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Inegavelmente, o Espiritismo está na vanguarda do pensamento religioso

do mundo. Um Centro Espírita é, na Terra, um posto avançado da


Espiritualidade superior. E, como ainda estamos num mundo de provas e
expiações, as investidas das trevas para desestruturá-lo são constantes.

Houve tempo em que os ataques provinham de fora, como um bombardeio,


mas hoje as trevas procuram atuar no interior das casas espíritas, aplicando
um processo de implosão. Os inimigos da Doutrina já se convenceram de
que o bombardeio externo não produz os efeitos desejados. Pelo contrário,
constituem até propaganda. O Espiritismo já venceu a batalha exterior, pois
hoje é respeitado e as suas casas não mais são molestadas como o eram
antigamente, até com ataques físicos. Hoje, o desafio maior é no interior
delas, porque atualmente os inimigos do Bem procuram agir dentro da
própria Casa Espírita, semeando a discórdia, o descontentamento, o
estrelismo, entre os colaboradores.

Por isso, o “orai e vigiai para não cairdes em tentação” (Mateus, 26:41) é
ensinamento para ser lembrado a toda hora. A manutenção do bom clima
espiritual não deve ser deixada por conta somente dos trabalhadores
espirituais.

Além das reuniões de trabalho rotineiro deverão haver outras, de simples


convivência, entre os trabalhadores O trabalhador de qualquer setor de uma
Casa Espírita, ao buscar servir com dedicação, tem a oportunidade de
preparar-se adequadamente para a convivência e o serviço no mundo
espiritual, aonde irá depois de desencarnar, para apenas continuar
servindo. Para o trabalhador verdadeiramente integrado na tarefa espírita, a
desencarnação significará somente a mudança do lugar de serviço.

Nas reuniões abertas ao público, deve ser dada atenção especial à recepção
das pessoas que chegam à Casa Espírita. O acolhimento fraternal é de valor
inestimável, pois não raro coroa os esforços de um Espírito que para ali
encaminhou seu protegido.

A prática mediúnica deve ser dirigida prioritariamente ao socorro e


encaminhamento de Espíritos desencarnados que se encontram em
sofrimento, causando, por vezes, dificuldades a desencarnados e a
encarnados, em fenômenos obsessivos. Hoje, infelizmente, em muitas casas
espíritas a introdução do estudo da mediunidade e da avaliação do trabalho
mediúnico ainda constitui um sério desafio. O Centro Espírita deve ser,
antes de tudo, uma escola de educação de almas.

Os estudos e reflexões sobre a importância do centro espírita para a


comunidade na qual ele se insere apontam para cinco principais vertentes,
assim expressas: templo; lar; oficina; hospital; e escola.

Templo

A casa espírita tem a primordial finalidade de abrigar e reunir aqueles que


tencionam conectar-se com o Superior por meio da oração, que se constitui
em instrumento de comunicação com Deus, nosso Pai.
A prece proporciona a melhoria do homem, ensejando àquele que ora
pensar em Deus, aproximar-se dele e pôr-se em comunicação com ele.

Lar

O centro espírita deve receber seus frequentadores e colaboradores como o


lar acolhe a família. É a oportunidade da congregação para o fortalecimento
dos laços de amor. Nem sempre encontraremos facilidades, pois o
reencontro se dá, por vezes, entre adversários do passado. Porém, é nesse
lar que precisamos nos esforçar para a formação da família espiritual.

Oficina

A oficina enseja o trabalho e a consequente aquisição de competências


técnicas e humanas. Pelo serviço, somos capazes de desenvolver
potencialidades e realizar feitos a serem creditados como mérito em nossa
contabilidade espiritual, embora devamos trabalhar em benefício do
semelhante desinteressadamente.

Hospital

Outro dia ouvi de uma amiga; “na Terra, todos somos doentes da alma”. A
necessidade de corrigenda moral é grande, daí a abençoada oportunidade
que Deus nos concede de enfrentarmos doenças variadas para que
passemos pelo processo de higienização perispiritual. “A enfermidade
jamais erra de endereço”, ensina Emmanuel. Seja física ou moral, todos
necessitamos de cura para a conquista da saúde integral. O centro espírita
funciona como um hospital na medida em que busca oferecer atendimento
aos carentes, sem jamais competir com a medicina terrena. É o apoio
espiritual, o atendimento fraterno, a fluidoterapia, a desobsessão…

Escola

Na vida, estamos sempre aprendendo e nunca deixaremos de aprender.


