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Segundo dados da ANDA – Associação Nacional para difusão de adubos, o consumo nacional de
fertilizantes secundários (fosfatados, potássicos e nitrogenados) apresentou valor médio de
32,4MTPA de 2011 a 2018. Os dados apresentados no gráfico a seguir nos leva a pensar
claramente que há espaço para novos empreendimentos minerários dado o déficit de 23MTPA
de fertilizantes secundários que atualmente é suprido por importações.
Há, porém, sazonalidades de demanda ao longo do ano inerentes ao cultivo das culturas (quadro
1) e influências climáticas (como longos períodos de estiagem) que afetam diretamente a
demanda por fertilizantes. O maior consumo (60 – 65%) se dá no segundo semestre do ano de
setembro a dezembro
Os fertilizantes são
classificados quanto à
natureza da sua composição,
à quantidade de nutrientes
que o compõem e quanto ao
tipo de macronutriente
primário que o caracteriza.
Abaixo, quadro explicativo
sobre a produção dos
fertilizantes, desde a
extração das Matérias-
Quadro 1 – Calendário anual de plantio e colheita Primas Básicas:
(i) macronutrientes
primários: N(nitrogênio),
P(fósforo) e K(potássio), os
quais, quando misturados,
passam a ser também
conhecidos como fórmulas
NPK;
(ii) macronutrientes
secundários: Cálcio(Ca),
Magnésio(Mg) e Enxofre(S);
e (iii) micronutrientes: Boro
(B), Cloro (Cl), Cobre(Cu),
Ferro(Fe), Manganês(Mn),
Molibdênio (Mo), Zinco (Zn),
Cobalto (Co), Silício (Si) e
outros elementos que a
pesquisa científica vier a
Quadro 2 – Fertilizantes tipo NPK
definir.
No que diz respeito aos macronutrientes P e K, os mesmos são obtidos a partir da indústria
mineral. O fosforo é obtido predominantemente do mineral minério apatita que contem de 5 a
15% de P2O5. A apatita é
utilizada na fabricação de
ácido fosfórico e sua cadeia,
superfosfato simples (SSP) e
superfosfato triplo (TSP). O
enxofre necessário à
produção do ácido sulfúrico
é 100% importado.
Os fertilizantes mais
consumidos atualmente são
o SSP seguido do DAP
(fosfato di-amônio),
conforme gráfico 2.
Gráfico 2 – Evolução da produção de fertilizantes de 2005 a 2014. Fonte Sinprifert
Uma dosagem maior que o necessário, além de gerar um gasto inútil de reagente, gera-se uma
mistura final com muito ácido fosfórico livre e portanto higroscópica e com tendência de formar
grumos ( reação 2). No entanto, caso o objetivo seja a obtenção de ácido fosfórico para produção
de superfosfato triplo (TSP), MAP e DAP, deve-se adicionar ácido suficiente para deslocar o
equilíbrio da reação para a direita.
A etapa de cura corresponde ao período em que o produto, ainda contendo ácido livre e fosfatos
para serem solubilizados, permanece em pilhas para atingir o máximo de solubilização. Para
auxiliar no processo de cura o produto é revolvido com equipamentos de manuseio. Após este
período, o produto é beneficiado para a preparação de produtos farelados ou granulados.
Além do SSP há outros tipos de fertilizantes fosfatados de baixa concentração obtidos por rota
sulfúrica conforme tabela 1
A principal vantagem dos fertilizantes fosfatados de baixa concentração obtidos por rota sulfúrica
é que além do fósforo, há também cálcio, enxofre e eventualmente nitrogênio e magnésio.
Notadamente a presença de enxofre é um dos principais fatores para a obtenção de elevado
índice de eficiência agronômica (IEA) desses fertilizantes, tendo em vista que a grande maioria
dos solos brasileiros (ao contrário dos solos no hemisfério norte), principalmente os localizados
na região dos cerrados, apresenta deficiência desse nutriente. Estima-se que 70% dos solos
brasileiros respondam positivamente a adubação com fertilizantes que contenham enxofre.
Para a produção dos produto MAP e DAP o custo de produção é maior uma vez que há maior
consumo de S(s) para a geração de ácido sulfúrico a fim de que todo o ânion fosfato presente na
apatita seja transformado em ácido fosfórico. Soma-se a isso o custo da produção de amoníaco
e a geração do gesso ou fosfogesso como resíduo do processo de produção.
A maioria das empresas mineradoras não produz suas próprias formulações de fertilizantes NPK,
sendo atendidas por cerca de cento e onze unidades, de um elenco de misturadoras importantes
e conhecidas em todo o país, como as marcas MANAH, IAP, CARGILL, SOLO RICO, OURO VERDE,
SERRANA, SOMAFERTIL, FERTISUL, entre outras tantas em 13 (treze) Estados da Federação. As
misturadoras estão organizadas na AMA (Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil).
Certamente que o valor de venda do fertilizante nacional para as mineradoras é definido pelo
valor do fertilizante importado que hoje corresponde a quase 80% da demanda nacional.
Alexandra Reis