuária, Extração Vegetal e Pesca.
105
A mesma análise para dos dados referentes aos serviços e agricultura mostra
que a Baixada se destaca, dentro da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, em
Comércio Varejista (17,6%), Comércio Atacadista (15,5%), Alojamento e
Comunicação (7,8%) e Administração Pública (7,8%).
24
Legenda para as siglas contidas no Gráfico 3.6: EM: Extrativa Mineral; PMNM: Produto Mineral Não
Metálico; IMET: Indústria Metalurgica; ECOM: Elétrico e Comunicação; MTRANS: Material de
Transporte; MM: Madeira e Mobília; PGRA: Papel e Gráfica; BOR: Borracha, Fumos e Couros; IQ:
Indústria Química; ITEX: Industria Têxtil; ICAL: Indústria de Calçados; ALBEB: Alimentos e Bebidas;
SIUP: Serviços de Utilidade Pública; CC: Cosntrução Civil.
106
25
Legenda para as siglas contidas no Gráfico 3.7: COMVAR: Comércio Varejista; COMATA:
Comércio Atacadista; INTFIN: Instituição Financeira; ADTEC: Administração Técnica Profissional;
TRANCOMU: Transporte e Comunicações; ALOCOMU: Alojamento e Comunicações; MEDODOVET:
Médicos, Odontológicos e Veterinários; ENSI: Ensino; AP: Administração Pública; AGRO: Agricultura.
107
26
O projeto do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro está em estudo desde a década de 70, quando foi definido
o traçado da rodovia RJ-109. Desde então, o projeto vem sofrendo modificações e aperfeiçoamentos sendo
considerado como etapa essencial no desenvolvimento da estrutura viária do Rio de Janeiro. Em 2007, o
108
Governo Federal, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), classificou a interligação entre a
BR-101/NORTE e a BR-101/SUL como obra prioritária para o desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro. Em
acordo realizado entre o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes – DNIT e o Departamento de
Estradas e Rodagem – DER, a implantação do Arco passou a ser de responsabilidade do Governo do Estado do
Rio de Janeiro e do DER. A partir deste acordo, a rodovia passou a ser denominada Arco Metropolitano,
associando a RJ-109 à BR-493. A concepção do “Arco Metropolitano” tem como principal finalidade de fazer a
conexão rodoviária entre a BR-101/NORTE e a BR-101/SUL sem que haja a necessidade de trânsito pelas vias
urbanas da Região Metropolitana, como a Avenida Brasil. Para tal ligação serão utilizadas, além do trecho
correspondente à RJ-109, as BR-493 (Magé - Manilha) e um trecho da BR-116/NORTE, compondo quatro
segmentos distintos: Segmento A: Trecho da Rodovia BR-493/RJ, entre a BR-101, em Manilha (Itaboraí), e o
entroncamento com a BR-116, em Santa Guilhermina (Magé) – Em duplicação. Segmento B: Trecho da Rodovia
BR-101 (Rio – Santos), entre Itacuruçá e a Avenida Brasil. Com duplicação da pista. Segmento C: RJ-109, entre
as rodovias BR-040 (Rio – Juiz de Fora) e a BR-101/SUL. Segmento D: Trecho da BR-116/NORTE, entre a BR-
493/RJ em Santa Guilhermina e a BR-040/RJ em Saracuruna (administrado pela Concessionária CRT da
Rodovia Rio – Teresópolis). Fonte: DNIT (2007)
109
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados de FIRJAN, 2013 e Silva, 2012.
Vale ressaltar que o fato de que, como visto acima, a maioria dessas plantas
industriais estarem localizadas nos municípios de Queimados e Duque de Caxias,
está ligado diretamente à instalação nestes das chamadas Zona Estritamente
Industrial – ZEI, também conhecidas como Distritos Industriais. A instalação destes
distritos industriais está diretamente relacionada com a política fiscal praticada pelo
estado e pelos municípios (em menor parte) na atração de tais investimentos, a
chamada ‘Guerra Fiscal’27. O estado do Rio de Janeiro possui uma política fiscal
bastante agressiva no sentido de atrair novos investimentos direcionando-os para
determinadas áreas de interesse (ANEXO I).