Como escola de almas, a casa espírita é roteiro que esclarece nossas
mentes para as realidades espirituais, por meio dos estudos individuais e
em grupo. As palestras públicas, o Estudo Sistematizado da Doutrina
Espírita (Esde), o Estudo Aprofundado (Eade), a Mediunidade: Estudo e
Prática, a Evangelização da Criança e do Jovem, os estudos das obras
básicas, da Coleção A vida no mundo Espiritual, da Série Psicológica Joanna
de Ângelis, os cursos de capacitação a distância, são valiosos instrumentos
de aprendizado que o centro espírita pode disponibilizar a seus
frequentadores.

Devemos procurar Deus no único lugar onde realmente o encontraremos –


na intimidade de nosso coração

Por que ir à casa Espírita?

As reuniões públicas do Centro Espírita devem ser tomadas à conta de uma


iniciação espírita, onde participaremos de um banquete de luzes que
enriquecem a existência. Para tanto é preciso superar a concepção
distorcida e irreal do centro-hospital, com pleno entendimento de que ele é,
acima de tudo, uma abençoada escola.

A experiência nos demonstra que algumas pessoas comparecem ao Centro


Espírita a procura de solução para tormentosos problemas pessoais,
destacando-se, isoladamente ou em conjunto:

Enfermidades renitentes – Apesar de terem procurado inúmeros


especialistas, realizados variados exames (onde nada é encontrado),
tomado
inúmeros medicamentos, mas os sintomas permanecem, são as “doenças
fantasmas”.

Desentendimentos no lar – Com discussões constantes entre cônjuges,


pais e filhos, irmãos, parente em geral; e por mais que se esforcem, a
harmonia aí não se instala.

Tensão nervosa – Onde a pessoa já levanta nervosa e não sabe porque,


irritação sem causa aparente.

Depressão – Com profundos sentimentos de baixa estima, desamor.

Dificuldades financeiras – Onde apesar de terem seus ganhos, o dinheiro


parece sumir de suas mãos. Quando tudo parece que vai melhorar,
aparecem gastos inesperados como: o carro que estraga, uma doença, um
prejuízo nos negócios.

Frustrações profissionais – Desagrado com o trabalho que realizam; o


local onde trabalham; os colegas a sua volta, ou se não tem trabalho
também não conseguem emprego, embora as vagas existam, não são
admitidos.

Insistentes idéias infelizes – Sentimentos de largar tudo para traz e ir


embora sem rumo; abandonar a família; insatisfação geral com a vida; e
em casos mais graves até idéias de suicídio.

Desenganos sentimentais – Constantes idéias de separações; e se está


solitária incansável busca do parceiro ideal, que nunca aparece. Etc…

Solução esta que já buscaram em outras crenças e até mesmo em


consultórios médicos, sem contudo lograrem o êxito esperado, na sua ótica
de visão.

Vêem então à Casa Espírita. Isto significa que o Centro Espírita é para
muitos um hospital mágico, onde mentores espirituais podem realizar os
mais variados prodígios em favor dos consulentes.

Semelhante situação é no mínimo extravagante, porquanto não se inspira


nos postulados doutrinários. Não há nada, em Espiritismo, que sugira a
idéia de que o intercâmbio com o plano espiritual é uma panacéia (remédio)
infalível para os males humanos.

Apesar desses irmãos infelizes desconhecerem o objetivo maior da Casa


Espírita, esta os recebe de portas abertas e coloca-lhes a seus serviços
todos
os recursos de que dispõe, amparando, consolando e instruindo.
(Lembrando que nas reuniões públicas não se fecha a porta em momento
algum. Mesmo que alguém chegue atrasado, venha à Casa Espírita, se nos
minutos finais da palestra, a pessoa escutar uma palavra que lhe toque
verdadeiramente o coração, já será um grande passo em seu benefício).

