Desenho Técnico

Desenho de Arquitetura - Introdução

CAD

Desenvolvimento do material
Jociane da Silva Araújo
1ª Edição
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Sumário
Desenho de Arquitetura - Introdução CAD
Para Início de Conversa… ................................................................................ 3
Objetivos .......................................................................................................... 3
1. Decomposição de Projetos em Vistas Planificadas
(Planta Baixa) ................................................................................................. 4
2. Secções Planificadas de Projeto Arquitetônico (Corte) .................... 9
3. Decomposição de Projetos em Vistas Externas (Fachada) ............ 12
Referências .......................................................................................................... 14
Para Início de Conversa…
Já dizia Thomas Edison, o inventor da lâmpada, “Genialidade é um por
cento inspiração e noventa e nove por cento transpiração”. E no processo
projetual em arquitetura não é diferente: um bom desenho de arquitetura
requer muito treino e prática, pois só assim você irá aprimorar seu traço
e aprender a quantidade correta de grafite em cada linha, dando, assim,
o peso gráfico necessário para demonstrar a hierarquia e importância de
cada uma das linhas ao olhar do observador. É com muita prática que
se conquista plantas, cortes e fachadas ricos em detalhes construtivos e
de acabamento, permitindo uma perfeita interpretação do seu projeto e
correta construção.
revisão e correção de alterações. Dentre os softwares mais utilizados por
engenheiros e arquitetos, o AutoCAD, sem sombra de dúvidas, é um dos
mais utilizados.
Objetivos
▪ Decompor projetos arquitetônicos em secção horizontal.
▪ Desenhar secções verticais planificadas.
▪ Desenhar as vistas externas de uma
edificação planificada.

Segundo Leggitt (2008), todos nós nascemos com habilidades para

transpor nossas ideias por meio de desenhos. É importante buscar,
nesses desenhos, simplicidade, rapidez, eficácia e facilidade no processo
de desenhar, e neste capítulo trabalharemos um pouco os métodos e
técnicas que irão lhe auxiliar na produção de plantas baixas, cortes e
fachadas de um projeto de arquitetura.

As formas de apresentação dos projetos são muito diferentes do que eram

30 anos atrás. Hoje, os prazos de construção são curtos, os orçamentos
apertados e é fundamental que o projeto seja elaborado de forma
precisa a fim de não ter grandes alterações – e é nesse momento que
os projetos mediados por uso de softwares de computador nos auxiliam
na agilidade no processo projetual e, principalmente, no processo de

