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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação


Divisão de Pesquisa

PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC/CNPq-FA- UEM

1. TÍTULO DO PROJETO: Análise do desempenho de jovens futebolistas: relação entre o desempenho tático-técnico contextualizado e capacidades
físicas.

2. INÍCIO: 01/08/2021 3. TÉRMINO: 31/07/2022

4. EQUIPE EXECUTORA:

a) Nome do Acadêmico: Alexandre Miguel Domingos Cavalcanti

b) Nome do Orientador: Dr. Wilson Rinaldi

c) Nome do Coorientador (se houver): Me. Matheus de Oliveira Jaime

5. ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO

▪ Resumo

As capacidades tático-técnicas e físicas são imprescindíveis para o bom desempenho dos atletas. Porém, será que os jogadores destaques nas capacidades físicas
em testes descontextualizados, são também aqueles que melhor resolvem os problemas do jogo na perspectiva tático-técnica e que são os jogadores-chave
(Golden Players) da equipe? Objetivo: analisar e correlacionar o desempenho tático-técnico contextualizado com aspectos do desempenho físico
descontextualizados em jovens futebolistas. Métodos: Foram incluídos 21 jogadores da categoria sub-15 da equipe Aruko Sports Brasil. Após a aplicação dos
critérios de exclusão, a amostra final do estudo foi de 14 destes jogadores. Para analisar o desempenho tático-técnico contextualizado foi empregada a análise
observacional de filmagens com um protocolo específico da fórmula Golden Index (GI). A fórmula GI é composta por 13 variáveis: grau de prestígio, grau de
centralidade e grau de intermediação, assistências, bolas perdidas, gols, passes performados, passes recebidos, cruzamentos certos, corrida com a bola,
finalizações, dribles bem-sucedidos (1x1) e tempo jogado. Para analisar os aspectos físicos, foram aplicados testes referentes as valências físicas desempenho
aeróbio, agilidade com bola, velocidade em 30m e força de membros inferiores. Para ranquear os jogadores em relação ao desempenho físico geral foi utilizado
um sistema de classificação específico. A normalidade e distribuição dos dados foi analisada pelo teste de Shapiro Wilk. As variáveis foram classificadas como
quantitativas e paramétricas, onde os resultados foram apresentados em média e desvio padrão. Para comparação entre os grupos ranqueados foi empregada a
análise de variância ANOVA. Para avaliar o nível de relação entre as variáveis do GI e Ranking Físico, foi utilizado o teste de correlação de Pearson com sentido
bilateral. A significância foi estabelecida em p<0,05. Os jogadores JA2 (GI: 27,38), RN7 (GI: 26,91) e PP34 (GI: 26,15) foram os Golden Players da equipe. Os
mais bem ranqueados no desempenho físico foram GM9 (ED. Físico: 72), JA2 (ED. Físico: 69) e MC27 (ED. Físico: 67). A correlação entre a colocação no
Ranking Físico e o desempenho no Golden Index foi considerada fraca (r:-0,234).
Palavras-chave: Jovens futebolistas; Desempenho tático-técnico; Desempenho físico.
▪ Introdução

O futebol é o maior fenômeno social do Brasil (GUTTERMAN, 2010) e o esporte coletivo mais popular do mundo (POLLARD; REEP, 1997). Uma

de suas principais características é o envolvimento complexo, a variabilidade, a imprevisibilidade e relativa aleatoriedade de ações individuais e coletivas, que dão

origem ao ambiente caótico desta modalidade (GARGANTA, 1997; CASARIN, et al., 2011). Considerando estas características, acreditamos que pouco sentido

faz estudar um fenômeno complexo a partir do estudo de suas partes fragmentadas, reduzidas, ou não inter-relacionadas.

Em consonância com a perspectiva de analisar o futebol e suas componentes de forma integrada, um grupo de autores acredita que a dimensão tática é

a unificadora que dá sentido, lógica e integra todas as outras (BORGES et al., 2014; OLIVEIRA, 2004; GARGANTA, 1997), uma vez que todas as ações que

ocorrem no jogo possuem uma intencionalidade tática e, os fatores táticos presentes em uma partida podem ser definidos como variáveis que afetam o

comportamento conveniente dos jogadores para atingir os objetivos da partida (por exemplo, marcar gols) (FORCHER et al., 2023). De acordo com Garganta et
al. (1996), tanto no processo de preparação como na competição, a dimensão tática funciona como polo de atração e território de sentido do comportamento dos

jogadores. No entanto, há também correntes que seguem outras perspectivas, mais cartesianas, que fragmentam as dimensões do processo e que compreendem que

suas partes podem representar o todo.

