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Faculdade de Economia e Gestão

- Texto de Apoio de Contabilidade Financeira I-

Documentação Comercial

Nesta quarta unidade do nosso curso apresentamos os principais documentos comerciais, sem os
quais o registo de qualquer facto patrimonial é proibido por lei comercial. Ao longo da unidade
vamos aprender o preenchimento dos documentos referidos. Mais adiante mostraremos o âmbito
de aplicação desses documentos na contabilidade, bem como o cálculo dos preços dos bens e
serviços transaccionados, de acordo com cada caso e os termos internacionais de comércio
(INCOTERMS) e do Código Comercial (C.Com).

Objectivos

Constituem objectivos da presente unidade:

 Capacitar os estudantes no domínio de preenchimento dos documentos comerciais;

 Desenvolver as habilidades dos estudantes distinguir os bens e /ou serviços isentos do


IVA, na emissão de facturas, de acordo com o CIVA1;

 Habilitar os estudantes no domínio do tratamento dos INCOTERMS;

 Desenvolver a cultura, a postura e atitude contabilística nos estudantes.

1
Código do Imposto Sobre o Valor Acrescentado.

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Conceitos Básicos a Aprender
Comprovativo Intervenientes
Mandato INCOTERMS
Vencimento Desconto bancário
Reforma Endosso

Documentos Comerciais

São comprovativos das transacções comerciais realizadas pelos agentes económicos e servem de
base para os registos contabilísticos. Pois, de acordo com o Código Comercial vigente em
Moçambique, art. 45, nº 1, estabelece que os assentos lançados nos livros de escrituração
mercantil fazem prova entre empresários comerciais por factos relativos às suas empresas.

De acordo com o mesmo código, art. 43, nº 1, o empresário comercial deverá manter, sob sua
guarda e responsabilidade, a escrituração e demais documentos correspondentes à actividade
empresarial devidamente ordenados, durante dez anos ou enquanto não prescritas as obrigações
delas decorrentes.

Classificação dos Documentos Comerciais:

 Internos, são aqueles que sendo elaborados no seio da entidade se destinam exclusivamente
ao uso interno (folha de férias, de salários, notas de lançamento, requisição de matérias-
primas de um departamento para o outro, etc.).
 Externos, são os que provêm ou se destinam ao exterior, ou seja, aqueles que justificam
transacções dentro e fora da entidade. Ex: Notas de encomenda, facturas, recibos, letras,
notas de débito, etc.
Os principais documentos comerciais utilizados são:

1. Nota de encomenda
2. Guia de Remessa
3. Factura
4. Nota de débito
5. Nota de Crédito
6. Recibo
7. Letra
8. Cheque
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1. Nota de encomenda, é o documento onde o comprador especifica a mercadoria
pretendida, bem como as condições de entrega e pagamento. Geralmente preenche-se a
nota em duplicado, sendo a original para o vendedor e o duplicado para o comprador.

NOTA DE ENCOMENDA Nº ___________


____________, ____ de____________________de___________
Encomend_____ aos Ilmos Srs___________________________
____________________________________________________
As mercadorias abaixo indicadas: _______________________________________________

Entrega:
Condições de entrega
Prazo:

Quant. Unid. Descrição Ref. Preço

Tip.XXXXAut.MF O Comprador
_________________________________
(Assinatura e carimbo)

2. Guia de Remessa, é um documento que acompanha as mercadorias e serve para o


comprador proceder a conferência das mesmas.

GUIA DE REMESSA Nº ___________


____________, ____ de____________________de___________
Remet_____ aos Ilmos Srs _____________________________
____________________________________________________
_______________________________________________
As mercadorias abaixo indicadas conforme a v/ Nota de Encomenda nº_________

Quant. Unid. Descrição Preço Valor

Tip.XXXXAut.MF O Expedidor
_________________________________
(Assinatura e carimbo)
………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………
Receb________ as mercadorias constantes na V/ Guia de Remessa nº ______, que as confer_________ e que estão conforme
a n/ Encomenda nº_________.
____________, ____ de____________________de___________
O Destinatário
_________________________________
(Assinatura e carimbo)

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3. Factura, é o documento mais importante do contrato de compra e venda. Constitui o
comprovativo oficial de compra. A factura pode ser emitida até ao 5º dia após a
realização da operação, por isso pode ou não acompanhar as mercadorias.

As facturas classificam – se em:

 Factura da praça, quando o vendedor e o comprador são da mesma praça.

 Factura de expedição, quando o vendedor e o comprador são de praças


diferentes.

 Factura Provisória ou condicional, o vendedor envia as mercadorias à condição.


Esta factura deverá ser substituída por uma definitiva após o comprador definir
com que mercadoria fica.

 Factura simulada ou pró – forma, é um documento através do qual o vendedor


dá a conhecer ao comprador as condições de fornecimento das mercadorias
pretendidas.

FACTURA Nº ___________
____________, ____ de____________________de___________

NUIT:____________________ Remet_____ aos Ilmos Srs _____________________________


____________________________________________________
_______________________________________________
NUIT:_________________________________
DEVE

Quant. Unid. Ref. Descrição Preço Valor

Base do IVA Sub -Total


MT IVA (17%)

TOTAL

Tip.XXXXAut.MF

São :……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………… O Vendedor


………………………………………………………………………………………………………………………………………… _________________________________
(Assinatura e carimbo)

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4. Nota de débito, é um documento que rectifica positivamente o valor da factura, quando o
vendedor por lapso, se esqueceu de mencionar alguma despesa por conta do comprador
ou cometeu erro em algum cálculo. Este documento indica que o remetente lançou uma
operação positiva (a seu favor) na conta corrente.

NOTA DE DÉBITO Nº ___________


____________, ____ de____________________de___________

NUIT:_____________________ Comunic_____ aos Ilmos Srs _____________________________


____________________________________________________
_______________________________________________
que nesta data, DEVE

relativamente a ____________________________________________________________________ não incluídas na factura nº____

Quant. Ref. Descrição Preço Valor

Tip.XXXXAut.MF
_________________________________
(Assinatura e carimbo)

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5. Nota de crédito, é um documento que rectifica negativamente o valor da factura ou da
dívida, pelo que indica que o remetente lançou uma operação negativa (a favor de
outrem) na conta corrente.

NOTA DE CRÉDITO Nº ___________


____________, ____ de____________________de___________

NUIT:_____________________ Comunic_____ aos Ilmos Srs _____________________________


____________________________________________________
_______________________________________________
que nesta data, tem HAVER

relativamente a __________________________________________________________________ não incluíd___ na factura nº____

Quant. Ref. Descrição Preço Valor

Tip.XXXXAut.MF
_________________________________
(Assinatura e carimbo)

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6. Recibo, é um documento passado pelo vendedor (quem recebe valores é quem passa o
recibo) e serve para dar quitação ao comprador.

Como recibo, poderá ser usada a própria factura, que contém o carimbo de “PAGO” ou
“RECEBIDO” e passa a chamar – se factura – recibo.

Nota: Quando as fases de liquidação2 e de pagamento se processam em simultâneo poderá


ser emitido um documento designado venda a dinheiro (V.D.), que funciona como recibo e
dispensa – se a emissão da factura.

RECIBO Nº ___________

NUIT:_____________________

Receb_____ aos Ilmos Srs ________________________________________________________________________


A quantia de ____________________________________________________________________________________
referente ao pagamento de_______________________________________________________________________
de que passamos o presente recibo.

____________, ____ de____________________de___________


_________________________________
(Assinatura e carimbo)

Tip.XXXXAut.MF

A Letra

A letra é um título de a ordem sujeito a formalidades, pelo qual uma pessoa – sacador,
ordena a outra, sacado, que pague a si ou terceiro, tomador, certa importância em
determinada data.

2
É uma fase em que o vendedor indica ao comprador o montante em divida, tendo em conta que o Total em
divida = valor das mercadorias – descontos + despesas de compra + IVA.

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Os Intervenientes da Letra:

 Sacador, é a pessoa que dá ordem de pagamento a outra, sacando lhe uma letra.

 Aceitante, é a pessoa a quem é dada a ordem de pagamento e que tem de aceitar a letra,
responsabilizando – se pelo seu pagamento. Torna - se o sacado depois de aceitar.

 Tomador ou beneficiário, é a pessoa a quem o sacador transmite todos os direitos


emergentes da letra.

 Portador, é a pessoa que apresenta a letra ao pagamento. O portador da letra tanto pode ser
o sacador, como o tomador ou endossado.

 Avalista, é a pessoa que garante o pagamento da letra por parte do aceitante.

Vencimento da Letra

É a data em que o portador da letra pode exigir o seu pagamento. Assim o vencimento pode ser:

 À vista, o pagamento deve ser efectuado quando for apresentada a letra.

 A prazo, a letra vence decorrido o prazo nela fixado.

 Em data fixa, a letra vence numa data marcada (data fixa).

Requisitos Essenciais da Letra

 A palavra “ letra” escrita no próprio título;

 O mandato puro e simples de pagar uma certa quantia;

 Nome da entidade a quem ordena a quem deve pagar;

 Nome da entidade que a deve pagar;

 Indicação da data em que é sacada;

 Assinatura de quem passa ou emite a letra (sacador).


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Requisitos Não Essenciais

 Época de pagamento;

 Lugar de pagamento;

 Lugar da emissão da letra.

É preciso realçar que quando não se indica a época de pagamento, entende – se que a letra é
pagável à vista;

Quando não se designa o lugar de pagamento, considera – se que será paga no domicílio do
sacador;

Quando não é mencionado o lugar onde foi passada, considera – se como tendo sido o do
domicilio do sacador.