Desenho Técnico 3
1. Decomposição de Projetos em Vistas
Planificadas (Planta Baixa)
A linguagem gráfica deve ser dominada pelo profissional
independentemente se o processo de projeto decorrer de forma manual
ou de forma computadorizada. E, dentro da linguagem de representação
gráfica dos projetos de arquitetura e engenharia, a padronização ou
normalização do desenho técnico é fundamental para uniformizar
a representação do desenho, sendo possível sua interpretação em
qualquer lugar por qualquer profissional. Dentro dessas normatizações,
a NBR 6492/2021, elaborada pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), rege a padronização da documentação técnica para
projetos arquitetônicos e urbanísticos.
A NBR 6492/2021 cancela e substitui a norma de mesma numeração,
porém com ano de criação em 1994, e estabelece os critérios para a
elaboração de projetos arquitetônicos e urbanísticos, desde as diretrizes
de terminologia, elementos simbólicos dentro da representação
projetual.
A planta baixa, ou somente Planta, é a vista superior do plano secante
horizontal, que é localizado a, aproximadamente, 1,50m de altura do piso
de referência. Em pavimentos distintos ao térreo, a planta é chamada de
planta de pavimento. Os desenhos de plantas devem ser realizados de
Desenho Técnico
todos os pavimentos, deixando claro quando houver repetições (ABNT,
2021).
Dentro da composição de uma planta deverá conter, conforme norma, os
itens apresentados no Quadro 1:
Simbologias de representação gráfica, conforme as prescritas nesta Norma.
Indicação do norte.
Eixos do projeto.
Sistema estrutural.
Indicação das cotas entre os eixos, cotas parciais e totais.
Caracterização dos elementos do projeto:
- fechamentos externos e internos;
- circulações verticais e horizontais;
- cobertura/telhado e captação de águas pluviais;
- acessos e demais elementos significativos.
Marcação de projeção de elementos significativos acima ou abaixo do plano de corte.
Indicação dos níveis de piso acabado.
Denominação dos diversos compartimentos e respectivas áreas úteis.
Marcação de cortes e fachadas.
Escalas.
Notas gerais, desenhos de referência e carimbo.
Quadro 1: Listagem de itens que devem compor o desenho de uma planta.
Fonte: Adaptado de ABNT (2021).
4
O ponto de partida de um projeto é composto por diversos fatores, desde Vista inferior
(raramente usada)
as condições topográficas do terreno, as condicionantes climáticas,
ambientais, históricas e sociais do terreno e seu entorno, e o programa de
necessidades – que nada mais é que uma listagem que pode ser feita por
Fachada lateral
meio de uma entrevista de quais funções e espaços seu cliente precisa direita Fachada posterior
5
que contenha dentro do projeto –, e somente a partir daí passamos a
realizar os croquis e estudos iniciais (aos quais chamamos de estudos
preliminares) e, posteriormente, o processo de elaboração de projetos
nas vistas convencionadas em um projeto de arquitetura (SOUZA, 2018).
4 2 3 6
Não nos aprofundaremos nessa parte teórica conceitual; neste capítulo, Fachada lateral
esquerda
trabalharemos mais a introdução e manuseio do uso de softwares de
desenho. Planta de coberta Fachada principal
1 ou frontal

Figura 1: Sistema de projeção ortogonal. Fonte: Adaptada de Souza (2018).

O processo arquitetônico projetual é um grande desafio, pois consiste no
processo de concepção e elaboração de uma proposta para a construção
de uma edificação, e existem métodos de análises das condicionantes que
permitem criar um projeto com melhor viabilidade técnica e econômica.
O processo de desenho técnico do projeto arquitetônico é baseado no
sistema de projeção ortogonal, representado na Figura 1:
A partir desse sistema é possível gerar vistas do objeto arquitetônico em
seus planos paralelos, demonstrando suas medidas e características de
construção, e é nas plantas que representamos todas as informações e
elementos horizontais da edificação, conforme demonstrado na Figura 2.
Nela, representamos as paredes, escadas, esquadrias (portas e janelas),
acabamentos de piso, equipamentos hidrossanitários, pilares, dentre
outros elementos. É na planta que conseguimos visualizar as dimensões
e disposições dos compartimentos da edificação.

Desenho Técnico 5
 Projeção da coberta também, o peso gráfico: nos elementos cortados, a linha é mais grossa e,
nos elementos apenas em vista (exemplo porta e linha de diferença de
piso), as linhas são mais finas, o que nos permite ter uma sensação de
SALA profundidade do desenho e hierarquia dos elementos do projeto.

Há, aproximadamente, 40 anos, segundo Breda e Santos (2017), os

DEPÓSITO desenhos eram feitos em papéis, o que se exigia um grande espaço físico
para armazenamento tanto dos papéis como das enormes pranchetas
para a realização dos projetos, e pequenas mudanças no projeto
significava raspagem e redesenho, e grandes alterações, muita vezes,
TERRAÇO
exigiam fazer o desenho desde seu início, fora que existia a limitação
da folha do papel para o dimensionamento de grandes projetos. Com
o surgimento do CAD em meados de 1960, a princípio para a produção
dos setores aéreos e automobilísticos, esse cenário se modificou
NORTE completamente. O CAD/CAM ou Computer Aided Design (projeto assistido
por computador) e Computer Aided Manufacturing (fabricação assistida
ENTRADA
por computador) são softwares utilizados para projetar e fabricar
Figura 2: Esquema de corte horizontal para a representação de uma planta e sua representação
após cortado. Fonte: Adaptada Souza (2018).
protótipos, produtos acabados e os processos de produção.