27
A discussão acerca da chamada ‘guerra fiscal’ foge ao escopo desta tese, para mais informações
sobre o tema ver: Cardoso (2010) e Vieira (2012).
112
estado do Rio de Janeiro. Com localização privilegiada, próximo a RJ 109, que faz a
ligação com a Rio-Santos (BR 101), e às margens da Rodovia Presidente Dutra,
este distrito tem forte apelo locacional, o que será reforçado com a construção do
Arco Metropolitano, além de possuir infraestrutura já instalada.
Fonte: Codin.
Fonte: Codin.
28
Foram investidos 28.364,93 milhões de reais entre 2011 e 2014 para o Estado do Rio de Janeiro,
sendo que R$ 4.888,40 diretamente no programa Minha Casa, Minha vida; R$21.570,62 no
financiamento pelo SBPE (Sistema Brasileiro de poupança e Empréstimo) e R$ 1.905,91 na
urbanização de assentamentos precários. Fonte: pac.gov.br
114
familiais para as periferias dos municípios da Baixada Fluminense, locais com baixa
infraestrutura urbana e de transportes, além do distanciamento destes em relação
aos locais de trabalhos destas famílias.
Como este processo ainda é recente, não há evidências que nos permitam
afirmar a existência de um processo de gentrificação, uma vez que a áreas que
estão sofrendo este processo recente de valorização, são áreas historicamente já
ocupadas pelas classes mais altas desses municípios. O mapa a seguir mostra a
concentração desses novos empreendimentos na Baixada Fluminense, os nomes e
locais desses lançamentos encontram-se no Anexo H da tese.
116
29
Para realização dos Jogos Olímpicos, o COI exige cota minima de 50 mil quartos entre três e cinco
estrelas. Segundo estimativas da Rio Negócios, a cidade do Rio de Janeiro tem hoje 32,3 mil quartos,
sendo que apenas 16,5 mil quartos atendem às exigencies do COI. Estão em análise, licenciadas ou
sendo construídas, atualmente, 10,2 mil novas unidades habiacionais de três, quatro e cinco estrelas,
o que levaria a oferta total de acomodações de padrão internacional para 26,7 mil unidades. (FIRJAN:
2012: 60)
118
Caxias, apelidado de ‘Arquinho’, uma vez que fará a ligação do Polo Petroquímico
de Duque de Caxias com o Arco Metropolitano.
Cabe aqui mencionar que o fato da região estar recebendo tais investimentos
não está descolado do que ocorre em outras regiões do país, sobretudo a partir da
estratégia adotada pelo governo Luís Inácio Lula da Silva, qual seja, a da escolha
dos ramos/empresas consideradas estratégicas no comércio global, os global
players, ou os chamados campeões nacionais. Neste sentido o estado do Rio de
120
Como visto até aqui, a região da Baixada Fluminense recebeu um alto volume
de investimentos, seja visando a instalação de novas plantas industriais, seja para o
aumento da capacidade produtiva das fábricas já existentes na região. Além disso, a
especulação imobiliária passou a fazer parte do cotidiano da região, principalmente
nos dois municípios que mais receberam investimentos na construção civil, Nova
Iguaçu e Duque de Caxias. A seguir será analisado os rebatimentos dessas
mudanças recentes na questão social, por muito tempo negligenciada na região.
30
Para informações sobre a retomada da Indústria naval ver Jesus (2013).
121
Gráfico 10 - Renda per capta dos municípios da Baixada Fluminense, 1991, 2000 e 2010.
800
700
600
500
400
199
300
200
200
201
100
0
Tabela 4-8 - Domicílios particulares permanentes, por existência de água canalizada e forma de abastecimento de água.