Operações Com Letra

1. Saque, é uma ordem de pagamento dada pelo sacador a outrem (aceitante) para que
pague a si ou a sua ordem.

2. Aceite, é o acto pelo qual o sacado se obriga a pagar a letra na data do vencimento. É o
acto de assumir o compromisso de pagar o valor da letra.

3. Aval, é uma garantia dada por terceiro, Avalista, ao pagamento total ou parcial da letra.

4. Protesto, é o acto de o portador da letra lavrar junto do notário, ou qualquer outra


autoridade jurídica, uma reclamação por falta de pagamento ou mesmo por falta de
aceite. Consiste em comprovar essa recusa para que possa exercer os seus direitos de
acção contra todos os intervenientes (sacador, aceitante, avalista).

5. Endosso, é a transferência de todos os direitos dela emergentes, i. é, a transmissão da


propriedade da letra.

6. Desconto bancário, é operação pela qual o beneficiário endossa a letra a um banco, antes
do vencimento da letra, recebendo o produto líquido do desconto, i. é, o valor
facial/nominal da letra deduzido de juros e de mais despesas bancárias.

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7. Cobrança bancária, é a operação que se assemelha ao desconto; diferindo pelo facto de
endossar – se ao banco depois de vencida a letra. Normalmente quando o aceitante for de
praça diferente.

8. Reforma da letra, consiste na substituição da letra por uma ou várias letras com
vencimento (s) posterior (es). A reforma da letra pode ser Total, quando substitui – se na
totalidade do valor da letra e, Parcial, quando há um pagamento de uma parte,
substituindo – se o restante.

Modelo da Letra

Avalista Aceitante
MT 4)
3 )___________________________________ de _________________de 20_____
A 5 )___________________________________________________________pagará 6 ) ___________ por esta 7 )
única via de Letra 8 )
13 ) Impo sto de selo 12 )
Vn * 2/1000 - 1) valor 9 )__________________________________________________________________________________
Vn *4/1000 - 2) _______________________________________________________________________________________
A 10 )_________________________________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________ 11 )

Legenda:
1) Aplicável entre comerciantes
2) Aplicável entre comerciante e não comerciante
3) Local e data
4) Quantia em algarismos
5) Data de vencimento
6) V/Excia (termo de cortesia)
7) Minha ou nossa
8) Indicação do beneficiário (pe: a nós / a nossa ordem) e a quantia por extenso
9) Origem do valor (pe: referente a factura nº __)
10) Nome do sacado e endereço
11) Assinatura do sacador
12) Assinatura e a indicação da data pelo aceitante
13) Assinatura e a indicação da data pelo avalista
VN) Valor Nominal da Letra

O Cheque

É uma ordem de pagamento à vista dada pelo depositante, sacador, ao seu banqueiro,
depositário ou sacado, para que lhe pague a si ou a sua ordem, uma determinada quantia que
pode ir até ao montante do depósito.

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Formas de emissão de cheques:

 Cheque nominativo, quando vem o nome do beneficiário;


 Cheque ao portador, o cheque pode ser pago a qualquer pessoa que o apresentar;
 Cheque cruzado, só pode ser pago ao banco ou a um cliente do banco e tem por objectivo
reduzir os riscos de extravio, roubo, falsificação. Obrigatoriamente este cheque deverá
ser depositado;
 Cheque visado, garante a existência de provisão (saldo em banco);
 Cheque de viagem ou Traveller’s cheque, são os cheques usados para efeito de viagem,
os quais podem ser levantados no país de destino, uma vez que podem ser levantados
em qualquer banco.

Fonte: http://britholmichcoma.com.cv/gallery/bm_cheque.jpg, acessado no dia 24/05/14

O Imposto Sobre o Valor Acrescentado (IVA)

O IVA, é um imposto aplicado em Moçambique que incide sobre a generalidade das transacções de bens e
prestações de serviços, efectuadas no território nacional, bem como a generalidade de importações.

Características e Princípios do IVA

 O IVA é um imposto sobre o consumo que incide sobre as transmissões de bens e as


prestações de serviços efectuados a título oneroso;

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 O IVA é um imposto plurifásico, de carácter não cumulativo sendo o pagamento deste
fraccionado pelos operadores económicos intervenientes, através do método de crédito do
imposto;
 Segundo o princípio de tributação do país de destino, as importações estarão sujeitas à
tributação e as exportações beneficiam de isenção completa também vulgarmente
designada por tributação à taxa zero, o que implica a restituição, aos exportadores, da
totalidade do IVA suportado a montante.
 O IVA é um imposto real que incide sobre as operações e não sobre as pessoas e pretende
tributar as operações económicas com o objectivo de atingir o consumo.

Sujeitos Passivos do IVA

 Comerciantes;
 Industriais e prestadores de serviços que desenvolvam actividades com ou sem fins
lucrativos;
 Todas as entidades que importam bens;
 Todos que mencionem IVA nas suas transacções;
 O Estado e outras entidades públicas quando de forma significativa actuem como
agentes económicos (Telecomunicações, Distribuição de água, Electricidade, Transporte,
etc.).

Taxas Aplicáveis3

Em Moçambique a taxa normal de IVA é de 17%. No entanto existem produtos dedutíveis, por exemplo a 100% &
50%, 62% e 75%, (gasóleo, electricidade e água, respectivamente) e outros isentos do IVA, os chamados bens de
primeira necessidade, que pela sua natureza se identificam como produtos alimentares básicos (arroz, pão, sal
iodado, farinha de milho, leite em pó para lactentes até um ano, trigo, farinha de trigo, tomate fresco ou refrigerado,
batata, cebola, carapau congelado, petróleo de iluminação, jet fuel, bicicletas comuns e preservativos), etc.

Exemplo de Cálculo do IVA4

3
Para mais informações consulte o Código do IVA (CIVA) - Lei Nº 32/2007, de 31 de Dezembro.
4
Note- se que em todas as fases de compra e venda o valor a canalizar ao Estado é igual ao IVA resultante de
vendas menos o IVA resultante de compras de bens e/ou serviços e sempre que tenha lugar a dedução do mesmo.

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IVA (17%)
Agente Económico Imposto a entregar ao Estado
Compra Venda
CL 25.000,00 CL 25.000,00
IVA 4.250,00 ML 5.000,00
Importador VB 29.250,00 VL 30.000,00 850,00
IVA 5.100,00
VB 35.100,00
CL 30.000,00 CL 30.000,00
IVA 5.100,00 ML 4.000,00
Grossita VB 35.100,00 VL 34.000,00 680,00
IVA 5.780,00
VB 39.780,00
CL 34.000,00 CL 34.000,00
IVA 5.780,00 ML 3.000,00
Retalhista VB 39.780,00 VL 37.000,00 510,00
IVA 6.290,00
VB 43.290,00

Seja:
CL = Compras líquidas VL = Vendas líquidas
ML = Margem de lucro VB = Valor bruto

O Património
Noção e elementos constitutivos

Toda a unidade económica para exercer a sua actividade, necessita de um certo conjunto de
valores, ou seja, de máquinas, edifícios, mercadorias, dinheiro, ferramentas e outros.

Património é um conjunto de bens5, direitos6 e obrigações7 pertencentes a uma certa entidade


(pública ou privada) administrados com um certo objectivo, ou seja, afectos a uma certa gestão.

O património não se refere apenas aos edifícios, máquinas, mercadorias, dinheiro, ferramentas,
inclui também o conjunto de direitos e de obrigações resultantes das relações que uma unidade
económica estabelece no desenvolvimento das suas actividades.

6
Consideram – se bens o conjunto de elementos patrimoniais tangíveis (corpóreos)

7
Consideram – se direitos de qualquer unidade económica, as dividas a receber, ou seja, os créditos da empresa ou débitos de terceiros, que
representam valores a ela pertencentes.

8
Consideram – se Obrigações de qualquer unidade económica as dívidas a pagar, isto é, débitos da empresa ou créditos de terceiros, que
representam valores pertencentes a terceiros e que a empresa se obriga a pagar.

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Cada componente de um dado património (ex: uma viatura, um edifício, um computador, etc.)
denomina – se elemento patrimonial.

Os elementos patrimoniais são de vários tipos e, por conseguinte, heterogéneos, pelo que não
podem ser somados se não com base numa unidade de medida. É assim que todos eles vêm
traduzidos em valores monetários. Portanto, têm um carácter pecuniário, visto todos serem
susceptíveis de representação monetária.

Classificação do património

1. Quanto à actividade em que está afecto:

Património comercial/ fundo de comércio,


é aquele que se encontra vinculado à actividade comercial
(afecto ao exercício do comércio ou de negócio), isto é, administrado com o intuito lucrativo.
Exemplo: viatura para o transporte das mercadorias, dívida à CIM, mercadorias diversas, etc.

Património particular,é aquele que apesar de ser propriedade do comerciante não se encontra
adstrito à actividade comercial. Por exemplo: carro para uso particular do comerciante, bicicleta
do filho, geleira da esposa, etc.

2. Quanto aos detentores /proprietários:

Património individual, se a unidade económica pertencente é uma única pessoa ou individuo

Património social, se a unidade económica a ela afecto é uma sociedade

Património nacional,
quando o património diz respeito a uma nação e incluirá o património
público (do Estado) e privado (das empresas e dos cidadãos)

Nota: Elementos patrimoniais comuns e específicos

No conjunto dos elementos patrimoniais, existem aqueles que são comuns a todos os
comerciantes (as disponibilidades, os direitos e obrigações) e outros que são específicos a
determinados comerciantes e nos indicam, portanto, o respectivo ramo da actividade
(mercadorias, matérias primas, equipamentos industriais, instalações comerciais, fabris, etc).