O desempenho dos jogadores de futebol é de natureza multifatorial, influenciado por fatores como técnica, condicionamento físico, táticas

individuais, psicologia, personalidade e características físicas, em combinação com variáveis contextuais como status da partida e localização, podendo determinar

o estilo de perfil individual de cada jogador de futebol (PLAKIAS et al., 2023). No que se refere às partes do todo, as capacidades técnicas se caracterizam pelas

ações carregadas de intencionalidade tática que se exteriorizam e se materializam (COSTA et al., 2010), onde jogadores mais habilidosos parecem superar os

jogadores menos habilidosos com base em seu conhecimento declarativo e processual (SARMENTO et al., 2018) e, para que estas capacidades técnicas possam se

materializar, o jogador precisa estar preparado, em todos os sentidos, inclusive mentalmente e fisicamente, para desempenhar da melhor maneira possível quando

exigido nas situações de jogo. Destes aspectos físicos, algumas variáveis como resistência aeróbia, potência anaeróbia, velocidade de deslocamento, agilidade e

força explosiva (BORIN et al., 2011), são comumente relacionados com o desempenho de jogadores de futebol e tradicionalmente estudados pela literatura, e, de

fato, de acordo com Sarmento et al. (2018), as principais capacidades morfológicas e funcionais podem fornecer uma base para o emprego de critérios mais claros

no que diz respeito à identificação e desenvolvimento dos jovens jogadores, porém, muitas vezes tais aspectos morfológicos são aplicados sem traçar relação com

as demais componentes.

Considerando a relatada complexidade, imprevisibilidade e dinâmica do futebol, é evidente que esta é uma modalidade esportiva difícil de ser

analisada de forma exclusivamente quantitativa (PEREIRA et al., 2019), uma vez que análises exclusivamente isoladas podem oferecer uma visão embaraçada da

realidade (HUGHES; BARTLETT, 2002). Desta forma, particularmente acreditamos que análises quanti-qualitativas podem ser um caminho interessante para os

estudos de alguns fenômenos futebolísticos.

Considerando os aspectos supracitados, a observação e análise do jogo e do desempenho em jogo deve acercar-se da realidade através da elaboração e

aplicação de sistemas de observação e de análise específicos e incisivos, que abranjam períodos mais longos e que, necessariamente, incluam os fatores

tempo/ordem e interação (BARREIRA et al., 2012). Pensando nisso, medidas de micro-interações (micro-redes) têm sido utilizadas para avaliar os jogadores

envolvidos nas situações de jogo e sua importância para o estabelecimento dos padrões de interação da equipe (MACHADO et al., 2021). Tais redes de interações

sociais, quando aplicadas no futebol (por meio da análise das trocas de passes), podem auxiliar a identificar, por exemplo, quais jogadores são mais proeminentes

durante as ações de ataque ou quais jogadores intermediam seus companheiros de equipe (CLEMENTE; SARMENTO; AQUINO, 2020); uma sequência de

passes bem-sucedidos é um dos principais determinantes do desempenho de ataque de um time de futebol (CLEMENTE; SARMENTO; AQUINO, 2020).

Recentemente, um destes métodos de análise observacional quanti-qualitativo do desempenho de futebolistas, neste caso na fase ofensiva e em

situação de jogo formal, foi construído e validado, o Golden Index (GI) (PEREIRA et al., 2019). Este se propõe a analisar variáveis tático-técnicas e fornece

resultados positivos e negativos que atribuem pontuações aos jogadores, que variam de acordo com o tempo jogado e suas ações durante as partidas, como: passes

realizados, passes recebidos, gols, assistências, finalizações, cruzamentos, dribles (1x1), conduções de bola, além de métricas de interação como grau de prestígio,

grau de centralidade e grau de intermediação. Jogadores que obtêm os maiores valores positivos no cálculo do GI, podem ser considerados os jogadores mais

importantes nas jogadas ofensivas; o líder do ranking é denominado Golden Player da equipe (PEREIRA et al., 2019).
Na captação e formação de jovens futebolistas atualmente, podemos observar uma valorização exacerbada mediante ao desempenho físico dos

jogadores, onde busca-se captar e desenvolver os jogadores para serem os mais altos, mais fortes, mais velozes, mais resistentes (etc.), onde muitas vezes estas

capacidades são avaliadas por meio de testes em situações isoladas e descontextualizadas (sem considerar a bola, os adversários, os companheiros) e que pode ser

que não necessariamente os jogadores que apresentam os melhores índices físicos nestes testes isolados sejam também aqueles que sejam os principais

protagonistas do jogo, de acordo com as capacidades tático-técnicas e preponderância na fase ofensiva de suas equipes.