2000 2010
Domicílios particulares Domicílios Domicílios particulares
Domicílios particulares
Permanentes particulares permanentes
permanentes (Unidades)
(Percentual) permanentes (Unidades) (Percentual)
Total 121650 100 145667 100
Tinham - em pelo menos um cômodo
Belford Roxo 84158 69,18 104419 71,68
- rede geral de distribuição
Não tinham água canalizada 10956 9,01 10009 6,87
Total 219876 100 269284 100
Tinham - em pelo menos um cômodo –
Duque de Caxias 144509 65,72 163402 60,68
rede geral de distribuição
Não tinham água canalizada 13683 6,22 19393 7,2
Total 23029 100 28424 100
Tinham - em pelo menos um cômodo –
Japeri 13385 58,12 23125 81,36
rede geral de distribuição
Não tinham água canalizada 2685 11,66 823 2,9
Total 53108 100
Tinham - em pelo menos um cômodo –
Mesquita 48306 90,96
rede geral de distribuição
Não tinham água canalizada 734 1,38
Total 44407 100 50496 100
Tinham - em pelo menos um cômodo –
Nilópolis 41815 94,16 45615 90,33
rede geral de distribuição
Não tinham água canalizada 407 0,92 504 1
Total 260594 100 248092 100
Tinham - em pelo menos um cômodo –
Nova Iguaçu 203133 77,95 184498 74,37
rede geral de distribuição
Não tinham água canalizada 10741 4,12 12904 5,2
Total 33352 100 42230 100
Tinham - em pelo menos um cômodo –
Queimados 20486 61,42 34271 81,15
rede geral de distribuição
Não tinham água canalizada 3828 11,48 1912 4,53
Total 129323 100 147435 100
Tinham - em pelo menos um cômodo –
São João de Meriti - 118088 91,31 133843 90,78
rede geral de distribuição
Não tinham água canalizada 1429 1,11 1889 1,28
Vale a pena lembrar aqui, que o fato da residência estar ligada a uma rede de
fornecimento de água, não garante a esta, o fornecimento deste bem, pois,
historicamente, a região da Baixada Fluminense sofre com a falta de abastecimento
de água, apesar de 90% da água que abastece o município de Rio de Janeiro sair
dos reservatórios localizados na Baixada.
banheiro ou
sanitário
Total 22987 28409 100,00% 100,00%
Rede geral de 27,49% 60,24%
6320 17113
esgoto ou pluvial
Fossa séptica 7501 2487 32,63% 8,75%
Fossa rudimentar 1915 2667 8,33% 9,39%
Japeri Vala 5631 4837 24,50% 17,03%
Rio, lago ou mar 768 993 3,34% 3,50%
Outro escoadouro 322 228 1,40% 0,80%
Não tinham 2,31% 0,30%
banheiro ou 530 84
sanitário
Total 0 53103 100,00%
Rede geral de 87,47%
0 46448
esgoto ou pluvial
Fossa séptica 0 3333 6,28%
Fossa rudimentar 0 484 0,91%
Mesquita Vala 0 1422 2,68%
Rio, lago ou mar 0 1145 2,16%
Outro escoadouro 0 190 0,36%
Não tinham 0,15%
banheiro ou 0 81
sanitário
Total 44428 50514 100,00% 100,00%
Rede geral de 79,48% 96,09%
35310 48537
esgoto ou pluvial
Fossa séptica 7646 1321 17,21% 2,62%
Fossa rudimentar 265 142 0,60% 0,28%
Nilópolis Vala 101 43 0,23% 0,09%
Rio, lago ou mar 917 399 2,06% 0,79%
Outro escoadouro 26 31 0,06% 0,06%
Não tinham 0,37% 0,08%
banheiro ou 163 41
sanitário
Total 260653 248186 100,00% 100,00%
Rede geral de 51,35% 77,97%
133855 193521
esgoto ou pluvial
Fossa séptica 75619 14683 29,01% 5,92%
Fossa rudimentar 8805 7078 3,38% 2,85%
Nova Iguaçu Vala 31756 25690 12,18% 10,35%
Rio, lago ou mar 6692 5553 2,57% 2,24%
Outro escoadouro 1545 1335 0,59% 0,54%
Não tinham 0,91% 0,13%
banheiro ou 2381 326
sanitário
Total 33334 42209 100,00% 100,00%
Rede geral de 34,55% 68,74%
11517 29013
esgoto ou pluvial
Fossa séptica 15567 6518 46,70% 15,44%
Fossa rudimentar 1416 1659 4,25% 3,93%
Queimados Vala 3334 3552 10,00% 8,42%
Rio, lago ou mar 822 1157 2,47% 2,74%
Outro escoadouro 188 236 0,56% 0,56%
Não tinham 1,47% 0,18%
banheiro ou 490 74
sanitário
127
Tabela 4-12 - Esperança de vida ao nascer, Mortalidade infantil, Taxa de fecundidade e Taxa de envelhecimento da Baixada Fluminense, 1991, 2000
e 2010.
