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Departamento de Matemática
Unidade de Ensino de Álgebra e
Análise
(7,0 val.) 1. Seja f : [0, +∞[ → R uma função contínua definida por
π
Como f é contínua, f (0) = lim arctan(ln x) + 3x = lim arctan(y) + 0 = − .
x→0 + y→−∞ 2
f (x)
(d) Calcule lim e determine se f tem assíntotas.
x→+∞ x
(e) Mostre que f é uma função côncava em ]0, +∞[ e esboce o seu gráfico.
f 00 (c)
f (1, 2) = 3,8 + R1 (1, 2) = 3,8 + (0,2)2
2
(1+ln c) 2
para algum c ∈]1, 1,2[. Temos f 00 (c) = − c2 (1+ln 2
(c))2
< 0, logo f (1,2) < 3,8. Por
outro lado, como c > 1,
(1 + ln c)2
< (1 + ln c)2 < (1,2)2
c2 (1 + ln2 (c))2
(1,2)2
usando ln(c) < ln(1,2) < 0,2. Logo f 00 (c) > −(1,2)2 e f (1,2) > 3,8 − 2
2 (0,2) .
(1,5 val.) 2. Dada uma função limitada f : R → R e um ponto a ∈ R, seja g : ]0, +∞[ → R definida
por
g(x) = sup f (t)
t∈[a−x,a+x]
(b) Mostre que, se f é contínua em a, então lim f (x) = lim g(x). Sugestão: use a
x→a x→0+
definição de limite de f .
Temos a provar que lim g(x) = lim f (x) = f (a) (dado que f é contínua em a).
x→0+ x→a
Note-se que g(x) ≥ f (a), para qualquer x > 0 (dado que a ∈ [a − x, a + x], ∀x > 0)
e temos
!
|g(x) − f (a)| = g(x) − f (a) = sup f (t) − f (a) = sup (f (t) − f (a)).
t∈[a−x,a+x] t∈[a−x,a+x]
2
Como f é contínua em a, dado ε > 0 qualquer, existe δ > 0 tal que se
Conclui-se que
(5,5 val.) 3. (a) Determine uma primitiva de cada uma das seguintes funções:
√
x2 +sin(2x) 4 ln(1 − x) 2− x−3
(i) e (x+cos(2x)), (ii) , (iii) √ , t2 = x−3.
(x + 3)2 (x + 6) x − 3
Z
2 +sin(2x) 1 2
(i) ex (x + cos(2x))dx = ex +sin(2x) .
2
0 4 4
(ii) Por partes, v = (x+3)2 ⇒ v = − x+3 e u = ln(1 − x) ⇒ u0 = − 1−x
1
= 1
x−1 ,
4 ln(1 − x) 4 ln(1 − x)
Z Z
4
2
dx = − + dx = (∗)
(x + 3) x+3 (x − 1)(x + 3)
4 A B
Escrevendo = + , temos A(x + 3) + B(x − 1) = 4, donde
(x − 1)(x + 3) x−1 x+3
sai que A = −B = 1, logo
4 ln(1 − x) 4 ln(1 − x)
Z
1 1
(∗) = − + − dx = − + ln |x − 1| − ln |x + 3|.
x+3 x−1 x+3 x+3
√ dx
(iii) Fazendo t2 = x − 3, t > 0, temos t = x − 3 ⇔ x = t2 + 3, dt = 2t, logo
√
2− x−3 2−t
Z Z Z Z
4 2t
√ dx = 2
2tdt = 2
dt − 2
dt
(x + 6) x − 3 (t + 9)t t +9 t +9
Z
4 1 4
= 2
dt − ln(t2 + 9) = arctan(t/3) − ln(t2 + 9)
9 (t/3) + 1 3
4 √
= arctan( x − 3/3) − ln(x + 6).
3
4y ln(1 − x)
(b) Resolva o problema de valor inicial y 0 = , y(0) = 4.