Considerando esta ferramenta que possibilita a identificação de jogadores que são mais importantes e que melhor resolvem os problemas do jogo

quando acionados na fase ofensiva, nos questionamos sobre quem seriam estes jogadores-chave. Quais características teriam os j ogadores com melhor

desempenho técnico-tático (Golden Player)? Será que o melhor desempenho físico em testes de campo isolados e descontextualizados (sem bola, oponentes,

companheiros, espaço de jogo) está relacionado com melhor desempenho tático-técnico em situação de jogo? Deste modo, este projeto foi elaborado com o

propósito de analisar as relações entre o desempenho tático-técnico contextualizado com o desempenho físico descontextualizado em jovens jogadores de futebol.

A hipótese inicial é a de que, apesar da importância de um bom desempenho nas valências físicas para o futebolista conseguir bem performar, elas por si só não

explicam o desempenho tático-técnico do jogador em situação de jogo.

▪ Justificativas

No campo pessoal, escolha da temática do projeto de pesquisa se deu pelo fato do pesquisador em questão possuir afinidade com o futebol, ser um

praticante da modalidade e principalmente pela inquietação por observar que muito se busca no processo de captação de clubes identificar os jogadores mais

fortes, altos, velozes, resistentes, etc., e que o mesmo se busca nos processos de treinamento (desenvolver os jogadores para se tornarem excelentes nas valências

físicas), quando, na verdade, o desempenho físico é apenas uma parte que compõe o todo no futebol, juntamente com as outras dimensões presentes no esporte.

No campo acadêmico/científico, a elaboração da proposta se deu pela inquietação advinda da incipiente quantidade de estudos que correlacionam as

variáveis físicas e o desempenho de capacidades tático-técnicas, onde é interessante identificar quem são os jogadores de maior protagonismo e buscar verificar se

o desempenho dos jogadores em testes físicos isolados seria capaz de explicar este bom desempenho tático-técnico dos jogadores de maior protagonismo em

situação de jogo formal, para que com isso o projeto possa contribuir, mesmo que com uma pequena parcela, com a área para o preenchimento desta lacuna do

conhecimento científico.

▪ Objetivos

Objetivo Geral:

o Analisar e correlacionar o desempenho tático-técnico contextualizado com aspectos do desempenho físico descontextualizados em jovens

futebolistas.

Objetivos Específicos:

o Identificar e classificar os jovens futebolistas de acordo com seu desempenho e preponderância tático-técnica para a construção ofensiva da equipe.

o Identificar e classificar os jovens futebolistas de acordo com seu desempenho físico nas capacidades de força, resistência, velocidade e agilidade com

bola.
o Correlacionar o desempenho tático-técnico em situações de jogo com as capacidades físicas de jovens futebolistas.

▪ Métodos

Caracterização do Estudo

A estrutura dos desenhos observacionais define-se a partir do cruzamento de três dimensões: as unidades observadas, a temporalidade e a

dimensionalidade (ANGUERA; HERNÁNDEZ-MENDO, 2013). De acordo com a taxonomia específica da área (Figura 2), o desenho observacional será de

seguimento, ideográfico (uma unidade) com a análise de uma equipe ao longo de uma temporada competitiva e multidimensional.

População e Amostra

A amostra foi composta ao todo por 21 jogadores da categoria sub-15 da equipe Aruko Sports Brasil, de Maringá, onde foram analisados 18

jogadores nos testes físicos e 21 jogadores em situação de jogo formal. Os critérios de inclusão foram: todos os jogadores de linha que fizeram todos os testes

físicos propostos e, os critérios de exclusão, foram: o atleta não ter cumprido pelo menos 70 minutos de jogo em todas as partidas somadas; não ter realizado todos

os testes físicos propostos e os 2 goleiros (por participarem muito pouco das ações ofensivas da equipe). Após isso, a amostra final do estudo foi de 14 jovens

futebolistas de nível estadual. O clube é registrado na Federação Paranaense de Futebol e disputa o campeonato estadual de categorias de base (sub-15 e sub-17) e

profissional (adultos). Os treinos ocorrem no campo de futebol do Departamento de Educação Física da Universidade Estadual de Maringá (DEF/UEM), no

período vespertino e com frequência de 5 ou 6 vezes por semana. Os adolescentes são selecionados em Maringá e região metropolitana e em outras cidades e

estados do país.

Procedimentos Éticos

Todos os sujeitos foram convidados a participar da pesquisa de forma voluntária. Os pesquisadores responsáveis pelo estudo garantiram aos

participantes a elucidação sobre os objetivos e métodos que seriam utilizados para coleta de dados, assegurando que eles pudessem desistir a qualquer momento,

mesmo após o início da pesquisa. Os pesquisadores garantiram também a privacidade dos dados coletados e a manutenção do sigilo quanto à identificação dos

participantes. Um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e do Termo de Assentimento Livre e Esclarecido foi fornecido a todos os participantes antes da

realização da pesquisa. Os termos de autorização partem dos pressupostos de assegurar a privacidade e confidencialidade, para proteção de imagem dos

participantes e certificam que as informações não causarão ônus aos mesmos. O estudo encontra-se inserido no projeto de pesquisa institucional (Proc. 1937/2020