Massas patrimoniais

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Os elementos patrimoniais podem ser reunidos em grupos que desempenham a mesma função
económica ou financeira, constituindo verdadeiras massas patrimoniais e subdividem em
massas gerais e parciais.

1. Massas gerais

 Activo (bens e direitos) (+ ) valores concretos

 Passivo (obrigações) ( - ) valores concretos

 Situação líquida valores abstractos

A situação líquida (SL) corresponde a diferença entre o activo (A) e o passivo (P) ou seja:

SL = A- P

Se:

A>P Sla

A=P SL0

A<P SLp

Assim:

A+SLp = P+SLa
2. Massas parciais

2.1 Do activo:

 Meios Financeiros;

 Inventários e Activos Biológicos;



Investimentos de Capital.

2.2 Do Passivo – Credores diversos, inclui débitos a curto, médio e longo prazos.

2.3 Da situação líquida

2.3.1Situação liquida inicial (SLi), corresponde o valor inicial aplicado pelo comerciante à actividade
comercial. É determinado entre o activo e o passivo iniciais

(Si = Ai – Pi).

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2.3.2 Situação líquida adquirida (Sla), corresponde a soma algébrica dos resultados (lucros e
prejuízos), determinado pela diferença entre a situação líquida final (SLf) e a Situação líquida
inicial (SLi)

(SLa = SLf – SLi).

2.3.3 – Situação líquida final (SLf), igual a soma algébrica da situação líquida inicial (SLi) com a
situação líquida adquirida (SLa)

(SLf = SLi +/- SLa).

Trabalho prático
Em 1 de Março de 2007, o comerciante Nkanyine Distribuidor apresentava o seguinte património,
reportanto o início da sua vida comercial:

Designação Valor
Dinheiro em cofre 30.000,00
Depósitos 120.000,00
Débito de Musraf 25.000,00
Crédito a Joice 50.000,00
Saque a Mª, cliente 15.000,00
Aceites a Costa, fornecedor 40.000,00
Mercadorias diversas 190.000,00
Um computador da filha 40.000,00
Mobiliário do escritório 12.000,00
Máquinas calculadoras 18.000,00
Letras a pagar 10.000,00
Pretende -se que:
a) classifique e agrupe o património em bens, direitos e obrigações;
b) calcule os valores de activo e do passivo;
c) calcule o valor do património / situação líquida.

Resolução do Trabalho prático Anterior:

a) Classificação e agrupamento do património em bens, direitos e obrigações

Bens
Dinheiro em cofre 30.000,00
Depósitos 120.000,00
Mercadorias diversas 190.000,00
Mobiliário do escritório 12.000,00
Máquinas calculadoras 18.000,00
Total 370.000,00

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Direitos
Débito de Musraf 25.000,00
Crédito a Joice 50.000,00
Saque a Mª, cliente 15.000,00
Total 90.000,00

Obrigações
Aceites a Costa, fornecedor 40.000,00
Letras a pagar 10.000,00
Total 50.000,00

b) Cálculo de valores de Activo e do Passivo


 Activo (A) + Bens (B) + Direitos (D) = 370.000,00 + 90.000,00 = 460.000,00
 Passivo (P) = Obrigações (O) = 50.000,00
c) Cálculo do valor do Património (VP) / Situação Líquida (SL) = A- P = 460.000,00 – 50.000,00 =
410.000,00.

Segundo trabalho prático

Em 1 de Março de 2007, o comerciante Nkanyine Distribuidor apresentava os seguintes


elementos patrimoniais:

Património do comerciante Nkanyine Distribuidor

Património: Valores Classificação


Dinheiro em cofre 30.000,00 B
Depósitos 120.000,00 B
Débito de Musraf 250.000,00 D
Crédito a Joice 50.000,00 D
Saque a Mª, cliente 15.000,00 D
Aceites a Costa, fornecedor 40.000,00 O
Mercadorias diversas 190.000,00 B
Um computador da filha 40.000,00 (não é bem comercial)
Mobiliário do escritório 12.000,00 B
Máquinas calculadoras 18.000,00 B
Letras a pagar 10.000,00 O

Pretende - se:

a) Que agrupe os bens, direitos e obrigações;


b) O cálculo do activo e passivo;
c) O cálculo do valor do património (VP) / Situação líquida (SL).

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Resolução do segundo trabalho prático
a. Bens (B) = 30.000,00 + 120.000,00+190.000,00+12.000,00+18.000,00 = 370.000,00
b. Direitos (D) = 25.000,00+50.000,00+15.000,00 = 90.000,00
c. Obrigações (O) = 40.000,00 + 10.000,00 = 50.000,00
d. Activo (A) = (B + D) = (370.000,00 + 90.000,00) = 460.000,00
e. Passivo (P) = 50.000,00
f. Situação líquida (SL) = A –P = 460.000,00 – 50.000,00 = 410.000,00

Meus caros, se entenderam as resoluções anteriores, têm, à seguir, dois exercícios por resolver:

Exercício 1 (a ser resolvido pelos estudantes)

Com base na informação que se apresenta, determine os valores de activo, passivo e de capital próprio da
empresa JPC, Lda.
Dívidas de clientes 625.000,00
Equipamentos administrativos 34.500,00
Dividas a fornecedores de mercadorias 445.000,00
Empréstimos bancários 125.000,00
Mercadorias em armazém 82.000,00
Depósitos em bancos 21.500,00
Divida ao Estado 13.000,00
Dividas aos sócios 25.000,00
Equipamentos de transporte 62.500,00
Chave do estabelecimento 7.500,00
valores em numerário 950,00
Quota na 2M 5.000,00

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Exercício 2(a ser resolvido pelos estudantes)

Dinâmica patrimonial
Os valores patrimoniais estão sujeitos a constantes variações, quer no sentido positivo (+), quer
no negativo (-), em consequência dos acontecimentos e das operações realizadas pelas
empresas.

Assim, todas as operações e acontecimentos que imprimem qualquer alteração ou variação dos
elementos patrimoniais designa – se factos patrimoniais.

Naturalmente, sempre que os elementos patrimoniais variam há uma alteração na composição


do património e, por conseguinte, modificação ou não do seu valor, consoante se tenha
alterado ou não a situação líquida.

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Classificação

Os factos patrimoniais classificam – se em:

1. Qualitativos ou permutativos, quando imprimem alteração apenas da composição do


património;

2. Quantitativos ou modificativos, quando alteram não só a composição do património


mas também o respectivo valor do património, no sentido positivo ou negativo (+/-),
conforme implicam a diminuição ou aumento do Valor do Património, ou seja, da
Situação Líquida.

Análise dos factos patrimoniais

A análise dos factos patrimoniais é realizada da seguinte forma:

1 – Verificar as alterações na composição do património;

2 – Verificar as implicações originadas pelo facto no valor do património;

3 – Classificar o facto patrimonial.

Exercícios de Aplicação

Em 2 de Janeiro de 200N, o património da entidade ABC, Ldª apresentava a seguinte


composição inicial:

Activo

Numerário 400.000,00
Depósitos 1.200.000,00
Créditos 600.000,00
Mercadorias 800.000,00
Equipamentos 300.000,00
Total do Activo 3.300.000,00

Passivo

Aceite a João Cossa 900.000,00


Débitos 500.000,00
Crédito de Albino Bento 100.000,00
Total do Passivo 1.500.000,00

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Calculando a Situação Líquida com que a entidade iniciou as suas actividades teremos:
Activo – Passivo = Situação Líquida; (A – P = SL)
SL = A- P = 3.300.000,00 – 1.500.000,00 = 1.800.000,00

Durante o mês a entidade realizou as seguintes operações:


1. Pagou em dinheiro o crédito de Albino Bento.

Alterações na composição do património:


 Diminuição do numerário no valor de 100.000,00
 Diminuição de débitos no valor de 100.000,00

A) Implicação das alterações no valor do património:

 Numerário ……………………………………………-100.000,00
 Débitos………………………………………………..-100.000,00
B) Classificação do facto patrimonial:

Activo
Numerário (400.000,00 – 100.000,00) ….300.000,00
Depósitos 1.200.000,00
Créditos 600.000,00
Mercadorias 800.000,00
Equipamentos 300.000,00
Total do Activo 3.200.000,00
Passivo
Aceite a João Cossa 900.000,00
Débitos 500.000,00
Crédito de Albino Bento (100.000,00 – 100.000,00)..........…..0,0
Total do Passivo 1.400.000,00

A – P = SL …………….. 3.200.000,00 – 1.400.000,00 = 1.800.000,00. Comparando o actual


valor da SL com o anterior chega-se a uma situação de igualdade, daí que se trata de um facto
patrimonial permutativo ou qualitativo porque não alterou a SL.

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2. Cobrou o crédito sobre Jacinto Paulo no valor de 200.000,00.

A) Alterações na composição do património:

 Aumento do numerário no valor de 200.000,00

 Diminuição de créditos no valor de 200.000,00

B)Implicação das alterações no valor do património:

 Numerário ……………………………………………+200.000,00
 Créditos………………………………………………..-200.000,00

C) Classificação do facto patrimonial:

Activo
Numerário (300.000,00 +200.000,00) …….500.000,00
Depósitos 1.200.000,00
Créditos (600.000,00 – 200.000,00)……400.000,00
Mercadorias 800.000,00
Equipamentos 300.000,00
Total do Activo 3.200.000,00
Passivo
Aceite a João Cossa 900.000,00
Débitos 500.000,00
Crédito de Albino Bento (100.000,00 – 100.000,00)……………………..0,0
Total do Passivo 1.400.000,00

A – P = SL …………….. 3.200.000,00 – 1.400.000,00 = 1.800.000,00. Comparando o actual


valor da SL (2ª operação) com o anterior (1ª operação) chega-se a uma situação de igualdade,
daí que se trata de um facto patrimonial permutativo ou qualitativo porque não alterou a SL.

