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28 Utilizando a contagem
em testes analógicos
AULA 1.28: Utilizando Contagem Em Testes
Analógicos
Nessa aula vamos falar um pouco mais sobre testes analógicos e eu vou dar uma
dica para você que você não vai encontrar em lugar nenhum.

Vamos supor que você fez, por exemplo, dedos magnéticos. E a resposta que a
pessoa deu não foi lá essas coisas, ou seja, você tentou separar os dedos e você está
meio assim:

-Será que isso é fisiológico? ;


-O dedo não está colado;
-O que eu faço? ;

Primeira coisa que você pode fazer é usar um double bind. O que é um double
bind?

É você oferecer duas opções para a pessoa, mas por trás dessas duas opções
existe um comando secreto, um comando disfarçado.

Igual quando o pai chega para a criança e fala:

“E aí filhão, prefere tomar banho antes ou depois da janta?”

O menino acha que ele está escolhendo, mas na verdade tem um comando ai
secreto que a gente chama de comando embutido, que é: você vai tomar banho de
qualquer jeito.

E o double bind também vai existir quando você vai utilizar o teste analógico, mas
vai existir de uma outra forma, a pessoa está com o dedo assim (dedo magnético) por
exemplo, você aponta para o dedo e pergunta :

“A atração é mais forte na ponta do dedo (ai você aponta assim, na ponta do dedo)
ou embaixo do dedo?”

Ainda que a pessoa não esteja realmente sentindo a atração, você sai de uma
forma bem disfarçada bem sorrateira, dando um comando secreto que é: a atração
existe, você acha que é maior em cima (do dedo) ou embaixo (do dedo)?

No momento que a pessoa diz no momento que ela usa a linguagem, ela passa a
criar uma nova realidade, ela passa a incorporar aquela realidade. Então ela fala:

“É na ponta”

E você começa a falar:

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“E na ponta dos dedos, essa atração fica ainda maior”

Ai você começa a testar de novo.

Geralmente quando você pega algo que a pessoa fala e você utiliza – o
resultado é bem melhor – então você já chega e fala:

“Humm.. porque a ponta do dedo atrai cada vez mais”

E a pessoa vai sentir a atração ainda maior.

Ai depois você pode fazer mais uma testagem – nesse teste analógico – para te
dar uma segurança para o teste binário.

Vamos supor que ainda não colou, e você está querendo melhorar esse
fenômeno, olha a malandragem você vai perguntar o seguinte:

“Imagine que exista uma escala em que 0 é nenhuma atração e que 10 é


totalmente preso, totalmente colado, impossível soltar de tão forte que é a atração.”

Pensando nessa escala, em auto-hipnose...


eu adoro utilizar a palavra “auto-hipnose” porque ela dá ao sujeito uma
impressão, uma impressão verdadeira de que ele realmente comanda que ele
controla tudo. Ai eu falo:

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...Em auto-hipnose sem testar...

olha a malandragem

...sem testar...

Porque sem testar? Porque você vai fazer assim ó (separa) está 0. Não.

...é sem testar apenas usando a sua auto-hipnose, identifique nessa escala de 0 a
10 como que ele está agora, aí a pessoa diz:

5. Muito bem. E agora em auto-hipnose você vai se concentrar e vai aumentar essa
atração para 6. Quando tiver no 6 você balança a cabeça.”

Geralmente a pessoa fala que vai aumentando e aumentando. Chegou ao número


8. Você consegue já transformar isso num teste binário e já falar:

“E agora vai chegar no 10. Vai ficar totalmente preso, totalmente colado. Somente
quando chegar no 5 – farei uma contagem de 1 a 5 e somente no 5 – você vai tentar
soltar e não vai conseguir.”

Pode fazer desse jeito (dedos magnéticos) mesmo a contagem que provavelmente
vai prender.

E se a pessoa desde o início fala: humm, a atração está 1:

“Concentre-se e aumente para o dois, ai a pessoa responde com a cabeça: chegou


no dois, e agora aumente para o 3”

A pessoa que está com dificuldade em se concentrar com o exercício, vai ficar um
tempão sem responder, ai você fala:

“Já conseguiu levar para o 3?”