PPG/UEM.), aprovado pelo comitê de ética da Universidade Estadual de Maringá CAAE: 3439420.0.0000.0104

Procedimentos de coletas de dados e Instrumentos de Medida

A avaliação do desempenho tático-técnico na fase ofensiva será foi realizada por meio de análise observacional, que nos permite reconhecer as

variáveis que caracterizam os padrões de ação dos jogadores e das equipes, além do acesso à informação relevante acerca do confronto esportivo e viabiliza a

descrição e a regulação da performance (BARREIRA et al., 2012). A Metodologia Observacional possui a vantagem de permitir a inclusão do aspecto temporal do
jogo, tornando possível analisar continuamente o fluxo de condutas (equipe, ação de jogo, jogador, entre outros), dentro da sessão de observação definida, além de

extrair dados relevantes para, posteriormente, serem tratados, estudados, analisados e sistematizados (BARREIRA, GARGANTA, 2007).

Os jogos foram registrados com uma câmera de boa resolução e capacidade de bateria, localizada em um plano superior em relação ao plano do jogo,

com o intuito de facilitar a visualização topográfica do terreno de jogo para a análise posterior. Após a realização das filmagens, a extração dos dados foi realizada

por meio do protocolo proposto por Pereira et al. (2019) e aplicação da fórmula do Golden Index (GI) (PEREIRA et al., 2019), que identifica a contribuição

individual de cada jogador nas subfases ofensivas do jogo. A fórmula proposta ainda fornece resultados positivos e negativos, atribuindo valores aos jogadores,

que variam de acordo com o tempo jogado e suas ações durante as partidas. O jogador que obtiver o maior valor positivo do GI, pode ser considerado o jogador

mais importante do time nas jogadas ofensivas, denominado como Golden Player (Jogador de Ouro) (PEREIRA et al., 2019).

Este instrumento foi validado e aplicado na categoria profissional do Clube Atlético de Madrid, temporada de 2016-2017, a fim de ranquear a

performance dos jogadores que participaram dos jogos da equipe. A fórmula GI possui 13 variáveis que nos possibilitam chegar no resultado, que são: grau de

prestígio, grau de centralidade e grau de intermediação, assistências, bolas perdidas, gols, passes performados, passes recebidos, cruzamentos certos, corrida com a

bola, finalizações, dribles bem-sucedidos (1x1) e tempo jogado.

o Assistências

Um jogador de ataque realiza um passe ou um cruzamento certo para um companheiro que finaliza no gol do adversário (BARREIRA et al., 2013).

o Bolas perdidas

O jogador que carrega a bola perde a mesma, através de: 1) infração das regras do jogo; 2) intervenção do oponente; 3) erro técnico; 4) jogou a bola

para fora do campo; 5) ação do goleiro adversário (BARREIRA et al., 2013).

o Grau de centralidade

Verifica o número de conexões de dois jogadores que passam através de um jogador. Conta o número de vezes que um jogador atua como um

intermediário ao longo da conexão de dois jogadores mediante a variável passe (BARGHI, 2015).

o Gols

O jogador de ataque marca um gol. A bola passa pela linha do gol adversário, entre as duas traves e abaixo do travessão do gol adversário, sem

nenhuma violação prévia às regras do jogo (BARREIRA et al., 2013).

o Grau de intermediação

A distância pode ser checada na conexão entre jogadores. Valores mais elevados indicam que o jogador está próximo de se conectar com outros

jogadores mediante a variável passe (BARGHI, 2015).


o Grau de prestígio

Um valor é dado de acordo com a participação do jogador mediante a variável passe comparado aos jogadores do mesmo time. OBS: valores mais

elevados indicam que o jogador tem maior probabilidade de receber a bola (BARGHI, 2015).

o Passes performados

O jogador que carrega a bola transmite efetivamente a bola para um companheiro de equipe, mantendo a posse de bola (BARREIRA et al., 2013). Os passes
completos entre companheiros podem ser considerados a forma de interação mais consequente em partidas de futebol, podendo ser utilizados para verificar como
funciona o modo de jogo e “orquestração” de um grupo (AQUINO et al., 2020).

o Passes recebidos

O jogador que carrega a bola passa a mesma para um companheiro de equipe, que controla a bola, promovendo a continuidade do ataque

(BARREIRA et al., 2013).

o Cruzamentos certos

O jogador que carrega a bola, posicionado no setor ofensivo da lateral de campo (quarto de ataque do gramado) transmite efetivamente a bola para

um companheiro que está localizado na parte central do campo (área do pênalti), tanto pelo solo quanto pelo ar, promovendo a continuidade do ataque

(BARREIRA et al., 2013).

