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do im pér io do bras il

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A província

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j o s é e d s o n s ch ü m ann lim a
(org ani z a d o r )

fluminense
administração provincial
no tempo do império
do brasil

r io de ja n eiro 2 0 1 2

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©2012 by Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro

governador do estado do rio de janeiro


Sérgio Cabral

secretário de estado chefe da casa civil


Régis Fichtner

diretor-presidente da imprensa oficial


do estado do rio de janeiro
Haroldo Zager Faria Tinoco

diretor-geral do arquivo público


do estado do rio de janeiro - aperj
Paulo Knauss

copidesque
Lítero Traduções

projeto gráfico
Elen Ribera

tratamento de imagem
Fernando Ebert

ficha catalográfica

P969
A Província fluminense : administração provincial no tempo do Império do
Brasil / José Edson Schümann Lima (organizador). Rio de Janeiro : Arquivo
Público do Estado do Rio de Janeiro, 2012.
352 p. : il.

ISBN: 978-85-85707-20-0

1. História administrativa - Rio de Janeiro (Estado) - Séc. xix. i. Arquivo


Público do Estado do Rio de Janeiro.
cdd 352.08153

Todos os direitos desta edição reservados


ao Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro - aperj
Praia de Botafogo, 480 - Botafogo
Rio de Janeiro, rj cep 22250-040
Telefone: (21) 2332-1434 aperj@aperj.rj.gov.br

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organização
José Edson Schümann Lima

pesquisa
Anderson Fabrício Moreira Mendes
André Luiz Vieira de Campos
Cesar Teixeira Honorato
Charleston Assis
Cláudia Calmon
Dilma Fátima Avellar Cabral
Gabriel Mourão
José Edson Schümann Lima
Leila Menezes Duarte
Márcia de Almeida Gonçalves
Marcos José Chaves
Margareth da Silva
Mariana Lambert Passos Rocha
Maritza Portela
Nataraj Trinta
Rogério S. Bento

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sumário
apresentação 9
introdução 15
parte 1
capítulo 1 - poderes provinciais 31
1.1 - Presidência da Província 34

1.2 - Assembleia Legislativa Provincial 40

1.3 - Câmaras Municipais 47

1.4 - Guarda Nacional 58

capítulo 2 - secretaria da presidência


da província 67
2.1 - 1ª seção – gerência geral 70

2.2 - 2ª seção – economia 71

2.2.1- Agricultura, indústria, comércio e navegação 71

2.2.2- Escravidão e africanos livres 73

2.2.3- Colonização 79
2.2.3.1- Comissão Central Diretora da Colonização 80
2.2.3.2- Inspetoria Provincial de Imigração 86

2.2.4- Terras Públicas 87


2.2.4.1- Repartição Especial das Terras Públicas da Província 88

2.2.5- Correios e Telégrafos 92

2.3- 3ª seção – segurança pública 93

2.3.1- Administração Provincial da Justiça 94

2.3.2- Força Pública da Província 104

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2.3.2.1- Secretaria da Polícia 115
2.3.2.2- Casa de Detenção de Niterói 117

2.3.3- Catequese e colonização dos índios 118

2.4- 4ª seção – planejamento e sociedade 125

2.4.1- Higiene e Saúde Pública 126


2.4.1.1- Instituto Vacínico 127

2.4.2- Negócios Eclesiásticos e culto católico ou não 132

2.4.3- Socorros Públicos, Irmandades e estabelecimentos de


beneficência e caridade 134

2.4.4- Geografia e Estatística 138


2.4.4.1- Arquivo Estatístico 139

capítulo 3 - diretorias 143


3.1- Diretoria da Instrução 145

3.2- Diretoria da Fazenda 154

3.3- Diretoria das Obras Públicas 161

parte 11
órgãos e cargos da administração provincial 173

organogramas 271
presidentes de província 295
cronologia 309
fontes 327
bibliografia 343
índice de órgãos e cargos 349

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lista de ilustrações (detalhes):

capa: Mapa 43- Autor desconhecido. Projeto de um canal


entre Itaipu-Açu e Cabo Frio. Data Século XIX. Dimensão
61x 26 cm; Escala Léguas. Fundo presidência da Província.
Acervo Arquivo Público do Rio de Janeiro.

P. 14: APERJ. Fundo presidência da Província, mapoteca,


notação 4.

P. 28: APERJ. Fundo presidência da Província, notação 32,


folha 88.

P. 170: Mapa 51- COSTA, Antônio Roiz da (Engenheiro


Chefe). Plano para construção de igrejas matrizes nas
freguesias do 2 ° distrito de obras públicas da Província do
Rio de Janeiro. Sem data. Dimensão desenho: 87 x 37 cm;
Escala: 90 Palmos. Fundo presidência da Província. Acervo
Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro.

P. 270: Mapa 75- CRUZ, A. dos S. (Engenheiro Militar).


Projeto de uma ponte sobre o rio Pavuna na povoação deste
nome pelo Arquivo de Obras Públicas. Data 02/03/1889.
Dimensão: 46.5 x 63 cm. Fundo presidência da Província.
Acervo arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro.

P. 294: Mapa 63- CORDOVILLE, A. de. Igreja da aldeia de


São Pedro em Cabo Frio; Matriz (Igreja) de Macabu. Data
Século XIX. Dimensão: 84 x 64 cm Escala: 1:100 m. Fundo
presidência da Província. Acervo Arquivo Público do Estado
do Rio de Janeiro.

P. 308: Mapa 77- RODRIGUES, Manoel Estanislau de


Castro (Tenente Coronel Chefe do 4° Distrito). Projeto de
um cemitério para a Vila de Capivari. Data 1852. Dimensão
42 x 58cm. Sem informação de escala. Fundo presidência
da Província. Acervo Arquivo Público do Estado do Rio de
Janeiro.

P. 342: Mapa 41- COMISSÃO DA CARTA


COROGRÁFICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
Planta topográfico dos estudos da fronteira do Estado
de Minas Gerais. Data 19/05/1843. Dimensão: Mapa
Manuscrito: 34 x 47 cm. Escala: 1:500.000. Fundo
presidência da Província. Acervo Arquivo Público do Estado
do Rio de Janeiro.

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apresentação

A história da Província do Rio de Janeiro no século xix, no contex-


to do Império do Brasil, constitui o objeto de estudo deste livro, tendo
como foco a história da administração provincial. A partir da Indepen-
dência, a província constituiu-se como unidade política da construção
do estado nacional no Brasil. A velha província fluminense sucedeu, as-
sim, a antiga capitania dos tempos coloniais e antecedeu o antigo estado
do Rio de Janeiro. Paradoxalmente, a província fluminense afirmou-se
com a separação da cidade do Rio de Janeiro, concretizada em 1834,
para se transformar num capítulo importante da história do atual esta-
do do Rio de Janeiro, instaurado em 1975, pela fusão da antiga unidade
federativa fluminense com a cidade do Rio de Janeiro.
O imaginário político fluminense ainda é muito caracterizado
pelas representações da era de ouro da velha província que marca

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a história do estado do Rio de Janeiro.1 Não se pode negar que o
século xix é um período de crescimento da economia regional, espe-
cialmente a partir das culturas da cana e do café, e que serviu de base
para a expansão de vários centros urbanos regionais, conectados pela
expansão da ferrovia. No século xix, a província fluminense foi um
dos centros econômicos mais pujantes da economia do Império do
Brasil. Suas fazendas e casas senhoriais, ainda hoje, caracterizam o
lado faustoso da vida fluminense, povoada ainda pelas referências
aristocráticas que acompanhavam a importância política dos atores
sociais que se destacavam no cenário nacional. O dinamismo social
do tempo da velha província fixou-se no imaginário e no discur-
so político regional por oposição ao processo de perda de posição
política, decadência e esvaziamento econômico de outras épocas
subsequentes e face ao desenvolvimento de outros centros regionais
brasileiros. Contudo, não se pode deixar de lembrar que a base da
riqueza da velha província foi o latifúndio e a escravidão, fazendo
dessa fase da história fluminense também um período de desigual-
dades e injustiças sociais que não se encaixam bem no contexto da
época de ouro.
De todo modo, aprofundar-se na história da província flumi-
nense serve também de pretexto para abordar a história do Brasil
de um ponto de vista diferente ao enfatizar a afirmação do estado
nacional a partir de sua construção regional. O estado imperial é
tema constante da historiografia brasileira, que encontra, porém,
dificuldade em tratar a dimensão provincial diante da insistência na
marca centralizadora do Império. Essa tendência tem sido revertida
em alguma medida na produção historiográfica mais recente, que
busca salientar que o tempo do Brasil imperial foi marcado tam-
bém pela questão regional e que a política na esfera provincial era
decisiva para a dinâmica da política nacional.2 Assim, este livro traz

1
Sobre esse tema, veja-se: FERREIRA, Marieta de Moraes. Em busca da Idade do
Ouro. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1994.
2
Veja-se, por exemplo: DOHLNIKOFF, Miriam. O pacto imperial; origens do

a província fluminense

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mais uma contribuição original nessa direção ao apresentar as bases
da administração provincial no tempo do Império do Brasil. Entre
1834 e 1889, o que se constata é que o aparelho estatal provincial
foi estendendo sua atuação, aprofundando sua capacidade de inter-
venção social e definindo como estado e sociedade se entrelaçavam
no contexto da ordem imperial do Brasil do século xix.
A história administrativa, que ora se apresenta, foi concebida em
três etapas, sendo a primeira desenvolvida entre os anos de 1985 e
1986, outra de 2004 a 2006, e retomada em 2010 para sua conclu-
são. O trabalho começou a ser feito no Arquivo Público do Estado
do Rio de Janeiro como parte de um projeto maior de identificação
dos conjuntos documentais produzidos pelo Poder Executivo es-
tadual, objetivando o seu arranjo e descrição. Nos anos seguintes,
acompanhou mais especificamente a meta de completar o trata-
mento técnico-arquivístico do fundo da presidência da Província. A
pesquisa foi desenvolvida inicialmente no âmbito das atividades da
extinta Divisão de Pesquisa por equipe coordenada por André Luiz
Vieira de Campos, depois por Leila Menezes Duarte e finalizada
pela equipe da Divisão de Documentos Permanentes, sob a coorde-
nação de José Edson Schumann Lima. O longo período em que a
pesquisa se desenvolveu, com suas interrupções, implicou também
lidar com transformações significativas na própria organização do
trabalho. Assim, a primeira parte realizada nos anos de 1980, que
resultou na relação de cargos e órgãos, com base na pesquisa da
legislação, e que compõe a segunda parte deste livro, circulou por
anos em fotocópia de fichas originalmente datilografadas, para ape-
nas recentemente ser transposta para meio eletrônico no seu proces-
so de revisão e complementação. Do mesmo modo, considerando
o seu formato, os organogramas preparados a partir de 2004, ela-

federalismo no Brasil. São Paulo, Globo, 2005. Especificamente sobre a política


provincial fluminense a partir do estudo da ação e dos debates realizados no âmbi-
to da Assembleia Provincial, veja-se: GOUVÊA, Maria de Fátima. O império das
províncias: Rio de Janeiro, 1822-1889. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2008.

apresentação

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borados no contexto de pesquisa sobre a história de cada órgão da
administração provincial, também tiveram de ser refeitos no proces-
so de revisão final do trabalho. A pesquisa foi concluída em 2010,
seguindo a metodologia da segunda etapa, completando a pesquisa
com base na bibliografia, nos documentos do próprio fundo e dos
relatórios dos Presidentes de Província.
Esta pesquisa favoreceu-se, ainda, de outras experiências realiza-
das no Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro no campo da
história administrativa. A continuidade do trabalho nesse campo
traduz o compromisso em afirmar procedimentos técnicos qualifi-
cados na instituição arquivística estadual de referência. Desse modo,
a história administrativa da província fluminense integra um esforço
permanente de pesquisa realizado no Arquivo Público do Estado do
Rio de Janeiro para apoiar o tratamento arquivístico, mas igualmen-
te para desenvolver instrumentos de apoio à pesquisa e contribuir
para a renovação historiográfica.
É preciso registrar, ainda, que ao longo do tempo, o trabalho
contou com o apoio da Fundação Carlos Chagas de Amparo à
Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro - faperj, e de bolsistas da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - uerj, por meio da
Comissão Luso-Brasileira para Salvaguarda e Divulgação do Patri-
mônio Documental - coluso. Além disso, na fase final, foi decisivo
o patrocínio da Petrobras, por meio da Lei Federal de Incentivo à
Cultura, para o tratamento da documentação da presidência da
Província, assim como o apoio da Imprensa Oficial para sua publi-
cação. Motivação igualmente importante foi o processo de tomba-
mento do fundo documental da presidência da Província por parte
do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural - inepac, que reco-
nhece a importância desse acervo do Arquivo Público do Estado do
Rio de Janeiro para a memória fluminense.
Por fim, com a publicação deste livro, o Arquivo Público do
Estado do Rio de Janeiro marca a celebração dos 80 anos dessa ins-
tituição estadual criada em 1931 e com uma história institucional
marcada por diferentes fases e contextos. A importância desta obra
também constitui um momento de afirmação institucional impor-

a província fluminense

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tante do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro e certamente
serve como anúncio de um horizonte promissor e preparado para
enfrentar os desafios dos arquivos no mundo contemporâneo.

Paulo Knauss
Diretor-Geral do Arquivo Público
do Estado do Rio de Janeiro

apresentação

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introdução

No Brasil recente, a ampliação da função dos arquivos como


órgãos de apoio à administração pública e como instituições respon-
sáveis pela gestão documental, tal como previsto na Constituição de
1988 e reforçado na Lei Federal de Arquivos (Lei nº 8.159, de 8 de
janeiro de 1991), relaciona-se com a afirmação do direito à informa-
ção como uma das dimensões definidoras da cidadania no país.1 A
redefinição do papel dos arquivos na sociedade implicou a renovação
e a valorização do seu trabalho técnico, buscando relacionar todos os
ciclos de vida dos documentos. Por outro lado, as reorientações da

1
Ver: BRASIL, Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991. Disponível em www.arqui-
vonacional.gov.br. Acesso em 10 de julho de 2008. 14:30:30.

15

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historiografia contemporânea e a renovação do olhar sobre as fon-
tes tradicionais aumentaram o leque de documentos utilizados na
pesquisa histórica, obrigando os arquivos a dar atenção a conjuntos
documentais de natureza diversificada, produzindo instrumentos de
pesquisa que traduzissem um aprofundamento dos padrões de des-
crição arquivística da informação. Nesse sentido, como corolário do
principio de proveniência, chave da arquivologia contemporânea, a
história administrativa dos órgãos onde se originou a documenta-
ção permanente ou de caráter histórico foi enfatizada, fazendo com
que os profissionais de arquivos e os historiadores se voltassem com
maior interesse para este campo da história.
O fundo considerado como conjunto de documentos pro-
duzidos e acumulados por um órgão, instituição pública ou en-
tidade privada em decorrência das suas competências, funções
e atividades, precisa ser contextualizado de modo a se eviden-
ciar por que os documentos foram gerados, evidenciando sua
natureza. Essa dimensão histórica dos agentes da produção de
documentos equivale à biografia para a organização de um ar-
quivo pessoal, pois é a partir dela que se compreende a lógica
de acumulação de uma coleção de documentos pessoais. Assim,
as próprias normas de descrição arquivística têm destacado a
história administrativa. A Norma Brasileira de Descrição Arqui-
vística (nobrade) reserva um campo para a história adminis-
trativa e biografia, dentro do ponto dois, referente à área de
contextualização.2 Além disso, nos últimos anos, duas outras
normas internacionais de descrição foram lançadas pelo Con-
selho Internacional de Arquivo: a Norma Internacional de Re-
gistro de Autoridade Arquivística para entidades coletivas, pessoas
e famílias, conhecida pela sua sigla em inglês isaar, e a Nor-
ma Internacional para Descrição de Função, conhecida pela sigla
isdf. Essas normas servem, respectivamente, para a descrição da

2
CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS. NOBRADE: Norma Brasileira de
Descrição Arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2006.

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estrutura do produtor e de suas funções, contemplando, assim,
dois pontos fundamentais para caracterizar o contexto de pro-
dução dos documentos.3
A ausência de estudos específicos sobre história administrativa
levou os arquivos brasileiros a produzirem este tipo de pesquisa
histórica, principalmente a partir dos anos de 1980. Nesse qua-
dro, o livro Fiscais e meirinhos: a administração no Brasil colonial,
produzido no âmbito das atividades do Arquivo Nacional, sob a
coordenação de Graça Salgado, tornou-se um marco ao revelar os
atores da administração colonial e suas funções, auxiliando, assim,
no conhecimento do contexto colonial de produção de documen-
tos na América portuguesa, bem como na dinâmica do aparelho de
estado colonial.4 Posteriormente, no plano estadual, outros traba-
lhos foram feitos com o mesmo objetivo de auxiliar na organização
de conjuntos documentais, com destaque para a publicação de As
fontes da riqueza pública: tributos e administração tributária na pro-
víncia de São Paulo e História administrativa do Paraná.5 O Arquivo

3
CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS. ISAAR. Norma Internacional de Re-
gistro de Autoridade Arquivística para entidades coletivas, pessoas, e famílias. Rio de Janei-
ro: Arquivo Nacional, 2004; e CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS. ISDF.
Norma Internacional para descrição de funções. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2008.
4
ARQUIVO NACIONAL. Fiscais e meirinhos: a administração do Brasil colonial.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. Recentemente, este trabalho teve continuidade
com a publicação da parte abrangendo o período histórico de 1808 a 1822: ARQUI-
VO NACIONAL. Estado e administração: a corte joanina no Brasil. Dilma Cabral,
organizadora; Angela Ricci Camargo. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2010.
5
TESSITORE, Viviane. As fontes da riqueza pública. Tributos e administração tri-
butária na província de São Paulo. (1832-1892). São Paulo: Universidade de São
Paulo, 1995. ARQUIVO PÚBLICO (PR). História administrativa do Paraná: cria-
ção, competências e alterações das unidades administrativas da Província e do Estado
(1853-1947). Vol. I. Curitiba: Imprensa Oficial/DEAP, 2000. O volume II foi pu-
blicado em 2002. ARQUVO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
(APERJ). História administrativa da Divisão de Polícia Política e Social (DPS)-1944-

introdução 17

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Público do Estado do Rio de Janeiro também produziu, nos anos
de 1990, a história administrativa da Polícia Política, inserindo-se
nesse movimento geral e, mais tarde, um quadro geral da história
administrativa do novo Estado do Rio de Janeiro (1975-1998).6
O esforço dos arquivos públicos para lidar com a lacuna em
torno da história da administração pública deve-se, em grande me-
dida, ao fato de o campo da história política e do Estado ter sido
relegado a um plano secundário na historiografia do século xx, em
favor da valorização da abordagem da história econômica e social.
A historiografia francesa inspirada pela Escola dos Annales, assim
como as vertentes que se referenciaram no materialismo histórico,
contribuíram para esta tendência ao privilegiar nas suas análises
as estruturas mais profundas de longa duração. Esse tipo de abor-
dagem da história se contrapôs a uma caracterização do passado,
marcada pela glorificação das classes dirigentes, de caráter elitista, e
com ênfase na curta duração, que ficou identificada com o campo
da história política.
Entretanto, ultimamente tem ocorrido um ressurgimento da
história política, redefinindo seus temas gerais e ampliando seu al-
cance. O diálogo interdisciplinar com a antropologia, a sociologia e
a linguística foi decisivo nesse quadro, uma vez que, a partir dessas
disciplinas, a política foi recebendo novo tratamento. Assim, a histó-
ria política ressurgiu de forma renovada, diferente daquela criticada
por uma parte da historiografia no século xx.7 Do reconhecimento
da importância da história política decorreu também a renovação
do campo da história administrativa, vinculada às questões das di-
nâmicas da organização da sociedade. Do ponto de vista arquivís-

1962. Rio de Janeiro: APERJ, 1998.


6
No site do APERJ é possível consultar os resultados da história administrativa
do Estado do Rio de Janeiro (1975-1998), coordenado por Sergio Lamarão: www.
aperj.rj.gov.br/instpesq.htm.
7
REMOND, René (org.) Por uma história política. Rio de Janeiro: Editora UFRJ,
1996.

18 a província fluminense

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tico, os trabalhos produzidos pela historiografia, que tem o campo
administrativo como foco de análise, são importantes porque auxi-
liam no entendimento dos órgãos de onde provêm os documentos
custodiados pelos arquivos.
Este livro busca apresentar as bases da administração provincial
do Rio de Janeiro, no tempo do Império do Brasil, no século xix. O
resultado que ora se apresenta teve origem em projeto institucional
desenvolvido na década de 1980, tendo sido retomado entre 2004 e
2006, e sendo concluído nos anos de 2010 e 2011. O percurso dessa
iniciativa reflete diferentes momentos da história do Arquivo Públi-
co do Estado do Rio de Janeiro, sem nunca ter sido deixado de lado,
uma vez que sempre foi clara a sua importância para o tratamento
técnico do fundo documental da presidência da Província, isto é,
seu arranjo e descrição. Além disso, não se pode deixar de reconhe-
cer que se trata também de instrumento valioso para reconhecer as
peculiaridades da história das províncias e do regionalismo no Brasil
do século xix, apontando rumos para revelar novos aspectos da his-
tória do Império do Brasil.
A pesquisa sobre a história administrativa da província flumi-
nense baseou-se em procedimentos metodológicos inspirados em
trabalhos do Arquivo Nacional e do próprio Arquivo Público do
Estado do Rio de Janeiro (aperj). O trabalho pioneiro do Arquivo
Nacional e fixado no livro Fiscais e meirinhos serviu como referên-
cia em todas as etapas de construção desta história administrativa
provincial. Assim, o trabalho de levantamento sistemático de car-
gos e órgãos da administração da província fluminense realizado
na década de 1980, coordenado por André Luiz Vieira de Campos,
seguiu o mesmo padrão do Arquivo Nacional. A retomada posterior
da pesquisa da história administrativa provincial, inicialmente sob
a coordenação de Leila Menezes Duarte, foi inspirada em grande
medida na experiência obtida no aperj em torno da história admi-
nistrativa da Polícia Política.
Assim, o primeiro passo da pesquisa buscou reconstituir a
estrutura da administração provincial por meio do levantamen-
to jurídico, principalmente de leis, decretos, regulamentos e re-

introdução 19

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gimentos que criaram, extinguiram ou alteraram órgãos, cargos,
incluindo corporações e agentes administrativos, descrevendo a
sua competência, dinâmica e organização interna, procurando dar
conta das suas modificações ao longo do tempo. Este trabalho uti-
lizou como fonte principal a Coleção de Leis da Província do Rio de
Janeiro. O levantamento realizado serviu de base para a confecção
dos organogramas que apresentam a estrutura da administração
provincial de acordo com suas sucessivas reformas, procurando-se
dar conta da organização geral, partindo, em seguida, para a escala
mais baixa das unidades administrativas, obedecendo ao critério
hierárquico.
A confecção dos organogramas teve por base o levantamento
das leis provinciais e utilizou o critério hierárquico e cronológico,
contendo em sua estrutura a subordinação e a fonte, isto é, a lei
de criação do órgão, cargo, corporação ou unidade escolar. Desse
modo, o primeiro organograma inicia com a criação do cargo de
presidente provincial, incluindo unidades administrativas fazendá-
rias criadas anteriormente. Cada nova lei que criava nova unidade
administrativa foi sendo incorporada ao organograma, excluindo-se
o órgão extinto.
Os organogramas iniciais foram organizados anualmente, sendo
indicadas todas as leis de referência, representando as unidades admi-
nistrativas criadas naquele ano. A partir das reformas administrativas
de 1859 e 1876, os organogramas deixaram progressivamente de ser
anuais, pois sua lei de criação abrangia diversas unidades administra-
tivas, além das três diretorias principais e da secretaria da Presidência.
Em seguida, foram sendo inseridas as novas unidades administrativas
posteriormente criadas, demonstrando que a administração provin-
cial já estava mais racionalizada e definida. Portanto, todos os órgãos
criados na estrutura anterior eram repetidos, inserindo-se esta nova
criação. Além disso, menciona-se a subordinação à administração
central imperial que é o caso da Tesouraria da Província que, no ini-
cio, era duplamente subordinada ao Tribunal do Tesouro Nacional e
ao Presidente de Província. Os organogramas permitem uma visão
mais ampla da administração provincial, demonstrando que, até a

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primeira grande reforma do período imperial, ocorriam constantes
mudanças na administração.
A partir do estudo das leis levantadas durante o período de 2004
e 2006, dividiu-se o trabalho por áreas e temas de atuação como Fa-
zenda, Obras Públicas, Polícia, Câmaras Municipais, entre outros,
e a coordenação fazendo o levantamento da instituição dos poderes
provinciais, o Executivo e o Legislativo. Resgataram-se, igualmente,
as relações que a administração provincial tinha com a administra-
ção central sediada na Corte, por meio dos contatos com os ministé-
rios do Império, além dos órgãos criados na administração imperial
e que tinham seu correspondente na província. Essa reconstituição
foi feita a partir do estudo da estruturação dos poderes provinciais
do Rio de Janeiro, expressa na Constituição de 1824 e no Ato Adi-
cional de 1834, que separou a Corte da província do Rio de Janeiro,
estabelecendo, na sequência, a presidência da Província e a criação
dos órgãos representantes do Executivo e Legislativo provincial.
A estruturação dos órgãos públicos por meio das leis provin-
ciais remetia, com alguma frequência, às leis do Brasil, sendo preciso
consultá-las. No caso de órgãos imperiais com correspondente na
província, como a Repartição Especial de Terras Públicas da Pro-
víncia, por exemplo, foi preciso levantar a Lei de Terras de 1850 do
Império do Brasil para entender seu funcionamento, assim como
foi preciso consultar a reforma do Código de Processo Criminal de
1841 para entender a atuação do Juiz de Paz na Província, ou a re-
forma do Código de Processo Criminal em 1871 para compreender
a atuação da Força Policial.
A pesquisa nos relatórios dos Presidentes de Província e nos rela­
tórios gerais dos ministérios permitiu reforçar a análise e verificar se
a atuação do órgão criado estava atingindo seus objetivos ou não.
O levantamento de dados no próprio fundo permitiu também uma
confrontação das informações dos diplomas legais e o melhor enten-
dimento da tramitação da documentação pelas diversas unidades ad-
ministrativas e perceber qual o efetivo papel de cada órgão em relação
à presidência da Província e os ministérios imperiais. Assim, o traba-
lho pôde-se desenvolver além da mera descrição de órgãos e funções.

introdução 21

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Finalmente, foi realizado levantamento sumário da biografia de
todos os Presidentes de Província para caracterizar o perfil dos diri-
gentes provinciais e sua inserção na administração pública da época.
Considerou-se órgão não apenas as unidades administrativas
mais altas como as secretarias e diretorias mas também os de menor
escalão como: registros, coletorias, entre outros. A estrutura admi-
nistrativa da província evidenciada nas leis conduziu igualmente à
identificação de cargos como Chefe de Polícia, Inspetor de Quartei-
rão; corporações como a Guarda Policial da Província e unidades de
ensino como escolas e colégios, por exemplo. A estrutura nem sem-
pre espelha todas as funções da repartição administrativa. Assim, a
estrutura da secretaria da Presidência era responsável por questões
sociais que não tinham um órgão estatal que as representasse, como
no caso de catequese e colonização dos índios, africanos livres, agri-
cultura, indústria, comércio e navegação, mas que estavam vincula-
dos às funções de uma das seções da Secretaria, explicitadas na re-
forma administrativa de 1876. Nesse sentido, a análise desenvolvida
partiu da estrutura administrativa, isto é, das seções da secretaria
da Presidência existentes para tratar tanto as atribuições que conta-
vam com um órgão específico, quanto aquelas que não tinham uma
unidade administrativa própria. O critério utilizado nesta etapa da
pesquisa procurou evidenciar a relação dos órgãos e cargos admi-
nistrativos, com suas funções, competências e atribuições, além da
hierarquia e relações entre si.
Na produção do texto propriamente dito, foi fundamental a
exploração da bibliografia atual e de época. Assim, consultaram-se
obras gerais sobre a história do Império do Brasil e suas grandes ques-
tões sociais, como tráfico de escravos, aldeamento indígena, institui-
ções religiosas, terras públicas etc., assim como obras de interpretação
geral da história do Estado no Brasil e que tratam da constituição
dos poderes provinciais, como, por exemplo, Os donos do Poder, de
Raimundo Faoro, ou análises de época, como Ensaio sobre Direito
Administrativo, de Paulino José Soares, que foi presidente da provín-
cia fluminense e personalidade de destaque da política imperial. Foi
realizado então o cruzamento de todas essas fontes: os textos legais, a

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pesquisa no próprio fundo documental, os relatórios dos governantes
e a bibliografia auxiliar sobre cada tema e a administração pública
propriamente dita.

A pesquisa da história administrativa da província fluminense per-


mitiu auxiliar a organização do fundo documental da presidência
da Província. A documentação demonstrou que a administração era
mais centralizada do que parecia nos diplomas legais visualizados nos
organogramas, evidenciando um grande controle do Presidente de
Província sobre a administração. Dessa forma, a organização deste
conjunto documental, anteriormente baseada na correspondência re-
cebida e expedida, foi substituída, destacando na nova organização
do fundo da presidência da Província quatro grandes séries baseadas
na última reforma administrativa provincial de 1876, quais sejam:
Secretaria da Presidência, Diretoria da Fazenda, Diretoria das Obras
Públicas, e Diretoria da Instrução Pública. A mudança justificou-se,
também, pelo fato de a organização do fundo documental ter sofrido
muito com as sucessivas mudanças de sede do aperj, prejudicando a
organização original.
A estruturação de uma série da secretaria da Presidência, algu-
mas vezes rejeitada por ser nos primeiros tempos destinada às ativi-
dades meio de apoio ao gabinete do presidente provincial, terminou
por se afirmar na medida em que se foi constatando que, ao longo
do tempo, foi-se especializando em seções e assumindo atribuições
próprias, sendo encarregada de trabalhos que não tinham diretorias
especializadas, além de conter, na sua estrutura, órgãos sem o esta-
tuto de diretoria, subordinados diretamente a ela, agregando assim
suas diversas áreas de atuação.
Esta organização permitiu resolver problemas como o de colocar
no arranjo assuntos aos quais o estabelecimento de áreas de atua-
ção não previa como africanos livres, por exemplo. Por sua vez, a
organização anterior não contemplava algumas áreas de forte atu-
ação do governo como saúde pública e comunicação. O arranjo

introdução 23

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adotado, baseado na estrutura dos órgãos criados, também refletia
melhor o que foi encontrado nos diplomas legais e na documenta-
ção, respeitando a coerência interna do fundo, fundamentada numa
administração bastante integrada e centralizada. De outro lado, a
complexidade deste conjunto documental, que desafiava a definição
de um arranjo, conduziu a decisão de tomar como referência a últi-
ma estrutura administrativa da província, considerando seu estágio
mais completo.
Além disso, a pesquisa esbarrou na dificuldade de que, algumas
vezes, um órgão desaparecia do texto legal sem que houvesse uma
lei que explicitasse sua extinção, como é o caso da Comissão Central
Diretora da Colonização, sendo criada uma unidade administrati-
va com atribuições semelhantes que foi a Inspetoria Provincial de
Imigração em 1888. Outro desafio foi a inexistência de uma clara
separação entre as instâncias de poder, mais especificamente entre
o poder central e o poder provincial, refletindo no controle impe-
rial da fazenda provincial, até pelo menos 1850, e igualmente no
caso da Segurança Pública, onde o Chefe de Polícia era subordinado
tanto ao Presidente da Província quanto ao Ministério da Justiça,
exigindo um estudo na bibliografia secundária sobre administração
provincial. De outro lado, a Justiça Provincial em alguns períodos
do Império era misturada com as atribuições policiais, evidenciando
a dificuldade de afirmar sua autonomia, dificultando a decisão de
tratá-la como atribuição da secretaria da Presidência.
Este livro estrutura-se em duas partes: a primeira apresenta a
caracterização geral da estrutura da administração da província flu-
minense e é composta por três capítulos que procuram caracterizar
a complexidade da administração provincial, tendo como referên-
cia a última reforma administrativa de 11 de agosto de 1876, que
organizou a administração da província numa secretaria da Presi-
dência, dividida em seções, e três diretorias; a segunda traz uma
lista sistemática de cargos e órgãos da administração da província
fluminense.
Assim, o primeiro capítulo trata da inserção do governo provin-
cial no contexto dos poderes que definiam a ordem institucional do

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Império do Brasil, estabelecida a partir da Constituição de 1824 e
seu processo de consolidação através do Ato Adicional de 1834, que
separou a Corte do restante da Província do Rio de Janeiro. O foco
recai nas conexões da província com os outros poderes instituídos,
isto é, a Assembleia Legislativa Provincial e as Câmaras Municipais,
sendo a administração da justiça provincial subordinada ao Execu-
tivo. A presidência da Província é analisada levando-se em conta a
característica dos mandatos dos presidentes e as reformas realizadas
na administração provincial. Esse capítulo também analisa a insti-
tuição da Guarda Nacional, inserida nesta parte do texto por estar
duplamente subordinada ao Ministério da Justiça e ao Presidente
de Província, explicitando a organização do poder militar no Brasil
imperial, confundindo a ordem do Estado e a ordem privada.
O segundo capítulo trata da secretaria da Presidência que cen-
tralizava os assuntos referentes às diversas atribuições públicas, in-
cluindo as relações com os ministérios da Corte e os respectivos
órgãos públicos que compreendiam uma determinada função,
além das próprias atribuições da administração interna. O capítu-
lo é dividido de acordo com as quatro seções da secretaria, cada
uma encarregada de seus campos gerais norteadores, quais sejam,
gerência geral, economia, segurança pública e sociedade. Muitas das
funções não tinham um órgão que o representasse, sendo analisa-
do no subitem dedicado a caracterizar a estrutura da seção que era
encarregada de determinada função ou assunto, de acordo com o
regimento da secretaria da Presidência. Do mesmo modo, quando
havia um órgão específico, sua caracterização é analisada no subitem
referente à seção responsável pela direção do órgão. A questão da
catequese e colonização dos índios, mesmo não sendo indicada na
reforma administrativa de 1876, é abordada no âmbito da seção da
secretaria que tratava da Segurança Pública, uma vez que a questão
indígena era responsabilidade dos juízes de órfãos. A importância
do tema destaca-se pela frequência de seu tratamento nos relatórios
dos Presidentes de Província. Dessa forma, como já foi colocado,
a estrutura do órgão, isto é, as seções da secretaria da Presidência,
norteou a inserção das atribuições que não tinham uma unidade

introdução 25

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administrativa que se encarregasse dos seus assuntos. A maior exten-
são deste capítulo expressa a característica centralizadora do governo
provincial, refletindo a marca do governo imperial.
O terceiro capítulo, por sua vez, caracteriza as três diretorias que,
junto com a secretaria da Presidência, constituíram a estrutura da
administração provincial: a Diretoria da Instrução, a Diretoria da
Fazenda e a Diretoria das Obras Públicas. Elas tinham atribuições
especializadas inerentes as suas funções, enquanto a secretaria tratava
dos assuntos gerais e outras funções não compreendidas nessas três.
Finalmente, a segunda parte apresenta a lista sistemática de car-
gos e órgãos da administração da província fluminense, identifican-
do o nome do órgão ou do cargo, as datas de sua criação, alteração
ou extinção, motivo, superior hierárquico, estrutura, competência
e a legislação de referência. A lista é seguida dos organogramas da
administração provincial de 1834 até 1889, relação dos Presidentes
de Província com resumo biográfico, lista de fontes e a relação de
cargos e órgãos, que serve à consulta dirigida.

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pa rte i

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capítulo 1

Poderes provinciais

Na história do Brasil, as províncias integraram a ordem insti-


tucional constituída em torno da afirmação do Estado Nacional, na
sequência do processo de Independência e da construção do Império
do Brasil. A partir da Constituição de 1824, o Império do Brasil
rompeu com o regime do absolutismo monárquico vigente na antiga
ordem colonial. O novo Estado definiu-se pelo regime imperial que
combinou, de modo original, a tradição monárquica com a ordem
do liberalismo político. A originalidade residia na opção de afirmar
a separação entre poderes reunindo o Poder Moderador ao lado do
Poder Executivo, do Poder Legislativo e do Poder Judiciário. Assim,
a separação dos poderes, típica do liberalismo, foi redefinida pela
afirmação de um quarto poder que preservava a supremacia do prin-
cípio monárquico tradicional sob os outros poderes. O Poder Mode-

31

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rador era atribuição exclusiva do Imperador, como “chefe supremo
da nação e seu primeiro representante”, nos termos da Constituição,
e caracterizava a função régia. No dever de zelar pela independência,
equilíbrio e harmonia entre os poderes, na prática, o Poder Mode-
rador podia intervir nos diferentes poderes, podendo ser exercido a
qualquer momento, sobrepondo-se aos outros poderes e constituin-
do-se na marca política do Império do Brasil.1
O que se pode afirmar é que essa moldura institucional definiu
o modo como o liberalismo adaptou-se no Brasil. Contudo, essa di-
mensão política revela apenas um aspecto dessa adaptação brasileira
do liberalismo. Não se pode perder de vista o fato de que o pro-
cesso de afirmação do Estado Nacional no Brasil não representou
uma ruptura com a ordem social vigente desde o período colonial.
A Independência, sem dúvida, deslanchou um processo de mudança
da ordem política, começando pelo fim da subordinação ao poder
metropolitano. Contudo, do ponto de vista da organização social, a
mudança não representou uma ruptura com a antiga ordem escravo-
crata herdada do colonialismo. Desse modo, o liberalismo, que re-
presentou historicamente a afirmação da mão de obra livre no Brasil,
combinou-se com a escravidão. A ordem econômica do liberalismo
ficou condicionada no Brasil por sua antítese que era a mão-de-obra
do cativeiro, constituindo um modelo particular de sociedade.2
Do ponto de vista da administração do Estado, porém, as pro-
víncias organizavam a transposição da ordem política geral no plano
regional. O Poder Moderador, como exclusividade do Imperador,
não era transferido para o domínio provincial. Contudo, os outros
poderes foram instituídos na esfera da província. O Poder Executivo
foi representado pela presidência da Província, enquanto a Assem-

1
Para uma consideração sobre a teoria institucional do Império do Brasil, ver: TOR-
RES, João Camillo de Oliveira. A democracia coroada (teoria política do Império do
Brasil). Rio de Janeiro: José Olympio, 1957. (Col. Documentos Brasileiros – 93).
2
Essa contradição foi exposta em diferentes termos por diversos autores, por exem-
plo: SCHWARZ, Roberto. Ao vencedor as batatas. São Paulo: Editora 34, 2000.

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bleia Provincial afirmava o Poder Legislativo. Estes seriam os princi-
pais pólos da política regional, considerando que a Justiça no plano
provincial integrava as funções do Executivo. O vínculo da presi-
dência da Província com o poder central imperial fazia com que o
Executivo provincial se constituísse em representante da Corte. A
Assembleia Legislativa, por sua vez e por sua lógica representativa,
definiu-se mais propriamente como a instituição de expressão das
forças políticas regionais. A esfera municipal de poder, representada
pelas Câmaras Municipais, manteve-se subordinada às ordens das
instituições provinciais – a Presidência e a Assembleia Provincial.
Por outro lado, a constituição da Guarda Nacional permitiu que a
esfera privada concentrasse em grande medida a força militar. Ainda
que formalmente de modo auxiliar, as forças da Guarda Nacional
terminaram por constituir um instrumento importante na política
local e regional, projetando a afirmação de líderes políticos na pro-
víncia. Nesse quadro institucional geral é que se pode dizer que se
estruturou a ordem política provincial do Império do Brasil.
O estudo da história das províncias no tempo do Império do
Brasil permite compreender em que medida os interesses regionais
condicionaram a história política do Brasil nos primeiros tempos do
Estado nacional. Em grande medida, predomina na historiografia a
perspectiva de que a vitória da monarquia representou a vitória do
Estado unitário centralizado. Nesse sentido, o plano regional das
províncias figura em segundo plano na definição dos rumos do Es-
tado Nacional. O trabalho de Miriam Dolhnikoff destaca-se na his-
toriografia ao chamar atenção para o fato de que o projeto centrali-
zador se impôs por meio da construção de um arranjo institucional
que foi capaz de acomodar as elites provinciais, preservando uma
autonomia significativa para a administração provincial e garantin-
do sua participação no governo central, especialmente, por meio de
representação na Câmara de Deputados.3

3
DOHLNIKOFF, Miriam. O pacto imperial: origens do federalismo no Brasil. São
Paulo, Globo, 2005.

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De todo modo, é preciso salientar a importância que o projeto
federalista assumiu em diversos contextos da história do Império,
como no caso da primeira Assembleia Constituinte, ou, ainda, no
período regencial, mas igualmente como ponto de vista que foi re-
corrente no campo do liberalismo brasileiro do século xix. Por ou-
tro lado, trata-se de compreender que o projeto de unidade nacio-
nal afirmado especialmente ao longo do Segundo Reinado também
contou com a contribuição das elites provinciais, participando das
decisões políticas tanto na esfera do governo provincial quanto na
esfera do governo central. Fundamentalmente, cabe reconhecer o
papel das províncias na construção política da ordem imperial.

1.1- presidência da província


A Constituição do Império do Brasil de 1824 definiu que o Estado
Nacional se organizaria em províncias, definindo assim uma jurisdição
regional do estado. Em cada uma das províncias haveria um presidente,
nomeado pelo Imperador, podendo ser removido a qualquer tempo,
quando conviesse “ao bom serviço do Estado”.4 A Constituição pre-
via que a Província do Rio de Janeiro, por não possuir um Conselho
Geral, que correspondia ao parlamento regional, e também pelo fato
de corresponder ao território situado junto à Corte, sede do governo
imperial, não poderia ter administração própria. Desse modo, como
caracterizou Arthur Cezar Ferreira Reis, o Rio de Janeiro era uma pro-
víncia sui generis, governada pelo ministro do Império que, por meio de
avisos dirigidos às Câmaras, realizava o governo da província.5
Esse quadro foi modificado com a instituição do Ato Adicional
de 1834 que, dentre outras medidas, estabeleceu uma separação

4
BRASIL. Constituição de 1824, art. 165. BRASIL. In: Constituições do Brasil.
Constituição de 1824. São Paulo: Edição Saraiva, 1967.
5
REIS, Arthur Cezar Ferreira. A província do Rio de Janeiro e o município neutro.
In: HOLANDA, Sérgio Buarque de (org.). História geral da civilização brasileira,
t.2, v.2. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995. p. 329.

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entre a sede da Corte imperial, diretamente ligada à administração
central, e a Província do Rio de Janeiro, com governo de jurisdição
própria.6 O primeiro presidente, Joaquim José Rodrigues Torres, o
visconde de Itaboraí, foi nomeado no mesmo ano, quando teve suas
atribuições regulamentadas.7 A capital da província foi definida na
primeira reunião da Assembleia Provincial do Rio de Janeiro, em 1º
de fevereiro de 1835, quando a Vila Real de Praia Grande foi elevada
à condição de cidade com o nome de Niterói.8
O Presidente de Província definia-se como a principal autori-
dade regional. Ocupar esse posto, no caso da Província do Rio de
Janeiro, era motivo de grande cobiça não somente pela proximida-
de geográfica de seu titular com as autoridades imperiais da Corte
como também pela crescente importância econômica da província a
partir da década de 30 do século xix, devido às riquezas provenien-
tes da produção da cana-de-açúcar e do café. Essa marca de época
justifica a afirmação do historiador Affonso de Taunay de que na
década de 1850 a presidência da Província do Rio de Janeiro era
considerada a sétima pasta ministerial do Império.9
Os Presidentes de Províncias eram funcionários escolhidos e
nomeados pelo Imperador. No plano hierárquico, a presidência da
Província ficava subordinada, portanto, ao Imperador, aos minis-
tros e secretários de Estado.10 José Antônio Pimenta Bueno, jurista

6
BRASIL. Lei nº 16, de 12 de agosto de 1834. In: Coleção das Leis do Império do
Brasil, desde a Independência, 1834. Vol. V. Ouro Preto, Typografia de Silva, 1835.
p. p. 222-230.
7
BRASIL. Lei n° 40, de 3 de outubro de 1834. In: Coleção das Leis do Império do
Brasil de 1834. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1866. p. 53.
8
De acordo com o Decreto de D. Pedro I, de 24 de fevereiro de 1823, todas as
Vilas que fossem capitais de Província seriam elevadas à cidade. Ver: LACOMBE,
Lourenço Luiz. Os chefes do executivo fluminense. Petrópolis, Ed. Vozes, 1973.
9
TAUNAY, Affonso de E. Pequena História do Café no Brasil (1727 – 1937). Rio de
Janeiro: Dep. Nac. do Café, 1945. p. 52.
10
SOMBRA, Luiz Henrique. Uma experiência de pesquisa e rearranjo. Arquivo &

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do Partido Conservador, considerava os Presidentes de Províncias
como os “agentes da administração central, (...) encarregados de
esclarecer o governo geral, de guardar a ordem, a paz pública, de
promover os interesses, o progresso, o bem-ser das Províncias (...)
agentes imediatos dos diversos ministérios”.11 Como principal peça
da burocracia provincial, o Presidente de Província relacionava-se
com toda a elite política do Império, tanto representante do Poder
Executivo, especialmente as pastas ministeriais, quanto do Poder
Legislativo e do Poder Judiciário. Os Presidentes de Províncias pos-
suíam, também, agentes diretamente ligados a eles nos municípios,
como forma de garantir a centralização administrativa.
Além disso, a Constituição de 1824 estabelecia o catolicismo
como religião única e oficial do Estado e atribuía ao Poder Execu-
tivo o direito de nomear bispos e prover benefícios eclesiásticos,
além de aprovar as normas da Santa Sé numa clara subordinação da
Igreja ao Estado.12 O controle por parte do Estado imperial sobre os
assuntos eclesiásticos, portanto, era significativo, envolvendo tanto
os trabalhos relacionados ao clero secular quanto regular. Assim,
cabia ao Estado a nomeação dos párocos, criação de novas dioceses,
construção e preservação de igrejas e capelas, direito de legislar sobre
divisões eclesiásticas, conventos e irmandades, limitação das funções
episcopais, construção de igrejas e capelas etc.13
Desde os tempos coloniais, o órgão que tinha a função de ad-
ministrar os assuntos eclesiásticos era a Mesa da Consciência e Or-

história, Niterói, n 1,7-14, Nov. 1994.


11
BUENO, José Antonio Pimenta. Direito Público Brasileiro e Análise da Constitui-
ção do Império. Rio de Janeiro: Min. Da Justiça e Negócios Interiores. Serviço de
Documentação, 1958. p. 311.
12
BRASIL. Constituição política do Império do Brasil (de 25 de março de 1824). Dis-
ponível em www. planalto.gov.br/ccivil_03/constituição/constitui%C3%A7ao24.
htm. Acesso em: 2 de setembro de 2010. 10:30:30.
13
VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Imperial (1822-1889). Rio de Janeiro:
Objetiva, 2008. p. 348.

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dem, instituição vinculada ao rei de Portugal que foi transferida
para o Brasil com a vinda da família real e foi extinta em 1828, nos
primeiros tempos da construção do Estado Nacional. A partir desta
data, no contexto do Império do Brasil, os assuntos eclesiásticos
foram transferidos para o Ministério da Justiça e, em 1861, para
o Ministério do Império. Em 1834, por exemplo, de acordo com
uma circular do Ministério da Justiça, os candidatos ao noviciado
só podiam ser admitidos nas ordens religiosas com a permissão do
governo e, em 1855, o noviciado foi proibido definitivamente.14
Todas essas competências eram transferidas à presidência da Pro-
víncia, caracterizando a ordem institucional dos negócios eclesiásti-
cos na esfera provincial. Dessa forma, o Império ratificava também
na Província a instituição do Real Padroado, estabelecida desde a
época colonial.15
De outro lado, uma característica do posto de presidente da Pro-
víncia era a rotatividade constante de seu titular. Conforme indica
Kátia Mattoso, evitava-se, assim, que os presidentes provinciais se
enraizassem na vida econômica e social da região e constituíssem
laços duradouros com chefes políticos locais e seus representantes
nas províncias. Desse modo, a rotatividade dos ocupantes do cargo
integrava-se à lógica política de favorecer a centralização do Estado
imperial.16
Essa rotatividade do cargo pode ser conferida no exemplo flumi-
nense. Durante o período imperial, foram nomeados 39 presidentes
da província no Rio de Janeiro ao longo de 55 anos, perfazendo uma
média de quase um Presidente de Província por ano, o que confir-
ma a grande rotatividade no cargo. Por outro lado, pode-se indicar

14
MATTOSO, Kátia. Bahia século XIX. Uma Província no Império. (1822-1889).
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992. p. 376.
15
WEHLING, Arno. Formação do Brasil colonial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1994. p. 299-312.
16
MATTOSO, Kátia. Bahia. Século XIX. Uma província no Império. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1992. p. 258.

poderes provinciais 37

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que o posto também servia à construção de carreiras de Estado. Os
Presidentes de Província caracterizam-se, em grande número, por
terem anteriormente exercido cargos legislativos na província ou na
Corte, sendo que muitos não eram nascidos necessariamente nas
províncias que governaram, mesmo, frequentemente, tendo tido
a experiência de comandar as suas províncias de origem no início
de sua trajetória. O que se pode destacar é que os ocupantes da
presidência da Província eram oriundos da classe política. Assim,
uma das suas marcas era que a maioria dos presidentes da provín-
cia fluminense eram juristas de formação, o que correspondia ao
perfil predominante dos homens públicos do tempo do Império
do Brasil.17 No caso do Rio de Janeiro, uma exceção foi o presiden-
te Antonio Nicolau Tolentino, que nascido em terras fluminenses,
tornou-se um funcionário de carreira que trabalhou na Inspetoria
da Alfândega do Rio de Janeiro e, a partir dessa experiência, foi no-
meado presidente numa tentativa de dar uma feição mais técnica à
administração provincial.18
De todo modo, muitos Presidentes da Província do Rio de Ja-
neiro tornaram-se governantes de destaque no cenário da política
imperial. Além dos Presidentes de Província que fizeram parte da
famosa trindade saquarema como Joaquim José Rodrigues Torres
e Paulino José Soares de Sousa, ocupando importantes cargos na
ordem política imperial, outros presidentes também foram conse-
lheiros de Estado ou Ministros como: Luis Pereira do Couto Fer-
raz, Honório Hermeto Carneiro Leão, Aureliano de Sousa Oliveira
Coutinho, e José da Silva Paranhos. Paulino José Soares de Souza
ficou 4 anos no cargo, um período bastante longo para os padrões
da época. Dos 39 presidentes, 18 foram agraciados com títulos ho-
noríficos como Barão, Marquês, Visconde, Comendador de Cristo,

17
CARVALHO, José Murilo de. A construção da ordem: a elite política imperial. Rio
de Janeiro: Campus, 1980.
18
Ver: CÂNDIDO, Antônio. Um funcionário da monarquia (um ensaio do segundo
escalão) 1810-1888. Rio de Janeiro: Editora Ouro sobre Azul, 2002.

38 a província fluminense

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Ordem do Cruzeiro, Grande Dignitário da Rosa dentre outros títu-
los denotando sua inserção na política imperial.
Separada politicamente da capital do Império, a Província flumi-
nense teve que organizar sua estrutura administrativa interna, pois
os serviços públicos ainda não eram centralizados nem organizados
em repartições específicas. Desde 1835, começaram a ser criados
órgãos que faziam parte da administração provincial: a Secretaria
da Presidência19, a Escola Normal de Niterói20, e a Guarda Policial
da Província21, criados em 1835, e, no ano seguinte, a Escola de Ar-
quitetos Medidores22, e o Colégio de Artes Mecânicas23, destinados
a fornecer quadros para a Diretoria das Obras Públicas, a qual seria
criada alguns dias depois.
No contexto institucional do Império do Brasil, na esfera pro-
vincial, também se organizou o exercício dos poderes Executivo, Ju-
diciário e Legislativo. De acordo com a Lei nº 40, cabia ao Presiden-
te de Província: executar e fazer executar as leis, dispor da força para
assegurar a segurança e tranquilidade da Província, exercer controle
sobre as tesourarias, convocar a Assembleia Provincial extraordina-

19
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei n° 3, de 27 de março de 1835. In: Le-
gislação provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850. Parte I. Leis e Decretos Niterói:
Tipografia Fluminense de Lopes, 1850. p. 2.
20
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 10, de 4 de abril de 1835. In: Coleção
de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro desde 1835. Niterói:
Tipografia Niterói: 1839. p. 22-26
21
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 16, de 14 de abril de 1835. In:
Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro desde 1835.
Niterói: Tipografia Niterói: 1839. p. 39-43.
22
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 59, de 13 de dezembro de 1836. In:
Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro desde 1835.
Niterói: Tipografia Niterói: 1839. p. 215-216.
23
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 65, de 20 de dezembro de 1836.
In: Legislação provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850. Parte I. Leis e Decretos.
Niterói: Tipografia Fluminense de Lopes, 1850. p. 111.

poderes provinciais 39

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riamente, expedir ordens, instruções e regulamentos para execução
das leis provinciais dentre outras atribuições. Deve ser destacado
que o Ministério da Justiça exercia, até a segunda metade do século
xix, uma atuação importante junto com o Presidente de Provín-
cia no que tange à força policial que era duplamente subordinada.
Da mesma forma, o Tribunal do Tesouro Nacional exerceu controle
sobre a Tesouraria da Província do Rio de Janeiro durante alguns
períodos da administração provincial. O Poder Legislativo, por sua
vez, era exercido pela Assembleia Legislativa Provincial criada pelo
Ato Adicional de 1834. A assembleia tinha um grande poder tra-
tando de matérias como o orçamento, desapropriações, criações de
paróquias, polícia, além de controlar as Câmaras Municipais que
não tinham poder expressivo. O Presidente de Província executava
as leis criadas pela Assembleia Legislativa Provincial e os atos do
governo imperial.
A organização da administração provincial, de uma maneira
geral, passou por duas grandes reformas: a primeira em 1859 e a
segunda em 1876. Estas reformas objetivavam racionalizar o servi-
ço público, diminuindo o número de funcionários e centralizando
mais a administração. Assim, a administração provincial foi orga-
nizada em torno de quatro repartições principais: a secretaria da
Presidência, importante órgão que centralizava as atividades da Pro-
víncia, cujas atividades se organizavam em torno de seções, além
da Diretoria da Fazenda, a Diretoria da Instrução e a Diretoria das
Obras Públicas.

1.2. assembleia legislativa provincial


Antes da criação das Assembleias Legislativas Provinciais, instituídas
pelo Ato Adicional de 1834, havia os Conselhos Gerais de Provín-
cia, surgidos pela Constituição de 1824. Nessa altura, a província do
Rio de Janeiro não teve esse órgão legislativo porque foi mantida su-
bordinada diretamente ao governo central imperial. Os Conselhos
Gerais previstos na Constituição diferiam das assembleias porque
aqueles tinham como atribuição “propor, discutir e deliberar sobre

40 a província fluminense

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negócios mais interessantes de suas províncias, formando projetos
peculiares e acomodados às suas localidades e urgências”.24 Portan-
to não poderiam aprovar leis. Expressando o caráter centralizador
da Constituição, e a não efetivação do princípio da separação dos
Poderes, a Constituição também previa que as proposições do Con-
selho fossem enviadas à presidência da Província, que as remeteria
à Assembleia Geral, caso se achasse reunida, ou, do contrário, ao
próprio Imperador, que poderia ordenar provisoriamente sua exe-
cução ou não.25 Os Conselhos deveriam reunir-se anualmente du-
rante dois meses, podendo prorrogar-se por mais um mês e, para
haver sessão bastaria contar-se com a presença de mais da metade
dos membros da Casa.26
Com a decretação do Ato Adicional de 1834, o Conselho de
Província foi substituído pela Assembleia Provincial Legislativa que
se transformou numa instituição poderosa, representativa das elites
locais, sustentadas no critério censitário da participação política. A
primeira sessão da Assembleia Provincial do Rio de Janeiro ocorreu
em 1º de fevereiro de 1835, tendo como orador o primeiro presi-
dente de Província, conselheiro Joaquim José Rodrigues Torres, o
Visconde de Itaboraí. 27
Os poderes atribuídos às assembleias afastavam no plano regional
o poder central e os municípios dos processos decisórios, fenômeno a
que Raimundo Faoro chama de “provincialismo”. Para o autor,

as províncias jugulam as câmaras municipais e amesquinham as atribui-


ções do presidente [da província], criatura do centro, preso às leis edita-

24
BRASIL. Constituição de 1824, art. 81. In: Constituições do Brasil. 5ª ed., São
Paulo: Edição Saraiva, 1967. p. 18.
25
Idem, art. 81, p. 19.
26
Idem, art. 77-78, p.18.
27
Ver: GOUVÊA, Maria de Fátima. O Império das Províncias: Rio de Janeiro, 1822-
1889. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008. Cap. 2 Assembleia Provincial
fluminense.

poderes provinciais 41

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das pela assembleia, que lhes prescreve o modo, as condições e a forma
das nomeações.28

Kátia Mattoso também comenta o grande poder da assembleia:

Controlava, ao mesmo tempo, as câmaras municipais e o presidente


podia legislar sobre assuntos que, nas monarquias unitárias da Europa
Ocidental, eram reservados ao poder central. Ela podia criar novas pa-
róquias e termos, com todo o aparato judiciário, eclesiástico e escolar
correspondente, decidia sobre desapropriações, elaborava o orçamento
da Província, suprimia impostos, criava ou extinguia postos de funcio-
nários provinciais (estipulando seus salários), organizava a Polícia e assim
por diante. A Assembleia Provincial controlava, pois, estreitamente, as
Câmaras Municipais, transformadas em simples órgãos executivos, ao
mesmo tempo que também controlava o presidente.29

Assim, a Assembleia Legislativa Provincial decidia sobre os casos


e as formas de desapropriação por utilidade pública municipal ou
provincial. Outra competência era a fixação das despesas municipais
e provinciais e seus respectivos impostos.30 A assembleia legislava so-
bre outras matérias, como a segurança e as obras públicas. Em 1835,
o visconde de Itaboraí pedia urgente atenção da casa legislativa à
área de segurança31 – casas de prisão, trabalho e correção, afirmando

28
FAORO, Raimundo. Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro.
São Paulo: Globo - Publifolha, 2000. Vol. 1. p. 359.
29
MATTOSO, Kátia. Bahia. Século XIX: uma Província no Império. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1992. p. 249.
30
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 23, de 25 de abril de 1835. In:
Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro desde 1835.
Niterói: Tipografia Niterói de M. G. de S. Rego, 1839. pp. 58-77.
31
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Presidente da Província do Rio
de Janeiro o Conselheiro Joaquim José Rodrigues Torres na abertura da 1ª sessão da
1ª legislatura da Assembleia Legislativa da mesma Província no dia 1º de fevereiro de

42 a província fluminense

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que a maioria dos municípios da província “não têm prisões, salvo
se dermos esse nome a edifícios de pau a pique, a casas particulares
para esse fim alugadas”.32 Em 1837, o vice-presidente José Ignácio
Vaz Vieira conclamava a assembleia a dar mais atenção às estradas
por onde escoava a produção afirmando que “a população confia, e
principalmente, os nossos lavradores, que continuareis a promover
esses interesses vitais do país”.33
Visconde do Uruguai, preocupado também com o bom anda-
mento das obras públicas, obstruídas devido à constante falta de
recursos do governo, refere-se à competência da assembleia de auto-
rizar a obtenção de empréstimos ao governo provincial e às câmaras
municipais do seguinte modo:

somente por meio de um empréstimo poderemos obter resultados dignos


da vossa solicitude (...) Satisfaço-me, Senhores, com o haver aventado a
idéia de um empréstimo; vós lhe dareis o necessário desenvolvimento, e
resolvereis acerca da sua importância, garantias, amortização, etc, como
vos parecer mais conveniente.34

O peso do poder da Assembleia Provincial se fazia sentir, tam-


bém, na área da Saúde Pública.35 Em uma ocasião, o mesmo Vis-

1835. Niterói: Tipografia de Amaral & Irmão, 1850. p. 4.


32
SOUSA, Jorge Prata (org.) “A mão de obra de menores escravos, libertos e livres
nas instituições do império”. In SOUSA, Jorge Prata de: Escravidão: ofícios e liber-
dade. Rio de Janeiro: Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, 1998. p. 15.
33
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Presidente Vaz Vieira. S/Título. Outubro de
1837. <Disponível em: http://wwwcrl.chicago.edu/info/Brasil/jain.html> Acesso
em: dezembro/2001. 13:00. p. 45.
34
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Presidente Soares de Souza. Discurso... 3 de
março de 1838. <Disponível em: http://wwwcrl.chicago.edu/info/Brasil/jain.html>
Acesso em: dezembro/2001. 11:00. p. 51.
35
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Presidente da Província do Rio
de Janeiro o Conselheiro Paulino José Soares de Sousa na abertura da 2ª sessão da 2ª

poderes provinciais 43

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conde do Uruguai, ainda presidente da Província do Rio de Janeiro,
chama a atenção da assembleia para que continuassem a ser destina-
dos recursos à Santa Casa de Misericórdia de Campos: “a atividade e
zelo dos agentes dessa obra, e a população crescente daquele impor-
tante município, o tornam sem duvida credor da continuação dos
auxílios, que tem de vós recebido”.36
A Assembleia Legislativa Provincial possuía ainda outras compe-
tências como promover, com o governo geral, a catequese, a civili-
zação dos indígenas e o estabelecimento de colônias; decidir sobre
a suspensão ou não do Presidente de Província, caso pronunciado;
decidir acerca da suspensão ou não de magistrado contra quem hou-
vesse queixa de responsabilidade; exercer, juntamente com o gover-
no geral, o direito de suspensão provisória da liberdade individual
em razão de rebeliões ou invasão de inimigos; guardar a Constitui-
ção e as leis da Província, e denunciar as outras províncias junto à
assembleia e ao governo geral quando as leis daquelas fossem contra
os seus direitos.
A Assembleia Provincial do Rio de Janeiro era formada por 36
membros e sua autoridade não se estendia à Corte, nem ao seu mu-
nicípio, que estavam sob jurisdição da Assembleia Geral. A legisla-
tura provincial durava dois anos, admitindo-se reeleições. A perio-
dicidade das sessões manteve-se de acordo com a anterior legislação
dos Conselhos Gerais.
O Ato Adicional não alterou a forma de eleição para as Assem-
bleias Legislativas Provinciais em relação ao que fixava o texto cons-
titucional de 1824: as eleições deviam ser indiretas, de forma que a
massa de cidadãos ativos nas eleições primárias das assembleias pa-
roquiais elegesse os eleitores de província e, estes, os representantes
da nação e províncias.
Raimundo Faoro faz uma dura análise sobre esse processo:

legislatura da Assembleia Provincial, de 1839 a 1840. 2ª ed. Niterói. Tipografia de


Amaral & Irmão, 1851. p. 33.
36
Ibid.