Muito mais que atender aos interesses da Terra, a Casa Espírita faz nossa
iniciação nos ideais do Céu, mostrando-nos a estrutura e funcionamento das
Leis Naturais, através da divulgação do espiritismo. Simultaneamente
convoca-nos à sua observância como o único caminho para que nos
libertemos de sentimentos inferiores como o egoísmo, a vaidade, o orgulho,
geradores de todos os nossos infortúnios. Somente assim nos habilitaremos
a viver felizes, contribuindo para a construção de um mundo melhor e uma
sociedade mais feliz, com o empenho de nossa própria renovação.

O desconhecimento desses objetivos induz a alguns enganos lamentáveis, O


principal deles relaciona-se com a famosa “consulta”, onde os
freqüentadores
querem conversar com os Espíritos, ouvir a promessa de decisiva
intervenção ou receber a indicação de “poções” infalíveis em seu benefício.

Pensando dessa maneira, poucos se vinculam ao Centro Espírita, que


tomado à conta de hospital, é compreensível que os “pacientes” tendam a
afastar-se
atendendo a dois motivos: melhoraram e consideram desnecessário
continuar o tratamento; ou não melhoraram e resolvem procurar ajuda em
outro lugar, e ainda saem dizendo: “Eles não resolveram o meu problema”.

Devemos evitar que a atividade do Centro gire em torno de receituários e


aconselhamentos espirituais, que podem amenizar determinados problemas
mas jamais os resolvem, porquanto atacam efeitos sem remontar às
causas.

Se um alcoólatra procura o Centro porque está com uma crise hepática,


pouco
valerá cuidar apenas de seu fígado. E indispensável ajudá-lo a superar o
vício.

Se alguém é envolvido por Espíritos que o atormentam com idéias e


sentimentos infelizes, será ocioso afastá-los simplesmente. Eles sempre
retornarão. A providência fundamental é ajudar o obsidiado a modificar seu
padrão vibratório com a assimilação de conhecimento renovador. Então ele
próprio se libertará em definitivo.

Então por que ir à casa Espírita?


A Casa Espírita idônea, é um ambiente mais propício para encontrarmos a
paz, o reconforto, compreensão, esclarecimentos.

A Casa Espírita é o lugar onde espíritos iluminados, vem em missões de


divulgação das Leis Naturais, bem como em atendimento aos sofredores
dos dois planos da vida.

Na Casa Espírita é onde irmãos encarnados dedicados (inspirados pelos


mentores), buscam em pesquisas, nos passar a interpretação correta da
mensagem do Cristo através de palestras edificantes.

Na Casa Espírita, com a divulgação dos ensinos de Jesus, compreendemos


aos poucos que seremos cada vez mais felizes quanto mais pautarmos a
nossa caminhada de acordo com as Leis Naturais.

Na Casa Espírita, devido à reunião dos trabalhadores do Cristo, a atmosfera


espiritual está repleta de luzes e energias salutares que reorganizam as
nossas forças.

Na Casa Espírita, relembraremos os ideais cristãos, buscando sufocar as


nossas imperfeições e elevarmos os nossos valores morais, gravados
indeléveis em nossas consciências, por bondade do Criador.

O Espiritismo é uma doutrina libertadora e faz um bem enorme a quem se


coloca sob sua orientação a serviço de Jesus.

No momento em que adentramos a casa espírita, podemos não perceber,


mas, somos imediatamente abraçados pela espiritualidade amiga. O enlace
amoroso é uma forma de nos preparar para absorver o conteúdo que ali nos
será repassado. Notar essas vibrações, absorvê-las, aproveitar seus efeitos
benéficos, depende de cada um, da sintonia em que nos propomos estar.

Muitos de nós chegam à casa espírita desconsolados, apreensivos, ansiosos


por querer uma solução rápida para nossos problemas. Essas vibrações
muitas vezes nos impedem de perceber o auxílio que vem de encontro aos
nossos espíritos através das energias derramadas pelos amorosos
trabalhadores do espaço. Mas, se não percebemos essas vibrações em um
primeiro momento, logo seremos tomados por elas quando realmente nos
engajarmos no trabalho e nos estudos. É quando passamos de fato a fazer
parte da casa espírita, ainda que no plano físico não assinemos nenhum
papel.