o Corrida com bola

O jogador que carrega a bola performa ao menos três toques consecutivos na mesma, progredindo no espaço de campo, promovendo continuidade ao

ataque (BARREIRA et al., 2013).

o Finalizações

Um jogador de ataque chuta a bola para o gol adversário, causando uma das quatro situações: 1) a bola passa a linha de gol do adversário, indo para

fora do campo; 2) a bola atinge o alvo, sendo salva pelo goleiro adversário ou batendo no travessão ou trave; 3) o chute atinge um jogador adversário,

companheiro de equipe ou árbitro (BARREIRA et al., 2013).

o Dribles bem-sucedidos (1x1)

O jogador que carrega a bola realiza o drible passando pelo oponente direto, conseguindo vantagem em tempo e espaço, promovendo continuidade ao

ataque (BARREIRA et al., 2013).

o Tempo jogado (Tp)


Quantidade de tempo em que o jogador se encontrou em campo.

No processo de validação do instrumento, os autores constituíram com peritos na área, distintos pesos para cada uma das variáveis que compõem a

fórmula do GI (Quadro 1).

Quadro 1. Variáveis do Golden Index e seus respectivos pesos.

Ranking Variáveis Peso

1 Assistências/Tp 4.4615

2 Gols/Tp 4.3077

3 Dribles bem-sucedidos (1x1) /Tp 4.0769

4 Cruzamentos certos/Tp 4.0769

5 Passes performados/Tp 3.9231

6 Finalizações/Tp 3.8462

7 Passes recebidos/Tp 3.7692

8 Grau de centralidade/ Tp 3.6154

9 Grau de prestígio/Tp 3.5385

10 Bolas perdidas/Tp 3.4615

11 Grau de intermediação/Tp 3.4615

12 Corrida com bola/Tp 3.2308

Nota: Tp - tempo jogado.

Já para coletar os dados relacionados ao desempenho físico dos atletas, foram aplicados testes referentes a cada capacidade física desejada e foi

utilizado o sistema de classificação proposto por Menegassi et al. (2018) para ranquear os jogadores de acordo com o desempenho físico geral.

Dessa forma, foram aplicados os seguintes testes físicos que compõem o sistema de classificação:

o Desempenho Aeróbio - Resistência

O desempenho aeróbio foi estimado por meio da aplicação do Yo-Yo Intermittent Recovery Test – Level 1 (KRUSTRUP et al., 2003),

frequentemente adotado em estudos realizados com jovens futebolistas. O teste é composto por corridas de 40m (estágios) divididos em 20m (ida e volta), com

intervalos de 10 segundos de descanso. Objetiva fazer com que o avaliado percorra a maior distância possível se mantendo dentro da velocidade determinada para

cada etapa, sendo que há um aumento de velocidade simultâneo ao fim de cada etapa. O teste fornece como valor de referência para o desempenho aeróbio a

distância final em metros que foi percorrida.

o Agilidade com bola


A agilidade com bola foi avaliada a partir da aplicação do teste Shuttle Run com Bola (CAICEDO; MATSUDO; MATSUDO, 1993), que consiste no

deslocamento com condução de bola a uma distância de 9,14 metros. O avaliado deverá conduzir duas bolas, uma de cada vez, levando ao ponto final e retornando

para o ponto inicial. O teste foi realizado duas vezes para que então o melhor tempo seja adotado como valor de referência.

o Velocidade em 30 metros

A velocidade foi medida empregando o teste de Sprint de 30m. Neste os jogadores deverão executar duas tentativas de Sprint em linha reta numa

distância de 30 m, com intervalo de 5 minutos entre elas. Serão quantificados os tempos equivalentes às distâncias de 10 m e 30 m. Os valores de referência são a

média entre os dois tempos obtidos em cada distância. A corrida iniciará com o jogador em posição estática, com os pés posicionados em afastamento antero-

posterior e com todos os membros corporais posicionados atrás da linha de início até que seja soado o sinal de partida (MARQUES; TRAVASSOS; ALMEIDA,

2010).

o Força de Membros Inferiores

A força muscular de membros inferiores foi avaliada por meio da realização dos saltos verticais: Counter-Movement Jump (CMJ) e Squat Jump (SJ).

As avaliações foram realizadas em uma plataforma EMG System Brasil®, de acordo com especificações descritas nos estudos de Bosco, Luhtanen e Komi

(1983). O avaliado executou cada um dos saltos três vezes, sendo apenas o melhor selecionado como valor de referência.

▪ Análise estatística

A análise seguiu um caráter descritivo e comparativo, que, conforme Raupp e Beuren (2006), é um método cujo objetivo é descrever as

características de determinado fenômeno, ou população, preocupando-se em observar, registrar, analisar, classificar e interpretar os fatos. Já quanto às

características de pesquisa comparativa, tem-se que ela permite elaborar um raciocínio que possibilita investigar se há regularidades entre duas variáveis,

viabilizar observar deslocamentos e modificações, estruturar modelos, distinguindo se existe ou não continuidades, conformidades e/ou discriminações. A fim de

tornar explícitas as determinações mais abrangentes que os fenômenos possuem (SCHNEIDER; SCHIMITT, 1998).

