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*Irenilda LIMA2
Resumo
Palavras-chave
1. Introdução
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. Rafael Ferreira Dantas Santos é aluno do Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural e
Desenvolvimento Local da Universidade Federal Rural de Pernambuco
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Irenilda Lima é professora e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural e
Desenvolvimento Local da Universidade Federal Rural de Pernambuco
XVIII Conferência Brasileira de Folkcomunicação
Recife-PE, 02 a 05 de maio de 2017 – UFRPE/FACIPE
Trajetória Metodológica:
Bases Teóricas
As bases teóricas para este trabalho são especificamente nos conceitos de rurbanidade,
que deriva para áreas como agricultura familiar, agricultura urbana e desenvolvimento.
Assim sendo, trazemos à tona o conceito de Rurbanidades, com sendo a
coexistência do rural e do urbano, em cada um dos meios, mas, em vez de completamente
isolados, as características de ambos os meios são evidenciados de forma conjunta e
agregada, conforme Cimadevilla (2010).
Reforçando a ideia de rurbanidade, encontramos em Cimadevila y Carniglia
(2009) a sinalização de dicotomia e integração destes mundos. E como Rurbanidade.
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pluriatividade: conjuga as atividades agrícolas com outras não-agrícolas que gerem ganhos monetários
ou não-monetários, independentes de serem atividades agrícolas ou não
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sua expansão. O desenvolvimento agrícola estaria muito mais atrelado a uma densa rede
de relações entre serviços e organizações públicas, iniciativas empresariais urbanas e
rurais, agrícolas e não agrícolas.
O nosso enfoque concentrou-se em verificar principalmente a presença do rural
no meio urbano. Essa indicação veio da inspiração dos estudos de Caporal e Lima
(2015), quando verificaram que há um grau de campesinidade, mesmo em outras formas
de vida no campo e de se fazer agricultura não campesina, como nas formas inerente à
agricultura empresarial e capitalista. Se nas outras formas não tradicionais de fazer
agricultura aparecem as raízes das formas campesinas que estão relacionada às formas
de agricultura tradicional, tal ideia nos inspirou a pensar as questões que nortearam este
trabalho.
Os limites entre o rural e o urbano são questionados em pesquisas sobre a
rurbanização e tem na agricultura urbana e no incentivo às feiras agroecológicas alguns
dos sinais mais materiais do interesse da população da cidade de experimentar um
pouco da dinâmica do campo e dos produtos produzidos pela agricultura de base
familiar e sustentável. E se há um local dentro do perímetro urbano que mais se
aproxima do campo, seja por sua urbanização atrasada ou pelas características do tecido
cultural da sua população, são as periferias.
Portanto, consideramos os territórios rurais não são independentes dos urbanos e
vice versa. Ilustrando a dependência e a complexidade do tema realizamos esta pesquisa
e a concepção de rurbanidade nos motivou a averiguar a relação teoria e prática e
escolher um local onde fosse possível investigar de que forma este conceito aparece na
realidade concreta das cidades.
Resultados e discussão
ainda muitos sítios urbanos e áreas desocupadas que passaram a receber ocupações
irregulares nos últimos anos com finalidade residencial. Esse processo desordenado e
acelerado, no entanto, além de acrescentar novos desafios sociais para a região, coloca
em risco também o já atacado equilíbrio ambiental. Os dois rios que cortam os bairros
(Rio Beberibe e Rio Morno) estão extremamente poluídos e diariamente novas árvores
são derrubadas na região com a finalidade de abrir novos terrenos para construções.
Além das matas, ocupações consolidadas e em construção, a paisagem do bairro
é desenhada ainda por uma série de morros que circundam as áreas planas desses
bairros, onde estão localizados os comércios e terminais de ônibus. Essas localidades
são alvos constantes de intervenção do poder público municipal devido aos riscos de
desabamento nos períodos de chuvas, além da própria condição de acentuada violência,
visto que devido à morfologia algumas dessas áreas possuem maior dificuldade de
acesso.
também o potencial da população local de se apropriar não apenas do seu espaço, como
transformá-lo para o seu benefício. O estímulo do uso de áreas comuns ou sem
ocupação, que é uma característica em alguns espaços dos bairros, é outro aspecto que
pode ser explorado.
Além da atuação da ONG, com o projeto de agricultura urbana, um evento de
maior porte tem acontecido anualmente na comunidade, que trata-se do Ocupe
Passarinho, que mobiliza atividades culturais, celebrando o movimento de resistência e
promovendo a capacitação popular. Trata-se de uma ação ativista pela luta do direito
amplo à moradia das famílias que residem nas vilas que tiveram seu território
contestado. Aconteceram duas edições do evento, contando com a participação de
diversos coletivos, grupos culturais, movimentos sociais, além da realização de ua feira
agroecológica e um bingo solidário.
Conclusões
Atendendo aos objetivos deste trabalho foi possível analisar de que forma nos
bairros de Passarinhos e de Dois Unidos, na periferia do Recife – Pernambuco, se
evidenciam as formas de vivências típicas do mundo rural e como elas estão mescladas
com as características de urbanidade. Partindo das concepções de Rurbanidade, fica
fortalecida a ideia de trocas recíprocas entre rural e urbano nas formações das cidades e
localidades consideradas urbanas.
Numa pesquisa de caráter exploratório, através das vivências de campo na
convivência nos dois bairros, utilizamos as observações diretas, registro fotográfico,
conversas informais e entrevistas com 15 moradores. Na pesquisa documental foi
possível consultar os dados sobre o lugar e os projetos de instituições públicas e de
ONGs que apoiam o desenvolvimento humano e do lugar.
Este trabalho registra parte de uma pesquisa maior sobre o tema Rurbanidades.
Nos resultados inciais foram observados a consciência da importância da conservação
ambiental, práticas agrícolas urbanas, quintais produtivos, trocas estabelecidas entre as
pessoas e a natureza, como aspectos típicos do que ocorre em sociedades rurais.
A intervenção das organizações sociais tem o potencial de construir com essa
população um olhar mais atencioso ao espaço urbano público e à preservação ambiental
que está a sua volta. A proposta de desenvolvimento da agricultura urbana sinaliza para
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Referências
LIMA, Irenilda Souza. Mídia Educativa: o uso do vídeo no ensino técnico agrícola em
Pernambuco. 2002.(n.f) Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação – ECA – USP).
Universidade de São Paulo. São Paulo. 2002.
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8. Anexos