Se observarmos a Figura 2, perceberemos que os elementos cortados
aparecem em maior destaque no desenho, ou então com um traço
(linha) mais grosso ou com a hachura (preenchimento de cor ou textura);
as informações que não aparecem no plano cortado (exemplo beiral
da cobertura) são representadas com uma linha tracejada. Perceba,
O AutoCAD, da empresa Autodesk, que conhecemos e utilizamos
atualmente, foi lançado em sua primeira versão em 1982, ainda para
microcomputadores de 16 bit e no máximo 512Kb de memória (muito
diferente dos computadores utilizados nos dias atuais). A ferramenta
CAD é muito utilizada na engenharia moderna, principalmente após o
avanço e a evolução do processamento dos computadores que permitem

Desenho Técnico 6
processos matemáticos avançados e placas de vídeo de alta capacidade.
E a principal vantagem em utilizar essas ferramentas é que com elas é
possível reduzir o tempo final do projeto, desde sua fase inicial até a
introdução na linha de produção.
Em resumo, o CAD permite o desenvolvimento de um produto novo e
melhor, gerando um menor custo e em um menor intervalo de tempo
para sua produção. É claro, também, que as ferramentas CAD possuem
seu custo associado: é necessário ter uma licença de um determinado
software, um computador com elevado poder de processamento e
memória e usuários treinados para operar tal sistema, interpretando os
dados e os resultados (BREDA; SANTOS, 2017).
A utilização de softwares não licenciados pode gerar baixa no
desempenho do seu computador, exposição à infecção de vírus e riscos
de violação de direitos autorais e outras possíveis reivindicações legais,
portanto, utilize sempre softwares originais. A Autodesk fornece a versão
estudantil de forma gratuita do AutoCAD; basta acessar o site autodesk.
com.br e enviar as documentações solicitadas pela empresa.
A área de trabalho do AutoCAD é o local que você desenha, modifica
e elabora os elementos geométricos para criar seu desenho. Como
Desenho Técnico
demonstrado na Figura 3, o ambiente
com a numeração 1 é justamente a
área de trabalho onde serão realizados
o desenho, sempre na escala 1:1, ou
seja, a medida real do projeto deverá
ser utilizada, pois o processo de escalar
conforme necessidade de impressão
é feito em outro ambiente dentro do
AutoCAD. Essa área de trabalho é dividida
nos ambientes Model e Layout e é justamente
no ambiente Model (tela preta) que o projeto é
desenvolvido.
Na mesma Figura 3 podemos observar o ambiente identificado como
número 2, que são as Ribbons. É nelas que encontramos as ferramentas
e controles adicionais para a realização dos nossos projetos. E o
ambiente identificado como número 3 é o que chamamos de barra de
acesso rápido, onde ficam armazenados os comandos que são acessados
com frequência, nos permitindo agilizar o processo de projetar dentro
do software. O ambiente 4 da mesma figura é o que chamamos de barra
de comandos, onde você poderá visualizar os comandos utilizados e o
passo a passo a ser executado por cada um deles.
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Figura 3: Tela de trabalho do AutoCAD. Fonte: Elaborada pela autora.
A barra de comandos, além de mostrar o que está sendo digitado no seu
teclado, é a forma que o AutoCAD tem de se comunicar com seu usuário,
onde se apresentam avisos, histórico de comandos a partir da tecla F2 e
as dimensões para cada elemento criado dentro do AutoCAD.
Para iniciarmos a representação da nossa planta dentro do AutoCAD, a
forma mais simples de desenho é com a utilização de linhas. O AutoCAD,
diferentemente de outros softwares, trabalha por meio de coordenadas,
e o desenho realizado é vetorial, ou seja, são vários vetores que, unidos,
formam uma figura.
Desenho Técnico
Para desenhar linhas no software, utilizamos o comando “Line”. As linhas
são compostas de um ou mais segmentos de retas. Primeiramente, digite
o comando “Line” ou apenas “L + Enter” no seu teclado, ou você poderá
acessar o comando pela Ribbon, em “Home → Draw → Line”, conforme
demonstrado na Figura 4.
Figura 4: Acesso ao comando “Line”, na Ribbon. Fonte: Elaborada pela autora.
Ao habilitar o comando, o cursor assumirá o formato de uma cruz (Figura
5.a), e na barra de comando aparecerá a mensagem “LINE Specify first
point:”, conforme podemos observar na Figura 5.b. O AutoCAD está
pedindo para você informar o primeiro ponto da sua linha; dessa forma,
você poderá informar o primeiro ponto através de coordenada, ou clicar
em um ponto dentro da área de trabalho.
8