Lugar Esperanç Esperança Esperança Mortalid Mortalid Mortalid Taxa de Taxa de Taxa de Taxa de Taxa Taxa
a de vida de vida ao de vida ao ade ade ade fecundid fecundid fecundid envelhe de de
ao nascer nascer infantil infantil infantil ade total ade total ade total cimento envelh envelhe
nascer (2000) (2010) (1991) (2000) (2010) (1991) (2000) (2010) (1991) ecime cimento
(1991) nto (2010)
(2000)
Brasil 64,73 68,61 73,94 44,68 30,57 16,7 2,88 2,37 1,89 4,83 5,83 7,36
Rio de 66,42 69,42 75,1 29,94 21,21 14,15 2,1 2,06 1,68 5,95 7,43 8,91
Janeiro
Belford 62,82 67,99 73,5 41,52 22,7 16,54 2,57 2,32 2,08 3,47 4,72 6,18
Roxo
Duque de 65,17 68,54 75 33,87 21,44 14,07 2,42 2,41 1,73 3,88 5,17 6,61
Caxias
Japeri 62,56 66,66 73,51 42,4 25,9 16,2 2,97 2,57 2,14 4,08 4,95 5,64
Mesquita 66,19 69,51 75,31 30,86 19,36 13,97 2,4 2,2 2,05 4,37 5,79 7,71
Nilópolis 66,1 68,43 73,99 31,1 21,7 15,75 1,99 1,95 1,92 5,31 7,28 8,97
Nova 65,49 67,99 74,08 32,91 22,7 15,35 2,35 2,17 1,8 4,1 5,3 6,96
Iguaçu
Queimad 62,82 66,41 73,58 41,52 26,51 16,67 2,74 2,51 2,29 3,95 4,92 6,16
os
São João 65,17 69,65 74,87 33,87 19,06 14,56 2,35 2,27 1,89 4,23 5,75 7,47
de Meriti
Fonte: Atlas do desenvolvimento humano no Brasil, 2013.
133
Tabela 4-13 - Porcentagem da população com ensino fundamental complete, por faixa etária.
Lugar % de 18 % de 18 % de 18 % de 18 % de 18 % de 18 % de 15 a % de 15 a % de 15 a 17
anos ou anos ou anos ou a 20 anos a 20 anos a 20 17 anos 17 anos anos com
mais com mais com mais com com com anos com com fundamental
ensino ensino ensino médio médio com fundamental fundamental completo
fundamental fundamental fundamental completo completo médio completo completo (2010)
completo completo completo (1991) (2000) completo (1991) (2000)
(1991) (2000) (2010) (2010)
Brasil 30,09 39,76 54,92 12,98 24,82 41,01 20,01 39,72 57,24
Rio de Janeiro 44,57 51,13 64,65 20,45 28,66 42,93 29,36 44,36 55,7
Belford Roxo 30,63 37,74 54,9 11,41 18,25 32,06 21,93 32,36 47,96
Duque de 34,67 42,33 58,41 13,07 24,38 38,3 25,04 38,04 51,33
Caxias
Japeri 22,81 29,13 47,18 11,24 16,78 32,38 15,89 27,91 42,43
Mesquita 42,54 49,39 66,24 14,67 25,48 42,87 27,21 43,3 53,16
Nilópolis 46,28 56,76 71,47 20,27 30,41 49,76 28,31 45,46 58,2
Nova Iguaçu 35,45 43,63 60,37 14,55 22,15 38,81 23,76 36,36 53,25
Queimados 28,64 37,15 53,57 13,33 16,66 33,41 20,4 26,86 46,51
São João de 37,11 46,48 61,42 13,93 24,7 40,87 24,61 40,71 52,59
Meriti
Fonte: Atlas do desenvolvimento Humano no Brasil, 2013.
136
Destarte não estar alocado entre os municípios na faixa de IDH alto, Japeri foi
o município da Baixada Fluminense que obteve maior incremento no IDH entre os
anos de 1991 e 2010, 57,28%, seguido por Queimados (51,79%) e Belford Roxo
(46,15%).