3. Vendeu, a dinheiro, por 400.000,00 mercadorias que custaram 280.000,00.

A) Alterações na composição do património:

 Aumento do numerário no valor de 400.000,00

 Diminuição de mercadorias no valor de 280.000,00

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B)Implicação das alterações no valor do património

 Numerário ……………………………………………+400.000,00

 Mercadorias…………………………………………..-280.000,00

D) Classificação do facto patrimonial:

Activo
Numerário (500.000,00 +400.000,00) …….900.000,00
Depósitos 1.200.000,00
Créditos 400.000,00
Mercadorias (800.000,00 – 280.000,00)……520.000,00
Equipamentos 300.000,00
Total do Activo 3.320.000,00
Passivo
Aceite a João Cossa 900.000,00
Débitos 500.000,00
Crédito de Albino Bento (100.000,00 – 100.000,00)…….........0,0
Total do Passivo 1.400.000,00

SL = A – P = 3.320.000,00 – 1.400.000,00 = 1.920.000,00. Comparando o actual valor da SL (3ª


operação) com o anterior (2ª operação) verifica-se uma diferença (para mais), daí que se trata de
um facto patrimonial modificativo positivo porque registou-se alteração para mais do valor
patrimonial.

4. Vendeu a prazo por 250.000,00 todo o seu equipamento.

A) Alterações na composição do património:

 Aumento dos créditos no valor de 250.000,00

 Diminuição de equipamentos no valor de 300.000,00

B)Implicação das alterações no valor do património

 Créditos …………………………………………… + 250.000,00

 Equipamentos……………………..………………. .- 300.000,00

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C) Classificação do facto patrimonial:

Activo
Numerário 900.000,00
Depósitos 1.200.000,00
Créditos (400.000,00 + 250.000,00)……650.000,00
Mercadorias 520.000,00
Equipamentos (300.000,00 – 300.000,00) …………...0,0
Total do Activo 3.270.000,00
Passivo
Aceite a JoãoCossa 900.000,00
Débitos 500.000,00
Crédito de Albino Bento (100.000,00 – 100.000,00)……………..0,0
Total do Passivo 1.400.000,00

A – P = SL …………….. 3.270.000,00 – 1.400.000,00 = 1.870.000,00. Comparando o actual


valor da SL (4ª operação) com o anterior (3ª operação) verifica-se uma diferença (para menos),
daí que se trata de um facto patrimonial modificativo negativo porque registou-se alteração
para menos do valor patrimonial.

Segundo exercício de aplicação

Em 1 de Janeiro de 2008, o património de JOICE, Ldª era constituído pelos seguintes valores
iniciais:

ACTIVO PASSIVO SL
900,00 300,00 600,00

Durante o mês ocorreram os seguintes factos:

Dia 2- Deposito no banco de 10,00


Dia 4- Compra de um computador a prazo 20,00
Dia 6- Recebimento de renda de instalações 5,00
Dia 8 - Venda de mercadoria por 6,00 que haviam custado 5,00
Dia 10- Venda de mercadoria por 3,00 que haviam custado 4,00

Pretende – se:

 A análise e classificação de factos patrimoniais

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Resolução da questão proposta nº 12

Data Implicações Classificação


Descrição Variações
2008 Activo Passivo SL do facto
Activo (+)
01-Jan Situação líquida inicial 900,00 600,00 inicial
Passivo (-) 300,00
Numerário (-) 10,00
02-Jan Deposito bancário Depósitos (+) 10,00 Qualitativo
900,00 300,00 600,00
Imobilizações corpóreas (+) 20,00
04-Jan Compra a prazo computador Dividas (+) 20,00 Qualitativo
920,00 320,00 600,00
Numerário (+) Quantitativo
5,00
06-Jan Recebimtº de renda Resultados (+) 5,00 (+)
925,00 320,00 605,00
Mercadorias (-) 5,00 Quantitativo
08-Jan Venda de mercadorias Numerário (+) 6,00 1,00 (+)
926,00 320,00 606,00
Mercadorias (-) 4,00 Quantitativo
10-Jan Venda de mercadorias Numerário (+) 3,00 -1,00 (-)
925,00 320,00 605,00

Terceiro exercício de aplicação

Considere o seguinte património de Lanyo & Likoloma –Ldª, em 1 de Abril de 2005:

Descrição Valores (Activos e Passivos)


Numerário 5.810.000,00
Depósitos 560.000,00
Clientes 599.000,00
Outros devedores 80.070,00
Mercadorias 471.000,00
Construções 350.000,00
Equipamento básico 300.000,00
Equipamento Administrativo e social 300.000,00
Despesas de constituição 150.000,00
Imobilizações em cursos 50.000,00
Fornecedores 1.450.000,00
Empréstimos bancários obtidos 495.000,00
Débitos ao Estado 116.170,00

Durante o mês realizou – se entre outras as seguintes operações:

Dia 4. Depósito de ½ do valor em numerário.

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Dia 6. Pagamento integral de empréstimos bancários por transferência bancária

Dia 8. Os outros devedores pagam a sua dívida na totalidade

Dia 9. Pagamento integral da dívida aos fornecedores via caixa

Dia 10. Venda de mercadorias em stock com uma margem de 25% sobre o preço de venda

Dia 12. Saque sobre clientes no valor correspondente ao saldo de clientes

Pretende – se:

a) Determinação da Situação Líquida

b) Análise e classificação dos factos patrimoniais

Primeiras questões de múltiplas escolas

14.1 Os factos permutativos caracterizam – se pela:

a) Manutenção do activo e do passivo; ( )


b) Manutenção do activo; ( )
c) Manutenção do passivo; ( )
d) Nenhuma das anteriores. ( )

14.2 Os factos patrimoniais podem ser:

a) Permutativos se alteram a composição e o valor do património; ( )


b) Permutativos se alteram a composição e o valor do património; ( )
c) Modificativos se alteram a composição mas não o valor do património; ( )
d) Nenhuma das anteriores. ( )

14.3 A devolução de uma venda realizada com 50% de margem bruta constitui um facto:

a) Modificativo aumentativo; ( )
b) Modificativo diminutivo; ( )
c) Permutativo; ( )
d) Nenhuma das anteriores. ( )

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14.4 A devolução de mercadorias ao fornecedor constitui um facto:

a) Modificativo aumentativo; ( )
b) Modificativo diminutivo; ( )
c) Permutativo; ( )
d) Nenhuma das anteriores. ( )

14.5 Aquisição a prazo de uma propriedade de investimento constitui um facto patrimonial:

a) Modificativo aumentativo; ( )
b) Modificativo diminutivo; ( )
c) Permutativo; ( )
d) Nenhuma das anteriores. ( )

14.6 Um pagamento a fornecedores com o desconto de pronto de pagamento constitui um facto:

a) Modificativo aumentativo; ( )
b) Modificativo diminutivo; ( )
c) Permutativo; ( )
d) Nenhuma das anteriores. ( )

14.7 Qual dos seguintes factos alteram o valor do património de uma entidade:

a) Pagamento, por cheque, da dívida relativa a aquisição de imobiliário de escritório; ( )


b) Aquisição a pronto de equipamento básico; ( )
c) Aquisição de inventários a prazo; ( )
d) Nenhuma das anteriores. ( )

14.8 Qual dos seguintes factos não altera o valor do património da entidade:

a) A operação de aquisição de activos fixos tangíveis, ( )


b) Processamento dos ordenados mensais; ( )
c) Reconhecimento de juros suportados; ( )
d) Aquisição de inventários, com desconto de 2% por antecipação de pagamento. ( )

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A Conta
Nesta unidade do nosso curso iremos apresentar os pontos relevantes sobre o estudo da conta, um
elemento fundamental para a segregação das massas patrimoniais. Ao longo da unidade vamos
abordar a movimentação genérica das contas, bem como o raciocínio contabilístico. O estudante
também terá de resolver uma série de questões propostas, como forma de aliar a teoria e prática,
relacionadas com o estudo da conta.

Objectivos

Constituem objectivos desta unidade:

 Capacitar os estudantes no domínio dos conceitos básicos da conta;

 Desenvolver as habilidades dos estudantes no domínio de classificação do património em


contas;

 Desenvolver as habilidades dos estudantes no domínio de análise e classificação de um


facto patrimonial;

 Habilitar os estudantes no domínio de princípios e raciocínio contabilístico;

 Desenvolver habilidades aos estudantes no domínio do registo dos factos patrimoniais.

 Desenvolver a cultura, a postura e atitude contabilística nos estudantes.

A conta

Geralmente em cada massa patrimonial, os respectivos elementos podem ser agrupados em


diversos subconjuntos com determinadas características comuns e específicas, de acordo com a
sua natureza e função que desempenham na entidade. São esses subconjuntos que se designam
por contas.

Conta é um conjunto de elementos patrimoniais com determinadas características comuns e


específicas, limitadamente definidas.

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Elementos constitutivos da conta

1. Compreensão

A compreensão de uma conta é determinada pelas características comuns e específicas dos


elementos nela agrupados, devendo ser evidenciada, o mais claramente possível, pelo título da
conta (designação própria).