44 a província fluminense

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reduzido o povo a uma ficção mínima e sem densidade, que vota em
eleições fantasmas. Nas eleições primárias eram excluídos os escravos, os
analfabetos, os menores de 25 anos, os filhos-famílias, os religiosos e os
indivíduos desprovidos de renda anual de 100$ por bens de raiz, indús-
tria, comércio ou emprego.37

Nas eleições secundárias, só podiam votar os que tivessem renda


líquida anual de 200$, ficando excluídos os libertos e os criminosos
pronunciados em querela ou devassa. Para candidatar-se aos cargos
legislativos, além dos requisitos já mencionados, o indivíduo deveria
possuir 400$ de renda líquida, não ser naturalizado brasileiro e pro-
fessar a religião oficial do Império, a católica. A mudança mais signi-
ficativa no tocante às eleições para os membros da Assembleia Pro-
vincial (e também da Assembleia Geral) ocorreu em 1881, através
da Lei Saraiva, redigida por Rui Barbosa. Ela determinava que todos
os cargos eletivos seriam escolhidos em eleições diretas. Dentre suas
características estavam a não-obrigatoriedade do voto, a permissão
para que não-católicos fossem candidatos e a proibição do voto dos
analfabetos.38 A vitória da reação conservadora em 1840 mudou o
quadro de atuação da Assembleia Legislativa Provincial.
Visconde do Uruguai, que até sua morte em 1866 defendeu po-
sições conservadoras de centralização na política, explica o motivo
de sua defesa da Lei de Interpretação do Ato Adicional de 1840:

as Assembleias provinciais passaram a legislar sobre jurados, juízes de


paz, juntas de paz, juízes municipais, de órfãos, de direito e promotores.
Criaram novas entidades, pelas quais repartiram atribuições daquelas; le-
gislaram sobre processo, sobre Párocos, sobre a Guarda Municipal, sobre

37
FAORO, Raymundo. Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro.
São Paulo: Globo; Publifolha, 2000. Vol. 1. p. 366.
38
BRASIL. Decreto nº 3.029, de 9 de janeiro de 1881. In: Coleção das Leis do Im-
pério do Brasil de 1881. Parte I. Tomo XXVIII – parte II. Tomo XLIV. Vol I. Rio de
Janeiro: Tipografia Nacional, 1882. p.1.

poderes provinciais 45

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privilégios exclusivos e indústria, sobre impostos de importação, sobre
ancoradouros, sobre corpos do Exército. Criaram bancos, se envolveram
com a circulação monetária, em uma palavra invadiram tudo, e iam des-
centralizando tudo e acabando com o Império.39

O deputado liberal Aureliano Cândido Tavares Bastos, por sua


vez, insurge-se contra a ação do Partido Conservador afirmando que
“a lei chamada da interpretação foi, como todos o sabem, o ato
mais enérgico da reação conservadora: limitando a autoridade das
Assembleias provinciais”.40 Bastos qualifica a Lei de 1840 de “golpe
de Estado”:

a Província desceu de sua dignidade em nosso sistema de governo (...)


Desde então, pois, a autoridade das Assembleias sobre as Câmaras so-
mente se faz sentir pelo lado mau, pela excessiva dependência e concen-
tração dos negócios nas capitais das Províncias.41

Antes do primeiro regimento ser aprovado, a assembleia era or-


ganizada pelo mesmo regulamento dos Conselhos Gerais. Somente
em 1848, portanto 13 anos após sua criação, o órgão passou a con-
tar com um regimento próprio.42
Pela mesa da assembleia passava toda documentação da Casa, sen-
do a responsável pela ordem de discussão dos diversos assuntos. Era
composta por um presidente, um vice-presidente e dois secretários, os
quais tinham um mandato de um mês, podendo ser reeleitos.

39
URUGUAI, Paulino José Soares de Sousa, Visconde do. Ensaio sobre o direito
administrativo. Brasília: Ministério da Justiça, 1997. p. 376.
40
BASTOS, Cândido Aureliano Tavares. A Província. São Paulo: Cia Editora Na-
cional, 1937. 2ª ed. p.95. Apud FAORO, Raymundo. Op.cit., p. 374.
41
Ibid., p. 151.
42
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 443, de 26 de julho de 1848, art. 18.
Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1848. Rio
de Janeiro: Tipografia do Diário de N. L. Vianna, 1848. pp. 64-66.

46 a província fluminense

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A cerimônia de instalação da assembleia dava lugar de destaque
ao representante do poder executivo nomeado pelo Imperador – o
presidente da Província. Quatro deputados eram escolhidos para
recebê-lo e fazer as despedidas, ao final. Durante as sessões, ele devia
sentar-se à direita do presidente da Assembleia Provincial que após
sua fala assumia a presidência da sessão.
O regimento determinava ainda que caso o Presidente de Pro-
víncia negasse sanção a uma lei votada pela Assembleia Provincial,
ela seria enviada à Assembleia Geral.43

1.3. câmaras municipais


As Câmaras Municipais foram instaladas nas primeiras vilas brasi-
leiras ainda no período colonial, em 1532, refletindo o modelo lusi-
tano de organização político-administrativa. Tal como na época da
colônia, a concessão do título de vila – necessário para instituciona-
lização do corpo político local e implantação da Câmara – dependia
do consentimento régio, o que corrobora a caracterização das câma-
ras coloniais como importantes “braços administrativos da centrali-
zação monárquica”.44 Ocupavam-se dos diversos assuntos de esfera
local, fossem de natureza administrativa, policial ou judiciária.
Vitor Nunes Leal considera as Câmaras coloniais como expres-
são do poder político dos proprietários rurais, exercido “à margem
dos textos legais e muitas vezes contra eles”.45 Assim, apesar do ca-
ráter centralizador da legislação lusitana com base nas Ordenações
Afonsinas, Manoelinas e Filipinas, na prática os “nobres da terra”
dispunham de autonomia local. Ainda de acordo com o mesmo
autor, a vinda da Corte para o Brasil (1808) – ao permitir a insti-
tucionalização de um complexo corpo burocrático e administrativo

43
FAORO, Raymundo. Op. Cit. p. 633, 634.
44
Idem.
45
NUNES LEAL,Victor. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Editora Alfa-Ôme-
ga, 1986. p.65.

poderes provinciais 47

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sobre o território nacional – e, posteriormente, a independência e
a constitucionalização do Estado Nacional teriam contribuído para
redução desse poder privado. Nas palavras do autor, “mais próximo
e melhor aparelhado, pôde o governo estender sua autoridade sobre
o território nacional com muito maior eficiência”.46
A lei orgânica dos municípios, que vigorou de 1828 a 1891, es-
tabelecia que as Câmaras Municipais eram “corporações meramente
administrativas e não exercerão jurisdição alguma contenciosa” 47.
Assim, as Câmaras deliberavam sobre: conservação e alinhamento
das ruas, calçadas, cais e praças; iluminação, água, esgoto, saneamen-
to, abastecimento; manutenção e construção de estradas, pontes,
fontes aquedutos e prisões públicas; estabelecimento e conservação
das casas de caridade e hospitais; construção de cemitérios, vacina-
ção, inspeção das escolas de primeiras letras, etc. Enfim, as Câmaras
deliberavam “sobre os meios de promover e manter a tranquilidade,
segurança, saúde e comodidade dos habitantes, asseio, segurança,
elegância e regularidade externa dos edifícios e ruas da povoação”.48
As posturas municipais, reguladoras da vida cotidiana das vilas
e cidades, deveriam ser publicadas em editais e vigoravam por um
ano até definitiva aprovação pelos Conselhos Gerais que as poderiam
alterar ou revogar. Fica clara a relação de subordinação das Câma-
ras Municipais em relação aos demais poderes, já que as posturas
definidas localmente pelas primeiras submetiam-se à aprovação dos
Conselhos. Não por acaso, ficou conhecida como doutrina da tutela
a sujeição das Câmaras aos Conselhos Gerais, aos Presidentes de Pro-
víncia e ao Governo Geral. Com o Ato Adicional de 1834, a tutela
sobre as Câmaras passou dos Conselhos Gerais às Assembleias Le-
gislativas Provinciais. Expressão de uma vitória política dos liberais,

46
Idem, p.72
47
ALMEIDA, Fernando H. Mendes e BARRETO, Carlos Eduardo. Constituições
do Brasil. São Paulo: Edição Saraiva, 1967. Lei de 1º de outubro de 1828, art.24,
p. 50.
48
Ibid., art. 71, p. 61.

48 a província fluminense

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o Ato Adicional, de caráter descentralizador, pretendia fortalecer
as províncias perante o governo central. Contribuía, neste sentido,
para um controle mais rígido das municipalidades por parte das
assembleias, encarregadas de legislar sobre a economia e política dos
municípios.
Nos relatórios dos Presidentes de Província encontram-se diver-
sos exemplos das atribuições municipais. São muitas as solicitações
de verbas para iluminação das ruas, abertura de canais, construção
de casas de caridade e de casas de correção, por exemplo. Em uma
mensagem do Presidente da Província à Assembleia Provincial, em
1835, solicitando melhoria para a Vila de Praia Grande, ele enume-
ra os problemas que a Câmara desta vila aponta:

a Câmara da vila de Praia Grande enumera questões a serem resolvidas: o


melhoramento da estrada da Paciência, cuja direção precisa ser mudada; a
estrada do morro do Carvalhão; o aterro e calçada das ruas da vila; e o enca-
namento que se começou a fazer, a fim de por tubos de ferro conduzir água
da encosta do Morro de São Lourenço ao centro da Praça Municipal(...).49

Outra incumbência das Câmaras era garantir aos professores


casas para o estabelecimento de escolas dentro dos seus povoados,
ficando os custos a cargo do governo provincial.50
A vacinação também era de sua responsabilidade, devendo ela-
borar instruções que regulamentassem tal prática em seus municí-
pios. Assim, o decreto assinado pelo Presidente da Província em 7
de maio de 1846, referente às posturas da Câmara Municipal da
Vila de Nossa Senhora da Lapa de Capivari, revela que:

49
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Presidente Rodrigues Torres. Relatório do
Presidente da Província do Rio de Janeiro. 1º de fevereiro de 1835. <Disponível em:
http://wwwcrl.uchicago.edu/info/Brasil/jain.html> Acesso em: dezembro/2001.
11:00.
50
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 81, de 2 de janeiro de 1837. In:
Legislação provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850. Op.cit., pp. 125-130.

poderes provinciais 49

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as pessoas residentes no município que ainda não estejam vacinadas são
obrigadas a comparecer na casa da Câmara municipal, ou nos lugares por
ela designados em dia e hora anteriormente marcados, afim de sofrerem a
vacinação, e outrossim a levarem para o mesmo fim seus filhos, escravos,
agregados, tutelado ou curatelados de qualquer sexo ou idade.51

E ainda:

A autoridade policial de cada freguesia será obrigada a remeter mensal-


mente à Câmara uma relação circunstanciada contendo os nomes dos
pais, senhores e tutores que tenham pessoas por vacinar em sua compa-
nhia, e o cirurgião vacinador uma outra, também mensalmente, decla-
rando os nomes de todos os pais de família que tiverem obedecido ao
preceito desta postura para que à vista de tais relações possa o procurador
da mesma Câmara promover a imposição das pessoas marcadas.52

Malgrado as vitórias liberais, os Presidentes de Província, indica-


dos pelo poder central, continuavam ocupando papel de destaque
na política imperial, sobretudo a partir da década de 1840, com a
Lei de Interpretação do Ato Adicional, que promoveu uma série de
alterações legais de caráter conservador.
Essa lei conferia às Câmaras o poder de polícia administrativa a
ser exercido por meio do cumprimento do Código de Posturas. A
reforma do Código de Processo Criminal de 1841 confirmou essa
atribuição, delegando aos Chefes de Polícia e aos seus Delegados a
função de:

examinar se as Câmaras Municipais têm providenciado sobre objetos de


Policia, que por lei se acham a seu cargo, representando-lhes com civilida-

51
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Decreto nº 378. In: Coleção de Leis, Decre-
tos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1846. Rio de Janeiro: Tipografia
do Diário de N. Vianna, 1846. p. 27.
52
Ibid., p. 28.

50 a província fluminense

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de as medidas que entenderem convincentes, para que se converterão em
Posturas, e usando do recurso do art. 73 da Lei do 1 de Outubro de 1828
quando não forem atendidos.53

Apesar da necessária aprovação final pela Assembleia Legislativa


das posturas municipais, artigos aditivos às posturas das Câmaras
podiam ser regulamentados pelo Presidente de Província, em caráter
provisório.
Outra demonstração contundente da sujeição das Câmaras às
Províncias, às assembleias e ao Presidente de Província era a prer-
rogativa que tinham estes últimos de suspender “quaisquer empre-
gados”. Em 1865, o então presidente Bernardo de Souza Franco
suspendeu todos os vereadores da Câmara Municipal de Maricá,
sob a justificativa de falta de engajamento de seus membros durante
a guerra do Paraguai, nos seguintes termos:

(...) nem o presidente da Câmara e Vereadores em sua posição oficial apa-


receram figurando em qualquer ato público a fim de promover o engaja-
mento de voluntários e nem seus nomes como particulares figuram no
engajamento e remessa de voluntários, ou na oferta de donativos para os
obter, sustentar, fardar ou armar.(...) Toda esta série de omissões e comis-
sões contrárias aos preceitos da Constituição do Império e leis em vigor,
chama sobre o presidente e Vereadores da Câmara Municipal de Maricá a
ação das leis penais, e , usando da atribuição que me confere o § 8 do art
5 da Lei de 3 de outubro de 1834, os suspendendo do exercício de suas
funções e mando responsabilizar como incursos no art.154 do Código
Penal, além dos mais em que tiver incorrido.54

53
BRASIL. Lei nº 261, de 3 de dezembro de 1841. Reforma do Código de Processo
Criminal, art. 4° § 5. Coleção de Leis do Império de 1841. Tomo IV. Parte I. Rio de
Janeiro: Tipografia Nacional, 1864. pp. 75.
54
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Deliberação de 3 de maio de 1865. In:
Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio Janeiro de 1864. Rio de
Janeiro: Typ. da Papelaria Parisiense, 1888. pp. 175-178.

poderes provinciais 51

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Outra marca do controle provincial sobre as Câmaras revela-se
na obrigatoriedade da remessa das listas dos seus empregados com
os respectivos ordenados para que as assembleias fixassem em lei
permanente. Aquelas que não o fizessem sofreriam multa.55
A composição das Câmaras, de acordo com o Regulamento de
1828, era de nove vereadores para as cidades e sete para as vilas. O
vereador mais votado presidiria a Câmara. Somente em 1881 estes
números foram alterados pela Lei Saraiva que determinou um nú-
mero de vinte e um vereadores no município da Corte, e treze nas
capitais de algumas províncias dentre as quais o Rio de Janeiro. O
artigo 22 da mesma lei alterou, ainda, a escolha do presidente e de
seu vice, determinando que estes seriam eleitos pelos vereadores.
A Constituição de 1824 e, posteriormente, a Lei de outubro de
1828 mantiveram a tradição colonial de eletividade das Câmaras.
Votavam nas eleições municipais os que tinham voto na nomeação
dos eleitores de paróquia.
Todos os votantes, desde que residissem por dois anos no mu-
nicípio, podiam candidatar-se ao cargo de vereador, cujo mandato
durava quatro anos. Cabia ao Juiz de Paz da paróquia publicar no
domingo que antecedesse pelo menos quinze dias das eleições a lista
geral dos votantes, isso após receberem as listas parciais dos Juízes
de Paz dos outros distritos em que a Paróquia estivesse dividida. Na
falta dos Juízes de Paz, cabia aos párocos fazer as listas gerais após
receberem as listas parciais dos Capelães.
A Lei Eleitoral de 1846 modificou o Regulamento de 1828, ao
transferir a tarefa da apuração das Câmaras para as mesas paroquiais.
Outra Lei Eleitoral, em 1875, estabeleceu duas importantes altera-
ções no processo eleitoral: a primeira foi o “voto limitado” – nos
municípios de nove vereadores, o votante sufragava seis nomes; nos
de sete, cinco – que era apurado pela mesa paroquial e, em caso de

55
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei n° 493. In: Coleção de Leis, Decretos
e Regulamentos da Província do Rio Janeiro de 1849. Rio de Janeiro: Tipografia do
Diário de N. L. Vianna, 1849. pp. 106, 107.

52 a província fluminense

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queixa, o juiz de direito da comarca julgava a validade da eleição. A
segunda alteração se deu nos critérios de elegibilidade, modificando
as condições necessárias para se candidatar a um cargo eletivo56.
O expediente da Câmara era registrado pelo secretário que tam-
bém era responsável por passar as certidões e cuidar dos livros do
arquivo. Havia, ainda, um procurador, que serviria por quatro anos,
encarregado de arrecadar e aplicar as rendas e multas, demandar
aos Juízes de Paz a execução das posturas e a imposição das penas
aos seus contraventores, defender os direitos da Câmara perante as
Justiças ordinárias e, finalmente, dar conta da receita e despesa to-
dos os trimestres no início das sessões. Havia, também, um ou mais
fiscais e seus suplentes, que faziam o controle das casas de negócio,
e estradas das suas freguesias, ao menos uma vez a cada três meses, e
autuavam as infrações às posturas municipais.57
No decurso de um ano, as Câmaras deveriam realizar quatro ses-
sões ordinárias, de três em três meses. Estas deveriam ter no mínimo
seis dias, durando o período que os vereadores julgassem necessário.
No caso de alguma convocação extraordinária, caberia ao presidente
solicitar permissão aos demais membros da Câmara. O quorum mí-
nimo exigido para as deliberações, tanto nas vilas como nas cidades,
era de cinco vereadores. A decisão seria tomada através de maioria
simples e, havendo empate, cabia ao presidente o chamado voto de
qualidade.
O regimento interno, que abrangia todas as obrigações econômi-
cas do serviço das Câmaras e dos seus diversos empregados e oficiais,
deveria também ser apresentado à Assembleia Legislativa Provincial,
através do Presidente de Província, para necessária aprovação. Além

56
BRASIL. Lei de 20 de outubro de 1875. In: Coleção das Leis do Império do Brasil
de 1875. Tomo XXIV, Parte I e II, Volume I. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional,
1876. p. 173.
57
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 15. In: Coleção de Leis, Decretos e
Regulamentos da Província do Rio de Janeiro desde 1839. Niterói: Tipografia Niterói
de M. G. de S. Rêgo, 1839. p. 37.

poderes provinciais 53

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dos livros necessários para seu expediente, as Câmaras teriam um livro
de tombo dos bens municipais, um de receita e despesa e outro de
contas correntes com todos os devedores e credores do Município.
Contava-se o ano financeiro das Câmaras de 1º de julho ao úl-
timo dia útil de junho. Anualmente, esses órgãos municipais envia-
vam as contas da sua receita e despesa do ano findo, e seus orçamen-
tos para o próximo ano, ao Presidente de Província que os submetia
à aprovação da Assembleia Provincial. As despesas deveriam neces-
sariamente corresponder às receitas disponíveis e, quando as últimas
não bastassem, as Câmaras proporiam impostos que julgassem cabí-
veis. Os documentos comprobatórios das despesas ficavam arquiva-
dos nas secretarias das respectivas Câmaras.
Os gastos, em geral, compreendiam, dentre outros, o ordenado
dos empregados, expediente da mesma, despesas judiciais, manu-
tenção das ruas, obras públicas, aluguel de casa para realização das
sessões, manutenção das cadeias e dos presos pobres. No caso de
algum gasto não previsto pela lei anual do orçamento, deveriam as
Câmaras pedir autorização à Assembleia Legislativa e ao Presidente
de Província:

As Câmaras Municipais não podem fazer despesa alguma, além das que
tiverem sido decretadas na lei do orçamento, ou em resolução especial da
Assembleia Legislativa Provincial, salvo em casos extraordinários em que
assim o exija a saúde ou segurança pública do município: devendo em tais
casos solicitar a autorização do presidente da Província, que a concederá
convencendo-se da necessidade alegada, dando conta à mesma Assem-
bleia na sua primeira reunião.58

As rendas das Câmaras, estabelecidas em lei provincial, eram


divididas em gerais e específicas. As rendas gerais referiam-se a to-

58
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 83, artigo 19, de 4 de janeiro de
1837. In: Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro
desde 1835. Niterói: Tipografia Niterói de M. G. de S. Rego, 1839. p. 308.

54 a província fluminense

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dos os municípios da província fluminense provindo dos seguintes
meios: direito de aferição anual dos pesos e medidas de gêneros se-
cos ou molhados; imposto de chancelaria por alvará de licença para
diversos objetos; imposto sobre cabeça de gado cortado dentro do
município; taxa de passagem sobre pontes e estradas; imposto sobre
bebidas vendidas em tabernas, armazéns e etc., e taxa de passagem
sobre pontes e estradas.
As rendas específicas eram definidas de acordo com as particu-
laridades de cada Município, como cobrança de taxas pelo direito
de passagem em pontes, aluguéis de prédios pertencentes à Câmara,
produto dos foros e laudêmios das terras que constituem seu patri-
mônio, concessão de alvarás de licença para abrir casa de negócio
mediante pagamento de impostos e outros.
As Câmaras que cobravam taxas de passagem deveriam apre-
sentar às assembleias tabelas das mesmas taxas sujeitando-as a sua
aprovação. Organizavam também, todos os anos, uma tabela do
quantitativo fixo que as casas sujeitas ao imposto de patente teriam
de pagar anualmente pelo alvará de licença. Esta tabela não poderia
ser alterada no intervalo de um ano.
Os terrenos pertencentes às Câmaras eram tombados, devendo
as mesmas marcar o quantitativo do foro e do laudêmio que eles de-
veriam pagar. As Câmaras poderiam aforar as terras que constituíam
seu patrimônio, desde que estipulassem nos contratos preços por
elas propostos e confirmados por lei provincial. As quantias arreca-
dadas dos foros faziam parte dos rendimentos gerais das Câmaras,
cabendo ao procurador sua cobrança, contando neste serviço com
ajuda do fiscal.
É muito recorrente na legislação provincial e nos relatórios dos
Presidentes de Província a referência à arrematação a particulares,
prática que incluía até mesmo as rendas municipais:

Todas as rendas das Câmaras Municipais, com exceção somente da dos


foros e laudêmios dos seus patrimônios e do imposto da chancelaria,
serão anualmente arrematadas a contratores que as arrecadarão por sua
conta, precedendo editais com antecedência conveniente, que não po-

poderes provinciais 55

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derá ser menos de 20 dias, anteriores ao da arrematação de cada uma das
mesmas rendas.59

Não havendo licitantes que oferecessem preços razoáveis pelas


rendas postas em arrematação, as mesmas seriam administradas pe-
los procuradores das Câmaras.
Em geral, os recursos das Câmaras eram escassos, daí as frequentes
solicitações de verbas ao Presidente de Província para suprir suas de-
mandas. Em alguns casos, os cofres provinciais socorriam às Câmaras:

A Câmara Municipal de Valença fica autorizada a despender a quantia de


3 contos de réis e, construção de 3 pontes precedendo os respectivos pla-
nos e orçamentos previamente aprovados pelo presidente da Província.
Quando por suas rendas não possa a dita Câmara levar a efeito a constru-
ção das ditas pontes, será toda ou parte da despesa suprida pelos cofres
provinciais.60

Reconhecendo a dificuldade financeira como entrave para o de-


sempenho das atribuições contidas na Lei de Criação de 1828, o
Presidente da Província, em seu relatório de 1835, expõe a necessi-
dade de fornecer-lhes recursos: “a Câmara da Vila de Magé pretende
construir uma Casa de Caridade; não deu início a construção pela
insuficiência de recursos, então solicita ao Governo da Província
500$00 para realização do projeto”.61
O relatório apresenta outro problema enfrentado pelas adminis-
trações municipais: a falta de casas para reunião de seus Conselhos,

59
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 83, artigo 19, de 4 de janeiro de
1837. Op. cit., p. 308.
60
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Decreto nº 35, de 22 de maio de 1840. In:
Legislação provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850. Op. cit., p. 269.
61
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Presidente da Província do Rio
de Janeiro. 1º de fevereiro de 1835. <Disponível em:http://wwwcrl.uchicago.edu/
info/Brasil/jain.html> Acesso em: dezembro/2001. 11:00.

56 a província fluminense

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uma vez que “não há na lei de criação das novas vilas a cláusula
de não serem elas criadas antes dos edifícios indispensáveis à sua
administração”.62 A escassez de rendas impedia que as Câmaras
construíssem suas sedes. Assim, conforme relatório da presidência
da Província, de 18 de outubro de 1836, várias Câmaras realizam
suas sessões em casas alugadas ou nas de particulares, e a “Câmara
da Vila de Barra Mansa indica como necessária no seu município,
além de Cadeia e Casa de Câmara (necessidade comum a quase
todas vilas da Província) a construção de uma ponte sobre o Rio
Paraíba (...)”.63 Sugere, ainda, que as próprias Câmaras indiquem
meios de arrecadar fundos em cada município.
Em 1838, a ata da primeira Sessão da Câmara de Sant’Anna de
Piraí afirma que a própria casa da Câmara, o júri e a cadeia da vila
estavam sendo edificadas à custa de 13 proprietários rurais desse
município, que se comprometiam àquela obrigação “à custa de seus
próprios bens solidariamente” caso a subscrição que também obri-
gava “todos os moradores do Termo da Vila” não fosse suficiente.64
Para a construção da casa de sessões da Câmara da Vila de Valen-
ça, o Legislativo provincial foi acionado, para a concessão de loteria:

O Presidente da Província é autorizado para adiantar à Câmara Munici-


pal da vila de Valença, dentro do ano financeiro próximo futuro, a quan-
tia de dez contos de réis em prestações de um conto de réis por mês, para
construção da casa da mesma câmara, cadeia e júri, logo que o plano e
orçamento dessa obra sejam aprovados pelo presidente e a Câmara Muni-
cipal mostre realizadas subscrições que preencham a quantia orçada para
as ditas obras, ficando para indenização do cofre provincial a loteria para
isso já concedida.65

62
Idem.
63
Idem.
64
CÂMARA MUNICIPAL (PIRAÍ). Atas da Câmara Municipal de Piraí. Sessão do
dia 11 de novembro de 1838. Livro I, p. 01.
65
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 392, de 16 de maio de 1846. In: Le-

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As obras públicas ocupavam papel de destaque nas atribuições
municipais, entretanto, não fugiam à regra das demais tarefas mu-
nicipais: sua aprovação submetia-se ao Presidente de Província e às
Assembleias Provinciais. Cabe ressaltar que, para receber o aval, deve-
riam as Câmaras anexar à proposta planta, orçamento e justificativa
da importância da obra, propondo também meios de subsidiá-la, caso
excedesse as possibilidades das rendas ordinárias. Também nestes casos
generaliza-se a prática da arrematação estabelecida em lei provincial e
uma das marcas da administração na província do Rio de Janeiro:

As Câmaras Municipais desta província são autorizadas para mandar fa-


zer, à custa dos cofres das suas respectivas rendas todos os reparos provi-
sórios que forem indispensáveis nas pontes, estradas e calçadas dos muni-
cípios, e bem assim os reparos necessários em quaisquer outros edifícios e
obras, que por deliberação delas se julgarem urgentes; preferindo o meio
de arrematação ou empreitada ao dito respeito, em cujos contratos se fixe
o tempo em que se devem concluir os mesmos reparos, mediante uma
multa imposta aos respectivos empresários; e darão logo conta ao presi-
dente da Província do que nisso fizerem (...). 66

1.4. guarda nacional


A abdicação de D. Pedro I, em 7 de abril de 1831, desencadeou gran-
de convulsão social no país e importantes mudanças políticas. Com o
objetivo de manter a segurança pública já que havia ameaça à desagre-
gação territorial, uma Lei de 6 de junho de 1831 criou milícias muni-
cipais, e outra Lei de 18 de agosto de 1831 criou a Guarda Nacional,
extinguindo os corpos de milícias, guardas municipais e ordenanças.

gislação provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850. Parte I. Leis e decretos. Niterói:
Tipografia Fluminense de Lopes, 1850. p. 520.
66
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 126, artigo 1º, de 12 de maio de
1838. In: Legislação provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850. Parte I. Leis e De-
cretos. Niterói: Tipografia Fluminense de Lopes, 1850. pp. 213-214.

58 a província fluminense

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Após o 7 de abril de 1831, os liberais ocuparam o poder e nele
se mantiveram até a cisão que garantiu a vitória dos regressistas e a
queda de Feijó, em setembro de 1837. O projeto político do grupo
de liberais moderados, liderados pelo Padre Diogo Antônio Feijó,
Ministro da Justiça da Regência Permanente, e pelo jornalista Eva-
risto da Veiga, supunha uma estratégia de unidade, ordem e forta-
lecimento, tendo o eixo centro-sul como seu articulador. Visando
“defender a Constituição, a Liberdade, Independência, e Integri-
dade do Império”, ganha força a ideia de criar uma milícia com o
objetivo de auxiliar o Exército de Linha na defesa das fronteiras. Sua
marca principal era ser formada de gente do povo, desde que eleito-
res, independentemente da cor.67 Essa concepção inicial dominou a
primeira fase de atuação da Guarda Nacional, no período de 1831
a 1850 que, segundo Jeanne Berrance de Castro, foi “democrática,
popular”.68 Contudo, considerando que a maior parte da oficiali-
dade era composta por portugueses, a corporação passou a ser vista
com desconfiança após a abdicação.
Inicialmente, a Guarda Nacional era formada por cidadãos elei-
tores entre 21 e 60 anos. Um ano após sua criação, a faixa etária foi
modificada para 18 a 60 anos. A Guarda estava submetida a uma
autoridade civil que podia delegar o comando a uma autoridade
militar. Era subordinada ao Ministério da Justiça e aos Presidentes
de Províncias e, supletivamente, onde esses dois não atuavam, ao
Juiz de Paz e ao Juiz Criminal.
Desde o período colonial, as funções de manutenção da ordem
pública eram pouco demarcadas no Brasil, com a acumulação de
poderes administrativos, judiciais e de polícia nas mãos das mesmas
autoridades. Assim, os juízes ordinários e os de fora tinham, ao mes-
mo tempo, funções policiais e jurisdicionais, além das administrati-

67
BRASIL. Lei de 18 de agosto de 1831. In: Coleção das Leis do Império do Brasil de
1831. I Parte. Rio de Janeiro: Typografia Nacional, 1875. pp. 58-80.
68
CASTRO, Jeanne B. A milícia cidadã: a Guarda Nacional de 1831 a 1850. São
Paulo: Ed. Nacional, 1970.

poderes provinciais 59

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vas. Durante o Império, essa acumulação de atribuições judiciárias e
policiais nas mãos das mesmas autoridades permaneceu.
O Código de Processo Criminal, de caráter descentralizador, re-
formou o sistema policial e judiciário e deu enorme poder aos juízes
de paz, principais responsáveis pelas funções policiais nas comar-
cas, as quais se subordinavam à Guarda Nacional fora das capitais.
Cumulativamente, eram responsáveis também pelas funções poli-
ciais os juízes municipais e o juiz de direito, que exercia a função de
Chefe de Polícia.
O Código de Processo Criminal, de 1832, e o Ato Adicional, de
1834, deram muita ênfase à autonomia local. Alguns órgãos, como as
Câmaras Municipais e a Guarda Nacional, passavam a manter relação
hierárquica com as diversas esferas de poder. As primeiras, organiza-
das em 1828, estavam subordinadas ao Presidente de Província e, por-
tanto, também ao governo central. A Guarda Nacional estava ligada
ao Ministério da Justiça e ao Presidente de Província, numa expressão
do compromisso entre o poder local e o estado centralizado.
A Guarda Nacional estava organizada em Infantaria e Corpo de
Cavalaria. As primeiras eram formadas por Legiões com 1.000 pra-
ças, que se dividiam em Batalhões ou Corpos com 400 praças, em
um mínimo de 4 e até 8 companhias que, por sua vez, se dividiam
em Companhias de 60 até 140 praças, e seção de companhias. O
Corpo de Cavalaria era constituído de 2 até 4 esquadrões formado
por 2 Companhias.
Para o alistamento formou-se um Conselho de Qualificação,
composto pelos 6 eleitores mais votados do Distrito, presidido pelo
Juiz de Paz. Esse Conselho verificava a idoneidade dos cidadãos que
se alistavam e eram registrados no Livro de matrícula geral, em que
também eram anotadas as alterações como morte, mudanças e etc.
Esse livro era guardado no cartório do Escrivão de Paz. Finda a ma-
trícula, o Conselho de Qualificação procedia à formação da “lista
de serviço ordinário” – composta daqueles que o Conselho julgava
aptos ao serviço habitual – e à da “lista de reserva”, composta da-
queles para quem o serviço habitual era considerado pelo Conselho
como “extremamente oneroso”. Faziam parte da lista de reserva os

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empregados públicos, médicos, advogados, cirurgiões e boticários,
estudantes de curso superior, de Seminários e escolas públicas, e
ainda os militares, que só eram requisitados em circunstâncias ex-
traordinárias.
Havia também o Conselho de Disciplina, formado em todos os
batalhões e companhias que não estavam reunidas em batalhões,
composto de 5 membros: um Presidente (Major ou Capitão) e qua-
tro Vogais (um Capitão, um Tenente ou Alferes, um Sargento ou
Cabo e um Guarda Nacional).
O governo provincial encarregava-se de nomear os Coronéis
Chefes de legião, e Majores de legião, cabendo ao governo da Corte
a nomeação do Quartel-mestre, e Cirurgião-mor de legião. Os Ofi-
ciais, Oficiais inferiores e Cabos eram nomeados sob a presidência
dos Juízes de Paz, através de votação individual e secreta, havendo
desempate em caso de não ocorrer maioria, com exceção do Tenen-
te-Coronel Chefe de batalhão, do Major, Ajudante de batalhão, e a
do alferes de Porta-Bandeira, escolhidos em assembleia composta de
Oficiais, Sargentos, e Forrieis das Companhias do batalhão, presidi-
da pelo Juiz de Paz do lugar.
As reclamações sobre alistamentos e atribuição de serviços, bem
como as decisões sobre dispensas, podiam ser encaminhadas ao júri
de Revista, como apelação, formado por 12 Oficiais da Guarda Na-
cional do município com mais de 25 anos, e presidido pelo Juiz Cri-
minal. A escolha do júri realizava-se através de sorteio na Câmara
com a presença de 2 vereadores, presidido pelo Juiz Criminal.
O governo da Corte e os presidentes nas respectivas Províncias
nomeavam Instrutores para ensinar os batalhões, esquadrões e
companhias o uso das armas. Depois de 1835, os Presidentes de
Províncias passaram a nomear prefeitos para os municípios, o que
reduzia o poder local e o submetia à Província. Dentre as funções
dos prefeitos incluíam-se as policiais. Transferia-se, dessa forma, o
controle policial das autoridades locais para as provinciais, com o
consequente fortalecimento dos presidentes.
Entretanto, o golpe na autonomia local foi dado pela reforma
do Código de 1832, realizada em 1840, que dotaria o executivo de

poderes provinciais 61

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amplos poderes na manutenção da ordem pública e da unidade na-
cional, e retirou o poder dos Juízes de Paz, centralizando a subordi-
nação da Guarda Nacional ao Presidente de Província e ao Ministro
da Justiça. De acordo com Bernardo Pereira de Vasconcelos, com o
Código Criminal vivia-se um “judiciarismo policial” (funções poli-
ciais entregues a Juízes de Paz eletivos) e com a Lei de 1841 passou-
-se a um “policialismo judiciário” (funções judiciárias confiadas às
autoridades policiais). Para Vítor Nunes Leal, essa lei não represen-
tou simplesmente uma reorganização judiciária e policial, mas foi,
sobretudo, um “poderoso aparelho de dominação, capaz de dar ao
governo vitórias eleitorais esmagadoras, estivesse no poder o partido
conservador ou liberal”.69
Segundo relatório do Presidente de Província de 1836, no ano
anterior a província fluminense contava com 11 legiões da Guarda
Nacional: Santo Antonio de Sá, Itaboraí, Maricá e Niterói, Valença,
Iguassu, São João do Príncipe e Angra dos Reis e Cabo Frio, Canta-
galo e Campos. Afirmava que tanto a Cavalaria quanto a Infantaria
estavam desfalcadas de efetivos e apontava para o caráter político
dos postos que a Guarda Nacional oferecia ao sugerir o posto de
Major ao comandante do Corpo e a de Capitão ao da Companhia
“pois não só se conseguira desta arte dar-lhes maior importância aos
olhos de seus subordinados, senão também se dilatar o círculo dos
que podem ser escolhidos para ocupar esses postos”.70 O relatório
afirmava também que a Guarda Nacional estava desarmada e sem
dinheiro para se armar, por isso, o presidente dava ordem para que
os “instrutores parciais de Infantaria” de cada legião e também os
oficiais cornetas, tambores e clarins passassem a servir gratuitamente.

69
NUNES LEAL, Victor. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa-Ômega,
1975. p. 196.
70
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Presidente Rodrigues Torres. Relatório do
Presidente da Província do Rio de Janeiro. 18 de outubro de 1836. <Disponível em:
http://wwwcrl.uchicago.edu/info/Brasil/jain.html> Acesso em: dezembro/2001.
11:00. p. 10.

62 a província fluminense

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A partir de 1836, as despesas com as instruções da Guarda Nacional
foram transferidas da Província para o Governo Central.
A Guarda Nacional fornecia destacamentos para fora dos muni-
cípios em defesa das costas e fronteiras, como auxiliar do Exército.
No caso de insuficiência da tropa de linha, ou da Polícia, dava o
número necessário de homens para a escolta das remessas de di-
nheiro; condução de presos ou condenados; socorro aos municípios
conflagrados ou incursão de malfeitores.
A primeira alteração ocorreu no ano seguinte à sua criação, ao
ser fixada a quantia para o alistamento em 200 mil réis (renda lí-
quida) no Rio de Janeiro, Bahia, Recife e Maranhão e 100 mil réis
em outros Municípios.71 Os oficiais só podiam ser nomeados se pu-
dessem ser eleitores de Província, devendo possuir 400 mil réis de
renda liquida anual nas cidades do Rio de Janeiro, Bahia, Recife e
Maranhão, e 200 mil réis nos outros municípios do Império. O de-
creto alterava a idade para o alistamento entre 18 e 60 anos, já que
antes era de 21 anos.
Em 1836, a Assembleia Provincial do Rio de Janeiro estabeleceu
que a nomeação de oficiais do Estado Maior, Capitães e oficiais su-
balternos dos corpos da Guarda Nacional da Província ficaria a car-
go do Presidente de Província, os oficiais inferiores e cabos passavam
a ser nomeados pelos comandantes dos Corpos respectivos.72
Francisco Falcon e Margarida Neves afirmam que, entre 1831 e
1850, a Guarda Nacional transferiu para o âmbito local atribuições
e ônus que foram aceitos porque a instituição garantia a ordem es-
cravista e dissolvia os conflitos.73 O período de 1837 até 1850 foi

71
Decreto Legislativo de 25 de outubro de 1832. BRASIL. In: Coleção das Leis do
Império do Brasil de 1832. Rio de Janeiro: Typografia nacional, 1874. p. 180.
72
Lei n° 43, de 10 de maio de 1836. RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). In: Co­
leção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro. 1836. Niterói:
Typografia Niterói de M. G. de S. Rego, 1839. p. 186.
FALCON, Francisco José Calazans & NEVES, Margarida de Souza. A Guarda
73

Nacional no Rio de Janeiro 1831-1918: estudo das características das instituições po-

poderes provinciais 63

A_PROVINCIA_FLUMINENSE.indd 63 31/01/2012 15:26:04


de ampla atuação desta instituição por causa das diversas rebeliões
regenciais que ocorreram em várias províncias. Em 1837, a necessi-
dade de defesa das fronteiras e costas fez com que o governo auto-
rizasse o destacamento de 4 mil homens das Guardas Nacionais de
todo o Império pelo período de 1 ano.74
Uma das principais atuações da Guarda Nacional nesse período
foi a repressão ao movimento armado de cunho liberal iniciado em
São Paulo, espalhando-se até Minas Gerais, em 1842. A Lei de re-
forma do Código de Processo Criminal descontentou setores políti-
cos liberais que eram contrários à centralização, atingindo inúmeros
municípios. O relatório do Ministro da Justiça José Clemente Perei-
ra, em 1842, faz detalhada exposição do levante. Para debelá-lo, o
governo enviou perto de mil homens da Guarda Nacional chegados
das Províncias do norte e, especialmente, do Rio de Janeiro, auxi-
liados ainda por forte contingente do Corpo Policial dessa última
Província. A rebelião teria chegado até o Paraná e Santa Catarina.
A principal modificação sofrida pela Guarda Nacional ocorreu
em 1850, alterando sua subordinação, o tamanho de suas unidades
e os órgãos responsáveis pelo alistamento.75 Ela passava a ser su-
bordinada inteiramente ao Ministério da Justiça e aos Presidentes
de Província, excluindo a subordinação aos Juízes de Paz e Juízes
Criminais.
Colocou-se um fim à elegibilidade dos oficiais. Todos, indepen-
dentemente de sua patente, teriam de ser nomeados. Os oficiais
inferiores, cabos, cornetas, tambores e clarins eram indicados dire-
tamente pelo comandante dos Corpos. Estes propunham, ainda, a

liciais brasileiras militares e paramilitares de suas origens até 1930. Rio de Janeiro:
PUC/Departamento de história, 1981.
74
BRASIL. Decreto n° 79, de 9 de outubro de 1837. In: Coleção das Leis do Império
do Brasil de 1837. Parte I. Rio de Janeiro: Typografia Nacional, 1861. p. 50.
75
BRASIL. Lei n° 602, de 19 de setembro de 1850. In: Coleção das Leis do Império
do Brasil de 1850. Tomo XI. Parte I. Rio de Janeiro: Typografia Nacional, 1851.
p. 314.

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nomeação dos oficias subalternos e capitães, aguardando a palavra
final do governo imperial, quando o assunto referia-se ao Município
da Corte, ou ao governo provincial, quando relativo às províncias.
O governo, sob proposta dos Presidentes de Províncias, nomeava os
comandantes das unidades – seções de companhia, companhia e ba-
talhão. Os comandantes superiores e chefes do Estado Maior eram
diretamente ligados ao Imperador. Nos locais onde não estivessem o
Ministro da Justiça ou o Executivo provincial, a Guarda submeter-
se-ia à autoridade policial mais graduada.
O Conselho de Qualificação teve sua composição modificada:
saíram de cena os civis e o Juiz Criminal, cedendo lugar aos oficiais
da Guarda. O mesmo espírito motivou a criação do Conselho de
Revista – em substituição ao antigo Júri de Revista – formado pelo
oficial mais graduado, tendo ao seu lado o Juiz Municipal e o Presi-
dente da Câmara. Se não houvesse Juiz Municipal participavam do
Conselho de Revista, o Delegado e o Subdelegado de Polícia.
O número de praças necessário para a criação das unidades foi
aumentado. Desse modo, uma companhia contaria com 100 a 150
homens; um batalhão reuniria de 6 a 8 companhias; uma compa-
nhia de cavalaria seria composta de 70 a 100 integrantes.
As modificações legais sofridas pela instituição a partir de 1870
anunciavam sua progressiva diminuição de importância, atrelando-a
cada vez mais ao Exército até ser inteiramente incorporada a ele em
1918. Em 1873, foi novamente reformulada: perdeu o caráter per-
manente ocorrendo sua reativação somente em caso de guerra ex-
terna, rebelião, sedição ou insurreição; houve redução do efetivo de
oficiais e diminuição para a idade máxima de 40 anos a qualificação
para o serviço ativo. Estas medidas não seriam tomadas nas regiões
de fronteira.76 A Guerra do Paraguai (1865-1870) havia representa-
do um novo momento das forças encarregadas da segurança do país,
adquirindo as Forças Armadas, principalmente o Exército, uma im-

76
BRASIL. Lei n° 2.395, de 10 de setembro de 1873. In: Coleção das Leis do Império
do Brasil de 1873. Vol. I. Rio de Janeiro: Typografia Nacional, 1874. p. 329.

poderes provinciais 65

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portância cada vez maior em detrimento da Guarda Nacional.
A construção da ordem republicana no Brasil a partir de 1889
provocou mudanças na Guarda Nacional, dando-lhe nova organi-
zação no Distrito Federal, em 1890, e nos demais estados a partir
de 1891.77 Em 1918, o presidente Wenceslau Braz (1914-1918) ex-
tinguiu a Guarda Nacional por meio da dissolução de suas unidades
de comando e serviços, sendo incorporada como força de 2ª linha
do Exército.78 Mas, nessa altura, eram novos tempos da história na-
cional e da política regional no Brasil. A velha província havia se
transmutado em estado.

77
BRASIL. Decreto nº 1.121, de 5 de dezembro de 1890. In: Decretos do Governo
Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil. 1890. Rio de Janeiro: Imprensa
Nacional, 1891. p. 3981; BRASIL. Decreto n° 146, de 18 de abril de 1891. In:
Coleção das Leis da República dos Estados Unidos do Brasil de 1891. Rio de Janeiro:
Imprensa Nacional, 1892. p. 320.
78
BRASIL. Decreto nº 13.040, de 29 de maio de 1918. In: Coleção das Leis da
República dos Estados Unidos do Brasil de 1918. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional,
1919. p. 575.

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capítulo 2

Secretaria da Presidência da Província

Na estrutura da administração provincial, a secretaria da pre-


sidência da Província era o órgão encarregado de reunir e prestar
todas as informações ao Presidente de Província. A secretaria se afir-
mou como um órgão importante dentro da estrutura interna da
administração provincial, expressando no plano provincial o caráter
centralizador do governo imperial.
Fundamentalmente, cabia à secretaria tratar dos assuntos refe-
rentes aos diferentes poderes instituídos. Desse modo, a secretaria
da presidência da Província tratava dos expedientes referentes aos
ministérios da Corte, estabelecendo os vínculos entre o governo
provincial e o governo nacional, assim como estava encarregada dos
assuntos referentes ao Legislativo Provincial, às Câmaras Municipais
e à Justiça Provincial. Além disso, tratava, igualmente, dos assuntos

67

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ligados à Guarda Nacional até 1876, quando esta instituição perde
importância. Organizava-se, assim, a ligação do Poder Executivo
provincial com as outras esferas do Estado imperial no Brasil do
século xix.
As mudanças frequentes de estrutura pelas quais a secretaria da
Presidência passou e as novas atribuições que foi incorporando ao
longo dos anos correspondiam às funções públicas que o governo
provincial foi assumindo desde seu estabelecimento em 1834. A lei
de criação da secretaria não especifica sua competência nem sua es-
trutura interna, mas detalha seu quadro funcional que se compunha
de um secretário, dois oficiais, cinco amanuenses, um porteiro guar-
da-livros. O secretário era o responsável geral pelo órgão, registrava e
arquivava toda a correspondência, controlava o ponto dos emprega-
dos, fiscalizava as despesas do setor, e enviava a coleção de leis e regu-
lamentos gerais e provinciais a todos os órgãos da administração pú-
blica. Em 1841, organizou-se, de fato, a estrutura administrativa da
secretaria, com duas seções, cada uma tendo, à sua frente, um oficial,
auxiliado por dois amanuenses e dois adidos.1 Em 1854, decretou-se
uma mudança da estrutura que, entretanto, não saiu do papel.2 Foi
em 1858 que a administração provincial passou por uma reforma
que previa que a secretaria da Província deveria funcionar a partir de
três seções com atribuições próprias.3 Novamente, no ano seguinte,

1
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Regulamento de 21 de junho de 1841. In:
Coleção de leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1841. Rio
de Janeiro: Tipografia do Diário N. L. Vianna, 1841. pp. 98-102, p. 98. Segundo
Maria de Fátima da S. Gouveia, a administração provincial de 1841 até a reforma
de 1859 ficou subordinada diretamente à secretaria da Presidência livrando o pre-
sidente de Província para outros assuntos referentes à administração provincial.
Op. cit., p. 34.
2
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Decreto nº 699, de 7 de outubro de 1854.
Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro. Rio de Janei-
ro: Typografia de M. Barreto, 1854. p. 42.
3
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Deliberação de 30 de abril de 1858. In:

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no âmbito de uma grande reforma administrativa, a secretaria da
Província reestrutura-se, contando então com um oficial-maior, três
chefes de seção, três primeiros oficiais, quatro segundos oficiais, qua-
tro amanuenses, um arquivista, um porteiro e três contínuos, além
do secretário.4 Assim, a partir de 1859, na nova forma assumida pelo
órgão, o secretário passou a acumular funções mais importantes,
como colher informações com autoridades das demais repartições
para o preparo de instrução dos negócios da província, subscrever
documentos assinados pelo presidente, autenticar editais, anúncios
e declarações do órgão, punir os empregados faltosos e ter, sob sua
guarda, a correspondência com o governo geral, com as autoridades
da província e o livro de contratos.5
Em 1876, a presidência da Província passou por suas últimas
mudanças antes do fim do regime imperial. A nova estrutura da
administração provincial buscou racionalizar o serviço público ao
diminuir o número de empregados, realizando uma definição mais
rigorosa de atribuições, promovendo maior autonomia dos órgãos,
procurando evitar que chegasse à presidência problemas que pode-
riam ser resolvidos em outros níveis da administração provincial.
Assim, a secretaria organizou-se em torno de quatro seções, cada
uma tendo áreas de competência específicas relativas a assuntos ou
funções do Estado. Dessa forma, as diferentes questões públicas

Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1858. Rio


de Janeiro: Tipografia Nacional, 1868. p. 44.
4
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 1.127, de 4 de fevereiro de 1859; e
Regulamento de 21 de junho de 1859. In: Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos
da Província do Rio de Janeiro de 1859. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1868.
p. 259.
5
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA) Regulamento de 21 de junho de 1859. In:
Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1859. Rio
de Janeiro: Tipografia Nacional, 1868. p. 261. Este regulamento descentraliza an-
tigas atribuições da secretaria, passando seu controle diretamente ao Presidente de
Província. Ver Gouveia, op. cit., p. 87.

secretaria da presidência da província 69

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eram do âmbito da responsabilidade de uma determinada seção. A
estrutura estabelecida em 1876 traduziu, de fato, o nível mais com-
plexo de organização da administração da Província.6

2.1. primeira seção - gerência geral


Esta seção realizava as atividades da antiga seção central da secre-
taria da Presidência, prevista no regulamento de 1859 e, posterior-
mente, redefinida pelo Regulamento de 1876 como 1ª Seção da Se-
cretaria da Presidência de Província.7 Suas atribuições eram relativas
aos assuntos administrativos internos, bem como à organização da
legislação emanada da presidência. Dessa forma, ao contrário das
outras, esta seção não tratava diretamente de questões sociais ou
públicas.
Assim, segundo o Regulamento de 1876, à 1ª Seção da Secre-
taria da Presidência cabia: a organização das sinopses e índices al-
fabéticos das leis e decretos provinciais e das decisões provinciais, a
escrituração das despesas com o expediente, impressão de leis, rela-
tórios e atos do governo para a sua publicação, bem como o exame
e processo das respectivas contas, orçamento interno, matrícula dos
empregados, inventários dos objetos da repartição e etc.
De acordo com a reforma administrativa provincial de 1876,
a última do tempo do Império do Brasil, a secretaria da Presidên-
cia da Província era chefiada pelo secretário da Província, bem
como os outros três chefes de repartições gerais que integravam
a administração provincial, isto é, a Diretoria da Instrução, Di-
retoria da Fazenda e Diretoria das Obras Públicas, a secretaria
da Presidência correspondiam-se diretamente com o Presidente
de Província. Além disso, era encargo comum de cada uma das

6
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Regulamento de 11 de agosto de 1876.
Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1876. Rio
de Janeiro: Imperial Instituto Artístico, 1877. p. 89.
7
Idem.

70 a província fluminense

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repartições: a correspondência com o Presidente de Província,
a fiscalização das despesas com serviços e cargos, o orçamento
interno, os trabalhos para os relatórios e informação para o Presi-
dente de Província e a inscrição dos papéis que recebiam, dentre
outros encargos.

2.2. segunda seção - economia


À Segunda Seção da Secretaria da presidência da Província cabia
tratar de temas gerais relativos à economia e comunicação. No re-
gimento de 1876, constam como suas atribuições os trabalhos rela-
cionados à Assembleia Legislativa Provincial; comércio; agricultura;
indústria e navegação; colonização; terras públicas; correios; telégra-
fos; escravos; e os assuntos referentes aos Ministérios de Negócios
da Fazenda e da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Também
se ocuparia dos regulamentos, instruções, deliberações e portarias
concernentes aos negócios das Diretorias da Instrução, da Fazenda,
das Obras Públicas e atos relativos aos empregados da administração
pública provincial.
Além disso, correspondia a esta seção os órgãos: Comissão Cen-
tral Diretora de Colonização e Inspetoria Provincial de Imigração.
Os órgãos Repartição Especial das Terras Públicas da Província e
Administração do Correio da Corte e da Província do Rio de Ja-
neiro também estavam ligados à estrutura mais ampla da admi-
nistração imperial pertencendo à segunda seção da secretaria, de
acordo com a reforma de 1876, enquanto um dos seus encargos
de trabalho.

2.2.1. agricultura, indústria, comércio e navegação


As atividades produtivas da província constituíam preocupação re-
corrente da administração provincial. A documentação da secretaria
da Província deixa evidente a importância que a economia assumia
nos negócios da Província. Em geral, revela-se que os presidentes
estavam bem informados sobre cada ramo da atividade produtiva
e procuravam formular políticas de fomento aos diversos setores,

secretaria da presidência da província 71

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como cuidar da importação de máquinas para incremento das la-
vouras.8
Era na secretaria da Presidência que tramitava a correspondência
tanto entre os municípios quanto entre os ministérios da adminis-
tração central sobre esse assunto. Qualquer exigência dos ministé-
rios em relação à Província sobre estes temas, feitos ao Presidente de
Província, por exemplo, passava por esta secretaria. Por este órgão,
o Presidente de Província tratava de temas que eram abordados nos
relatórios como: o progresso e situação da indústria, movimento da
navegação, falta de braços para agricultura, incentivo às culturas do
café e cana de açúcar e etc.
Desta forma, os trabalhos referentes ao comércio, navegação e
agricultura eram pertencentes à segunda seção da presidência pela
reforma de 1859, continuando na mesma seção pela reforma de
1876, incorporando o item indústria.
No relatório de 1862, o presidente relata detalhadamente aos
deputados a cultura do café em todos os municípios produtores da
Província.9
A busca de solução para os problemas relacionados à agricultura
levava os governos municipal, provincial e imperial a se empenha-
rem conjuntamente. Assim, por exemplo, em 1853, a Câmara Mu-
nicipal de Campos solicitou auxílio da Presidência para melhorar a
cultura da cana-de-açúcar, combatendo a praga que atingia a lavou-
ra. Devido à importância daquela cultura, o presidente se dirigiu ao
ministro do Império em busca de ajuda.
Assim, as diversas descrições das atividades industriais da Provín-
cia também são muito detalhadas. Em seus relatórios, os Presidentes

8
Tais equipamentos eram repassados aos fazendeiros interessados, que posterior-
mente restituíam ao tesouro Provincial a quantia a este devida. Cf. RIO DE JA-
NEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Presidente da Província do Rio de Janeiro, de
1853. Rio de Janeiro: Tipografia Diário de A & L. Navarro, 1853. p. 36.
9
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Presidente da Província do Rio
de Janeiro, de 1862. Rio de Janeiro: Tipografia Universal de Laemmert, 1862. p. 19.

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de Província exibiam detalhes de cada uma das fábricas em funcio-
namento ou em construção, e informavam aos deputados acerca
de seus atos em benefício da indústria. No relatório de 1855, por
exemplo, o presidente esclarece que importou moinhos e que “fo-
ram distribuídos 15 por diversas pessoas, que os solicitaram indeni-
zando os cofres da província as despesas feitas com sua introdução”,
acrescentando que restavam ainda nove por distribuir.10
A documentação revela, também, a troca de informações entre o
governo e a iniciativa privada, em que o primeiro se preocupava em
obter detalhes dos negócios empresariais, que periodicamente eram
relatados aos parlamentares. Em 1855, o Presidente de Província,
a partir dos dados recebidos do interior, informa aos deputados de
que recebera relatório do presidente da Imperial Companhia Sero-
pédica, com “algumas informações acerca do estabelecimento e suas
necessidades”.11
O estado dos portos marítimos e fluviais também constituía pre-
ocupação para a administração provincial. Há importantes registros
acerca da quantidade e do tipo de mercadorias embarcadas nos por-
tos da Província e a sua destinação, bem como das obras realizadas
em portos e rios para permitir a passagem de embarcações maiores,
e da pesca em diversas regiões da Província como os municípios do
entorno da Baía da Guanabara, Cabo Frio e Angra dos Reis.12

2.2.2. escravidão e africanos livres


Desde as primeiras décadas do século xix, a economia cafeeira ins-
talou-se no vale do rio Paraíba transformando a Província do Rio de

10
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Presidente da Província do Rio
de Janeiro, de 1855. Niterói: Tipografia Quirino & Irmão, 1855. p. 52.
11
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Presidente da Província do Rio
de Janeiro, de 1856. Rio de Janeiro: Tipografia Imperial e Constitucional de J. Vil-
leneuve e Comp., 1856. p. 20.
12
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Presidente da Província do Rio
de Janeiro. Rio de Janeiro: Tipografia do Correio Mercantil, 1864. pp. 12-14.

secretaria da presidência da província 73

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Janeiro na região mais rica e próspera do Brasil. Essa economia seguiu
o padrão de produção introduzido desde os tempos coloniais, tendo
como base a grande propriedade e o trabalho escravo. A escravidão
estendeu-se durante todo o século, apesar das pressões da Inglaterra
para antecipar o seu fim, numa gradativa extinção que só atendia aos
interesses econômicos e políticos da elite imperial latifundiária.
Nesse processo gradual de extinção da escravidão, destacam-se
dois momentos em que essa instituição foi fortemente atingida. O
primeiro, em 1850, quando a chamada Lei Euzébio de Queirós pôs
fim ao tráfico de escravos. O segundo, quando a chamada Lei do
Ventre Livre, de 1871, não somente libertou os recém-nascidos de
mulheres escravas, mas especialmente permitiu a formação de pecú-
lio pelo escravo para a compra de alforrias, dando grande impulso
ao movimento abolicionista.
Esse marco regulatório repercutiu diretamente na administração
da Província ao definir as bases de fornecimento de mão-de-obra da
economia fluminense. Isso na medida em que estas leis relacionavam-
-se com o controle sobre os africanos livres, os libertos e os que con-
tinuavam escravizados. Apesar de serem objeto de controle do gover-
no imperial, esses três grupos transformaram-se também em funções
provinciais a partir de cada uma dessas leis, certamente por necessita-
rem de uma ação política mais descentralizada. É bem verdade que,
antes mesmo de serem atribuições da Província, já tramitavam pela
mesa de seu presidente inúmeros documentos referentes aos escravos
e aos africanos livres. Entretanto, em 1859, os africanos livres passam
a fazer parte das atribuições da 2ª Seção da Presidência de Província,
e a reforma administrativa de 1876 retirou essa rubrica substituindo
apenas por elemento servil mantendo este assunto na segunda seção.
O primeiro golpe contra a escravidão foi iniciado com o comba-
te ao tráfico de escravos. Desde 1810, a Grã-Bretanha investia forte-
mente contra o tráfico de escravos, em negociações com o governo
português.13 Após uma pequena vitória em 1815, a Inglaterra criou

13
BRASIL. Carta de Lei, de 26 de fevereiro de 1810. In: Coleção das Decisões do Go-

74 a província fluminense

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um novo princípio no direito público internacional ao impor a fisca-
lização por navios britânicos em embarcações suspeitas de tráfico.14
Uma vez descobertos, os infratores eram julgados por duas comis-
sões mistas, uma sediada no Brasil e outra em território britânico
na África Ocidental. Em 1818, a Coroa portuguesa complementava
essa conquista britânica, normatizando as penas aos transgressores e
o destino a ser dado aos africanos apreendidos.15
Quatro anos após a Independência, o governo inglês fez nova
investida contra o tráfico de escravos, negociando agora com o
Imperador D. Pedro I. Em 23 de novembro de 1826, conseguiu
impor um prazo de três anos para a extinção do tráfico, levando à
promulgação da Decisão nº 10, no início de 1831, recomendan-
do toda a vigilância para execução do tratado de abolição total do
tráfico de escravos.16 Finalmente, em 7 de novembro de 1831, o
padre Diogo Feijó, ministro da Justiça durante a Regência Trina,
assinou uma lei declarando livres todos os africanos que entrassem
no território ou portos do Brasil, passando a ser classificados como
africanos livres.17
Num contexto de ascensão da produção cafeeira no Vale do Para-
íba, a Inglaterra conseguia declarar o tráfico ilegal, em lei que previa
a reexportação dos africanos, além de multa e punição às pessoas en-
volvidas, e recompensa para aqueles que dessem notícias ou forneces-
sem meios de apreender qualquer pessoa importada como escravo. A

verno do Império do Brasil de 1831. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1891. p. 43.
14
QUEIROZ, Suely Robles Reis de. Escravidão negra no Brasil. São Paulo: Ática,
1987. p. 62.
15
BRASIL. Alvará de 26 de janeiro de 1818. In: Coleção das Decisões do Governo do
Império do Brasil de 1831. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1889. p. 3.
16
BRASIL. Decisão da Justiça nº 10, de 17 de janeiro de 1831. In: Coleção das
Decisões do Governo do Império do Brasil de 1831. Rio de Janeiro: Typographia Na-
cional, 1876. p. 7.
17
BRASIL. Lei de 7 de novembro de 1831. In: Coleção das Leis do Império do Brasil
de 1831. Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1875. p. 167.

secretaria da presidência da província 75

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lei esbarrou nos interesses econômicos da aristocracia rural brasileira
que, já na década de 30, detinha cerca de 30% da produção mundial
de café, sendo a região do Vale do Paraíba a maior produtora de café
e também grande consumidora da mão-de-obra escrava.18
Apesar das medidas repressoras previstas, na prática, o tráfico
ilegal foi constante. Muitos escravos continuavam desembarcando
em portos clandestinos e a maioria deles era enviada para as lavouras
cafeeiras do Vale do Paraíba. A continuidade do tráfico ilegal contou
com a omissão de alguns Juízes de Paz (responsáveis pela fiscaliza-
ção) e com a conivência de júris locais — uns e outros controlados
pelos grandes proprietários — que nem prendiam os importadores
que eram flagrados, nem condenavam aqueles que iam a julgamen-
to. O número de africanos apreendidos foi quase insignificante se
comparado ao número de importados, deixando clara a cumplicida-
de e a tolerância do Estado em relação ao tráfico.
Quanto aos africanos livres, nunca foram repatriados como pre-
via a Lei de 1831. Continuaram no Brasil, alguns arrematados por
particulares para trabalharem em suas fazendas, outros empregados
pelo Estado em obras públicas ou na Casa de Correção.
Diante da permanência do tráfico de escravos, a Inglaterra
abandonou sua política de acordos bilaterais e partiu para uma
investida mais radical aprovando a Bill Aberdeen. Essa lei consi-
derava lícito o apresamento de qualquer embarcação negreira e
conferia aos ingleses poder de jurisdição sobre as mesmas. Des-
sa forma, os navios brasileiros podiam ser julgados por tribunais
britânicos. A partir de então, o governo britânico passou a tomar
atitudes mais drásticas contra o tráfico de escravos, destruindo
e aprisionando seus navios até mesmo em águas territoriais bra-
sileiras, e ameaçando o governo do Império de bloqueio a seus
portos. Frente a tantas pressões, em 1850, o governo brasileiro
cede, convertendo em lei o projeto de Eusébio de Queiróz que

18
MOTA. Carlos Guilherme. Brasil em Perspectiva. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
1998. p.139.

76 a província fluminense

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extinguia definitivamente o tráfico de escravos.19
Mesmo com o fim do tráfico, a situação dos africanos livres não
se modificou. Continuaram sob a tutela dos Juízes de Órfãos até
1864, quando um decreto emancipou os africanos livres existentes
no Império.20 Entretanto, os órfãos menores de 21 anos, que con-
tinuaram sob a tutela do Juiz de Órfãos, podiam ser cedidos para
trabalhar nas repartições da polícia, arsenais, fabricas de pólvora e
instituto de menores artesãos.21
Extinto o tráfico internacional, tem início um intenso tráfico
interno, especialmente entre as Províncias do nordeste e a de Minas
Gerais, em decadência econômica, e a Província do Rio de Janei-
ro, em plena ascensão, garantindo uma sobrevida da escravidão até
1888, às vésperas da República. À medida que se intensificava a
produção e crescia o número de escravos na Província fluminense, a
Assembleia Legislativa Provincial criava dispositivos legais referentes
aos cativos, que revelavam claramente o temor dos setores dominan-
tes quanto a rebeliões de escravos.
Uma Lei Provincial de 1835 autorizava o Presidente de Província
a expulsar os estrangeiros de ambos os sexos, inclusive os africanos
libertos, em especial os envolvidos no tráfico de escravos, proibia
às sociedades secretas reunirem-se à noite e considerava criminosas
aquelas que aceitassem homens de cor estrangeiros, africanos livres
e escravos, mesmo durante o dia.22 Outra lei de 1836 revogou a

19
BRASIL. Lei de 4 de setembro de 1850. In: Coleções das Leis do Império do Brasil
de 1850. Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1851. p. 267.
20
BRASIL. Lei nº 3.310, de 24 de setembro de 1864. In: Coleção das Leis do Im-
pério do Brasil de 1864. Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1864. Tomo XXIV,
Parte I. p. 160.
21
SOUSA, Jorge Prata de. “A mão-de-obra de menores escravos, libertos e livres
nas instituições do Império”. In SOUSA, Jorge Prata de. (Org.). Escravidão: ofícios
e liberdade. Rio de Janeiro: Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro (APERJ),
1998. p. 33.
22
BRASIL. Constituição de 1824. In: Constituições do Brasil. 5ª ed. São Paulo: Edi-

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anterior, mas manteve todos os dispositivos quanto aos escravos,
africanos livres e estrangeiros de cor.23
Na colocação do historiador Flávio dos Santos Gomes “o ano
de 1835 e os que a ele imediatamente se seguiram foram períodos
decisivos na trajetória do medo, não só no Rio de Janeiro, mas tam-
bém em outras províncias”. O autor defende a tese de que a Revolta
dos Malês, ocorrida em janeiro de 1835 em Salvador, província da
Bahia, foi o principal motivo que fez aumentar em todo o Império
“uma onda de temores e apreensões”.24
Algumas fontes manuscritas comprovam essa afirmação. Em fe-
vereiro de 1835, em correspondência enviada ao Presidente de Pro-
víncia, o juiz municipal de Campos afirma ter ciência do ocorrido
na Bahia e de boatos de que emissários baianos teriam se infiltrado
entre os escravos para insuflá-los a uma rebelião que estaria marcada
para a quarta-feira de cinzas. A carta informava, ainda, que escravos
mancomunados traziam adereços coloridos presos à roupa ou ao
chapéu como elemento de identificação e que alguns deles haviam
sido detidos para averiguação.25
A Lei do Ventre Livre, de 1871, e a necessidade de normatizar,
esclarecer e regulamentar os processos de emancipação de escravos,
cujas regras expostas na legislação nem sempre eram claras, desen-
cadeou um grande volume de correspondência enviada ao Presiden-

ção Saraiva, 1967. p. 40,41; RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei Provincial


nº 5, de 27 de março de 1835. In: Legislação provincial do Rio de Janeiro de 1835 a
1850, seguida de um repertório da mesma legislação. Niterói: Tipografia Fluminense
de Lopes, 1850. pp. 5-7.
23
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei Provincial nº 45, de 11 de maio de 1836.
In: Legislação provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850, seguida de um repertório da
mesma legislação. Niterói: Tipografia Fluminense de Lopes, 1850. p. 91-92.
24
GOMES, Flávio dos Santos. História, protesto e cultura política no Brasil. In:
SOUSA, Jorge Prata de. Escravidão: ofícios e liberdade. Rio de Janeiro: APERJ,
1998. p. 71.
25
APERJ. Fundo: presidência da Província, notação 0192, maço 4.

