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CONSTRUÇÃO DE

CONCRETO ARMADO

Aula 02

Profª. Eng. MSc. Samara Pimentel Pereira


Engenharia Civil – 9º Período
28 de fevereiro/2019
12. Cálculo de Pilares
12.9 – Excentricidades Excentricidade 1ª ordem

A excentricidade de 1ª ordem (e1) é devida à


possibilidade de ocorrência de momentos
fletores externos solicitantes, que podem
ocorrer ao longo do comprimento do pilar,
ou devido ao ponto teórico de aplicação da
força normal não estar localizado no centro
de gravidade da seção transversal, ou seja,
existência da excentricidade inicial a.
12. Cálculo de Pilares
12.9 – Excentricidades Excentricidade 1ª ordem

 Excentricidade Inicial das vigas em relação ao eixo do pilar - ei)

Nas figuras b, c e d uma ou


mais vigas têm o eixo
excêntrico ao eixo do pilar. No
entanto, a NBR 6118 diz que
elementos comprimidos
podem ser analisados como
barra isolada, onde se aplicam
os esforços do cálculo da
estrutura não deformada
(1ª ordem).
12. Cálculo de Pilares
12.9 – Excentricidades Excentricidade Acidental
“No caso do dimensionamento ou verificação de um lance
de pilar, dever ser considerado o efeito do desaprumo ou
da falta de retilinidade do eixo do pilar [...]. Admite-se que,
nos casos usuais de estruturas reticuladas, a consideração
apenas da falta de retilinidade ao longo do lance de pilar
seja suficiente.” (NBR 6118, 11.3.3.4.2).
12. Cálculo de Pilares
12.9 – Excentricidades Excentricidade Acidental

 Excentricidade dada pelas imperfeições geométricas - ea

De acordo com a NBR 6118:2014, os efeitos das imperfeições locais nos


pilares pode ser substituído, em estruturas reticuladas, pela consideração do
momento mínimo de 1ª ordem dado a seguir:

M1d,min = Nd (0,015 +0,03h) h = altura total da seção transversal na direção da


excentricidade considerada [metros].
Ao valor M1d,min devem ser acrescidos os momentos fletores de 2ª ordem,
admitindo-se que, mesmo com a estrutura descarregada, a força Nd possa ser
afetada pela excentricidade mínima de 1ª ordem:

e1min = 1,5cm + 0,03h ≥ ea


12. Cálculo de Pilares
12.9 – Excentricidades Excentricidade Acidental

 Excentricidade dada pelas imperfeições geométricas - ea

Seja o pilar ao lado, de seção b = 20cm


e h = 60cm, as excentricidades mínimas
de 1ª ordem nas duas direções
principais são, respectivamente:

e1min,b = 1,5cm + 0,03.20 = 2,1 cm


e1min,h = 1,5cm + 0,03.60 = 3,3 cm
12. Cálculo de Pilares
12.9 – Excentricidades Excentricidade de 2ª Ordem

A consideração dos efeitos de 2ª ordem é obrigatória em pilares de esbeltez


elevada.

Conforme a NBR 6118 (15.8.2),


“Os esforços locais de 2ª ordem em elementos
isolados podem ser desprezados quando o índice
de esbeltez for menor que o valor-limite λ1 [...].”
12. Cálculo de Pilares
12.9 – Excentricidades Excentricidade de 2ª Ordem
12. Cálculo de Pilares
12.9 – Excentricidades Excentricidade de 2ª Ordem
12. Cálculo de Pilares

12.9 – Excentricidades Excentricidade de 2ª Ordem

Na análise com a configuração deformada, as excentricidades de 2ª ordem


somam-se às de 1 ª ordem, ampliando os deslocamentos da configuração não
deformada, caracterizando-se, então, a análise não linear da estrutura.

 Não linearidade física: proveniente das características dos materiais


constituintes, em especial por mudanças nas propriedades do concreto
ao longo do tempo – deformações por temperatura, retração e fluência -
, de alterações do módulo de elasticidade e do momento de inércia da
seção transversal pós-fissuração e pelo escoamento do aço.
12. Cálculo de Pilares

12.9 – Excentricidades Excentricidade de 2ª Ordem

Na análise com a configuração deformada, as excentricidades de 2ª ordem


somam-se às de 1 ª ordem, ampliando os deslocamentos da configuração não
deformada, caracterizando-se, então, a análise não linear da estrutura.

 Não linearidade geométrica:


ocasionada pela alteração da
geometria inicial da estrutura,
produzindo alterações nos esforços
internos, em geral, acréscimos.
12. Cálculo de Pilares

12.9 – Excentricidades Excentricidade de 2ª Ordem

Para fins de cálculo, as não linearidades de estruturas de concreto armado


são analisadas de forma aproximada ou refinada, como resumo o quadro:
12. Cálculo de Pilares
12.10 – Determinação dos Efeitos de 2ª Ordem.