O Título deve ser escolhido de tal sorte que revele imediatamente a natureza dos elementos que a
compõem, ou seja, nos dê a conhecer o seu conteúdo.

Por exemplo, O TITULO “2.2 – Mercadorias” diz – nos que agrupam nesta conta todos os bens
que o comerciante adquire para a revenda sem transformar; do mesmo modo, o TITULO “3.2 –
Activos Tangíveis” diz – nos que agrupam nesta conta todos os activos fixos corpóreos, isto é,
com carácter de permanência na entidade, normalmente superior a um ano.

2. Extensão

A extensão é o valor da conta, expresso em unidades monetárias. Indica a quantidade de


unidades monetárias da conta.

Requisitos da Conta

1. Imutabilidade do Título, o título de uma conta é sempre o mesmo, nunca varia, ou seja, o
ponto de vista de uma conta é fixo e imutável, modificá-lo equivalerá a cair numa outra
conta.

2. Homogeneidade, uma conta só deve conter os elementos patrimoniais que obedeçam à


características comuns que ela define.

A conta é homogénea, no sentido de que todos os elementos que compõem devem, sem excepção
alguma, apresentarem o carácter que foi tomado para o ponto de vista. Este carácter ou ponto de
vista comum a todos elementos patrimoniais agrupados numa conta é a condição indispensável
para que ela se considere como homogénea.
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3. Integridade ou integralidade, a conta deve incluir todos os elementos patrimoniais que gozam
das características comuns por ela definidas.

Classificação da Conta:

1. Quanto a natureza

 Contas colectivas, são as contas que se encontram subdivididas noutras, chamadas


divisionárias.
 Contas divisionárias ou sub-contas, São consideradas contas divisionárias aquelas que
resultam da divisão das contas colectivas. São contas de grande utilidade para a administração
da entidade, pelo facto de fornecerem informações mais pormenorizadas no processo de registo
dos factos patrimoniais e da produção de informações inerentes a uma racional tomada de
decisões.

Subdivisões das contas divisionárias

De acordo com a natureza e necessidade contabilística de obter informações mais


pormenorizadas, as contas divisionárias poderão, igualmente, ser decompostas noutras ainda
menos amplas, designadas contas sub – divisionárias/subdivisões. Assim contas sub -
divisionárias são subdivisões das contas divisionárias.

2. Quanto ao grau

 Contas do 1º grau, São contas do maior grau de generalidade. Por exemplo: 1.2 -
Bancos, 2.2 - Mercadorias, 4.1 - Clientes, etc. Todas as contas do 1º grau são também
colectivas.
 Contas do 2º grau, são divisões de contas do 1º grau. Por exemplo:

1.2.1 – Depósitos a ordem é divisão de 1.2 - Bancos, 1.3.1- Clientes conta corrente, é divisão de
1.3 – Clientes, etc.

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 Contas do 3º grau, são subdivisões das contas do 2º grau. Por exemplo: 1.2.1.1- BCI é
subdivisão da conta divisionária 1.2.1 – Depósitos a ordem, 1.2.1.2 – BIM, também é
subdivisão da mesma conta divisionária (1.2.1- Depósitos a ordem).

Quadro Resumo:

CONTAS
Colectivas Divisionárias (divisões) Subdivisões
1º Grau 2º Grau 3º Grau
1.2.1.1 - BCI
1.2.1 – Depósitos a ordem 1.2.1.2 - BIM
1.2.2.1- FNB
1.2 - Bancos
1.2.2 – Depósitos com pré aviso 1.2.2.2- B.Terra
1.2.3.1 – BN
1.2.3 – Depósitos a prazo
1.2.3.2 - BSTM
2.2.1.1- Mariana
2.2 - Mercadorias 2.2.1 – Arroz
2.2.1.2 - Sasseka

Contas Singulares ou Elementares

As contas que não encontram subdivididas noutras dizem-se contas singulares ou elementares.
Assim, por definição, não é possível que uma conta simultaneamente seja colectiva e singular.

Variações das contas

Do princípio de dualidade patrimonial, da digrafia ou de partidas dobradas8, qualquer facto


patrimonial implica sempre a variação de duas ou mais contas, de igual valor mas com efeitos
contrários. Portanto, a variação de uma conta é sempre equilibrada pela variação de outra ou
outras. Existe dois tipos de variações, a saber:

8
Veja conceito nas páginas 11 e 13

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1. Variações simples, quando os factos patrimoniais implicam a variação de duas contas, uma a
débito e outra a crédito.

2. Variações complexas/compostas, quando os factos patrimoniais implicam variações em mais


de duas contas. Disto entende-se que o facto tem registo a débito de uma conta em contrapartida
de vários créditos ou vários débitos contra um crédito ou vários débitos contra vários créditos.

Representação Gráfica da Conta

A cada conta corresponde um gráfico ou quadro, um razão esquemático, que constitui o


dispositivo prático para acompanhar as variações patrimoniais.

Dispositivo da conta

(Título da conta)

Deve (D) Haver (H)

O dispositivo da conta apresenta duas secções. A 1ª secção (lado esquerdo) é a do DEVE/ débito,
enquanto a 2ª (lado direito) é a do HAVER/crédito.

É correcto designar um lançamento na 1ª secção como débito e na 2ª secção crédito. As mesmas


designações são também aplicáveis aos totais das secções.

Conceito de débito, crédito, saldo, encerramento e reabertura de conta

Debitar uma conta significa inscrever qualquer importância no lado do Deve/débito (D).

Creditar uma conta significa inscrever uma certa quantia no lado do Haver/ crédito (C).

Saldo de uma conta é a diferença entre o débito e o crédito

Assim, ao comparar o débito e o crédito de uma conta três hipóteses podem ocorrer:
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 D > C o saldo diz – se devedor (Sd);
 D = C o saldo diz – se nulo (So);
 D < C o saldo diz – se credor (Sc).
Assim, se:

 D > C  Sd  D = C + Sd

 D = C  So  D = C

 D < C  Sc  C = D + Sc

Encerrar uma conta, corresponde somar os valores das colunas do débito e do crédito, depois
compará-los a fim de conhecer a natureza do saldo. Importa referir que para saldar uma conta
(fecho) basta registar o saldo na secção mais fraca, ou seja, debitá-la ou creditá-la pelo valor
correspondente ao seu saldo, consoante este seja credor ou devedor, ficando então a conta
balanceada.

Reabrir uma conta, consiste em inscrever o anterior saldo da conta a débito ou a crédito,
conforme tenha sido devedor ou credor.

Exemplo de casos de: Debitar, Creditar, Encerrar uma conta, incluindo notas explicativas

Deve (Débito) 1,1-CAIXA Haver (Crédito)


Lançamento de abertura i) 100,00 4) 100,00 Lançamento corrente (parte de
(lançados à débito)
Lançamento corrente 30) 100,00 lançamentos contínuos, efectuados a
partir do início da actividade da empresa)

200,00 100,00

Deve (Débito) 2.2-MERCADORIAS Haver (Crédito)


Lançamento de abertura i) 300,00 30) 80,00 Lançamento corrente
(lançados à débito)
Lançamento corrente 10) 150,00 sd) 370,00 Cálculo do saldo devedor (D>C)
para o equilíbrio de membros e
para o encerramento da conta

450,00 450,00

Prof. Doutor José Penane Chibomane 33


Nota- ao voltarmos ao que vimos teoricamente sobre débito, crédito, encerramento e reabertura de conta , concluimos que:

a) o 1° razão (T) apresenta lançados à débito (lado esquerdo): i) = 100,00; 30) = 100,00 e por fim a soma = 200,00;

neste caso, diz -se que lançamos à débito/debitamos a conta 1.1-CAIXA, primeiro em 100,00, depois por 100,00, no dia 30

b) ainda o 1° razão (T), apresenta lançados à crédito (lado direito), 4) = 100,00, depois a soma = 100,00;

quanto a alínea "b", diz-se que lançamos à crédito/creditamos a conta 1.1-CAIXA o valor de 100,00, no dia 4
c) o 2° razão (T) apresenta lançados à débito (lado esquerdo): i) = 300,00; 10) = 150,00 e por fim a soma = 450,00;

neste caso, diz -se que lançamos à débito/debitamos a conta 2.2-MERCADORIAS, primeiro em 300,00, depois por 150,00, do dia 10
d) ainda o 2° razão (T), apresenta lançado à crédito (lado direito), 30) = 80,00, depois o "Sd" e por fim a soma = 450,00;

quanto a alínea "b", diz-se que lançamos à crédito/creditamos a conta 2.2-MERCADORIAS o valor de 80,00, no dia 30

e) determinamos o saldo da conta, neste caso devedor (Sd) e reforçamos o membro fraco, neste caso o de baixo valor,

somamos à posterior os dois membros e trancamos, tal como se apresenta no "T'

d) ainda sobre os dois razões (Ts), diz-se valor (es) da(s) conta (s) o (s) saldo(s) da(s) conta(s), ou seja, 100,00 e 370.000,00,

respectivamente.