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te de Província para dirimir dúvidas de juízes, delegados, párocos,
proprietários de escravos, integrantes de juntas de classificação de
escravos e até mesmo de escravos sobre o processo de emancipação
previsto na lei.
Apesar de ser tema recorrente em documentos que tramitavam
pela mesa da Presidência desde a criação da Província — como car-
tas de alforria, escrituras de venda de escravos, mapas de compra
e venda de escravos, inquéritos relativos a rebeliões escravas, fugas
e castigos, desaparecimentos de ingênuos, pecúlio para compra de
alforrias, processos judiciais contra escravos, queixas de maus tra-
tos, autos de detenção de cativos que cometeram furto, pedidos de
alvará de soltura de escravos, repressão ao tráfico de escravos — o
elemento servil só se definiu como objeto das atribuições da Secre-
taria da presidência da Província a partir 1876, vinculado à segunda
seção, substituindo o tema africanos livres também vinculado à se-
gunda seção pela reforma de 1859.

2.2.3. colonização
A colonização sempre foi uma preocupação da administração cons-
tando nas duas reformas provinciais. Assim, pela reforma adminis-
trativa de 1859 os assuntos referentes à colonização faziam parte da
2ª Seção da Secretaria da Presidência, o que se manteve em vigor na
segunda seção pela reforma de 1876.
Desse modo, dois órgãos foram criados para estimular a imi-
gração e colonização na Província: a Comissão Central Diretora de
Colonização e a Inspetoria de Imigração. Ambos os órgãos estão
ligados aos problemas enfrentados na época em torno da questão da
mão de obra no contexto do fim da escravidão. Além disso, a colo-
nização ligava-se ao problema da regularização das terras públicas
na província. Assim, a Lei de Terras criada na década de cinquenta,
que também atingiu a Província, deu origem a uma estrutura junto
com a Comissão Central, criada em 1844, para a substituição da
mão de obra escrava.

secretaria da presidência da província 79

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2.2.3.1. comissão central diretora da colonização
A Comissão Central Diretora da Colonização foi criada pela de-
liberação de 20 de junho de 1844, subordinada à presidência da
Província, com o objetivo de propor ao presidente da Província
tudo o que julgar conveniente à colonização, zelar pela direção e
prosperidade dos contratos de cada colônia, além de promover e
zelar pelos interesses dos colonos sem prejuízo da Fazenda pública.26
O órgão era constituído de um presidente, um tesoureiro e um se-
cretário. Ao longo da sua existência, a Comissão Central não sofreu
alterações sendo que, pela última grande reforma administrativa
provincial, em 1876, o acompanhamento dos trabalhos de coloni-
zação passou a ser uma das atribuições a cargo da segunda secretaria
da Presidência.27
Antes da criação da Comissão Central, a Lei Provincial nº 226,
de 30 de maio de 1840, autorizava o Presidente de Província a es-
tabelecer colônias agrícolas e indústrias por meio de contrato junto
com empresários e companhias sem a utilização de trabalho escra-
vo.28 As contratações deveriam ser feitas mediante algumas condi-
ções como: as porções de terra deveriam ficar próximas aos núcleos
urbanos através de módico pagamento ao dono de terra; o governo
provincial prontificar-se-ia a custear a passagem e as ferramentas;
o governo deveria auxiliar os empresários, e se não aparecessem os
mesmos, facilitaria, por conta própria, a introdução dos colonos e
a disponibilização das terras; a quantia invertida pela Província de-

26
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Deliberação de 20 de junho de 1844. In:
Coleção de Leis, Decretos e Resoluções da Província do Rio de Janeiro. 1844. Rio de
Janeiro: Typografia do Diário de N. L. Vianna, 1844. p. 204.
27
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Deliberação de 1º de agosto de 1876. In:
Coleção de Leis, Decretos e Atos e Decisões do Governo da Província do Rio de Janeiro
1876. Rio de Janeiro: Imperial Instituto Artístico, 1877. p. 91.
28
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 226, de 30 de maio de 1840. In: Le-
gislação provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850. Parte I. Leis e Decretos. Niterói:
Typografia Fluminense de Lopes. 1850.

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veria ser reembolsada pelo colono; o Presidente de Província encar-
regava-se de nomear em cada colônia um diretor ou administrador;
enquanto as colônias não estivessem estabelecidas ficava o presiden-
te autorizado a contratar por agente ou pela sociedade promotora
da colonização do Rio de Janeiro até o número de 100 famílias,
contendo ferreiros e pedreiros, para empregá-los nas obras públicas
da Província; o contrato tornar-se-ia nulo após dois anos se não se
povoassem as colônias; o Presidente de Província também deveria
expedir relatórios com mapas demonstrativos prestando contas anu-
almente sobre despesas, as apólices, número de colonos empregados
nas obras públicas, dentre outras condições.29
Estas medidas tomadas em conjunto objetivavam estimular
a imigração e auxiliar a administração tanto das colônias novas
quanto das que já existiam.30 Deve-se destacar que as medidas
foram definidas no contexto de pressão inglesa contra o tráfico
de escravos por meio dos acordos de 1826, no qual o governo
brasileiro se comprometia a acabar com esse comércio, e da Lei
de 1831, que tornava livres os africanos que entrassem no Brasil.
Apesar destas leis não terem sido cumpridas à risca, sinalizavam
para o problema da escassez da mão de obra com a iminência do
fim da escravidão.31
A questão do fim do tráfico chegou a ser debatida na Assembleia
Legislativa fluminense entre os anos de 1840 e 1841 levadas a cabo
por setores da casa ligados a fazendeiros preocupados com o impac-
to que a Lei dos africanos livres de 1831 podia ter na economia agrí-
cola fluminense, exigindo a revogação do dito ato legal. Entretanto
tal proposta não se tornou unanimidade entre outros parlamentares
que consideravam isto uma questão nacional. 32

29
Idem.. p. 329.
30
GOUVEIA, Maria de Fátima Silva. O Império das Províncias. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2008. p. 85.
31
Ver: Costa, Emília Viotti. A Abolição. São Paulo: Global Editora, 1982.
32
GOUVEIA, Maria de Fátima Silva. Op. cit., p. 169-170.

secretaria da presidência da província 81

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Por outro lado, desde a época de D. João, portanto, ainda antes
da Independência, a imigração europeia foi estimulada, uma vez
que era encarada como uma forma de contribuir para o desenvolvi-
mento e promoção da civilização. O imigrante assim era visto como
capaz de auxiliar o povoamento de regiões menos habitadas e pro-
mover a cultura e a economia. Assim, em 1818, na Província do Rio
de Janeiro, foi feita uma das primeiras experiências com colonos
no Brasil, sendo assentados colonos suíços na região de Cantaga-
lo dando origem a cidade de Nova Friburgo.33 Esta experiência da
introdução de colonos em pequenas propriedades foi realizada ao
longo do período imperial em outras províncias como: Rio Grande
do Sul, Santa Catarina e Espírito Santo. Desta forma, a Lei Pro-
vincial nº 226, de 30 de maio de 1840, autorizava o Presidente de
Província a estabelecer colônias de imigrantes, procurava repor em
outros termos a experiência de pouco êxito de Nova Friburgo e já
se preocupava, por exemplo, com a proximidade das terras dos co-
lonos com os núcleos urbanos para escoamento da sua produção.
O problema da mão de obra agravou-se com a Lei Eusébio
Queiroz, de 1850, que declarava definitivamente ilegal o tráfico
de escravos no Brasil, ameaçando diretamente a economia da Pro-
víncia fluminense, sustentada na escravidão. Apesar de o tráfico
ter continuado em forma de contrabando, a oferta de cativos di-
minuiu agravada ainda pelo fato de a mortalidade dos escravos ser
maior que o seu nascimento. Existiam também problemas para o
aproveitamento do trabalhador nacional.34 Somando-se a isto tudo,
a partir de 1840, o crescimento da exportação do café pelo Brasil
intensificou a procura por novas terras e de braços para o trabalho
nas lavouras, principalmente no Sudeste, sendo que a Província

33
COSTA, Emília Viotti da. Op. cit., p.32.
34
De uma maneira geral, o trabalhador nacional tinha acesso à terra de onde tirava
sua subsistência e só trabalharia regularmente na fazenda se fosse forçado, alguns
trabalhadores em troca da posse de uma parcela da terra da fazenda faziam tarefas
não realizadas pelos escravos. Ver: Costa, Emília Viotti. Op. cit., p. 31-32.

82 a província fluminense

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fluminense era a maior produtora de café neste período.
Nesse contexto, a imigração tornou-se ponto de pauta na As-
sembleia Legislativa fluminense nos anos de 1850, embora nada fos-
se resolvido por falta de consenso, chegou-se a criar uma comissão
especial para discutir o problema da colonização na Província.35 No
relatório de 1854 do Presidente da Província Luiz Antônio Barbosa,
por exemplo, foi registrado que havia consenso quanto à introdução
de braços livres, situando, porém, que havia divergência quanto à
maneira como deveria ser implementada e desenvolvida.36
A questão da imigração também tocava no ponto da disponi-
bilidade das terras para a instalação dos imigrantes. O problema,
assim, vinculou-se à questão da propriedade, estando intimamente
ligada com a publicação da Lei de Terras de 1850, que estabeleceu
a Repartição Geral das Terras Públicas com o objetivo de demarcar
as terras do Império.37 Era crucial saber quais as terras particulares
e aquelas que eram de domínio público. O artigo nº 18 da Lei de
Terras autorizava o governo custear, com fundo do Tesouro, colonos
livres para serem empregados em estabelecimentos agrícolas, traba-
lhos da administração pública e na formação de colônias. Posterior-
mente, o Regulamento publicado em 30 de janeiro de 1854 para a
Lei de Terras de 1850 deixava claro no artigo 3º que a Repartição
Geral de Terras Públicas deveria “promover a colonização nacional,
e estrangeira”.38

35
GOUVEIA, Maria de Fátima Silva. Op. cit., p. 169-170.
36
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado ao Excelentíssimo Vice-
-Presidente da Província do Rio de Janeiro o Senhor Veador Barão do Rio Bonito pelo
Presidente o Conselheiro Luiz Antônio Barbosa por ocasião de passar-lhe a adminis-
tração da mesma Província em 2 de maio de 1854. Niterói: Typografia de Quirino
Francisco do Espírito Santo & Cia, 1854. p. 16-21.
37
BRASIL. Lei nº 601, de 18 de setembro de 1850. In: Coleção das Leis do Império
do Brasil de 1850. Tomo XI. Parte I Rio de Janeiro: Typografia Nacional, 1851.
p. 307.
38
BRASIL. Coleção das Leis do Império do Brasil de 1854. Tomo XVII. Parte II. Rio

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Embora os relatórios dos Presidentes de Província nada tratem
diretamente da Comissão Central Diretora da Colonização, rela-
tam as dificuldades do estabelecimento das colônias da Província,
ao longo dos anos, apesar dos esforços do governo. Dessa forma,
o medo dos fazendeiros e posseiros de que suas terras seriam dadas
aos colonos,39 a desconfiança dos donos de terra acerca da conveni-
ência de registrar seus domínios, além da propaganda negativa feita
contra o Brasil no exterior, eram dificuldades encontradas para o
estabelecimento dos colonos.40
Assim, nos relatórios dos Presidentes de Província são men-
cionadas diversas experiências de introdução de colonos ao longo
do período imperial que não deram certo, como a de Pedra Lisa,
em Campos que, por meio de um contratante belga, no ano de
1842, visava o estabelecimento da cultura de linho.41 Os sistemas de
atração dos imigrantes citados na província foram de associação e
parceria.42 Apesar das dificuldades, o relatório de 1857 menciona a
importação de 37 mil colonos por diferentes empresas.43

de Janeiro: Typografia Nacional, 1854. p. 11.


39
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Vice-Presidente da Província do
Rio de Janeiro na abertura da Assembleia Legislativa Provincial em 5 de maio de 1843.
Niterói: Typografia Niteroiense de M. G. de S. Rego, 1843. p. 19-22.
40
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado a Assembleia Geral
Legislativa da segunda sessão da nona legislatura pelo Ministro e Secretário de Estado
dos Negócios do Império Luiz Pedreira do Couto Ferraz. Rio de Janeiro: Typografia
do Diário, 1854. p. 47-57.
41
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Vice-Presidente da Província do
Rio de Janeiro na abertura da Assembleia Legislativa provincial em 5 de maio de 1843.
Niterói: Typografia Niteroiense de M. G. de S. Rego, 1843. p. 19-22.
42 Este era um contrato onde o imigrante recebia as passagens, instalação e manu-
tenção de sua família e deveria pagar assim que começasse o seu trabalho. Costa,
Emilia Viotti da. Op. cit.
43
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado à Assembleia Geral
Legislativa na primeira sessão da décima legislatura pelo Ministro e Secretário d’Estado

84 a província fluminense

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A Província do Rio de Janeiro entrava na década de setenta e oi-
tenta do século xix sem que o problema da mão de obra tivesse sido
resolvido. Apesar dos fazendeiros optarem pela mão de obra nacio-
nal, o problema persistia.44 A Lei do Ventre Livre de 1871 colocou
o problema da mão de obra cada vez mais em pauta. A essa altura,
no entanto, a atração de mão de obra europeia esbarrava na crise
econômica da Província, que não tinha recursos para financiamento
da colonização e pagamento dos trabalhadores livres.45 Os relatórios
dos Presidentes de Província apontam os problemas do sistema de
parceira, tanto para os imigrantes que não tinham como arcar com
o ônus da passagem se não arrumassem quem os contratasse, como
para o governo se o empresário instalasse colonos sem experiência
na lavoura.46
Em 1875, criou-se uma comissão especial na Assembleia flumi-
nense que auxiliava a questão da colonização a encontrar alterna-
tivas para o problema da lavoura provincial em crise. A comissão
aprovou um projeto de condições iguais para trabalhadores nacio-
nais e europeus.
Não existe menção nos diplomas legais da extinção da Comissão
Central Diretora da Colonização, entretanto, em 1888 é criada a
Inspetoria Provincial de Imigração.

dos Negócios do Império Luiz Pedreira do Couto Ferraz. Rio de Janeiro: Typografia
Universal de Laemmert, 1857. p.17-19.
44
GOUVÊA, Maria de Fátima Silva. Op. cit. p. 57.
45
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado à Assembleia Legislati-
va do Rio de Janeiro, segunda sessão da décima nona legislatura no dia 8 de setembro de
1873 pelo Desembargador Manoel José de Freitas Travassos. Rio de Janeiro: Typografia
do Apóstolo, 1873. p. 50-51.
46
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado à Assembleia Legislati-
va do Rio de Janeiro, segunda sessão da décima nona legislatura no dia 8 de setembro de
1873 pelo Desembargador Manoel José de Freitas Travassos. Rio de Janeiro: Typografia
do Apóstolo, 1873. p. 50-51.

secretaria da presidência da província 85

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2.2.3.2. inspetoria provincial de imigração
A Inspetoria Provincial de Imigração foi criada por meio do Regula-
mento de 6 de março de 1888, como órgão subordinado à 2ª Seção
da Secretaria da Presidência com o objetivo de promover, diri­gir e
fiscalizar o serviço de imigração da Província, composto de um ins-
petor, um auxiliar intérprete, dois ajudantes e um contínuo.47
De acordo com o regulamento, os fazendeiros podiam reque-
rer imigrantes ao Presidente de Província mediante contratos. Os
imigrantes viriam a título de indenização e o fazendeiro teria que
dar casa, mantimentos e lavoura, o que seria pago na colheita. O
Presidente de Província ficava encarregado de nomear entre os fa-
zendeiros, delegados auxiliares de imigração, além de examinar qua-
lidade da terra, cultura, área e terras próximas ao litoral, estradas e
rios. Trabalhadores livres teriam as mesmas vantagens. Os contratos
seriam regulados por aviso do Ministério da Agricultura e Obras
Públicas dirigidas ao Presidente de Província.
A criação da Inspetoria forneceu uma estrutura melhor para a
atração de imigrantes para a Província e muitos fazendeiros pas-
saram a requerer a vinda dos mesmos para suas lavouras seja por
sua iniciativa ou por contrato.48 Antes da criação da Inspetoria de
Imigração, o Presidente de Província, Antônio da Rocha Fernandes
Leão, mandou organizar um mapa da Província do Rio de Janei-
ro destinado ao serviço de imigração, posteriormente atribuição da
Inspetoria criada um ano depois, provavelmente para auxiliar no
planejamento e controle de colônias. O mapa continha a capital, as
cidades, vilas e freguesias fluminenses, além da Corte. Mostrava as
estradas de ferro que atravessavam a Província e as zonas de planta-
ção de açúcar e de café. Detalhava, também, os meios de comuni-

47
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Regulamento de 6 de março de 1888. In:
Coleção de Leis, Decretos, Atos e Decisões do Governo da Província do Rio de Janeiro.
1888. Volume I. Rio de Janeiro: Typografia Papelaria Parisiense, 1888. p. 563.
48
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Presidente da Província. 8 de
agosto de 1888. Rio de Janeiro: Typografia Montenegro, 1888. p. 86-91.

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cação, enfocando as estradas de ferro utilizadas e as que estavam em
construção. Fornecia também um quadro das companhias nacionais
e estrangeiras de navegação a vapor com sede no Rio de Janeiro.49
Entretanto, tais medidas tampouco surtiram efeito e no relatório
de 15 de outubro de 1889, apresentado pelo Conselheiro Carlos
Afonso, o Presidente de Província mencionava o fato de os europeus
não saírem dos seus países sem alguma estabilidade ou sem acesso
fácil à terra, e de uma legislação adequada. Afirmava que o sistema
de passagens pagas era muito oneroso para os cofres públicos.50
Desse modo, recusou-se a renovar novos contratos para introdu-
ção de imigrantes e extinguiu a Inspetoria Provincial de Imigração
pela deliberação de 30 de setembro de 1889, alegando, além dos
motivos acima mencionados, que os contratos não atingiram suas
metas e que mudaram as condições da Província.51 Assim, a Inspeto-
ria teve uma curta existência sendo extinta sem que os problemas da
mão de obra e das colônias fossem resolvidos na Província.

2.2.4. terras públicas


Outra atribuição importante da administração provincial envolvia a
questão das terras públicas, e que possui uma documentação espe-
cífica que são os Registros Paroquiais de Terra com seus municípios
e freguesias.
O problema da medição das terras foi um problema de todo o
Império do Brasil que também atingiu a Província, por meio da Lei
de Terras de 1850, a qual previa na sua estrutura uma Repartição

49
APERJ, Fundo: presidência da Província, mapoteca, notação 32.
50
RIO DE JANEIRO. (PROVÍNCIA). Relatório apresentado à Assembleia Legisla-
tiva Provincial do Rio de Janeiro na abertura da segunda sessão da vigésima sétima le-
gislatura em 15 de outubro de 1889 pelo Conselheiro Carlos Afonso de Assis Figueiredo.
Rio de Janeiro: Typografia Montenegro, 1889. p.11-12.
51
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos, Atos e Decisões do
Governo de Estado do Rio de Janeiro. 1889. Rio de Janeiro: Typografia Montepio,
1890. p. 169.

secretaria da presidência da província 87

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Especial das Terras Públicas da Província. A medição das terras no
Brasil tornou-se, portanto, um importante ponto de pauta para o
governo imperial. Dessa forma, os trabalhos sobre terras públicas
constam nas duas reformas administrativas da Província de 1859 e
1876. Em 1859, vincula-se à 3ª Seção da Secretaria da Presidência
e, em 1876, colocava-se como atribuição da 2ª Seção da mesma
secretaria.

2.2.4.1. repartição especial das terras públicas da província


A Repartição Especial das Terras Públicas da Província fazia parte da
estrutura mais ampla da Repartição Geral das Terras Públicas órgão
de atuação nacional. Esta instituição foi criada pela Lei nº 601, de
18 de setembro de 1850, a chamada Lei de Terras, com o objeti-
vo de realizar a medição, divisão, descrição e fiscalização das terras
devolutas para serem usadas na promoção da colonização nacional
e estrangeira no país.52 Essas terras também podiam ser cedidas a
empresas particulares. A lei foi aprovada após um amplo debate,
principalmente no âmbito da Assembleia Legislativa Geral.
O órgão foi criado no contexto do fim da escravidão, 14 dias
após a aprovação da Lei Eusébio Queiroz, a qual proibia o tráfico de
escravos para o Brasil. A Lei de Terras, portanto, estava intimamente
ligada à necessidade de substituição da mão de obra e a introdução
de colonos no país. A ocupação indiscriminada das terras poderia
prejudicar a adoção do trabalho livre, razão pela qual era importante
a sua legalização.53
A Lei de Terras proibia a aquisição de terras que não fossem por
compra e estabelecia diretrizes sobre como seriam feitas as demar-
cações de terras, com ênfase nas terras devolutas do Império. Estas

52
BRASIL. Lei nº 601, de 18 de setembro de 1850. In: Coleção das Leis do Império
do Brasil de 1850. Tomo XI Parte I. Rio de Janeiro: Typografia Nacional, 1851.
p. 307.
53
CARVALHO, José Murilo. A construção da ordem; teatro das sombras. Rio de
Janeiro: Editora UFRJ - Relume-Dumará, 1996. p. 304.

88 a província fluminense

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terras, segundo o regulamento da lei, publicado em 1854, seriam
reservadas para colonização, aldeamento de indígenas, abertura de
estradas, assento de estabelecimento público, construção naval, e
fundação de povoações por meio da entrega de lotes. A lei esta-
belecia também diretrizes para discriminar o domínio público do
domínio particular e organizava o registro das terras.54
Tal como previsto na Lei de Terras, as terras devolutas eram
aquelas que não pertenciam a nenhum particular, as que não es-
tavam ocupadas por posseiros, as sesmarias em situação irregular,
além daquelas que não tivessem uso público. Toda a terra que não
estivesse regularizada ou apropriadamente utilizada deveria voltar a
ser propriedade do Estado.55 A lei afirmava, igualmente, a obrigato-
riedade do registro e quem não as registrasse no prazo pagaria multa.
Os registros de terras seriam feitos nas paróquias das freguesias. Ao
governo também era facultado o direito de vender terras devolutas
e mandar vir, à custa da Província, colonos livres para serem em-
pregados nos estabelecimentos agrícolas, trabalhos da administração
pública e outros locais.56
Em 30 de janeiro de 1854, foi publicado o Regulamento do
Registro Geral das Terras Públicas no qual eram descritas a sua
estrutura e sua função.57 A Repartição Geral das Terras Públicas
era subordinada à Secretaria de Estado dos Negócios do Império,
contendo em sua estrutura um diretor geral das Terras Públicas,

54
Para mais detalhes ver: MOTTA, Márcia Maria Menendes. Nas fronteiras do po-
der. Conflito e direito à terra no Brasil do século XIX. Rio de Janeiro: Vício de leitura:
Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, 1998. p. 161.
55
COSTA, Emília Viotti da. Da Monarquia à República: momentos decisivos. São
Paulo: Editora Brasiliense, 1985. p. 146.
56
BRASIL. Lei nº 601. Op. cit., p.312. In: Coleção das Leis do Império do Brasil de
1850. Tomo XI Parte I. Rio de Janeiro: Typografia Nacional, 1851.
57
BRASIL. Regulamento de 30 de janeiro de 1854. In: Coleção das Leis do Impé-
rio do Brasil de 1854. Tomo XVII. Parte II. Rio de Janeiro: Typografia Nacional,
1854.

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um chefe da Repartição, e um fiscal. O artigo sexto do regulamento
estabelecia que, em cada Província, haveria uma Repartição Espe-
cial das Terras Públicas, subordinada ao Presidente de Província
e dirigida por um delegado do diretor geral das Terras Públicas,
além de um fiscal, oficiais, amanuenses, e um porteiro servindo de
arquivista.
Deve-se destacar, também, que pela última grande reforma ad-
ministrativa de 1876 os trabalhos sobre terras públicas ficaram sob
competência da 2ª Seção da Secretaria da Presidência. De acordo
com o capítulo II do regulamento, a medição das terras seria feita
por distritos parte de uma comarca e em cada distrito haveria um
inspetor geral das medições, tendo em sua equipe escreventes, dese-
nhistas e agrimensores. O inspetor ficava responsável pela confecção
dos mapas, formando um mapa geral do distrito que seria enviado
para a Repartição Geral de Terras Públicas, ficando outro em seu
poder e outro com o delegado provincial. O artigo de número 28
determinava que os Presidentes de Província deveriam saber, através
dos juízes e delegados, quais eram as terras que não estavam legali-
zadas e as sesmarias não revalidadas.58
O capítulo IX do regulamento tratava dos registros de terras pos-
suídas, estabelecendo que os vigários das freguesias responsabilizar-
-se-iam por sua produção. Um livro de registro deveria ser aberto
por eles - numerado, rubricado e encerrado, lançando textualmente
as declarações contendo o nome do possuidor, a designação da fre-
guesia, sua extensão e seus limites.59 Esses registros foram chamados
de registros paroquiais de terra. A utilização dos párocos devia-se ao
fato de eles serem funcionários mais fixos que os Juízes de Paz ou
subdelegados, cuja mobilidade dificultaria o serviço.60

58
Idem. p. 16.
59
Regulamento de 30 de janeiro de 1854. Op. cit., p. 27.
60
BRASIL. Relatório apresentado à Assembleia Geral Legislativa da segunda sessão
da nona legislatura pelo Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Império Luiz
Pedreira do Couto Ferraz. Rio de Janeiro: Typografia do Diário, 1854. p. 45-57.

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Ao terminar os prazos para o registro, os livros deveriam ser re-
metidos para o delegado do diretor geral de Terras Públicas da pro-
víncia respectiva, que formaria o registro geral das terras provinciais
e, depois, encarregar-se-ia de enviar cópias ao diretor geral das Ter-
ras Públicas para organizar o Registro Geral das Terras do Império.
Assim, era na Província que ficavam os registros paroquiais de terra
com o nome dos municípios e da sua freguesia correspondente.
Apesar de a Repartição Geral ter iniciado seus trabalhos de for-
ma promissora, a instituição encontrou muitas dificuldades, sendo
extinta em 1861, no contexto de criação do Ministério da Agri-
cultura, Comércio e Obras Públicas, substituída pela 3ª Diretoria
de Terras Públicas e Colonização deste Ministério.61 Embora outros
órgãos fossem criados para tal objetivo, os problemas continuaram
até o fim do Império.
O relatório da Província de 1854 já afirmava que os registros de
terra causavam desconfiança nos donos de terra.62 Também havia ca-
sos de multa para aqueles que não registravam suas terras; uma corres-
pondência do delegado da Repartição de Terras Públicas da Província
do Rio de Janeiro, Miguel Pinheiro de Brito, enviada ao diretor geral
interino da Repartição das Terras Públicas, em 11 de julho de 1859,
remetia uma lista de pessoas multadas pelo vigário da freguesia da
Vila de Mangaratiba por este motivo.63 Os relatórios imperiais men-
cionavam muitas outras dificuldades encontradas. Assim, em 1854,
somente 10 províncias tinham enviado informações sobre as terras
devolutas e em alguns municípios era falsamente afirmado que não
havia terras sem titulação. Outro problema foi a resistência dos páro-
cos aos registros das terras, pois a própria Igreja tinha propriedades.

61
CARVALHO, José Murilo. Op. cit., p.316.
62
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado ao Exmo Vice-Presi-
dente da Província do Rio de Janeiro Sr. Dr. José Ricardo de Sá Rego pelo Presidente o
Conselheiro Luiz Antonio Barbosa. Niterói: Typografia de Quirino & irmão, 1855.
p. 39-45.
63
APERJ. Fundo: presidência da Província, notação 315, maço 3, folha 212.

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Havia ainda a questão da falta de estrutura da administração imperial
a nível local.64 A medição de terras também enfrentava problemas
com a falta de agrimensores e engenheiros, e o custo alto dessa me-
dição em terras tão vastas como as do Brasil, dificultando a formação
dos lotes para a utilização pelos imigrantes. Assim, a demarcação de
terras no tempo da província imperial não conseguiu seu pleno êxito.

2.2.5. correios e telégrafos


As atribuições da administração do correio da Província foram esta-
belecidas pelo Decreto Geral de 21 de dezembro de 1844, que dava
novo regulamento para o Serviço dos Correios do Império.65
Desta forma, os serviços do correio provincial faziam parte da
estrutura mais ampla do correio do Império, administrada pela Di-
retoria Geral do Correio, que tinha como subordinados os adminis-
tradores, agentes e demais empregados do correio. Os empregados
da Diretoria Geral, das administrações e agências do correio eram
nomeados por título imperial.
A Direção Geral do Correio era formada por um diretor geral,
um oficial maior, dois oficiais e dois amanuenses. Ao diretor geral
do Correio competia: informar ao ministro do Império as pessoas
idôneas que poderiam trabalhar no correio; expedir regulamentos
internos; imprimir mapas mostrando de onde partiam os pedes-
tres e sua direção; propor o ensaio de novos correios, agências ou
alteração nas que existissem; organizar o orçamento das receitas e
despesas de todos os correios e remetê-los à Secretaria de Estado dos
Negócios do Império; fiscalizar, promover, e dirigir a administração
de todos os correios, dentre outras atribuições.
O segundo capítulo do Decreto de 1844 detalhava as atribuições
da administração do correio da Corte e da Província do Rio de Ja-
neiro. Assim, ela era constituída por um administrador chefe, um
ajudante, um contador, um tesoureiro, dois fiéis, quatro primeiros

64
CARVALHO, José Murilo. Op. cit., p. 314.
65
APERJ. Fundo: presidência da Província, notação 13, fl. 2.

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oficiais, cinco segundos oficiais, dez praticantes, porteiro, ajudante,
agente do mar, dois correios de ofício, além de carteiros e pedestres.
As demais províncias, pelo Decreto de 1844, tinham uma adminis-
tração de correio separada da Corte.
O administrador era o chefe da repartição do correio no muni-
cípio da Corte e em toda a Província do Rio de Janeiro. O admi-
nistrador chefe era encarregado de: dirigir e distribuir os trabalhos
da repartição; fiscalizar a receita; assegurar a execução do giro do
correio com regularidade e garantir a inviolabilidade do segredo das
cartas; comunicar ao diretor geral os defeitos que tiver observado
na legislação sobre os correios, fornecer ao Presidente de Província
quantos estabelecimentos seriam exigidos sobre os correios e seu
pessoal; nomear carteiros, pedestres e serventes.66
Fora das capitais das Províncias haveria agências do Correio subor-
dinadas aos administradores compostas de um agente e um ajudante.
Os telégrafos também constituíam uma preocupação para a ad-
ministração provincial que iniciou os trabalhos de construção de
uma linha de Niterói a Campos em 28 de setembro de 1867, sendo
o diretor geral dos telégrafos Guilherme de Capanema.67
Por meio do Regulamento de 11 de agosto de 1876, referente à
reforma administrativa provincial deste ano, os trabalhos dos cor-
reios e dos telégrafos ficaram a cargo da 2ª Seção da Secretaria da Pre-
sidência, não ocorrendo nenhuma alteração até o fim do Império.

2.3. terceira seção – segurança pública


À Terceira Seção da Secretaria da Presidência da Província cabia tra-
tar de temas gerais relativos, sobretudo, à segurança pública. No

66
Idem. fl.5.
67
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado à Assembleia Legis-
lativa do Rio de Janeiro na segunda sessão da décima sétima legislatura no dia 1º de
outubro de 1869 pelo Vice-Presidente Desembargador Diogo Teixeira de Macedo. Rio
de Janeiro: Typografia do Diário do Rio de Janeiro, 1869. p. 13.

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regimento de 1876, constam como suas atribuições a administração
da justiça, polícia, força pública geral e provincial, as prisões e os
assuntos relacionados aos ministérios dos negócios da justiça, mari-
nha, guerra e estrangeiros. Além disso, correspondia a esta seção os
órgãos Secretaria da Polícia e Casa de Detenção de Niterói.

2.3.1. administração provincial da justiça


Sob o Império, a administração da Justiça provincial era subordi-
nada ao Presidente de Província, e reunia funções policiais e judici-
árias sob as mesmas autoridades, numa clara demonstração de que
o princípio de separação de Poderes ainda não havia se firmado na
prática, apesar de estar institucionalizada constitucionalmente.
Muitos autores, mesmo conservadores como Paulino José So-
ares de Souza, o Visconde do Uruguai, reconhecem que o Brasil
demorou muito a instaurar princípios constitucionais liberais como
a divisão de Poderes. Segundo ele, era visível, especialmente, a “con-
fusão do Poder Administrativo com o Judiciário”,68 herança do mo-
delo do Antigo Regime que Portugal implantara no Brasil desde os
tempos coloniais.
A administração provincial reproduzia, em escala menor, as
atribuições da esfera imperial afeitas ao Ministério da Justiça que,
sob a rubrica “administração da Justiça”, tratava da “segurança e
tranquilidade pública”. No relatório de 1834, o ministro da Justiça,
Manoel Alves Branco, afirmava que seu cargo tinha por “principal
objeto a guarda da tranquilidade e do culto nacional”.69 À época,
seu ministério chamava-se Ministério da Justiça e Eclesiásticos e
dava conta não somente da Justiça penal e cível e da ordem pública,
como das guardas municipal e nacional, cadeias e casas de correção,

68
URUGUAI, Paulino José Soares de Souza, Visconde de. Ensaio sobre o Direito
Administrativo. Brasília: Ministério da Justiça, 1997.
69
BRASIL. Relatório da Repartição dos Negócios da Justiça, apresentado à Assembleia
Geral Legislativa na sessão ordinária de 1835, pelo respectivo Ministro e Secretário de
Estado Manoel Alves Branco. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1835. p. 3.

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polícia, tráfico de escravos, insurreições, tumultos e sedições, além
do culto católico. O relatório do Presidente de Província de 1841
já anunciava a “segurança e tranquilidade pública” como objeto da
administração da Justiça.
A Constituição Imperial, em seu artigo 151, definia como um
dos quatro poderes do Estado o Poder Judiciário, ou Judicial na
expressão da época, formalmente separado e independente dos de-
mais poderes: “O Poder Judicial é independente, e será composto de
juízes e jurados, os quais terão lugar, assim no cível como no crime,
nos casos e pelo modo que os códigos determinarem” os primeiros
aplicando a lei e os jurados pronunciando-se sobre os fatos.70
O Tribunal do Júri e as liberdades individuais foram reivindi-
cações incluídas na Constituição por pressão de políticos liberais.
Outra bandeira liberal foi a separação entre a Justiça e a Polícia e,
portanto, a defesa de uma magistratura independente do Poder Exe-
cutivo. Tavares Bastos afirmava que “enquanto, hierarquicamente
organizada, com a simetria do resto do funcionalismo, a ordem ju-
diciária descender das mãos do Imperador, nem confiança ao povo,
nem receio ao poder há de ela inspirar jamais”.71 Na prática, contu-
do, o Judiciário tinha dificuldades de afirmar sua autonomia. Seus
membros gozavam de independência relativa, uma vez que os juízes
de direito, conquanto fossem perpétuos, podiam ser removidos ou
suspensos pelo Imperador, instituído do Poder Moderador.72 Além
disso, o Imperador podia, também, perdoar ou moderar as penas.73
Na perspectiva liberal de Tavares Bastos “nossa Constituição (...)
propondo se formar da justiça poder independente, cometeu o erro

70
BRASIL. Constituição de 1824. In: Constituições do Brasil. 5ª ed. São Paulo:
Edição Saraiva, 1967. p. 34.
71
BASTOS, Cândido Aureliano Tavares. A província. Edição fac-similar. Brasília:
Senado Federal, 1997. p. 198.
72
VIEIRA, Rosa Maria. O Juiz de Paz, do Império aos nossos dias. Brasília: Editora
Universidade de Brasília, 2002. p. 39.
73
Ibid., pp. 22,23.

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de reproduzir a organização da monarquia absoluta, onde a judica-
tura, em todas as escalas dessa ordem do funcionalismo, é feitura do
rei ou dos seus representantes”.74
A organização judiciária não foi claramente definida na Consti-
tuição, mas permite uma identificação da primeira instância, forma-
da por juízes de direito e Juízes de Paz eleitos, com a função inicial
de conciliação antes de se formar a relação processual válida. Para
a segunda instância, a Constituição criava Tribunais de Relação nas
capitais das províncias. Acima deles, passava a existir o Supremo
Tribunal de Justiça, que funcionava na Corte, concedendo ou de-
negando revista, julgando delitos dos membros do Poder Judiciário
das Relações, do corpo diplomático e dos Presidentes de Províncias
e os conflitos de competência e jurisdição das Relações. Esse Tribu-
nal era composto de juízes profissionais, chamados de Conselheiros,
saídos das Relações, por antiguidade.
Oficialmente, apenas os magistrados de primeira instância no-
meados, isto é, os juízes de direito e municipais, estabeleciam re-
lações administrativas com o Executivo provincial, o que explica o
grande volume de correspondência travada entre o presidente e esses
juízes. Entretanto, em meio à documentação, encontra-se, também,
farto material tramitando entre os Juízes de Paz e o presidente, de-
monstrando que esse juiz, apesar de eleito, também se remetia ao
chefe do Executivo provincial, por força da subordinação de seus
atos ao juiz de direito. Em 1827, aparece uma lei que trata exclusi-
vamente da competência dos Juízes de Paz, determinando que, até
que se estabelecessem os distritos, haveria em cada uma das fregue-
sias e capelas filiais curadas um Juiz de Paz e um suplente, mas a
legislação que vai definir a estrutura do Poder Judiciário e tratar das
atribuições de cada um dos juízes no Império é o Código do Proces-
so Criminal, de 29 de novembro de 1832.75 Esse Código manteve a

74
BASTOS, Cândido Aureliano Tavares. Op. Cit., p. 206.
75
BRASIL. Lei de 15 de outubro de 1827. In: Coleção das Leis e Decisões do Império
do Brasil de 1827. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1878. pp. 59-62.

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divisão judiciária do Império em distritos de paz, termos e comar-
cas. Atuavam, nessas últimas, os juízes de direito; nos municípios ou
termos, os juízes municipais; e nos distritos, os Juízes de Paz. Nas
cidades populosas poderia haver até três juízes de direito, um deles
atuando cumulativamente como Chefe de Polícia.76
A quantidade de distritos – que devia ter ao menos 75 casas
habitadas – era determinada pela Câmara Municipal. Cada distrito
contava com um Juiz de Paz, um escrivão, um inspetor de quar-
teirão e oficiais de justiça de acordo com a necessidade. O Juiz de
Paz não era bacharel em direito e, além de conciliar as partes em
contenda, reunia, também, funções policiais e judiciárias, como:
manter vigilância sobre a segurança pública, obrigando os desor-
deiros a assinar termo de bem viver; destruir quilombos e impedir
a formação de novos; dar início aos procedimentos de formação de
culpa, fazendo auto de corpo de delito, interrogando os suspeitos,
prendendo os culpados e remetendo-os com o interrogatório ao juiz
criminal; fazer observar as posturas policiais das câmaras; informar
ao juiz de órfãos acerca de problemas com menores, de bens aban-
donados pela ausência dos donos; julgar pequenas demandas, cujo
valor não excedesse a 16 mil réis (que um decreto de 1833 aumen-
tou para 50 mil réis); vigiar a conservação das matas e florestas pú-
blicas e impedir, nas particulares, o corte de madeiras proibidas por
lei; e informar ao Presidente de Província todas as descobertas úteis
economicamente no que diz respeito a minérios, vegetais e animais.
Além desse vasto campo de atribuições, devido à imprecisão da
lei e à dificuldade de aplicá-la uniformemente, por causa da gran-
de dimensão do país, o Juiz de Paz extrapolava suas funções, sa-
tisfazendo interesses da elite local, especialmente nas áreas rurais.77

76
BRASIL Lei de 29 de novembro de 1832. In: Coleção das Leis do Império do Brasil
de 1832. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1874. pp. 186, 187-194.
77
FLORY. Thomas. El Juez de Paz y el jurado en el Brasil Imperial. Control social
y estabilidad política em el nuevo Estado. México: Fondo de Cultura Econômica,
1986. p. 99.

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Essa imprecisão justificava muitas vezes as consultas frequentes que
fazia ao presidente sobre os limites de sua jurisdição. A atribuição
de grandes poderes aos Juízes de Paz nas paróquias foi o meio esco-
lhido pelos adversários liberais de D. Pedro I para atingir o poder
do Imperador, considerado árbitro supremo da Justiça e fonte da
autoridade judicial, por escolher os juízes e nomeá-los.
O Escrivão de Paz, nomeado pela Câmara sob indicação do
Juiz de Paz, devia ser pessoa de bons costumes, maior de 21 anos e
bem instruído nas letras. Suas funções eram: escrever em forma os
processos, ofícios, mandados e precatórias; passar procurações nos
autos e certidões; assistir às audiências, fazer citações e acompanhar
os Juízes de Paz nas diligências. Os inspetores de quarteirão — o
quarteirão tinha que ter, no mínimo, 25 casas habitadas — eram
nomeados pelo Juiz de Paz e estavam dispensados de todo servi-
ço militar de 1ª linha e das guardas nacionais e deveriam atuar na
prevenção dos crimes e na prisão em flagrante de criminosos. Por
último, nos distritos, havia os oficiais nomeados pelos Juízes de Paz,
cujas funções eram fazer pessoalmente citações e prisões. Nos ter-
mos, os encarregados da administração da Justiça eram o Conselho
de Jurados, um juiz municipal, um promotor público, um escrivão
das execuções e os oficiais de justiça que os juízes achassem necessá-
rio. Formavam-se dois Conselhos de Jurados ao longo do processo:
o primeiro, de acusação, e o segundo, de sentença. Os requisitos
para ser jurado eram: ser eleitor de 2º grau, isto é, ser maior de 25
anos e ganhar mais de 200 mil réis por ano, ter reconhecido bom
senso e probidade. A lista dos eleitores candidatos a jurados era pre-
parada e revista a cada ano por uma Junta presidida pelo Juiz de Paz
e deveria ser publicada na imprensa ou afixada na porta da igreja.
O juiz municipal e o promotor público deveriam ser escolhidos
pelo Presidente de Província para um mandato de três anos, de uma
lista feita pela Câmara Municipal, composta de três candidatos re-
sidentes no município e formados em direito, ou, na falta destes,
qualquer pessoa bem instruída. As atribuições do juiz municipal
eram menores, se comparadas às do Juiz de Paz. Devia executar as
sentenças e mandados do juiz de direito, ou dos tribunais, substituir

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o juiz de direito em seus impedimentos e faltas e exercer cumulati-
vamente a jurisdição policial.
Os mesmos requisitos exigidos para os jurados eram válidos para
os promotores públicos que, entretanto, deveriam ser preferencial-
mente “instruídos nas leis”. Eles eram nomeados, na Corte, pelo go-
verno central e, nas províncias, pelo presidente provincial, a partir
de uma lista tríplice encaminhada pela Câmara Municipal a cada
três anos. O promotor público era responsável pela denúncia de cri-
mes públicos e contra as liberdades individuais, contra o Imperador,
membros da família imperial, regentes do Império, e contra a Assem-
bleia Geral e Câmaras; pela acusação de réus perante os jurados; so-
licitação de prisão e punição dos criminosos; promoção da execução
das sentenças e mandatos judiciais; denúncia de negligências, omis-
sões e prevaricações dos empregados na administração da justiça.
O juiz de direito era nomeado pelo Imperador e necessariamente
deveria ser bacharel em direito, maior de 22 anos, bem conceituado
e com, pelo menos, um ano de prática e, preferencialmente, um
dentre os que tivessem sido juízes municipais ou promotores. Ser-
viria na comarca, de onde só seria retirado por utilidade pública ou
para o Tribunal das Relações. Ele presidia o Conselho de Jurados
nos diversos termos de sua comarca, regulando o debate das partes,
dos advogados e testemunhas; instruía os jurados sobre o processo
em curso ou pontos do direito “sem que manifeste, ou deixe entre-
ver sua opinião sobre a prova”; aplicava a lei ao fato; concedia ou
denegava fianças, revogando decisões dos Juízes de Paz; cuidava da
ordem durante as sessões e inspecionava o trabalho dos Juízes de
Paz e municipais, instruindo-os. Nas cidades populosas, um dos três
juízes de direito acumulava o cargo de Chefe de Polícia e, também,
revia as decisões do Juiz de Paz.
Em 1841, uma reforma no Código de Processo Criminal pro-
moveu fortes mudanças na Justiça e na Polícia.78 Na visão de Ta-

78
BRASIL. Lei Imperial nº 261, de 3 de dezembro de 1841. In: Coleção das Leis do
Império do Brasil de 1841. Tomo IV. Parte I. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional,

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vares Bastos, as “doutrinas absolutistas (...) em 1841 prevaleceram
na organização policial e judiciária”.79 Acusava a Lei de 1841 de
ter estabelecido um aparato centralizador que descia do Imperador
ao Inspetor de Quarteirão. Para Thomas Holloway, “o efeito mais
significativo da Lei de 3 de dezembro de 1841 foi estender formal-
mente poderes judiciais à Polícia”. O autor afirma que

por todos os crimes, excetuando-se os de maior gravidade, o chefe de po-


lícia, ou o delegado por ele nomeado no âmbito local, transformou-se em
acusador, investigador, oficial de prisão e promotor, além de juiz, jurado
e carcereiro.80

Victor Nunes Leal também havia apontado o que ele chama de


“policialismo judiciário”:

a reação contra o judiciarismo policial dos liberais de 1832, com as fun-


ções policiais entregues a juízes de paz eletivos, foi certamente excessiva
com a inversão operada – o policialismo judiciário, confiadas às autorida-
des policiais funções nitidamente judiciárias.81

A reforma extinguiu o júri de acusação e as Juntas de Paz. O car-


go de Chefe de Polícia passava a ser preenchido necessariamente por
um desembargador ou um juiz de direito nomeado pelo Imperador.
Os delegados deveriam ser escolhidos, principalmente, dentre juízes
municipais e Juízes de Paz, e também dentre bacharéis formados ou
quaisquer bons cidadãos (exceto párocos). Delegados e subdelegados

1864. pp. 75-95; BRASIL. Regulamento nº 120, de 31 de janeiro de 1842. In:


Coleção das Leis do Império do Brasil de 1842. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional,
1843. p. 43.
79
BASTOS, Cândido Aureliano Tavares. Op. cit., p.204.
80
HOLLOWAY, op. cit., p. 158.
81
LEAL, Victor Nunes. Coronelismo, enxada e voto: o município e o regime represen-
tativo no Brasil. São Paulo: Editora Alfa-Ômega, 1986. p. 194.

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não eram indicados pelo Imperador, mas pelo Presidente de Província,
por indicação do Chefe de Polícia, ambos nomeados pelo Imperador.
A escolha dos juízes municipais continuava sendo do Presidente
de Província, mas, diferentemente do que estabelecia o código de
1832, a reforma de 1841 determinava que deveriam ser escolhidos
somente dentre bacharéis formados em Direito, com pelo menos
um ano de prática. Deveriam servir durante quatro anos, ao final
dos quais seriam promovidos a juízes de direito, quando houvesse
vagas, reconduzidos ao cargo ou removidos para melhores comar-
cas. Ao juiz municipal eram conferidas atribuições policiais muito
próximas às dos delegados.
A reforma no Código de Processo Criminal, de 1841, impôs
grande modificação das atribuições dos Juízes de Paz, que foram
muito diminuídas, acarretando uma perda acentuada de seu prestí-
gio; eles deixaram de ter poder para formar culpa, julgar contraven-
ções e crimes sujeitos a pequenas penalidades; perdiam atribuições
judiciais, mantendo apenas as de caráter policial.82 Por sua vez, o
júri passou a contar com um mínimo de cinquenta jurados, ao in-
vés dos sessenta impostos pela Lei de 1832. No caso de não haver o
número mínimo exigido, dever-se-iam reunir cidadãos de dois ou
mais termos para compô-lo. Aumentava-se o patamar de renda para
participar do Conselho de Jurados: na Província do Rio de Janeiro,
passava-se a exigir 400 mil réis por bens de raiz, emprego público,
comércio ou indústria. Os jurados deveriam ser alfabetizados e a
lista dos jurados era agora organizada pelo delegado, não mais pelo
Juiz de Paz, e enviada ao juiz de direito da respectiva comarca que,
juntamente com o promotor público e o presidente de cada Câmara
Municipal, formavam a Junta responsável por validar a lista.
A última grande modificação na legislação que tratava da Justiça
no Império ocorreu em 1871.83 Na opinião de Holloway, o texto

82
BRASIL. Regulamento nº 120, de 31 de janeiro de 1842. In: Coleção das Leis do
Império do Brasil de 1842. Rio de Janeiro. Tipographia Nacional, 1843. pp. 52-54.
83
BRASIL. Lei nº 2.033, de 20 de setembro de 1871. In: Coleção de Leis do Império

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legal pôs termo à delegação de poderes judiciais à Polícia Civil.84
Victor Nunes Leal também aponta esse aspecto como seu princi-
pal efeito: vedar às autoridades policiais a formação de culpa e a
pronúncia aos delinquentes nos crimes mais graves.85 Os juízes de
direito tiveram suas atribuições acrescidas do julgamento de crime
de contrabando fora do flagrante delito; da decisão das suspeições
postas aos juízes inferiores ou seus iguais; e de concessão de fian-
ças.86 Os juízes municipais, por sua vez, ampliaram suas atribuições,
passando a ser responsáveis pela organização de processo crime de
contrabando sem flagrante delito; julgamento de infração que as
autoridades policiais e os Juízes de Paz tivessem feito assinar; decisão
das suspeições postas aos substitutos e Juízes de Paz.87
Os Juízes de Paz, além de suas atribuições anteriores, passaram
a poder julgar infrações de posturas municipais, com apelação para
os juízes de direito, mas perdiam a competência de julgar infrações
dos termos de segurança e bem-viver, que passou a ser incumbência
dos juízes de direito.88 Os juízes comerciais, juízes de órfãos e juízes
comissários eram cargos exercidos cumulativamente pelos magistra-
dos profissionais nomeados.
O Código Comercial de 1850 previa tribunais de comércio na
capital do Império, na Bahia e em Pernambuco.89 Nas demais pro-
víncias, suas atribuições eram exercidas pelas Relações e, na falta
destes, na parte administrativa, pelas autoridades administrativas, e

do Brasil de 1871. Rio de Janeiro, Tipografia Nacional, 1872; e Decreto nº 4.824,


de 22 de novembro de 1871.
84
HOLLOWAY, op. cit., p. 157.
85
LEAL, op. cit., p. 196.
86
BRASIL. Lei nº 2.033, de 20 de setembro de 1871. In: Coleção de Leis do Império
do Brasil de 1871. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1872. p. 128.
87
Ibid.
88
Ibid., p. 127.
89
BRASIL. Lei nº 556, de 25 de junho de 1850. In: Coleção das Leis do Império do
Brasil de 1850. Tomo XI, Parte I. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1851. p. 57.

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na parte judicial, pelas autoridades judiciais que o governo designas-
se. Os tribunais do comércio foram extintos em 1875 e em seu lugar
foram instituídas as juntas comerciais.90
Desde os tempos coloniais, os juízes de órfãos, cujas atribuições
eram as mais extensas entre os três tipos de juízes, foram criados
pelo Alvará, de 2 de maio de 1731, constando das Ordenações Fili-
pinas. Com mandato de três anos, o juiz de órfãos devia ser bacha-
rel em Direito e ter prática de advocacia de, no mínimo, um ano.
Com a Lei de 22 de setembro de 1828, que extinguiu os tribunais
da Mesa do Desembargo do Paço e da Consciência e Ordens, parte
de suas atribuições passou para os juízes de órfãos.91 Em 1830, foi
extinta a Provedoria dos Defuntos e Ausentes, passando-se também
suas incumbências aos juízes de órfãos.92 O Código do Processo
Criminal de 1832 tratava dos juízes de órfãos sob o Título Único
“Disposição provisória acerca da administração da Justiça Civil”,
em um só artigo que previa que o número de juízes de órfãos seria o
mesmo dos juízes municipais, sendo nomeados da mesma maneira.
Em 1833, atribuía-se a esses juízes a administração provisória dos
bens dos índios.93 A reforma do Código de Processo, em 1841, am-
pliou as funções dos juízes de órfãos. No Título II, que tratava das
“Disposições Civis”, cinco artigos regulamentam os procedimentos
desses juízes. No ano seguinte, os cargos de juiz municipal e de ór-
fãos seriam reunidos na mesma pessoa.94 Os juízes de órfãos eram,

90
BRASIL. Decreto nº 2.662, de 9 de outubro de 1875. In: Coleção das Decisões do
Governo do Império do Brasil de 1875. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1876.
pp. 122, 123.
91
BRASIL. Coleção das Leis do Império do Brasil, desde a Independência – 1826 a
1829. Ouro Preto: Tipografia de Silva, 1836. pp. 283-287.
92
BRASIL. Lei de 3 de novembro de 1830. In: Coleção das Leis do Império do Brasil
de 1830. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1876. pp. 51-53.
93
BRASIL. Lei nº 261, de 3 de dezembro de 1841. In: Coleção das Leis do Império
do Brasil de 1841. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1864. p.p. 75-96.
94
BRASIL. Regulamento nº 120, de 31 de janeiro de 1842. In: Coleção das Leis do

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da mesma forma que os juízes municipais, inspecionados pelos ju-
ízes de direito e pelo Presidente de Província, que decidiam sobre
sua promoção a juízes de direito, sua manutenção ou remoção para
outra jurisdição.95 Os juízes comissários foram criados em 1854, de
nomeação do Presidente de Província, em cada município onde se
fazia necessário para proceder à medição e demarcação das antigas
sesmarias ou concessões do governo geral ou provincial sujeitos à
legitimação. O cargo foi criado para que se resolvessem as demandas
surgidas com a “Lei de Terras”, de 1850.96
Através da secretaria da Presidência, o Presidente de Província
mantinha-se informado sobre as condições da justiça e a situação
da tranquilidade pública na Província. A secretaria compilava as in-
formações sobre este assunto que seria utilizada pelo Presidente de
Província para fazer os relatórios. Os ofícios dos juízes enviados à se-
cretaria mantinham o presidente informado sobre o número de ju-
ízes e promotores nos termos e comarcas da Província, a nomeação
dos mesmos, além da divisão judiciária. A necessidade de criação
de novos termos ou comarcas e juizados eram analisados. A secre-
taria também ajudava a elaborar os mapas estatísticos da Província
contendo dados sobre número de julgamentos, homicídios, furtos,
roubos entre outros delitos.

2.3.2. força pública da província


Na ordem institucional do Império do Brasil, de uma forma ge-
ral, o Ministério dos Negócios da Justiça cuidava das atribuições
policiais no plano do Império, o Presidente de Província e o Che­
fe de Polícia, nas províncias, e os delegados e subdelegados, nos
distritos.

Império do Brasil de 1842. Rio de Janeiro. Tipografia Nacional, 1843. p. 124 e 241.
95
BRASIL. Regulamento nº 120, de 31 de janeiro de 1842. In: Coleção das Leis do
Império do Brasil de 1842. Rio de Janeiro. Tipografia Nacional, 1843. pp. 39-128.
96
BRASIL. Decreto 1.318, de 30 de janeiro de 1854. In: Coleção das Leis do Império
do Brasil de 1854. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1854. pp. 10-28.

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A polícia, entendida como força profissional semelhante ao que
existe hoje, foi organizada pela primeira vez no Brasil com a chegada
da Corte real portuguesa no início do século xix. Em 10 de maio de
1808, foi criada a Intendência Geral da Polícia da Corte e do Estado
do Brasil, encarregada de zelar pela ordem pública, tomando como
modelo o que existia em Portugal. Utilizando como base a orga-
nização policial existente na Corte, foi criada a Guarda Policial da
Província do Rio de Janeiro sob a autoridade do Presidente de Pro-
víncia, instituição permanente entre 1835 e 1889, mesmo sofrendo
algumas modificações. Essa força pública da Província fluminense
transformou-se em instrumento das elites políticas e proprietárias
para controle da sociedade, pois, além das funções normais de agir
sobre delitos como homicídios e roubos, também reprimia trans-
gressões de escravos e movimentos políticos dissidentes.
A Guarda Policial dividia a função policial com outras institui-
ções como a Esquadra de Pedestres, a Guarda Urbana e a Guarda
Nacional. Os Juízes de Paz eleitos localmente também exerciam
funções policiais, relacionadas à manutenção da segurança e da or-
dem pública e à formação de culpa com base no Código de Processo
Criminal de 1832, que investia os juízes de direito e os juízes muni-
cipais interinos como Chefe de Polícia. Dentre suas atribuições esta-
vam: a prevenção de delitos, inspeção das autoridades policiais e das
prisões, casas de correção, hospitais, casas de caridade e, também,
prestação de informações ao Presidente de Província das ocorrências
que lhes eram comunicadas pelos Juízes de Paz.97 O Chefe de Polícia
era subordinado ao Presidente de Província.
Em 1835, foi criada a Guarda Policial da Província do Rio de Ja-
neiro, subordinada ao Presidente de Província, dividida em Estado
Maior, constituída de 241 praças, um comandante com a graduação
de capitão, um alferes ajudante, um secretário, um sargento quartel

97
BRASIL. Coleção das Decisões do Governo do Império do Brasil de 1833. Rio de
Janeiro: Imprensa Nacional, 1908. Decreto Imperial (Ministro da Justiça) de 29
de março de 1833.

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mestre e dois companhias de infantaria, e um companhia de cavala-
ria, ambas com comandantes com a graduação de tenente.98
Os comandantes do Estado Maior e das companhias eram no-
meados dentre os oficiais do Exército e seus oficiais podiam ser des-
ligados da corporação pelo Presidente de Província. O alistamento
era voluntário, porém, se a Guarda ficasse incompleta, o presidente
mandava proceder ao recrutamento. Os voluntários serviriam por
dois anos, e os recrutados por quatro anos. Poderiam ser alistados
todos os cidadãos brasileiros entre 17 e 40 anos.
Cabia ao Presidente de Província elaborar os regulamentos da
corporação submetendo-os à aprovação da Assembleia Legislativa
Provincial. Crimes, sanções e os processos ficavam a cargo de um
Conselho Criminal e de um Conselho de Revisão, se a pena excedesse
a um ano de prisão. Havia também um Conselho de Administração
permanente para as questões administrativas da Guarda. Em 1836,
a Guarda Policial passou a ter duas companhias de cavalaria.99 Para
auxiliar o trabalho da Guarda Policial da Província, criou-se uma
Esquadra de Pedestres para cada Comarca, subordinada ao Chefe
de Polícia.100 A competência da Esquadra de Pedestres era prender
criminosos que os Juízes de Paz da comarca condenassem; prender
escravos em fuga; fazer batidas em matos; destruir quilombos; con-
duzir escravos capturados ao seu destino; escoltar criminosos para
a cadeia, caso a Guarda Policial da Província e a Guarda Nacional
não pudessem fazê-lo; executar as diligências ordenadas pelo Chefe
de Polícia ou pela autoridade policial local, além de manter vigilân-
cia sobre as contravenções às posturas municipais. A sua estrutura

98
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 16, de 14 de abril de 1835. In: Le-
gislação provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850. Op. cit., p. 18; e Regulamento
de 18 de maio de 1835, idem.
99
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 38, de 7 de maio de 1836, Op. cit.,
p. 86; e Lei n º 42, de 9 de maio de 1836, idem, p. 90.
100
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 38, de 7 de maio de 1836, op. cit.,
p. 86; e Regulamento de 5 de julho de 1836, idem.

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era constituída por um cabo e quinze a vinte homens, número que
poderia ser aumentado segundo as necessidades. O comandante da
Esquadra era nomeado pelo Chefe de Polícia. Podiam ser alistados
na Esquadra aqueles que tivessem bom comportamento e capacida-
de para o trabalho, inclusive os Capitães de Mato. O alistamento era
efetuado em livro constando de nome, idade, estado, naturalidade,
filiação e sinais dos pedestres.
A Esquadra de Pedestres foi extinta um ano e meio após sua cria-
ção, em 4 de dezembro de 1837.101 A decisão fora motivada por sua
pouca utilidade e a problemas como o pouco número de praças alis-
tados no recrutamento feito pelas Forças Armadas, e considerando
a proximidade da Corte e o fato de que seu Corpo Policial oferecia
maiores atrativos. Acrescente-se, ainda, a falta de inclinação que a
população tinha para o serviço militar, aos baixos salários, às gran-
des distâncias percorridas nas comarcas para a condução de presos,
o serviço pesado e à falta de alferes para comandar as Companhias.
A falta de praças era um problema que existia tanto na Guarda Na-
cional quanto na Policial. Em 1837, foi autorizado o aumento do
efetivo da Guarda Policial em circunstâncias extraordinárias, obje-
tivando acabar com a deficiência de praças na Província.102 Durante
as décadas de 40 e 50 do século xix, a falta de efetivo na polícia, o
péssimo estado das cadeias dos municípios da Província do Rio de
Janeiro, onde faltavam carcereiros em função dos baixos salários,
e a inexistência de quartéis nos municípios mais populosos conti-
nuavam a ser considerados os maiores problemas que atingiam a
corporação.
Em 1839, o Presidente de Província Paulino José Soares de Sou-
za defendia em seu relatório a causa dos conservadores de centralizar
as funções policiais, devido às falhas nos trabalhos dos Juízes de Paz.