(x + 3)2
3
Para y 6= 0, temos
y0 4 ln(1 − x) 4 ln(1 − x)
Z Z
dy
= ⇒ = dx, para x < 1, x 6= −3.
y (x + 3)2 y (x + 3)2
De (a)(ii), em ] − 3, 1[ temos
4 ln(1 − x)
ln |y(x)| = − + ln(1 − x) − ln(x + 3) + C
x+3
com C ∈ R, logo
4 ln(1−x) 1−x
y(x) = Ae− x+3 ·
x+3
para algum A = ±eC ∈ R \ {0}. De y(0) = Ae0 31 = 4 vem A = 12, logo y(x) =
4 ln(1−x)
12e− x+3 · 1−x
x+3 , x ∈] − 3, 1[.
(1,5 val.) 4. Seja f : R → R uma função com derivadas de todas as ordens tal que f (n) (0) = f (n) (1) =
0, para qualquer n = 0, 1, 2..., e seja k 6= 0. Prove por indução matemática que, para
qualquer n ∈ N0 , Z 1
(−1)n 1 kx (n)
Z
kx
e f (x)dx = e f (x)dx.
0 kn 0
Para n = 0:
1 1
(−1)0
Z Z
kx (0)
e f (x)dx = ekx f (x)dx.
k0 0 0
1 1
(−1)n
Z Z
Hipótese de indução: ekx f (x)dx = ekx f (n) (x)dx, para dado n ∈ N0 .
0 kn 0
1 1
(−1)n+1
Z Z
A provar: ekx f (x)dx = ekx f (n+1) (x)dx.
0 k n+1 0
Por hipótese,
1 1
(−1)n
Z Z
kx
e f (x)dx = ekx f (n) (x)dx
0 kn 0
Integrando por partes, com u(x) = f (n) (x) ⇒ u0 (x) = f (n+1) (x), v 0 = ekx ⇒ v = k1 ekx ,
temos
Z 1 1
1 1 kx (n+1) 1 1 kx (n+1)
Z Z
1 kx (n)
ekx f (n) (x)dx = e f (x) − e f (x)dx = − e f (x)dx.
0 k 0 k 0 k 0
4
(1,5 val.) 5. Seja f : R → R uma função contínua e F : R \ {1} → R dada por
Z x2 +1
1
F (x) = f (t)dt.
(x − 1)2 2x
Z 1
0
Determine a derivada de F e justifique que F (0) + 2f (0) = 2 f (t)dt.
0
Da derivada do produto,
Z x2 +1
2 1
F 0 (x) = − f (t)dt + (2xf (x2 + 1) − 2f (2x)).
(x − 1)3 2x (x − 1)2
R1 R1
Logo, F 0 (0) = 2 0 f (t)dt + 1(0 − 2f (0)) ⇔ F 0 (0) + 2f (0) = 2 0 f (t)dt.
(3,0 val.) 6. (a) Estude a natureza das seguintes séries, indicando se são divergentes, absolutamente
convergentes ou simplesmente convergentes:
∞ √ +∞
X 2n n + 1 X (n!)2
(i) (−1)n 3 √ (ii) .
n ( n + 4) (2n + 1)!
n=1 n=1
∞ √
X 2n n + 1
(i) É uma série alternada. A série dos módulos é dada por √ . Vamos
n=1
n3 ( n + 4)
∞
X 1
comparar com que é uma série de Dirichlet convergente, por ser da forma
n2
P 1 n=1
np , com p = 2 > 1. Temos
√
2n√n+1 √ 1
2 + n√
n3 ( n+4) 2n3 n + n2 n
lim 1 = lim 3 √ = lim 4 = 2 6= 0, ∞.
n2
n ( n + 4) 1 + √n
5
∞
X
(b) Considere a seguinte série de potências π 2−n (1 − x)n . Determine o intervalo
n=1
de R onde a convergencia da série é absoluta e determine a soma da série nesse
intervalo.
Temos
∞ ∞ n
X
2−n n
X
2 1−x
π (1 − x) = π
π
n=1 n=1