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ESTUDANDO

CINESIOLOGIA BÁSICA APLICADA


À EDUCAÇÃO FÍSICA
Chanceler
Dom Jaime Spengler
Reitor
Joaquim Clotet
Vice-Reitor
Evilázio Teixeira

Conselho Editorial
Agemir Bavaresco
Ana Maria Mello
Augusto Buchweitz
Augusto Mussi
Bettina S. dos Santos
Carlos Gerbase
Carlos Graeff-Teixeira
Clarice Beatriz da Costa Söhngen
Cláudio Luís C. Frankenberg
Érico João Hammes
Gilberto Keller de Andrade
Jorge Campos da Costa | Editor-Chefe
Jorge Luis Nicolas Audy | Presidente
Lauro Kopper Filho
ESTUDANDO
CINESIOLOGIA BÁSICA APLICADA
À EDUCAÇÃO FÍSICA
Demétrius Cavalcanti Brandão

porto alegre, 2015


© EDIPUCRS 2015
DESIGN GRÁFICO [CAPA] Shaiani Duarte
DESIGN GRÁFICO [DIAGRAMAÇÃO] Thiara Speth
REVISÃO DE TEXTO Dois Pontos – Editoração

Edição revisada segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

EDIPUCRS – Editora Universitária da PUCRS


Av. Ipiranga, 6681 – Prédio 33
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

B817e Brandão, Demétrius Cavalcanti


Estudando cinesiologia básica aplicada à educação física
[recurso eletrônico] / Demétrius Cavalcanti Brandão. –
Dados Eletrônicos. – Porto Alegre : EDIPUCRS, 2014.
87 p.

Modo de Acesso: <http://www.pucrs.br/edipucrs>


ISBN 978-85-397-0627-3

1. Educação Física. 2. Cinesiologia. 3. Movimento


Humano (Fisiologia). I. Título.
CDD 612.76

Ficha catalográfica elaborada pelo Setor de Tratamento da Informação da BC-PUCRS.

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fotográficos, reprográficos, fonográficos, videográficos. Vedada a memorização e/ou a recuperação total ou parcial, bem como a inclusão de qualquer parte
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violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, do Código Penal), com pena de prisão e multa, conjuntamente com busca e apreensão
e indenizações diversas (arts. 101 a 110 da Lei 9.610, de 19.02.1998, Lei dos Direitos Autorais).
DE DICO E S TA H U MILDE OBR A a todos os alunos
e ex-alunos que me incentivaram a publicar este
livro, a minha esposa (Juliana Leite Soares) e minhas
filhas (Ana Júlia e Ana Elise), que compreenderam
a minha ausência enquanto escrevia essa obra.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que participaram direta ou indiretamente da


obra. A Deus, que possibilita o dom da escrita a minha pessoa.
A minha família (pai, mãe, irmãos), que me deu a primeira
educação. Aos meus alunos e ex-alunos, que incentivaram a
realização da obra.
Aos meus primeiros professores, que me ensinaram a
importância da educação.
A minha esposa e meus filhos, que compreenderam a minha
ausência, mesmo estando em casa.
A professora Manuela Susassuna, que me ajudou no contato
com a editora.
Aos professores e amigos Sérgio Franco e Cristina Brasil, que
deram a oportunidade, em conjunto com o professor Francelino
Alves, de ser docente na área de Cinesiologia.
SUMÁRIO

Prefácio 11
Introdução 17
1. Planos e eixos do corpo humano 21
2. Classificação das articulações 25
3. Estudo cinesiológico dos membros superiores 33
4. Estudo cinesiológico dos membros inferiores 57
5. Pranchas práticas 71
Referências 87
PREFÁCIO

a história dos profissionais da Educação Física no Brasil até nossos dias é a história da luta pela
afirmação da identidade profissional. O estudo sobre professores de Educação Física no país tem
sido nos últimos anos bastante abundante a respeito do perfil dos profissionais, da motivação para
o trabalho, das competências assumidas e dos novos rumos que vem tomando a profissão de Edu-
cador Físico. Por esse motivo, vejo com satisfação a iniciativa do Professor Demétrius em publicar
Estudando Cinesiologia Básica Aplicada à Educação Física, uma obra tão importante para o mundo da
ciência, em particular para o mundo da Educação Física.
Acredito que sua iniciativa já era esperada por seus pares, alunos, professores e toda a comunidade
acadêmica, pois quem o conhece sabe da sua determinação e compromisso com o conhecimento
científico. Conheci o Professor Demétrius Cavalcanti Brandão há mais de quinze anos, quando tive a
oportunidade de coordenar dois cursos superiores de Educação Física no Ceará e, naquele momento,
pude constatar o trabalho de um grande profissional no exercício da docência, preparando suas
aulas, organizando seu material didático, encaminhando os alunos para os diversos laboratórios e
fazendo suas anotações em apostilas e publicações de artigos.
A formação profissional do professor de Educação Física sempre exigirá um investimento compe-
tente, crítico na dimensão do conhecimento, pois, quando olhamos para os processos de formação
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desse profissional, percebemos a necessidade de investimento em uma sólida formação teórica