101
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 94, de 4 de dezembro de 1837, op.
cit., p. 165.
102
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 92, de 25 de novembro de 1837,
op. cit., p. 161.

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A crítica ao modelo descentralizado do código de 1832 gerou sua
reforma em 1841, quando as atividades policiais foram centraliza-
das nas mãos de um Chefe de Polícia para toda a Província e o seu
poder foi ampliado em detrimento daquele que os Juízes de Paz
detinham antes.
A reforma atribuía ao Chefe de Polícia, que podia ser um de-
sembargador ou juiz de direito, este último com um mínimo de três
anos de experiência no cargo, atribuições que anteriormente eram
dos Juízes de Paz, como prender culpados, proceder auto de cor-
po delito, tomar conhecimento de pessoas que fossem habitar nos
distritos, julgar contravenções às posturas das Câmaras Municipais,
julgar crimes onde não estivessem impostas pena maior e organizar
estatísticas criminais da Província. O Chefe de Polícia continuava,
entretanto, possuindo atribuições policiais e judiciárias. Os delega-
dos e subdelegados seriam nomeados pelo Presidente de Província
por indicação do Chefe de Polícia a quem eram subordinados.
Nesse novo quadro, em 1844, foi criada a Guarda de Barreiras,
composta de quarenta e cinco praças para cobrar taxas de pontes,
barreiras e barcas da Província, comandada por um oficial de paten-
te de capitão.103 Essa corporação esteve sujeita ao regulamento da
Guarda Policial até 1845. Em 1848, elevou-se o efetivo da força do
Corpo Policial.104 Foi recriada, ainda, a Esquadra de Pedestres, sendo
algumas forças de pedestres distribuídas nos municípios limítrofes da
Província e, para tornar mais eficaz e menos dispendioso o serviço da
polícia, diminuiu-se o número de praças da força policial.105
Diferentes fatos ocupavam as forças de segurança pública da
Província. Nos relatórios dos presidentes fluminenses, entre 1835

103
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 305, de 11 de março de 1844. In:
Legislação provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850. Op. cit.
104
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei n° 448, de 2 de agosto de 1848. Op.
cit., p. 641.
105
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 553, de 13 de setembro de 1851. In:
Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos de 1851. Niterói: Tipografia Fluminense, 1853.

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e 1839, destaca-se a preocupação com o grande número de roubo
de escravos, facilitado pela falta de punição deste tipo de delito,
ocorrendo, também, insurreições de escravos e brigas de família em
determinadas localidades, além de abusos de alguns Juízes de Paz.
Desse modo, o controle policial atuava na defesa da estrutura pro-
dutiva vigente. De outro lado, a força policial da Província do Rio
de Janeiro teve grande atuação na repressão ao movimento liberal de
1842, desencadeado um ano após a reforma do Código de Processo
Criminal. Nesse caso, sua ação tinha sentido político, defendendo
a ordem estabelecida. Brigas de família e disputa por terras também
faziam parte da agenda de repressão da força policial, que se envol-
via, assim, no campo das relações privadas.
Com a Lei Eusébio de Queiroz, que extinguia o tráfico negreiro
em 1850, as denúncias do desembarque ilícito de escravos na costa
da Província exigiram uma atuação redobrada da Polícia, que era
obrigada a desviar destacamentos de lugares centrais para guarnecer
a costa. Os traficantes passaram a desembarcar em praias distantes
da capital como Cabo Frio, Macaé, Rio das Ostras, Mangaratiba,
dentre outros locais, obrigando o deslocamento do corpo policial
para estas cidades, desguarnecendo os municípios do interior, inclu-
sive a capital, Niterói. Também os fazendeiros solicitavam a presen-
ça de uma força de linha em função do tráfico interno de escravos
de outras Províncias, considerando que ele podia representar perigo
para suas famílias. O corpo policial também se dividia em atividades
emergenciais que ocorriam na Província como durante a epidemia
de cólera morbus, em 1855, quando atuaram como enfermeiros e no
sepultamento dos mortos.
Finalmente, em 1853, criou-se a Secretaria de Polícia da Provín-
cia do Rio de Janeiro, subordinada ao Presidente de Província, com
a atribuição de expedir e escriturar os negócios da Polícia como or-
ganizar mapas de estatística criminal, lavrar termos, escrever inter-
rogatórios, autenticar certidões e cópias dentre outras atribuições.106

106
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Regulamento de 17 de setembro de 1853.

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A sua estrutura era composta de um Chefe de Polícia, escriturários,
um arquivista, um porteiro e dois contínuos.
Em 1859, a corporação policial foi reorganizada, extinguindo-se
os postos de major, capitão e capitão de companhia, e o comando ge-
ral passou a ser tarefa de um oficial superior, enquanto as companhias
de infantaria e cavalaria, comandadas por dois capitães, passaram a ser
comandadas por dois tenentes.107 O número de soldados foi aumenta-
do e a força policial foi distribuída em quatro grandes postos, Niterói,
Campos, Vassouras e Angra dos Reis, de onde saíam os destacamen-
tos para os postos menores da Província. O comandante geral residia
na capital da Província, correspondia-se com os postos centrais, e estes
com os pequenos, mas também era obrigado a percorrê-los para ins-
peção, apresentando depois relatório ao Presidente de Província.
Em 1860, os grandes postos policiais foram transformados em dis-
tritos que reuniam vários municípios.108 Autorizou-se o aumento do
número da Esquadra de Pedestres, de modo que houvesse, pelo menos,
um pedestre à disposição de cada subdelegado de polícia e o comando
da Esquadra passava a ser feito por um oficial do Corpo Policial. Em
1863, o Corpo Policial da Província do Rio de Janeiro foi reestruturado
com atribuições mais pormenorizadas: rondar e patrulhar ruas e lugares
públicos, colher e verificar indícios de crime, prender criminosos e pes-
soas em flagrante delito, impedir contrabando, prestar socorro a quem
estivesse atacado por moléstia, guardar as prisões, escoltar presos dentre
outras atribuições. Foram mantidos o Conselho de Administração e o
Conselho Criminal, e foi criada uma Junta de Justiça para substituir

In: Coleção de Leis, Decretos, e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro. 1853.


Rio de Janeiro: Tipografia do Diário, de A. L. Navarro, 1853. p. 21.
107
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos
da Província do Rio de Janeiro de 1859. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1868.
Deliberação de 31 de dezembro de 1859. Op. cit., p. 251.
108
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Deliberação de 30 de janeiro de 1860; e Lei
nº 1.186, de 14 de agosto de 1860. In: Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da
Província do Rio de Janeiro, 1860. Rio de Janeiro: Tipografia Parisiense, 1863. p. 56.

110 a província fluminense

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o Conselho de Revisão.109 No ano seguinte, a corporação passou a ser
composta por uma companhia de cavalaria e três de infantaria.110
Em 1865, criou-se a Guarda Urbana de Niterói, subordinada ao
Chefe de Polícia, com o objetivo de auxiliar o corpo policial nos ter-
mos.111 A Guarda era composta de dezesseis praças, dentre cidadãos
de 20 a 50 anos, servindo pelo prazo de três anos, sendo comandada
por um alcaide (oficial de justiça), nomeado pelo Chefe de Polícia
com a anuência do Presidente de Província. Suas principais atribui-
ções eram prender criminosos, patrulhar ruas, investigar suspeitos e
auxiliar autoridades.112
O período da Guerra do Paraguai (1865-1870) fez com que
ocorressem modificações nas forças públicas da Província, levando
o governo imperial a criar o “corpo de voluntários da pátria” para o
serviço de guerra.113 Ainda para atuar na guerra, em 1865, o corpo
policial transformou-se em “seção provisória”, formada por trezen-
tos praças, divididos em três companhias comandadas por um oficial
superior comandante.114 Era tradicional uma estreita ligação entre o

109
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Regulamento de 16 de maio de 1863. In:
Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro. 1863. Rio de
Janeiro: Tipografia Parisiense, 1888. p. 46.
110
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 1.291, de 30 de dezembro de 1864.
In: Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1864.
Rio de Janeiro: Tipografia Parisiense, 1888.
111
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Deliberação de 2 de janeiro 1865. In: Co-
leção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro:
Tipografia Parisiense, 1888. p. 155.
112
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). In: Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos
da Província do Rio de Janeiro. 1865. Rio de Janeiro: Tipografia da Papelaria Pari-
siense, 1888. Regulamento de 26 de janeiro de 1865. p. 161.
113
Decreto nº 3.371, de 7 de janeiro de 1865. BRASIL. In: Coleção das Leis do
Império do Brasil de 1865. Parte II. Rio de Janeiro: Typografia Nacional, 1865. p. 3.
114
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Idem 1865. Lei nº 1.312, de 31 de de-
zembro de 1865. p. 61.

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corpo policial da Corte, o da Província e o Exército, de onde saíam
alguns oficiais para a Polícia, o que levou ao rápido atendimento à
convocação para a guerra pela Polícia provincial. Esse deslocamento
diminuiu as forças de segurança na Província, provocando pânico e
reclamações pela falta de policiamento.
Para atenuar o problema, a Guarda Nacional foi aproveitada no
serviço policial da Província, ocupando cadeias, fortalezas e pon-
tos do interior, realizando diligências, sendo paga pelos cofres pro-
vinciais, enquanto o número de policiais da Província estivessem
incompletos com a “seção provisória”. Posteriormente, a Guarda
Nacional foi substituída pelos corpos de inválidos da pátria na guar-
nição das fortalezas. O fato é que a Guerra do Paraguai tornou crô-
nico o problema da falta do número de praças no corpo policial da
Província, sendo aprovadas leis que incorporavam os contingentes
policiais que voltavam da guerra até completar o quadro de praças.
Em 1871, o Código de Processo Criminal de 1841 foi modifica-
do, atendendo a uma antiga reivindicação dos liberais que, dentre
outras coisas, reclamavam da excessiva centralização do poder nas
mãos do Chefe de Polícia.115 Assim, foram reduzidas as atribuições
dos Chefes de Polícia, que continuavam incumbidos de reunir pro-
vas para a formação de culpa, mas os resultados do inquérito eram
entregues aos juízes e promotores. Os delegados e subdelegados pas-
saram a exercer funções exclusivamente policiais e foram retiradas as
funções policiais da Guarda Nacional.116 Por outro lado, em 1873,
o corpo policial da Província teve sua estrutura aumentada em uma
infantaria.117 No ano seguinte, uma alteração mais importante foi

115
BRASIL. Decreto 4.824, de 22 novembro de 1871. In: Coleção das Leis do Impé-
rio do Brasil de 1871. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1871. p. 653.
116
HOLLOWAY, Thomas H. Polícia no Rio de Janeiro. Repressão e resistência numa ci-
dade do século XIX. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 1997. p. 228.
117
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 1.838, de 3 de janeiro de 1873. In:
Coleção das Leis, Decretos, Atos e Decisões da Província do Rio de Janeiro, de 1872-
1873. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1873.

112 a província fluminense

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efetivada, dividindo a força policial em “Seção do Corpo Policial”,
com uma companhia de cavalaria e duas de infantaria, formadas por
trezentos praças, e “Guarda Municipal”, destinada ao serviço de po-
lícia local com quinhentos praças.118 A criação da Guarda implicou
a redução do corpo policial, por razões de economia.
A diminuição do número de praças gerou reclamações e, em
alguns municípios, a criação da Guarda Municipal não se concre-
tizou devido à falta de alistamento por causa dos baixos soldos e
por ela não substituir a força policial com a mesma eficiência. A
Guarda Municipal acabou sendo extinta em 1878, sendo substituí-
da pelo Corpo Policial, com um efetivo aumentado.119 Entretanto,
tal medida não representou um acréscimo das forças públicas, pois
o aumento do número do corpo policial não compensou a perda de
efetivos com a extinção da Guarda Municipal.
O tratamento da segurança pública estava diretamente relacio-
nado também ao sistema prisional da Província, sempre criticado
nos relatórios dos presidentes. A Casa de Detenção de Niterói era a
única boa cadeia da Província, mas a superlotação gerava problemas
de disciplina e higiene. Em 1874, foi aprovada lei especial para cons-
truir uma penitenciária cuja obra só começou em abril de 1881.120
Propunha-se a construção de prisões em lugares estratégicos como
Resende e Campos objetivando a diminuição da lotação da cadeia
de Niterói, a economia de transportes de presos e a separação de
detentos em grupos ou classes.

118
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 2.071, de 7 de dezembro de 1874.
In: Coleção das Leis, Decretos, Atos e Decisões da Província do Rio de Janeiro. 1874.
Rio de Janeiro: Tipografia Acadêmica, 1875. p. 146.
119
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 2.327, de 22 de outubro de 1878.
In: Coleção de Leis e Decretos da Província do Rio de Janeiro. /S. l./, /s. ed./, 1878.
p. 161.
120
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da
Província do Rio de Janeiro de 1880. Rio de Janeiro: Tipografia Montenegro, 1881.
Lei de 9 de dezembro de 1880.

secretaria da presidência da província 113

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Tentando tornar mais efetiva a fiscalização e inspeção dos desta-
camentos policiais, facilitar o expediente policial e a movimentação
das praças pelas repetidas requisições das autoridades policiais, a for-
ça policial foi dividida em novos quatro postos: Niterói, Campos,
Cantagalo e Barra do Piraí.121 Entretanto, essa distribuição foi criti-
cada pelas autoridades porque o corpo policial tinha uma parte do
efetivo dedicado ao policiamento local, e outra de prontidão para
casos extraordinários. Assim, sendo insuficiente a força pública, a
divisão em quatro circunscrições territoriais fracionava o corpo po-
licial dificultando o atendimento dos pedidos solicitados. Essa orga-
nização foi extinta em 1882 e substituída por destacamentos que se
moviam com autorização do Chefe de Polícia.122 Caso a requisição
da força policial fosse para fora da Província, a autorização deveria
ser dada pelo Presidente de Província.
O crescimento populacional da Província, o advento das estra-
das de ferro e da imigração, o grande número de escravos nas la-
vouras e a agitação abolicionista foram responsáveis pelo aumento
dos crimes, agravados pela impunidade, uso de armas proibidas e
insuficiência da força pública. O Código Criminal de 1871 foi cri-
ticado nos relatórios dos Presidentes de Província por impedir a pri-
são, exceto por flagrante delito. Nesse contexto, foi autorizada pelo
Presidente de Província, com a anuência das Câmaras Municipais,
a criação de uma polícia rural nas freguesias mais distantes para
proteger as fazendas. Elas teriam que ser requeridas pela autoridade
local, que arcariam com o ônus financeiro, ficando sujeitas à auto-
ridade policial da paróquia ou dos distritos, cabendo à Província o

121
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). In: Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos
da Província do Rio de Janeiro de 1880. Rio de Janeiro: Tipografia Montenegro,
1881. Deliberação de 15 de agosto de 1880. p. 248.
122
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Deliberação de 2 de junho de 1882; e Re-
gulamento para o corpo policial da Província do Rio de Janeiro. In: Coleção de Leis,
Decretos, Atos e Decisões do Governo da Província do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro:
Tipografia Montenegro, 1882.

114 a província fluminense

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fornecimento de armamento e fardamento.123
As transformações que ocorriam na Província também levaram
à aprovação do aumento do corpo policial de 734 para 900 praças,
autorizando outro futuro acréscimo para 1200 praças,124 o que ocor-
re no ano seguinte e permanece até o final do Império.125
A última modificação na força pública foi a criação de uma seção
do corpo de bombeiros no corpo policial com número mínimo de
vinte e cinco praças. As autoridades continuavam pedindo o aumen­
to do número do corpo policial para 1.300 em função do alto nú-
mero de baixas que geralmente chegam ao número de cem praças.
Com a proclamação da República, a organização administra-
tiva do novo Estado do Rio de Janeiro foi estruturada em 1891,
tendo como uma de suas partes a Diretoria de Polícia e Segurança
e Assistência Pública que contava com uma força pública militar
e uma polícia municipal substituindo o antigo corpo policial da
Província.126

2.3.2.1. secretaria da polícia


A Secretaria da Polícia da Província do Rio de Janeiro teve a sua
estrutura estabelecida pelo Regulamento de 15 de setembro de
1853, diretamente subordinada ao Presidente de Província, com

123
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei Províncial nº 2.723, de 31 de outubro
de 1884. In: Coleção de Leis, Decretos, Atos e Decisões do Governo da Província do Rio
de Janeiro de 1884. Rio de Janeiro: Tipografia Montenegro, 1885.
124
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei Províncial nº 2.911, de 10 de dezem-
bro de 1887. In: Coleção de Leis, Decretos, Atos e Decisões do Governo da Província do
Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Tipografia Parisiense, 1887. p. 32.
125 RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei Províncial nº 3.037, de 30 de novem-
bro de 1888. In: Coleção de Leis, Decretos, Atos e Decisões do Governo da Província do
Rio de Janeiro. Vol. I. Rio de Janeiro: Tipografia Parisiense, 1888. p. 215.
126
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Decreto nº 273, de 29 de junho de 1891.
In: Coleção de Decretos, Atos e Decisões do Governo do Estado do Rio de Janeiro. 1891.
Rio de Janeiro: Typografia a Vapor de Jeronymo Silva & Cia – Ourives 44, 1892.

secretaria da presidência da província 115

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a atribuição de fazer a escrituração dos negócios da polícia.127 O
regulamento foi expedido de acordo com o Regulamento número
120, de 31 de janeiro de 1842, que estabelecia diretrizes para a
execução da parte policial e criminal da reforma do Código do
Processo Criminal.
Desta forma, a Secretaria da Polícia era constituída de dois ama-
nuenses, escriturários tantos quanto permitisse os cofres públicos,
um arquivista, um porteiro e um contínuo. Os amanuenses eram
nomeados pelo Chefe de Polícia. Os amanuenses tinham de exami-
nar os requerimentos, prestar informações ao chefe, vigiar os empre-
gados, autenticar as certidões dentre outras atribuições. O segundo
amanuense tinha como função substituir o primeiro em caso de
necessidade, cuidar da receita e despesa pertencente aos cofres da
polícia, organizar os mapas de estatística provincial dentre outras
atribuições. Aos dois amanuenses cabia escrever passaportes e títu-
los de residência, lavrar termos de contrato dentre outras compe-
tências. Aos escriturários cabia fazer o registro da correspondência
oficial, passar títulos de nomeação de carcereiros e outros emprega-
dos da repartição, escriturar livros de matrícula dos carros, barcos,
pedestres e africanos livres dentre outros serviços. O arquivista tinha
como atribuição classificar e numerar papéis de arquivo por ordem
cronológica, receber as coleções de leis tanto gerais quanto provin-
ciais, dentre outras competências.
A secretaria continuou a existir até o final do Império. De acor-
do com a reforma administrativa de 1859, os assuntos de polícia
ficaram por conta da primeira secretaria da Presidência junto com
administração da Justiça, Assembleia Provincial, saúde pública e etc.
Já a reforma administrativa de 1876 colocou os assuntos de polícia
a cargo da 3ª Seção da Secretaria da Presidência junto com adminis-
tração da Justiça, força pública, prisões e ministérios.

127
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da
Província do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Typografia do Diário, 1853. p. 161-169.

116 a província fluminense

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2.3.2.2. casa de detenção de niterói
A Casa de Detenção de Niterói teve sua organização interna estrutu-
rada pelo Regulamento aprovado pelo Presidente de Província Au-
reliano de Souza e Oliveira Coutinho em 4 de dezembro de 1847.128
A partir do regulamento aprovado, ficou definido que a Casa de
Detenção tinha como função o recolhimento dos sentenciados a
galés em cumprimento de sentença, dos custodiados durante o tem-
po necessário para averiguações das autoridades, e para os escravos
fugidos. Assim, a Casa de Detenção foi organizada em duas prisões:
uma superior destinada aos custodiados, e outra inferior destinada
aos condenados galés e escravos fugidos.
As sentenças em galés, de acordo com o Código Criminal de
1830, posteriormente complementado pelo Código de Processo
Criminal de 1832, eram relativas aos trabalhos forçados à disposição
do governo, com calceta no pé e corrente de ferro e morte. As galés
eram divididas em duas categorias: as galés temporárias, destinados
aos crimes contra pessoas e propriedade; e as galés perpétuas, para
crimes públicos, homicídios com agravantes e roubos seguidos de
morte.129
De acordo com o seu regimento, a Casa de Detenção era consti-
tuída de um administrador, nomeado pelo Presidente de Província,
além de um chaveiro e um escrivão, estes dois últimos nomeados
pelo Chefe de Polícia, com aprovação da Presidência de Província. O
administrador tinha como atribuição comunicar ao Chefe de Polícia
das ocorrências e remeter a relação de presos no início do mês, além
de cumprir o regulamento, dentre outras atribuições. Se faltasse ou
tivesse algum impedimento, seria substituído pelo escrivão. O cha-
veiro, além de cumprir as ordens do administrador, deveria abrir e fe-

128
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleções de Leis, Decretos e Regulamentos
da Província do Rio de Janeiro. 1847. Rio de Janeiro: Typografia, de N. L. Vianna,
1847. p. 188-193.
129
Ver: VAINFAS, Ronaldo (dir). Dicionário do Brasil Imperial (1822-1889). Rio de
Janeiro: Objetiva, 2008. p. 145-146.

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char a prisão além de fazer sair os presos para seu trabalho e recolhê-
-los. Finalmente, ao escrivão cabia a realização de toda a escrituração
do estabelecimento seguindo as ordens do administrador.
Além destas atribuições, o administrador e o chaveiro deveriam
revistar as prisões todos os dias. O administrador não deveria rece-
ber nenhum galé ou escravo fugido, a não ser por intermédio do
carcereiro da cadeia desta cidade, não os podendo soltar; só remete-
ria os presos que lhes fossem requisitados por escrito. O administra-
dor não deveria recolher em custódia preso algum sem ordem por
escrito de quem o remeteu e também só o poderia soltar por ordem
escrita do mesmo. Poderia, entretanto, receber presos em flagrante
sem ordem escrita, comunicando ao Chefe de Polícia a prisão e seu
motivo. O administrador também deveria enviar à enfermaria da
cadeia o galé ou escravo fugido que estivesse doente e, se fosse cus-
todiado, deveria comunicar a autoridade competente para ordenar
sua remoção para a enfermaria da cadeia. Se ocorresse moléstia re-
pentina que exigisse pronto socorro, o preso deveria ser remetido à
enfermaria da cadeia, avisando a autoridade competente.
A Casa de Detenção atuou até o final do Império, continuando
a existir durante o período republicano.

2.3.3. catequese e colonização dos índios


A documentação referente à questão indígena contida no Fundo
presidência da Província reporta-se a assuntos ligados à mão de
obra, às missões, aos aldeamentos, à política indigenista, às terras
públicas, à demografia, à legislação, às guerras, aos conflitos, às ex-
pedições de apresamento e descimentos. Os grupos mencionados
apresentam uma grande diversidade étnica: puri, coroado, coropó,
arari, waytaca, goitacaze, guarulho, botocudo, guarani, além de gru-
pos destribalizados. As ordens religiosas envolvidas com as tribos
eram os jesuítas, os capuchinhos e os beneditinos.
Para compreender melhor os aldeamentos e seus habitantes é
preciso, ainda que de forma panorâmica, retornar ao período colo-
nial. Regina Celestino afirma que “do século xvi ao xix, as aldeias
indígenas integraram o projeto de colonização e, ao longo desse

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tempo, adquiriram diferentes funções e significados para os índios,
colonos e missionários”.130
No início do período colonial, o índio tinha duas opções: os
sertões ou os aldeamentos. A primeira, embora oferecesse liberdade,
maior faixa de terra, a não intervenção do “homem branco”, era
o espaço dos conflitos intertribais (cada vez mais insuflados e exa-
cerbados pelo europeu), das guerras entre estrangeiros (portugueses
e franceses) e da ameaça de escravização e extermínio. A segunda,
apesar das agruras e perdas de traços culturais, oferecia uma faixa de
terra e proteção contra as intempéries socioeconômicas vivenciadas
num território onde, outrora, os conflitos apenas se davam com as
tribos rivais. Portanto,

ao se aldearem, os índios tornavam-se súditos cristãos e buscavam adap-


tar-se a um novo espaço físico e social, onde aprendiam novas regras e
comportamentos que lhes permitiam novas estratégias de luta e sobre-
vivência no mundo colonial em formação. (...) Os índios aldeados eram
sujeitos à legislação especial e ao trabalho compulsório, todavia, apesar
dessas condições limitadas e opressivas, os aldeamentos indígenas lhe fa-
cultavam algumas garantias que, inicialmente junto com os padres, e de-
pois por conta própria, esforçaram-se em defender – tanto juridicamente
quanto pelas armas.131

Os relatórios dos Presidentes de Província do Rio de Janeiro des-


crevem um quadro desolador, retratando como, gradativamente e a
passos cada vez mais largos, os aldeamentos existentes e as respecti-
vas etnias foram desaparecendo e dispersando-se em meio às trans-
formações urbanas e às disputas de terras no meio rural. Em 1836,
o presidente Paulino José Soares de Sousa cobra providências da

130
ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Metamorfoses indígenas: identidade e
cultura nas aldeias coloniais do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional,
2003. p. 80.
131
Idem, p. 102.

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assembleia, no sentido de dinamizar a administração, a fim de res-
guardar as propriedades indígenas, usurpadas abertamente por ter-
ceiros, entretanto, não estabelece uma medida punitiva efetiva para
conservar as terras do aldeamento. Ressalta, ainda, a omissão dos
juízes de órfãos, responsáveis pelos índios desde o Decreto de 1833.
Contudo atribui parte da responsabilidade às próprias vítimas:

Tendo assim os Juízes de Órfãos, como conservadores dos índios, de fa-


zer requerer perante os Juízes Municipais a cobrança dos foros devidos,
o despejo dos terrenos usurpados, e a medição daqueles sobre que há
contestação, não tem, todavia, uma pessoa que tenha algum interesse
em promover os respectivos processos e podem, é verdade, nomear um
curador dos índios, que em juízo por eles requeira, e um solicitador que
procure nas audiências; porém, quem quererá, sem ordenado e sem
prêmio algum, tomar sobre si tão laboriosa tarefa, e lutar com todas as
trapaças e tortuosidades do foro, chamando sobre si comprometimen-
tos graves em povoações pequenas? (...) A experiência tem mostrado,
que a população das aldeias dos índios nesta província, e porventura
nas outras, definha, em vez de aumentar, confirmando assim a obser-
vação geral, de que as raças selvagens e indígenas desaparecem pouco a
pouco diante das civilizadas e conquistadoras. Talvez, não tenha con-
tribuído pouco para esse fenômeno a má direção, a irregular e deslei-
xada administração a que os índios tem estado sujeitos, além do seu
caráter inerte e indolente.132

No ano seguinte, o vice-presidente José Ignácio Vaz Vieira, reco-


menda o envio de índios de 7 a 10 anos para serem empregados nas
diferentes oficinas do Arsenal da Marinha. O vice-presidente tam-
bém salienta a medida do governo imperial para engajar os adultos

132
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Presidente da Província do Rio
de Janeiro. 18 de outubro de 1836. p. 27. <Disponível em: http://wwwcrl.uchicago.
edu/info/Brasil/jain.html> Acesso em: dezembro/2001. 11:00. Presidente Paulino
José Soares de Sousa, 18 de outubro de 1836.

120 a província fluminense

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no serviço da armada nacional, visando sua inserção no convívio so-
cial, como parte da política do Diretório, o que não é visto com bons
olhos por Vaz Vieira, pois considerava que meios tão amenos, como
a recomendação de tais serviços, não surtiriam o efeito desejado “em
gente tão inerte”.133 Mesmo assim, na sua visão, para os menores,
eventualmente, tal providência encontrasse mais fácil execução.
O Regulamento das Missões, instituído em 1845, foi uma me-
dida adotada pelo governo imperial com a finalidade de suprimir a
degradação dos aldeamentos.134 Determinava que se fizesse o mape-
amento dos aldeamentos existentes, destacando informação sobre o
estado em que se encontravam, a existência de mestiços, de lavoura
e/ou comércio, além de avaliação sobre a possibilidade de se reagru-
par aldeamentos. Estabelecia, igualmente, um limite a seus arrenda-
mentos, afirmando só ser isso possível quando a população indígena
não pudesse aproveitar toda a área demarcada, e por um período
máximo de três anos, durante o qual seria avaliada a conduta do ar-
rendatário. Para derrubar a mata, era necessário pedir autorização ao
Presidente de Província, registrando expresso, em contrato específi-
co, os lugares permitidos para esse fim. O Imperador nomeava um
diretor geral em cada Província, e em cada aldeia seria nomeado um
diretor pelo Presidente de Província, sob proposta do diretor geral.
Além disso, o presidente prestava socorro, quando solicitado pelo
diretor, oferecendo apoio militar para proteção da aldeia. Também
deveria informar ao Imperador sobre as condições gerais de localiza-
ção e o estado geral da aldeia no que dizia respeito à administração
das terras e sua concessão.

133
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Vice-Presidente José Ignácio Vaz Vieira. Ou-
tubro de 1837. RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Presidente Vaz Vieira. S/Tí-
tulo. Outubro de 1837. <Disponível em: http://wwwcrl.uchicago.edu/info/Brasil/
jain.html > Acesso em: dezembro/2001. 13:00.
134
BRASIL. Decreto 426, de 24 de julho de 1845. In: Coleção das Leis do Império
do Brasil de 1845. Tomo VII. Parte II. Rio de Janeiro. Reimpressa na Tipografia
Nacional, 1866.

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O presidente Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho, no rela-
tório de 1846, propôs-se a fazer um levantamento minucioso dos al-
deamentos existentes, informando suas condições bem como as dos
índios, incluindo os destribalizados. Montou uma comissão, com-
posta pelo juiz de órfãos de Niterói, José Norberto dos Santos, pelo
pároco Luiz Antonio Muniz Santos e pelo curador José Nascentes
Pinto, para rever os artigos do Diretório dos Índios e as demais leis.
Ressaltou, ainda, os esforços do poder público em proteger o patri-
mônio indígena. No entanto, traça a mesma imagem negativa do
índio, na tentativa de amenizar o fracasso das medidas adotadas:

Por uma fatalidade inconcebível têm sido sempre infrutíferas todas as di-
ligências e esforços empregados pelo governo para fazer aldear, civilizar, e
propagar nesta província a raça de indígenas, que ainda aqui e ali aparece,
e para lhe garantir as terras do seu patrimônio, e os foros delas. Parece que
essa raça está destinada a desaparecer diante da raça branca, à despeito
mesmo das leis, que lhe garante e das providências desde muito adota-
das pelo governo para chamar os índios á aldeamentos; porquanto ou
seja pela natural indolência destes indivíduos, quais sempre mais dados
ao uso de bebidas espirituosas do que ao trabalho, ou pelo desvalimento,
que persegue sempre as raças conquistadas, ou enfim, pela cobiça, que
também acompanha a raça conquistadora, o certo é que desses mesmo
aldeamentos, em vez de crescer, desaparece constantemente essa raça, e
que o seu patrimônio vai sendo cada vez mais apossado e invadido, se é
que o não está de todo, sem que o governo tenha podido embaraçá-lo,
pois que vendidas suas posses e em outras, tendo-as eles abandonado por
vexames, perseguição sofridas, tem sido elas usurpadas por intrusos, sen-
do hoje muito difícil reivindicá-las.135

A Lei de Terras de 1850 também buscou proteger o patrimô-


nio indígena, procurando definir a estrutura fundiária do Império

135
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Presidente da Província Aure-
liano de Souza e Oliveira Coutinho. Primeiro de março de 1846. /s. l./, /s. ed./, /s. d./.

122 a província fluminense

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e afirmando que parte das terras devolutas estava reservada para a
colonização dos indígenas.136
Os reflexos dessa lei são notados no relatório do presidente João
Pereira Darrigue Faro, de 1853, ano em que efetivamente ela passou a
vigorar: nesse ano, deu-se a regularização, em Cabo Frio, da aldeia de
São Pedro, onde todos os foreiros e posseiros da sesmaria indígena tive-
ram que apresentar, em 60 dias, os títulos dos terrenos que ocupavam,
a fim de regularizar as terras que não estivessem em forma, a fim de
demarcar os territórios ainda não medidos e efetuar a cobrança dos fo-
ros vencidos.137 O presidente solicitou, ainda, ao ministro do Império,
pedindo-lhe dois missionários, para serem incumbidos pela presidência
da fundação e direção de dois aldeamentos, onde se pudessem reunir os
índios da raça puri que estavam dispersos pelas matas de Carangola e de
Itabapoana, pedindo juntamente uma prestação anual de quatro contos
de réis para manutenção e custeio dos aldeamentos.
Apesar de todas as medidas legais tomadas para resguardar as
propriedades indígenas, a situação só piorava. Se por um lado as
autoridades públicas constatavam a confusão administrativa, por
outro os grandes proprietários locais contribuíam para acelerar o
processo de dilapidação dos aldeamentos. Em documento enviado
no dia 6 de janeiro ao juiz de órfãos das terras de São Fidelis, The-
ophilo Tavares Paes, o frei Florido da Cidade de Castelo solicitava
que o juiz tomasse providências contra os intrusos “abastados” que
haviam tomado as terras do aldeamento de Valão do Jacob com o
pretexto de arrendamento.138

136
BRASIL Lei nº 601, de 18 de setembro de 1850. In: Coleção das Leis do Império
do Brasil de 1850. Tomo XI, Parte I. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1851.
137
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado ao Exmo Vice-Pre-
sidente da Província do Rio de Janeiro o Comendador José Rodrigues Darrigue Faro
pelo Presidente o Conselheiro Luiz Pedreira de Couto Feraz por ocasião de passar-lhe a
administração da mesma Província em 3 de maio de 1853. Rio de Janeiro: Typografia
do Diário, de A & L Navarro, 1853. p. 48.
138
APERJ. Fundo: presidência da Província, notação 617. maço 5.

secretaria da presidência da província 123

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Como caso ilustrativo, a título de conclusão, é importante res-
saltar o aldeamento de São Lourenço dos Índios, em Niterói, pois,
segundo Regina Celestino, este foi o último, no Rio de Janeiro, a
resistir ao processo de expropriação, sendo extinto em 1866. Des-
de meados do século xviii, a área fora ocupada por moradores
brancos, negros e mestiços, e dividida por aforamentos, o que era
comum nos aldeamentos. Parte de seu território estava alienada
desde o século xvi, palco de invasões, conflitos e disputas de terra.
Transformada na freguesia de São Lourenço, a partir de 1762, a
aldeia, apesar de manter uma identidade própria, foi declinan-
do até contar, em 1849, com um total de 92 habitantes, vivendo
em difíceis condições. Nesse período, os índios ainda trabalhavam
para a Coroa, massacrados pelo excessivo trabalho, baixíssimos
pagamentos e pelas discriminações. Aprendiam ofícios de branco,
tornando-se sapateiros, carpinteiros e calafates. Comercializavam
suas rústicas peças de cerâmica, teciam redes, cestos e chapéus,
enquanto outros trabalhavam no Arsenal da Marinha, na cidade
do Rio de Janeiro, ou dedicavam-se à pesca da baleia, junto com
os portugueses. Empregavam-se, também, nos serviços públicos,
por estarem próximo à cidade, ajudando a construir a área urbana
que os premiaria com a exclusão.
Espaço mutilado, cultura menosprezada e população marginali-
zada, o aldeamento não resistiu, sendo extinto em 1866, por decisão
do Governo Provincial:

O conselheiro presidente da Província do Rio de Janeiro, atendendo a


que os poucos índios existentes no aldeamento de S. Lourenço desta
capital se acham nas circunstâncias de entrarem no gozo dos direitos
comuns a todos os brasileiros e tendo em vista a autorização que lhe é
dada pelo Aviso do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públi-
cas de 31 de outubro último, delibera extinguir como de fato extingue
o mencionado aldeamento distribuindo-se na forma do citado Aviso a
cada família no ponto onde já possui casa e lavoura, bem como aos sol-
teiros maiores de 20 anos que tenham economia separada, um lote de
terras com a área de 22.500 a 62.500 braças quadradas que ficará sendo

124 a província fluminense

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propriedade de tais indivíduos, depois de cinco anos de efetiva residên-
cia e cultura. 139

A secretaria da Presidência centralizava as informações sobre a


situação dos índios na Província. Era para a secretaria da Presidên-
cia que iam os ofícios dos juízes de órfãos e correspondências das
Câmaras Municipais com informações circunstanciadas sobre os
índios, exigidas através de portaria do Presidente de Província. A
secretaria também recebia correspondências dos ministérios solici-
tando informações sobre os índios.
Desta forma, o Presidente de Província mantinha-se informado
sobre os aldeamentos, seu nome, extensão, número de índios, tribos
a que pertenciam, situação das suas terras quanto à demarcação, e o
arrendamento e etc. Tais informações eram utilizadas pelo Presiden-
te de Província para elaboração dos relatórios.

2.4. quarta seção – planejamento e sociedade


À Quarta Seção da Secretaria da Presidência da Província cabia
tratar de temas gerais relativos ao planejamento e à sociedade.
No regimento de 1876, constam como suas atribuições os assun-
tos referentes às Câmaras Municipais, eleições, higiene e saúde
pública, negócios eclesiásticos, culto católico ou não, ordens ter-
ceiras, confrarias e irmandades, estabelecimentos de beneficên-
cia e caridade, socorros públicos (epidemias, enchentes, secas),
limites e divisão civil, estatística e registro civil e os assuntos da
competência do ministério dos negócios do Império. Além disso,
correspondia a esta seção os órgãos Instituto Vacínico e o Arquivo
Estatístico.

139
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Deliberação de 6 de janeiro de 1866. In:
Coleção de Leis, Decretos e Regulamento da Província do Rio de Janeiro de 1866. Ni-
terói: Typ. Salesiana, 1889.

secretaria da presidência da província 125

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2.4.1. higiene e saúde pública
Apesar de não ter um órgão específico na administração provin-
cial responsável pelo tratamento, a higiene e a saúde pública, elas
estiveram a cargo da secretaria da Presidência ao longo do período
imperial. De outro lado, com o objetivo de auxiliar a administração
provincial no campo da saúde pública, criou-se o Instituto Vacínico
da Província, em 1844, para se prevenir as doenças e evitar a eclosão
de epidemias que marcaram o século xix na Província. O quadro
geral provincial padecia com a falta de um sistema de esgoto e a
ausência de um sistema regular de limpeza, o que agravava as condi-
ções sanitárias na Província fluminense.
Dessa forma, na reforma da administração provincial de 1859, a
saúde pública era atribuição da 1ª Seção da Secretaria da Presidência
e, na reforma de 1876, passou ao cargo da 4ª Seção da Secretaria da
Presidência junto com o Instituto Vacínico.
O governo imperial, por sua vez, tomou medidas sobre higiene
e saúde que se refletiram na Província. Em 14 de setembro de 1850,
após uma epidemia de febre amarela na Corte, criou-se a Junta de
Higiene Pública na capital do Império através do Decreto nº 598,
com o objetivo de melhorar o estado sanitário das províncias, bem
como propor medidas para salubridade pública.140 A Junta seria o
centro de irradiação dos estabelecimentos de igual natureza que fos-
sem criados nas Províncias e nas Câmaras Municipais.
Posteriormente, em 29 de setembro de 1851, através do Decreto
nº 828, de 29 de setembro de 1851, a Junta de Higiene Pública pas-
sou a chamar-se de Junta Central de Higiene Pública, atuando no
Município da Corte e na Província do Rio de Janeiro.141
Outra medida importante foi realizada pelo Decreto Imperial
nº 9.554, de 3 de fevereiro de 1886, com o objetivo de reorgani-

140
BRASIL. Coleção das Leis do Império do Brasil de 1850. Tomo XI, Parte I. Rio de
Janeiro: Tipografia Nacional, 1851. p. 299.
141
BRASIL. Coleção das Leis do Império do Brasil de 1851. Tomo I, Parte II. Rio de
Janeiro: Tipografia Nacional, 1852. p. 259.

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zar o serviço sanitário do Império, criando o Conselho Superior de
Saúde Pública, com o objetivo de interpor pareceres sobre higiene e
salubridade geral.142
O serviço sanitário do Império compreendia os serviços de terra
e dos portos. O primeiro ficava a cargo da Inspetoria Geral de Hi-
giene e o segundo, a cargo da Inspetoria Geral de Saúde dos Portos,
ambas com sede na capital do Império.
A Inspetoria Geral de Higiene possuía delegados de higiene na
Corte e existiam Inspetorias de Higiene com delegados nas Provín-
cias. A Província do Rio de Janeiro tinha um inspetor de higiene e
delegados nas principais cidades e vilas. O inspetor provincial era
nomeado pelo governo imperial, enquanto que os delegados de hi-
giene eram nomeados pelo governo provincial.
O Inspetor de Higiene na Província devia corresponder-se com
o Presidente de Província e com o Inspetor Geral de Higiene, co-
municando ocorrências importantes, além de dirigir o serviço dos
Delegados de Higiene na Província.
O decreto assinalava, ainda, que nenhuma farmácia ou drogaria
podia ser aberta ao público sem licença do Inspetor Geral de Higie-
ne, na Corte, ou do Inspetor Higiene na Província.

2.4.1.1. instituto vacínico


O Instituto Vacínico da Província do Rio de Janeiro foi criado pela
deliberação de 23 de setembro de 1844, com o objetivo de realizar
a vacinação pública da Província. Era composta de diretor, secretá-
rio e vacinadores. Anteriormente, a função de Estado era exercida
pelo cirurgião vacinador, sem um órgão central que os dirigisse. Ao
longo de sua existência, o Instituto Vacínico não sofreu alterações
em sua estrutura, sendo que, pela última grande reforma admi-
nistrativa da Província, em 1876, os trabalhos de saúde e higiene

142
BRASIL. Coleção das Leis do Império do Brasil de 1886. Rio de Janeiro: Imprensa
Nacional, 1886. p.57.

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foram vinculados à 4ª Seção da Secretaria da Presidência.143
De acordo com a deliberação de criação do órgão, o Presidente de
Província deveria pedir as vacinas à Corte, seguindo solicitação do di-
retor do Instituto. O presidente também deveria enviar vacinadores às
povoações mais importantes de um município, seguindo solicitação
das Câmaras Municipais. Também era função das Câmaras fornecer
utensílios indispensáveis ao serviço de escrituração e conservação da
vacina, além de informar ao Presidente de Província se os vacinadores
cumpriram com seu dever.144 A deliberação também colocava que o
diretor do Instituto tinha de remeter, no fim do ano, um mapa geral
da vacinação para o Presidente de Província incluir no seu relatório a
ser encaminhado à Assembleia Legislativa Provincial.
Antes da criação do Instituto Vacínico logo após a autonomia
da Província do Rio de Janeiro em 1834, o Presidente de Provín-
cia, por meio do Regulamento de 28 de agosto de 1835145 e das
instruções às Câmaras Municipais, na mesma data, regularizou a
vacinação nos municípios da Província, estabelecendo penalidades
aos responsáveis por aqueles que não fossem vacinados (menores de
idade, escravos e etc.).
A vacinação teria lugar nas Câmaras Municipais, todos os do-
mingos, através do cirurgião vacinador, sendo remunerado pelos
cofres provinciais. A partir da Lei Provincial nº 104, de 20 de de-
zembro de 1837,146 o ordenado dos cirurgiões-vacinadores passou a

143
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Deliberação de 1º de agosto de 1876. In:
Coleção de Leis, Decretos e Atos e Decisões do Governo da Província do Rio de Janeiro
1876. Rio de Janeiro: Imperial Instituto Artístico: 1877. p. 91.
144
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). In: Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos
da Província do Rio de Janeiro. 1844. Rio de Janeiro: Typografia do Diário, de N.
L. Vianna, 1844. p. 222.
145
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). In: Legislação provincial do Rio de Janeiro
de 1835 a 1850. Parte II. Regulamentos e Deliberações. Niterói: Tipografia de C.M.
Lopes, 1851. p. 15.
146
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). In: Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos

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ser pago pelas rendas municipais. E, finalmente, pela Lei Provincial
nº 178, de 14 de abril de 1840,147 as despesas com a vacinação, in­
clusive o ordenado dos cirurgiões-vacinadores, voltavam a ser res-
ponsabilidade dos cofres provinciais. Cada Câmara Municipal de-
veria remeter mensalmente ao Presidente de Província um mapa das
pessoas vacinadas, com declaração da sua idade, sexo, cor, condição
e filiação.
Apesar destas medidas, a criação do Instituto Vacínico foi ne-
cessária em função da dificuldade de se efetuar a vacinação na Pro-
víncia. Dentre os problemas mais frequentes, estavam a falta de
envio dos mapas de vacinação para o Presidente de Província e a
dificuldade da remessa das vacinas para as Câmaras Municipais e
destas aos vacinadores. Além disso, a Província também demorava
a receber as vacinas pela Secretária de Estado e Negócios do Impé-
rio. Desse modo, era necessária a centralização desta atividade no
tocante à coordenação dos vacinadores nos diferentes municípios
da Província, distribuição das vacinas e envio regular dos mapas das
pessoas vacinadas.148
A vacinação já era um problema em pauta do governo imperial
desde a criação da Junta Vacínica da Corte por D. João VI, em
1811, com o objetivo de implantar a inoculação do pus vacínico no
país. Assim, a partir da década de 1820 já havia Institutos Vacínicos
em São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.149 Em 1831, a
Junta Vacínica da Corte passou a ser chamada de Junta Central de
Vacinação.

da Província do Rio de Janeiro desde 1835. Niterói: Tipografia Niterói de M. G. de


S. Rego, 1839. p. 382.
147
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). In: Legislação provincial. Parte I Leis e
Decretos. Niterói: Tipografia Fluminense de C. M. Lopes, 1850. p.277.
148
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Presidente da Província de
1844. /s. l./, /s.ed./, /s.d./. p. 25-27.
149
A introdução da vacina contra a varíola remonta o início do século XIX na
Bahia. Ver: http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/iah/P/verbetes/instvacimp.
htm. Acesso em: agosto de 2010, 10:00.
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Finalmente, em 1846, criou-se o Instituto Vacínico do Império,
conhecido pelo nome de Instituto Vacínico da Corte, ampliando
sua ação por todo o país. Este Instituto tinha como objetivo a pro-
pagação da vacina antivariólica por todas as Províncias, reafirman-
do a obrigatoriedade da vacinação independente do sexo, idade ou
condição econômica.150
Um ano após a criação do Instituto Vacínico da Província,
segundo o mapa geral de vacina de 1845, foram vacinados 2063
pessoas dentre homens, mulheres, livres e escravos.151 Entretanto,
apesar dos esforços do governo provincial, o Instituto Vacínico não
estava atingindo seus objetivos. Através dos relatórios dos Presiden-
tes de Província, são mencionados os parcos resultados dados pela
vacinação no território provincial. Além disso, eram frequentes as
epidemias de varíola e outras doenças em diversos municípios. Nos
anos cinquenta do século xix, por exemplo, a Província foi assolada
por uma grande epidemia de cólera morbus que desencadeou graves
problemas na lavoura, nos transportes e nas comunicações, eviden-
ciando o precário estado de saúde e higiene a que estava submetida
à população.
Dessa forma, em 1862, de acordo com o relatório desse ano,
somente onze municípios remeteram seus mapas de vacina, sendo
vacinadas apenas 3308 pessoas,152 e no relatório de 1864 foi registra-
da a vacinação em 1956 pessoas, ocorrendo uma queda em relação

150
Idem. http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/iah/P/verbetes/instvacimp.
htm, p. 2. Acesso em: agosto de 2010, 10:00.
151
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Presidente da Província o se-
nador Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho na abertura da Assembleia Legislativa
Provincial no dia 1º de março de 1846. Niterói: Typografia de Amaral & Irmão,
1853. p. 78-80.
152
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado ao Excelentíssimo Pre-
sidente da Província do Rio de Janeiro o Senhor Polycarpo Lopes de Leão pelo Senhor
Desembargador Luiz Alves Leite de oliveira Bello. Rio de Janeiro: Typografia do Cor-
reio Mercantil, 1863. p.3.

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ao descrito no relatório anterior.153 Uma das dificuldades da propa-
gação da vacina na Província era o preconceito e descrença da popu-
lação e a obrigatoriedade da vacinação só ocorreu de forma efetiva
e prática no século xx.154 Outras dificuldades encontradas foram: a
distribuição irregular e deficiente das vacinas, a falta de fiscalização
e empenho das Câmaras Municipais, além de continuar o problema
da falta de remessa dos mapas de vacina ao Presidente de Província.
Os vacinadores, por sua vez, atribuíam o mau resultado da vacina-
ção ao pus vacínico de má qualidade.155 A situação era agravada pelo
grande número de pântanos, falta de água, falta de sistema de esgoto
e ausência de um sistema regular de limpeza. Estes problemas acon-
teciam na capital Niterói e, provavelmente, ocorriam em diversos
locais da Província.156
A vacinação quase deixou de existir no final do período im-
perial. Segundo o relatório do diretor do Instituto Vacínico da
Província, Dr. José Francisco Frougeth, enviado ao Presidente de
Província em 26 de julho de 1887, só houve vacinação oficial em
Niterói onde foram vacinadas 85 pessoas e as epidemias de varíola

153
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado a Assembleia Legisla-
tiva Provincial do Rio de Janeiro na 1ª sessão da décima quinta legislatura no dia 9 de
outubro de 1864 pelo Presidente da Província o Conselheiro João Crispiano Soares. Rio
de Janeiro: Typografia Universal de Laemmert, 1864. p.13-14.
154
http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/iah/P/verbetes/instvacimp.htm.
Acesso em: agosto de 2010. 10:00.
155
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado ao Exmo vice-Pre-
sidente da Província do Rio de Janeiro o Comendador José Rodrigues Darrigue Faro
pelo Presidente o Conselheiro Luiz Pedreira de Couto Feraz por ocasião de passar-lhe a
administração da mesma Província em 3 de maio de 1853. p.31-32. Rio de Janeiro:
Typografia do Diário, 1853. p.31-32.
156
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado a Assembleia Legisla-
tiva Provincial do Rio de Janeiro na abertura da primeira sessão da vigésima quinta
legislatura em 8 de agosto de 1854 pelo Pres. José Leandro de Godoy e Vasconcelos. Rio
de Janeiro: Typografia Montenegro, 1884. p. 24.

secretaria da presidência da província 131

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continuavam aparecendo na Província.157
Finalmente, o Instituto Vacínico da Província foi extinto em 24
de abril de 1890 pelo governador do Rio de Janeiro Francisco Por-
tela, ficando o seu serviço a cargo da Inspetoria de Higiene já no
âmbito da República, sem que o problema da vacinação tivesse sido
resolvido.158

2.4.2. negócios eclesiásticos e culto católico ou não


A presença da Igreja Católica na região do Rio de Janeiro foi de-
marcada pela criação da prelazia de S. Sebastião do Rio de Janeiro,
em 19 de julho de 1575, pelo papa Gregório xiii e administrada
pelo bispado de S. Salvador na Bahia, sendo, posteriormente, ele-
vada à categoria de diocese, em 16 de novembro de 1676, pelo
Papa Inocêncio xi. A ordem institucional definiu-se pelo Regime
do Padroado, confirmado depois da Independência nacional no
Brasil independente, definindo o catolicismo romano como reli-
gião oficial e o Estado como mantenedor da Igreja do clero e das
ações católicas. Assim, era atribuição do Poder Executivo nomear
bispos e prover benefícios eclesiásticos, além de aprovar as normas
da Santa Sé.
Embora não existisse um órgão específico para os assuntos re-
ligiosos na Província, segundo o Regulamento de 1859 a divisão
civil e eclesiástica e o culto público ficavam sob responsabilida-
de da 3ª Seção da Secretaria da Presidência e, posteriormente, em
1876, passou, com o nome de negócios eclesiásticos e cultos, para
a 4ª Seção, junto com assuntos referentes às ordens religiosas, con-

157
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado à Assembleia Legisla-
tiva Provincial do Rio de Janeiro na abertura da segunda sessão da vigésima sexta le-
gislatura em 12 de setembro de 1887. Rio de Janeiro: Typografia Montenegro, 1887.
p. 29-30.
158
RIO DE JANEIRO. (PROVÍNCIA). Coleção de Decretos, Atos e Decisões do
Governo do Estado do Rio de Janeiro 1890. Rio de Janeiro: Typografia Montenegro,
1891. p. 294.

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frarias, irmandades, estabelecimentos de beneficência e caridade, e
socorros públicos.159
De acordo com esta estrutura de vinculação entre a Igreja e o
Estado, as divisões administrativas eclesiásticas, como paróquias e
freguesias, foram utilizadas ao longo do período imperial tanto para
funções eclesiásticas quanto civis. De uma forma geral, a hierarquia
eclesiástica era organizada através dos bispos em suas dioceses e os
vigários nas paróquias ou freguesias Assim, eram nas paróquias que
se faziam os registros de batismos, casamentos, óbitos, que seriam
como registros civis, além dos registros de terras e eleições. Não era
incomum, por exemplo, os vigários exercerem funções judiciárias e
policiais como a de juízes e subdelegados.
Uma das principais obrigações do governo era o pagamento das
côngruas ao clero, que correspondia aos vencimentos que os sacer-
dotes tinham direito quando colados, isto é, quando nomeados pelo
Estado.160 O conjunto das côngruas era chamado, no âmbito do
governo provincial, de folha eclesiástica. Cabia também ao governo
o pagamento dos ornamentos das igrejas e capelas, isto é, as alfaias
e paramentos, além do guizamento, que era o material necessário
para as atividades do templo, bem como o fornecimento dos mapas
estatísticos para as paróquias preencherem o assento de batismos,
casamentos e óbitos.161 A construção de novos edifícios religiosos
entrava na lei de orçamento provincial sujeita à aprovação da As-
sembleia Legislativa, assim como a criação de novas paróquias.

159
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 1.127, de 4 de fevereiro de 1859; e
Regulamento de 21 de junho de 1859. In: Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos
da Província do Rio de Janeiro de 1859. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1868.
p. 259. RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA) Deliberação de 1º de agosto de 1876.
In: Coleção de Leis, Decretos e Atos e Decisões do Governo da Província do Rio de Ja-
neiro 1876. Rio de Janeiro: Imperial Instituto Artístico, 1877. p. 91.
160
NEVES, Guilherme Pereira das. E receberá mercê. A Mesa da Consciência e Or-
dens e o clero secular no Brasil. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1997. p. 67-68.
161
APERJ. Fundo: presidência da Província. Notação 639, maço 1.

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Os cultos e os sacramentos eram realizados nas paróquias pelos
párocos que as dirigiam. Na Província, não era incomum que os
vigários contratassem um padre coadjutor, que era um auxiliar do
pároco nomeado pelo mesmo. Esse fato ocorria em função do go-
verno provincial negar a solicitação da criação de novas paróquias
para não onerar os cofres públicos. A igreja teve uma ampla atuação
no plano da sociedade civil durante todo o período imperial, sendo
uma das instituições mais importantes da monarquia.
A separação entre a Igreja e o Estado foi um dos elementos re-
lacionados à crise do Império e à afirmação do regime republica-
no, em 1889, que instituiu o Estado laico no Brasil. O catolicismo
deixou de ser a religião oficial do país, a paróquia deixou de ser a
unidade administrativa básica e os cartórios passaram a realizar os
registros civis de nascimentos, casamentos e óbitos.

2.4.3. socorros públicos, irmandades


e estabelecimentos de beneficência e caridade
Estes temas acima descritos estão intimamente ligados entre si por
abarcarem os problemas da população mais pobre e carente, ficando
sob atribuição da quarta seção da secretaria pela reforma adminis-
trativa de 1876.
O termo Socorros Públicos, na expressão da época, traduzia a
preocupação com a assistência social e surgiu pela primeira vez em
1859 como atribuição da 2ª Seção da Secretaria da Presidência. Este
assunto, nos relatórios dos Presidentes de Província, estava relacio-
nado às calamidades que ocorriam na Província como enchentes,
secas e doenças que atingiam a população em geral e exigiam a ação
do poder público. Assim, os documentos relativos a este tema tra-
mitavam na secretaria da Presidência.
A presidência de Província também exercia controle sobre as
irmandades, casas de caridade, estabelecimentos de beneficência
e hospitais, destacando que as irmandades também podiam atuar
como casas de caridade, além de administrar asilos e hospitais. Des-
ta forma, a documentação provincial possui informação considerá-
vel sobre estas instituições.

134 a província fluminense

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As irmandades eram associações de fiéis com estatutos espe-
cíficos, podendo estar relacionadas a um santo padroeiro, ofício,
cor da pele, devendo venerar o santo, manter seu culto e promover
sua festa. Ao pagar sua cota de entrada e uma contribuição regular,
o membro da irmandade recebia auxílio durante a vida toda e na
morte, conforme regimento de cada confraria. Numa sociedade em
que as riquezas se desfaziam com relativa facilidade, a entrada numa
irmandade era garantia de segurança, provendo um serviço que o
governo não podia fazer, além de ser uma organização de natureza
coletiva que atingiu seu apogeu por volta de 1870.162
Os hospitais, casas de caridade e casas de saúde, em sua grande
maioria, eram religiosas ou particulares, porém havia instituições
públicas médico-assistenciais, como o Hospital São João Batista de
Niterói, o Hospital Santa Teresa de Petrópolis e o Asilo Santa Leo-
poldina.
O Asilo Santa Leopoldina teve sua instalação autorizada pela Lei
Provincial nº 537, de 19 de junho de 1850, com a atribuição de cui-
dar da “infância desvalida”.163 Esta casa de caridade, inaugurada em
24 de junho de 1854, teve sua administração entregue à Irmandade
São Vicente de Paulo.
O Hospital São João Batista de Niterói resultou da compra da
Casa de Saúde Niteroiense (particular) pelo governo provincial,
tornando-se um hospital público através da Lei Provincial nº 1.546,
de 14 de dezembro de 1870.164 Sua administração foi entregue à
Irmandade de São Vicente do Santíssimo Sacramento, da freguesia
de São João Batista. O Regulamento Provincial de 16 de maio de

162
MATTOSO, Kátia. Op. cit. p. 400.
163
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei Provincial nº 537, 19 de junho de
1850. In: Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro.
1850. Rio de Janeiro: Typografia do Diário, de N. L. Vianna, 1850. p.73-97.
164
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Decreto nº 1.546, 14 de dezembro de
1870. Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro: Typ. da Papelaria Parisiense, 1889.

secretaria da presidência da província 135

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1877 definiu sua estrutura de pessoal constituída de um diretor,
um cirurgião, um médico, um cirurgião operador e parteiro e um
farmacêutico, dentre outros.165
O diretor devia corresponder-se com o Presidente de Província e
com todas as autoridades e particulares com quem o estabelecimen-
to mantivesse relações, cabendo-lhe também, organizar e remeter à
presidência da Província o mapa diário do movimento sanitário do
hospital, assim como um relatório anual. Os salários dos funcio-
nários deste hospital eram pagos pelo cofre províncial, como pode
ser verificado nas leis que aprovavam o orçamento do governo da
província.
O Hospital Santa Teresa de Petrópolis foi inaugurado em 12 de
março de 1876. Era administrado por uma Junta formada por leigos
nomeados pelo Presidente de Província. Sua criação foi creditada pelas
autoridades provinciais à incapacidade do antigo hospital de Petrópo-
lis de dar atendimento satisfatório a sua clientela. Este último hospital
foi criado em 1847 para atender os colonos alemães da Imperial Co-
lônia de Petrópolis, sendo este o motivo de ter estado subordinado ao
diretor da referida colônia até 1860, quando passou a subordinar-se à
Câmara Municipal de Petrópolis. O Hospital de Petrópolis foi trans-
formado em 1869 em Hospital de Caridade de Petrópolis, devendo
atender a todos os que o procurassem. Funcionando em instalações
muito precárias, terminou sendo fechado e posteriormente substituí-
do por um novo hospital que recebeu a denominação de Santa Teresa
de Petrópolis, subordinado ao Presidente de Província.
Era praxe o repasse de verbas e medicamentos por parte do go-
verno da Província a muitos destes hospitais e casas de caridade, a
autorização para extração de loterias visando a arrecadação de recur-
sos financeiros para estas instituições, além de isenção de impostos
pelo governo provincial.

165
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Regulamento de 1877. Coleção de Leis,
Decretos, Atos e Decisões do Governo da Província do Rio de Janeiro. 1877. Rio de
Janeiro: Typografia Reforma, 1878.

136 a província fluminense

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Os hospitais e casas de saúde públicas ou privadas deviam en-
viar ao Presidente de Província relatórios e estatísticas médicas e
sanitárias, no caso de incidência de epidemias nas suas respectivas
áreas de atuação. As casas de caridade, por sua vez, deviam enviar
um relatório anual à Assembleia Legislativa provincial, contendo as
seguintes informações: número de doentes tratados por ano, núme-
ro de doentes que entraram e faleceram, necessidades urgentes da
referidas casas e etc.
Assim, por volta de 1859 havia nove estabelecimentos de cari-
dade espalhados em Campos, Parati, Angra dos Reis, Petrópolis,
Resende, Valença, Vassouras e Cabo Frio, além do Asilo Santa Le-
opoldina, em Niterói, subvencionados pelos cofres públicos, com o
produto líquido de quatro loterias. Essas instituições não recebiam
verba suficiente do governo para custeio de suas despesas, tendo de
recorrer a outras formas de subvenção como a caridade particular, e
outras iniciativas de suas direções.
Porém, são frequentes as queixas dos Presidentes de Província,
em seus relatórios anuais, assinalando a irregularidade no envio des-
tes relatórios por parte das casas de caridade, que não os apresenta-
vam ou o faziam de forma incompleta.
Já as sociedades beneficentes eram de vários tipos: musicais, ar-
tísticas, étnicas, socorro mútuo, existentes nos diferentes municípios
e vilas da Província. Estas sociedades tinham de ter seus estatutos e
alterações posteriores aprovadas pelo governo provincial.
Aquelas que se destinavam a amparar crianças abandonadas,
órfãos e deficientes físicos e/ou áudio-visuais, recebiam verbas do
governo da província de modo a sustentar parte de sua clientela.
A secretaria da Presidência recebia toda a documentação refe-
rente a estas instituições. Era para esse órgão que eram enviados os
mapas dos movimentos dos hospitais contendo nome dos doentes,
entrada, saída, falecimentos e moléstias, relatórios administrativos,
solicitações para o repasse das verbas das loterias e para escolta das
procissões e festas religiosas.
A situação destas instituições, no entanto, indicam que não ha-
via acomodação para todos os doentes que as procuravam e que

secretaria da presidência da província 137

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não contavam com edifícios com boas condições físicas de funcio-
namento. Mesmo na última década do Império, a descrição das
casas que cuidavam dos doentes demonstrava a penúria em que vi-
viam, bem como a insuficiência de verbas para seu custeio. Segun-
do o relatório de 1882, “a maior parte delas não tem a renda precisa
para manter-se, e a subvenção que lhes presta o cofre provincial é
insuficiente para ocorrer às suas necessidades, e realizar os melho-
ramentos de que carecem”.166 Elas continuavam sobrevivendo com
as verbas auferidas das loterias que constavam no orçamento pro-
vincial que, entretanto, não eram capazes de mudar o calamitoso
estado da saúde pública na Província do Rio de Janeiro, que con-
tava com apenas quinze hospitais para atender aos 34 municípios
então existentes.

