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SUMÁRIO
O ÁTOMO DE BOHR E O PRINCÍPIO DA INCERTEZA ....................................................................................... 2
O MODELO ATÔMICO DE BOHR ............................................................................................................... 2
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 2
ASPECTOS QUANTITATIVOS.................................................................................................................. 3
DUALIDADE ONDA-PARTÍCULA E O PRINCÍPIO DA INCERTEZA .................................................................11
A NATUREZA DUAL DA LUZ..................................................................................................................11
A HIPÓTESE DE DE BROGLIE ................................................................................................................12
O PRINCÍPIO DA INCERTEZA DE HEISENBERG .......................................................................................14
ASPECTOS QUANTITATIVOS
Segundo Bohr:
Isso significa que, nesse novo modelo, as eletrosferas possuem uma determinada ordem,
não são mais simples eletrosferas. Para cada uma delas, o elétron encontra-se em um
determinado estado estacionário. Associado a cada um dos possíveis estados estacionários de
um átomo está um número chamado número quântico principal (que será identificado por 𝑛).
Dessa forma, para cada estado estacionário existe um 𝑛. Quanto mais afastado do núcleo estiver
a órbita, maior será o valor do número quântico principal. Veja abaixo um exemplo dessa
disposição de forma geral:
13,6
𝐸𝑛 = −
𝑛2
Essa energia, quando calculada por essa fórmula, é encontrada na unidade eV (elétron-
volt).
Há um último aspecto do modelo proposto por Bohr que precisamos discutir, que são os
saltos energéticos.
Segundo Bohr, e as experimentações nos dizem que a proposição é verdadeira, elétrons
podem saltar de um nível energético para outro. Quando um elétron absorve um fóton, ele salta
para um nível energético acima do que estava (mas não necessariamente o nível seguinte).
Porém, quando ele salta para um nível energético menor, ele emite um fóton (cuja energia é a
diferença entre os níveis de salto), como podemos ver na figura abaixo:
𝐸 = 𝐸2 − 𝐸1
𝐸2 − 𝐸1
ℎ ⋅ 𝑓 = 𝐸2 − 𝐸1 → 𝑓 =
ℎ
Para entender melhor o que acabamos de falar, vamos fazer alguns exercícios de exemplo.
Quais destas radiações serão absorvidas pelos átomos de H, sem causar ionização?
(a) apenas 𝐸2
(b) apenas 𝐸3
(c) apenas 𝐸2 𝑒 𝐸3
(d) Todas
Esse gráfico que podemos ver na questão é um tipo de gráfico muito comum (muito
mesmo) em questões que envolvam saltos energéticos no modelo atômico de Bohr. Antes de
resolvermos a questão, vamos dar uma olhada no que ele nos informa.
Cada um dos valores na região esquerda do gráfico representam as energias dos níveis
descritos na região direita do gráfico. Dessa forma, por exemplo, a energia de um elétron no
estado fundamental (𝑛 = 1) é 𝐸1 = −13,6 𝑒𝑉. Já a energia no primeiro estado excitado do elétron
(𝑛 = 2) é 𝐸2 = −3,4 𝑒𝑉 (muito cuidado para não confundir o primeiro estado excitado com 𝑛 = 1;
veja que para estar excitado, o elétron deve ter número quântico maior que 1, e dessa forma o
primeiro estado excitado corresponde a 𝑛 = 2).
Bom, agora que temos essa noção, vamos à questão. Temos três tipos de energias para
as radiações: 𝐸1 = 2,3 𝑒𝑉, 𝐸2 = 1,9𝑒𝑉 e 𝐸3 = 10,2 𝑒𝑉. Nos foram informados, no gráfico, 4 níveis
energéticos. Vejamos todos os possíveis saltos energéticos que um elétron poderia fazer no
átomo (1 → 2; 1 → 3; 1 → 4; 2→ 3; 2→ 4; 3→ 4):
Dessa forma, como nem 𝐸2 e nem 𝐸3 são capazes de fazer o elétron saltar para nenhum nível
superior, a alternativa correta é C.
(d) infravermelho
Que excelente questão para assentarmos a nossa teoria. Vamos lá entendê-la.
Antes de tudo, veja que se trata novamente de um elétron de um átomo de hidrogênio
passando do primeiro estado estacionário excitado (𝑛 = 2) para o estado fundamental (𝑛 = 1). Já
vimos isso antes, certo? Vou até trazer a figura para cá:
Veja que, de fato, se trata exatamente da mesma situação que vimos antes. Precisaremos
calcular a energia do fóton liberado. Para isso, precisaremos das energias dos níveis de salto. O
elétron saltou de 𝑛 = 2 para 𝑛 = 1; dessa forma, precisaremos calcular 𝐸2 e 𝐸1.