A frequência regular à casa espírita e a prática de seus postulados, cria um


elo energético que nos une à sua equipe de trabalho. A partir deste
momento é que conseguimos notar que os amigos abnegados,
trabalhadores do espaço, passaram a nos visitar, a nos ajudar em nossas
tarefas, a contribuir para que possamos desenvolver as atividades
propostas na nossa vida diária. Para isso, no entanto, é preciso novamente
que sintonizemos com eles em pensamentos, em oração e em atitudes.
Modificar velhos hábitos nos ajuda a manter essa sintonia abençoada pelo
Mestre Jesus.
Qualquer que seja a casa espírita ou entidade beneficiente em que
laboramos, os bons amigos do espaço nos ajudam constantemente,
incessantemente. Para eles não há preguiça, não há tempo ruim, nada os
impede de participar de nenhuma ação, nem o calor excessivo, nem o
trânsito caótico, ou mesmo as dificuldades que o corpo físico impõe a nós
que cá estamos. Sem falta, minutos ou horas antes do início dos trabalhos
de qualquer natureza eles lá estão prontos para nos ajudarem, mas
dependem de nossa presença e disposição para a realização dos trabalhos,
visto que eles nos ajudam, mas nunca fazem a parte que compete aos
encarnados.

Nós somos os braços, as bocas, as pernas físicas da casa espírita. Somos


nós que realizamos as atividades no campo da matéria. Somos nós que
fazemos a casa espírita como ela é! Nosso compromisso em fazer pela casa,
em ajudar os irmãos, em estudar melhor as coisas do espírito é
imprescindível para a realização de qualquer atividade. O que é,
certamente, valorizado pelo plano espiritual, por esses abnegados amigos
que sintonizam conosco. Mas, uma coisa é certa, eles só conseguem nos
ajudar se nós quisermos, se mantivermos sintonia com eles por meio de
pensamentos elevados e obras meritórias. Quando em nosso dia-a-dia não
temos o hábito de cultivar boas leituras, estudo, pensamentos bons, ações
bondosas e, principalmente, a oração, estamos sujeitos às investidas
daqueles que não querem nosso bem e também não querem o bem da casa
espírita. Essas criaturas perturbadas (com nosso consentimento voluntário
ou involuntário) acabam implantando em nós o desânimo, a desconfiança, a
dúvida e especialmente a discórdia, pondo por terra nossas melhores
aspirações. É uma forma de minar nossas forças. Cabe a nós, a cada um de
nós, "espantar" esses maus pensamentos e substituí-los pelo estudo da
doutrina espírita, pelas leituras edificantes e especialmente pelas vibrações
sinceras de fazer o bem, desejando que nosso trabalho e a nossa casa
espírita melhore, progrida, ajude mais gente, seja frutífera em suas ações.

Nossa fé é questionadora, não é uma fé cega. Não seguimos um líder


escolhido por cúpulas, não temos assuntos que não possam ser de
conhecimento de todos. Nós espíritas nos escolhemos entre nós nossos
dirigentes, escolhemos como amigos, como irmãos, como sabedores todos
nós das imperfeições que nos cabem nesse estágio evolutivo. Os líderes ou
dirigentes das casas espíritas são
voluntários corajosos que assumem a missão de manter as coisas
funcionando e melhorar o que for possível, é um árduo trabalho que fica
ainda mais difícil se não houver ajuda de cada trabalhador, de cada
frequentador.

Muitas vezes a gente entra e sai da casa espírita sem se perguntar quem foi
que pagou as contas (sim, é preciso pagar contas, salários de funcionários e
impostos devidos), quem organizou as cadeiras, quem foi que providenciou
os itens de segurança, como foram comprados os itens de higiene que lá
estão? Simplesmente somos gratos pela assistência espiritual, mas não nos
preocupamos com a natureza física do trabalho. Eu entendo que essa ação
seja natural porque não estamos alí buscando nada material. Estamos
buscando consolo para o espírito e recebemos. Resta-nos perguntar: “como
posso ajudar e proporcionar que mais irmãos tenham a mesma sorte?”

Os trabalhos espirituais da Casa Espírita exigem comportamento digno.

É muito importante, que nós, espíritas, estejamos cientes da relevância da


nossa participação no equilíbrio fluídico da instituição que frequentamos.
Pois, as atividades espirituais, que ali são realizadas, muito dependem da
nossa participação efetiva com disposição, boa vontade, preparo e trabalho
incessante no aperfeiçoamento individual e coletivo, para que alcancemos
êxito e mereçamos cada vez mais a companhia e confiança do mundo
espiritual.

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