2.4.4. geografia e estatística


A divisão civil, o registro civil, os limites e a estatística sempre se
constituíram em uma das preocupações da administração provin-
cial. Assim, em primeiro lugar, o governo provincial se ocupou de
recensear a população. Em segundo lugar, atendendo obrigatorie-
dade estabelecida a partir da Lei de Terras de 1850, encarregou-se,
igualmente, de medir e dividir as terras devolutas da Província.
A estrutura de vinculação entre a Igreja e o Estado, fixada pela
Constituição de 1824, fez com que as divisões administrativas eclesi-
ásticas, como as paróquias e as freguesias, fossem utilizadas para rea-
lizar registros civis como batismos, casamentos, óbitos, entre outros.
O Arquivo Estatístico contava, na sua estrutura, com funcionários,
com os comissários paroquiais ao lado de comissários municipais,
subcomissários e um diretor. Os comissários paroquiais foram im-
portantes para realização do recenseamento geral da população e do
quadro do movimento da população da Província.

166
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado à Assembleia Legisla-
tiva Provincial do Rio de Janeiro pelo Presidente Bernardo Avelino Gavião Peixoto em
8 de agosto de 1882. /s. l./ /s. ed./ s.d./. p. 59.

138 a província fluminense

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Nesse sentido, os assuntos referentes à divisão civil, registro civil,
estatística e limites nos quais o Arquivo Estatístico estava inserido
constam nas duas reformas administrativas provinciais de 1859 e
1876, incluindo negócios eclesiásticos e cultos ficando ao encargo
da secretaria da Presidência.

2.4.4.1. arquivo estatístico


O Arquivo Estatístico foi criado pelo vice-presidente da Província,
por meio da deliberação de 25 de junho de 1850, com o objetivo de
recolher todos os documentos referentes à estatística da Província. O
órgão ficou subordinado à presidência de Província, cuja documenta-
ção tramitava na secretaria da presidência da Província, sendo dirigido
pelo encarregado de estatística Angelo Thomaz do Amaral.167
A deliberação já previa a formulação do seu regulamento, que
foi publicado em 30 de março de 1852, detalhando suas atribuições
e estabelecendo sua estrutura. Assim, cabia ao Arquivo Estatístico
coligir, guardar, analisar e publicar documentos concernentes à es-
tatística da província, além de recensear a população e demonstrar
o seu movimento. Posteriormente, deveria organizar quadros por
série sobre os fatos relativos ao homem estudado, demonstrando
suas características no âmbito civil, industrial e político.168 Assim,
o arquivo estatístico estava intimamente ligado às atribuições mais
amplas referentes à divisão civil e a estatística da Província.
O Arquivo Estatístico era formado por uma repartição interna
constituída por um diretor e um amanuense, além de comissários
municipais, paroquiais distribuídos pelos municípios, freguesias e
curatos; e subcomissários pelos distritos.

167
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da
Província do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Typografia do Diário, de N. L. Vianna,
1850. p. 157.
168
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Regulamento de 30 de março de 1852.
In: Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro: Typografia do Diário, de A. & L. Navarro, 1852. p. 181.

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O diretor tinha como atribuição fornecer ao governo um qua-
dro do movimento da população da província de quatro em quatro
anos, a partir de 1850, e o recenseamento geral da mesma. Deve-
ria realizar, ainda, os trabalhos estatísticos de interesse do governo,
além de nomear comissários. Outra atribuição importante do di-
retor consistia em mandar imprimir e distribuir com antecedência
as listas de famílias para os arrolamentos gerais e os mapas para
recolher dados para o movimento da população. De resto, deveria
fazer relatórios analíticos sobre os quadros anuais do movimento da
população, e os recenseamentos quadrienais para melhorar os ramos
do serviço público.
Os comissários municipais tinham como obrigação remeter
ao diretor mapas do movimento da população dos municípios de
quatro em quatro anos a partir de 1850, dirigir e inspecionar o
serviço de estatística dos municípios, fazer outros trabalhos que
o diretor encarregasse dentre outras obrigações. Da mesma for-
ma, aos subcomissários municipais cabia remeter aos comissários
municipais o movimento da população dos distritos de quatro em
quatro anos a partir de 1850, e o recenseamento do distritos den-
tre outras atribuições.
Já os comissários paroquiais deveriam remeter aos subcomissários
ou comissários municipais um mapa do movimento da população
das paróquias de quatro em quatro anos a partir de 1850, dirigir e
inspecionar o que era feito nas paróquias, além de ajudar os párocos
no conhecimento de batizados, casamentos e sepultamentos dentre
outras obrigações. Os subcomissários paroquiais também deveriam
remeter aos comissários paroquiais um mapa do movimento da po-
pulação nos distritos, quando compreenderem curatos e capelas fi-
liais de quatro em quatro anos a partir de 1850, e o recenseamento
da sua população. Finalmente, deveriam também ajudar os párocos
para que nenhum batizado, casamento ou sepultamento se realizasse
sem seu conhecimento, além de dirigir e inspecionar o que era feito
no seu distrito dentre outras atribuições. O amanuense, por sua vez,
deveria aprontar o expediente da repartição central de acordo com a
determinação do diretor.

140 a província fluminense

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O regulamento também estabelecia que a jurisdição de cada co-
missário municipal deveria se estender a um município instalado, a
do comissário paroquial a uma freguesia ou curato criado por lei e
provido de um pároco, e os subcomissários deveriam exercer juris-
dição sobre os distritos. Um comissário só exerceria jurisdição em
mais de um município provisoriamente, nomeando-se, para cada
município ou paróquia anexada, um subcomissário. Quando os
municípios e paróquias tivessem territórios extensos e com pouca
população, seriam divididos em distritos. A paróquia nunca deveria
pertencer a mais de um distrito, e os curatos e capelas filiais que o
diocesano criasse formariam distritos.
Os quadros dos movimentos da população deveriam ser feitos
anualmente, contendo o número de batizados, casamentos e óbitos
que ocorressem em cada paróquia com declaração de raça, sexo,
idade, naturalidade, estado e ocupação dos indivíduos.
Os párocos deveriam entregar os mapas mensais do movimento
da população aos comissários ou subcomissários. Os arrolamentos
gerais, por sua vez, deveriam ser realizados de quatro em quatro anos
a partir de 1850, classificando a população com as características
acima citadas. Os arrolamentos e outros trabalhos simultâneos em
todas as partes da província seriam anunciados com antecedência
pelos editais, ocorrendo pena para os refratários e remissos. Os tra-
balhos estatísticos concluídos pelos comissários municipais seriam
remetidos ao diretor do Arquivo por intermédio do juiz de direito
da respectiva comarca. Aqueles que se negassem ou demorassem a
dar informações e enterrassem corpos sem comunicar aos párocos,
embora tivessem cemitérios legalizados, seriam multados com base
no código criminal.
Em 17 de abril de 1856, por meio de uma deliberação do Presi-
dente de Província, criou-se mais uma seção da presidência de Pro-
víncia, com a atribuição de fazer o indicador geral dos negócios que
ocorressem nessa repartição e os trabalhos de arquivo. Trata-se da
terceira seção da secretaria da Presidência. De acordo com o arti-
go segundo, que regulava as atribuições da nova seção, era de sua
competência a organização dos quadros demonstrativos da divisão

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civil, judiciária, eclesiástica e administrativa da província.169 As atri-
buições da divisão civil e da estatística da Província passaram a fazer
parte da 3ª Seção da Secretaria da Presidência junto com municipa-
lidades, eleições, terras públicas, culto público, sendo a seção central
encarregada do protocolo, índice das leis provinciais e despachos ad-
ministrativos e outras competências, de acordo com o Regulamento
de 21 de junho de 1859.170 Finalmente, pela reforma administrativa
de 1º de agosto de 1876, os limites, a divisão civil, e a estatística e o
registro civil passaram a ser atribuição da quarta seção da secretaria
da Presidência junto com câmaras municipais, eleições, negócios
eclesiásticos e cultos, ordens, confrarias e irmandades, socorros pú-
blicos, estabelecimentos de beneficências e caridade. Já as tarefas
da seção central passaram a fazer parte da 1ª Seção da Secretaria da
Presidência da Província.171

169
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da
Província do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Tipografia de M. Barreto, 1856. p. 192.
170
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos
da Província do Rio de Janeiro de 1858. Rio de Janeiro: Typografia Nacional, 1868.
p. 260.
171
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos, Atos e Decisões do
Governo da Província do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Imperial Instituto Artístico,
1877. p. 91.

142 a província fluminense

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capítulo 3

As Diretorias

S egundo a última reforma administrativa de 1876, além da secre-


taria da Presidência, a administração pública provincial era consti-
tuída de mais três repartições: Diretoria da Instrução, Diretoria da
Fazenda e Diretoria das Obras Públicas. Esta reforma definiu mais
claramente a hierarquia da administração provincial com o Presi-
dente de Província no ponto máximo da hierarquia.
Deve-se destacar, também, que das três Diretorias a da Fazen-
da só foi criada em 1859, subordinada ao Presidente de Província,
no âmbito da primeira grande reforma administrativa da Província,
tendo seus negócios controlados pela Corte até pelo menos 1842,
através do Tribunal do Tesouro Nacional. Neste mesmo ano criou-
-se a administração da fazenda da Província do Rio de Janeiro, su-
bordinada ao Presidente de Província e com influência do governo

143

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central, cujos agentes auxiliavam na arrecadação. O controle da
Fazenda provincial pela Corte era crucial para o Império com o
desenvolvimento da lavoura cafeeira na região após 1830 e, prin-
cipalmente, quando a Província do Rio de Janeiro passou a ser a
principal região exportadora a partir de 1850.
A Diretoria das Obras Públicas passou por muitas mudanças em
sua estrutura, sendo extinta em 1844, após sua criação em 1836.
Para substituir a Diretoria das Obras Públicas criou-se, em 1844, uma
Junta de Direção e Inspeção das Obras Públicas, presidida pelo Pre-
sidente de Província, extinta um ano depois até que fosse decidido
como seriam dirigidas e inspecionadas as obras públicas provinciais,
passando o arquivo das obras públicas a fazer parte da estrutura da
secretaria da Presidência. Em 1859, a Diretoria das Obras Públicas
foi recriada no âmbito da reforma provincial do mesmo ano, fun-
cionando até o fim do Império. As constantes mudanças pelas quais
esta diretoria passou estavam intimamente ligadas ao péssimo esta-
do das estradas na Província que não encontravam solução definiti-
va. A falta de planejamento para a construção e conservação destas
vias era agravada durante a estação das chuvas, tornando as mesmas
intransitáveis até mesmo para as tropas e passageiros. A abertura
e manutenção destas vias eram importantes para escoamento dos
produtos agrícolas, principalmente o café.
Já a Diretoria da Instrução Provincial foi criada em 1837 como
uma Diretoria de Instrução Primária, tendo suas atribuições am-
pliadas para o ensino secundário em 1839. Deve-se destacar que a
primeira escola normal do Brasil foi criada em 1835, em Niterói,
sendo considerável também o número de escolas técnicas mostran-
do que este tema na Província assumia uma importância nacional.
As três diretorias ficavam com as atribuições específicas relacio-
nadas às suas funções, enquanto a secretaria da Presidência ficava
com assuntos gerais e a administração provincial propriamente dita.
Cada diretoria era chefiada por um diretor. Os chefes dessas quatro
repartições correspondiam-se diretamente com o Presidente de Pro-
víncia. Desta forma, a administração pública provincial tinha sua
organização constituída de uma secretaria e três diretorias.

144 a província fluminense

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3.1. diretoria da instrução
A primeira regulamentação sobre instrução primária no Brasil data
de 18231, quando o Estado Imperial passou a permitir que qualquer
pessoa estabelecesse escola de Primeiras Letras independentemente
de exame ou de qualquer licença do Estado.
A Constituição do Império assegurou a instrução primária ou
elementar gratuita a todos os cidadãos, mas não a tornava obriga-
tória. Esse direito foi regulamentado em 18272, quando se criaram,
nas cidades, vilas e lugares mais populosos, Escolas de Primeiras
Letras, subordinadas aos Presidentes de Províncias, com a audiência
das respectivas Câmaras de Vereadores, enquanto não se formavam
os Conselhos Gerais. Nas cidades mais populosas também seriam
criadas escolas para mulheres, pois era proibida a admissão de alu-
nos de ambos os sexos no mesmo estabelecimento. Neste mesmo
ano, na Província do Rio de Janeiro, onde ficava a Corte, criou-se
uma cadeira de primeiras letras subordinada ao Ministro dos Negó-
cios do Império.
Quando, pelo Ato Adicional, em 1834, essa Província adquiriu
autonomia, a instrução pública passou a se subordinar ao Presi-
dente de Província. Esse Ato descentralizador atribuiu às Assem-
bleias Legislativas Provinciais a tarefa de legislar sobre instrução
pública de ensino elementar e médio. Essas atribuições do Legis-
lativo provincial se confundiam com as atribuições do governo
central que contava com a Secretaria de Estado dos Negócios do
Império para as decisões sobre os assuntos relativos à instrução
pública superior e média em todas as províncias, à instrução pri-
mária e secundária no Município da Corte e outros estabeleci-

1
BRASIL. Decreto de 20 de outubro de 1823. Índice Cronológico, Explicativo e
Remissivo da Legislação Brasileira de 1822 até 1848. 1ª Parte. Niterói: Tipografia
Niteroiense de M. G. S. Rego, 1849. p. 18.
2
BRASIL. Lei de 15 de outubro de 1827. In: Índice Cronológico, Explicativo e Re­
missivo da Legislação Brasileira desde 1822 até 1848. 1ª Parte. Niterói: Tipografia
Niteroiense de M. G. S. Rego, 1849. p. 77.

as diretorias 145

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mentos como o Instituto de meninos cegos e o de surdos-mudos,
que funcionavam na Corte.
No ano de 1835, criou-se a primeira Escola Normal do Brasil,
em Niterói, para a formação de novos professores e reciclagem dos
antigos. No ano seguinte, abriram-se dois novos estabelecimentos
de ensino em Niterói: a Escola de Arquitetos Medidores e o Colégio
de Artes Mecânicas para órfãos e desvalidos, expostos e filhos de pais
indigentes a partir dos 10 anos. Essas três escolas estavam subordi-
nadas diretamente ao Presidente de Província.
A educação constitui-se em área de constante preocupação do
governo provincial. Paulino José Soares de Sousa, Presidente de Pro-
víncia em 1836, afirmava que a

necessidade de medidas que tirem a instrução elementar do estado deplo-


rável a que tem chegado, há sido por vós palpada e reconhecida. Somente
providencias mui valentes e heróicas poderão fazer nascer e medrar entre
nós a carreira do magistério que, apesar de tão útil e nobre, tem estado
entregue até agora à indiferença, e talvez ao desprezo.3

Dirigindo-se à Assembleia Provincial, órgão central nos proces-


sos decisórios da província, depois do Ato Adicional, o futuro Vis-
conde do Uruguai apresenta as dificuldades principais que atingiam
a Educação:

dificilmente se encontrará um país que tantos recursos oferece, número


suficiente de mancebos, que resolvam a dedicar dois anos, ou mais, da sua
mocidade à freqüência da Escola Normal para gozarem, depois de sofre-
rem concurso, em que podem ser repelidos, o ordenado de 400U000 réis.
Lembrai-vos, Senhores, das qualidades que requer o Magistério, da mo-
ralidade, clareza de entendimento, perseverança e paciência que devem

3
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório de Presidente da Província do Rio de
Janeiro. 18 de outubro de 1836. p. 2. <Disponível em: http://wwwcrl.uchicago.edu/
info/Brasil/jain.html> Acesso em: dezembro/2001. 11:00.

146 a província fluminense

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caracterizar o Mestre. Como escolher tais predicados sem concorrência, e
como poderá esta dar-se, se não oferecer a profissão sólidas vantagens?4

Dentre os principais problemas da instrução pública na provín-


cia apontados por Paulino José Soares de Souza estava a falta de um
órgão de direção do ensino e de fiscalização dos professores5. Esse
órgão seria criado em 1837 com o nome de Diretoria de Instrução
Primária.6
O Diretor de Instrução Primária era nomeado pelo Presidente
de Província e estava encarregado de inspecionar e fiscalizar todas
as escolas primárias, regular os sistemas e métodos de ensino, orga-
nizar regulamentos internos das escolas, e preparar anualmente o
Relatório sobre o estado da instrução na Província, dentre outras
atribuições. Nos municípios, as ordens do Diretor eram executa-
das pelos Inspetores Municipais de Instrução Primária, nomeados
pela Câmara Municipal do respectivo município para atuarem nas
escolas públicas e particulares – estas últimas precisavam de licença
concedida pelo Presidente de Província para funcionar, e de “atesta-
ções de boa moral” passadas por esse funcionário ou pelo Pároco da
Freguesia – inspecionando o cumprimento das leis e regulamentos e
passando atestado de frequência aos professores.
Esta licença pode ser exemplificada através de uma autorização
dada pelo vice-presidente de Província Dr. José Maria da Silva Para-
nhos em 4 de agosto de 1847, para abertura de uma escola primá-
ria após informações do diretor de Estudos da Província, instruídos
com atestados de boa moral dada pelos párocos e Juiz de Paz no
município de Magé.7

4
Ibid., p. 3.
5
Ibid.
6
RIO DE JANEIRO. (PROVÍNCIA). Lei nº 81, de 2 de janeiro de 1837. In: Le­
gislação provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850. Parte I. Leis e Decretos. Niterói:
Tipografia Fluminense de Lopes, 1850. p. 125.
7
APERJ. Fundo presidência da Província, notação 212, maço 4.

as diretorias 147

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Em diversas vilas existiam as Aulas Maiores, ou cadeiras de la-
tim, que eram aulas avulsas para aqueles que fariam o ensino se-
cundário.
A Província ampliou sua competência para o ensino secundá-
rio em 18398, com a transformação do Seminário de Jacuecanga
em Liceu Provincial, e sua transferência para Angra dos Reis. Em
18449, outro Liceu Provincial era criado em Campos. Neste mesmo
ano, a Diretoria da Instrução passava a reunir o ensino primário e
secundário.
Em 1846 e 184710, a Escola Normal, a Escola de Arquitetos Me-
didores e o Colégio de Artes Mecânicas eram substituídos por um
liceu central em Niterói.
Até 184911, o ensino primário dividia-se em instrução elementar,
ou primária propriamente dita, e média, nível intermediário entre a
primária e a secundária que existia somente nas cidades e vilas mais
populosas e apenas para o sexo masculino. Nesse ano, a instrução
pública passa a ser classificada em apenas duas classes: a primária e

8
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 143, de 13 de abril de 1839. Legis­
lação provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850. Parte I. Leis e Decretos. Niterói:
Tipografia Fluminense de Lopes, 1850. p.229-231.
9
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 303, de 12 de março de 1844. Legis­
lação provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850. Parte I. Leis e Decretos. Niterói:
Tipografia Fluminense de Lopes, 1850. p. 440; e Lei nº 304, de 14 de março de
1844, idem, p. 441.
10
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 402, de 20 de maio de 1846. Legisla­
ção provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850. Parte I. Leis e Decretos. Niterói: Ti-
pografia Fluminense de Lopes, 1850. p. 524; RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA).
Lei nº 425, de 1º de junho de 1847. Legislação provincial do Rio de Janeiro de 1835
a 1850. Parte I. Leis e Decretos. Niterói: Tipografia Fluminense de Lopes, 1850. p.
560; e RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Regulamento de 1º de setembro de
1847. Legislação provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850. Parte II. Regulamentos
e Deliberações. Niterói: Tipografia Fluminense de Lopes, 1850. p. 524.
11
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Regulamento de 14 de dezembro de 1849.

148 a província fluminense

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a secundária. Essa reforma mudou a denominação de Diretor de
Instrução Pública para a de Inspetor Geral e ampliou os quadros de
supervisão do ensino criando os Conselhos Municipais e os Inspe-
tores Paroquiais.
O Conselho era composto por um Inspetor – preferencialmente
o juiz municipal – e duas pessoas notáveis, uma das quais, prefe-
rencialmente o Presidente da Câmara Municipal, todos nomeados
pelo Presidente de Província. Dentre a competência desse Conselho
destacava-se a proposta de criação de novas cadeiras de instrução
primária; a indicação de supressão das escolas públicas; o exame dos
professores públicos interinos e dos particulares; a nomeação provi-
sória e remoção de professores. O Conselho era também encarre-
gado de “inculcar nos pais a necessidade de mandarem seus filhos à
escola, convencendo-os e admoestando-os para este fim.”12
O Inspetor Paroquial, último elo na cadeia hierárquica da instru-
ção pública na Província, inspecionava as escolas de sua freguesia e
enviava ao Presidente de Província mapas dos alunos e relatório sobre
seu grau de aproveitamento ao final de cada trimestre e anualmente.
Desta forma, os inspetores tinham uma função importante na
ligação entre a direção de Instrução e o controle desta atividade pelo
Presidente de Província. A inspetoria municipal de Barra Mansa, em
11 de janeiro de 1872, apresentou ao Presidente de Província o rela-
tório referente ao segundo semestre de 1871, descrevendo em deta-
lhes um quadro geral das escolas contendo frequência, desistências,
aproveitamento dos alunos, incluindo mapas das escolas públicas
do município com localidade, nome dos professores, número dos
alunos e idade.13 De acordo com a instrução de 22 de fevereiro de

In: Legislação provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850. Parte I. Leis e Decretos.
Niterói: Tipografia Fluminense de Lopes, 1850. p. 581-601.
12
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Deliberação de 30 de abril de 1852. Cole­
ção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1852. Rio de
Janeiro: Typ. do Diario de A & L. Navarro, 1852. p. 198-208.
13
APERJ. Fundo: presidência da Província, notação 487.

as diretorias 149

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1871, estabeleceu-se a existência de Inspetores de Municipais com
jurisdição nos termos.14
Em 185115, extinguia-se o Liceu de Niterói, mas autorizava-se
a instalação de Liceus em Angra dos Reis e Campos, que haviam
sido extintos. Apesar do fechamento desse Liceu, a Província ainda
contava com 117 escolas públicas: 82 do sexo masculino, 35 do
sexo feminino e 40 escolas particulares. Acompanhando os dados
apresentados pelo Vice-Presidente, em 1853, vê-se que o aumento
do número de alunos matriculados em escolas públicas é crescente:
1848 – 2.737 alunos; 1850 – 4.240; 1851 – 4.619 alunos; 1852 –
5.127. Nesse último ano, somando-se os 1.298 alunos em escolas
particulares, o total chegava a 6.425. Em 1851, havia um aluno para
cada 47,23 habitantes, dentre a população livre, e no ano seguinte
um aluno para cada 44 habitantes. Incluindo-se as escolas particula-
res, a relação era de um aluno para cada 40 habitantes.
O Vice-Presidente da Província anunciava para a Assembleia Le-
gislativa, em 1851, que “já temos quase tantas casas de educação
primária quantas são necessárias para que a instrução chegue a todos
os meninos”.16 E mais adiante voltava a um tema recorrente nos
relatórios anuais dos Presidentes de Província, a defesa da obrigato-
riedade do ensino:

convém que se marquem os limites do pátrio poder a semelhante respeito,


e os direitos da autoridade pública, que nenhuma ação tem presentemen-
te contra a incúria e ignorância dos pais, quando estes não se importam

14
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Deliberação de 22 de fevereiro de 1871.
Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos. Niterói: Tip. de Santos & Oliveira, 1872.
15
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 559, de 24 de setembro de 1851.
Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1851. Rio
e Janeiro, Tipografia do Diário de N. L. Vianna, 1851. p. 37.
16
RIO E JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Vice-Presidente da Província do
Rio de Janeiro: o Veador João Pereira Darrigue Faro ao entregar a administração da
província no dia 25 de setembro de 1851. Rio de Janeiro: Tipografia Universal de

150 a província fluminense

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ou não querem que seus filhos vão à escola. Os sacrifícios que as provín-
cias fazem para manter escolas gratuitas não devem ser em pura perda.

Em 185517, suspendiam-se novamente os trabalhos nos liceus


de Campos e, em 185818, nos de Angra dos Reis, mas criava-se uma
escola normal na capital da Província.
Com a reforma administrativa provincial de 185919, as escolas
de instrução primária ficaram divididas em três classes, conforme
a importância do lugar em que estivessem situadas, o diretor de
instrução passaria a ser auxiliado por um Conselho de Instrução e
pelos inspetores gerais e paroquiais e os Conselhos Municipais de
Inspeção ficavam extintos.
O Conselho de Instrução, composto do diretor, três inspetores
gerais e três membros nomeados pelo governo, estava incumbido de
escolher e supervisionar os métodos pedagógicos, propor a criação
de escolas e as reformas do ensino público. Os inspetores gerais,
em suas visitas semestrais às escolas, supervisionavam as atividades
dos professores, as condições gerais das escolas e o aproveitamento
dos alunos, remetendo ao diretor relatórios com as informações que
os inspetores paroquiais lhes passavam de sua inspeção mensal às
escolas públicas.

Laemmert. 1851. p. 7.
17
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Deliberação de 18 de janeiro de 1855.
Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1855. Rio
de Janeiro: Typ. de M. Barreto, 1855. p.191.
18
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Deliberação de 30 de abril de 1858. Reforma
as repartições públicas Provinciais. Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Pro­
víncia do Rio de Janeiro de 1858. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1868. p. 42.
19
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 1.127, de 4 de fevereiro de 1859.
Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1859. Rio
de Janeiro: Tipografia Nacional, 1868. p. 65; e RIO DE JANEIRO (PROVÍN-
CIA). Regulamento de 24 de dezembro de 1859, idem, p. 299; e Deliberação de
27 de maio de 1859, idem, pp. 227.

as diretorias 151

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Em 186120, os inspetores gerais foram substituídos pelos inspe-
tores de comarca que deveria fazer, no mínimo, duas visitas por ano
a todas as escolas de sua comarca, e remeter ao diretor de instrução
um mapa e um relatório de sua inspeção.
A partir de 186921, cada freguesia devia ter pelo menos uma es-
cola pública de instrução primária para cada um dos sexos, desde
que houvesse 15 alunos frequentando. Nas freguesias em que não
se formassem escolas públicas, as escolas particulares que estivessem
em melhores condições de funcionamento receberiam subvenção
mensal por aluno pobre acolhido, até o máximo de 15 alunos. Em
cada freguesia, só poderia ser subvencionada uma escola para cada
sexo. Essas escolas ficavam sujeitas à fiscalização dos inspetores paro-
quiais e de comarca, porém o ensino particular não subvencionado
continuava completamente livre de inspeção.
No ano seguinte, inicia-se uma pequena intervenção do Estado
sobre as escolas particulares, com a exigência de envio de um levan-
tamento estatístico de seus alunos à Diretoria da Instrução.
Quanto às escolas públicas, ampliou-se o seu número com a
obrigatoriedade de criação de nova escola assim que qualquer outra
atingisse o número de 60 alunos. Em compensação seriam extintas
as que só contassem com a frequência de 10 alunos. As escolas pas-
saram a ser classificadas em rurais e urbanas, criaram-se os cargos
de inspetor municipal e distrital e extinguiu-se o de inspetor de
comarca22.

20
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 1.241, de 14 de dezembro de 1861.
Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1861. Rio
de Janeiro: Tipografia Nacional, 1868. p. 61.
21
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Decreto nº 1.470, de 3 de dezembro de
1869. Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de
1869. Rio de Janeiro: Typ. da Papelaria Parisiense, 1889. p. 116.
22
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Decreto nº 1.490, de 17 de outubro de
1870. Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de
1870. Rio de Janeiro: Typ. da Papelaria Parisiense, 1889. p. 78; RIO DE JANEIRO

152 a província fluminense

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A obrigatoriedade do ensino na Província para meninos entre
7 e 14 anos e meninas entre 7 e 12 anos data de 187123, quando
também são criadas escolas noturnas de ensino primário para o sexo
masculino em todas as cidades da Província.
A reforma administrativa de 187624 efetuou uma pequena al-
teração na estrutura da Diretoria da Instrução com a criação do
cargo de superintendente de ensino, como a principal autoridade
da instrução pública em cada município. O superintendente seria
responsável pela inspeção e fiscalização das escolas públicas e das
particulares que recebiam subvenção dos cofres provinciais.
Nesse mesmo ano, duas escolas normais foram criadas25 na capi-
tal da Província: uma para o sexo masculino e outra para o femini-
no. Em 1880, voltava a existir apenas uma escola normal em Niterói
e era criado um Liceu de Humanidades em Campos26, fechado em

(PROVÍNCIA). Deliberação de 22 de fevereiro de 1871. Coleção de Leis, Decretos


e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1871. Niterói: Tip. de Santos &
Oliveira, 1872. p. 23.
23
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Decreto nº 1.632, de 25 de novembro de
1871. Op.cit., p. 125. RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Decreto nº 1.571, de
23 de outubro de 1871. Op. cit., p. 43.
24
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Deliberação de 1º de agosto de 1876. Co­
leção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1876. Rio de
Janeiro: Imperial Instituto Artístico, 1877. p. 40; RIO DE JANEIRO (PROVÍN-
CIA). Regulamento de 16 de dezembro de 1876. Op.cit. p. 267.
25
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Regulamento de 16 de dezembro de 1876.
Op.cit., p. 267. RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Regulamento de 26 de janei-
ro de 1877. Coleção de Leis, Decretos, Atos e Decisões do Governo da Província do Rio
de Janeiro de 1877. Rio de Janeiro: Typ. da Reforma, 1878. p. 239.
26
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Decreto nº 2.503, de 22 de novembro de 1880.
Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1880. Rio de
Janeiro: Tipografia Montenegro, 1881. p. 57. RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA).
Deliberação de 21 de outubro de 1881. Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Pro­
víncia do Rio de Janeiro de 1881, Rio de Janeiro: Tipografia Montenegro, 1882. p. 221.

as diretorias 153

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1885 por falta de verbas, e reaberto no ano seguinte.27 Percebe-se
uma política educacional para o secundário bastante irregular e des-
contínua, com abertura e fechamento de escolas frequentes.
No último ano do Império, em 1888, municipalizaram-se as es-
colas de instrução primária, transferindo-se a subvenção do governo
da Província do Rio de Janeiro para as Câmaras Municipais.28 Em
1890, um Decreto Republicano29 declara a instrução pública gra-
tuita e obrigatória.
A diretoria de Instrução Pública concentrava toda a documenta-
ção referente aos diretores de escola, professores e inspetores, inclusi-
ve comunicados como da diretoria da Fazenda referente aos direitos
dos vencimentos relativos à aposentadoria de professor. Além disto,
ela estava em permanente contato com o Presidente de Província e,
para ele, esta diretoria enviava diversas solicitações como: envio dos
compêndios para as escolas, autorização para aluguel de casa para
locação de escola, representação de moradores solicitando criação
de escolas em determinada região, os relatórios dos inspetores, as-
suntos referentes a licenças e vencimentos dos professores dentre
outras solicitações.

3.2. diretoria da fazenda da província


A Diretoria da Fazenda da Província do Rio de Janeiro foi criada

27
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Decreto nº 2.846, de 18 de novembro de
1886. Coleção de Leis, Decretos, Atos e Decisões do Governo da Província do Rio de
Janeiro de 1886. Niterói: Tipografia do Fluminense, de F. R. de Miranda, 1887.
p. 221. RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Deliberação de 28 de janeiro de 1887.
Coleção de Leis, Decretos, Atos e Decisões do Governo da Província do Rio de Janeiro de
1887. Rio de Janeiro: Typ. da Papelaria Parisiense, 1888. p. 113.
28
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 3.062, de 17 de dezembro de 1888.
Coleção de Leis, Decretos, Atos e Decisões do Governo da Província do Rio de Janeiro de
1888. Rio de Janeiro: Tipografia da Papelaria Parisiense, 1888. p. 362.
29
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Decreto nº 70, de 15 de abril de 1890.

154 a província fluminense

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em 1859. Entretanto, desde 183130, o Tribunal do Tesouro Público
Nacional, que havia sido criado com a Constituição de 1824, trans-
formara-se em órgão central da Fazenda e foram criadas Tesourarias
das províncias como órgãos descentralizados. Desde a formação do
Império, o governo sentia a insuficiência da organização das finan-
ças públicas e a necessidade de reformá-las.
A Secretaria do Tribunal do Tesouro Nacional era a repartição
executiva e de ligação com as Tesourarias das Províncias, as quais
eram dirigidas e fiscalizadas em seus balanços e contas pelo Pre-
sidente do Tribunal. A Tesouraria da Província do Rio de Janeiro
controlava a arrecadação, distribuição, contabilidade e fiscalização
de todas as rendas públicas da província, por meio de sua Contado-
ria, Tesouraria Geral e Secretaria. A Contadoria era responsável pela
escrituração e contabilidade das rendas da Província. A Tesouraria
Geral recebia, guardava e distribuía as rendas públicas. A Secretaria
expedia resoluções e ordens do inspetor da fazenda, títulos e diplo-
mas dos empregados de Fazenda da Província.
O Inspetor da Fazenda era o chefe da Tesouraria e quem fazia
a ligação com o Presidente de Província, fornecendo-lhe informa-
ções. O Procurador Fiscal promovia o contencioso da Fazenda e
dava pareceres sobre a atuação da Tesouraria, e o Tesoureiro recebia,
guardava e distribuía as rendas públicas da Província, apresentando
balancetes semanais e mensais. Uma Secretaria completava a estru-
tura da Tesouraria.
Em 183631, foram criadas sete Coletorias e onze Registros, di-
retamente subordinados ao Presidente de Província. As primeiras

Coleção de Leis, Decretos, Atos e Decisões do Governo da Província do Rio de Janeiro


de 1890. Rio de Janeiro: Typ. Montenegro, 1891. p. 81.
30
BRASIL. Lei de 4 de outubro de 1831. Coleção das Leis do Império do Brasil de
1831. Parte I. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1875. p. 103-122.
31
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 33, de 6 de maio de 1836 Legisla­
ção provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850. Parte I. Leis e Decretos. Niterói:
Tipografia Fluminense de Lopes, 1850. p.p. 57-60; e RIO DE JANEIRO (PRO-

as diretorias 155

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atuavam somente nos portos da Província, fiscalizando e arrecadan-
do parte do imposto do dízimo sobre o açúcar e o café, gêneros pro-
duzidos na Província sujeitos a este imposto. Além das Coletorias
dos sete portos principais de Cabo Frio, Angra dos Reis, Macaé, São
João da Barra, Itaguaí, Mangaratiba e Paraty, foram criadas outras
Coletorias secundárias em outros pontos da costa, diminuindo as
rotas e os gastos pela maior proximidade com os centros de produ-
ção do café, com a finalidade de ampliar o comércio desse produto
na Província.
Em curto espaço de tempo, o sistema de Coletorias demonstrou
ser muito eficiente: em 1836, a arrecadação da Província cresceu
de 8.989U561 réis em julho, para 35.315U678 réis em agosto, e
somente nos primeiros dezessete dias do mês de setembro já apre-
sentava uma renda de 31.847U445 réis.32
Aos Registros cabia a verificação das guias que acompanhavam
esses gêneros. Nos três principais caminhos que desciam de Minas
Gerais até a Província do Rio, os Registros localizavam-se em Porto
Novo e Velho do Cunha e em Pomba.
Segundo Paulino José Soares de Sousa, Presidente de Província
nesse momento, o estabelecimento de registros seria eficiente nos
caminhos de Minas, entretanto, na estrada que desce de Rezende e
entra na Província de S. Paulo, “o extravio se poderia fazer por ata-
lhos, ficando francos os pontos imediatos, onde confinam ambas as
Províncias”.33 O início da fiscalização foi imediato, tendo sido con-
tratados funcionários pelo Presidente de Província que trabalharam
provisoriamente em casas ou ranchos alugados. Previa-se a instala-

VÍNCIA). Regulamento de 26 de maio de 1836. Legislação provincial do Rio de


Janeiro de 1835 a 1850. Parte II. Regimentos e Deliberações. Niterói: Tipografia
Fluminense de Lopes, 1850. p. 18-21.
32
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Presidente da Província do Rio
de Janeiro. 18 de outubro de 1836. p. 27. <Disponível em: http://wwwcrl.uchicago.
edu/info/Brasil/jain.html> Acesso em: dezembro/2001. 11:00.
33
Idem, p. 20.

156 a província fluminense

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ção de Registros em Paraibuna, Rio Preto, Mambucaba, Mantiquei-
ra, Ariró, Pedra e Banco d’Area, depois denominado Pouso Seco,
Mar de Hespanha, Paraty e Grataú.
A preocupação em estabelecer um controle rígido mais amplo
evitaria que as tropas de carregamento dessem grandes voltas para a
fiscalização, mas esbarraria em outras questões como o traçado das
estradas, a necessidade de racionalização para evitar muita despesa e
as precárias condições de trabalho dos funcionários. Em 1836, Pau-
lino Soares de Sousa justificava o deslocamento de um dos Registros
afirmando:

se bem que a lei os mande estabelecer em todos os pontos por onde en-
tram nesta Província gêneros sujeitos ao dízimo, lancei todavia mão desse
arbítrio provisoriamente, não só porque o contrário levaria tais registros
ao número de 18, como porque aqueles lugares são aí tão desertos e faltos
de recursos, que não poderiam neles subsistir os empregados nomeados
pela dificuldade de haverem víveres.34

Em 184235, houve uma significativa transformação no órgão que


mudou seu nome para Administração da Fazenda da Província do
Rio de Janeiro e passou a ser subordinado à presidência de Provín-
cia, contando com uma Administração, Coletorias, Registros, Mesa
Provincial e Junta de Fazenda.
Em 184636, o retorno à denominação anterior acarretou tam-
bém a incorporação de uma Seção Especial que servia de secretaria,

34
Idem, pp. 22-23.
35
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Resolução de 20 de maio de 1842. Legisla­
ção provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850. Parte II. Regulamentos e Delibera-
ções. Niterói: Tipografia Fluminense de Lopes, 1850. p. 155-162.
36
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Deliberação de 3 de junho de 1846. Cole­
ção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1846. Rio de
Janeiro: Tipografia de N. L. Vianna, 1846. p. 149-152.

as diretorias 157

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 157 31/01/2012 15:10:08


e a Contadoria passava a ser subdividida em duas seções: uma de
escrituração, balanços e orçamentos, e outra de tomada de contas,
liquidação da dívida e conferência de cálculos. A Junta de Fazenda
Provincial37 centralizara as atividades desse setor, contribuindo para
agilizar a correspondência com o Presidente de Província sobre os
negócios da Fazenda.
Entre a promulgação do Ato Adicional e o fim do Império, em
várias oportunidades, tentou-se regulamentar melhor as relações
entre os órgãos fazendários centrais e provinciais sem, contudo, se
chegar a uma definição nítida e rigorosa. Havia conflito de inte-
resses entre a administração fazendária central e a provincial, e a
necessidade de descentralização imposta pelas distâncias geográfi-
cas, pela falta de comunicação e pelas insuficiências administrativas
exigia nova distribuição de poderes a favor dos órgãos provinciais,
acarretando uma ampliação da competência dos Presidentes de Pro-
víncias, em 187038. Mas a descentralização era acompanhada pelo
cuidado de não permitir demasiada liberalidade por parte das pro-
víncias e, através de algumas ações, o governo imperial impôs medi-
das centralizadoras em detrimento do poder provincial.
Desde os primeiros anos do 2º Reinado, os relatórios dos minis-
tros da Fazenda ressaltam a necessidade de reforma para aprimora-
mento do sistema de arrecadação em face das exigências crescentes
da despesa, reflexo do crescimento do país e de seu setor público.
Em seus relatórios anuais, repetidas vezes, os Ministros da Fazenda
queixavam-se dos abusos das Províncias que, segundo eles, atuavam
fora de sua competência. Depois de uma reforma em 185039, que

37
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Deliberação de 3 de junho de 1846. Cole­
ção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1846. Rio de
Janeiro. Tipografia do Diário de N.L. Vianna, 1846. pp. 149-152.
38
BRASIL. Decreto nº 4.644, de 24 de dezembro de 1870. Coleção das Leis do
Império do Brasil de 1870. Tomo XXX. Parte I. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional,
1870. p. 630-1.
39
BRASIL. Decreto nº 736, de 20 de novembro de 1850. Op. Cit.

158 a província fluminense

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ampliou o número de funcionários e reestruturou internamente o
órgão, extinguindo as Tesourarias Provinciais, os relatórios exprimem
satisfação com o funcionamento da administração fazendária.40
Com a extinção da Tesouraria Provincial do Rio de Janeiro, suas
responsabilidades administrativas foram transferidas para as Direto-
rias Gerais, a Tesouraria Geral e as Pagadorias do Tesouro Nacional.
Fortes razões econômicas haviam determinado essa reforma. Em
época de apogeu da produção cafeeira no Vale do Paraíba fluminen-
se, ao se extinguir a Tesouraria da Província do Rio de Janeiro, a
renda arrecadada pelas Coletorias passava a entrar diretamente nos
cofres do Tesouro Nacional. A escrituração da receita arrecadada e da
despesa realizada era feita em um livro próprio, o que permitia uma
rápida fiscalização sobre os impostos e o balanço geral da Província.
Em 185941, no âmbito da reforma administrativa da Província
do Rio de Janeiro, criou-se a Diretoria da Fazenda da Província do
Rio de Janeiro, encarregada de gerir os negócios da Província, cuidar
da arrecadação e contabilizar sua receita e despesa. O órgão era di-
vidido em Procuradoria Fiscal, Contadoria e Tesouraria sendo auxi-
liado pela Mesa Provincial, Agências e Coletorias de Renda. A Mesa
Provincial, estabelecida na Corte, arrecadava a quota do imposto do
café do Rio de Janeiro, que fosse exportado, e verificava as guias que
acompanhavam as da produção de outras Províncias.
Em 1860, regulamentou-se a arrecadação do dízimo do café, por
causa do fim do convênio entre as províncias do Rio de Janeiro e

40
BRASIL. Proposta e Relatório do Ministro e Secretário d’Estado dos Negócios da
Fazenda, Joaquim José Rodrigues Torres apresentados à Assembleia Geral Legislativa na
3ª Sessão da Oitava Legislatura, no dia 24 de abril de 1851. Rio de Janeiro: Tipografia
Nacional, 1851.
41
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 1.127, de 4 de fevereiro de 1859.
Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1859. Rio
de Janeiro: Tipografia Nacional, 1868. pp. 65-78; e Regulamento de 1º de julho
de 1859. Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de
1859. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1868. pp. 323-353.

as diretorias 159

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Minas Gerais42 e, em 1885, incluía-se o açúcar na arrecadação.
Em 1876, a última reforma do período imperial43 ampliou a es-
trutura dessa Diretoria com a criação da Seção Central, encarregada
de catalogar as leis referentes à Diretoria da Fazenda e redigir e co-
piar os ofícios e portarias do diretor, dentre outras atribuições.
Em 1882, as Coletorias da Província e Estações ficavam equipa-
radas às das rendas gerais subsidiando-as quanto às omissões das leis
provinciais e tinham atribuições no plano municipal44.
Em 1888, José Bento de Araújo, Presidente da Província do Rio
de Janeiro, criou uma Contadoria anexa ao Corpo Policial, subor-
dinada à Diretoria da Fazenda45, que estava situada no quartel da
Polícia, e era dirigida por um chefe nomeado pelo Presidente de
Província. Essa foi a última reforma da Diretoria da Fazenda duran-
te o Império.
A Diretoria da Fazenda aglutinava toda a documentação referen-
te aos assuntos da fazenda como: atas da Junta da Fazenda, registro
de mercadorias, imposto de meia siza de escravo, demonstração de
despesa de obras públicas, cobrança de taxas de barreira, nomea-
ção de coletores de renda dentre outros documentos. Estes assuntos
eram comunicados ao presidente, refletindo uma intensa comuni-
cação entre ambos. A Diretoria da Fazenda também tinha conexão
com outros órgãos, quando se tratava do recebimento de algum di-
reito de serviço prestado ao Estado. Tal foi o caso que ocorreu em

42
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Regulamento de 24 de setembro de 1860.
Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1860. Rio
de Janeiro: Tipografia Nacional, 1868. p.p. 86-108.
43
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Deliberação de 1º de agosto de 1876. Co­
leção de Leis, Decretos, Atos e Decisões do Governo da Província do Rio de Janeiro de
1876. Rio de Janeiro: Imperial Instituto Artístico, 1877. p. 40-86.
44
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Regulamento de 21 de setembro de 1882.
Coleção de Leis, Decretos, Atos e Decisões do Governo da Província do Rio de Janeiro
de 1882. Rio de Janeiro: Tip. Montenegro, 1882. p.p. 417-438.
45
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA) Deliberação de 31 de dezembro de 1888.

160 a província fluminense

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16 de agosto de 1847, quando a viúva Rita da Silva Jardim solicitou
através de requerimento o vencimento do marido que foi profes-
sor, cujo pagamento deveria ser efetuado na coletoria da Diretoria
da Fazenda. O Inspetor de escolas do termo de Maricá enviou o
requerimento para o diretor da Instrução Pública que informou o
Presidente de Província sobre o assunto.46
Deve-se ressaltar que o Ministério da Fazenda também se co-
municava com o Presidente de Província, enviando suas corres-
pondências para a secretaria da Presidência, participando o Presi-
dente de Província sobre esse assunto, refletindo a interação entre
o governo central e provincial. Desta forma, uma correspondência
do Ministério da Fazenda, datada de 21 de maio de 1863, infor-
mava sobre o requerimento de um cidadão que precisava impor-
tar objetos da Alemanha para construção de um museu em um
colégio em Barra Mansa. O pedido foi negado por estar fora dos
termos da lei.47

3.3. diretoria das obras públicas


Em 1836, criaram-se a Diretoria das Obras Públicas e uma Escola
de Arquitetos Medidores destinada a fornecer quadros para essa
diretoria48.
O Presidente de Província, reconhecendo a importância das es-
tradas para transporte dos produtos agrícolas, principalmente do
café, propôs à Assembleia Legislativa Provincial a criação de uma
administração especializada na manutenção das estradas; tal pro-

Coleção de Leis, Decretos, Atos e Decisões do Governo da Província do Rio de Janeiro de


1888. Rio de Janeiro: Tipografia da Papelaria Parisiense, 1888. pp. 652-659.
46
APERJ. Fundo: presidência da Província. Notação 212, maço 4.
47
APERJ. Fundo: presidência da Província, notação 51, maço 4.
48
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 64, de 19 de dezembro de 1836.
In: Legislação provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850. Parte I. Leis e Decretos.
Niterói: Tipografia Fluminense de Lopes, 1850. p. 105-111.

as diretorias 161

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posta levava em conta, também, a falta de recursos das Câmaras
Municipais.49
Com a expansão da economia cafeeira no Vale do Paraíba a par-
tir de 1830, a construção e manutenção de estradas que ligassem o
interior da Província fluminense ao porto do Rio de Janeiro torna-
ram-se fundamentais para o escoamento daquela principal fonte de
riqueza do país. O projeto de uma estrada de ferro ligando a Corte
a Resende, em 1840, refletia essa conjuntura econômica.
A Diretoria das Obras Públicas foi criada para planificar e cen-
tralizar as obras públicas fluminenses, sendo encarregada da direção,
inspeção e conservação das estradas, pontes, canais e construções,
além de cuidar da sua conservação; levantar a carta geográfica da
Província; fixar e organizar os pontos onde deviam ser estabelecidas
as barreiras e organizar o sistema das mesmas; preparar o material
para a organização da estatística das obras públicas da Província,
dentre outras atribuições.
Em função dos poucos recursos da Província, algumas obras e sua
conservação eram realizadas por arrematação, outras por administra-
ção, ficando então por conta da Fazenda provincial, quando não ha-
via arrematantes. Foram também criadas barreiras com a finalidade
de pagar a conservação das estradas. Algumas vezes, o Presidente de
Província contratou uma companhia para a execução de determinada
obra50, outras vezes autorizou a Câmara de determinado município a
construir ou reparar uma ponte ou estrada, após a planta da obra ser
aprovada pela Diretoria das Obras Públicas. Mas esse procedimento
esbarrava na falta de condições das Câmaras Municipais para promo-
ver melhoramentos e conservação das estradas, razão das frequentes
queixas dos lavradores pelos danos nas estradas causados pelas chuvas.

49
Ver RIBAS, Rogério de Oliveira. Tropeirismo e escravidão: um estudo das tropas de
café das lavouras de Vassouras. 1840-1888. Curitiba: UFPR, 1989. p. 79-169.
50
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 4, de 27 de março de 1835. In: Le­
gislação provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850. Niterói: Tipografia Fluminense
de Lopes, 1850. p.3.

162 a província fluminense

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 162 31/01/2012 15:10:08


O órgão era formado por cinco engenheiros militares ou civis,
nacionais ou estrangeiros, nomeados pelo Presidente de Província.
A sua direção era exercida por um presidente, que era o engenheiro
de maior graduação. Seu primeiro presidente foi o brigadeiro Elisá-
rio de Miranda e Britto.
A Diretoria dividia a Província em várias seções, cada uma sob
a responsabilidade de um engenheiro, nomeado pelo Presidente de
Província, para execução, inspeção e direção das obras de seu setor.
Os trabalhos eram realizados somente após a aprovação do plano
de orçamento das obras pelo Presidente de Província ou Assembleia
Legislativa Provincial. De acordo com o Ato Adicional de 1834, as
Assembleias Provinciais podiam legislar sobre as despesas munici-
pais e provinciais, criando impostos, desde que não interferissem na
arrecadação ministerial do Império, além de concentrar atribuições
administrativas relacionadas à fixação de empregos, aos ordenados
do funcionalismo, e ao domínio da viação e obras públicas.
A Diretoria das Obras Públicas também era obrigada a apresen-
tar um relatório circunstanciado das obras, concluídas ou não, um
mês antes da abertura das sessões da Assembleia Legislativa, sendo
que no princípio de cada mês o presidente da Diretoria tinha que
enviar ao Presidente de Província um relatório do andamento das
obras do mês antecedente. O presidente da Diretoria recolhia as
informações sobre os trabalhos dos chefes das seções e as despesas
do mês antecedente e, juntamente com as despesas do arquivo da
Diretoria, eram enviadas ao governo da Província. Ele também re-
quisitava das Câmaras Municipais da Província os planos e projetos
das obras em andamento nos municípios e os projetos de melhora-
mentos necessários.
Apesar da criação da Diretoria das Obras Públicas, a condição das
estradas não melhorou muito em função dos obstáculos encontrados
para a ação deste órgão. A carência de recursos técnicos e financeiros,
a falta de mão de obra especializada e as condições climáticas ruins
levavam à morosidade dos trabalhos nas obras públicas da Província.
Contribuía, para isto, a falta de clareza entre as atribuições munici-
pais e provinciais sobre a administração das estradas, destacando que

as diretorias 163

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este ramo do serviço público consumia bastante recursos do orça­
mento provincial.51
Desta forma, a Diretoria das Obras Públicas foi extinta em
184452, passando seu arquivo para o da Secretaria de Governo da
Província. A principal causa de sua extinção foi o péssimo estado de
conservação das estradas, e a falta de fiscalização e planificação das
obras públicas. Acreditava-se que, com essa função centralizada nas
mãos do Presidente de Província, ele podia empregar engenheiros
mais habilitados, nacionais ou estrangeiros, com gastos menores do
que os despendidos sob a vigência da Diretoria.
Para melhorar a administração e fiscalização das obras públicas e
tentar conter os abusos e desvios dos contratos no setor, a Província
foi dividida em sete distritos – cada um dirigido por um engenhei-
ro, chamado de chefe de distrito – e as obras públicas da Província
passaram a ser dirigidas por uma Junta de Direção e Inspeção das
Obras Públicas53.
Os engenheiros chefes de distritos tinham como atribuições:
dirigir, inspecionar e fiscalizar as obras por arrematação e adminis-
tração; dar conta ao Presidente de Província dos desvios financeiros
das obras; estabelecer as condições dos contratos das obras a serem
arrematadas; levantar plantas e fazer os orçamentos de todas as obras
que o governo projetasse em seu distrito.
A Junta era presidida pelo Presidente de Província, sendo forma-
da por três engenheiros-inspetores e mais um engenheiro arquivista,
que era o secretário da Junta. Além destes cargos, havia na capital
da Província um engenheiro hidráulico. No impedimento do Presi-

51
Idem. Ribas, Rogério de Oliveira. Op. cit.
52
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 316, de 13 de abril de 1844. In: Le­
gislação provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850. Parte I. Leis e Decretos. Niterói:
Tipografia Fluminense de Lopes, 1850. p. 448.
53
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Regulamento de 27 de abril de 1844. In:
Legislação provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850. Parte II. Regulamentos e
Deliberações. Niterói: Tipografia Fluminense de Lopes, 1850. p. 335.

164 a província fluminense

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dente de Província, presidia a Junta o 1º inspetor. As atribuições da
Junta eram discutir projetos de obras, plantas e orçamentos empre-
endidos na Província; propor regulamentos e planos sobre o sistema
de obras e fiscalizar a previsão orçamentária.
Aos Inspetores de Obras Públicas cabia inspecionar todas as obras
da Província e as barreiras, registros e coletorias, dentre outras atri-
buições54. Havia ainda outros empregados das Obras Públicas da Pro-
víncia: um administrador, apontador geral e fiel, feitor e mestres.
Por medidas de economia, a Junta Diretora e Inspetora das
Obras Públicas foi extinta em 184555, enquanto o governo decidia o
que fazer com esta área da administração da Província.
O relatório do Presidente de Província de 1846 reconhecia que a
extinção da Diretoria das Obras Públicas havia sido um erro e tam-
bém que a Junta Inspetora era necessária, pois sem ela as obras não
estavam sendo bem dirigidas e fiscalizadas. O governo tinha necessi-
dade de um corpo técnico que pudesse ser consultado sobre projetos,
orçamentos e utilidades das obras. Sendo mais independente, uma
diretoria podia oferecer à Presidência melhores garantias para ins-
peção e fiscalização, tal a multiplicidade de obras a serem iniciadas
ou reparadas. As estradas continuaram mal conservadas, e a falta de
planificação das obras prejudicava o escoamento do café. O quadro
não mudou muito gerando queda de renda da Província.
Em 1847, o número de distritos da Província foi diminuído de
sete para cinco56, como medida de economia para a Província, bem
como em função de os recursos da Província estarem empenhados

54
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Regulamento de 31 de janeiro de 1845.
In: Legislação provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850. Parte II. Regulamentos e
Deliberações. Niterói: Tipografia Fluminense de Lopes, 1850. p.368-377.
55
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Deliberação de 1º de outubro de 1845.
In: Legislação provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850. Parte II. Regulamentos e
Deliberações. Niterói: Tipografia Fluminense de Lopes, 1850. p. 405-407.
56
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Regulamento de 1º de julho de 1847 In:
Legislação provincial do Rio de Janeiro de 1835 a 1850. Parte II. Regulamentos e

as diretorias 165

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em obras de conclusão urgente e da falta de trabalhos importantes
em alguns municípios.
Apesar de não estar mencionado no regulamento que extingue a
Junta Inspetora de Obras Públicas em 1845, as atribuições das obras
públicas eram citadas como parte da segunda seção da secretaria da
presidência da Província, segundo o Regulamento de 30 de março
de 1852, junto com a tesouraria e estações fiscais, assuntos referen-
tes a africanos livres e próprios provinciais57.
No relatório do Presidente de Província de 1855, reiterava-se a
necessidade do aperfeiçoamento das vias de comunicação e do siste-
ma de transportes, pois as estradas não eram suficientes para escoar
os produtos da lavoura, principal fonte de renda da Província. Para
diminuir os prejuízos do transporte do café em função da preca-
riedade das estradas, criou-se, em 9 de maio de 1855, a Sociedade
Anônima Estrada de Ferro D. Pedro II, cujos trilhos atravessariam a
serra do mar atingindo Minas e São Paulo.
A Diretoria das Obras Públicas foi recriada em 185958, no âmbito
de uma reforma geral da administração provincial, visando agilizar
os procedimentos e evitando que chegassem ao governo problemas
insignificantes juntamente com outros de grande vulto. A Diretoria
das Obras Públicas passava a ser dirigida por um diretor e um enge-
nheiro ajudante, e a Província ficava dividida em seis distritos para
melhor fiscalização e inspeção, dirigidos por engenheiros.
O diretor do órgão inspecionava e fiscalizava as obras; coordena-
va a correspondência entre o governo e os empregados da inspeção
e fiscalização das obras; organizava e remetia à Presidência, a cada

Deliberações. Niterói: Tipografia Fluminense de Lopes, 1850. p. 515-517.


57
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Regulamento da Secretaria de Governo da
Província do Rio de Janeiro. Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província
do Rio de Janeiro. 1851-1852. /s. l./, /s.ed./, /s.d./. p. 118.
58
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Lei nº 1.127. Coleção de Leis, Decretos e
Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1859. Rio de Janeiro: Tipografia
Nacional, 1868. p. 65-78; e RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Regulamento de

166 a província fluminense

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ano, um mapa com todas as estradas em construção e um quadro da
conservação e melhoramento das estradas e um relatório geral.
As obras deveriam ser autorizadas pelo Presidente de Província
e continuariam a ser feitas por arrematação, exceto aquelas direta-
mente confiadas às Câmaras Municipais. Em 186659, criou-se um
concurso para arrematação das Obras Públicas provinciais, estabe-
lecendo as condições relativas aos contratos e forma de pagamento
dos contratados. Uma Junta, formada pelo diretor de obras públi-
cas, procurador fiscal e oficial maior da Secretaria do Governo era
encarregada de examinar as propostas.
De acordo com o relatório do estado das estradas do quarto dis-
trito de Obras Públicas da Província enviado ao vice-presidente da
Província pelo diretor de Obras Públicas José de Miranda dos Reis,
em 25 de junho de 1851, pode-se ter uma ideia dos problemas en-
frentados pelo órgão com relação à manutenção das estradas.
O relatório especifica as condições de diversas estradas da Provín-
cia como a da polícia, do comércio, das flores e do rodeio, realizan-
do um diagnóstico da situação das mesmas, propondo soluções para
seus problemas. Assim, destaca-se que as estradas padeciam com o
excesso de chuvas dado a natureza argilosa do terreno levando à for-
mação de atoleiros, prejudicando o trânsito das carroças e também
das tropas e passageiros. Outro fator colocado foi a imprudência
dos condutores de veículos que chegavam a deixar partes dos veí-
culos nas valas das estradas. Para melhorar essa situação, propôs-se
o empedramento de alguns trechos dessas vias. Estas obras vinham
discriminadas com orçamento dos gastos a serem realizados para
o empedramento desses trechos e as condições para a arrematação
das obras. O orçamento era feito pelo engenheiro chefe que enca-

8 de junho de 1859. Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de


Janeiro de 1859. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1868. p. 271-298.
59
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Deliberação de 26 de junho de 1866. Cole­
ção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1866. Niterói:
Tipografia Salesiana, 1889. p. 13-17.

as diretorias 167

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minhava a proposta ao diretor de Obras Públicas, o qual enviava ao
Vice-Presidente de Província para aprovação após sua análise. A au-
torização do Presidente de Província era encaminhada à diretoria da
Fazenda, que repassava a verba para a obra. A arrematação das obras
era feita através de hasta pública.60 Os orçamentos de outras obras
na Província como os de construção de igrejas, bueiros nas estradas,
cavalariças da força policial, reparos nas cadeias também seguiam a
mesma tramitação incluída nos relatórios de serviço. Existiam tam-
bém muitos projetos de construção de estradas de ferro submetidos
ao Presidente de Província e à Assembleia Legislativa.
Os engenheiros relatavam também ao diretor de Obras Públicas
as condições de transporte de várias regiões onde o governo provin-
cial ou central tenha subvencionado a construção de estradas, onde
existem estradas de ferro ou navegação a vapor. Tal informação foi
dada em 1881, pelo engenheiro Ismael Torres de Albuquerque ao
diretor de Obras Públicas J. M. Antunes Gurjão.61
Outro tipo de documentação produzida por esta diretoria eram
os atestados de frequência e posse dos seus funcionários dados pelo
diretor do órgão.
Em 186862, o número de distritos foi reduzido de seis para qua-
tro, com a finalidade de centralizar a fiscalização das obras e, em
cada distrito, os engenheiros de primeira classe seriam os chefes.
A última grande reforma administrativa do Império de 1876
não modificou a organização da Diretoria das Obras Públicas que
só veio a ser reestruturada em 188263, passando a atuar em oito

60
APERJ. Fundo: presidência da Província, notação 143, maço 1.
61
APERJ. Fundo: presidência da Província, notação 434, maço 1.
62
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Deliberação de 7 de outubro de 1868.
Coleção de Leis, Decretos e Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1868. Rio
de Janeiro: Tipografia da Papelaria Parisiense, 1889. p. 2.
63
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Regulamento de 26 de junho de 1882.
Coleção de Leis, Decretos, Atos e Decisões do Governo da Província do Rio de Janeiro de
1882. Rio de Janeiro: Typ. Montenegro, 1882. p.p. 199-274.

168 a província fluminense

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circunscrições (não mais distritos). A partir do ano seguinte, as Câ-
maras Municipais passaram a participar da fiscalização das obras,
especialmente as desenvolvidas por arrematação64, aos arrematantes
cabiam comunicar às Câmaras Municipais as datas em que as obras
deveriam ser concluídas ou em que estado elas estavam.
Desta forma, a Diretoria das Obras Públicas aglutinava tanto
documentos de ordem administrativa como atestados de frequência
e serviço, além do regulamento interno, quanto os relatórios gerais
de serviço contendo orçamentos e informações e diagnóstico dos
meios de transporte (estradas, canais e estradas de ferro) e das cons-
truções públicas como cadeias, além das igrejas que ficavam a cargo
do Estado nesta época e etc. A documentação contém as condições
das arrematações de obras que eram enviadas para a presidência de
Província para aprovação junto com à assembleia.
A Diretoria das Obras Públicas não sofreu alteração até o fim do
Império, sendo reorganizada em 1890, já no período republicano.

64
RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Deliberação de 12 de maio de 1883. Co­
leção de Leis, Decretos, Atos e Decisões do Governo da Província do Rio de Janeiro de
1883. Niterói: Tipografia Universal de H. Laemert & C., 1884. p. 258-260.

as diretorias 169

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pa rte i i

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Órgãos e cargos da administração provincial

Órgão/Cargo: presidente de província

Data da criação: 3 de outubro de 1834 (Lei nº 40)


Motivo: determinação legal
Data da extinção: 29 de junho de 1891 (Constituição de 1891)
Superior hierárquico: Ministros de Estados
Antecessor: Presidente em Conselho
Sucessor: Presidente de Estado
Competência:
- executar e fazer executar as leis;
- dispor da força a bem da segurança e tranquilidade da Província.
Somente nos casos extraordinários e indispensáveis, fará remover
as Guardas Nacionais para fora dos seus municípios;

173

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- exercer sobre as Tesourarias Provinciais as atribuições
conferidas pela Lei de 4 de outubro de 1831 que organizou o
Tesouro Nacional;
- prover os empregos que a lei lhe incumbe e provisoriamente
aqueles, cuja nomeação pertença ao Imperador, (e mais outras
10 atribuições, conforme a Lei nº 40, de 3 de outubro de 1834);
- convocar Assembleia Provincial extraordinariamente
prorrogá-la e adiá-la quando assim o exigir o bem da Província,
contanto que, em nenhum dos anos, deixe de haver sessão;
- suspender a publicação das leis provinciais nos casos e, pela
forma, marca­dos nos artigos 15 e 16;
- expedir ordens, instruções e regulamentos adequados à boa
execução das leis provinciais (conforme o Ato Adicional de
agosto de 1834).