Destarte o avanço, mesmo que ainda tímido, em alguns índices que indicam
melhoras na questão social na Baixada Fluminense, a região ainda sofre com a falta
de ação pública no setor de segurança pública, pois a mesma se destaca quando no
que diz respeito ao número de homicídios. O aumento da violência na região está
diretamente ligado à política de segurança púbica aplicada pelo estado e que
prioriza a ocupação de favelas na capital através das Unidades de Polícia
Pacificadoras, as UPPs, como destaca o Professor José Claudio de Souza Alves,
especialista no estuda da violência na Baixada Fluminense.
Tabela 4-14- Número de Homicídios dos municípios da Baixada Fluminense e Rio de Janeiro,
Taxa de homicídios por cem mil hab e Ranking estadual.
População Nº. Homicídios Taxa Posição
Município
2011 2009 2010 2011 2011 Estad. Nac.
Belford Roxo 472.008 67 173 165 35,0 14 351
Duque de Caxias 861.158 582 576 519 60,3 1 88
Japeri 96.430 8 56 40 41,5 10 265
Mesquita 168.966 23 49 27 16,0 45 888
Nilópolis 157.710 21 58 52 33,0 15 397
Nova Iguaçu 799.047 277 411 374 46,8 5 206
Queimados 139.188 19 52 45 32,3 19 413
São João de Meriti 459.379 115 157 111 24,2 29 626
Rio de Janeiro 6.355.949 1.952 1.764 1.467 23,1 30 662
Fonte: Mapa da Violência-Centro Brasileiro de Estudos Latino Americanos –CEBELA, 2013
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.
A exposição feita ao longo desta tese buscou destacar o papel de uma região
historicamente alijada do progresso econômico e que serviu como local de moradia
para os trabalhadores que se deslocavam diariamente para seu local de trabalho, a
cidade do Rio de Janeiro. A Baixada Fluminense foi, durante muitos anos, marcada
sob o manto da violência e exclusão social, passa atualmente por um processo de
mudanças econômicas, com reflexos, ainda que baixos, no nível social.
Em relação à estrutura urbana, foi justamente a falta dela que fazia com que
os preços dos loteamentos fossem mais baratos aqui do que na capital. Outro ponto
é a expansão da indústria na capital federal, a falta de áreas e o encarecimento
destas para destinação à moradia, associada ao processo de crise nos laranjais
iguacuanos no inicio da década de 1940, isso contribuiu de sobremaneira para a
expansão dos loteamentos na região. Outro fator importante, que não pode ser
deixado de lado, foram os transportes: a instalação da tarifa única para a EFCB em
direção ao subúrbio e à Baixada Fluminense contribuiu enormemente para o
barateamento desta força de trabalho que aqui se localizava. A linha de ferro tem
importante parcela de contribuição na expansão da região.
Não obstante, vimos que tal expansão do setor industrial, acabou por produzir
poucas sinergias positivas na região, em termos de desenvolvimento econômico e
social da região. Tal fato comprova-se quando se vê um descolamento entre o
crescimento econômico do período e as condições de vida da população local, esta
acabou apenas servindo, concordando com a análise de Oliveira (2003), como
exército industrial de reserva, ou seja, como forma de baixar os custos de oferta da
força de trabalho permitindo maior acumulação de capital por parte dos detentores
dos meios de produção.
neste capítulo mostra que o crescimento econômico experimentado pela região nos
últimos anos, notadamente a década de 2000, foi absorvido de forma
completamente diversa entre estes municípios, exemplificando: Duque de Caxias foi
um dos municípios da região, e do país, que mais receberam investimentos tanto
públicos quanto privados, e isso se reflete no PIB per capta do município, um dos
mais altos do estado do Rio de Janeiro. Quando a análise pousa sobre a questão
social, a exclusão social ainda marca fortemente este município, e a violência reflete
este processo de tal modo que a cidade figura em primeiro lugar no ranking das
cidades mais violentas do estado do Rio de Janeiro, com 60,3 mortes por cada
grupo de cem mil habitantes.
A análise dos setores também foi feita neste capítulo 3 da tese, concluindo
que a região da Baixada Fluminense reproduz o comportamento das demais regiões
metropolitanas do país no sentido em que há grande peso do terciário e do setor
secundário. O setor primário é muito reduzido nas cidades da Baixada Fluminense e
com pouca representatividade na formação do produto, o que levou a alguns
municípios declararem seus territórios como totalmente urbanos.