Exemplo de caso de encerramento de uma conta

Deve (Débito) 2.2-MERCADORIAS Haver (Crédito)


i) 300,00 30) 80,00
10) 150,00 sd) 370,00

450,00 450,00
i) Lançamento de reabertura i) 370,00

Nota: Qualquer conta cuja natureza de saldo é credor (Sc), por exemplo as contas 4.2-
Fornecedores (passivo) ou 5.1-Capital social (capital), deverá ser tratada inversamente, ou seja,
passar este saldo (credor) para reforçar o membro fraco, a do débito, com a indiocação de “Sc”.
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Movimentação Genérica das Contas (Veja a ordem das classes de contas no PGC)

1. As Contas do activo (Classes 1- Meios Financeiros, 2-Inventários e Activos Biológicos,


3-Investimentos de Capital e Classe 4 – Contas a receber),debitam pelos valores iniciais e
aumentos (+) e creditam pelas diminuições (-).
2. As contas a pagar /do passivo (Classe 4- Contas de credores), creditam pelos valores
iniciais e aumentos de dívidas e debitam pelas diminuições ou pagamentos de dívidas.
3. As contas de capital e fundos (Classe 5- Contas de capital /fundos próprios), creditam
pelos valores iniciais e aumentos de fundos e debitam pelas diminuições ou prejuízos.
4. As contas de Gastos e Perdas (Classe 6 – Contas de Gastos e Perdas), debitam pelos
valores iniciais e aumentos de custos e creditam pelas transferências (diminuições) para o
apuramento de resultados.
5. As contas de Rendimentos e Ganhos (Classe 7 – Contas de Rendimentos e Ganhos),
creditam pelos valores iniciais e aumentos de proveitos e debitam pelas transferências
(diminuições) para o apuramento de resultados.
6. As contas de resultados (Classe 8 -Contas de resultados), debitam -se pelos prejuízos e
creditam-se pelos ganhos.
Raciocínio Contabilístico

Para o registo das variações ocasionadas por qualquer facto patrimonial, temos que saber:

1.Quais são as contas que variam, pela análise do facto;

2. Quais as contas que devem ser debitadas e creditadas, pela aplicação dos princípios
contabilísticos depois de verificados, relativamente a cada conta:

a) Se aumentou ou diminuiu; e

b) Se é do Activo / Passivo / Situação Líquida / Custos ou Proveitos.

3. Os valores desses débitos e créditos.

Primeiro exercício de aplicação

O património de JPC, Lda era constituído pelos seguintes elementos, referente ao início da sua
actividade comercial, em 1 de Março de 2014:
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Património de JPC, Lda

Descrição Valores
Caixa 100,00
Depósitos 200,00
Mercadorias 300,00
Activos Tangíveis 500,00
Empréstimos obtidos 50,00
Capital inicial 1.050,00

Durante o mês realizou entre outras as seguintes operações:


Dia 4 – Depósito de 100,00
Dia 10 – cheque nº 125/BT para a compra de mercadoria no valor de 150,00
Dia 20 – Bourderaux nº 11 do BT referente ao pagamento da divida contraída, no valor de 50,00
Dia 30 – Venda de mercadorias por 100,00 que haviam custado 50,00.

Pretende –se:
a) Lançamento de operações iniciais nos razões esquemáticos;
b) Lançamento de operações correntes também nos razões esquemáticos.

Resolução do primeiro exercício de aplicação

Nota- considere:
i) Registo do património inicial; e’
ii) Registo das operações correntes dos dias 4 a 30.

Prof. Doutor José Penane Chibomane 36


DEVE 1.1- CAIXA HAVER DEVE 4.3.1 EMP. BANC HAVER
i) 100,00 4) 100,00 20) 50,00 i) 50,00
30) 100,00

200,00 100,00 50,00 50,00

DEVE 1.2-BANCOS HAVER DEVE 5.1 CAPITAL HAVER


i) 200,00 10) 150,00 i) 1.050,00
4) 100,00 20) 50,00

300,00 200,00 0,00 1.050,00

DEVE 2.1 - COMPRAS HAVER DEVE 6.1 -CAPITAL HAVER


10) 150,00 10) 150,00 30) 80,00 31) 80,00

150,00 150,00 80,00 80,00

DEVE 2.2 - MERCADORIAS HAVER DEVE 7.1- VENDAS HAVER


i) 300,00 30) 80,00 31) 100,00 30) 100,00
10) 150,00

450,00 80,00 100,00 100,00

DEVE 3.2 - ACTIVOS TANGÍVEIS HAVER DEVE 8.1- RES. OPER. HAVER
i) 500,00 31) 80,00 31) 100,00
31) 20,00

500,00 0,00 100,00 100,00

DEVE 8.3- RES. CORRENTE HAVER


31) 20,00

0,00 20,00

Segundo exercício de aplicação

Em 1/02/07, o inventário inicial de de ABC – Ldª era constituído pelos seguintes elementos
patrimoniais:

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Património de ABC, Lda

Património: Valores Classificação


Dinheiro em cofre 100.000,00 1.1
Deposito a ordem no BCI 800.000,00 1.2.1
Diversos artigos para a venda 2.000.000,00 2.2
Dívidas de clientes 1.100.000,00 4.1.1
Mobiliário de escritório 600.000,00 3.2.3
Meio de transporte 898.000,00 3.2.4
Dividas aos fornecedores 850.000,00 4.2.1
Empréstimos obtidos 690.000,00 4.3.1
Divida ao Estado 290.000,00 4.4

Pretende – se:

 A classificação do património inicial em contas9;

Terceiro exercício de aplicação (a ser resolvido pelos estudantes)

Com o seguinte património inicial de Tai & Gravata, Lda, efectue lançamentos nos “Ts”:

Descrição Valores
Dinheiro em cofre 100.000,00
Deposito a ordem no BCI 800.000,00
Diversos artigos para a venda 2.000.000,00
Dívidas de clientes 1.100.000,00
Mobiliário de escritório 600.000,00
Meio de transporte 895.000,00
Dividas aos fornecedores 850.000,00
Empréstimos obtidos 690.000,00
Divida ao Estado 290.000,00

9
O património de ABC, Lda já foi classificado em contas e de acordo com PGC- NIRF (veja a classificação no lado
direito do exercício)

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Quarto exercício de aplicação (a ser resolvido pelos estudantes)

A entidade XYZ, Ldª, apresentava em 30 de Outubro de 2004, os seguintes elementos


patrimoniais:

Património inicial de XYZ, Lda

Descrição Valores
50 S/C de arroz para venda @ 280,00
Crédito s/ clientes 4.500,00
Notas e moedas 2.500,00
CHQS de Terceiros 2.000,00
Valores em bancos:
Em MZN 5.000,00
Em ZAR 250,00
Débito ao fornecedor 1.500,00
Notas e moedas em ZAR 90,00

Durante o mês seguinte, realizou-se entre outras as seguintes operações:

Dia 2-pagamento em CHQ ao fornecedor 1.000,00Mt

Dia 4-venda de 50% de arroz ao preço unitário de 350,00Mt, nas seguintes


condições:

 70% a pronto pagamento;

 O restante a prazo de 45 dias.

Dia 6- saque de uma letra s/ o cliente 3.500,00Mt

Dia 8-compra a prazo 70 sacos de arroz @ 250,00Mt

Dia 20 – Desconto bancário da letra sacada no dia 6, tendo o produto líquido do desconto
totalizado 3.350,00 Mt

Pretende-se:

a) A classificação e registo das operações iniciais e correntes em contas;

b) A determinação do saldo e encerramento de contas.

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Informação sobre o câmbio do dia:

 Compra 3,20Mt;
 Venda 3,40Mt.

Quinto exercício de aplicação (opcional)


Considere o Património de Cossa & família em 1 de Julho de 2007

Património de Cossa & Família


Descrição Valores
Notas e moedas 5.000,00
Cheques de terceiros 2.000,00
Depósitos a ordem:
Em metical 10.000,00
Em dólar 250,00
100 s/c de arroz @ 280,00 para venda
Créditos sobre clientes 9.000,00
Débitos dos sócios 20.000,00
Um edifício 14.000,00
Uma viatura 20.000,00
Despesas de constituição 9.000,00
Débitos aos fornecedores 2.000,00
Débito ao Estado 1.000,00
Débitos diversos 3.000,00
Notas e moedas em dólares 180,00

Durante o mês realizaram as seguintes operações:


Dia 2 – Pagamento em Cheque nº 7618 ao fornecedor 1.000,00
Dia 3 – Cheque nº 1820 para reforço de caixa 2.000,00
Dia 6- O cliente A. Soares depositou na conta da entidade 3.000,00, talão de depósito nº 200.
Dia 10 – Saque da letra nº 10 sobre cliente Razac 3.500,00
Dia 12 – Nossa V.D. nº 420 pela venda de 20 sacos de arroz @ 350,00Mt
Dia 15 – Compra a prazo 70 sacos de arroz @ 250,00Mt
Dia 20 – Juros de depósito a prazo lançados na conta de depósitos a ordem. Nota de lançamento
nº 3940 300,00Mt.

Informação sobre o câmbio do dia:


 Compra 15,61Mt
 Venda 15,87Mt
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Pretende – se:
a) Classificação do património inicial em contas;
b) Registo das operações correntes nos razões esquemáticos;
c) Saldo e encerramento de contas.