Fonte(s):
Lei n° 16, de 12 de agosto de 1834
Faz algumas alterações e adições à Constituição Política do Impé-
rio, nos termos da Lei de 12 de outubro de 1832.
Col. Leis do Brasil, 1834, p.15-23;

Lei n° 40, de 03 de outubro de 1834


Dá regimento aos Presidentes de Províncias, e extingue o Conselho
da Presidência.
Col. Leis do Brasil, 1834, p. 53-56;

REGO, Vicente Pereira do. Elementos de direito administrativo bra­


sileiro: para uso das faculdades de direito do Império, Recife: Geraldo
Henrique de Mira & C., 1860.

Órgão: secretaria da presidência

Data da criação: 27 de março de 1835 (Lei nº 3)

174 a província fluminense

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Superior hierárquico: Presidente de Província
Estrutura:
1 Secretário, 2 Oficiais e 5 Amanuenses;
1 Porteiro-guarda-livros e 1 Ajudante de Porteiro;
1 Contínuo e 1 Ajudante de contínuo;
1 Correio.
Competência:
Assessoria Geral da Presidência de Província
Obs.: Compete ao secretário:
- enviar aos presidentes das Câmaras Municipais, juízes de
direito, municipais, de órfãos e de paz, e chefes das repartições
públicas da Província, os exemplares das leis, decretos e
regulamentos. (Segundo o regulamento de 1º de junho de 1840);
- submeter à assinatura do presidente o expediente e escrever os
despachos; prestar todas as informações e esclarecimentos que
lhe forem exigidos pelo presidente ou se fizerem necessários
para a melhor regularidade do serviço;
- dirigir, distribuir e fiscalizar os trabalhos da repartição;
- fazer o ponto dos empregados;
- manter a ordem, decência e regularidade no serviço; fiscalizar
as despesas e rubricar as contas;
- designar os livros necessários a cada um dos ramos do serviço
e os objetos que devem compreender, segundo a classificação à
diante indicada;
- remeter em devido tempo à Tesouraria Provincial o
orçamento e despesa com o pessoal e material da repartição;
- designar os livros necessários a cada um dos ramos do serviço
e os objetos que devem compreender, segundo a classificação ao
diante indicado;
- exigir, antes de submeter à assinatura que sejam pagos os
direitos da Fazenda Pública nos diplomas, cartas e quaisquer
títulos que a isto estejam sujeitos;
- registrar e arquivar a correspondência reservada; cumprir
tudo o mais que pelo presidente lhe for determinado.
Obs.: Os Regulamentos de 30 de janeiro de 1844 e 27 de abril de

órgãos e cargos da administração provincial 175

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1844 especificam as atribuições do Secretário e dos
funcionários que lhe são subordinados.

Fonte(s):
Lei n° 3 de 27 de março de 1835
Organiza as secretarias da presidência e da Assembleia Legislativa.
Col. Leis, Dec. e Regul. da Prov. Rio de Janeiro, 1835-37, p. 8.

Regulamento de 21 de junho de 1841


Marca os deveres dos empregados da secretaria do governo.
Col. Leis, Dec. e Regul. da Prov. Rio de Janeiro, 1841, p. 98.

Regulamento de 30 de janeiro de 1844


Declara a maneira por que se deve reger a secretaria de governo.
Col. Leis, Dec. e Regul. da Prov. Rio de Janeiro, 1844, p. 152.

Regulamento de 27 de abril de 1844


Dado para a secretaria de governo.
Col. Leis, Dec. e Regul. da Prov. Rio de Janeiro, 1844, p. 184.

Órgão: secretaria da presidência

Data da alteração: 21 de junho de 1841 (regulamento)


Motivo: determinação legal
Alteração:
mudança na estrutura do órgão:
são criadas duas (2) Seções.

Fonte:
Regulamento de 21 de junho de 1841
Marca os deveres dos empregados da secretaria do governo
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1841, p. 98.

176 a província fluminense

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Órgão: 1ª seção da secretaria da presidência

Data da criação: 21 de junho de 1841 (regulamento)


Motivo: determinação legal
Data da extinção: 4 de fevereiro de 1859 (Lei nº 1.127 – reforma
de 1859)
Motivo: por fusão
Superior hierárquico: secretaria da Presidência
Estrutura:
1 Chefe Oficial
2 Amanuenses
2 Adidos
Competência:
- encarregada dos assuntos relativos ao Governo Geral,
Assembleia Provincial, Força Pública, Câmaras Municipais,
Administração, Arrecadação e Fiscalização das rendas públicas.

Fonte:
Regulamento de 21 de junho de 1841
Marca os deveres dos empregados da secretaria do governo.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1841, p. 98.

Órgão: 2ª seção da secretaria da presidência

Data da criação: 21 de junho de 1841 (regulamento)


Motivo: determinação legal
Data da extinção: 4 de fevereiro de 1859 (Lei nº 1.127 – reforma
de 1859)
Motivo: por fusão
Superior hierárquico: secretaria da Presidência
Estrutura:

órgãos e cargos da administração provincial 177

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 177 31/01/2012 15:10:10


1 Chefe Oficial
2 Amanuenses
2 Adidos
Competência:
- encarregada do que for relativo às presidências provinciais,
Administração da Justiça, Culto, Instrução e Obras Públicas.

Fonte:
Regulamento de 21 de junho de1841
Marca os deveres dos empregados da secretaria do governo.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1841, p. 98.

Órgão: secretaria da presidência

Data da alteração: 28 de novembro de 1855 (deliberação)


Motivo: determinação legal
Alteração:
mudança na estrutura do órgão:
é criada mais (1) uma seção (3a Seção)

Fonte:
Deliberação de 23 de novembro de 1855
Cria uma seção de Obras Públicas na secretaria da Presidência.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1855, p. 235.

Órgão: 3ª seção da secretaria da presidência

Data da criação: 28 de novembro de 1855 (deliberação)


Motivo: determinação legal
Data da extinção: 17 de abril de 1856 (deliberação)
Motivo: por incorporação

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Superior hierárquico: secretaria da Presidência
Estrutura:
1 Arquivista
1 Engenheiro
2 Empregados da Secretaria
1 Desenhista
Competência:
Todos os negócios relativos a Obras Públicas, Agricultura e Indústria:
- inventariar e guardar os mapas, planos e livros, memórias,
papéis e instrumentos pertencentes ao Arquivo das Obras
Públicas;
- propor ao presidente as escalas que devam servir de tipo
a todos os projetos e planos;
- formular as condições dos contratos sobre as bases aprovadas
pela presidência da Província;
- examinar os documentos das despesas das obras que forem
remetidos à secretaria e verificar as irregularidades que
contiverem;
- classificar os relatórios dos Chefes de Distrito,
confron­tando-os com os anteriores, verificando o andamento,
gastos já feitos e por fazer, para expor os relatórios ao Presidente
de Província;
- organizar um quadro sinóptico dos privilégios concedidos
aos estabelecimentos fabris da Província, classificando-os no
seu gênero, e declarando quais as fábricas que funcionam e
em que lugar;
- examinar todos os contratos existentes entre o Governo da
Província e qualquer empresário e verificar o cumprimento que
tem tido, às épocas em que devem ser satisfeitas no todo ou em
parte, as penas convencionais neles estabelecidas e, quando tem
lugar sua imposição, organizando de tudo uma tabela;
- reunir e coordenar as informações e dados que possam servir
à estatística dos ramos de serviço que correm pela seção,
propondo à Presidência a expedição das ordens necessárias para
obtê-las mais regulares e satisfatórias e formulando, para isto, os

órgãos e cargos da administração provincial 179

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convenientes modelos;
- inspecionar e dirigir as obras da capital e promover sua boa
execução;
Obs.: O Arquivo de Obras Públicas, anexado à secretaria da Pro-
víncia, será provisoriamente considerado como uma seção desta
secretaria enquanto não se executa a reforma autorizada pela Lei
Provincial nº 699, de 17 de outubro de 1854.

Fonte(s):
Deliberação de 28 de novembro de 1855
Cria uma seção de Obras Públicas da Secretaria do Governo.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1855, p. 235.

Deliberação de 17 de abril de 1856


Revoga a deliberação de 28 de novembro de 1856 que mandava
considerar o Arquivo das Obras Públicas como seção de secretaria
da Presidência.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1856, p. 192.

Órgão: secretaria da presidência

Data da alteração: 17 de abril de 1856 (deliberação)


Motivo: por incorporação
Alteração:
extinção da 3ª Seção, que é incorporada à 2ª Seção.

Fonte:
Deliberação de 17 de abril de 1856
Revoga a deliberação de 28 de novembro de 1856 que mandava
considerar o Arquivo das Obras Públicas como seção de secretaria
da Presidência.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1856, p. 192.

180 a província fluminense

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Órgão: secretaria da presidência

Data da alteração: 17 de abril de 1856 (deliberação)


Motivo: determinação legal
Alteração:
mudança na estrutura do órgão:
é criada uma nova 3º seção da Secretaria da Presidência

Fonte:
Deliberação de 17 de abril de 1856
Cria mais uma seção na Secretaria da Presidência, encarregada do
indicador geral e dos trabalhos de arquivo.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1856, p. 192.

Órgão: 3ª seção da secretaria da presidência

Data da criação: 17 de abril de 1856 (deliberação aprovada pelo


Decreto n ° 899, de 16 de outubro de 1856)
Motivo: determinação legal
Data da extinção: 4 de fevereiro de 1859 (Lei nº 1.127 – reforma
de 1859)
Motivo: por fusão
Superior hierárquico: secretaria da Presidência
Estrutura:
1 Chefe
1 1º Oficial e 1 2º Oficial
Competência:
- terá a seu encargo o indicador geral dos negócios que correm
por esta repartição e os trabalhos do Arquivo:
- inscrever todos os papéis que entrem na secretaria, suas datas
e as do recebimento, os números que lhe competirem pela
ordem deste, o seu objeto, o resumo do conteúdo, os nomes

órgãos e cargos da administração provincial 181

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dos signatários, o número dos anexos que o acompanharem,
as datas das respostas e decisões a que devem lugar, o número
destas e os nomes das autoridades ou pessoas a que forem
redigidos. Classificar este material por maço, prateleira e
armários, em tantos livros quanto necessários;
- inscrever todos os papéis recebidos, executando os reservados
aos que tiverem registro especial, e os que, por sua natureza,
não puderem originar correspondência;
- ter uma tabela dos serviços que devem ser executados em
períodos determinados, em virtude de leis, regulamento ou
ordens do Governo Imperial e daqueles que, pela mesma
forma, devam ser prestados por empregados ou repartições
subordinados à presidência para, à vista delas, lembrar com a
conveniente antecedência o cumprimento dos primeiros e
notar as faltas que devem a respeito dos últimos;
- continuar, depois de posta em dia pelas respectivas seções,
a matrícula dos magistrados, promotores, autoridades policiais,
engenheiros, comissários de obras, Oficiais da Guarda
Nacional, e de todos os funcionários gerais e provinciais,
qualquer que seja sua hierarquia;
- organizar os quadros demonstrativos da Divisão Civil,
Judiciária, Eclesiástica e Administrativa da Província, a
história dos negócios findos, resumida, mas com referência a
todos os documentos existentes, que serão citados
cronologicamente;
- a reunião metódica dos documentos que devam ser estudados
pelas outras seções, para servirem de base aos relatórios anuais
da Província;
- expedir todos os despachos, ordens, ofícios e qualquer outro
papel depois de feitas as necessárias notas e cumpridas todas as
formalidades e as disposições de leis relativas a direitos da
fazenda pública, e bem assim, a verificação de haverem chegado
ao seu destino, propondo medidas para este fim;
- guardar e classificar os papéis a serem arquivados, assim
como a Biblioteca da Secretaria, de que terá um inventário.

182 a província fluminense

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Fonte(s):
Deliberação de 17 de abril de 1856
Cria mais uma seção na secretaria da Presidência, encarregada do
indicador geral e dos trabalhos do arquivo.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1856, p. 192.

Decreto nº 899, de 16 de outubro de 1856


Aprova a deliberação presidencial de 17 de abril de 1856, que
criou mais uma seção na secretaria da Presidência.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1856, p. 68.

Órgão: secretaria da presidência da província

Data da alteração: 4 de fevereiro de 1859 (Lei nº 1.127 – reforma


de 1859)
Motivo: determinação legal
Alteração:
- mudança na estrutura do órgão, que passa a ser composto de:
1 oficial maior, 3 chefes de seção, 3 primeiros oficiais,
4 segundos oficiais, 4 amanuenses, 1 arquivista, 1 porteiro e 3
contínuos;
- extinção das competências das três seções até então existentes,
que são distribuídas pelas diretorias agora criadas;
- novas competências da secretaria:
a) inscrição e distribuição de toda a correspondência com o Presi-
dente de Província;
b) expedição de títulos, diplomas, deliberações, regulamentos,
ordens, resoluções e quaisquer outros atos do mesmo presidente;
c) o processo de todos os negócios que devam subir a despacho e
que não sejam dos cometidos às outras repartições;
d) a organização da estatística da Província.
Fonte:
Lei nº 1.127, 4 de fevereiro de 1859

órgãos e cargos da administração provincial 183

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Marca as repartições do que se compõe a administração pública
provincial.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1859, p. 65.

Órgão: secretaria da presidência

Data da alteração: 11 de agosto de 1876 (regulamenta a Delibera-


ção de 1º de agosto de 1876 – reforma de 1876)
Motivo: determinação legal
Alteração:
A secretaria passa a ser composta de quatro seções que recebem
competências determinadas.

Fonte:
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a administração pública provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Órgão: 1ª seção da secretaria da presidência

Data da criação: 11 de agosto de 1876 (regulamenta a Deliberação


de 1º de agosto de 1876 – reforma de 1876)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: secretaria da presidência da Província
Estrutura:
Oficial - Maior
Os empregados que o Secretário designar
Competência:
- organizar as sinopses e índices alfabéticos das leis e decretos
provinciais, das decisões presidenciais que estabelecerem

184 a província fluminense

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princípio ou precedente;
- inscrever e anotar os papéis que entrarem e saírem;
- distribuir os mesmos papéis às respectivas Seções, o
recebimento dos trabalhos por elas realizados e a apresentação
destes ao secretário;
- escriturar as despesas com o expediente, inclusive o do
Gabinete da Presidência, impressão de leis, relatórios e atos do
Governo, publicação destes e do expediente, o exame e
processo das respectivas contas;
- orçar as despesas necessárias para a organização do
orçamento da receita e despesa da Província;
- organizar os livros de contratos que tiverem de ser lavrados
na secretaria;
- os termos de juramento dos empregados e autoridades que
devem prestá-lo nas mãos do Presidente de Província ou do
secretário;
- a nota dos despachos que tiver de ser transcrita no livro da
porta;
- a coleção e classificação dos atos e despachos que tiverem de
ser publicadas na folha oficial;
- a matrícula dos empregados da secretaria;
- o Arquivo e Biblioteca da secretaria;
- o inventário dos utensílios e outros objetos da repartição.

Fonte(s):
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a administração pública provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Órgão: 2ª seção da secretaria da presidência

Data da criação: 11 de agosto de 1876 (regulamenta a Deliberação


de 1º de agosto de 1876 – reforma de 1876)

órgãos e cargos da administração provincial 185

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Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: secretaria da Presidência
Estrutura:
Chefe de Seção
Os empregados que o Presidente designar
Competência:
A 2ª Seção terá a seu cargo os trabalhos relativos:
- à Assembleia Legislativa Provincial;
- ao Comércio;
- à Agricultura;
- à Indústria;
- à Navegação;
- à Colonização;
- às terras públicas;
- aos Correios;
- aos Telégrafos;
- ao elemento servil;
- qualquer outro assunto da competência dos Ministros dos
Negócios da Fazenda, da Agricultura, Comércio e Obras
Públicas;
- regulamentos, instruções, deliberações e portarias
concernentes aos negócios cometidos às diretorias de Instrução,
da Fazenda Provincial e das Obras Públicas, dos atos de
nomeação, licença, jubilação, aposentadoria e demissão dos
empregados da Administração Pública Provincial.
Obs.: São trabalhos comuns da 2ª, 3ª e 4ª Seções:
- os regulamentos, instruções, deliberações, ofícios, portarias,
títulos e qualquer outro ato da presidência;
- as cópias ou extratos dos mesmos atos, para serem impressos
ou para outro fim;
- os registros dos títulos de nomeação, vitaliciedade, jubilação,
aposentadoria, reforma, licença, confirmação e outros assinados
pelo Presidente de Província ou que ele mandar cumprir;
- a matrícula das autoridades, empregados e qualquer funcioná-
rio nomeado pelo Presidente de Província ou a ele subordinado;

186 a província fluminense

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- a classificação, por ordem cronológica e conservação de minu-
tas de ofícios, portarias, informações e representações.

Fonte(s):
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a administração pública provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Órgão: 3ª seção da secretaria da presidência

Data da criação: 11 de agosto de 1876 (regulamenta a Deliberação


de 1º de agosto de 1876 – reforma de 1876)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: secretaria da Presidência
Estrutura:
Chefe de Seção
Os empregados que o Secretário designar
Competência:
A 3ª Seção terá a seu cargo os trabalhos relativos:
- à administração da justiça;
- à polícia;
- à força pública geral e provincial;
- às prisões;
- qualquer outro assunto de competência dos Ministros dos
Negócios da Justiça, da Marinha, da Guerra e Estrangeiros;
Provincial.
Obs.: São trabalhos comuns da 2ª, 3ª e 4ª Seções:
- os regulamentos, instruções, deliberações, ofícios, portarias,
títulos e qualquer outro ato da presidência;
- as cópias ou extratos dos mesmos atos, para serem impressos
ou para outro fim;
- os registros dos títulos de nomeação, vitaliciedade, jubilação,

órgãos e cargos da administração provincial 187

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apodentadoria, reforma, licença, confirmação e outros assina-
dos pelo Presidente de Província ou que ele mandar cumprir;
- a matrícula das autoridades, empregados e qualquer funcioná-
rio nomeado pelo Presidente de Província ou a ele subordina-
do;
- a classificação, por ordem cronológica e conservação de minu-
tas de ofícios, portarias, informações e representações.

Fonte(s):
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a administração pública provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Órgão: 4ª seção da secretaria da presidência

Data da criação: 11 de agosto de 1876 (regulamenta a Deliberação


de 1º de agosto de 1876 – reforma de 1876)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: secretaria da Presidência
Estrutura:
Chefe de Seção
Os empregados que o Secretário designar
Competência:
A 4ª Seção terá a seu cargo os trabalhos relativos:
- às Câmaras Municipais;
- às Eleições;
- à Higiene e Saúde Pública;
- aos Negócios Eclesiásticos e Culto, Católico ou não;
- às Ordens Terceiras, Confrarias e Irmandades;
- aos Socorros Públicos;
- aos Limites e Divisão Civil;
- à Estatística e Registro Civil;

188 a província fluminense

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- qualquer outro assunto de competência dos Ministros dos
Negócios do Império.
Obs.: São trabalhos comuns da 2ª, 3ª e 4ª Seções:
- os regulamentos, instruções, deliberações, ofícios, portarias,
títulos e qualquer outro ato da presidência;
- as cópias ou extratos dos mesmos atos, para serem impressos
ou para outro fim;
- os registros dos títulos de nomeação, vitaliciedade, jubilação,
aposentadoria, reforma, licença, confirmação e outros assinados
pelo Presidente de Província ou que ele mandar cumprir;
- a matrícula das autoridades, empregados e qualquer funcioná-
rio nomeado pelo Presidente de Província ou a ele subordina-
do;
- a classificação, por ordem cronológica e conservação de minu-
tas de ofícios, portarias, informações e representações.

Fonte(s):
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a administração pública provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Órgão: 2ª seção da secretaria da presidência

Data da alteração: 6 de março de 1888 (Regulamento de 6 de


março de 1888)
Motivo: determinação legal
Alteração:
mudança da estrutura da 2ª Seção;
criação da Inspetoria Provincial de Imigração.

Fonte:
Deliberação de 6 de março de 1888

órgãos e cargos da administração provincial 189

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Dá regulamento para adiantamento e indenização de passagens de
imigrantes, trabalhadores nacionais, engenhos centrais e núcleos
agrícolas.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, v. 2, p. 40.

Órgão: arquivo estatístico

Data da criação: 25 de junho de 1850 (deliberação – aprovada pelo


Decreto nº 561, de 6 de outubro de 1851)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Presidente de Província
Estrutura:
Repartição Central:
1 Encarregado da estatística (Diretor)
1 Amanuense
Comissários Municipais e Paroquiais (Municípios, Freguesia e
Outros)
Subcomissários (Distritos)
Competência:
- guardar, analisar e publicar documentos concernentes à Pro-
víncia;
- recensear a população e demonstrar o seu movimento.

Fonte(s):
Deliberação de 25 de junho de 1850
Cria nesta capital um Arquivo Estatístico, sob a direção do cidadão
Ângelo Thomaz do Amaral.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1850, p. 157.

Decreto nº 561, de 6 de outubro de 1851


Aprova a deliberação presidencial, que criou o Arquivo Estatístico.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1851, p. 52.

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Regulamento de 30 de março de 1852
Regula o Arquivo Estatístico Provincial.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1852, p. 181.

Órgão: arquivo estatístico

Data da alteração: 17 de abril de 1856 (deliberação)


Motivo: determinação legal
Alteração:
mudança do superior hierárquico;
o Arquivo passa a estar subordinado à 3ª Seção da Secretaria da
Presidência.

Fonte(s):
Deliberação de 17 de abril de 1856
Cria mais uma seção na Secretaria da Presidência, encarregada do
indicador geral e dos trabalhos do arquivo.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1856, p. 40.

Decreto nº 899, de 16 de outubro de 1856


Aprova a deliberação presidencial de 17 de abril de 1856, que
criou mais uma seção na secretaria da Presidência.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1856, p. 68.

Órgão: arquivo estatístico

Data da alteração: 4 de fevereiro de 1859 (Lei nº 1.127 –


reforma administrativa)
Motivo: determinação legal
Alteração:
Superior hierárquico;

órgãos e cargos da administração provincial 191

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O Arquivo deixa de estar subordinado à 3ª Seção da Secretaria da
Presidência, passando a ficar, então, subordinado diretamente à
mesma secretaria.

Fonte:
Lei nº 1.127, de 4 de fevereiro de 1859
Marca as repartições de que se compõe a administração pública
provincial.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1859, p. 65.

Órgão: arquivo estatístico

Data da alteração: 1° de agosto de 1876 (reforma administrativa)


Motivo: determinação legal
Alteração:
Mudança no superior hierárquico.
O Arquivo deixa de estar subordinado à Seção da Secretaria da
Presidência e passa a ficar subordinado à 4ª Seção da mesma secre-
taria.

Fonte:
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a administração pública provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Órgão: instituto vacínico

Data da criação: 23 de setembro de 1844 (deliberação)


Motivo: determinação legal
Data da extinção: 24 de março de 1890 (deliberação)

192 a província fluminense

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Motivo: por incorporação
Superior hierárquico: Presidente de Província
Antecessor: Cirurgião Vacinador
Sucessor: Inspetor de Higiene
Estrutura:
1 Diretor (Vacinador da Capital da Província)
1 Secretário (um dos empregados da Câmara Municipal)
Todos os vacinadores dos diversos municípios
Competência:
- realizar a vacinação pública.

Fonte:
Deliberação de 23 de setembro de 1844
Cria na província um Instituto Vacínico.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1844, p. 222.

Deliberação de 24 de março de 1890


Declara extinto o Instituto Vacínico.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1890, p. 294.

Órgão: instituto vacínico

Data da alteração: 1º de agosto de 1876 (deliberação – reforma


administrativa)
Motivo: determinação legal
Alteração:
O Instituto Vacínico deixa de estar subordinado ao Presidente de
Província e passa a ficar subordinado à 4ª Seção da Secretaria da
Presidência.
Superior hierárquico:
4ª Seção da Secretaria da Presidência

órgãos e cargos da administração provincial 193

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Fonte:
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a administração pública provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Órgão: comissão central diretora da colonização

Data da criação: 20 de junho de 1844 (deliberação – em atendi-


mento à Lei nº 226, de 30 de maio de 1840)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Presidente de Província
Estrutura:
1 Presidente
1 Tesoureiro
1 Secretário
Competência:
- propor ao presidente tudo que julgar conveniente à
colonização;
- zelar pela prosperidade das Colônias;
- zelar pelos interesses dos colonos e o da Fazenda Pública.

Fonte(s):
Deliberação de 20 de junho de 1844
Cria uma Comissão Central Diretora da Colonização.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. do Rio de Janeiro, 1844, p. 204.

Lei nº 226, de 30 de maio de 1840


Autoriza o governo a contratar empresários ou companhias e
estabelecimento de colônias agrícolas ou industriais, e a despender
anualmente até a quantia de 60 contos de réis, por cinco anos, e a
emitir apólices à proporção que for despendendo.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. do Rio de Janeiro, 1840, p. 138.

194 a província fluminense

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Órgão: comissão central diretora da colonização

Data da alteração: 1° de agosto de 1876 (deliberação - reforma


administrativa pública provincial)
Motivo: determinação legal
Alteração:
A Comissão deixa de ser subordinada ao Presidente de Província e
passa a estar subordinada à 2ª Seção da Secretaria da Presidência.
Superior hierárquico:
2ª Seção da Secretaria da Presidência

Fonte:
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a administração pública provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Órgão: inspetoria provincial de imigração

Data da criação: 6 de março de 1888 (Regulamento de 6 de março


de 1888)
Motivo: determinação legal
Data da extinção: 30 de setembro de 1889 (deliberação)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: 2º Seção da Secretaria da Presidência
Sucessor: Presidente de Estado
Estrutura:
1 Inspetor
1 Auxiliar Intérprete
2 Ajudantes
1 Contínuo (Porteiro)

órgãos e cargos da administração provincial 195

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Competência:
- promover, dirigir e fiscalizar o Serviço da Imigração na Pro-
víncia.

Fonte(s):
Deliberação de 6 de março de 1888
Dá regulamento para adiantamento e indenização de passagens de
imigrantes, trabalhadores nacionais, engenhos centrais e núcleos
agrícolas.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1888, v. 2, p. 562.

Deliberação de 30 de setembro de 1889


Suspende os serviços a cargo da Inspetoria de Imigração, exoneran-
do os respectivos empregados.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1889, p. 168.

Órgão: esquadra de pedestres

Data da criação: 7 de maio de 1836 (Lei nº 38 – regulamentada


em 5 de julho de 1836)
Motivo: determinação legal
Data da extinção: 4 de dezembro de 1837 (Lei nº 94 – autorizada
sua recriação em 13 de setembro de 1851, Lei nº 553)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Chefe de Polícia da Comarca (pelo Código
do Processo Criminal de 1832, o Chefe de Polícia da Comarca é
um juiz de direito)
Estrutura:
1 Cabo
15 a 20 Soldados
Competência:
- prisão de criminosos;
- captura de escravos fugidos ou em flagrante contravenção das

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posturas das comarcas municipais;
- destruição de quilombos;
- condução de ofício das autoridades policiais.

Fonte(s):
Lei nº 38, de 7 de maio de 1836
Cria em todas as comarcas uma Esquadra de Pedestres.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1835-37, p. 175.

Regulamento de 5 de julho de 1836


Para a Esquadra de Pedestres.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1836-37, p. 283.

Lei nº 94, de 4 de dezembro de 1837


Revoga a Lei nº 38, que criou a Esquadra de Pedestres.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1835-37, p. 367.

Lei nº 553, de 13 de setembro de 1851


Fixa a força policial para o ano de 1852 e cria uma Esquadra de
Pedestres.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1851, p. 26.

Lei nº 597, de 6 de setembro de 1852


Fixa a força policial para o ano de 1853, e autoriza a elevação da
força de pedestres ao número indispensável.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1852, p. 13.

Órgão: guarda policial da província


do rio de janeiro

Data da criação: 14 de abril de 1835 (Lei nº 16 – regulamentada


em 18 de maio de 1835)
Motivo: determinação legal

órgãos e cargos da administração provincial 197

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Superior hierárquico: Presidente de Província
Sucessor: Força Pública Provincial
Estrutura:
Estado Maior
2 Companhias de Infantaria
1 Companhia de Cavalaria
Obs.: Esta estrutura pode mudar, de acordo com as diferentes leis
que anualmente fixam a Força Pública da Província.
Competência:
- manter a ordem pública

Fonte(s):
Lei nº 38, de 14 de abril de 1835
Cria na capital da Província uma Força Policial.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1835-37, p. 39.

Regulamento de 18 de maio de 1835


Regulamenta a organização, disciplina, e economia do corpo da
Guarda Policial.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1835-37, p. 101.

Órgão: guarda municipal


(guarda policial da província)

Data da criação: 7 de dezembro de 1874 (Lei nº 2.071 – regula-


mentada em 14 de janeiro de 1875)
Motivo: determinação legal
Data da extinção: 23 de outubro de 1878 (Lei nº 2.327)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Presidente de Província
Obs.: Nos municípios a que forem distribuídos quinze ou mais
Guardas Municipais, o Chefe de Polícia nomeará um para coman-
dante, o qual terá a graduação de 1º Sargento, quando, porém,

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o número de praças for menor que quinze e maior que oito, o
comandante será 2º Sargento.
Competência:
- as rondas ou patrulhas em todas as ruas, praças, travessas, es-
tradas, lugares públicos ou particulares que se tomarem suspei-
tos, guardando-se as disposições da lei em vigor;
- colher e verificar os indícios de qualquer crime, dando
imediatamente parte, por escrito ou verbal, quando o caso for
urgente, à autoridade;
- acompanhar e pesquisar as pessoas suspeitas ou que se toma-
rem tais, de modo que estejam sempre sob vigilância;
- prender os criminosos de delitos inafiançáveis ou pronuncia-
dos não afiançados e os condenados que não tiverem cumprido
sentença;
- prender a quem for encontrado cometendo algum delito ou
perseguido pelo clamor público, conduzindo-o à presença da
autoridade mais próxima, acompanhado das testemunhas que
tiverem presenciado o fato;
- deter e examinar as pessoas que forem encontradas com armas
ou com indícios de terem praticado ou pretenderem praticar
algum crime, apresentando-as à autoridade policial;
- dar todas as informações que souberem sobre quaisquer fatos
criminosos às autoridades policias;
- prestar socorros a qualquer indivíduo que estiver ferido ou for
atacado de moléstia e pôr em guarda os cadáveres que forem
encontrados nas praias, ruas, campos, caminhos, etc., dando
logo parte circunstanciada à autoridade policial do lugar;
- impedir o contrabando e apreender as mercadorias que forem
encontradas desviadas;
- prestar auxílio às autoridades que o reclamarem e aos particu-
lares que, com justo motivo, o pedirem;
- capturar desertores de quaisquer corpos e os escravos feridos
ou aquilombados;
- obstar pela persuasão e conselhos que se alimentem rixas ou
fatos que possam alterar a tranquilidade pública;

órgãos e cargos da administração provincial 199

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- fazer guarda às cadeias os presos que lhes forem legalmente
confiados, escoltando-os, quando for necessário, até qualquer
ponto do município e para esta capital.

Fonte(s):
Lei nº 2.071, de 7 de dezembro de 1874
Fixa a força do Corpo Policial para o ano de 1875.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1874, p. 146.

Regulamento de 14 de janeiro de 1875


Regulamento para a Guarda Municipal.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1875, p. 21.

Lei nº 2,327, de 22 de outubro de 1878


Fixa a Força Policial da Província para o ano de 1879.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1878, p. 161.

Órgão: guarda policial da província

Data da alteração: 11 de agosto de 1876 (reforma de 1876)


Motivo: determinação legal
Alteração:
mudança do nome da Guarda Policial da Província para Força
Pública Provincial;
a Força Policial passa a ser subordinada à 3ª Seção da Secretaria da
Presidência.

Fonte:
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a administração pública provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

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Órgão/Cargo: chefe de polícia

Data da criação: 3 de dezembro de 1841 (Lei nº 261 – Regula-


mento de 31 de janeiro de 1842 - Imperial)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Ministro da Justiça / Presidente de Província
Competência:
- tomar conhecimento das pessoas que, de novo, vierem habitar
no seu distrito, sendo desconhecidas ou suspeitas e conceder
passaportes às pessoas que o requererem;
- obrigar a assinar termo de bem viver aos vadios, mendigos,
bêbados por hábito, prostitutas que perturbam o sossego pú-
blico; e os turbulentos que, por palavras ou ações, ofendem os
bons costumes, a tranquilidade pública e a paz das famílias;
- obrigar a assinar termo de segurança aos legalmente suspeitos
da pretensão de cometer algum crime, podendo impor penas
de: multas até 30$000 réis, prisão até 30 dias e 3 meses de casa
de correção ou oficinas públicas, estendendo a pena ao compre-
endido no parágrafo anterior;
- proceder auto de corpo delito;
- prender os culpados no seu ou em qualquer outro Juízo;
- julgar as contravenções às Posturas das Câmaras Municipais,
e os crimes, a que não esteja imposta pena maior que multa até
100$000, prisão degredo ou desterro até 6 meses, com multa
correspondente à metade desse tempo, ou sem ela, e 3 meses de
Casa de Correção, ou Oficinas Públicas, onde as houver;
- exercer as atribuições que dizem respeito às sociedades secretas
e ajuntamentos ilícitos que competiam aos Juízes de Paz;
- vigiar e providenciar nas formas das leis, sobretudo que
pertencer à prevenção dos delitos e manutenção da segurança e
tranquilidade pública;
- examinar se as Câmaras Municipais têm providenciado sobre
os objetos de polícia, que por lei se achem a seu cargo, repre-

órgãos e cargos da administração provincial 201

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sentando-lhes com civilidade sobre as medidas que entenderem
conveniente, para que se convertam em posturas;
- inspecionar os teatros e espetáculos públicos, fiscalizando a
execução dos seus respectivos regulamentos e podendo delegar
essa inspeção, no caso de impossibilidade de exercer, por si
mesmos, na forma do respectivo regulamento, as autoridades
judiciárias ou administrativas dos lugares;
- inspecionar, na forma dos regulamentos, as prisões da Provín-
cia;
- conceder mandado de busca, na forma da lei;
- remeter, quando julgarem conveniente, todos os dados, provas
e esclarecimentos que houverem obtido sobre um delito, com
uma exposição do caso e de suas circunstâncias, aos juízes com-
petentes, a fim de formarem a culpa;
- velar para que seus delegados, subdelegados, e subalternos
cumpram os seus regimentos e desempenhem os seus deveres,
no que toca à Polícia;
- dar-lhes as instruções que forem necessárias para melhor de-
sempenho das atribuições policiais que lhes forem incumbidas;
- organizar a estatística criminal da Província;
- organizar, por meio de seus delegados, subdelegados, Juízes de
Paz e párocos o arrolamento da população de Província;
- fazer ao Ministro da Justiça e ao Presidente da Província par-
ticipações que compreenderão todas as observações relativas ao
Estado em tudo que pertence a Polícia;
- nomear carcereiros e demiti-los quando não mereçam con-
fiança.
Obs.: Os artigos 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, e 6º eram atribuições conferidas
aos Juízes de Paz, anteriormente à Lei nº 261, de 3 de dezembro de
1841.

Fonte(s):
Lei nº 261, de 3 de dezembro de 1841
Reforma o Código do Processo Criminal.
Col. Leis do Império do Brasil, 1841, Tomo IV, Parte I, p. 75.

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Regulamento nº 120, de 31 de janeiro de 1842
Regula a execução da parte policial e criminal da Lei nº 261, de 3
de dezembro de 1841.
Col. Leis do Império do Brasil, 1842, p. 31.

Órgão/Cargo: delegados de polícia

Data da criação: 3 de dezembro de 1841 (Lei nº 261 – Regula-


mento de 31 de janeiro de 1842 – Lei nº 120)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Chefe de Polícia
Competência:
- as atribuições compreendidas nos §§ 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º, 8º,
9º, 10º, 11º, 12º, 13º, 14º, e 15º do art. 58 do regulamento de 31
de janeiro de 1843 (Ver atribuições do Chefe de Polícia);
- nomear os Escrivães dos Subdelegados e os Inspetores de Quartei-
rão sobre proposta dos mesmos subdelegados;
- as atribuições policiais que pertenciam aos Juízes de Paz até a
data da lei de 3 de dezembro de 1841 (ver atribuições dos Juízes de
Paz – Código do Processo Criminal, de 29 de dezembro de 1832).

Fonte(s):
Lei nº 261, de 3 de dezembro de 1841
Reforma o Código do Processo Criminal.
Col. Leis do Império do Brasil, 1841, Tomo IV, Parte I, p. 75.

Regulamento nº 120, de 31 de janeiro de 1842


Regula a execução da parte policial e criminal da Lei nº 261, de 3
de dezembro de 1841.
Col. Leis do Império do Brasil, 1842, p. 31.

órgãos e cargos da administração provincial 203

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Órgão/Cargo: subdelegados de polícia

Data da criação: 3 de dezembro de 1841 (Lei nº 261 – Regula-


mento de 31 de janeiro de 1842 – Lei n° 120)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Delegado de Polícia
Competência:
- as atribuições compreendidas nos §§ 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º,
7º, 8º, 9º, 10º, 11º e 12º do art. 58 do regulamento de 31 de
janeiro de 1842 (ver atribuições do Chefe de Polícia);
- propor aos Delegados os cidadãos que deverão ser nomeados
seus Escrivães e Inspetores de Quarteirão;
- as atribuições policiais que pertenciam aos Juízes de Paz até
a data da Lei de 3 de dezembro de 1841 (ver atribuições dos
Juízes de Paz - Código do Processo Criminal, de 29 de dezem-
bro de 1832).

Fonte(s):
Lei nº 261, de 3 de dezembro de 1841
Reforma o Código do Processo Criminal.
Col. Leis do Império do Brasil, 1841, Tomo IV, Parte I, p. 75.

Regulamento nº 120, de 31 de janeiro de 1842


Regula a execução da parte policial e criminal da Lei nº 261, de 3
de dezembro de 1841.
Col. Leis do Império do Brasil, 1842, p. 31.

Órgão/Cargo: inspetor de quarteirão

Data da criação: 29 de novembro de 1832 (Lei do Código de


Processo Criminal)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Subdelegados de Polícia

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Competência:
- vigiar sobre a prevenção dos crimes, admoestando aos com-
preendidos no art. 12, § 2º do Código do Processo, para que se
corrijam; e quando não o façam, dar disso parte circunstancia-
da aos subdelegados, ou aos Juízes de Paz respectivos;
- fazer prender os criminosos em flagrante delito, os pronuncia-
dos não afiançados e os condenados à prisão;
- observar e guardar as ordens e instruções que lhes forem dadas
pelos subdelegados e Juízes de Paz para o bom desempenho
destas suas obrigações.
Obs.: O art. 12, § 2º do Código do Processo refere-se a:
obrigar a assinar o termo de bem viver aos vadios, mendigos, bêba-
dos por hábito, prostitutas que perturbam o sossego público, aos
turbulentos que, por palavras ou ações, ofendem os bons costu-
mes, a tranquilidade pública e a paz das famílias.

Fonte(s):
Lei nº 261, de 3 de dezembro de 1841.
Reforma o Código do Processo Criminal.
Col. Leis do Império do Brasil, 1841, Tomo IV, Parte I, p. 75.

Regulamento nº 120, de 31 de janeiro de 1842.


Regula a execução da parte policial e criminal da Lei nº 261, de 3
de dezembro de 1841.
Col. Leis do Império do Brasil, 1842, p. 31.

Lei de 29 de novembro de 1832


Promulga o código do processo criminal de primeira instância com
disposição provisória acerca da administração da justiça civil.
Col. Leis do Império do Brasil, 1832, Parte I, p. 186.

Órgão: secretaria da polícia da província


do rio de janeiro

órgãos e cargos da administração provincial 205

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Data da criação: 17 de setembro de 1853 (regulamento)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Presidente de Província
Estrutura:
Chefe de Polícia
2 Amanuenses (criados pelo art. 8º, lei de 3 de dezembro de1841 e
art. 13 do regulamento de 31 de janeiro de 1842)
Escriturários, tantos quantos forem pagos pelo Cofre Provincial
1 Arquivista
1 Porteiro
2 Contínuos e todos aqueles que se habilitem para os cargos vagos
Competência:
- expedição e escrituração dos negócios da Polícia.
Obs.: Regulamento expedido de acordo com recomendação do art.
14, do regulamento nº 120, de 31 de janeiro de 1842, que regula
a execução da parte policial e criminal da reforma do Código do
Processo Criminal.

Fonte(s):
Regulamento de 17 de setembro de 1853
Regulamenta a Secretaria da Policia da Província do Rio de Janeiro.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1853, p. 261.

Órgão/Cargo: chefe de polícia

Data da alteração: 11 de agosto de 1876 (reforma de 1876)


Motivo: determinação legal
Alteração:
a 3ª Seção da Secretaria da Presidência terá a seu cargo os trabalhos
relativos à Polícia;
O Superior Hierárquico passa a ser a 3ª Seção da Secretaria da
Presidência.

206 a província fluminense

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Fonte:
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a administração pública provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Órgão/Cargo: delegados de polícia

Data da alteração: 11 de agosto de 1876 (reforma de 1876)


Motivo: determinação legal
Alteração:
a 3ª Seção da Secretaria da Presidência terá a seu cargo os trabalhos
relativos à Polícia.

Fonte:
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a administração pública provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Órgão/Cargo: subdelegados de polícia

Data da alteração: 11 de agosto de 1876 (reforma de 1876)


Motivo: determinação legal
Alteração:
a 3ª Seção da Secretaria da Presidência terá a seu cargo os trabalhos
relativos à Polícia.

Fonte:
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a administração pública provincial e manda observar o

órgãos e cargos da administração provincial 207

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regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Órgão/Cargo: inspetor de quarteirão

Data da alteração: 11 de agosto de 1876 (reforma de 1876)


Motivo: determinação legal
Alteração:
A 3ª Seção da Secretaria da Presidência terá a seu cargo os traba-
lhos relativos à Polícia.

Fonte:
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a administração pública provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Órgão: casa de detenção de niterói

Data da criação: (regulamentada em 4 de dezembro de 1847)


Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Chefe de Polícia / Presidente de Província
Estrutura:
Nomeado pelo Presidente de Província
1 Administrador
Nomeado pelo Chefe de Polícia
1 Chaveiro
1 Escrivão
Competência:
- destinada aos sentenciados às galés, em comprimento de sen-
tença; para os custodiados, durante somente o tempo necessário

208 a província fluminense

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para averiguações das autoridades; e para os escravos fugidos.

Fonte(s):
Regulamento de 4 de dezembro de 1847
Para a Casa de Detenção de Niterói.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1853, p. 261.

Órgão: casa de detenção de niterói

Data da alteração: 11 de agosto de 1876 (regulamenta a Delibera-


ção de 1º de agosto de 1876 - reforma de 1876)
Motivo: determinação legal
Alteração:
Mudança do Superior Hierárquico (da parte do Presidente de
Província). O órgão fica subordinado à 3ª Seção da Secretaria da
Presidência;

Fonte:
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a administração pública provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Órgão: penitenciária de niterói

Data da criação: 23 de novembro de 1874 (Decreto nº 2.050 -


Criação) 6 de fevereiro de 1885 (deliberação – instalação)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Chefe de Polícia
Estrutura:
1 Administrador (acumulando as funções de médico)

órgãos e cargos da administração provincial 209

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1 Escrivão
1 Amanuense
1 Guarda Mandante
6 Guardas
1 Capelão
Competência:
- Decretos Gerais nº 678, de 6 de julho de 1850 e 8.386, de 14
de janeiro de 1882 que deram regulamento a Casa de Correção
da Corte.
Obs.: A Deliberação de 6 de fevereiro de 1885 manda instalar no
bairro do Fonseca, Niterói.

Fonte(s):
Col. Leis, Dec, Atos e Decisões do Gov. Rio de Janeiro, 1886,
p. 389.

Col. Leis, Dec, Atos e Decisões do Prov. Rio de Janeiro, 1875,


p. 98 e 99.

Órgão: tesouraria da província do rio de janeiro

Data da criação: 4 de outubro 1831 (Lei do Império)


Motivo: determinação legal
Data da extinção: 20 de novembro de 1850 (Decreto nº 736, do
Império)
Motivo: cisão total
Superior hierárquico: Tribunal do Tesouro Nacional
Estrutura:
Inspetor da Fazenda da Província (Chefe da Tesouraria)
Contadoria
Tesouraria
Secretaria

210 a província fluminense

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Competência:
- a Tesouraria da Província terá sob seus serviços:
- a Administração, arrecadação, distribuição, contabilidade e
fiscalização de todas as rendas públicas da Província.

Fonte(s):
Lei de 4 de outubro de 1831
Dá Organização ao Tesouro Público Nacional e às Tesourarias das
Províncias.
Col. Leis do Império do Brasil, 1831. Parte I, p.103.

Decreto n° 736, de 20 de novembro de 1850


Reforma do Tesouro Público Nacional e as Tesourarias das Provín-
cias.
Col. Leis do Império do Brasil, 1850, p. 208.

Órgão: contadoria (da tesouraria da província


do rio de janeiro)

Data da criação: 4 de outubro de 1831 (Lei do Império)


Motivo: determinação legal
Data da extinção: 20 de novembro de 1850 (Decreto nº 736, do
Império)
Motivo: cisão total
Superior hierárquico: Tesouraria da Província
Estrutura:
1 Contador (Chefe da Contadoria)
subalternos
Obs.: O texto da lei não especifica com clareza quem são os subal-
ternos do Contador (art. 83).
Competência:
- a Contadoria, órgão da Tesouraria da Província, terá a seu
cargo:

órgãos e cargos da administração provincial 211

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- o trabalho da escrituração e contabilidade das rendas públicas
da Província;
- as folhas particulares do assentamento de todos os ordena-
dos, - pensões e tenças que se hajam de pagar pelos cofres das
Tesourarias da Província;
- o assentamento de todos os próprios nacionais da Província;
- o balanço da receita e despesa da Província.

Fonte(s):
Lei de 4 de outubro de 1831
Dá Organização ao Tesouro Público Nacional e às Tesourarias das
Províncias.
Col. Leis do Império do Brasil, 1831. Parte I, p. 103.

Decreto nº 736, de 20 de novembro de 1850


Reforma do Tesouro Público Nacional e as Tesourarias das
Províncias.
Col. Leis do Império do Brasil, 1850, p. 208.

Órgão: tesouraria (da tesouraria da província


do rio de janeiro)

Data da criação: 4 de outubro de 1831 (Lei do Império)


Motivo: determinação legal
Data da extinção: 20 de novembro de 1850 (Decreto nº 736, do
Império)
Motivo: cisão total
Superior hierárquico: Tesouraria da Província
Estrutura:
Tesoureiro (será, no Rio de Janeiro, o Tesoureiro Geral do Tesouro
Público Nacional)
2 Fiéis do Tesoureiro
Obs.: O texto da lei não especifica com clareza quem são os subal-

212 a província fluminense

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ternos do Tesoureiro (art. 83).
Competência:
a Tesouraria, órgão da Tesouraria da Província, terá a seu cargo:
receber, guardar e distribuir todas as rendas públicas que forem
arrecadadas nas Províncias.

Fonte(s):
Lei de 4 de outubro de 1831
Dá Organização ao Tesouro Público Nacional e às Tesourarias das
Províncias.
Col. Leis do Império do Brasil, 1831. Parte I, p.103.

Decreto nº 736, de 20 de novembro de 1850


Reforma do Tesouro Público Nacional e as Tesourarias das Províncias.
Col. Leis do Império do Brasil, 1850, p. 208.

Órgão: secretaria (da tesouraria da província


do rio de janeiro)

Data da criação: 4 de outubro de 1831 (Lei do Império)


Motivo: determinação legal
Data da extinção: 20 de novembro de 1850 (Decreto nº 736, do
Império)
Motivo: cisão total
Superior hierárquico: Tesouraria da Província
Estrutura:
1 Oficial Maior
2 Oficiais
2 Amanuenses
Obs.: O texto da lei não especifica com clareza a estrutura da Se-
cretaria da Tesouraria da Província (arts. 74 a 76 e 83).
Competência:
- a Secretaria, órgão da Tesouraria da Província, terá a seu cargo:

órgãos e cargos da administração provincial 213

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- expedir resoluções e ordens da Tesouraria;
- expedir títulos ou diplomas dos empregadores de Fazenda da
Província.

Fonte(s):
Lei de 4 de outubro de 1831
Dá Organização ao Tesouro Público Nacional e as Tesourarias das
Províncias.
Col. Leis do Império do Brasil, 1831. Parte I, p. 103.

Decreto nº 736, de 20 de novembro de 1850


Reforma do Tesouro Público Nacional e as Tesourarias das Provín-
cias.
Col. Leis do Império do Brasil, 1850, p. 208.

Órgão: registros

Data da criação: 6 de maio de 1836 (Lei nº 33 – Regulamentada


em 26 de maio de 1836)
Motivo: determinação legal
Data da extinção: 28 de maio de 1890 (Decreto nº 86)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Presidente de Província e Tesouraria da
Província
Estrutura:
1 Administrador
1 Escrivão
Competência:
- verificação das guias que acompanham gêneros sujeitos ao
imposto do dízimo.

Fonte(s):
Lei nº 33, de 6 de maio de 1836

214 a província fluminense

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 214 31/01/2012 15:10:12


Cria Coletorias encarregadas de fiscalizar e arrecadar a parte do
dízimo, aplicada às despesas provinciais.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1835-37, p. 129.

Regulamento de 26 de maio de 1836


Cria registros para verificações das guias, que acompanham gêne-
ros sujeitos a dízimo.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1835-37, p. 268.

Decreto nº 86, de 28 de maio de 1890


Extingue os registros de Café.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1890, p. 104.

Órgão: coletorias

Data da criação: 6 de maio de 1836 (Lei nº 33 – regulamentada


em 26 de maio de 1836)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Presidente de Província e Tesouraria da
Província
Estrutura:
1 Escrivão
1 Tesoureiro
Competência:
- fiscalizar e arrecadar a parte do dízimo em todos os portos da
Província.

Fonte(s):
Lei nº 33, de 6 de maio de 1836
Cria Coletorias encarregadas de fiscalizar e arrecadar a parte do
dízimo, aplicada às despesas províncias.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1835-37, p. 129.

órgãos e cargos da administração provincial 215

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 215 31/01/2012 15:10:12


Regulamento de 26 de maio de 1836
Cria registros para verificações das guias, que acompanham gêne-
ros sujeitos a dízimo.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1835-37, p. 272.

Regulamento de 31 de maio de 1836


Dispõe sobre a administração, arrecadação, distribuição, contabili-
dade e fiscalização das rendas da Província.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1835-37, p. 281.

Órgão: mesa provincial

Data da criação: 7 de março de 1838 (regulamentada em 22 de


dezembro de 1838)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Presidente de Província e Tesouraria da
Província
Estrutura:
1 Administrador
1 Escrivão
1 Tesoureiro
1 Escriturário
1 Amanuense
1 Porteiro
6 Guardas
1 Correio
2 Conferentes
Obs.: Pelo Regulamento de 1º de julho de 1850, são excluídos da
Mesa Provincial os seis Guardas e um Conferente (Cf. DOC. 53).
Competência:
- fiscalizar e arrecadar a parte do dízimo aplicada às despesas da
Província;
- de acordo com o art. 36 do regulamento de 22 de dezembro

216 a província fluminense

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de 1838, a Mesa arrecadará:
- dízimos dos gêneros de produção da Província;
- impostos sobre a aguardente de consumo;
- multas por infração do presente regulamento;
- emolumentos de certidões passadas pela Mesa.

Fonte(s):
Deliberação de 7 de março de 1838
Cria a Mesa Provincial do Consulado da Corte.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1838-39, p. 131.

Regulamento de 22 de dezembro de 1838


Organiza a Mesa Provincial do Consulado da Corte.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1838-39, p. 105.

Deliberação de 1º de julho 1850


Altera o regulamento de 22 de dezembro de 1838 para a Mesa
Provincial estabelecida na Corte, quanto ao pessoal e o modo de
verificação das guias de Café.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1850, p. 159.

Órgão: mesa provincial

Data da alteração: 26 de outubro de 1842 (deliberação)


Motivo: determinação legal
Alteração:
Segundo o art. 3º da deliberação de 26 de outubro de 1842 a Mesa
de Rendas fica imediatamente subordinada ao Inspetor da Admi-
nistração da Fazenda da Província.

Fonte:
Regulamento de 26 de outubro de 1842
Harmoniza os Regulamentos de 22 de dezembro de 1838 para a

órgãos e cargos da administração provincial 217

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Mesa Provincial do Consulado da Corte com o de 20 de maio de
1842, que criou a Administração de Fazenda Provincial.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1842, p. 131.

Deliberação de 26 de janeiro de 1885


Dá regulamento à Mesa Provincial estabelecida da Corte.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1885, p. 256.

Órgão: registros

Data da alteração: 20 de maio de 1842 (regulamento)


Motivo: determinação legal
Alteração:
Segundo o art. 8º, § 4 e art. 26 do regulamento de 20 de maio de
1842 as Estações de Fazenda ficam subordinadas à Administração
da Fazenda da Província do Rio de Janeiro.

Fonte:
Regulamento de 20 de maio de 1842
Cria a Administração da Fazenda da Província do Rio de Janeiro.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1842, p. 103.

Órgão: coletorias

Data da alteração: 20 de maio de 1842 (regulamento)


Motivo: determinação legal
Alteração:
Segundo o art. 8º, § 4 e art. 26 do Regulamento de 20 de maio de
1842 as Estações de Fazenda ficam subordinadas à Administração
da Fazenda da Província do Rio de Janeiro.

218 a província fluminense

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Fonte:
Regulamento de 20 de maio de 1842
Cria a Administração da Fazenda da Província do Rio de Janeiro.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1842, p. 103.

Órgão: administração da fazenda da província


do rio de janeiro

Data da criação: 20 de maio de 1842 (regulamento)


Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Presidente de Província
Antecessor: Tesouraria
Sucessor: Tesouraria Provincial do Rio de Janeiro
Estrutura:
Junta Deliberativa
Presidente de Província
Inspetor
Tesoureiro
Fiscal
2 Seções
Competência:
- administração, arrecadação, fiscalização, contabilidade, escri-
turação e distribuição da receita da Província do Rio de Janeiro.

Fonte:
Regulamento de 20 de maio de 1842
Cria a Administração da Fazenda da Província do Rio de Janeiro.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1842, p. 103.

órgãos e cargos da administração provincial 219

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 219 31/01/2012 15:10:12


Órgão: junta da fazenda

Data da criação: 20 de maio de 1842 (regulamento)


Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Presidente de Província
Estrutura:
Presidente de Província
Inspetor
Tesoureiro
Fiscal
Competência:
- tratar e resolver todos os negócios de Fazenda da Província.

Fonte:
Regulamento de 20 de maio de 1842
Cria a Administração da Fazenda da Província do Rio de Janeiro.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1842, p. 103.

Órgão: 1ª seção – escrituração e expediente


(administração da fazenda)

Data da criação: 20 de maio de 1842 (regulamento)


Motivo: determinação legal
Data da extinção: 3 de junho de 1846
Motivo: cisão total
Superior hierárquico: Administração da Fazenda
Estrutura:
1 1º Escriturário (como Chefe de Seção)
Os empregados que o Inspetor designar
Competência:
- um Regulamento Especial designará os trabalhos que devem
ser da competência de uma ou outra seção (art. 17).

220 a província fluminense

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 220 31/01/2012 15:10:12


Fonte:
Regulamento de 20 de maio de 1842
Cria a Administração da Fazenda da Província do Rio de Janeiro.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1842, p. 103.

Órgão: 2º seção – contas


(administração da fazenda)

Data da criação: 20 de maio de 1842 (regulamento)


Motivo: determinação legal
Data da extinção: 3 de junho de 1846
Motivo: cisão total
Superior hierárquico: Administração da Fazenda
Estrutura:
1 1º Escriturário (como Chefe de Seção)
Os empregados que o Inspetor designar
Competência:
- um Regulamento Especial designará os trabalhos que devem
ser da competência de uma ou outra seção (art. 17).

Fonte:
Regulamento de 20 de maio de 1842
Cria a Administração da Fazenda da Província do Rio de Janeiro.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1842, p. 103.

Órgão: tesouraria provincial do rio de janeiro

Data da alteração: 3 de junho de 1846


Motivo: determinação legal
Alteração:
A Administração da Fazenda passa a denominar-se Tesouraria

órgãos e cargos da administração provincial 221

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Provincial do Rio de Janeiro, sendo o seu superior hierárquico a 1º
Seção da Secretaria da Presidência;
Sua nova estrutura compõe-se de: junta da Fazenda, Seção Espe-
cial, Contadoria e Tesouraria.

Fonte:
Regulamento de 3 de junho de 1846
Altera a organização da administração da Fazenda, em virtude do
art. 12 da Lei nº 406, de 27 de maio de 1846.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1846, p. 149.

Órgão: seção especial (tesouraria da província)

Data da criação: 3 de junho de 1846


Motivo: determinação legal
Data da extinção: 4 de fevereiro de 1859 (Lei nº 1.127 – reforma
de 1859)
Motivo: por incorporação
Superior hierárquico: Tesouraria Provincial do Rio de Janeiro
Estrutura:
1 Chefe de Seção
1 Oficial
3 Amanuenses
Competência:
- o expediente, o assentamento geral dos empregados da Pro-
víncia e a organização de folhas de pagamentos.
Obs.: Sua competência é assumida pela Contadoria na reforma de 1859.

Fonte:
Regulamento de 3 de junho de 1846
Altera a organização da administração da Fazenda, em virtude do
art. 12 da Lei nº 406, de 27 de maio de 1846.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1846, p. 149.

222 a província fluminense

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 222 31/01/2012 15:10:12


Órgão: contadoria (tesouraria da província)

Data da criação: 3 de junho de 1846


Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Tesouraria Provincial do Rio de Janeiro
Estrutura:
1 Contador
2 Seções
Competência:
- fiscalizar as duas Seções em que fica dividida a Contadoria;
- conferência e informação de todos os pagamentos que se hou-
verem de fazer e a organização dos balanços e orçamentos;
- substituir o Inspetor na sua falta e impedimento.

Fonte:
Regulamento de 3 de junho de 1846
Altera a organização da administração da Fazenda, em virtude do
art. 12 da Lei nº 406, de 27 de maio de 1846.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1846, p. 149.

Órgão: 1ª seção da contadoria


(tesouraria da província)

Data da criação: 3 de junho de 1846


Motivo: determinação legal
Data da extinção: 4 de fevereiro de 1859 (Lei nº 1.127 – reforma
de 1859)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Contadoria
Estrutura:
1 Chefe de Seção

órgãos e cargos da administração provincial 223

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 223 31/01/2012 15:10:12


4 Primeiros Escriturários
4 Segundos Escriturários
4 Terceiros Escriturários
4 Praticantes
Obs.: Esta é a estrutura das duas Seções; o texto da lei não a espe-
cifica para cada Seção.
Competência:
- tomada de contas, liquidação da dívida e conferência de
cálculos.

Fonte:
Regulamento de 3 de junho de 1846
Altera a organização da administração da Fazenda, em virtude do
art. 12 da Lei nº 406, de 27 de maio de 1846.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1846, p. 149.

Órgão: 2ª seção da contadoria


(tesouraria da província)

Data da criação: 3 de junho de 1846


Motivo: determinação legal
Data da extinção: 4 de fevereiro de 1859 (Lei nº 1.127 – reforma
de 1859)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Contadoria
Estrutura:
1 Chefe de Seção
4 Primeiros Escriturários
4 Segundos Escriturários
4 Terceiros Escriturários
4 Praticantes
Obs.: Esta é a estrutura das duas Seções; o texto da lei não a espe-
cifica para cada Seção.

224 a província fluminense

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Competência:
- Balanços e Orçamentos.

Fonte:
Regulamento de 3 de junho de 1846
Altera a organização da administração da Fazenda, em virtude do
art. 12 da Lei nº 406, de 27 de maio de 1846.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1846, p. 149.

Órgão: tesouraria (tesouraria da província)

Data da criação: 03 de junho de 1846


Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Tesouraria Provincial do Rio de Janeiro
Estrutura:
1 Tesoureiro
1 Fiel
Competência:
- além das atribuições conferidas pelo Regulamento de 20 de
maio de 1842 (art. 10), compete-lhe ainda:
- apresentar diariamente ao Inspetor um balancete resumido
das caixas a seu cargo;
- propor ao Presidente por intermédio do Inspetor, a nomeação
do Fiel pelo qual ficará responsável.

Fonte:
Regulamento de 3 de junho de 1846
Altera a organização da administração da Fazenda, em virtude do
art. 12 da Lei nº 406, de 27 de maio de 1846.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1846, p. 149.

órgãos e cargos da administração provincial 225

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Órgão: tesouraria provincial do rio de janeiro

Data da alteração: 4 de fevereiro de 1859 (Lei nº 1.127 – reforma


de 1859)
Motivo: determinação legal
Alteração:
as atribuições da Tesouraria Provincial do Rio de Janeiro passam a
ser exercidas pelo órgão denominado Diretoria da Fazenda;
sua nova estrutura compõe-se de: Procuradoria Fiscal, Contadoria, Te-
souraria, Mesa Provincial, Agências de Rendas e Coletoria de Rendas.

Fonte:
Lei n° 1.127, de 4 de fevereiro de 1859
Marca as repartições de que se compõe a Administração Pública
Provincial.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1859, p. 65.

Órgão: diretoria da fazenda

Data da criação: 4 de fevereiro de 1859 (Lei nº 1.127 – reforma


de 1859)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Presidente de Província
Estrutura:
Procuradoria Fiscal
Contadoria
Tesouraria
Mesa Provincial
Agências de Renda
Coletorias de Renda
Competência:
- administração, arrecadação, fiscalização, contabilidade, escri-
turação e distribuição da receita e despesa da Província;

226 a província fluminense

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- o processo dos negócios relativos à Fazenda Provincial e a
expedição das ordens que lhe forem concernentes.

Fonte:
Lei n° 1.127, de 4 de fevereiro de 1859
Marca as repartições de que se compõe a Administração Pública
Provincial.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1859, p. 65.

Órgão: procuradoria fiscal

Data da criação: 4 de fevereiro de 1859 (Lei nº 1.127 – reforma


de 1859)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Diretoria da Fazenda
Competência:
- compete-lhe intervir em todo contencioso da Província e
promover a cobrança da dívida ativa desta pelo juízo dos feitos
da Fazenda.
Obs.: No texto da lei não se estabelece a sua estrutura.

Fonte:
Lei nº 1.127, de 4 de fevereiro de 1859
Marca as repartições de que se compõe a Administração Pública
Provincial.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1859, p. 65.

Órgão: contadoria

Data da alteração: 4 de fevereiro de 1859 (Lei nº 1.127 – reforma


de 1859)

órgãos e cargos da administração provincial 227

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Motivo: determinação legal
Alteração:
o superior hierárquico da Contadoria passa a ser a Diretoria da
Fazenda e sua nova competência será:
a escrituração e contabilidade da receita e despesa da Província,
assim como a tomada de contas, a liquidação da dívida e o assenta-
mento dos próprios da Província e dos empregados que receberem
vencimentos pelos cofres províncias.

Fonte:
Lei nº 1.127, de 4 fevereiro de 1859
Marca as repartições de que se compõe a Administração Pública
Provincial.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1859, p. 65.

Órgão: tesouraria

Data da alteração: 4 de fevereiro de 1859 (Lei nº 1.127 – reforma


de 1859)
Motivo: determinação legal
Alteração:
mudança no Superior hierárquico que passou a ser a Diretoria da
Fazenda;
mudança na sua competência que se amplia para:
receber todas as quantias que deverem ser recolhidas aos respecti-
vos cofres e as distribuirá segundo as ordens que lhe forem trans-
mitidas pelo Diretor;
serviço do empréstimo provincial.
Obs.: No texto da lei não consta a estrutura do órgão.

Fonte:
Lei nº 1.127, de 4 de fevereiro de 1859

228 a província fluminense

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Marca as repartições de que se compõe a Administração Pública
Provincial.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1859, p. 65.