Figura 5: Início comando “Line”. Fonte: Elaborada pela autora.
Após isso, o AutoCAD lhe solicitará o segundo ponto da sua linha,
conforme observado na Figura 5.c; você poderá digitar a medida
desejada – observe que, em seu cursor, surgirá a medida desejada em
azul. O comando “Line” continuará habilitado após o segundo ponto, e
você poderá fornecer outras distâncias, caso queira.
Observe que, em sua barra de comando, ao utilizar o comando “Line”,
logo após o segundo ponto surgirá a mensagem “LINE Specify next point
or (Close Undo)”, conforme representado na Figura 6.
Figura 6: Comando “Line”. Fonte: Elaborada pela autora.
Você poderá retornar algum ponto definido utilizando o “U + Enter” de
undo, ou poderá fechar o seu desenho com o “C + Enter” de close. Observe
que a barra de comando conversa com você sempre! Outra forma de
Desenho Técnico
finalizar é clicando em “Esc”, ou “Enter”, ou na “barra de espaço” do seu
teclado, e o comando será desabilitado.
Com o comando “Line” apresentado, é possível fazer, praticamente, toda
a sua planta baixa. Lembre-se de sempre manter o cursor voltado para a
direção desejada para o desenho da linha (para baixo, para cima). Claro
que existem muitos comandos de agilidade, mas esse é um bom início
para praticar.
2. Secções Planificadas de Projeto
Arquitetônico (Corte)
O corte é um plano secante vertical que divide a edificação em duas
partes, seja no sentido longitudinal ou no sentido transversal, como
representado na Figura 7. O corte deve estar posicionado de forma a
mostrar o máximo possível de detalhes construtivos, e, para isso, poderão
haver deslocamentos do plano secante; e é nele que observamos as
informações verticais, as alturas dos elementos construtivos, bem como
os elementos estruturais (pilares, vigas, lajes), a inclinação do telhado,
a altura das portas e janelas, como outros detalhes construtivos (ABNT,
2021; SOUZA, 2018).
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 Simbologias de representação gráfica, conforme as prescritas nesta Norma.
CORTE
Plano vertical

Eixos do projeto.

Sistema estrutural.
CORTE A B ESC.1:100

Indicação das cotas verticais.

SALA
Indicação de cotas de nível em osso e acabado dos diversos pisos.

Caracterização dos elementos do projeto:

Corte A B DEPÓSITO - fechamentos externos e internos;
Corte B A
- circulações verticais e horizontais;
- áreas de instalações técnicas e de serviços;
Figura 7: Esquema de corte vertical para a representação de um corte e sua representação após
- cobertura/telhado e captação de águas pluviais;
cortado. Fonte: Adaptada de Souza (2018).
- forros e demais elementos significativos.
Geralmente, os cortes devem passar em elementos importantes ou
Denominação dos diversos compartimentos seccionados.
singulares ao projeto, tais como escadas, elevadores, rampas, ou mesmo
elementos com diferença de níveis, áreas sanitárias, dentre outros. Outro Escalas.
elemento fundamental para uma boa leitura de um corte é a inserção da
Notas gerais, desenhos de referência e carimbo.
escala humana (figura humana a 1,70m de altura), permitindo, assim, ter
uma noção real da proporção vertical do seu projeto. Marcação dos cortes transversais nos cortes longitudinais e vice-versa, podendo,
ainda, serem indicadas as alturas das seções horizontais (planta da edificação).
Dentro da composição de um corte, deverão conter, conforme norma, os
itens apresentados no Quadro 2: Quadro 2: Listagem de itens que devem compor o desenho de um corte.
Fonte: Adaptado de ABNT (2021).