A normalidade e distribuição dos dados foi analisada pelo teste de Shapiro Wilk. As variáveis foram classificadas como quantitativas e paramétricas, onde os

resultados foram apresentados em média e desvio padrão. Para comparação entre os grupos ranqueados foi empregada a análise de variância ANOVA. Para

avaliar o nível de relação entre as variáveis do GI e Ranking Físico, foi utilizado o teste de correlação de Pearson com sentido bilateral. A significância foi

estabelecida em p<0,05. Para tabulação e análise dos dados serão utilizados o programa Excel e o software SPSS versão 20.0.

▪ Resultados

A “Tabela 1” apresenta os valores individuais da aplicação da fórmula GI em cada jogador da equipe, durante todas as partidas analisadas no

estudo, onde estão organizados de acordo com um ranking que classificou os jogadores JA2 (valor GI: 27,38), RN7 (valor GI: 26,91) e PP34 (valor GI: 26,15)

como os Golden Players do time. Por outro lado, os zagueiros VP3 (valor GI: -25,98), VV36 (valor GI: -27,18) e GM9 (valor GI: -28,35), obtiveram os piores

escores (negativos) da equipe.


Os valores GI indicam que JA2 (atacante/extrema) é o Golden Player da equipe nas jogadas ofensivas. Principalmente na variável dribles 1x1 (DB

(1x1)) e bolas perdidas (BL), JA2 se destacou bastante, especialmente por conta do tempo jogado durante as partidas analisadas, obtendo a melhor média de DB

(1x1) da equipe (0,068) e uma média muito baixa de BL (0,045) durante os jogos.
Tabela 1. Classificação do GI.

Notas: Prec: Passes recebidos; Pper: Passes performados; PR: Grau de prestígio; BC: Grau de intermediação; IRCC: Grau de centralidade; PCr: Cruzamentos certos; RWB: Corrida com bola; *BL: Bolas perdidas; DB (1x1): Dribles bem-

sucedidos (1x1); A: Assistências; GI: Golden Index.


Tabela 2. Classificação do Desempenho Físico.
A “Tabela 2” nos mostra os resultados obtidos pelos jogadores nas capacidades físicas, representada pelas variáveis VMD, velocidade, força e

resistência aeróbia. Em cada uma das quatro variáveis avaliadas foi calculado o Escore Individual (EI) dos jogadores e consequentemente o Escore Dimensão

(ED) físico, que consiste na média dos quatro EI. Os jogadores foram ranqueados de acordo com os valores de ED físico obtidos. Já o “Quadro 1”, apresenta o

resultado da correlação entre os valores de desempenho tático-técnico (figura 1) obtido pelo GI, com o desempenho físico (figura 2) proposto por Menegassi et

al. (2018).

Quadro 2. Correlação entre Ranking Físico e Golden Index.

Correlações

Ranking Físico Golden Index

Pearson Correlation 1 -,234

Ranking Físico Sig. (2-tailed) ,421

N 14 14

Pearson Correlation -,234 1

Golden Index Sig. (2-tailed) ,421

N 14 14

Conforme descrito no “Quadro 2”, podemos analisar que o Ranking Físico e o Golden Index possuem uma correlação fraca (r: -0,234), segundo o

teste de correlação de Pearson. Já as figuras 1 e 2, mostram como se deu a distribuição dos dados do Golden Index e do Ranking Físico, respectivamente.

Figura 1. Distribuição dos dados da fórmula do GI dos jogadores. Figura 2. Distribuição dos dados do Ranking Físico dos jogadores.

▪ Discussão

O estudo objetivou examinar a relação entre o desempenho tático-técnico contextualizado com aspectos do desempenho físico descontextualizados

em jovens futebolistas, além de identificá-los e classificá-los de acordo com a preponderância tático-técnica para a construção ofensiva da equipe e nas

capacidades de força, resistência, velocidade e agilidade com bola. A hipótese foi confirmada, pois um bom desempenho nas capacidades físicas

descontextualizadas pouco explicou o desempenho tático-técnico do jogador em situação de jogo.


O resultado da classificação dos jovens futebolistas de acordo com a preponderância tático-técnica ofensiva da equipe e de acordo com as valências

físicas, indica que a correlação entre as duas variáveis é fraca. Isso demonstra que, para esta amostra, a maior importância de determinado jogador na fase

ofensiva não foi explicada por um desempenho físico mais satisfatório nas capacidades analisadas de forma descontextualizada.