Inovações Permanências
Construção de Habitações Populares Altos índices de Violência
Aumento da Renda Falta de tratamento do Esgoto
Investimentos em novos setores Sub-moradias
Ampliação do número de escolas e ensino
Exclusão Social
técnico e superior
Ampliação do mercado imobiliário Segregação espacial
Alta informalidade Econômica de serviços
informais.
.
152
REFERENCIAS.
ABREU, M. de. Evolução urbana do Rio de janeiro. Rio de Janeiro: IPLAN, 1997.
156p.
FURTADO, C. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Ed. Nacional, 1980. 17.
Ed.
LAGO, L. C. (Org.). Como Anda o Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Letra Capital
Editora, 2009, v. 1, p. 7-42.
LOBO, E L. Economia do Rio de Janeiro nos Séculos XVIII e XIX. In: Economia
Brasileira: uma visão Histórica. Rio de Janeiro: Campus, 1980.
155
OSÓRIO, M. Rio Nacional, Rio Local: mitos e visões da crise carioca e fluminense.
Rio de Janeiro: SENAC Rio, 2005.
SOUZA ALVES, José Cláudio. Dos Barões ao extermínio: uma história de violência
na Baixada Fluminense. Duque de Caxias, RJ: APPH, CLIO, 2003, 197 p.
ANEXOS
8. Deixo este espaço para, caso queira, colocar alguma questão que por ventura
não foi explicitada acima e que queira fazer menção .
R. Não, acho que já falei até demais. Agradeço a você por me permitir este
diálogo, esta reflexão, esta sensibilização sobre o tema. Abraço.
Já fiz muita coisa por aqui no âmbito político e social, já militei no PT e cheguei a
ser vice-presidente municipal, cheguei a disputar a presidência do PT, fui gestor de
juventude no PT, na Igreja católica, atuei em várias frentes, estudei Teologia
Pastoral.
173
Pois é, acredito que com a vinda do Lindbergh Farias pra Nova Iguaçu em 2003 e
com a sua eleição em 2004, a Cidade de Nova Iguaçu recebeu muitos olhares de
fora e entrou na mídia, a consequência disso foram os investimentos, isso em minha
opinião. Acho que descobriram que Nova Iguaçu não era apenas aos olhos de quem
vem de fora, uma cidade de pobres e de bandidos, enfim, é por aí...
Mas com toda a minha crítica, acredito que em alguma coisa a desigualdade
diminuiu, mas se os investimentos fruto das promessas política vierem mesmo aí sim
melhorará muito mais.
Mas não posso deixar de falar o meu velho discurso de que quem é pobre
continua e quem é rico está cada vez mais, o negócio do rico é o pobre.
Na minha opinião no início Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Itaguaí e agora vejo
que Queimados tem entrado no rol dos municípios que estão se aproveitando muito
bem da situação, mas lembro que crescimento não é tudo, é preciso desenvolver,
senão teremos cidade com riqueza e povo na pobreza.
Essa é uma questão fundamental e que precisa ser levada a sério, a minha
crítica pesada é que mesmo na época em que eu ocupava cargo no governo
municipal em Nova Iguaçu, havia muito planejamento e pouca ação, ou muita ação e
pouco planejamento se é que me entende, coisa da política.
175
Mas, precisamos sim de muito planejamento para que as políticas públicas sejam
concretizadas e que elas possam servir para a sociedade e não para que sejam
construídas elefantes brancos sem utilidade.
7. Há, algum tipo de política publica que passe por algum tipo de planejamento
regional?
Então Adrianno, hoje não estou mais trabalhando nessa área, mas vou voltar em
breve.
Acredito que houve sim uma grande diminuição, nós deixamos de ser um pouco
conhecida como Cidade Dormitório, muito investimentos por aqui abriram muitas
frentes de trabalho, a iniciativa popular trouxe uma universidade pública pra Nova
Iguaçu, a violência histórica na Baixada diminuiu e agora volta pelas questões
atuais, tais como as UPPs na Cidade do Rio e aí, acuados os bandidos vieram pra
Baixada.
9. Deixo este espaço para, caso queira, colocar alguma questão que por ventura
não foi explicitada acima e que queira fazer menção .