Como estamos falando do átomo de hidrogênio, sabemos que:
13,6
𝐸𝑛 = − 2
𝑛
Dessa forma, temos:
13,6 13,6
𝐸2 = − 2 = − = −3,4 𝑒𝑉.
2 4
13,6 13,6
𝐸1 = − 2 = − = −13,6 𝑒𝑉.
1 1
Agora podemos utilizar a equação de Planck, com ℎ ≈ 4,1 ⋅ 10−15 𝑒𝑉 ⋅ 𝑠. Para fazermos
𝑐
aparecer o comprimento de onda, precisamos nos lembrar que 𝑐 = 𝜆𝑓, isto é, que 𝑓 = . Temos,
𝜆
então:
ℎ𝑐
𝐸 =ℎ⋅𝑓 =
𝜆
4,1 ⋅ 10−15 ⋅ 3 ⋅ 108
10,2 =
𝜆
4,1 ⋅ 10−15 ⋅ 3 ⋅ 108
𝜆= ≈ 1,2 ⋅ 10−7 𝑚
10,2
Durante a emissão de radiação por este elemento, são observados três comprimentos de onda: 𝜆𝐴 ,
𝜆
𝜆𝐵 e 𝜆𝐶 . Sabendo-se que𝜆𝐴 < 𝜆𝐵 < 𝜆𝐶 , pode-se afirmar que 𝜆𝐴 é igual a:
𝐶
𝐸
(a) 𝐸3
1
𝐸3 −𝐸2
(b) 𝐸3
𝐸3 −𝐸2
(c) 𝐸
3 −𝐸1
𝐸2
(d) 𝐸
1
Para fazermos aparecer o comprimento de onda, precisamos novamente nos lembrar que
𝑐
𝑐 = 𝜆𝑓, isto é, que 𝑓 = . Temos, então:
𝜆
ℎ𝑐
𝐸 =ℎ⋅𝑓 =
𝜆
Dessa forma quanto menor o comprimento de onda, maior será a energia. Logo, 𝜆𝐴
(menor comprimento de onda) corresponde à maior energia possível de ser emitida por esse
elemento químico. A maior energia possível é emitida quando o átomo salta do nível 3 para o
nível 1; tal energia vale 𝐸𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = 𝐸3 − 𝐸1. Temos, então:
ℎ𝑐 ℎ𝑐
𝐸𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = → 𝜆𝐴 =
𝜆𝐴 𝐸3 − 𝐸1
ℎ𝑐 ℎ𝑐
𝐸𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑎 = → 𝜆𝐶 =
𝜆𝐶 𝐸3 − 𝐸2
𝜆𝐴
O problema nos pede , logo:
𝜆𝐶
ℎ𝑐
𝜆𝐴 𝐸3 − 𝐸1 𝐸3 − 𝐸2
= = .
𝜆𝐶 ℎ𝑐 𝐸3 − 𝐸1
𝐸3 − 𝐸2
Dessa forma, a alternativa correta é C.
Dentro das possibilidades apresentadas nas alternativas abaixo, a energia que poderia restar a
um elétron com energia de 12,0 eV, após colidir com um átomo de A, seria de, em eV,
(a) 0
(b) 1,0
(c) 5,0
(d) 5,4
Dessa forma, como nem 𝐸2 e nem 𝐸3 são capazes de fazer o elétron saltar para nenhum nível
superior, a alternativa correta é C.
Ao passar pelo prisma, a luz divide-se em quatro feixes de cores distintas: violeta, anil, azul e
vermelho. Projetando-se esses feixes em um anteparo, eles ficam espalhados, como ilustrado na
Figura 1. Considere, agora, a Figura 2, que ilustra esquematicamente alguns níveis de energia do
átomo de hidrogênio, onde as setas I, II, III e IV mostram transições possíveis para esse átomo.
Relacionando as informações contidas na Figura 2 com as cores da luz emitida pela lâmpada de
gás de hidrogênio mostrada na Figura 1, é correto afirmar que a cor anil corresponde à transição
(a) I
(b) II
(c) III
(d) IV
As cores dispostas no anteparo estão, de cima para baixo, na ordem crescente das
frequências de suas respectivas radiações. Dessa forma, temos:
Veja então que anil é a segunda maior frequência. Visto que quanto maior for a frequência maior
será a energia, estamos procurando a segunda maior energia. Podemos ver pelo gráfico da
Figura 2 que a segunda maior energia é a energia II, que é o gabarito.
A HIPÓTESE DE DE BROGLIE
Assim como praticamente tudo na ciência, uma descoberta acaba acarretando outra(s).
Da mesma forma que houve consentimento dos cientistas modernos de que a luz se comporta
como partícula e como onda, houve o questionamento em se partículas em geral também não
poderiam ter alguma relação com o comportamento ondulatório.
A princípio é um pouco anti-intuitivo ficarmos pensando nisso. E de fato é, mas tudo será
explicado nos detalhes que são exigidos do seu exame. Então, sigamos!