Órgão: agências (registros)

Data da alteração: 4 de fevereiro de 1859 (Lei nº 1.127 – reforma


de 1859)
Motivo: determinação legal
Alteração:
de acordo com a reforma de 1859 os órgãos denominados Registros
passam a se chamar Agências, guardando a mesma competência.

Fonte:
Lei nº 1.127, de 4 de fevereiro de 1859
Marca as repartições de que se compõe a Administração Pública
Provincial.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1859, p. 65.

Órgão: diretoria da fazenda

Data da alteração: 1º de agosto de 1876 (reforma de 1876)


Motivo: determinação legal
Alteração:
ampliação das competências do órgão que passam a incluir:
arrecadação e fiscalização das rendas da Província;
pagamento das despesas dos serviços a seu cargo e com os empre-
gados ativos e inativos;
escrituração e contabilidade respectivas;
tomada de contas a todos os responsáveis por dinheiro da Província;
expedição das ordens concernentes aos negócios que lhe são in-

órgãos e cargos da administração provincial 229

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cumbidos, a todas as estações e agentes seus subordinados.

Fonte:
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a Administração Pública Provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Órgão: seção central da diretoria da fazenda

Data da criação: 1º de agosto de 1876 (reforma de 1876)


Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Diretor da Fazenda
Estrutura:
Diretor da Seção Central
Competência:
- organização do resumo cronológico da legislação concernente
aos serviços da competência da Diretoria, com o índice alfabé-
tico e de sinopses e índices cronológicos e alfabéticos das deci-
sões presidenciais que estabelecerem princípio ou precedente;
- inscrição dos papéis que entrarem e sua distribuição, segun-
do os despachos do Diretor, recebimento dos que vierem das
estações e a anotação e remessa dos que saírem;
- a nota dos despachos que tiverem de ser transcritos no livro
porta;
- a redação e cópia dos ofícios e portarias do Diretor, a classifica-
ção por ordem cronológica e conservação das respectivas minutas;
- as cópias ou extratos desses atos e dos despachos que tiverem
de ser publicados na folha oficial;
- os termos de juramento dos empregados que dever prestá-lo
nas mãos do Diretor;
- o Arquivo e Biblioteca da Diretoria;
- o inventário dos utensílios e outros objetos da repartição.

230 a província fluminense

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 230 31/01/2012 15:10:12


Fonte:
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a Administração Pública Provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Órgão: procuradoria fiscal

Data da alteração: 1º de agosto de 1876 (reforma de 1876)


Motivo: determinação legal
Alteração:
a estrutura passa a ser composta de:
1 Procurador-Fiscal
1 Amanuense
Suas competências são ampliadas:
- intervir em todo contencioso da Província demandará ou será
demandada em nome desta;
- promover a cobrança da dívida ativa provincial, pelo juízo dos
feitos da Fazenda;
- fazer a correspondência oficial do Procurador-Fiscal, a cópia
de seus pareceres e a classificação, por ordem cronológica, das
respectivas minutas;
- passar guias para o depósito, na Tesouraria, de títulos ou
valores oferecidos em caução pelos encargos da arrecadação de
dinheiro e outros que tiverem de afiançar-se perante a Diretoria
da Fazenda, assinando-as o Procurador-Fiscal;
- escrever os termos de arrematações, fianças e contratos que
correrem pela mesma Diretoria, sendo dispensável o de fiança
quando o responsável garantir a sua responsabilidade com bens
próprios, sujeitos à hipoteca legal;
- tomar nota de todas as execuções promovidas pelo Procura-
dor-Fiscal (sendo conservadas as minutas das petições feitas ao

órgãos e cargos da administração provincial 231

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juízo), do pagamento das dívidas, e de quaisquer incidentes que
ocorrerem no processo;
- organizar o quadro das execuções, a demonstração do estado
da arrecadação da dívida ativa, declarando a importância total
desta, segundo as certidões recebidas da Contadoria, quando
estiver cobrado, distinguindo-se o que tiver por meio amigável
do judiciário e quanto ficar extinto por cobrar, a fim de ser
tudo presente ao Diretor, para anexar ao seu relatório.
Obs.: Entre os quatro chefes das respectivas repartições e o Presi-
dente da Província a correspondência será feita diretamente entre
os envolvidos. Apenas o Procurador-Fiscal, quando tiver de infor-
mar sobre qualquer matéria que não seja da competência da Dire-
toria da Fazenda, e entre os empregados subordinados, que poderá
sem o intermédio dos chefes, dirigir-se diretamente ao Presidente.

Fonte:
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a Administração Pública Provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Órgão: contadoria

Data da alteração: 1º de agosto de 1876 (reforma de 1876)


Motivo: determinação legal
Alteração:
sua estrutura passa a ser composta de 4 Seções;
ampliam-se suas competências que também passam a incluir a
“inscrição da dívida fundada”.

Fonte:
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a Administração Pública Provincial e manda observar o

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regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Órgão: 1º seção da contadoria

Data da criação: 1º de agosto de 1876 (reforma de 1876)


Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Contadoria
Estrutura:
Contador
Competência:
- tomar conta de todas as repartições, empregados ou pessoas
que, singular ou coletivamente, tiverem administrado, arreca-
dado ou despendido dinheiro, ou valores da Província, ou por
que esta foi responsável e estiverem debaixo de sua guarda;
- organizar e trazer em dia o assentamento de todos os res-
ponsáveis sujeitos às prestações de contas, abrindo-lhes contas
correntes em livros auxiliares;
- lavrar as quitações dos mesmos responsáveis em duas vias,
uma das quais servirá de registro;
- participar ao diretor as omissões dos agentes da Fazenda
Provincial;
- representar sobre tudo quanto o exame das contas dos respon-
sáveis sugerir a bem da Província;
- apresentar, no fim de cada exercício, o quadro das contas nele
tomadas, devidamente explicado, e a relação das que estiverem
por tomar para acompanharem o relatório do Diretor.
Obs.: São trabalhos comuns às quatro Seções:
extrair cópias de papéis, numeração e rubrica dos livros que, para
esse fim, lhes forem distribuídos pelo Contador;
classificar por ordem cronológica e conservar as minutas de infor-
mações, relatórios e representações que fizerem.

órgãos e cargos da administração provincial 233

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Fonte:
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a Administração Pública Provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Órgão: 2ª seção da contadoria

Data da criação: 1º de agosto de 1876 (reforma de 1876)


Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Contadoria
Estrutura:
1 Chefe de Seção
Competência:
- escriturar os livros da classificação da receita e despesa da
Província, todos os auxiliares que devam completá-los e o da
inscrição da divida fundada;
- numerar e inteirar com as devidas declarações as apólices da
receita e despesa da Província, todas as tabelas e demonstrações
que devam acompanhá-los.
Obs.: São trabalhos comuns às quatro Seções:
extrair cópias de papéis, numeração e rubrica dos livros que, para
esse fim, lhes forem distribuídos pelo Contador;
classificar por ordem cronológica e conservar as minutas de infor-
mações, relatórios e representações que fizerem.

Fonte:
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a Administração Pública Provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

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Órgão: 3ª seção da contadoria

Data da criação: 1º de agosto de 1876 (reforma de 1876)


Motivo: determinação legal
Superior Hierárquico: Contadoria
Estrutura:
1 Chefe de Seção
Competência:
- formar o tombo e assentamento dos próprios provinciais;
- examinar, moral e aritmeticamente, as Guias para entrega de
dinheiro ou valores na Tesouraria;
- verificar as contas da receita e despesas das diversas repartições
de arrecadação, relativas a cada quartel do exercício e prazo
adicional, a fim de se reconhecer a exatidão dos saldos que
devam entrar para a Tesouraria; anotando nas respectivas folhas
os pagamentos efetuados, no que será auxiliada pela 4º Seção;
- vigiar que os responsáveis apresentem as contas, livros e do-
cumentos relativos a sua gerência nos prazos marcados, dando
imediatamente parte daqueles que não o fizerem, a fim de lhes
ser aplicada a penalidade devida;
- abrir conta corrente aos arrendatários de próprios provinciais,
contribuinte de penas d’água e outros;
- relacionar as certidões de dívida ativa proveniente de impos-
tos lançados, extraídos e enviados pelas coletorias, a fim de
serem remetidas à procuradoria fiscal para promover a cobrança
executiva;
- escriturar, em livros auxiliares, aquela dívida e a de outra qual-
quer origem que se liquidar, apresentar no fim do seu exercício
o quadro demonstrativo do seu estado para ser anexado ao
relatório do Diretor;
- examinar e conferir os bilhetes de loteria, cujos prêmios tive-
rem sido recolhidos ao cofre da Diretoria da Fazenda, infor-
mando se podem ou não ser pagos esses prêmios e averbando o
pagamento quando se efetuar.
Obs.: São trabalhos comuns às quatro Seções:

órgãos e cargos da administração provincial 235

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extrair cópias de papéis, numeração e rubrica dos livros que, para
esse fim, lhes forem distribuídos pelo Contador;
classificar por ordem cronológica e conservar as minutas de infor-
mações, relatórios e representações que fizerem.

Fonte:
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a Administração Pública Provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Órgão: 4ª seção da contadoria

Data da criação: 1º de agosto de 1876 (reforma de 1876)


Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Contadoria
Estrutura:
1 Chefe de Seção
Competência:
- escriturar a distribuição dos créditos consignados nas leis de
orçamento;
- abrir assentamento a todos os empregados ativos e inativos da
Província, trazendo-o devidamente anotado e sempre em dia;
- organizar as folhas de pagamento do subsídio e indenização
para despesas de viagem dos membros da Assembleia Provin-
cial, dos vencimentos dos empregados ativos e inativos, dos alu-
guéis de casas, cabendo-lhe o respectivo processo quer a despesa
seja do exercício corrente, quer de exercícios findos;
- apurar o tempo de serviço dos empregados provinciais que
tiverem de ser aposentados, jubilados ou reformados e calcular
os vencimentos que devam competir-lhes na inatividade;
- abrir contas correntes aos empregados a quem o cofre provin-
cial adiantar dinheiro para inscreverem-se sócios do montepio,

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lavrar os termos de obrigação e responsabilidade a que ficam
sujeitos por esse fato;
- liquidar e escriturar em livro próprio a dívida passiva;
- apresentar, no fim do exercício, o quadro da mesma dívida,
para ser anexado ao relatório do Diretor;
- reunir e relacionar os mapas estatísticos mandados pelos páro-
cos, a fim de serem remetidos à Secretaria.
Obs.: São trabalhos comuns às quatro Seções:
extrair cópias de papéis, numeração e rubrica dos livros que, para
esse fim, lhes forem distribuídos pelo Contador;
classificar por ordem cronológica e conservar as minutas de infor-
mações, relatórios e representações que fizerem.

Fonte:
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a Administração Pública Provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Órgão: registros

Data da alteração: 1º de agosto de 1876 (reforma de 1876)


Motivo: determinação legal
Alteração:
o órgão antes denominado Agência, segundo a Reforma de 1859,
volta a se chamar Registros.

Fonte:
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a Administração Pública Provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

órgãos e cargos da administração provincial 237

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Órgão: coletorias

Data da alteração: 1º de agosto de 1876 (reforma de 1876 – regu-


lamento de 21 de julho de 1882 – deliberação)
Motivo: determinação legal
Alteração:
as Coletorias de Rendas, compostas de um Coletor e um Escrivão,
têm suas atribuições ampliadas, competindo-lhe:
o lançamento e arrecadação dos impostos provinciais nos respecti-
vos municípios;
o lançamento, entrega de dinheiro, títulos e valores segundo or-
dens legais.

Fonte(s):
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a Administração Pública Provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Deliberação de 21 de julho de 1882


Expede regulamento para as coletorias provinciais.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1882, p. 417.

Órgão: diretoria da fazenda

Data da alteração: 31 de dezembro de 1888 (deliberação)


Motivo: determinação legal
Alteração:
É criada uma Contadoria anexa ao Corpo Policial que é subordi-
nada à Diretoria da Fazenda.

238 a província fluminense

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Fonte:
Deliberação de 31 de dezembro de 1888
Cria uma Contadoria anexa ao Corpo Policial, subordinada à
Diretoria da Fazenda e regula o respectivo serviço.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1888, p. 652.

Órgão: contadoria (anexa ao corpo policial)

Data da criação: 31 de dezembro de 1888 (deliberação)


Motivo: determinação legal
Data da extinção: 1891 - reforma
Superior hierárquico: Diretor da Fazenda
Estrutura:
1 Chefe (nomeado pelo Presidente de Província)
1 Contador
2 Escriturários
1 Tesoureiro
Competência:
- tomada das contas e despesas do Corpo Policial.

Fonte:
Deliberação de 31 de dezembro de 1888
Cria uma Contadoria anexa ao Corpo Policial, subordinada à
Diretoria da Fazenda e regula o respectivo serviço.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1888, p. 652.

Órgão: escola normal (niterói)

Data da criação: 4 de abril de 1835 (Lei nº 10 de 1835 – regula-


mentada em 16 de outubro de 1835)
Motivo: determinação legal

órgãos e cargos da administração provincial 239

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Data da extinção: 15 de abril de 1840 (Decreto nº 72)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Presidente de Província
Estrutura:
Diretor
Professores
Competência:
- regularizar a habilitação ao magistério de instrução primária;
- fazer a reciclagem dos professores já existentes que não
tiverem adquirido a necessária instrução nas Escolas de Ensino
Mútuo.
Obs.: Pelo decreto de extinção, os professores da escola normal que
não fizessem parte dos liceus seriam empregados nas cadeiras da
instrução primária, assim como a inspetora, ajudante e auxiliar da
inspetora.

Fonte(s):
Lei nº 10, de 4 de abril de 1835
Cria uma Escola Normal para nela se habilitarem as pessoas que se
destinarem ao magistério da instrução primária.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1835-37, p. 22.

Regulamento de 16 de outubro de 1835


Regulamenta a Escola Normal.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1835-37, p. 144.

Decreto nº 72, de 15 de abril de 1890


Cria um Liceu em Niterói.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1890, p. 89.

Órgão: escola de arquitetos medidores

Data da criação: 13 de dezembro de 1836 (Lei nº 59)

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Motivo: determinação legal
Data da extinção: “Fim do ano letivo de 1846”, Lei nº 329 de 9 de
maio de 1844.
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Presidente de Província
Estrutura:
3 Professores entre estes 1 Diretor
1 Substituto (acumula como Secretário Arquivista)
1 Professor de desenho
1 Porteiro
1 Contínuo (acumula como Guarda e Correio)
Competência:
- formar Arquitetos Medidores.

Fonte:
Lei nº 59, de 13 de dezembro de 1836
Cria uma Escola de Arquitetos Medidores.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1835-37, p. 215.

Regulamento de 11 de maio de 1837


Regulamento para a Escola de Arquitetos Medidores.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1835-37, p. 407.

Lei nº 329, de 9 de maio de 1844


Extingue a Escola de Arquitetos Medidores no fim do ano letivo
de 1846.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1844, p. 58.

Órgão: colégio de artes mecânicas para órfãos

Data da criação: 20 de dezembro de 1836 (Lei nº 65)


Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Presidente de Província

órgãos e cargos da administração provincial 241

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Estrutura:
1 Pedagogo
Mestre de Ofícios Mecânicos
Competência:
- destinado ao ensino de órfãos pobres, expostos e filhos de pais
indigentes, que tenham chegado à idade de dez anos sem segui-
rem alguma ocuparão útil, (...) serão também admitidos moços
que pretenderem aprender os ofícios lá ensinados (art. 1º e 2º).

Fonte:
Lei nº 65, de 20 de dezembro de 1836
Cria na capital da Província um Colégio de Artes Mecânicas.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1835-37, p. 233.

Órgão/Cargo: diretor de instrução primária

Data da criação: 2 de janeiro de 1837 (Lei nº 81)


Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Presidente de Província
Competência:
- inspecionar e fiscalizar todas as escolas de instrução primária
da Província, por si e por intermédio dos Inspetores dos Muni-
cípios;
- organizar os regulamentos internos das escolas, sujeito à apro-
vação do Presi­dente de Província;
- regular os sistema e método prático do ensino, escolher os
Compêndios, modelos das escolas e dar as providências neces-
sárias para que a instrução seja uniforme em todas elas, subme-
tendo tudo à aprovação do Presidente de Província;
- dar aos professores todas as instruções e esclarecimentos neces-
sários para o bom desempenho das suas obrigações e exigir dos
mesmos e dos Inspetores as informações que julgar conveniente;
- dirimir qualquer dúvida e contestação que possam ocorrer

242 a província fluminense

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entre os Inspetores e os Professores;
- formar, anualmente, o Relatório acerca do estado da Instrução
Primaria de toda a Província, que deverá ser entregue ao Pre-
sidente de Província para ser entregue à Assembleia Legislativa
Provincial.

Fonte:
Lei nº 81, de 2 de janeiro de 1837
Dispõe sobre a Instrução Primária.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1835-37, p. 293.

Órgão/Cargo: inspetor municipal


de instrução primária

Data da criação: 2 de janeiro de 1837 (Lei nº 81 de 1837)


Motivo: determinação legal
Data da extinção: 4 de fevereiro de 1859 (Lei nº 1.127 – reforma
administrativa)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Diretor de Instrução Primária
Competência:
- inspecionar e fiscalizar as Escolas de Instrução Primária do
município sob sua jurisdição;
- receber e transmitir ao Diretor os mapas dos alunos;
- propor melhorias para as escolas sujeitas a sua inspeção;
- informar sobre as pretensões dos professores do município;
- passar aos professores as atestações de frequência necessárias
para poderem receber os seus vencimentos.

Fonte:
Lei nº 81, de 2 de janeiro de 1837
Dispõe sobre a Instrução Primária.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1835-37, p. 293.

órgãos e cargos da administração provincial 243

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Órgão: liceu provincial (jacuecanga)

Data da criação: 13 de abril de 1839 (Lei nº 143)


Motivo: determinação legal
Data da extinção: 4 de fevereiro de 1859 (Lei nº 1.127 – reforma
de 1859)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Presidente de Província
Estrutura:
1 Diretor
Professores
1 Economista (Administração econômica do Liceu)
1 Capelão
Competência:
- ensino gratuito

Fonte:
Lei nº 143, de 13 de abril de 1839
Erige em Liceu Provincial o Seminário de Jacuecanga, e regula as
cadeiras de que se deve compor.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1838-39, p. 165.

Órgão: liceu provincial

Data da alteração: 21 de junho de 1841 (regulamento)


Motivo: determinação legal
Alteração:
Mudança de Superior hierárquico, o referido órgão deixa de estar
subordinado ao Presidente e passa a ser subordinado à 2ª Seção da
Secretaria da Presidência.

244 a província fluminense

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Fonte:
Regulamento de 21 de junho de 1841
Regulamento marcando os deveres dos empregados da Secretaria
do Governo.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1841, p. 98.

Órgão: escola normal

Data da alteração: 21 de junho de 1841 (regulamento)


Motivo: determinação legal
Alteração:
Mudança de Superior hierárquico, o referido órgão deixa de estar
submetido ao Presidente de Província e passa a ser subordinado à
2ª Seção da Secretaria da Presidência.

Fonte:
Regulamento de 21 de junho de 1841
Regulamento marcando os deveres dos empregados da Secretaria
do Governo.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1841, p. 98.

Órgão/Cargo: diretor de instrução primária

Data da alteração: 21 de junho de 1841 (regulamento)


Motivo: determinação legal
Alteração:
Mudança de Superior hierárquico, o referido cargo deixa de estar
subordinado ao Presidente de Província e passa para o âmbito da
2ª Seção desta mesma Secretaria.

órgãos e cargos da administração provincial 245

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Fonte:
Regulamento de 21 de junho de 1841
Regulamento marcando os deveres dos empregados da Secretaria
do Governo.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1841, p. 98.

Órgão: escola de arquitetos medidores

Data da alteração: 21 de junho de 1841 (regulamento)


Motivo: determinação legal
Alteração:
Mudança de Superior hierárquico, o referido órgão passa a ser
subordinado à 2ª Seção da Secretaria da Presidência.

Fonte:
Regulamento de 21 de junho de 1841
Regulamento marcando os deveres dos empregados da Secretaria
do Governo.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1841, p. 98.

Órgão: colégio de artes mecânicas para órfãos

Data da alteração: 21 de junho de 1841 (regulamento)


Motivo: determinação legal
Alteração:
Mudança de Superior hierárquico, o referido órgão passa a ser
subordinado à 2ª Seção da Secretaria da Presidência.

Fonte:
Regulamento de 21 de junho de 1841
Regulamento marcando os deveres dos empregados da

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Secretaria do Governo.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1841, p. 98.

Órgão/Cargo: diretor de instrução primária /


diretor de instrução

Data da alteração: 12 de março de 1844 (Lei nº 303 de 1844)


Motivo: determinação legal
Alteração:
Ampliação de atribuições - o referido Diretor estende suas atribui-
ções à instrução secundária, sua designação passa a ser Diretor de
Instrução.
Obs.: O Liceu Provincial de Jacuecanga não ficará sob a jurisdição
do Diretor da Instrução.

Fonte:
Lei nº 303, de 12 de março de 1844
Amplia as atribuições conferidas pela Lei nº 18 ao Diretor de
Instrução Primária.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1844, p. 12.

Órgão/Cargo: inspetor municipal


de instrução primária

Data da alteração: 12 de março de 1844 (Lei nº 303)


Motivo: determinação legal
Alteração:
ampliação de atribuições desse Inspetor passam a abranger o En-
sino Secundário (com exceção do Liceu de Jacuecanga), passando
então a denominar-se – Inspetor Municipal de Instrução.

órgãos e cargos da administração provincial 247

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Fonte:
Lei nº 303, de 12 de março de 1844
Amplia as atribuições conferidas pela Lei nº 18 ao Diretor de Ins-
trução Primária, estendendo-as às aulas de Instrução Secundária.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1844, p. 12.
Obs.: Não faz menção à mudança de nome para Inspetor Munici-
pal de Instrução Primária e Secundária.

Órgão: escola normal

Data da alteração: 12 de março de 1844 (Lei nº 303)


Motivo: determinação legal
Alteração:
mudança de Superior hierárquico, o referido órgão passa a ser
subordinado ao Diretor de Instrução.
Obs.: A reforma de 1876 (Deliberação de 1º de agosto) inclui arti-
gos sobre a Escola Normal, não alterando suas atribuições.

Fonte:
Lei nº 303, de 12 de março de 1844
Amplia as atribuições conferidas pela Lei nº 18 ao Diretor de
Instrução Primária.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1844, p. 12.

Órgão: escola de arquitetos medidores

Data da alteração: 12 de março de 1844 (Lei nº 303)


Motivo: determinação legal
Alteração:
mudança de Superior hierárquico, o referido órgão passa a ser
submetido ao Diretor de Instrução.

248 a província fluminense

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Fonte:
Lei n° 303, de 12 de março de 1844
Amplia as atribuições conferidas pela Lei nº 18 ao Diretor de
Instrução Primária.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1844, p. 12.

Órgão: colégio de artes mecânicas para órfãos

Data da alteração: 12 de março de 1844 (Lei nº 303)


Motivo: determinação legal
Alteração:
mudança de Superior hierárquico, o referido órgão passa a ser
submetido ao Diretor de Instrução.

Fonte:
Lei nº 303, de 12 de março de 1844
Amplia as atribuições conferidas pela Lei nº 18 ao Diretor de
Instrução Primária.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1844, p. 12.

Órgão: liceu provincial de campos

Data da criação: 14 de março de 1844 (Lei nº 304)


Motivo: determinação legal
Data da extinção: 4 de fevereiro de 1859 (Lei nº 1.127 – reforma
de 1859)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: 2ª Seção da Secretaria da Presidência
Estrutura:
1 Diretor (nomeado pelo Presidente)
Professores (nomeados pelo Presidente)

órgãos e cargos da administração provincial 249

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1 Economista (Administração econômica da Casa)
1 Capelão
Competência:
- ensino gratuito;

Fonte:
Lei nº 304 de 14 de março de 1844
Cria um Liceu Provincial na cidade de Campos.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1844, p. 14.

Órgão/Cargo: diretor de instrução pública /


inspetor geral

Data da alteração: 14 de dezembro de 1849 (regulamento)


Motivo: determinação legal
Alteração:
mudança de nome. O cargo mantém as competências e passa a
ser denominado Inspetor Geral (art. 91 do regulamento de 14 de
dezembro de 1849).

Fonte(s):
Regulamento de 14 de dezembro de 1849
Sobre a instrução primária da Província.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1850, p. 183.

Regulamento de 14 de dezembro de 1849.


Sobre a instrução secundária.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1850, p. 209.

250 a província fluminense

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Órgão/Cargo: inspetor paroquial

Data da criação: 14 de dezembro de 1849 (regulamento)


Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Inspetor Geral da Instrução
Estrutura:
Obs.: Haverá, em cada freguesia onde haja uma ou mais escolas,
um Inspetor Paroquial.
Competência:
- inspecionar diretamente as escolas de sua freguesia, mantendo
a ordem interna e o cumprimento de seus regulamentos e leis;
- cuidar da frequência dos professores;
- empossar professores pelo modo marcado no presente regula-
mento;
- inventariar os móveis e utensílios de cada escola e remeter este
levantamento ao Conselho Municipal;
- participar ao Conselho as faltas dos professores;
- visitar regularmente as escolas;
- organizar, com os professores, o orçamento de suas escolas e
remetê-lo ao Conselho;
- enviar ao Conselho, ao fim de cada trimestre, um relatório
sobre o estado geral da escola e de seus respectivos alunos;
- proceder aos exames do artigo 79.

Fonte(s):
Regulamento de 14 de dezembro de 1849
Sobre a instrução primária da Província.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1850, p. 183.

Regulamento de 14 de dezembro de 1849.


Sobre a instrução secundária.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1850, p. 209.

órgãos e cargos da administração provincial 251

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Órgão: conselhos municipais

Data da criação: 14 de dezembro de 1849 (regulamento)


Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Inspetor Geral da Instrução
Estrutura:
1 Inspetor municipal (pode ser o Juiz municipal);
2 Pessoas notáveis (uma das quais pode ser o Presidente da Câmara
Mu­nicipal).
Competência:
- melhorar a sorte dos professores do respectivo município;
- alargar e generalizar o ensino;
- inculcar aos pais a necessidade de mandarem seus filhos às
escolas;
- inspecionar os professores;
- agenciar donativos em benefício da instrução;
- lembrar ao Inspetor Geral quaisquer medidas úteis;
- organizar o orçamento de cada escola das freguesias e
remetê-los ao Inspetor Geral;

Fonte(s):
Regulamento de 14 de dezembro de 1849
Sobre a instrução primária da Província.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1850, p. 183.

Regulamento de 14 de dezembro de 1849.


Sobre a instrução secundária.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1850, p. 209.

Órgão/Cargo: inspetor geral / diretoria da instrução

Data da alteração: 4 de fevereiro de 1859 (Lei nº 1.127 – reforma


administrativa)

252 a província fluminense

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Alteração:
mudança de denominação;
alteração hierárquica – subordina-se diretamente à Presidência de
Província;
Nova Estrutura:
1 Diretor
1 Chefe de Seção
1 Primeiro Oficial
1 Segundo Oficial
1 Amanuense Arquivista
1 Porteiro Contínuo
São instâncias auxiliares da Diretoria da Instrução:
Conselho de Instrução
Inspetores Gerais
Inspetores Paroquiais
A sua competência passa a ser:
- inspecionar a instrução primária e secundária da província.

Fonte:
Lei nº 1.127, de 4 de fevereiro de 1859
Marca as repartições de que se compõe a Administração Pública
Provincial.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1859, p. 65.

Órgão: conselho de instrução

Data da criação: 4 de fevereiro de 1859 (Lei nº 1.127 – reforma


de 1859)
Motivo: determinação legal
Data da extinção: 29 de dezembro de 1919 (Decreto nº 1.723)
Superior hierárquico: Diretoria da Instrução
Sucessor: Diretor Geral da Instrução Pública

órgãos e cargos da administração provincial 253

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Estrutura:
Diretor (Presidente);
3 Inspetores Gerais;
3 Membros (nomeados pelo Governo).
Competência:
- promover o aperfeiçoamento dos métodos de ensino, a esco-
lha e revisão dos compêndios e o sistema de exames;
- consultar sobre outros assuntos que interessem ao melhora-
mento da Instrução Primária e Secundária;

Fonte(s):
Lei nº 1.127, de 4 de fevereiro de 1859
Marca as repartições de que se compõe a Administração Pública
Provincial.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1859, p. 65.

Decreto nº 1.723, de 29 de dezembro de 1919.


Reforma de serviços de instrução pública primária e profissional.
Expediente de 1º de janeiro de 1920.

Órgão/Cargo: inspetores gerais

Data da criação: 4 de fevereiro de 1859 (Lei nº 1.127 – reforma


administrativa)
Data da extinção: 13 de abril de 1891 (Decreto nº 190) – Recriado
em 10 de fevereiro de 1896
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Diretoria da Instrução
Estrutura:
Segundo a Lei nº 1.127, da 4 de fevereiro de 1859, os Inspetores
serão em número de três.
Competência:
- examinar periodicamente os estabelecimentos de instrução

254 a província fluminense

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e remeter ao diretor relatórios circunstanciados de que
observarem.

Fonte:
Lei nº 1.127, de 4 de fevereiro de 1859
Marca as repartições de que se compõe a Administração Pública
Provincial.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1859, p. 65.

Órgão/Cargo: inspetor paroquial

Data da alteração: 4 de fevereiro de 1859 (Lei nº 1.127 – reforma


administrativa)
Motivo: determinação legal
Alteração:
segundo a reforma de 1859, tal cargo passa a estar subordinado ao
Inspetor Geral, sendo sua a seguinte atribuição:
a vigilância dos estabelecimentos de Instrução compreendidos no
seu distrito.

Fonte:
Lei nº 1.127, de 4 de fevereiro de 1859
Marca as repartições de que se compõe a Administração Pública
Provincial.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1859, p. 65.

Órgão/Cargo: diretoria da instrução

Data da alteração: 11 de agosto de 1876 (deliberação – reforma de


1876)
Motivo: determinação legal

órgãos e cargos da administração provincial 255

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alteração:
a Diretoria da Instrução sofre pequenas alterações em sua estrutu-
ra, aumentam o número de Inspetores Gerais – de três para seis –,
dos membros do Conselho de Instrução – vinte e quatro membros
– e cria-se o cargo de Superintendente de Ensino em cada
município;
em sua competência é incluída a inspeção às Escolas Particulares
subvencionadas, sendo esta a única alteração de suas atribuições.

Fonte:
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a Administração Pública Provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Órgão/Cargo: inspetores gerais

Data da alteração: 11 de agosto de 1876 (deliberação – reforma


administrativa)
Motivo: determinação legal
Alteração:
segundo esta reforma, o referido cargo amplia suas atribuições, que
passam a ser:
inspecionar, ao menos quatro vezes durante o ano escolar, as esco-
las públicas e subvencionadas;
visitar as escolas e estabelecimentos particulares;
verificar se são guardadas as disposições da lei e regulamentos,
dirigindo-se pelas instruções gerais e especiais que lhes forem
transmitidas pela Diretoria da Instrução;
providenciar, nos limites de suas faculdades, para prevenir ou
punir abusos;
tomar parte nos trabalhos do Conselho, e coadjuvar os da Direto-
ria quando não estiverem em viagem.

256 a província fluminense

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Fonte:
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a Administração Pública Provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Órgão/Cargo: conselho de instrução

Data da alteração: 11 de agosto de 1876 (deliberação – reforma de


1876)
Motivo: determinação legal
Alteração:
o Conselho de Instrução sofre algumas pequenas alterações na sua
estrutura, pois passa a ser composto de vinte e quatro membros,
compreendendo o Diretor de Instrução e professores da Escola
Normal para o sexo masculino, os seis Inspetores Gerais e outros
cidadãos de nomeação do Governo e indicação do Diretor.

Fonte(s):
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a Administração Pública Provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Regulamento de 16 de dezembro de 1876


Expedido em conformidade com a deliberação de 1º de agosto de
1876, para a instrução pública e particular da Província.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 267.

órgãos e cargos da administração provincial 257

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Órgão/Cargo: superintendentes de ensino

Data da criação: 1º de agosto de 1876 (reforma de 1876)


Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Diretoria da Instrução
Competência:
- inspecionar e fiscalizar todas as escolas públicas e particulares
e quaisquer estabelecimentos de instrução, ou que com estas
estejam ligados, e recebam subvenção pelos cofres provinciais.
Obs.: O Superintendente de Ensino é a principal autoridade da
Instrução nos municípios.

Fonte(s):
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a Administração Pública Provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Regulamento de 16 de dezembro de 1876


Expedido em conformidade com a deliberação de 1º de agosto de
1876, para a instrução pública e particular da Província.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 267.

Órgão/Cargo: inspetor paroquial

Data da alteração: 11 de agosto de 1876 (deliberação – reforma


administrativa)
Motivo: determinação legal
Alteração:
de acordo com a deliberação de 1º de agosto de 1876 e o Regu-
lamento de 16 de dezembro de 1876, o Superior hierárquico do
Inspetor Paroquial é o Superintendente de Ensino.

258 a província fluminense

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Fonte(s):
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a Administração Pública Provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Regulamento de 16 de dezembro de 1876


Expedido em conformidade com a deliberação de 1º de agosto de
1876, para a instrução pública e particular da província.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 267.

Órgão/Cargo: escola normal

Data da alteração: 11 de agosto de 1876 (deliberação – reforma de


1876)
Motivo: determinação legal
Alteração:
mudança de Superior hierárquico: o referido órgão passa a ser
diretamente subordinado ao Diretor de Instrução.

Fonte:
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a Administração Pública Provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Decreto nº 2.495, de 8 de novembro de 1880


Reforma a Escola Normal da Província.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1880, p. 45.

Deliberação de 10 de fevereiro de 1881


Dá regulamento à Escola Normal da Província.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1881, p. 165.

órgãos e cargos da administração provincial 259

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Deliberação de 22 de abril de 1885
Dá regulamento à Escola Normal da Província.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1885, p. 445.

Órgão: liceu de humanidades de campos

Data da criação: 22 de novembro de 1880 (Decreto nº 2.503)


Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Diretor de Instrução
Estrutura:
1 Diretor
Professores
1 Porteiro
Competência:
- ministrar o ensino das línguas portuguesa, francesa, inglesa e
latina, das Matemáticas Elementares, da História, da Geografia
Retórica e Poética e da Filosofia.
Obs.: Pelo Decreto nº 72, de 15 de abril de 1890, o Liceu de
Campos passa a ter a mesma organização que o de Niterói.
Os sucessivos decretos de reforma da instrução pública muda a
configuração das disciplinas ministradas.

Fonte(s):
Decreto nº 2.503, de 22 de novembro de 1880
Cria um Liceu de Humanidades em Campos.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1880, p. 57.

Deliberação de 21 de outubro de 1881


Dá regulamento para o Liceu de Humanidades da cidade de Campos.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1881, p. 223.

Decreto nº 2.846, de 18 de novembro de 1886


Estabelece as bases para a reorganização do Liceu de Campos.

260 a província fluminense

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Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1886, p. 221.

Deliberação de 28 de janeiro de 1887


Dá regulamento para o Liceu de Humanidades de Campos.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1887, p. 113.

Órgão: diretoria das obras públicas

Data da criação: 19 de dezembro de 1836 (Lei nº 64) (Regulamen-


to em 20 de maio de 1837)
Motivo: determinação legal
Data da extinção: 13 de abril de 1844 (Lei nº 316)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Presidente de Província
Sucessor: Junta Diretora das Obras Públicas
Estrutura:
1 Presidente
5 Engenheiros
Competência:
- direção, inspeção e conservação das Obras Públicas;
- dar o plano de todas as obras públicas que se houverem de
fazer na Província;
- formar um plano geral de estradas, pontes e canais para a Pro-
víncia, acompanhado dos respectivos orçamentos e estabelecer
prioridades;
- dar planos de conserto e melhoramento das estradas atuais;
- cuidar e fiscalizar a conservação das obras depois de concluídas;
- fazer executar tais trabalhos, depois de aprovado o plano e
orçamento da obra pela Assembleia Legislativa Provincial, ou
Presidente de Província;
- determinar o método do fabrico dos carros, marcando o seu
cumprimento e largura, e bem como a largura do trilho de suas
rodas;

órgãos e cargos da administração provincial 261

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- levantar a carta topográfica da Província, logo que as circuns-
tâncias permitirem realizar este trabalho;
- fixar os pontos onde se devem estabelecer barreiras, organi-
zar o melhor sistema delas e o cálculo provável do que podem
produzir em cada estrada em que forem estabelecidas;
- dirigir as obras em construções aí necessárias, propor os seus
empregados ao Presidente de Província, e fiscalizar o cum-
primento de seus deveres, ficando desde já estabelecido que a
gente de pé não pagaria direito de barreiras;
-coadjuvar na organização do tombo dos próprios provinciais
procedendo aquelas diligências que, pela sua natureza, perten-
ceram à profissão de seus membros;
-preparar os materiais para a organização da estatística da
Província que forem relativos ao objeto de que se acha encarre-
gada, e colher aquelas informações que lhe forem exigidas pelo
Presidente de Província;
- apresentar ao Presidente de Província, pelo menos um mês
antes da abertura das sessões ordinárias da Assembleia Legislati-
va Provincial, um relatório circunstanciado acerca das obras que
foram concluídas, do Estado das que se acham em andamento,
declarando quais devam com preferência ser empreendidas, a
fim de que possa a mesma assembleia, por intermédio do Pre-
sidente, ser anualmente informada sobre este importante ramo
de Administração, e providenciar como julgar conveniente.

Fonte(s):
Lei nº 64, de 19 de dezembro de 1836
Cria uma Diretoria das Obras Públicas.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1835-37, p. 225.

Regulamento de 20 de maio de 1837


Regulamento para Diretoria das Obras Públicas.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1835-37, p. 409.

Lei nº 316, de 13 de abril de 1844

262 a província fluminense

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Extingue a Diretoria das Obras Públicas.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1844, p. 37.

Órgão: diretoria das obras públicas

Data da alteração: 21 de junho de 1841 (regulamento)


Motivo: determinação legal
Alteração:
O referido órgão passa a ser subordinado à 2ª Seção da Secretaria
da Presidência.

Fonte(s):
Regulamento de 21 de junho de 1841
Marca os deveres dos empregados da Secretaria do Governo.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1841, p. 98.

Órgão: junta de direção e inspeção


das obras públicas

Data da criação: 27 de abril de 1844 (regulamento)


Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: 2ª Seção da Secretaria da Presidência
Antecessor: Diretoria das Obras Públicas
Estrutura:
Distritos, tendo em cada um deles um engenheiro que será o chefe
do distrito.
Competência:
- discutir os projetos de obras que forem empreendidos na
Província, as plantas e orçamentos dela, e tudo o mais que pelo
Presidente de Província for submetido ao seu exame e inspeção
dando, sobre todos estes assuntos, o seu parecer por escrito,

órgãos e cargos da administração provincial 263

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que será levado à secretaria da Presidência, a fim de por ela se
deliberar o que convier;
- propor ao Presidente de Província os regulamentos e planos
que tratam o art 2º e § 4º do presente regulamento, bem como
o art 6º. Assim como todos os demais que forem necessários
para estabelecer uniformidade no sistema de obras, na admi-
nistração delas, no modo de se processar e legalizar as férias e
no meio de fiscalizar os dinheiros despendidos neste ramo de
serviço;
- indicar tudo que julgar conveniente ao melhoramento mate-
rial da Província e a difusão e propagação dos conhecimentos
necessários ao científico que conduz a este melhoramento;
- examinar e fiscalizar as contas dos engenheiros chefes de dis-
tritos e todas as mais relativas às obras públicas que lhes forem
remetidas para este fim pelo Presidente de Província.

Fonte(s):
Regulamento de 27 de abril de 1844
Cria na Província sete distritos de Obras Públicas, nomeando para
eles vários oficiais do corpo de engenheiro, e marcam-lhes suas
atribuições.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1844, p. 190.

Regulamento de 31 de janeiro de 1845


Regulamento interno para a repartição encarregada das obras
públicas nesta Província.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1845, p. 58.

Órgão: distritos de obras públicas

Data da criação: 27 de abril de 1844 (regulamento)


Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Junta de Direção e Inspeção das Obras

264 a província fluminense

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Públicas
Estrutura:
1 Engenheiro Chefe de Distrito
Competência:
- direção, administração e fiscalização, das obras públicas;
- levantar a planta e fazer orçamento das obras feitas no seu
Distrito;
- propor obras de utilidade pública que entender conveniente
no seu Distrito;
- inspecionar e fiscalizar os Registros, coletorias e Barreiras do
seu Distrito.

Fonte(s):
Regulamento de 27 de abril de 1844
Cria na Província sete distritos de Obras Públicas, nomeando para
eles vários oficiais do corpo de engenheiro, e marcam-lhes suas
atribuições.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1844, p. 190.

Regulamento de 31 de janeiro de 1845


Regulamento interno para a repartição encarregada das obras
públicas nesta Província.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1845, p. 58.

Órgão: junta de direção e inspetoria


das obras públicas

Data da alteração: 28 de novembro de 1855 (deliberação)


Motivo: determinação legal
Alteração:
A Junta de Direção e Inspeção das Obras passa a subordina-se à 3ª
Seção da Secretaria da Presidência.

órgãos e cargos da administração provincial 265

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Fonte:
Deliberação de 28 de novembro de 1855
Cria uma seção de Obras Públicas na secretaria da Presidência.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1855, p. 235.

Órgão: junta de direção e inspetoria


das obras públicas

Data da alteração: 17 de abril de 1856 (deliberação)


Motivo: determinação legal
Alteração:
A Junta Diretora das Obras passa a subordina-se à 2ª Seção da
Secretaria da Presidência.

Fonte:
Deliberação de 17 de abril de 1856
Revoga a deliberação de 28 de novembro de 1855 que mandava
considerar o arquivo das Obras Públicas como seção da secretaria
da Presidência.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1856, p. 192.

Órgão: junta de direção e inspetoria


das obras públicas

Data da alteração: 4 de fevereiro de 1859 (Lei nº 1.127 – reforma


de 1859)
Motivo: determinação legal
Alteração:
mudança no nome do Órgão que passa a se chamar Diretoria das
Obras Públicas;
mudança na sua subordinação hierárquica; seu Superior hierárqui-

266 a província fluminense

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co passa a ser o Presidente de Província;
mudança na sua estrutura: cria-se uma seção.

Fonte:
Lei nº 1.127, de 4 de fevereiro de 1859
Marca as repartições de que se compõe a Administração Pública
Provincial.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1859, p. 65.

Órgão: diretoria das obras públicas

Data da criação: 4 de fevereiro de 1859 (Lei nº 1.127 – reforma


de 1859)
Motivo: determinação legal
Superior hierárquico: Presidente de Província
Antecessor: Junta de Direção e Inspeção das Obras Públicas
Estrutura:
1ª Seção;
Distritos de Obras Públicas, tendo cada um como chefe um enge-
nheiro.
Competência:
- inspecionar e fiscalizar os serviços de todas as obras públicas
provinciais;
- o processo dos negócios relativos a este ramo de serviço e à
expedição das ordens que lhe forem concernentes.

Fonte:
Lei nº 1.127, de 4 de fevereiro de 1859
Marca as repartições de que se compõe a Administração Pública
Provincial.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1859, p. 65.

órgãos e cargos da administração provincial 267

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Órgão: seção da diretoria das obras públicas

Data da criação: 4 de fevereiro de 1859 (Lei nº 1.127 – reforma


de 1859)
Motivo: determinação legal
Data da extinção: 19 de julho de 1890 (Decreto nº 1.040)
Motivo: cisão total
Superior hierárquico: Diretoria das Obras Públicas
Competência:
Obs.: A Lei nº 1.127, de 4 de fevereiro de 1859 não esclarece a
competência e estrutura do órgão, que só será explicitada pela deli-
beração de 1º de agosto de 1876 – reforma administrativa.

Fonte(s):
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a Administração Pública Provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Órgão: seção da diretoria das obras públicas

Data da alteração: 1º de agosto de 1876 (Deliberação – reforma de


1876)
Motivo: determinação legal
Alteração:
a seção existente da Diretoria das Obras Públicas passa a ter uma
atribuição específica, qual seja:
incumbir-se de tudo o que diz respeito às estradas de ferro e obras
hidráulicas e à fiscalização das empresas desta natureza, auxiliadas
pela Província, exceto a do Ferro-Carril Niteroiense e da de Canta-
galo, que poderão ter engenheiros-fiscais, remunerados à sua custa,
como está estipulado nos respectivos contratos, mas imediatamen-
te subordinados ao Diretor de Obras Públicas.

268 a província fluminense

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 268 31/01/2012 15:10:14


Obs.: Embora no texto da deliberação de 1º de agosto de 1876
(reforma de 1876) haja referência a duas seções na Diretoria das
Obras Públicas, isto não é confirmado pela documentação. Ao
contrário, no regulamento da Diretoria das Obras Públicas, de 26
de junho de 1882, confirmamos a existência de apenas uma seção
na Diretoria.

Fonte:
Deliberação de 1º de agosto de 1876
Reorganiza a Administração Pública Provincial e manda observar o
regulamento expedido para a execução da reforma.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1876, p. 40.

Deliberação de 26 de junho de 1882


Expede regulamento para a Diretoria das Obras Públicas.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1882, p. 199.

Órgão: distritos

Data da alteração: 26 de junho de 1882 (regulamento)


Motivo: determinação legal
Alteração:
os distritos passam a ser tratados, por lei, como circunscrições.

Fonte:
Deliberação de 26 de junho de 1882
Expede regulamento para a Diretoria das Obras Públicas.
Col. Leis, Dec. e Regul. Prov. Rio de Janeiro, 1882, p. 199.

órgãos e cargos da administração provincial 269

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 269 31/01/2012 15:10:14


Este livro foi produzido no Rio de Janeiro, em julho de 2009, para o Arquivo Público.
Texto composto em Garamond Premier Pro e fólios em Myriad Pro.
Fotolito, impressão e acabamento pela Imprensa Oficial.

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 270 31/01/2012 15:10:16


organogramas

271

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 271 31/01/2012 15:10:16


A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 272 31/01/2012 15:10:16
presidente de província
PRESIDÊNCIA - 1834
DA PROVÍNCIA - 1834
Tribunal do Tesouro
1 - Presidente de Província
Nacional

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 273
Tesouraria da Província do
Rio de Janeiro

Contadoria da Tesouraria Tesouraria da Tesouraria Secretaria da Tesouraria da


da Província do Rio de Província do Rio de Província do Rio de
Janeiro Janeiro Janeiro

1 - Lei n° 40, de 03/outubro/1834

Obs: Os órgãos da Administração Fazendária haviam sido criados anteriormente.

273

31/01/2012 15:10:17
274
PRESIDÊNCIA DA PROVÍNCIA - 1835
presidente de província - 1835

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 274
Presidente de
Província

1-Secretaria da
Presidência

Tesouraria da Província 2 - Escola Normal 3-Guarda Policial da


do Rio de Janeiro Província do Rio de
Janeiro

Contadoria da Tesouraria da Secretaria da Tesouraria


Tesouraria da Província Tesouraria da Província da Província do Rio de
do Rio de Janeiro do Rio de Janeiro Janeiro

1 - Lei n° 3, de 27/março/1835
2 - Lei n° 10, de 04/abril/1835
3 - Conforme Lei n°16, de 14/abril/1835

31/01/2012 15:10:17
PRESIDÊNCIA
presidente de DA PROVÍNCIA
província - 1836
- 1836
Ministério da Justiça Presidente de
e Negócios
Província
Secretaria da
Presidência

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 275
Chefe de Tesouraria da Escola Normal Guarda Policial da 3 - Escola de
Polícia Província do Rio de Província do Rio de Arquitetos Medidores
Janeiro Janeiro
1 - Esquadra de Contadoria da
Pedestres Tesouraria da Província 5 - Colégios de Artes 4 - Diretoria das Obras
do Rio de Janeiro Mecânicas para Órfãos Públicas

Tesouraria da
Tesouraria da Província
do Rio de Janeiro 1 - Lei Provincial n° 38, de 07/maio/1836
Obs: Não fica claro a subordinação do Chefe de
Secretaria da Tesouraria Polícia para com o Presidente de Província.
da Província do Rio de 2 - Lei Provincial n° 33, de 06/maio/1836
Janeiro 3 - Lei Provincial n° 59, de 13/dezembro/1836
4 - Lei Provincial n° 64, de 19/dezembro/1836

275
2 - Coletorias
5 - Lei Provincial n° 65, de 20/dezembro/1836

2 - Registros

31/01/2012 15:10:17
276
PRESIDÊNCIA
presidente DA PROVÍNCIA
de província - 1837
- 1837
Presidente de

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 276
Província

Secretaria da
Presidência

1 - Diretor de Tesouraria da Escola Normal Guarda Policial Escola de Colégio de Artes


Instrução Província do Rio da Província do Arquitetos Mecânicas para
Primária de Janeiro Rio de Janeiro Medidores Órfãos

Contadoria da Tesouraria
1 - Inspetor Diretoria das
da Província do Rio de
Municipal de Obras Públicas
Janeiro
Instrução
Tesouraria da Tesouraria
da Província do Rio de
Janeiro

Secretaria da Tesouraria
da Província do Rio de 1 - Lei n° 81, de 02/janeiro/1837
Janeiro

Coletorias

Registros

31/01/2012 15:10:17
PRESIDÊNCIA DA PROVÍNCIA - 1838
presidente de província - 1838
Presidente de
Província

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 277
Diretor de Tesouraria da Secretaria da Escola Normal Guarda Policial Escola de
Instrução Província do Rio Presidência da Província do Arquitetos
Primária de Janeiro Rio de Janeiro Medidores

Contadoria da Tesouraria Colégio de Artes


da Província do Rio de Mecânicas para
Janeiro Órfãos
Tesouraria da Tesouraria
da Província do Rio de Diretoria das
Janeiro Obras Públicas

Secretaria da Tesouraria
da Província do Rio de
Janeiro

Coletorias

277
1 - Mesa Provincial

1 - Deliberação de 07/março/1838
Registros

31/01/2012 15:10:17
PRESIDÊNCIA DA PROVÍNCIA - 1839

278
presidente de província - 1839
Presidente de

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 278
Província

1-Liceu Provincial Diretor de Tesouraria da Secretaria da Escola Normal Guarda Policial Escola de
(Jacuecanga) Instrução Província do Rio Presidência da Província do Arquitetos
Angra dos Reis Primária de Janeiro Rio de Janeiro Medidores

Contadoria da Tesouraria
Colégio de Artes
da Província do Rio de
Mecânicas para
Janeiro
Órfãos
Tesouraria da Tesouraria
da Província do Rio de Diretoria das
Janeiro
Obras Públicas
Secretaria da Tesouraria
da Província do Rio de
Janeiro

Coletorias

Mesa Provincial
1 - Lei Provincial n° 143, de 13/abril/1839

Registros

31/01/2012 15:10:17
PRESIDÊNCIA DA PROVÍNCIA - 1841
presidente de província - 1841 Ministério da Justiça

Presidente de
Província

Tesouraria da Província do 1 - Secretaria da 2 - Chefe de Polícia

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 279
1-Guarda Policial
Rio de Janeiro da Província Presidência
do Rio de Janeiro
Coletorias 1 - 1° Seção da Secretaria
da Presidência 2 - Delegado de Polícia

1 - 2° Seção da Secretaria
Registros
da Presidência 2 - Subdelegado de Polícia

1 - Liceu Provincial
Contadoria da Tesouraria
da Província do Rio de 2 - Inspetor de Quarteirão
Janeiro 1 - Escola Normal

Tesouraria da Tesouraria
da Província do Rio de 1 - Escola de Arquitetos
Janeiro Medidores

Mesa Provincial 1 - Colégio de Artes

279
Mecânicas para Órfãos
1-Regulamento de 21/junho/1841
Secretaria da Tesouraria 1 – Diretoria das Obras 2-Lei n° 261, de 03/dezembro/1841
da Província do Rio de Públicas
Janeiro
1 - Diretoria de Instrução
Primária

31/01/2012 15:10:17
280
presidente
PRESIDÊNCIAde
DAprovíncia 1842
PROVÍNCIA-- 1842
Ministério da Justiça
Presidente de

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 280
Província

1 - Junta da Fazenda Secretaria da Guarda Policial da 1 - Administração da Chefe de Polícia


Presidência Província do Rio de Fazenda da Província
Janeiro do Rio de Janeiro

1° Seção da Secretaria 2° Seção da Secretaria 1 - 1° Seção


Escrituração e Delegado de
da Presidência da Presidência
Expediente Polícia

Escola Normal 1 - 2° Seção Contas


Subdelegado
de Polícia

Escola de Arquitetos
1 - Coletorias Inspetor de
Medidores
Quarteirão
Colégio de Artes
Mecânicas para Órfãos 1 - Registros

Diretoria das Obras


1 - Regulamento de 20/outubro/1842
Públicas
2 - Regulamento de 26/outubro/1842 2 - Mesa Provincial

Liceu Provincial

31/01/2012 15:10:18
presidente de província - 1844
PRESIDÊNCIA DA PROVÍNCIA - 1844
Presidente de Província

Junta da Guarda Policial da Secretaria da 2 - Comissão Central 1 - Instituto Administração da Fazenda da Chefe de
Fazenda Província do Rio de Presidência Diretora da Colonização Vacínico Província do Rio de Janeiro Polícia

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 281
Janeiro

1° Seção
1° Seção da 2° Seção da Delegado de
Escrituração e
Secretaria da Secretaria da Polícia
Expediente
Presidência Presidência

3 - Diretor de Instrução 2° Seção Contas


Subdelegado
3 - Escola de Arquitetos de Polícia
Medidores
Coletorias
3 - Inspetor Municipal Inspetor de
de Instrução Quarteirão
3 - Colégio de Artes
1 - Deliberação de 23/setembro/1844 Registros
Mecânicas para Órfãos
2 - Deliberação de 20/junho/1844
3 - Lei n° 303, de 12/março/1844 3 - Escola Normal
4 - Lei n° 304, de 14/março/1844
5 - Regulamento de 27/abril/1844 Mesa Provincial
4 - Liceu Provincial

281
5 - Junta de Direção e Inspeção
das Obras Públicas

5 - Distrito de Obras Públicas

31/01/2012 15:10:18
282
presidente de província - 1847
PRESIDÊNCIA DA PROVÍNCIA - 1847
Ministro da Justiça

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 282
Presidente de Província

Guarda Policial da Secretaria da Comissão Central Instituto Chefe de


Província do Rio de Presidência Diretora da Colonização Vacínico Polícia
Janeiro

1° Seção da Secretaria da 2° Seção da Secretaria 1 - Casa de Delegado de


Presidência da Presidência Detenção de Polícia
Niterói

Tesouraria Provincial do Rio de Janeiro


Diretor de Liceu Provincial Junta de Direção e Subdelegado de
Instrução de Campos Inspeção das Polícia
Junta da Fazenda Primária Obras Públicas

Contadoria da Escola de Inspetor


Tesouraria da Província Arquitetos Municipal de
Medidores Instrução Distrito de
Obras Públicas
1° Seção 2° Seção Colégio de Artes Escola Normal
da da Mecânicas Para
Contadoria Contadoria Órfãos
Seção Especial da
Tesouraria da Província

Coletorias
1 - Regulamento de 04/dezembro/1847
Tesouraria

31/01/2012 15:10:18
Tesouraria

presidente de província - 1849


PRESIDÊNCIA DA PROVÍNCIA - 1849
Ministério da Justiça
Presidente de Província

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 283
Guarda Policial da Secretaria da Comissão Central Instituto Chefe de Polícia
Província do Rio de Presidência Diretora da Colonização Vacínico
Janeiro

1° Seção da Secretaria da 2° Seção da Secretaria Casa de Detenção


Presidência da Presidência de Niterói

Tesouraria Provincial do Rio de Janeiro Delegado de


1 - Inspetor Geral Liceu Provincial Junta de Direção e
Polícia
da Instrução de Campos Inspeção das
Junta da Fazenda Obras Públicas

Subdelegado de
Contadoria da Escola de Inspetor
Polícia
Tesouraria da Província Arquitetos Municipal de
Medidores Instrução Distrito de
Obras Públicas
1° Seção 2° Seção 1 - Inspetor Colégio de Artes
da da Paroquial Mecânicas para
Contadoria Contadoria

283
Órfãos
Seção Especial da
Tesouraria da Província Escola Normal 1 - Conselhos
Municipais
Coletorias
1 - Regulamento de 14/dezembro/1849
Tesouraria

31/01/2012 15:10:18
284
PRESIDÊNCIA DE PROVÍNCIA - 1850
presidente de província - 1850 Ministério da Justiça
Presidente de Província

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 284
Guarda Policial da Secretaria da Comissão Central Instituto 1 - Arquivo Chefe de Polícia
Província do Rio de Presidência Diretora da Colonização Vacínico Estatístico
Janeiro

1° Seção da Secretaria da 2° Seção da Secretaria Casa de Detenção


Presidência da Presidência de Niterói

Tesouraria Provincial do Rio de Janeiro Delegado de


Inspetor Geral da Liceu Provincial Junta de Direção e
Polícia
Instrução de Campos Inspeção das
Junta da Fazenda Obras Públicas

Escola de Inspetor Subdelegado de


Contadoria da
Arquitetos Municipal de Polícia
Tesouraria da Província
Medidores Instrução Distrito de
Obras Públicas
1° Seção 2° Seção Inspetor Colégio de Artes
da da Paroquial Mecânicas para
Contadoria Contadoria Órfãos
Seção Especial da
Tesouraria da Província Escola Normal Conselhos
Municipais
Coletorias
1 - Deliberação de 25/junho/1850
Tesouraria

31/01/2012 15:10:18
Coletorias
1 - Deliberação de 25/junho/1850
Tesouraria

presidente de província - 1853


PRESIDÊNCIA DA PROVÍNCIA - 1853
Ministério da Justiça
Presidente de Província

Arquivo Estatístico Secretaria da Comissão Central Instituto 1 - Secretaria da Chefe de Polícia


Presidência Diretora da Colonização Vacínico Polícia da Província

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 285
do Rio de Janeiro

Guarda Policial da 1° Seção da Secretaria da 2° Seção da Secretaria Casa de Detenção


Província do Rio de Presidência da Presidência de Niterói
Janeiro

Tesouraria Provincial do Rio de Janeiro Delegado de


Inspetor Geral da Liceu Provincial Junta de Direção e
Polícia
Instrução de Campos Inspeção das
Junta da Fazenda Obras Públicas

Escola de Arquitetos Subdelegado de


Contadoria da
Medidores Polícia
Tesouraria da Província
Distrito de
Inspetor Municipal de Obras Públicas
1° Seção 2° Seção Instrução
da da
Contadoria Contadoria Inspetor Paroquial

Seção Especial da
Tesouraria da Província Colégio de Artes

285
Mecânicas para Órfãos
Coletorias
Escola Normal
Tesouraria
Conselhos Municipais 1 - Regulamento de 17/setembro/1853

31/01/2012 15:10:18
286
presidente de província - 1855
PRESIDÊNCIA DA PROVÍNCIA - 1855
Presidente de Província Ministério da Justiça

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 286
Guarda Policial da Secretaria da Comissão Central Instituto Arquivo Secretaria da Polícia Chefe de
Província do Rio de Presidência Diretora da Colonização Vacínico Estatístico da Província do Rio Polícia
Janeiro de Janeiro

1° Seção da Secretaria da 2° Seção da Secretaria 1 - Seção de Obras Casa de Detenção


Presidência da Presidência Públicas de Niterói

Tesouraria Provincial do Rio de Janeiro Inspetor Geral da Instrução Delegado de


Polícia
Junta da Fazenda Escola de Inspetor
Arquitetos Municipal de
Medidores Instrução Subdelegado de
Contadoria da
Tesouraria da Província Polícia
Inspetor Colégio de Artes
Paroquial Mecânicas para
1° Seção 2° Seção Órfãos
da da
Contadoria Contadoria Escola Normal Conselhos
Municipais
Seção Especial da
Tesouraria da Província Liceu Provincial de Campos

Coletorias Junta de Direção e Inspeção das Obras Públicas

Tesouraria 1 - Deliberação de 28/novembro/1855


Distrito de Obras Públicas

31/01/2012 15:10:18
Tesouraria 1 - Deliberação de 28/novembro/1855
Distrito de Obras Públicas

presidente de província - 1856


Ministério da Justiça
Presidente de Província

Guarda Policial da Secretaria da Comissão Central Instituto Vacínico Secretaria da Polícia Chefe de Polícia
Província do Rio de Presidência Diretora da Colonização da Província do Rio

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 287
Janeiro de Janeiro

1° Seção da Secretaria da 1 - 2° Seção da 1 - 3° Seção da Casa de Detenção


Presidência Secretaria da Presidência Secretaria da Presidência de Niterói

Tesouraria Provincial do Rio de Janeiro Inspetor Geral de Instrução 1-Arquivo Delegado de


Estatístico Polícia
Junta da Fazenda Escola de Inspetor
Arquitetos Municipal de
Medidores Instrução
Contadoria da
Tesouraria da Província Inspetor Colégio de Artes
Paroquial Mecânicas para
Subdelegado de
1° Seção 2° Seção Órfãos
Polícia
da da
Contadoria Contadoria Escola Normal Conselhos
Municipais
Seção Especial da

287
Tesouraria da Província Liceu Provincial de Campos Inspetor de
Quarteirão
Coletorias 1 - Junta de Direção e Inspeção das Obras Públicas

Tesouraria
Distrito de Obras Públicas 1 - Deliberação de 17/abril/1856

31/01/2012 15:10:19
288
PRESIDÊNCIA
presidente DA PROVÍNCIA
de província - 1859- 1859
Ministério da Justiça
Presidente de Província

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 288
Secretaria da Polícia Instituto 1 - Diretoria da 1 - Secretaria da Comissão Central 1 - Diretoria da Chefe de
da Província do Rio Vacínico Instrução Presidência Diretora da Colonização Fazenda Polícia
de Janeiro

1 - Diretoria das Escola de 1° Seção da Secretaria da


Obras Públicas 1 - Contadoria Casa de Detenção
Arquitetos Presidência de Niterói
Medidores
1 - Procuradoria
Colégio de Artes 2° Seção da Secretaria Fiscal Delegado de
1 - Seção da Distrito de Obras Mecânicas para da Presidência Polícia
Diretoria das Públicas Órfãos 1 - Coletorias
Obras Públicas
Escola Normal 1 - Arquivo Estatístico
1 - Tesouraria
Guarda Policial da
Província do Rio de Conselhos 1 - Agências Subdelegado de
Janeiro Municipais Polícia
1 - Conselho de
Instrução
Inspetor de
1 - Lei n°1127, de 04/fevereiro/1859, 1 - Inspetor Quarteirão
reforma administrativa da Geral
Presidência da Província.
Obs: São extintos os Liceus Provinciais 1 - Inspetor
de Angra dos Reis e Campos. Paroquial

31/01/2012 15:10:19
de Angra dos Reis e Campos. Paroquial

PRESIDÊNCIA
presidente DA PROVÍNCIA
de província - 1874 - 1874
Ministério da Justiça
Presidente de Província

Guarda Policial da Diretoria da Secretaria da Diretoria da 1-Guarda Secretaria da Polícia da

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 289
Província do Rio de Instrução Presidência Fazenda Municipal Província do Rio de
Janeiro Janeiro

Instituto Vacínico Escola de 1° Seção da Secretaria da Chefe de


Contadoria Polícia
Arquitetos Presidência
Medidores
Procuradoria
Comissão Central Colégio de Artes 2° Seção da Secretaria 2 - Penitenciária
Fiscal
Diretora da Mecânicas para da Presidência de Niterói
Colonização Órfãos Coletorias
Casa de Detenção
Arquivo Estatístico de Niterói
Diretoria das Obras Escola Normal Tesouraria
Públicas Delegado de
Conselhos Agências Polícia
Municipais

Seção da Conselhos de Subdelegado de


Distrito
Diretoria Instrução Polícia

289
de
Obras das Inspetor Geral
Públicas Obras
Públicas Inspetor de
1 - Lei n° 2071, de 07/dezembro/1874
Quarteirão
Inspetor 2 - Decreto n° 2050, de 23/novembro/1874,
Paroquial é criada a Penitenciária de Niterói.