Desenho Técnico 10
 Dentro do AutoCAD existe um comando
que auxilia muito na elaboração dos
cortes, pois cria linhas infinitas, o que
nos permite realizar o sistema de “puxar”
linhas a partir da planta já executada.
Esse comando chama-se XLINE.

Com ele, é possível realizarmos linhas de

apoio (também chamadas de linhas guia),
para a criação de cortes e elevações. Para isso,
basta digitar “XL+Enter”, ou ir na aba Home/Draw/ Figura 8: Comando XLine. Fonte: Elaborada pela autora.

Construction Line” (Figura 8a); ao lado da palavra “Draw”, haverá uma Ao selecionar qualquer uma dessas opções, surgirá a mensagem na
seta, então basta clicar nela que será possível visualizar outros comando, barra de comando para selecionar o local onde se quer colocar as xline
inclusive o “xline”, que, nesse caso, é apresentado como “Construction criadas. O comando ficará habilitado, portanto, você poderá incluir mais
Line”. Ao habilitar o comando, será solicitado que especifique um ponto. de uma vez.

Na Figura 8b aparecem as opções: “Hor”, para criar linhas horizontais;
“Ver”, para criar linhas verticais; “Ang”, para criar linhas em ângulo (basta
digitar o ângulo desejado, e não esqueça do quadrante no AutoCAD);
“Bisect”, referência a dois pontos de origem indicados em plantas; e
“Offset”, um comando “offset” para o “xline”.
O comando “xline” não possui um dimensionamento, ou seja, a linha
criada, mesmo dando vários zooms, continuará aparecendo em sua
totalidade. Uma vantagem é que a linha criada por meio do xline
pode ser modificada, logo, você poderá cortar (comando “Trim”), mover,
copiar ou qualquer outro comando de edição poderá ser modificado e
incorporado ao seu projeto.