Em particular, o físico Louis Victor De Broglie foi um dos que vieram a fazer exatamente
esse questionamento acerca do comportamento particular e ondulatório. Ele criou a hipótese
(que mais tarde ficou conhecida como a hipótese de De Broglie) de que uma partícula pode sim
assumir comportamentos ondulatórios e de que a teoria ondulatória estava de certo modo
conectada à teoria corpuscular.
Matematicamente o que ele fez foi o seguinte. Sabemos da teoria da relatividade que:
𝐸 = 𝑚 ⋅ 𝑐2
𝐸
𝑚=
𝑐2
𝑄 =𝑚⋅𝑣
𝐸
Mas como 𝑚 = 𝑐 2 , temos:
𝐸
𝑄= ⋅𝑣
𝑐2
Como 𝑣 = 𝑐, temos:
𝐸
𝑄= ⋅𝑐
𝑐2
𝐸
𝑄=
𝑐
𝐸 =ℎ⋅𝑓
ℎ⋅𝑓
𝑄=
𝑐
𝑐 =𝜆⋅𝑓
ℎ⋅𝑓
𝑄=
𝜆⋅𝑓
ℎ
𝑄=
𝜆
6. Existe uma carga 𝑞 que se move em um círculo de raio 𝑅 dentro de um campo magnético de
módulo 𝐵 ⃗ . Calcule o comprimento de onda de De Broglie para a carga.
𝐵
(a) ℎ𝑞𝑅
ℎ𝑅
(b) 𝐵𝑞
ℎ𝑞
(c) 𝐵𝑅
ℎ
(d) 𝑅𝑞𝐵
ℎ
𝑄=
𝜆
ℎ
𝑚𝑣 =
𝜆
Essa é a primeira parte. Para a segunda parte (que envolve eletromagnetismo), há duas
possibilidades. Ou você já sabe a fórmula para o raio 𝑅 da trajetória de uma partícula de carga
𝑞 e massa 𝑚 que se move com velocidade 𝑣:
𝑚𝑣
𝑅=
𝑞𝐵
A outra possibilidade é claro, você não saber dessa expressão. Daí você pode chegar nela da
seguinte forma.
Sabemos que a força magnética agente sobre a partícula é dada por 𝐹𝑚 = 𝑞𝑣𝐵. Essa força age
como resultante centrípeta sobre a partícula (podemos verificar isso pela regra da mão direita,
a qual não detalharei aqui). Temos, então:
𝐹𝑐𝑝 = 𝑞𝑣𝐵
𝑚𝑣 2
= 𝑞𝑣𝐵
𝑅
Isolando 𝑅:
𝑚𝑣 2
𝑅=
𝑞𝑣𝐵
Cancelando 𝑣:
𝑚𝑣
𝑅=
𝑞𝐵
ℎ
Mas pela hipótese de De Broglie, temos que 𝑚𝑣 = , logo:
𝜆
ℎ
𝑅= 𝜆
𝑞𝐵
Reduzindo a fração:
ℎ
𝑅=
𝜆𝑞𝐵
ℎ
𝜆=
𝑅𝑞𝐵
O gabarito é a alternativa D.
que esse elétron possa ser observado por esse supermicroscópio, a luz deverá sair do elétron
para que o mesmo possa ser finalmente localizado.
Acontece que se luz saiu do elétron é porque luz incidiu no elétron. E se houve incidência,
houve colisão (pois como vimos, fótons possuem quantidade de movimento). Se houve colisão,
houve alteração nos dados que buscávamos e, portanto, a informação que se obtém não é
precisa. Dessa forma, apenas poderão ser feitas ponderações, isto é, conjecturas acerca da
posição do elétron, ou de sua quantidade de movimento. Essa é a base do princípio da incerteza
de Heisenberg. Agora, vamos enunciá-lo.
Veja como o nosso exemplo funciona para essa situação de modo ideal. Aumentar a
precisão na determinação da posição do elétron significa, aqui, aumentar a capacidade de
localizá-lo. Para isso, necessitaríamos de maior intensidade luminosa, e esse aumento provoca
a consequente diminuição das precisões, visto que as alterações serão maiores (porque maiores
serão as colisões, dentro do exemplo que mencionei).
Heisenberg conseguiu relacionar a incerteza Δ𝑥 na medida da posição 𝑥 da partícula com
a incerteza Δ𝑄 na medida da quantidade de movimento 𝑄 da partícula. Segundo Heisenberg:
ℎ
Δ𝑥 ⋅ Δ𝑄 ≥
4𝜋
Veja então que há um limite inferior para o produto das incertezas. E mais, como elas estão se
multiplicando, quando uma incerteza está muito pequena, a outra compensará a precisão da
outra com a imprecisão própria, a fim de manter a igualdade descrita por Heisenberg.