As vezes a pessoa vai conseguir falar “não consegui”. Muito bem, hipnose requer
concentração – por algum motivo nesse momento, você não está conseguindo se
concentrar – mas depois em outro momento você vai poder se concentrar e conseguir
realmente ter uma experiência que você deseja.

Olha que forma elegante, de na hipnose de rua, por exemplo, dispensar alguém
que não está realmente motivado a participar do experimento. Você não chega e faz um
teste binário de cara e você passa para o sujeito a experiência de sentir como que está.

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Então você vai usando pequenos double binds para poder falar se está mais em
cima ou mais embaixo e depois cria uma escala para a pessoa poder identificar qual
número que está a atração.

Agora lembra: é um teste analógico, se em algum momento você falar a palavra


“cola” ao invés de falar a palavra “atração”, você está transformando isso num teste
binário, um teste que pode dar certo ou só pode dar errado.

Essa abordagem que eu acabo de explicar funciona muito bem para a mão colada,
ai você transforma a mão colada – olha que legal – você consegue transformar dessa
forma a mão colada numa mão colada analógica.

A pessoa está assim (braços esticados, dedos entrelaçados com a palma para fora
da visão) antes de você fazer a contagem você pergunta:

“Você acha que essas mãos estão mais presas, mais coladas no centro dos dedos
– ai você aponta, por exemplo, nas articulações – ou na ponta dos dedos?”

Na ponta dos dedos porque fica mais e mais colado, preso a ponta dos dedos.

“Agora imagine – em auto-hipnose – imagine que agora tem uma escala de 0 a 10,
em que 0 é totalmente solto e 10 é a maior cola possível, impossível soltar. E você sem
tentar, apenas usando a sua auto-hipnose você vai identificar o quanto que está preso, o
quanto que está colado. Que número que vai estar agora?”

Se ela consegue te falar um número tipo 8, já dá para você chegar e falar o


seguinte :

“Aaaah, agora está 8. Pois eu vou fazer uma contagem de 1 a 5, conforme eu for
contando os números de 1 até 5 esse número vai aumentando de 8 para 9 para 10 ou
até mesmo além do 10.

Somente quando chegar no 5, essa atração essa cola vai estar no máximo,
somente no 5 tenta mas não consegue, tenta mas não consegue: 1. Mais colado, 2. Mais
colado, enfim até chegar no 5.”

Então você consegue ter mais segurança em relação ao teste binário.

Foi essa a estratégia que utilizei para conseguir fazer que a minha mãe colasse a
mão. Tem anos que eu tento fazer minha mãe ter uma experiência com hipnose, e ela
sempre tinha o mindset de batalha de mente – por mais que eu explicasse, por mais que
eu falasse – ela nunca entendia que realmente era ela que estava fazendo.

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Quando utilizei essa abordagem mais permissiva de criar uma cronologia, de criar
um numero/criar uma escala, e ainda utilizar da própria percepção dela – de onde está
mais colado, onde está mais solto, onde está mais preso – ai ela entendeu, internalizou
e consegue inclusive já usar a auto-hipnose.
Então é importante você entender que:

“Hipnose é um comportamento que deve ser aprendido”

Todo comportamento deve ser aprendido, e para ser aprendido deve ser treinado,
agora se você não sabe como se comportar adequadamente você acaba não
conseguindo melhorar a sua performance na hipnose.
Então quando eu faço esses testes – principalmente testes analógicos, testes
binários – eu deixo muito claro que é sempre um treinamento de auto-hipnose.
E por ser auto-hipnose se a própria pessoa te dá o número te dá a escala, fala
onde está mais preso, onde está mais solto a chance de um fenômeno acontecer vai
aumentar cada vez mais.

E aí, está gostando dessas aulas de aprenda hipnose do zero? Conhecia essa
técnica marota? Eu acho que não conhecia não hein, porque eu inventei tem pouco
tempo.

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