A NBR 6118 em seu item 15.8.3.3 cita quatro métodos aproximados para o
cálculo dos efeitos de 2ª ordem, são eles:

a. método do pilar-padrão com curvatura aproximada;


b. método do pilar-padrão com rigidez k aproximada;
c. método do pilar-padrão acoplado a diagramas M, N, 1/r;
d. método do pilar-padrão para pilares de seção retangular submetidos à
flexão composta oblíqua.
12. Cálculo de Pilares
12.10 – Determinação dos Efeitos de 2ª Ordem.
O método do pilar-padrão com curvatura aproximada, pode ser empregado
no dimensionamento de pilares com λ ˂ 90, seção constante e armadura
simétrica. Neste método a não linearidade geométrica é considerada de
forma aproximada, e a não linearidade física é considerada através de uma
expressão aproximada da curvatura. O momento máximo no pilar é calculado
pela expressão:

[m]
12. Cálculo de Pilares
12.11 – Roteiro de Cálculo Pilares Intermediários

No pilar intermediário, devido à continuidade das vigas e lajes sobre o pilar,


tem-se que os momentos fletores de 1a ordem são nulos em ambas as
direções do pilar (MA = MB = 0), portanto, e1 = 0.

I. Esforços Solicitantes:
A força normal de cálculo pode ser determinada como Nd = γn . γf . Nk

II. Índice de Esbeltez:


12. Cálculo de Pilares
12.11 – Roteiro de Cálculo Pilares Intermediários

No pilar intermediário, devido à continuidade das vigas e lajes sobre o pilar,


tem-se que os momentos fletores de 1a ordem são nulos em ambas as
direções do pilar (MA = MB = 0), portanto, e1 = 0.

III. Calcular o momento fletor mínimo:


[h em cm]

IV. Calcular a esbeltez limite:


12. Cálculo de Pilares
12.11 – Roteiro de Cálculo Pilares Intermediários

No pilar intermediário, devido à continuidade das vigas e lajes sobre o pilar,


tem-se que os momentos fletores de 1a ordem são nulos em ambas as
direções do pilar (MA = MB = 0), portanto, e1 = 0.

III. Calcular o momento de 2ª ordem (se aplicável) e determinar Md,tot:


12. Cálculo de Pilares
12.11 – Roteiro de Cálculo
- Armadura longitudinal de pilares

A obtenção da armadura longitudinal pode ser realizada através de ábacos de


interação, onde estes ábacos fornecem a taxa de armadura ρ (%) em função
das dimensões da seção, da distribuição das barras longitudinais e dos
esforços atuante, representados pelos coeficientes adimensionais νd e μd.

Os cálculos do coeficiente μd para utilização dos ábacos e da área de aço, em


função do coeficiente ρ extraído do ábaco, são dados, respectivamente por:

As = ρ (%) x Ac
12. Cálculo de Pilares
12.12 – Prescrições da NBR 6118 quanto à seção
Os pilares com seção transversal retangular são diferenciados dos pilares-
parede em função da relação entre os lados, conforme a regra:
12. Cálculo de Pilares
12.12 – Prescrições da NBR 6118 quanto à seção

“A seção transversal dos pilares, qualquer que seja a sua forma, não pode
apresentar dimensão menor que 19 cm.”
“Em casos especiais, permite-se a consideração de dimensões entre 19 cm e
14 cm, desde que se multipliquem os esforços solicitantes de cálculo a serem
considerados no dimensionamento por um coeficiente γn, de acordo com a
tabela 13.1 da Norma. Em qualquer caso, não se permite pilar com seção
transversal de área inferior a 360 cm² ”. NBR 6118 (item 13.2.3)

b = menor dimensão da seção transversal


1,0 ≤ γn = 1,95 – 0,05b ≤ 1,25 do pilar, em cm.
12. Cálculo de Pilares
12.12 – Prescrições da NBR 6118 quanto à seção

- Armadura longitudinal de pilares

 O espaçamento mínimo livre entre as faces das barras longitudinais


medido no plano da seção transversal, fora da região de emendas, deve
ser igual ou superior ao maior dos seguintes:
- 20 mm; diâmetro da barra.
- 1,2 . Dmáx
 O espaçamento máximo entre eixos de barras ou centros deve ser menor
ou igual a duas vezes a menor dimensão da seção no trecho considerado,
sem exceder 400mm.
12. Cálculo de Pilares
12.12 – Prescrições da NBR 6118 quanto à seção
- Armadura longitudinal de pilares

O diâmetro das barras longitudinais de pilares não deve ser inferior a 10 mm,
nem superior a b/8 da menor dimensão da seção.

10 mm ≤ φ ≤ b/8

A taxa mínima e máxima, respectivamente, de armadura longitudinal de


pilares, referida à área da seção transversal, deve observar as expressões
abaixo:

As,máx = 8,0%.Ac
12. Cálculo de Pilares
12.12 – Prescrições da NBR 6118 quanto à seção
- Armadura transversal de pilares

A armadura transversal dos pilares, geralmente constituída por estribos, deve


ser colocada em toda altura do pilar, sendo obrigatória sua colocação na
região de cruzamento com vigas e lajes.

 O diâmetro dos estribos nos pilares não deve ser inferior ao maior dos
seguintes valores, bem como o espaçamento dos estribos deve ser o
menor dos seguintes valores, respectivamente:

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