Sexto exercício de aplicação (opcional)

Na data do início da vida comercial da entidade Gigy & Hagy, em 01 de Julho de 2005 o seu
património era constituído pelos seguintes activos e passivos:

Património da Gigy & Hagy


Descrição Valores
Numerário:
Dólar 3.000,00
Rand 2.500,00
Meticais 8.000,00
Depósito no BIM 25.000,00
Impostos a pagar 4.100,00
Empréstimos obtidos do BIM para a aquisição da viatura 45.000,00
Dívida de Yotasse (trabalhadora) 25.000,00
Mercadorias diversas 15.000,00
Saque da Carlota 22.500,00
Edifício em construção 20.000,00
Um edifício por concluir no bairro novo 12.500,00
Trespasse do estabelecimento 18.250,00
Diversas letras em carteira 7.500,00
Débito de Mª Rosário (cliente) 8.525,00
Débito a B. Botão (sócio) 4.125,00
Aceite a Horácio 17.825,00
Uma viatura Mazda MLL 12-12 45.000,00
Diversos equipamentos administrativos 5.000,00
Crédito de Agostinho Goveia (sócio gerente) 13.000,00

No mês de Julho realizaram – se entre outras as seguintes operações:


Dia 3 – recibo nº 1 referente ao cheque de Mª do Rosário no valor de 7.000,00Mt
Dia 10 – Factura nº 1, referente a venda de mercadorias no valor de 5.000,00Mt que haviam
custado 3.500,00Mt
Dia 12 – Cobrança do saque nº 55 sobre M. Cossa no valor de 5.000,00Mt, recibo nº 12
Dia 16 – Factura nº 5569 do Armazém Central referente a mercadorias no valor de 6.000,00Mt

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Informação sobre o câmbio do dia:

Taxas de Câmbio Compra Venda


USD 12,50 12,82
ZAR 2,10 2,25

Pretende – se:
a) Classificação do património inicial em contas; Descrição
Dinheiro em
b) Registo das operações correntes nos quadros esquemáticos;
Dívida do cli
c) Cálculo dos saldos e encerramento de contas. Depósito a O
Dívida a Xike
Dívida do Cli
Mobilias em
Maquinaria
Depósito a p
Exercícios de múltiplas escolhas: Ferramentas
Dívida ao for
Edifício com
1. A conta: Viatura
a) Compreende um conjunto de elementos patrimoniais que se apresentam Mobiliário d
Quota na So
características heterogéneas; Empréstimo
b) Caracteriza – se por um título e uma extensão imutáveis; Cheque de t
Trespasse
c) Compreende um conjunto de elementos patrimoniais que apresentam características Acções adqu
Dívida ao IN
idênticas;
TOTAL
d) Corresponde ao valor em dívida.

2. Tendo presente o conceito da conta, pode afirmar – se:


a) O título é alterável consoante os factos patrimoniais que decidirmos registar em cada
uma delas; ( )
b) A extensão vai variando conforme acolhe os registos dos factos patrimoniais;( )
c) O título e extensão de uma determinada conta são inalteráveis; ( )
d) Nenhuma das anteriores. ( )

3. Segundo o método das partidas dobradas:


a) Cada facto patrimonial afecta, no mínimo, uma conta; ( )
b) Cada facto patrimonial, afecta, no mínimo, duas contas, implicando sempre o registo
de um débito (em uma ou mais contas) e de um crédito de igual montante (em uma ou
mais contas); ( )

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c) Cada facto patrimonial afecta, no mínimo, duas contas, implicando sempre o registo
de um débito (em uma ou mais contas) e de um crédito de igual ou diferente montante
(em uma ou mais contas); ( )
d) O método das partidas dobradas é já pouco utilizado no processo de escrituração;

4. O método das partidas simples ou unigrafia:


a) É ainda muito utilizado na contabilidade de algumas entidades, designadamente nas
sociedades unipessoais por quotas; ( )
b) Cada facto patrimonial afecta apenas e sempre duas contas, implicando sempre o
registo de um débito e de um crédito de igual montante; ( )
c) Tem como pressuposto subjacente a base de caixa; ( )
d) Nenhuma das anteriores. ( )

5. Sempre que o valor do primeiro membro de uma conta é superior ao valor do segundo
membro diz – se que a conta apresenta:
a) Um saldo devedor; ( )
b) Um saldo credor; ( )
c) Um saldo nulo; ( )
d) Valores errados, pois o total do primeiro membro tem de ser igual ao total do segundo
membro: ( )

6. A Quando o saldo de uma conta é nulo, significa que: ( )


a) A conta não possui movimentos; ( )
b) A conta não vai aparecer no balancete analítico; ( )
c) O “DEVE” é igual ao “HAVER”; ( )
d) Nenhuma das anteriores. ( )

7. A reabertura de uma conta corresponde:


a) À inscrição do seu saldo na coluna dos débitos; ( )
b) À inscrição do seu saldo na coluna dos créditos; ( )
c) À inscrição do seu saldo na coluna dos créditos quando o saldo for credor; ( )
d) À inscrição do seu saldo na coluna dos débitos quando o saldo for credor. ( )

8. O reconhecimento de um valor a crédito em uma conta do activo representa:


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a) Um aumento do activo; ( )
b) Uma diminuição do activo; ( )
c) Uma rectificação excepcional que se faz a conta do activo; ( )
d) Nenhuma das anteriores. ( )

9. As contas de gastos:
a) Nunca se creditam; ( )
b) Debitam –se pelas diminuições de valores e creditam – se pelos aumentos de valores;(
)
c) Debitam – se pelos aumentos de valores, excepcionalmente, creditam – se pelas
diminuições de valores; ( )
d) Apresentam sempre saldos credores. ( )

10. As contas do primeiro grau de rendimentos:


a) Nunca se debitam; ( )
b) Debitam se pelos aumentos de valores e creditam – se pelas diminuições de valores;
c) Debitam – se pelas rectificações de valores e creditam – se pelas diminuições de
valores; ( )
d) Apresentam sempre saldos credores. ( )

11. Estabeleça a diferença entre as contas divisionárias e sub – divisionárias:

a) Quanto a mecânica;
b) Quanto ao grau.

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O Inventário e Balanço

O Inventário

Para o efeito do conhecimento do património afecto às unidades económicas, torna – se


necessário proceder o levantamento de todos os elementos patrimoniais nelas existentes, por
meio de registos feitos em mapas, tabelas e outros gráficos, nos quais deverão figurar a
descrição, as quantidades, qualidades, referências e o valor. A inventariação está associada à
contagem, medição, pesagem, avaliação física , etc. O documento que comporta tal relação
designa – se por inventário.

Assim, o inventário é a relação escrita (rol ou lista) dos elementos patrimoniais com a indicação
das suas quantidades, preços unitários e valores.

É importante distinguir o património (conjunto de bens, direitos e obrigações) do inventário,


pois o património é o próprio conjunto de elementos e não a respectiva descrição, a qual se
designa por inventário. Nessa descrição apenas figuram os elementos patrimoniais concretos.

O património e inventário são noções complementares distintas:

O património é um conjunto de valores, o inventário é o documento em que esses valores


estão descritos. Aliás, na concepção de Esteves Pereira (1980), “ninguém poderá confundir os
alunos de uma turma com a respectiva pauta, nem a roupa suja com o rol da lavadeira.

Classificação

1. Quanto a extensão/ âmbito:

 Inventário geral, quando contém todos os elementos que constituem um dado património.

Ex: Inventário de disponibilidades, realizável, activo fixo e débtitos de uma certa


unidade económica.

 Inventário parcial, quando abrange apenas alguns dos elementos patrimoniais. Ex: Inventário

de Mercadorias ou do Activo fixo.

2. Quanto a apresentação:

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 Inventário simples, ou corrido, ou empírico, quando apresenta os elementos patrimoniais dispostos ao

caso, ou seja, sem obedecer a qualquer agrupamento e ordenação.

 Inventário classificado ou selectivo, quando apresenta os elementos patrimoniais agrupados

segundo a sua natureza, características e função, ou seja, em contas e estas dispostas


por determinada ordem.

3. Quanto a disposição:

 Inventário vertical, quando os elementos patrimoniais são dispostos verticalmente

Ex:

ACTIVO

Imobilizações 50,00

Mercadorias 20,00

CAIXA 10,00

Total do Activo 80,00

Passivo

Empréstimos bancários 15,00

Fornecedores 35,00

Total do passivo 50,00

 Inventário horizontal, quando os elementos patrimoniais são descritos horizontalmente.

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Ex:

ACTIVO Passivo

Imobilizações 50,00 Empréstimos bancários 15,00

Mercadorias 20,00 Fornecedores 35,00

CAIXA 10,00

Total do Activo 80,00 Total do passivo 50,00

4. Quanto ao momento da sua elaboração

 Inventário inicial, elaborado no início de cada exercício económico

 Inventário ordinário, elaborado em periodicidades de tempo estabelecidos por cada empresa.

 Inventário extraordinário, elaborado em consequência de situações anómalas ocorridas numa

empresa

 Inventário final, elaborado no fim de cada exercício económico

Fases de elaboração do inventário

 Identificação, é a fase em que se verificam quais são os elementos patrimoniais existem

 Descrição e classificação, fase em que os elementos patrimoniais são apresentados e


repartidos pelas classes a que dizem respeito

 Valorização, consiste em atribuir valores a cada elemento patrimonial

Finalidades do inventário

 Para conhecer o património inicial afecto a uma certa organização ou unidade


económica

 Para conhecer a situação real após um facto patrimonial

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 Para conhecer a situação real do património no fim de cada período económico
(mês, trimestre, semestre ou ano).

Observações

1. Não existem regras fixas para a apresentação dos inventários, mas apenas uma tradição
que responde a preocupações de ordem estética e funcional;

2. Convém distinguir, pelo tamanho ou forma de letras, o título do trabalho, as massas


gerais e parciais, as contas e as descrições dos elementos patrimoniais;

1. As descrições devem começar por letra maiúscula e destacar – se das contas,


geralmente para a direita;

2. As duas colunas da direita são destinadas às importâncias, reservando – se a primeira


(coluna auxiliar) para os valores parciais e a segunda (coluna principal) para os totais;

3. Os traços verticais das colunas das importâncias dispensam a utilização de cifrões;

4. Os traços de soma devem ser feitos cerca de 1mm abaixo das linhas.

Transportes

Geralmente, na prática, o inventário ocupa mais de uma página.Assim, torna-se necessário


efectuar o transporte, isto é, considerar o problema da continuação da escrituração na
página seguinte.