O jogador JA2 (atacante/extrema), que foi o mais bem ranqueado no GI, assumiu um papel essencial e muito importante no aspecto ofensivo da

equipe, obtendo um valor muito alto nos dribles bem-sucedidos. De acordo com Wiemeyer (2003), os extremas (pontas), por conta do posicionamento em campo

e situações propostas durante a partida nos corredores, muitas vezes são eficazes em condições de dribles 1x1, tirando vantagem de seus marcadores. Além disso,

torna-se importante salientar que existe uma associação clara entre alto desempenho e habilidades técnicas superiores, incluindo drible, passe curto/longo,

retenção de bola e finalização (SARMENTO et al., 2018), onde sugere-se que jogadores com habilidades mais elevadas no quesito drible enquanto adolescentes,

tornam-se adultos que performam em alto e melhor nível (HUIJGEN et al., 2010).

Analisando o segundo (RN7) e o terceiro (PP34) jogadores mais bem ranqueados do GI, pode-se constatar um alto nível de passes performados e

recebidos durante as partidas observadas. Segundo Grund (2012), passes completos entre companheiros de equipe podem ser considerados a forma mais

consequente de interação entre os mesmos em partidas de futebol, desse modo, são de extrema importância para o bom funcionamento de uma equipe e, com

isso, conseguimos observar que a rede de passes dinâmicos/networking, pode ser usada para determinar os jogadores de uma equipe que são bem-sucedidos ou

insignificantes para a mesma (BARGHI, 2015). Ademais, o estudo de Forsman et al. (2016), trouxe que jovens futebolistas que se destacaram nas variáveis de

passe e centralidade, possuem cerca de oito a dez vezes mais chances de atingir o nível de elite quando atingirem os 19 anos do que os jogadores de baixo

destaque nessas variáveis.

Sobre isso, pode-se constatar que variáveis importantes que descreveram o ranqueamento individual dos jogadores no GI foram relacionadas com a

retenção da posse de bola (passes performados/recebidos, corrida com bola, dribles bem-sucedidos, menor índice de bolas perdidas etc.). De acordo com Parziale

et al. (2013), que analisaram uma amostra de 123 jogos da Liga Inglesa de Futebol (Premier League) de 2010-11, maiores índices de posse de bola acarretam

efeitos positivos para uma equipe atingir o sucesso em uma partida. Com isso, torna-se importante captar e orientar aos jovens futebolistas que desenvolvam

muito bem tais capacidades tático-técnicas, pois os times com maior posse de bola organizam mais ataques e criam uma maior quantidade de oportunidades de

gol durante as partidas (WANG; QIN; JIA; IGOR, 2022), dessa forma, podem ter maiores chances de obter êxito nos jogos.

As ações que são realizadas durante uma partida de futebol necessitam de um preparo geral dos futebolistas e sabendo disso, torna-se importante

salientar que o desempenho de jogadores de futebol emergem da interação de muitas capacidades físicas (por exemplo: força, potência, velocidade, resistência),

técnicas, táticas e psicológicas, que por sua vez são influenciadas pelos contextos específicos, mas dinâmicos da cooperação/oposição dos jogadores (11 contra

11) ocorrendo durante uma partida de 90 minutos (SARMENTO et al., 2018).

Sobre isso, o presente estudo nos mostra que JA2 (primeiro ranqueado no GI) e PP34 (terceiro ranqueado no GI), se encontram empatados na

segunda colocação no ranking físico proposto na pesquisa. Ambos alcançaram valores altos e consideráveis no teste de velocidade (Sprint 30m), onde os

esforços de corrida de alta intensidade são um elemento crucial no desempenho do futebol de elite (DI SALVO et al., 2009) e, segundo o estudo realizado por

Modric et al., 2022, as equipes que cobrem maior distância total com posse de bola e corrida de alta intensidade com posse de bola, tiveram um maior número de

chances de gol, chutes, chutes a gol, passes, passes certos, passes-chave, passes-chave precisos, cruzamentos, pressão alta bem-sucedida, entradas na área

adversária, ações totais e ações bem-sucedidas, além de que as atividades como a corrida, mudança de direção e salto, concentram-se na melhoria de atributos
físicos específicos, como velocidade, agilidade e potência, onde essas qualidades ajudam os jogadores a desenvolver força muscular, coordenação e

propriocepção, cruciais para a execução de movimentos rápidos e precisos durante o jogo (LTIFI et al., 2023). Ademais, de acordo com o estudo de Dellal et al.

(2011), a corrida de alta intensidade e o sprint representaram 3,9% e 5,3% de distância total percorrida respectivamente, dessa forma é imprescindível que nessas

situações os jogadores estejam preparados para conseguirem manter o rendimento e performar bem até a finalização da jogada, pois muitas vezes, logo após o

futebolista realizar um Sprint de 20, 30, 40 metros, ele precisará tomar decisões e/ou desempenhar bem em alguma capacidade técnica (passe, finalização,

cruzamento, etc.).