Desenho Técnico 11
3. Decomposição de Projetos em Vistas
Externas (Fachada)
A fachada de uma edificação é a representação gráfica por meio da
projeção vertical ortogonal de cada um dos lados planos externos de
uma edificação, conforme representado na Figura 9, e tem por objetivo
demonstrar a estética da edificação, seus elementos de acabamentos,
portas e janelas (ABNT, 2021; SOUZA, 2018).
FACHADA LATERAL DIREITA (NORTE)
Figura 9: Esquema de desenho de uma fachada “puxando linhas guias”.
Fonte: Adaptada de Souza (2018).
Desenho Técnico
Em um desenho de fachada não são colocadas as indicações de medidas
(cotas), porém podemos inserir notas de chamada informando os tipos
de acabamentos e texturas. Dentro da composição de um corte, deverá
conter, conforme norma, os itens apresentados no Quadro 3:
Simbologias de representação gráfica, conforme as prescritas nesta Norma.
Eixos do projeto.
Indicação de cotas de nível acabado.
Escalas.
Notas gerais, desenhos de referência e carimbo.
Marcação dos cortes longitudinais ou transversais.
Quadro 3: Listagem de itens que devem compor o desenho de uma fachada. Fonte: Adaptado de
ABNT (2021).
Um dos comandos mais utilizados na montagem dos projetos no Cad
é o comando “Trim”, que permite cortar ou aparar uma linha ou um
objeto, deixando-o na dimensão desejada. Para acionar o comando,
basta ir na aba “Home/Modify/trim” (Figura 10a) ou “TR+Enter”. Ao
habilitar o comando, surge a mensagem na barra para selecionar os
objetos (Figura 10b).
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Figura 10: Comando “Trim”. Fonte: Elaborada pela autora.
Ao selecionar, clique com o botão direito do mouse, e surgirá a mensagem
para selecionar uma das opções entre:
▪ “Fence”: fará uma linha tracejada contornando os pontos a serem
cortados.
▪ “Crossing”: você poderá selecionar um objeto por vez.
▪ “Project”: especifica o método de projeção usado ao aparar objetos.
▪ “None”: não especifica nenhuma projeção; o comando apara apenas
objetos que se cruzam com a aresta de corte no espaço 3D.
▪ “UCS”: especifica a projeção no plano XY do UCS atual; o comando
apara objetos que não se cruzam com a aresta de corte no espaço 3D.
▪ “View”: especifica a projeção ao longo da direção da vista atual; o
comando apara objetos que cruzam o limite na vista atual.
Desenho Técnico
▪ “Edge”: determina se um objeto é aparado na borda extrapolada de
outro objeto ou apenas em um objeto que o cruza no espaço 3D.
▪ “eRase”: exclui objetos selecionados; essa opção fornece um método
conveniente para apagar objetos desnecessários sem sair do comando
“Trim”.
▪ “Undo”: você poderá retornar um corte sem sair do comando; quando
você digitar o comando TR e teclar duas vezes no Enter, você poderá
iniciar o corte sem a seleção dos objetos, pois, dessa forma, todo o
seu objeto estará apto para cortar.
Nos desenhos realizados em softwares, também precisamos ter cuidado
com o peso gráfico dos nossos projetos. Para isso, utilizamos o conceito
de camadas ou também chamados de layers. As camadas são utilizadas
para agrupar informações com as mesmas características e funções de
um projeto, organizando o tipo de linha, cor, espessuras, dentre outros
padrões. Absolutamente tudo que você desenhar no AutoCAD está
relacionado a algum layer, sendo um layer padrão do software (layer 0) ou
outro criado por você.
Neste capítulo, aprendemos uma fração dentro do grande universo
que o software de desenho AutoCAD nos permite realizar, permitindo
a elaboração de modelos bidimensionais, economizando tempo na
elaboração de projetos e suas possíveis correções e modificações.
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A interface do AutoCAD é muito amigável, e seus recursos são fáceis de
entender, como pudemos observar ao longo deste capítulo. Mas é claro
que a qualidade de um bom projeto vai muito além do uso de um ou
outro tipo de software; é necessário entender o conceito e a metodologia
projetual, na qual estudamos um pouco sobre o conceito de planta, corte
e fachada, as normas e regras para sua construção e representação,
permitindo uma leitura e interpretação correta do projeto.
Com as ferramentas do software, é possível, além de elaborar projetos
de casas e prédios, criar qualquer objeto ou produto e até mesmo
embalagens de shampoo ou peças mecânicas. O software nada mais é
do que a substituição do papel, portanto, o mais relevante é o usuário
dominar a conceituação projetual do produto a ser representado dentro
do programa, que, se utilizado de forma eficaz, proporciona um aumento
de produtividade infinitamente superior ao da produção manual do
desenho.
Desenho Técnico
Referências
ABNT. NBR 6492:2021. Documentação técnica para projetos
arquitetônicos e urbanísticos: requisitos. Associação Brasileira de
Normas Técnicas. Primeira edição 16/06/2021.
BREDA, G.; SANTOS, K. C. P. Desenho assistido por computador. Porto
Alegre: SAGAH, 2017.
LEGGITT, J. Desenho de arquitetura: técnicas e atalhos que usam
tecnologia. Porto Alegre: Bookman, 2008.
OLIVEIRA, A. Desenho computadorizado: técnicas para projetos
arquitetônicos. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014.
SOUZA, J. P. Desenho técnico arquitetônico. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
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