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Por exemplo:

(Fim da página)

Imobilizações

IMOBILIZAÇÕES CORPÓREAS

4 secretárias 3 600 00

8 cadeiras 1 000 00

2. máquinas de escrever 8 000 00

1 máquina de calcular 6 000 00

A Transportar 18 600 00 soma

(Início da página seguinte)

Inventário de ZYZ em 31 de Dezembro de 200...

ACTIVO

Transporte soma

Imobilizações

IMOBILIZAÇÕES CORPÓREAS

Continuação 18 600 00
2 armários 1400 00

1 cofre 1 000 00 21 000 00

Normas:

1. A última linha de cada página destina –se sempre à soma / somas, a transportar para a
página seguinte;

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1. Debaixo de uma importância a transportar nunca se faz qualquer traço;

2. A primeira linha da página seguinte destina –se ao título do trabalho e a segunda linha
ao transporte da página anterior;

Exercício 1

O comerciante Xikitau, Ldª apresentava em 1 de Abril de 2005 os seguintes elementos


patrimoniais.

 Numerário 13.250,00

 Saques diversos 25.650,00

 Depósitos no BCI 59.800,00

 Empréstimos no BIM para construção de uma loja 180.000,00

 Diversos aceite 23.230,00

 Diverso mobiliário 56.700,00

 2 computadores 16.980,00

 2 máquinas registadoras 14.680,00

 1 edifício em construção 83.900,00

 2 viaturas .. 128.900,00

 Cheques diversos 23.890,00

 Vales de correios de diversos clientes 12.300,00

 Depósitos no BIM 52.890,85

 Débitos de clientes 32.750,00

 Débitos a fornecedores 289.500,00

 Débitos de diversos pelo aluguer de viaturas 189.600,00

 Créditos diversos pela reparação de viaturas 2.800,00

 Dívidas às Finanças 6.380,00

 Despesas de constituição da empresa 246.500,00

 Diversas mercadorias 10.886,76

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 Diversas embalagens não devolvíveis 6.860,00

 1 edifício 2.809,00

 Factura da J. Comercial 1.356,00

 Diversos saques de terceiros 1.368,00

 1 edifício comercial 1.508,00

 Empréstimo do BIM para construção de um armazém 8.065,00

 150 títulos de tesouro de longo prazo @ 6,00

 Valores selados 5.300,00

 Diversos aceites de terceiros 4.668,00

 Factura a M. Jota 1.268,00

Pretende – se a elaboração do inventário selectivo, usando o dispositivo vertical.

Exercício 2

A Sociedade Fundissani & Ndzonzissani, Ldª dedica – se a comercialização de dois únicos


produtos, máquinas de calcular e de escrever. Em 1 /10/n, apresentava o seguinte inventário
simples ou empírico.

2 Máquinas de escrever 396.000,00

4 Máquinas de calcular 130.000,00

1 Edifício 19.400,00

Geleira do escritório 25.000,00

Estantes 40.000,00

Máquina registadora 112.000,00

Viaturas 3.120.000,00

Dívidas de:

M. Nhoxani 903.000,00

F. Tsakani 1.775.000,00

Saques nºs

6 s/ B. Magul 617.000,00

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7/ C. Belane 213.000,00

Secretárias 212.000,00

Cadeiras 71.000,00

Depósitos no BIM 3.745.000,00

Sofás 48.000,00

Equipamento diverso 43.000,00

Total do Activo..............................................................................

Débitos a:

H. Mavanza 716.000,00

S. Palau 209.000,00

Acetes nºs:

11, Saque de J. Mapinhane 518.000,00

12, Saque de M Ntavene 412.000,00

Débito à Papelaria Rex 210.000,00

Empréstimos bancários 5.150,00


Total do Passivo.....................................................................................

Pretende – se a elaboração do inventário classificado, analítico, dispositivo vertical

O Balanço

Elaborado o inventário geral, torna – se necessário comparar o activo com o passivo, para
conhecer o valor e a natureza da situação líquida. É esta comparação que constitui o balanço.

Balanço – é um mapa onde se faz a comparação entre o activo e o passivo de um património,


evidenciando a respectiva situação líquida.

A possibilidade de evidenciar a situação líquida (valores abstractos) distingue essencialmente o


balanço do inventário, muito embora a simples composição do património revele
implicitamente o seu valor global. Por outro lado, o inventario é um documento geralmente
mais analítico que o balanço.

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Geralmente os balanços são elaborados com dois objectivos:

i) Apuramento da situação patrimonial em certo momento (aspecto estático);

ii) Determinação dos resultados em dado período ( aspecto dinâmico).

Expressão Geral do Balanço

A - P = SL / SL = A-P;

A+SLp = P + SLa;

A > P  A = P + SLa

A = P A = P

A < P A + Slp = P / A = P - SLp

Isto significa que quando comparamos o activo e passivo de um património são possíveis três
casos distintos, os quais correspondem a situação líquida respectivamente, as seguintes
designações, símbolos e valores e para o balanço expressão e géneros:

Casos Situação Líquida Balanço

Designações Símbolo Valor Expressão Género

A>P Activa SLa SL > 0 A = P+SLa 1º

A=P Nula SL0 SL = 0 A=P 2º

A<P Passiva SLp SL < 0 A = P-SLp 3º

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Representação Gráfica10

ACTIVO CAPITAL, FUNDOS PRÓPRIOS E PASSIVO

3 Investimentos de Capital 5 Capital e F. Próprios

33 Imobilizações incorpóreas 5.1 Capital

3.4 Imobilizações em curso ...


Imobilizações corpóreas
3.2 5.9 Result. Acumulados

3.1 Imobilizações financeiras 8.8 RLE

2 Inventários e Activos Biológicos 8.9 Dividendos antecipados

2.6 M. primas, aux. e materiais Passivo:


4

2.2 4.8 Provisões p/ o.Enc. risc


Mercadorias

Meios Financeiros 4.2 Empréstimos Obtidos


1.
Bancos
1.2 4.5 Credores Sóc. Acc/prop
Caixa
1.1 4.1 Fornecedores

4.6 Outros Credores


Total do Activo
Credor – Estado
4.4
Acresc. C. e prov. Diferid
4.9
Total do Passivo

Total do cap. F. P. e passivo

10
Veja também o modelo do Balanço no Decreto nº 36/2006, de 25 de Julho.

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Classificação do Balanço

1. Quanto ao momento da sua elaboração

 Balanço de Fundação, elaborado no momento da criação da empresa;

 Balanço de liquidação, elaborado no momento da extinção da empresa;

 Balanço final, elaborado no fim de cada exercício económico. Entretanto há que referir
o seguinte, o balanço final de um exercício é precisamente o balanço inicial do exercício
seguinte;

 Ordinário, elaborado no fim de cada período económico determinado, por exemplo:


mês, trimestre, semestre ou ano.

 Balanço extraordinário, elaborado acidentalmente, em qualquer momento da vida da


empresa, e por motivos diversos (cessão de quotas, falecimento de sócios, etc).

2. Quanto a estrutura

 Balanço analítico, apresentado com mais detalhes, isto é, com maior pormenorização de
dados;

 Balanço Sintético, apresentado com menos detalhes, ou seja, os detalhes não vão para
além de grandes grupos de rubricas.

3. Quanto ao dispositivo

 Balanço vertical

EX: ACTIVO 1.500,00

PASSIVO 1.000,00

SL 500,00

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 Balanço horizontal

EX: ACTIVO 1.500,00 PASSIVO 1.000,00

SL 500,00

Total do Activo 1.500,00 Total passivo e SL 1.500,00

Requisitos para a elaboração de balanços

Clareza, deve facilitar a sua interpretação;

Exactidão, o valor das contas deve espelhar a exactidão dos valores dos respectivos elementos
patrimoniais;

Integridade, deve incluir todos os valores patrimoniais do activo, passivo e mostrar a respectiva
situação líquida;

Consistência, as normas e critérios na elaboração de balanços devem ser mesmos, ou seja,


consistente de um exercício para o outro;

Uniformidade, deve existir uma certa uniformidade de critérios e normas ao nível sectorial/
nacional;

Sinceridade, Exige – se que os elementos patrimoniais indicados no balanço sejam avaliados


correctamente e espelhem a real situação do património.

Trabalhos práticos

1. Elabore dois balanços sintéticos, partindo dos exercícios anteriores sobre inventário
(exercícios 1 e 2)

2. Considere o inventário inicial de São Tomás e Santos, Ldª, em 1 de Dezembro de 2008:

 Caixa 40.000,00

 Depósitos 1.120.000,00
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 Clientes 60.000,00

 Mercadorias 80.000,00

 Imóveis 20.400.000,00

 Fornecedores 70.000,00

 Empréstimo bancário 8.770.000,00

Durante o mês realizou as seguintes operações:

Dia 5- comprou mercadorias por 60.000,00, das quais 50% a p.p (pronto pagamento) e o
restante a 60 dias.

Dia 10 – Vendeu mercadorias por 90.000,00 que haviam custado 70.000,00. recebendo de
imediato 60% desta venda.

Dia 20 – Pagou dívidas aos fornecedores, no valor de 45.000,00.

Dia 28 – Recebeu dos seus clientes 40.000,00.

Dia 30, Reembolsou uma fracção de 70.000,00 de empréstimo bancário por meio de
transferência bancária.

Pretende – se:

a) A elaboração do balanço em 1 de Dezembro de 2008;

b) A elaboração do balanço em 31 de Dezembro de 2008

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