Já em relação ao posicionamento em campo e influência do aspecto físico nesse quesito, assim como podemos constatar no estudo de Dellal et al.

(2011), que observaram 600 partidas na La Liga e FA Premier League, em 2006-2007, onde em ambas as ligas os atacantes cobriram maiores distâncias em

corrida de alta intensidade, enquanto os defensores centrais e os meias centrais defensivos percorreram as menores distâncias, respetivamente e, além disso,

temos que, durante as partidas de futebol, os meio-campistas que atuam nas extremas do campo percorrem a maior distância em alta intensidade (CARLING et

al., 2008). Relacionando a informação com o presente estudo, podemos analisar que os três primeiros ranqueados no GI (JA2, RN7 e PP34, que atuam

principalmente nas extremas do campo) possuem valores bastante elevados na variável corrida com bola do GI, e também, resultados muito satisfatórios nos

testes físicos de agilidade com bola, velocidade (principalmente JA2 e PP34) e resistência aeróbia também, onde essas valências físicas são essenciais para um

bom desempenho em campo, principalmente para jogadores que tendem a ser impostos a situações mais frequentes em um trabalho físico de alta intensidade.

As capacidades físicas e tático-técnicas andam quase sempre de forma conjunta, e podem ser fatores importantes para o sucesso de uma equipe,

como por exemplo, na Superliga Chinesa, o grupo de equipes mais bem classificadas apresentou um melhor desempenho no aspecto físico (distância de sprint e

distância total percorrida sem posse de bola) e técnico, quando comparadas as equipes de classificação média/ruim (AQUINO et al., 2020). Segundo Rampinini

et al. (2009), que analisaram 416 jogos da série A italiana, os jogadores das equipes mais bem sucedidas realizaram maior trabalho físico quando estavam em

posse da bola (distância total com bola e corrida de alta intensidade com bola) do que os jogadores das equipes menos sucedidas. Dessa forma, analisando os

resultados do presente estudo e a literatura que já temos disponível, podemos observar que a retenção da bola e um trabalho físico com a posse da bola, pode ser

algo interessante para ser imposto nas equipes e modelos de jogo.

Já no que se refere as informações sobre a correlação entre as variáveis, o objetivo foi verificar a existência de uma relação entre o desempenho

tático-técnico contextualizado com aspectos do desempenho físico descontextualizados em jovens futebolistas. De acordo com isso, identificamos um nível de

correlação fraca (r: -0,234), porém entre as valências. O estudo de Borin et al. (2011) aponta que os atletas de futebol realizam ações intensas e de curta duração

que exigem rápida mudança de direção, execução de saltos, duelo corpo a corpo etc., onde a capacidade de produzir força em períodos curtos está muito ligada

ao desempenho em jogo destes, onde um elevado nível de capacidade de exercício permitirá aos treinadores concentrarem-se mais no treino e na valorização do

potencial técnico e táctico dos jogadores (CHMURA et al., 2023). Coadunamos com este aspecto e reconhecemos a importância dos aspectos físicos para que

jogadores possam bem desempenhar suas funções nas situações de jogo, porém, o desempenho físico, especialmente o avaliado em situações isoladas, por si só

não explica a qualidade e a preponderância do jogador quando em jogo formal.

▪ Conclusão
As evidências sugerem que, apesar da importância das valências físicas para o desempenho no “jogar”, não necessariamente os jogadores com um

melhor ranking físico na performance em testes de campo isolados e descontextualizados (agilidade com bola, resistência aeróbia, força de membros inferiores e

velocidade) serão também os Golden Players da equipe no desempenho tático-técnico contextualizado.

Devido à importância destas para desenvolver o “jogar” dos futebolistas, sugere-se para futuros estudos que as capacidades tático-técnicas e físicas

sejam analisadas em uma maior quantidade de equipes, em diferentes categorias e em diferentes níveis competitivos, para assim, conseguir analisar uma maior

amostra de jogadores e observar como tais capacidades podem se correlacionar em diferentes situações. Sugere-se também que a avaliação do desempenho físico

seja realizada em situação contextualizada, por exemplo por meio de rastreamento, o que pode ter uma correlação mais forte com o desempenho tático-técnico

do jogador em situação formal. Como aplicações práticas, apoiado nos resultados do estudo, torna-se interessante salientar para observadores e profissionais de

captação de jovens atletas – os quais muitas vezes realizam a procura de jogadores com uma condição/predisposição física ótima – que as capacidades físicas

devem ser levadas em consideração, porém, não se prendendo apenas a este aspecto para a captação de jogadores para suas equipes. O atual estudo apresentou

algumas limitações, sendo realizado com apenas uma equipe, masculina, com uma amostra de 14 jogadores de nível competitivo estadual, o que deve ser

explorado por novos estudos.

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