Nada mais a declarar, estou a disposição para ajudá-lo no que precisar, desculpe
a demora, mas a vida de um professor do ensino superior nas universidades
privadas não me deixa tempo e ainda duas crianças ... Mas graças a Deus estou
176
a. Mais de 90%.
Campus, visando incorporar toda a área federal no nosso entorno e definir uma
pauta de projetos de expansão de médio e longo prazo.
8. Deixo este espaço para, caso queira, colocar alguma questão que por ventura
não foi explicitada acima e que queira fazer menção
Valor
Construtora/Incorporado Unidades/Apartamentos/
Empreendimento Tipo Localização médio
ra casas
(R$)/m²
Rua Min. Lafaiete de
Ágora Nova Iguaçu Residencial Living Construtora 711 2.500,00
Andrade -Nova Iguaçu
Av. Getúlio Vargas,121 -
Metropolis Comercial MDL/Reality 210 e 5 lojas 10.270,00
Nova Iguaçu
Alto Nilópolis Rua João Moraes
Residencial MEGA18 Construtora 136 4.600,00
residências Cardoso, Nº 2 - Nilópolis
NovaNil
Aldeia do Porto Residencial Caonze – Nova Iguaçu Não foi NI
Empreendimentos
Av. Dr Mário Guimarães n° NovaNil
Vitaly Comercial 121 5.718,00
318 Centro – Nova Iguaçu Empreendimentos
Av. João de Moraes
San Matheus NovaNil
Residencial Cardoso -Centro – 60 4.500,00
Residence Empreendimentos
Nilopolis
San Marino Apart
Residencial Av. Dr Mário Guimarães n° NovaNil
Hotel/Mercure 156 6.763,00
(Apart-hotel) 520 – Nova Iguaçu Empreendimentos
Apartaments
Aquamarina – Nova NovaNil
Residencial Centro – Nova Iguaçu 80 7.000,00
Iguaçu Empreendimentos
Av. Dr Mário Guimarães n° NovaNil
Residencial Ilha Bela Residencial 40 NI
104 - Nova Iguaçu Empreendimentos
Rua Dr. Carvalhães -
Portal do Sol Residencial Tenda 1.000 2.000,00
Belford Roxo
Top Commerce Comercial Nova Iguaçu CHL 365 4.800,00
Rua Eustáquio de Azevedo
Vida Boa Caxias Residencial – Parque Santa Lúcia - CHL 483 NI
Duque de Caxias
Visione
Residências Castel Rua Alberto Soares, 74 –
Residencial Empreendimentos 32 6.000,00
del Monte Centro -Nova Iguaçu
Imobiliários
184
estado da
Federação: crédito presumido do
ICMS correspondente a 2% do valor
da transferência;
IV - quando se tratar de operações
internas de entrada dos produtos a
seguir relacionados, crédito
presumido do ICMS de 2% sobre o
valor de compra: alimentos
industrializados; produtos para
limpeza em geral; bebidas
alcoólicas quentes (conhaques,
aguardentes, vinhos, uísques,
vodcas, dentre outras); produtos
industrializados derivados do trigo
(biscoitos, pães, torradas, bolos,
dentre outras); balas, bombons,
chocolates e produtos correlatos;
produtos para higiene pessoal;
bazar; cosméticos.
I - As empresas enquadradas no
Pró-Emprego receberão
financiamento para o capital de giro
com recurso do Fundes. Esse
financiamento será de 100% do
valor do investimento a ser
Contribuir para a revitalização das
realizado em ativo fixo e/ou
indústrias que estejam passando por
saneamento financeiro da empresa.
situações econômicas, financeiras,
Lei 4.165 – Pró-Emprego gerenciais e tecnológicas adversas e
A liberação deste recurso será em
parcelas mensais equivalentes a
que se encontrem em situação de pré-
10% do incremento do faturamento.
insolvência.
Os
juros de tal financiamento serão de
6%;
II - Concessão de parcelamento de
até 60 meses do débito do ICMS da
empresa a ser revitalizada.
189
ANEXO J - Valor adicionado bruto por atividade econômica, Produto Interno Bruto, Produto Interno Bruto per capita e Impostos sobre
produtos, segundo as Regiões de Governo e municípios.
Estado do Rio de Janeiro - 2011
ANEXO K –
Fonte: CEPERJ
191