31/01/2012 15:10:19
290
PRESIDÊNCIA
presidente DA PROVÍNCIA
de província - 1876-
Presidente de Província

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 290
Diretoria da Secretaria da Diretoria das Obras Diretoria da
Fazenda Presidência Públicas Instrução

2° Seção da Secretaria 3° Seção da Secretaria 4° Seção da Secretaria Escola de Arquitetos


Contadoria Medidores
da Presidência da Presidência da Presidência Seção da
Diretoria
Colégio de Artes
Força Pública das Obras
Procuradoria Comissão Central Mecânicas para
Provincial Públicas
Fiscal Diretora da Órfãos
Colonização
Guarda Municipal Escola Normal
Seção Central da
1° Seção da Secretaria Instituto Vacínico
Diretoria da
Fazenda da Presidência Casa de Detenção de Conselhos Municipais
Niterói
Arquivo Estatístico
Coletorias
Secretaria da Polícia da Conselhos de
Província do Rio de Instrução
Tesouraria Janeiro
Inspetor Geral
Chefe de Polícia
Registros
Superintendente de
Penitenciária de Niterói Delegado de Polícia
* Deliberação de 01/agosto/1876, Ensino

Reorganiza a Administração Pública Subdelegado de Polícia Inspetor


Provincial e manda observar o Paroquial
regulamento expedido para a Inspetor de Quarteirão
execução da reforma.

31/01/2012 15:10:19
presidente de província
PRESIDÊNCIA DA PROVÍNCIA
- 1880 - 1880

Presidente de Província

Diretoria da Secretaria da Diretoria das Obras Diretoria da


Fazenda Presidência Públicas Instrução

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 291
2° Seção da Secretaria 3° Seção da Secretaria 4° Seção da Secretaria Escola de Arquitetos
Contadoria Medidores
da Presidência da Presidência da Presidência
Colégio de Artes
Força Pública
Procuradoria Comissão Central Mecânicas para
Provincial
Fiscal Diretora da Órfãos
Distritos Seção da
Colonização
de Obras Diretoria Escola Normal
Seção Central da Guarda Municipal
Públicas das Obras
Diretoria da 1° Seção da Secretaria
Públicas
Fazenda da Presidência Casa de Detenção de Conselhos Municipais
Niterói
Coletorias Instituto Vacínico
Secretaria da Polícia da Conselho de Instrução
Província do Rio de
Tesouraria Janeiro
Arquivo Estatístico 1 - Liceu de
Chefe de Polícia Humanidades de Campos
Registros

291
Inspetor Geral
Penitenciária de Niterói Delegado de Polícia

Subdelegado de Polícia Superintendente de


Ensino
1 - Decreto n°2503, de 22/novembro/1880 Inspetor de Quarteirão Inspetor
Paroquial

31/01/2012 15:10:19
292
presidente de província
PRESIDÊNCIA DA PROVÍNCIA
- 1882 1882
Presidente de Província

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 292
Diretoria da Secretaria da Diretoria das Obras Diretoria da
Fazenda Presidência Públicas Instrução

2° Seção da Secretaria 3° Seção da Secretaria 4° Seção da Secretaria Escola de Arquitetos


Contadoria Medidores
da Presidência da Presidência da Presidência
Colégio de Artes
Força Pública
Procuradoria Comissão Central Mecânicas para
Provincial
Fiscal Diretora da Órfãos
Colonização 1- Seção da
Circunscrição Diretoria Escola Normal
Seção Central da Guarda Municipal
1° Seção da Secretaria das Obras
Diretoria da
da Presidência Públicas
Fazenda Casa de Detenção de Conselhos Municipais
Niterói
Coletorias Instituto Vacínico
Secretaria da Polícia da Conselhos de
Província do Rio de Instrução
Tesouraria Janeiro
Arquivo Estatístico Liceu de Humanidades
Chefe de Polícia de Campos
Registros
Inspetor Geral
Penitenciária de Niterói Delegado de Polícia

Subdelegado de Polícia Superintendente de


Ensino
1 - Regulamento de 26/junho/1882 Inspetor de Quarteirão Inspetor
Paroquial

31/01/2012 15:10:19
1 - Regulamento de 26/junho/1882 Inspetor de Quarteirão Inspetor
Paroquial

PRESIDÊNCIA
presidente DA PROVÍNCIA
de província - 1888 1888
Presidente de Província

Diretoria da Secretaria da Diretoria das Obras Diretoria da


Fazenda Presidência Públicas Instrução

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 293
2° Seção da Secretaria 3° Seção da Secretaria 4° Seção da Secretaria Escola de Arquitetos
Contadoria Medidores
da Presidência da Presidência da Presidência
Colégio de Artes
Força Pública
Procuradoria Comissão Central Mecânicas para
Provincial
Fiscal Diretora da Órfãos
Colonização Circunscrição Seção da
Diretoria Escola Normal
Seção Central da Guarda Municipal
1° Seção da Secretaria das Obras
Diretoria da
da Presidência Públicas
Fazenda Casa de Detenção de Conselhos Municipais
Niterói
2 - Inspetoria
Coletorias Instituto Vacínico
Provincial de Secretaria da Policia da Conselhos de
Imigração Província do Rio de Instrução
Tesouraria Janeiro
Arquivo Estatístico Liceu de Humanidades
Chefe de Polícia de Campos
Registros
Inspetor Geral

293
Penitenciária de Niterói Delegado de Polícia
1 - Contadoria
anexa ao Corpo
Subdelegado de Polícia Superintendente de
Policial
Ensino
1 - Deliberação de 31/dezembro/1888 Inspetor de Quarteirão Inspetor
2 - Deliberação de 05/março/1888 Paroquial

31/01/2012 15:10:19
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presidentes de província1

titular período
Joaquim José Rodrigues Torres, 1834-1836
Visconde de Itaboraí

Nasceu no ano de 1802, em Porto das Caixas, município de


Itaboraí (RJ). Doutor em matemática, foi ministro e conselheiro
de Estado. Exercia o cargo de deputado geral da Província do Rio
de Janeiro quando foi nomeado para presidi-la, permanecendo no
cargo no período de 14 de outubro de 1834 a 29 de abril de 1836.

1
Fonte: LACOMBE, Lourenço Luiz. Os Chefes do Executivo Fluminense. Petrópo-
lis: Editora Vozes, 1973.; e Fonte Eletrônica: www.academia.org.br. Acesso em 27
de março de 2008, 10:00.

295

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titular período
Paulino José Soares de Sousa, 1836-1840
Visconde de Uruguai

Nasceu no ano de 1807, em Paris, França. Formado em direito,


foi ministro de Estado várias vezes e, também, conselheiro. Foi Pre-
sidente da Província do Rio de Janeiro no período de 30 de abril de
1836 a 5 de agosto de 1840.

titular período
Manuel José de Sousa França 1840-1841

Nasceu no ano de 1780, em Laguna (SC). Foi advogado da Cor-


te (atual cidade do Rio de Janeiro), deputado pela Província flu-
minense à Assembleia Constituinte de 1823 em várias legislaturas.
Foi Presidente da Província do Rio de Janeiro no período de 22 de
agosto de 1840 a 31 de março de 1841.

titular período
Honório Hermeto Carneiro Leão, 1841-1843
Marquês do Paraná

Nasceu no ano de 1801, em Minas Gerais. Formado em direito,


atuou como magistrado e, por diversas vezes, ocupou o parlamento
como deputado geral e senador por sua Província de origem. Foi
ministro e conselheiro de Estado e Presidente da Província do Rio
de Janeiro no período de 1º de dezembro de 1841 a 1º de janeiro
de 1843.

titular período
João Caldas Vianna 1843-1844

296 a província fluminense

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Nasceu no ano de 1806, em Campos (RJ). Formado em direito,
atuou como magistrado, foi deputado provincial por várias vezes e
Presidente da Província do Rio de Janeiro no período de 2 de março
de 1843 a 11 de abril de 1844.

titular período
Aureliano de Sousa e Oliveira Coutinho, 1844-1848
Visconde de Sepetiba

Nasceu no ano de 1800, na Freguesia de Itaipu, pertencente ao


povoado da Praia Grande, atual Niterói (RJ). Formado em direi-
to, foi magistrado em Minas Gerais e no Rio de Janeiro e exerceu
várias vezes o cargo de ministro de Estado. Ocupou o parlamento
como deputado pelas Províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais
e senador por Alagoas. Membro do Conselho de Sua Majestade e
Gentil-Homem da Imperial Câmara, foi um dos fundadores do Ins-
tituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Presidiu as Províncias de
São Paulo e do Rio de Janeiro, essa última no período de 12 de abril
de 1844 a 3 de abril de 1848.

titular período
Manuel de Jesus Valdetaro, 1848
Visconde de Valdetaro

Nasceu no ano de 1807, na cidade do Rio de Janeiro, então capi-


tal do Império. Formado em direito, foi juiz e ministro do Supremo
Tribunal, tendo presidido essa Corte. Possuía o título do Conselho
e a comenda de Cristo. Sócio do Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro, foi também deputado geral e provincial pelo Rio de Ja-
neiro. Presidiu a Província do Rio de Janeiro no período de 4 de
abril a 6 de junho de 1848.

presidentes de província 297

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titular período
Felisberto Caldeira Brant Pontes, 1848
Visconde de Barbacena

Nasceu no ano de 1802, na Bahia. Inicialmente seguiu a carrei-


ra militar, dedicando-se, mais tarde, à diplomacia e à política. Foi
deputado em sua Província natal, industrial e diretor da Estrada de
Ferro D. Pedro II. Presidiu a Província do Rio de Janeiro no período
de 7 de junho a 9 de outubro de 1848.

titular período
Luís Pedreira do Couto Ferraz, 1848-1853
Visconde do Bom Retiro

Nasceu no ano de 1818, na cidade do Rio de Janeiro, então


capital do Império. Formado em direito, atuou como professor, de-
putado pelo Espírito Santo e senador pelo Rio de Janeiro. Foi Con-
selheiro do Imperador e de Estado, ministro do Império, Veador
da Casa Imperial, fundador e presidente do Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro e agraciado com as Ordens do Cruzeiro, da
Rosa e da Grã-Cruz de Cristo. Presidiu as Províncias do Espírito
Santo e do Rio de Janeiro, essa última no período de 10 de outubro
de 1848 a 2 de maio de 1853.

titular período
1853-1857
Luís Antonio Barbosa

Nasceu no ano de 1805, em Juiz de Fora (MG). Formado em di-


reito, foi deputado provincial e geral por sua Província natal por várias
legislaturas e senador por Minas Gerais. Foi membro do Conselho do
Imperador, atuou como magistrado, tendo trabalhado no Ministério da
Justiça. Presidiu as Províncias de Juiz de Fora e do Rio de Janeiro, essa
última no período de 22 de setembro de 1853 a 2 de maio de 1857.

298 a província fluminense

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titular período
1857-1858
Antonio Nicolau Tolentino

Nasceu em São Gonçalo (RJ). Trabalhou como funcionário do


Tesouro Nacional e de outras repartições da Fazenda, Diretor da
Academia de Belas Artes e Presidente da Caixa Econômica. Foi
membro do Conselho do Imperador, grande dignitário da Rosa e
Cavaleiro de Cristo. Presidiu a Província do Rio de Janeiro no perí-
odo de 4 de agosto de 1857 a 24 de outubro de 1858.

titular período
José Maria da Silva Paranhos, 1858
Visconde do Rio Branco

Nasceu no ano de 1819, na Bahia. Cursou a Escola Naval e a


Escola Militar, graduando-se em matemática. Foi professor, sena-
dor pelo Mato Grosso, deputado provincial e geral pelo Rio de Ja-
neiro, diplomata e ministro de Estado por diversas vezes. Presidiu
várias sociedades e academias, inclusive a Sociedade Auxiliadora da
Indústria Nacional e foi sócio do Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro. Presidiu a Província do Rio de Janeiro no período de 30
de outubro de 1858 a 13 de dezembro de 1858.

titular período
João de Almeida Pereira Filho 1859

Nasceu no ano de 1826, em Campos (RJ). Formado em direito,


dedicou-se à literatura e à política. Foi deputado geral por sua Pro-
víncia diversas vezes e ministro do Império, membro do Conselho
de S. Majestade, Veador da Casa Imperial e Comendador de Cristo.
Presidiu a Província do Rio de Janeiro no período de 10 de janeiro
a 24 de abril de 1859.

presidentes de província 299

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titular período
Inácio Francisco Silveira da Mota, 1859-1861
Barão de Vila Franca

Nasceu no ano de 1815, em Goiás. Formado em direito, exerceu


a magistratura e também se dedicou à agricultura na fazenda de sua
propriedade, em Quissamã. Foi deputado provincial em Niterói e
recebeu o título de Comendador de Cristo. Presidiu as Províncias
do Piauí, Ceará e Rio de Janeiro, essa última no período de 25 de
abril de 1859 a 15 de abril de 1861.

titular período
Luis Alves Leite de Oliveira Belo 1861-1863

Nasceu no ano de 1817, em Porto Alegre (RS). Formado em di-


reito, atuou como magistrado no Rio de Janeiro e em Porto Alegre.
Foi deputado provincial várias vezes e vice-presidente por sua Pro-
víncia de origem. Presidiu a Província do Rio de Janeiro no período
de 21 de setembro de 1861 a 13 de fevereiro de 1863.

titular período
1863-1864
Policarpo Lopes de Leão

Nasceu no ano de 1814, na Bahia. Formado em direito, dedi-


cou-se à magistratura, tendo desempenhado vários cargos em sua
Província natal, no Maranhão e na Corte (atual cidade do Rio de
Janeiro). Alcançou o cargo de desembargador e foi membro do
Conselho do Imperador. Presidiu a Província do Rio de Janeiro no
período de 14 de fevereiro de 1863 a 15 de fevereiro de 1864.

titular período
João Crispiniano Soares 1864

300 a província fluminense

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Nasceu no ano de 1809, em São Paulo. Formado em direito,
trabalhou como magistrado, professor catedrático, foi vereador, de-
putado provincial e geral por São Paulo e representante do Mato
Grosso na Câmara dos Deputados. Foi agraciado com o título de
Conselho de S. Majestade. Presidiu as Províncias de Minas Gerais,
Mato Grosso, São Paulo e Rio de Janeiro, essa última no período de
3 de maio a 21 de outubro de 1864.

titular período
Bernardo de Sousa Franco, 1864-1865
Visconde de Sousa Franco

Nasceu no ano de 1805, em Belém do Pará. Formado em direito,


atuou como juiz e desembargador. Representou Belém na Câmara
dos Deputados, em várias legislaturas, e também no Senado. Foi
membro do Conselho de Estado, ministro do Império, Grã-Cruz de
Cristo e Dignitário da Rosa. Presidiu as Províncias do Pará, Alagoas
e Rio de Janeiro, essa última no período de 3 de novembro de 1864
a 21 de setembro de 1865.

titular período
Domiciano Leite Ribeiro, 1865-1866
Visconde de Araxá

Nasceu no ano de 1812, em Minas Gerais. Formado em direito,


dedicou-se à magistratura, literatura e à advocacia. Foi deputado geral
por Minas Gerais, ministro da agricultura e membro do Conselho do
Estado. Presidiu as Províncias de São Paulo e do Rio de Janeiro, essa
última no período de 7 de dezembro de 1865 a 3 de maio de 1866.

titular período
Esperidião Elói de Barros Pimentel
1866-1868

presidentes de província 301

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Nasceu no ano de 1823, em Alagoas. Formado em direito, atuou
como magistrado em diversas províncias. Foi Desembargador da
Relação de São Paulo sucessivas vezes, deputado provincial e geral
por Alagoas. Presidiu a Província do Rio de Janeiro no período de 4
de outubro de 1866 a 20 de fevereiro de 1868.

titular período
Américo Brasiliense de Almeida e Melo 1868

Nasceu no ano de 1833, em São Paulo. Formado em direito,


trabalhou como advogado e magistrado. Foi ministro do Supremo
Tribunal Federal, deputado provincial em São Paulo em várias le-
gislaturas, deputado geral por sua Província de origem e sócio do
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Presidiu as Províncias da
Paraíba e do Rio de Janeiro, essa última no período de 10 de março
a 22 de julho de 1868.

titular período
Benevenuto Augusto de Magalhães Tasques 1868-1869

Nasceu no ano de 1821, na Bahia. Deputado geral pelo Rio de


Janeiro, foi ministro de estrangeiros e conselheiro de Estado. Presi-
diu as Províncias do Rio Grande do Norte, Maranhão, Pernambuco
e do Rio de Janeiro, essa última no período de 30 de julho de 1868
a 1º de maio de 1869.

titular período
José Maria Correia de Sá e Benevides 1870

Nasceu no ano de 1833, em Campos (RJ). Formado em direi-


to, foi professor, juiz, jornalista, deputado provincial em São Pau-
lo e Presidente da Província de Minas Gerais. Presidiu a Província

302 a província fluminense

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do Rio de Janeiro no período de 1º de junho a 26 de outubro de
1870.

titular período
Teodoro Machado Freire Pereira da Silva 1870-1871

Nasceu no ano de 1832, em Pernambuco. Foi Chefe de Polícia


em várias regiões, deputado provincial e geral por Pernambuco, mi-
nistro da agricultura e membro do Conselho do Imperador. Presi-
diu as Províncias da Paraíba, Bahia e do Rio de Janeiro, essa última
no período de 27 de outubro de 1870 a 6 de março de 1871.

titular período
Josino do Nascimento Silva 1871-1872

Nasceu no ano de 1811, em Campos (RJ). Formado em direito,


trabalhou como advogado e juiz. Foi deputado geral pelo Rio de Ja-
neiro, Presidente da Província de São Paulo, jornalista, sócio do Ins-
tituto Histórico e Geográfico Brasileiro, membro do Conselho de S.
Majestade e Comendador de Cristo. Presidiu a Província do Rio de
Janeiro no período de 15 de abril de 1871 a 19 de outubro de 1872.

titular período
Bento Luís de Oliveira Lisboa 1872-1873

Nasceu em 1836, no Rio de Janeiro. Formado em direito, exer-


ceu a magistratura e ocupou vários cargos em diversas Províncias,
destacadamente no Rio de Janeiro. Foi ministro do Supremo Tri-
bunal, deputado provincial em Niterói e membro do Conselho do
Imperador. Presidiu as Províncias do Rio Grande do Sul e do Rio
de Janeiro, essa última no período de 10 de outubro de 1872 a 26
de março de 1873.

presidentes de província 303

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titular período
Manuel José de Freitas Travassos 1873-1874

Nasceu no ano de 1812, no Rio Grande do Sul. Formado em


direito, foi magistrado e ministro do Supremo Tribunal. Exerceu
o cargo de 3º Vice-Presidente Provincial do Rio Grande, 1º do
Rio de Janeiro e provedor da Santa Casa de Misericórdia da Corte
(atual cidade do Rio de Janeiro). Foi agraciado com os hábitos
da Rosa e do Cruzeiro, a comenda de Cristo e recebeu o foro de
Guarda-Roupa e Veador da Casa Imperial. Presidiu a Província
do Rio de Janeiro no período de 26 de março de 1873 a 18 de
setembro de 1874.

titular período
Francisco Xavier Pinto Lima, 1874-1878
Barão de Pinto Lima

Nasceu no ano de 1832, na Bahia. Formado em direito, foi


juiz, deputado em sua província de origem e deputado geral pela
Bahia e pelo Espírito Santo em várias legislaturas. Ocupou o cargo
de ministro da Marinha, foi membro do Conselho do Imperador
e Comendador da Rosa. Presidiu as Províncias do Rio Grande do
Sul, São Paulo e Rio de Janeiro, essa última no período de 26 de
setembro de 1874 a 16 de janeiro de 1878.

titular período
Camilo Maria Ferreira Armond, 1878
Conde de Prados

Nasceu no ano de 1815, em Minas Gerais. Formado em medici-


na, foi um dos líderes da Revolução Liberal de 1842. Foi deputado
à Assembleia Geral por Minas Gerais diversas vezes, diretor do Ob-
servatório Astronômico do Rio de Janeiro e membro extraordinário

304 a província fluminense

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do Conselho de Estado. Presidiu a Província do Rio de Janeiro no
período de 18 de janeiro a 25 de dezembro de 1878.

titular período
Américo de Moura Marcondes de Andrade 1879-1880

Nasceu no ano de 1840, em São Paulo. Formado em direito,


trocou a magistratura pela advocacia. Presidiu as Províncias do Rio
Grande do Sul e Rio de Janeiro, essa última no período de 5 de
março de 1879 a 20 de abril de 1880.

titular período
João Marcelino de Sousa Gonzaga 1880-1881

Nasceu no ano de 1820, no Rio de Janeiro. Formado em direito,


foi juiz municipal e fazendeiro na região fluminense, onde também
se elegeu deputado provincial. Recebeu o foro de Moço-Fidalgo
da Casa Imperial e foi condecorado com as Ordens da Rosa e de
Cristo. Presidiu as Províncias de Alagoas, Rio Grande do Sul e Rio
de Janeiro, essa última no período de 24 de abril de 1880 a 14 de
março de 1881.

titular período
Martinho Álvares da Silva Campos 1881

Nasceu no ano de 1816, em Minas Gerais. Formado em me-


dicina, foi deputado provincial em Niterói e geral pela Província
fluminense, onde era fazendeiro. Representou a província de Minas
Gerais no Senado, ocupou os cargos de ministro da fazenda e conse-
lheiro de Estado. Presidiu a Província do Rio de Janeiro no período
de 15 de março de 1881 a 12 de dezembro de 1881.

presidentes de província 305

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titular período
1882-1883
Bernardo Avelino Gavião Peixoto

Nasceu no ano de 1829, em São Paulo. Formado em direito,


foi magistrado e várias vezes deputado em sua Província. Presidiu a
Província do Rio de Janeiro no período de 16 de março de 1882 a
27 de outubro de 1883.

titular período
1883-1884
José Leandro de Godói e Vasconcelos

Nasceu no ano de 1834, em Pernambuco. Formado em direito,


foi advogado e deputado geral por sua Província natal. Presidiu as
Províncias do Maranhão, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, essa
última no período de 31 de outubro de 1883 a 17 de agosto de
1884.

titular período
José Cesário de Faria Alvim 1884-1885

Nasceu no ano de 1839, em Minas Gerais. Formado em direi-


to, exerceu a profissão em sua Província de origem. Foi deputado
provincial em Ouro Preto várias vezes, e deputado geral. Presidiu as
Províncias de Minas e do Rio de Janeiro essa última no período de
18 de agosto de 1884 a 25 de agosto de 1885.

titular período
Antonio da Costa Pinto e Silva 1885-1886

Nasceu no ano de 1826, no Rio de Janeiro. Por diversas vezes foi


deputado provincial em Niterói e Geral por São Paulo, ocupando
também o cargo de ministro do Império. Presidiu as Províncias da

306 a província fluminense

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Paraíba, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro, essa última
no período de 26 de agosto de 1885 a 19 de abril de 1886.

titular período
Antonio da Rocha Fernandes Leão 1886-1888

Nasceu no ano de 1840, em Minas Gerais. Formado em direito,


trabalhou como promotor em sua Província de origem. Trabalhou
como advogado, foi deputado geral por Minas Gerais e senador. Fa-
zendeiro, desenvolveu em suas terras a criação de gado, plantações
de café e vinha. Presidiu a Província do Rio de Janeiro no período
de 30 de julho de 1886 a 29 de abril de 1888.

titular período
José Bento de Araújo 1888-1889

Nasceu no ano de 1846, em Campos (RJ). Formado em direito,


exerceu a advocacia na Corte (atual cidade do Rio de Janeiro) e
integrou o Conselho do Imperador. Presidiu as Províncias do Mara-
nhão, Mato Grosso, Santa Catarina e do Rio de Janeiro, essa última
no período de 4 de maio de 1888 a 18 de junho de 1889.

titular período
Carlos Afonso de Assis Figueiredo 1889

Nasceu no ano de 1845, em Minas Gerais. Formado em direito,


exerceu a profissão em sua Província de origem. Foi por várias vezes
deputado provincial e geral por Minas Gerais, ministro da Guerra
e membro do Conselho do Imperador. Presidiu a Província do Rio
de Janeiro no período de 19 de junho de 1889 até à Proclamação
da República .

presidentes de província 307

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cronologia

brasil ri0 de janeiro


1822
7 de setembro - Proclamação
da Independência do Brasil por
D. Pedro I.
1823
20 de outubro - Lei Imperial
extingue as Juntas Governativas
Provisórias nas Províncias,
criando o cargo de Presidente
de Província, assistido por
um Conselho. Tal medida
excluía a Província do Rio de

309

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brasil ri0 de janeiro
Janeiro localizada na capital
do Império, governada pelo
Ministério do Império.
1824
25 de março - Outorgada
a 1ª Constituição do Brasil,
dividindo o Império em
Províncias, estabelecendo
nelas um Conselho Geral da
Província, exceto na Província
do Rio de Janeiro onde está
localizada a capital do Império.
1831
7 de abril - Abdicação de D.
Pedro I e início da Regência
Trina Permanente.
18 de agosto - Criada a Guarda
Nacional.
1834
12 de agosto - Decretado 12 de agosto - De acordo com
o Ato Adicional de 1834 o Ato Adicional, o Conselho
que, dentre outras medidas, da Província é substituído pela
criou o Município Neutro da Assembleia Legislativa Provincial.
Corte, separando a mesma da 3 de outubro - Regulamentada
Província do Rio de Janeiro. as atribuições do Presidente
de Província, cargo exercido
anteriormente pelo presidente
em Conselho, de acordo com a
Lei Imperial nº 40.
14 de outubro - Início
do mandato do primeiro
Presidente de Província
Joaquim José Rodrigues Torres,
o Visconde de Itaboraí.

310 a província fluminense

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brasil ri0 de janeiro
1835
25 de janeiro - Eclode a 1º de fevereiro - Elevação
Revolta dos Malês na Bahia. da Vila Real da Praia Grande
à condição de cidade com o
nome de Niterói. 1ª reunião
da Assembleia Legislativa
Provincial.
27 de março - Criada a
secretaria da Presidência da
Província do Rio de Janeiro.
30 de março - Regulamentada
a forma de publicação das
leis e resoluções decretadas
pela Assembleia Legislativa
Provincial que não dependiam
do Presidente de Província.
7 de abril - Início da Regência 4 de abril - Criada a Escola
Una. Normal de Niterói.
14 de abril - Criada a Guarda
Policial da Província.
28 de agosto - Regulamentada
pelo Presidente de Província a
vacinação na Província.
20 de setembro - Início da
Revolução Farroupilha no sul
do país.
1836
7 de abril - Criada a Esquadra
de Pedestres da Província.
30 de abril - Início do mandato
do Presidente de Província
Paulino José Soares de Souza, o
Visconde de Uruguai.
6 de maio - Criadas as

cronologia 311

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brasil ri0 de janeiro
Coletorias e os Registros
vinculados a Tesouraria da
Província.
10 de maio - A Assembleia
Legislativa Provincial estabelece
que nomeação de oficiais da
Guarda Nacional ficaria a cargo
do Presidente de Província.
1° de outubro - Reunião
da Assembleia Legislativa
Provincial.
6 de dezembro - Estabelecida
a estrutura de funcionários
da Assembleia Legislativa
Provincial.
19 de dezembro - Criada a
Diretoria das Obras Públicas
da Província e a Escola de
Arquitetos e Medidores para
fornecer quadros para essa
Diretoria.
20 de dezembro - Criado o
Colégio de Artes e Mecânicas
para Órfãos em Niterói.
1837
2 de janeiro - Criada a
Diretoria de Instrução Primária
da Província.
1° de outubro - Reunião
da Assembleia Legislativa
Provincial.
7 de novembro - Eclode
a Revolta da Sabinada na
Província da Bahia.

312 a província fluminense

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brasil ri0 de janeiro
4 de dezembro - Extinta a
Esquadra de Pedestres da
Província.
1838
1º de março - Reunião
da Assembleia Legislativa
Provincial, período: 1838-1850.
7 de março - Criada a Mesa
Provincial regulamentada em
16 de março - Fim da Revolta 22 de dezembro.
da Sabinada.
13 de dezembro - Eclode a
Revolta da Balaiada envolvendo
as Províncias do Maranhão e
do Piauí.
1839
13 de abril - Criado o Liceu
Provincial de Jacueacanga em
Angra dos Reis.
1840
25 de março - Termina a
Revolta da Cabanagem na
Província do Pará.
12 de maio - Aprovada a
Lei de Interpretação do Ato
Adicional de 1834, contendo
medidas centralizadoras através
da diminuição do poder
das Assembleias Legislativas
Provinciais e um maior controle 30 de maio - Lei provincial
do poder central sobre a polícia autoriza o Presidente de
e a justiça. Província a estabelecer colônias
agrícolas sem o trabalho
escravo.

cronologia 313

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brasil ri0 de janeiro
24 de julho - Golpe da
Maioridade, D. Pedro II assume
o trono com apenas 14 anos.
22 de agosto - Início do
mandato do Presidente de
Província Manoel José de Sousa
França.
1841
22 de abril - Termina a Revolta
da Balaiada.
21 de junho - Aprovado o
regulamento da secretaria da
Presidência cuja estrutura
continha duas seções.
1° de dezembro - Início do
mandato do Presidente de
Província Honório Hermeto
Carneiro Leão, o Marquês do
Paraná.
3 de dezembro - Reformado o 3 de dezembro - Criado o
Código de Processo Criminal cargo de Chefe de Polícia da
de 1832. Província.
1842
março - Iniciada a 4° legislatura
da Assembleia Legislativa
Provincial.
17 de maio - Eclode a Revolta 20 de maio - Criada a
Liberal em Minas Gerais e São Administração da Fazenda da
Paulo. Província do Rio de Janeiro.
20 de agosto - Encerrada a
Revolta Liberal após a batalha de
Santa Luzia em Minas Gerais.
1843
2 de março - Início do

314 a província fluminense

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brasil ri0 de janeiro
mandato do Presidente de
Província João Caldas Vianna.
1844
12 de março - A Diretoria da
Instrução da Província passa
a reunir o ensino primário e
secundário.
14 de março - Criado o Liceu
Provincial de Campos.
12 de abril - Início do mandato
do Presidente de Província
Aureliano de Sousa e Oliveira
Coutinho, Visconde de
Sepetiba.
13 de abril - Extinta a
Diretoria das Obras Públicas.
27 de abril - Criada a Junta de
Direção e Inspeção das Obras
Públicas da Província.
9 de maio - Extinta a Escola
de Arquitetos Medidores em
Niterói.
20 de junho - Criada a
Comissão Central Diretora da
Colonização da Província.
23 de setembro - Criado o
Instituto Vacínico da Província
com a direção central sediada
21 de dezembro - Aprovadas em Niterói.
as atribuições do Serviço de
Correios do Império que
incluíam na sua estrutura a
Administração do Correio da
Província do Rio de Janeiro.

cronologia 315

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brasil ri0 de janeiro

1845
24 de julho - Instituído o
regulamento das missões
visando evitar a degradação dos
aldeamentos indígenas.
8 de agosto - O Parlamento
da Grã-Bretanha aprova a
Bill Aberdeen, proibindo o
comércio de escravos nos navios
entre a África e a América.
1° de outubro - A Junta
Diretora e Inspetora das Obras
Públicas teve suas atribuições
passadas para segunda seção da
secretaria da Presidência.
1846
7 de maio - Decreto torna
obrigatório a vacinação na
Província.
3 de junho - A Junta da
Fazenda passa a denominar-se
Tesouraria Provincial do Rio de
Janeiro.
1847
1º de setembro - A Escola
Normal, a Escola de Arquitetos
e Medidores e o Colégio
de Artes Mecânicas são
substituídos pelo Liceu Central
de Niterói.
4 de dezembro - Criada a Casa
de Detenção de Niterói.
1848

316 a província fluminense

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brasil ri0 de janeiro
4 de abril - Início do mandato
do Presidente de Província
Manuel de Jesus Valdetaro,
Visconde de Valdetaro.
7 de junho - Início do mandato
do Presidente de Província
Felisberto Caldeira Brant
Pontes, Visconde de Barbacena.
26 de julho - Lei nº 443
fornece o regimento interno
da Assembleia Legislativa
Provincial do Rio de Janeiro.
10 de outubro - Início do
mandato do Presidente de
Província Luis Pedreira do
Couto Ferraz, Visconde do
Bom Retiro.
7 de novembro - Início
da Revolta da Praieira em
Pernambuco.
1849
14 de dezembro - Novo
regimento de Instrução Pública
modifica a denominação de
Diretor de Instrução Pública
para Inspetor Geral e cria os
Conselhos Municipais em cada
município.
1850
26 de janeiro - Fim da Revolta
da Praieira em Pernambuco.
25 de junho - Aprovado o 25 de junho - Criado o
Código Comercial. Arquivo Estatístico da Província
4 de setembro - Aprovada em Niterói.

cronologia 317

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brasil ri0 de janeiro
a Lei Eusébio Queirós
extinguindo o tráfico negreiro
para o Brasil.
14 de setembro - Criada a
Junta de Higiene Pública na
Corte visando propor medidas
referentes à saúde pública para
a capital e Províncias.
18 de setembro - Aprovada a
Lei de Terras.
19 de setembro - Reformado
o estatuto da Guarda
Nacional que deixa de ser
subordinada aos Juízes de Paz
e Juízes Criminais e passa a
ter como superior hierárquico
o Ministério da Justiça e os
Presidentes de Província.
1851
13 de setembro - Recriada a
Esquadra de Pedestres.
24 de setembro - Extinto o
Liceu de Niterói.
17 de dezembro - Eclode a
Guerra do Prata na região
do Uruguai e Argentina,
envolvendo estes dois países e o
Brasil.
1852
3 de fevereiro - Fim da Guerra
do Prata.
1853
17 de setembro - Criada
a Secretaria da Polícia da

318 a província fluminense

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brasil ri0 de janeiro
Província.
22 de setembro - Início
do mandato do Presidente
de Província Luiz Antonio
Barbosa.
1854
30 de janeiro - Aprovado
o regulamento do Registro
Geral de Terras Públicas
estabelecendo uma Repartição
Especial de Terras Públicas em
cada Província.
1º de maio - Inaugurada a 1ª
estrada de ferro do país por
Irineu Evangelista de Souza
ligando o porto de Mauá à raiz
da serra em Petrópolis.
1855
11 de junho - Iniciada a
construção da Estrada de Ferro
D. Pedro II em direção ao Vale
do Paraíba.
19 de setembro - Reformada a
Lei Eleitoral.
28 de novembro - O arquivo
das Obras Públicas é anexado
à secretaria da Província como
uma seção da secretaria.
1856
17 de abril - Criada a 3ª seção
da secretaria da Presidência.
1857
4 de agosto - Início do
mandato do Presidente de

cronologia 319

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brasil ri0 de janeiro
Província Antonio Nicolau
Tolentino.
1858
30 de outubro - Início do
mandato do Presidente de
Província José Maria da Silva
Paranhos, Visconde do Rio
Branco.
1859
10 de janeiro - Início do
mandato do Presidente de
Província João de Almeida
Pereira Filho.
4 de fevereiro - Aprovada
a reforma administrativa
da Província constando em
sua estrutura a secretaria da
Presidência e 3 diretorias:
Fazenda, criada nesta reforma,
Obras Públicas, recriada
após sua extinção em 1844, e
Instrução Pública dentre outros
órgãos. Foram extintos os
Liceus de Angra dos Reis
e Campos.
25 de abril - Início do mandato
do Presidente de Província
Inácio Francisco Silveira da
Mota, Barão de Vila Franca.
1º de junho - Reunião
da Assembleia Legislativa
Provincial, período: 1859-1860.
1861
8 de setembro - Reunião

320 a província fluminense

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brasil ri0 de janeiro
da Assembleia Legislativa
Provincial, período: 1861-1880.
21 de setembro - Início do
mandato do Presidente de
Província Luis Alves Leite de
Oliveira Belo.
1863
14 de fevereiro - Início do
mandato do Presidente de
Província Policarpo Lopes de
Leão.
6 de novembro - Alterado
o regimento interno da
Assembleia Legislativa da
Província.
1864
3 de maio - Início do mandato
do Presidente de Província João
Crispiniano Soares.
3 de novembro - Início do
mandato do Presidente de
Província Bernardo de Sousa
Franco, Visconde de Sousa
Franco.
13 de dezembro - Início da
Guerra do Paraguai.
1865
7 de janeiro - Criação dos
Voluntários da Pátria para lutar
na Guerra do Paraguai.
7 de dezembro - Início do
mandato do Presidente de
Província Domiciano Leite
Ribeiro, Visconde de Araxá.

cronologia 321

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brasil ri0 de janeiro
1866
4 de outubro - Início do
mandato do Presidente de
Província Espiridião Elói de
Barros Pimentel.
1868
10 de março - Início do
mandato do Presidente de
Província Américo Brasiliense
de Almeida e Melo.
30 de julho - Início do
mandato do Presidente de
Província Benevenuto Augusto
de Magalhães Tasques.
1870
1º de março - Fim da Guerra
do Paraguai. 1º de junho - Início do
mandato do Presidente de
Província José Maria Correia de
Sá e Benevides.
27 de outubro - Início do
mandato do Presidente de
Província Teodoro Machado
3 de dezembro - Publicado o Freire Pereira da Silva.
Manifesto Republicano no Rio 14 de dezembro - O Hospital S.
de Janeiro. João Batista de Niterói é transfor­
mado em um Hospital Público.
1871
15 de abril - Início do mandato
do Presidente de Província
Josino do Nascimento Silva.
28 de setembro - Aprovada a
Lei do Ventre Livre libertando
os filhos de escravos.

322 a província fluminense

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brasil ri0 de janeiro
22 de novembro - Alterado o
Código de Processo Criminal
separando a atividade policial
da judiciária.
1872
3 de março - Início da questão
religiosa. 10 de outubro - Início do
mandato do Presidente de
Província Bento Luís de
Oliveira Lisboa.
1873
26 de março - Início do
mandato do Presidente de
Província Manoel José de
Freitas Travassos.
10 de setembro - A Guarda
Nacional perde seu caráter
permanente, sendo reativada
somente em caso de guerra,
rebelião e insurreição.
1874
25 de abril - Criado o
registro civil de nascimentos,
casamentos e óbitos.
26 de setembro - Início do
mandato do Presidente de
Província Francisco Xavier
Pinto Lima, Barão de Pinto
Lima.
23 de novembro - Criada a
Penitenciária de Niterói.
7 de dezembro - Criada a
Guarda Municipal da Província.

cronologia 323

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brasil ri0 de janeiro
1875
setembro - Fim da questão
religiosa.
1876
12 de março - Inaugurado
o Hospital Santa Teresa de
Petrópolis.
1º de agosto - Aprovada a
última reforma administrativa
da Província no período
imperial.
1878
12 de janeiro - Alterado
o regimento interno da
Assembleia Legislativa
Provincial.
18 de janeiro - Início do
mandato do Presidente de
Província Camilo Maria
Ferreira Armond, Conde de
Prados.
1879
5 de março - Início do
mandato do Presidente de
Província Américo de Moura
Marcondes de Andrade.
1880
24 de abril - Início do mandato
do Presidente de Província João
Marcelino de Sousa Gonzaga.
22 de novembro - Criado o
17 de dezembro - Proibido Liceu de Humanidades de
o tráfico de escravos entre as Campos.
Províncias.

324 a província fluminense

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brasil ri0 de janeiro
1881
9 de janeiro - Reformada a
legislação eleitoral. 15 de março - Início do
mandato do Presidente de
Província Martinho Álvares da
Silva Campos.
8 de agosto - Reunião
da Assembleia Legislativa
Provincial, período: 1881-1889.
16 de setembro - Alterado
o regimento da Assembleia
Legislativa Provincial.
1882
16 de março - Início do
mandato do Presidente de
Província Bernardo Avelino
Gavião Peixoto.
26 de junho - A Diretoria das
Obras Públicas é reestruturada
passando a atuar em
circunscrições.
1883
5 de outubro - Alterado
o regimento interno da
Assembleia Legislativa do Rio
de Janeiro.
31 de outubro - Início do
mandato do Presidente de
Província José Leandro de
Godói e Vasconcelos.
1884
18 de agosto - Início do man-
dato do Presidente de Província
José Cesário de Faria Alvim.

cronologia 325

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brasil ri0 de janeiro
1885
26 de agosto - Início do
mandato do Presidente de
28 de setembro - Aprovada a Província Antonio da Costa
Lei dos Sexagenários libertando Pinto e Silva.
os escravos com mais de
65 anos.
1886
3 de fevereiro - Criado o
Conselho Superior de Saúde
Pública com o objetivo de
reorganizar o serviço de Saúde
do Império, contendo em sua
estrutura com Inspetores de 30 de julho - Início do
Higiene nas Províncias. mandato do Presidente de
Província Antonio da Rocha
Fernandes Leão.
1888
5 de março - Criada a
Inspetoria Provincial de
Imigração.
13 de maio - Assinada a Lei 4 de maio - Início do mandato
Áurea pela Princesa Isabel do Presidente de Província José
declarando extinta a escravidão. Bento de Araújo.
31 de dezembro - Criada a
Contadoria Anexa ao Corpo
Policial.
1889
19 de junho - Início do
mandato do Presidente de
Província Carlos Afonso de
15 de novembro - Proclamação Assis Figueiredo.
da República.

326 a província fluminense

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fontes

legislação

BRASIL, Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991. Disponível em


www.arquivonacional.gov.br. Acesso em 10 de julho de 2008,
14:30:30.

constituição

BRASIL. Constituições do Brasil. Constituição de 1824. São Paulo:


Edição Saraiva, 1967.

BRASIL. Constituição política do Império do Brasil (de 25 de março

327

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 327 31/01/2012 15:10:30


de 1824). Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/consti-
tuição/constitui%C3%A7ao24.htm. Acesso em: 2 de setembro de
2010. 10:30:30.

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BRASIL. Índice Cronológico, Explicativo e Remissivo da Legislação


Brasileira desde 1822 até 1848. 1ª Parte. Niterói: Tipografia Nite-
roiense de M. G. S. Rego, 1849.

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cia – 1826 a 1829. Ouro Preto: Tipografia de Silva, 1836.

BRASIL. Coleção das Leis e Decisões do Império do Brasil de 1827.


Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1878.

BRASIL. Coleção das Leis do Império do Brasil de 1830. Rio de


Janeiro: Tipografia Nacional, 1876.

BRASIL. Coleção das Leis do Império do Brasil de 1831. Parte I. Rio


de Janeiro: Tipografia Nacional, 1875.

BRASIL. Coleção das Decisões do Governo do Império do Brasil de


1831. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1891.

BRASIL. Coleção das Decisões do Governo do Império do Brasil de


1831. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1889.

BRASIL. Coleção das Decisões do Governo do Império do Brasil de


1831. Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1876.

BRASIL. Coleção das Leis do Império do Brasil de 1832. Rio de


Janeiro: Tipografia Nacional, 1874.

328 a província fluminense

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 328 31/01/2012 15:10:30


BRASIL. Coleção das Decisões do Governo do Império do Brasil de
1833. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1908.

BRASIL. Coleção das Leis do Império do Brasil de 1834. Rio de


Janeiro: Tipografia Nacional, 1866.

BRASIL. Coleção das Leis do Império do Brasil, desde a Independên­


cia, 1834. Vol. V. Ouro Preto: Typografia de Silva, 1835.

BRASIL. Coleção das Leis do Império do Brasil de 1837. Parte I. Rio


de Janeiro: Typografia Nacional, 1861.

BRASIL. Coleção das Leis do Império do Brasil de 1841. Tomo IV.


Parte I. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1864.

BRASIL. Coleção das Leis do Império do Brasil de 1842. Rio de


Janeiro: Tipografia Nacional, 1843.

BRASIL. Coleção das Leis do Império do Brasil de 1845. Tomo VII.


Parte II. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1866.

BRASIL. Coleção das Leis do Império do Brasil de 1850. Tomo XI,


Parte I. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1851.

BRASIL. Coleção das Leis do Império do Brasil de 1851. Tomo I,


Parte II. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1852.

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Janeiro: Tipografia Nacional, 1854.

BRASIL. Coleção das Leis do Império do Brasil de 1864. Tomo


XXIV, Parte I. Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1864.

BRASIL. Coleção das Leis do Império do Brasil de 1865. Parte II.


Rio de Janeiro: Typografia Nacional, 1865.

fontes 329

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Parte I. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1870.

BRASIL. Coleção das Leis do Império do Brasil de 1871. Rio de


Janeiro: Tipografia Nacional, 1871.

BRASIL. Coleção de Leis do Império do Brasil de 1871. Rio de Janei-


ro: Tipografia Nacional, 1872.

BRASIL. Coleção das Leis do Império do Brasil de 1873. Vol. I. Rio


de Janeiro: Typografia Nacional, 1874.

BRASIL. Coleção das Decisões do Governo do Império do Brasil de


1875. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1876.

BRASIL. Coleção das Leis do Império do Brasil de 1875. Tomo


XXIV, Parte I e II, Volume I. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional,
1876.

BRASIL. Coleção das Leis do Império do Brasil de 1881. Parte I.


Tomo XXVIII – parte II. Tomo XLIV. Vol I. Rio de Janeiro: Tipo-
grafia Nacional. 1882.

BRASIL. Coleção das Leis do Império do Brasil de 1886. Rio de


Janeiro: Imprensa Nacional, 1886.

BRASIL. Decretos do Governo Provisório da República dos Estados


Unidos do Brasil. 1890. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1891.

BRASIL. Coleção das Leis da República dos Estados Unidos do Brasil


de 1891. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1892.

BRASIL. Coleção das Leis da República dos Estados Unidos do Brasil


de 1918. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1919.

330 a província fluminense

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 330 31/01/2012 15:10:30


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RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e


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Tipografia Niterói: 1839

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e


Regulamentos da Província do Rio de Janeiro. 1836. Rio de Janeiro:
Typografia Niterói de M. G. de S. Rego, 1839.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e


Regulamentos da Província do Rio de Janeiro desde 1839. Niterói:
Tipografia Niterói de M. G. de S. Rêgo, 1839.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Legislação Províncial do Rio


de Janeiro de 1835 a 1850. Parte I. Leis e Decretos Niterói: Tipo-
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RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Legislação Provincial do Rio


de Janeiro de 1835 a 1850. Parte II. Regulamentos e Deliberações.
Niterói: Tipografia de C.M. Lopes, 1851.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e Re­


gulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1841. Rio de Janeiro:
Tipografia do Diário N. L. Vianna, 1841.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e


Resoluções da Província do Rio de Janeiro. 1844. Rio de Janeiro,
Typografia do Diário de N. L. Vianna, 1844.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e Re­


gulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1846. Rio de Janeiro:
Tipografia de N. L. Vianna, 1846.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleções de Leis, Decretos e

fontes 331

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 331 31/01/2012 15:10:30


Regulamentos da Província do Rio de Janeiro. 1847. Rio de Janeiro:
Typografia, de N. L. Vianna, 1847.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e Re­


gulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1848. Rio de Janeiro:
Tipografia do Diario de N.L. Vianna, 1848.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e


Regulamentos da Província do Rio Janeiro de 1849. Rio de Janeiro:
Tipografia do Diário de N. L. Vianna, 1849.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e


Regulamentos da Província do Rio de Janeiro. 1850. Rio de Janeiro:
Typografia do Diário, de N. L. Vianna, 1850.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e


Regulamentos de 1851. Niterói: Tipografia Fluminense, 1853.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e


Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1851. Rio e Janeiro:
Tipografia do Diario de N. L. Vianna, 1851.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e


Regulamentos da Província do Rio de Janeiro. 1851-1852. /s. l./,
/s.ed./, /s.d./.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e Re­


gulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1852. Rio de Janeiro:
Typ. do Diario de A & L. Navarro, 1852.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA) Coleção de Leis, Decretos, e


Regulamentos da Província do Rio de Janeiro. 1853. Rio de Janeiro:
Tipografia do Diário, de A. L. Navarro, 1853.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e

332 a província fluminense

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 332 31/01/2012 15:10:30


Regulamentos da Província do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Typo-
grafia de M. Barreto, 1854.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e Re­


gulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1855. Rio de Janeiro:
Tipografia de M. Barreto, 1855.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e Re­


gulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1856. Rio de Janeiro:
Tipografia de M. Barreto, 1856.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e Re­


gulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1858. Rio de Janeiro:
Tipografia Nacional, 1868.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA) Coleção de Leis, Decretos e Re­


gulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1859. Rio de Janeiro:
Tipografia Nacional, 1868.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e


Regulamentos da Província do Rio de Janeiro, 1860. Rio de Janeiro:
Tipografia Parisiense, 1863.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e


Regimentos da Província do Rio de Janeiro de 1860. Rio de Janeiro:
Tipografia Nacional, 1868.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e Re­


gulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1861. Rio de Janeiro:
Tipografia Nacional, 1868.

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RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA) Coleção de Leis, Decretos e
Regulamentos da Província do Rio de Janeiro. 1863. Rio de Janeiro:
Tipografia Parisiense, 1888.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e


Regulamentos da Província do Rio Janeiro de 1864. Rio de Janeiro:
Typ. da Papelaria Parisiense, 1888.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e


Regulamentos da Província do Rio de Janeiro. 1865. Rio de Janeiro:
Tipografia da Papelaria Parisiense, 1888.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e


Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1866. Niterói: Tipo-
grafia Salesiana, 1889.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e


Regimentos da Província do Rio de Janeiro de 1868. Rio de Janeiro:
Tipografia Nacional, 1868.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e Re­


gulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1868. Rio de Janeiro:
Tipografia da Papelaria Parisiense, 1889.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e


Regulamentos da Província do Rio de Janeiro 1869. Rio de Janeiro:
Typografia da Papelaria Parisiense, 1889.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e Re­


gulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1870. Rio de Janeiro:
Typ. da Papelaria Parisiense, 1889.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e


Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1871. Niterói: Tip.
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334 a província fluminense

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RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção das Leis, Decretos,
Atos e Decisões da Província do Rio de Janeiro, de 1872-1873. Rio de
Janeiro: Tipografia Nacional, 1873.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA) Coleção das Leis, Decretos, Atos


e Decisões do Governo da Província do Rio de Janeiro, de 1874. Rio
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RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos, Atos


e Decisões do Governo da Província do Rio de Janeiro de 1876. Rio de
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RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos,


Atos e Decisões do Governo da Província do Rio de Janeiro de 1877.
Rio de Janeiro: Typ. da Reforma, 1878.

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gulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1880. Rio de Janeiro:
Tipografia Montenegro, 1881.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos e


Regulamentos da Província do Rio de Janeiro de 1881, Rio de Janei-
ro: Tipografia Montenegro, 1882.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos, Atos


e Decisões do Governo da Província do Rio de Janeiro de 1882. Rio de
Janeiro: Typ. Montenegro, 1882.

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Atos e Decisões do Governo da Província do Rio de Janeiro de 1883.
Niterói: Tipografia Universal de H. Laemert & C., 1884.

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RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos, Atos
e Decisões do Governo da Província do Rio de Janeiro 1884. Rio de
Janeiro: Tipografia Montenegro, 1885.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos, Atos


e Decisões do Governo da Província do Rio de Janeiro de 1886. Nite-
rói: Tipografia do Fluminense, de F. R de Miranda, 1887.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos,


Atos e Decisões do Governo da Província do Rio de Janeiro de 1887.
Rio de Janeiro: Typ. da Papelaria Parisiense, 1888.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos, Atos


e Decisões do Governo da Província do Rio de Janeiro de 1888. Rio de
Janeiro: Tipografia da Papelaria Parisiense, 1888.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos, Atos


e Decisões do Governo da Província do Rio de Janeiro 1888. Vol. I
Rio de Janeiro: Tipografia Parisiense, 1888.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos,


Atos e Decisões do Governo de Estado do Rio de Janeiro. 1889. Rio de
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RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Coleção de Leis, Decretos, Atos


e Decisões do Governo da província do Rio de Janeiro de 1890. Rio de
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e Decisões do Governo de Estado do Rio de Janeiro. 1891. Rio de
Janeiro: Typografia a Vapor de Jeronymo Silva & Cia – Ourives
44, 1892.

336 a província fluminense

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 336 31/01/2012 15:10:30


relatórios

BRASIL. Relatório da Repartição dos Negócios da Justiça, apresenta­


do à Assembleia Geral Legislativa na sessão ordinária de 1835, pelo
respectivo Ministro e Secretário de Estado Manoel Alves Branco. Rio
de Janeiro: Tipografia Nacional, 1835.

BRASIL. Proposta e Relatório do Ministro e Secretário d’Estado dos


Negócios da Fazenda, Joaquim José Rodrigues Torres apresentados à
Assembleia Geral Legislativa na 3ª Sessão da Oitava Legislatura, no
dia 24 de abril de 1851. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1851.

BRASIL. Relatório apresentado a Assembleia Geral Legislativa da


segunda sessão da nona legislatura pelo Ministro e Secretário de Estado
dos Negócios do Império Luiz Pedreira do Couto Ferraz. Rio de Janei-
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RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Presidente da
província do Rio de Janeiro o Conselheiro Paulino José Soares de Sousa
na abertura da 2ª sessão da 2ª legislatura da Assembleia Provincial, de
1839 a 1840. Niterói: Tipografia de Amaral & Irmão, 1851.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Vice-Presidente


da Província do Rio de Janeiro na abertura da Assembleia Legislativa
provincial em 5 de maio de 1843. Niterói: Typografia Niteroiense de
M. G. de S. Rego, 1843.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Presidente da


Província de 1844, /s.l./, /s.ed./, /s.d./.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Presidente da


Província Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho. 1º de março de
1846. /s.l./,/s.ed./,/s.d./.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Presidente da


Província Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho. 1º de março de
1846. Niterói, Typografia do Amaral & irmão, 1853.

RIO E JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Vice-Presidente da


Província do Rio de Janeiro: o Veador João Pereira Darrigue Faro ao
entregar a administração da Província no dia 25 de setembro de 1851.
Rio de Janeiro: Tipografia Universal de Laemmert. 1851.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado ao


Exmo Vice-Presidente da Província do Rio de Janeiro o Comenda­
dor José Rodrigues Darrigue Faro pelo Presidente o Conselheiro Luiz
Pedreira de Couto Feraz por ocasião de passar-lhe a administração da
mesma Província em 3 de maio de 1853. Rio de Janeiro: Tipografia
do Diário, de A & L Navarro, 1853.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado a Assem­


bleia Legislativa provincial do Rio de Janeiro na abertura da primeira

338 a província fluminense

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 338 31/01/2012 15:10:30


sessão da vigésima quinta legislatura em 8 de agosto de 1854 pelo Pres.
José Leandro de Godoy e Vasconcelos. Rio de Janeiro: Typografia
Montenegro, 1884.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Presidente da


Província do Rio de Janeiro, de 1854. Niterói: Tipografia Quirino &
Irmão, 1855.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado a As­


sembleia Geral Legislativa da segunda sessão da nona legislatura pelo
Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Império Luiz Pedreira
do Couto Ferraz. Rio de Janeiro: Typografia do Diário, 1854.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado ao


Excelentíssimo Vice-Presidente da Província do Rio de Janeiro o
senhor Veador Barão do Rio Bonito pelo Presidente o Conselheiro Luiz
Antônio Barbosa por ocasião de passar-lhe a administração da mesma
Província em 2 de maio de 1854. Niterói: Typografia de Quirino
Francisco do Espírito Santo & Cia, 1854.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado ao Exmo


Vice-Presidente da Província do Rio de Janeiro Sr. Dr. José Ricardo de
Sá Rego pelo Presidente o Conselheiro Luiz Antonio Barbosa. Niterói:
Typografia de Quirino & irmão, 1855.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Presidente da


Província do Rio de Janeiro de 1856. Rio de Janeiro: Tipografia
Imperial e Constitucional de J. Villeneuve e Comp., 1856.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado ao Ex­


celentíssimo Vice-Presidente da Província do Rio de Janeiro o Senhor
Conselheiro Antônio Nicolau Tolentino pelo Presidente o Conselheiro
Luiz Antônio Barbosa sobe o estado da administração da mesma Pro­
víncia em 2 de maio de 1856. Rio de Janeiro: Typografia Imperial e
Constitucional de J. Villeneuve e Comp., 1856.

fontes 339

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 339 31/01/2012 15:10:30


RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado à
Assembleia Geral Legislativa na primeira sessão da décima legislatu­
ra pelo Ministro e Secretário d’Estado dos Negócios do Império Luiz
Pedreira do Couto Ferraz. Rio de Janeiro: Typografia Universal de
Laemmert, 1857.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado ao Exce­


lentíssimo Presidente da Província do Rio de Janeiro o Senhor Polycarpo
Lopes de Leão pelo Senhor Desembargador Luiz Alves Leite de Oliveira
Bello. Rio de Janeiro: Typografia do Correio Mercantil, 1863.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado a As­


sembleia legislativa Provincial do Rio de Janeiro na primeira sessão da
décima quinta legislatura no dia 9 de outubro de 1864 pelo Presidente
da Província o Conselheiro João Crispiano Soares. Rio de Janeiro:
Typografia Universal de Laemmert, 1864.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Presidente da


Província do Rio de Janeiro de 1864. Rio de Janeiro: Tipografia do
Correio Mercantil, 1864.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado à


assembleia legislativa do Rio de Janeiro na segunda sessão da décima
sétima legislatura no dia 1º de outubro de 1869 pelo Vice-Presidente
Desembargador Diogo Teixeira de Macedo. Rio de Janeiro: Typogra-
fia do Diário do Rio de Janeiro, 1869.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado à As­


sembleia Legislativa do Rio de Janeiro segunda sessão da décima nona
legislatura no dia 8 de setembro de 1873 pelo Desembargador Manoel
José de Freitas Travassos. Rio de Janeiro: Typografia do Apóstolo,
1873.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado à


Assembleia Legislativa Províncial do Rio de Janeiro pelo Presiden­

340 a província fluminense

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 340 31/01/2012 15:10:30


te Bernardo Avelino Gavião Peixoto em 8 de agosto de 1882. /s.l./,
/s.ed./, /s.d./

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado à Assem­


bleia Legislativa Provincial do Rio de Janeiro na abertura da segunda
sessão da vigésima sexta legislatura em 12 de setembro de 1887. Rio de
Janeiro: Typografia Montenegro, 1887

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório do Presidente da


Província. 8 de agosto de 1888. Rio de Janeiro: Typografia Montene-
gro, 1888.

RIO DE JANEIRO (PROVÍNCIA). Relatório apresentado à


Assembleia Legislativa do Provincial do Rio de Janeiro na abertura
da segunda sessão da vigésima sétima legislatura em 15 de outubro
de 1889 pelo Conselheiro Carlos Afonso de Assis Figueiredo. Rio de
Janeiro: Typografia Montenegro, 1889

manuscritos

APERJ. Fundo: Presidência da Província, notação 13, maço 1.


APERJ. Fundo: Presidência da Província, notação 617, maço 5.
APERJ. Fundo: Presidência da Província, notação 192, maço 4.
APERJ. Fundo: Presidência da Província, notação 212, maço 4.
APERJ. Fundo: Presidência da Província, notação 51, maço 4.
APERJ. Fundo: Presidência da Província, notação 487, maço 6.
APERJ. Fundo: Presidência da Província, notação 143, maço 1.
APERJ. Fundo: Presidência da Província, notação 434, maço 1.
APERJ. Fundo: Presidência da Província, notação 639, maço 1.
APERJ. Fundo: Presidência da Província, notação 315, maço 3,
folha 212.
APERJ. Fundo: Presidência da Província, mapoteca, notação 32.
CÂMARA MUNICIPAL (PIRAÍ). Atas da Câmara Municipal de
Piraí. Sessão do dia 11 de novembro de 1838. Livro I, p. 01.

fontes 341

A_PROVINCIA_FLUMINENSE_143_a_352.indd 341 31/01/2012 15:10:30


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índice de órgãos e cargos

Administração da Fazenda da Província - 143, 157, 219


Administração da Fazenda - 1ª Seção (Escrituração e Expediente) - 220
Administração da Fazenda - 2ª Seção (Contas) - 221
Agências - 159, 229
Arquivo Estatístico - 139, 190, 191, 192
Casa de Detenção de Niterói - 113, 117, 208, 209
Chefe de Polícia - 97, 99, 100, 104, 105, 108, 111, 112, 114, 201, 206
Colégio de Artes Mecânicas Para Órfãos - 39, 146, 148, 242, 246, 249
Coletorias - 155, 157, 159, 160, 215, 218, 238
Comissão Central Diretora da Colonização - 80, 194, 195
Conselho de Instrução - 151, 254, 257
Conselhos Municipais - 149, 151, 252
Contadoria - 155, 159, 211, 223, 228, 232

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Contadoria - Corpo Policial - 160, 239
Contadoria - 1ª Seção - 158, 223, 233
Contadoria - 2ª Seção - 158, 224, 234
Contadoria - 3ª Seção - 235
Contadoria - 4ª Seção - 236
Delegados de Polícia - 100, 104, 108, 112, 203, 207
Diretor de Instrução Primária - 147, 242, 246, 247
Diretor de Instrução Pública - 40, 149, 250
Diretoria da Fazenda - 40, 143, 154, 226, 229, 238
Diretoria da Fazenda - Seção Central - 160, 230
Diretoria da Instrução - 40, 143, 145, 253, 256
Diretoria das Obras Públicas - 39, 143, 161, 261, 263, 267
Diretoria das Obras Públicas - Seção - 163, 268
Distritos - 164, 265, 269
Distritos de Obras Públicas - 164, 265, 269
Escola de Arquitetos Medidores - 39, 146, 148, 161, 241, 246, 249
Escola Normal - 39, 146, 148, 151, 153, 240, 245, 248, 259
Esquadra de Pedestres - 106, 107, 196
Guarda Municipal - 113, 198
Guarda Policial da Província - 39, 105, 197, 198, 200
Inspetor de Quarteirão - 97, 98, 204, 208
Inspetor Geral - 149, 152, 250, 253, 256
Inspetor Municipal de Instrução Primária - 147, 243, 248
Inspetor Paroquial - 149, 251, 255, 258
Inspetores Gerais - 149, 151, 152, 254
Inspetoria Provincial de Imigração - 86, 195
Instituto Vacínico - 127, 193
Junta da Fazenda - 157, 158, 220
Junta de Direção e Inspeção das Obras Públicas - 164, 165, 263,
265, 266
Liceu de Humanidades de Campos - 153, 260
Liceu Provincial - 148, 245
Liceu Provincial - Campos - 148, 150, 151, 250
Liceu Provincial - Jacuecanga - 148, 244
Mesa Provincial - 157, 159, 216, 217

350 a província fluminense

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Penitenciária de Niterói - 115, 210
Presidente de Província - 34, 173, 295
Procuradoria Fiscal - 155, 159, 227, 231
Registros - 155, 157, 214, 218, 229, 237
Secretaria da Polícia - 109, 115, 206
Secretaria da Presidência - 39, 67, 174, 176, 178, 180, 181, 183, 184
Secretaria da Presidência - 1ª Seção - 68, 70, 177, 184
Secretaria da Presidência - 2ª Seção - 68, 71, 177, 186, 189
Secretaria da Presidência - 3ª Seção - 68, 93, 178, 181, 187
Secretaria da Presidência - 4ª Seção - 69, 125, 188
Subdelegados de Polícia - 100, 104, 108, 112, 204, 207
Superintendentes de Ensino - 153, 258
Tesouraria da Província - 40, 155, 159, 210, 222, 224, 226
Tesouraria da Província - Seção Especial - 157, 222
Tesouraria da Província - Secretaria - 155, 213
Tesouraria da Província - Tesouraria - 155, 212, 225, 228

índice de cargos e funções 351

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