e prática nos campos que constituem os diferentes saberes da docência. Não podemos esquecer
que tudo não passa de uma luta de classes. Daí a necessidade de considerar a prática social como
ferramenta concreta, a pesquisa como componente essencial da formação, a reflexão e a ação como
dimensão da totalidade do processo de formação escolar e, nesse contexto sociocultural, de não
perder de vista os princípios éticos que caminham lado a lado na construção da identidade docente.
Nesse sentido, o Professor de Educação Física Demétrius Brandão sempre se dedicou e sempre
se colocou na condição de professor-pesquisador. Dessa forma, todos que o conhecem sabem
que seu trabalho sempre se pautou numa ética e numa conduta honrada e comprometida com
a formação de seus alunos. Nas várias falas do professor Demétrius Brandão, nos cursos em
que trabalhávamos juntos, quem conviveu e convive com ele sabe disto, seu discurso é sempre
positivo, encorajador, e sua tarefa extrapola o mundo das aparências, através dos seus exemplos
e apontamentos didáticos, está sempre merg ulhando nas minúcias dos conteúdos, permitindo
a seus alunos compreenderem a relação entre o papel do professor de Educação Física na for-
mação dos sujeitos escolares, os conteúdos e suas dimensões científicas e diferentes formas de
aplicação de cada conhecimento.
Sabemos que a formação docente é um processo permanente e envolve a valorização da
identidade profissional. Essa valorização profissional ultrapassa o pragmatismo da ação docente
e se transfere ao saber fazer que jamais devesse perder de vista a sensibilidade artística. Por isso,
tenho plena convicção de que este livro irá contribuir de maneira significativa na construção do
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 13

conhecimento sobre os movimentos corporais do ser humano. Imagino que nós, professores de
Educação Física, não podemos de maneira alguma desconhecer a Cinesiologia e suas implica-
ções básicas para todos aqueles que vão de maneira direta ou indireta lidar com as questões da
corporeidade e do movimento humano.
Aproveito a oportunidade para parabenizar o Professor Demétrius Cavalcante Brandão por
essa relevante iniciativa, lembrando que ser professor de Educação Física é se deparar com vários
desafios e situações de ensino que são peculiares à nossa área, como, por exemplo, as condições
das instalações esportivas, a inexistência do material didático nas escolas, a indefinição dos horá-
rios para a prática da Educação Física, a disputa por espaços na escola, a desmotivação dos alunos
e também de muitos profissionais, a não valorização das aulas de Educação Física no ambiente
escolar, a inexistência de políticas públicas para a Educação Física. Mas tudo isso pode ser supe-
rado quando somos capazes de construir e adquirir uma consciência da necessidade da aquisição
da competência do conhecimento, quando somos capazes de estudar, quando somos capazes de
adquirir uma consciência ética, quando somos capazes de trabalhar com honestidade e adquirir
também uma consciência política.
Não podemos perder de vista que a atividade profissional de todo professor possui uma na-
tureza pedagógica que perpassa desde os conhecimentos por ele adquiridos na sua formação aos
modos como esses conhecimentos serão transmitidos no exercício da sua ação docente. É nesse
instante em que os conteúdos do saber se elaboram e se reelaboram dialeticamente em busca de
sua materialização que é a própria aula e os processos de aprendizagem dos alunos.
14 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

Os modelos que reproduzimos como forma de aula muitas vezes são inspirados em modelos
obtidos através dos professores que nos ensinaram no ensino superior em nossas universidades ou
em nossas escolas básicas. Fica aqui minha reflexão a todos que são ou foram alunos do Professor
Demétrius Brandão. Valorizem o trabalho do professor, reflitam sobre sua caminhada e vejam
que todo o sucesso não ocorre por acaso. Somos sujeitos da história, e ela é a nossa companheira,
e todos nós precisamos olhar para as pessoas e suas trajetórias, e nesse olhar também refletir
sobre as nossas vidas e nossos sucessos. Parabéns, Professor Demétrius Cavalcante Brandão.

Professor Pós-Doutor Francisco de Assis Francelino Alves


Universidade Federal do Ceará (aposentado)
Universidade Estadual do Ceará
Instituto Federal do Ceará/Canindé
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INTRODUÇÃO

a cinesiologia é uma área da ciência que se destina a estudar o movimento, as articulações e os


planos e eixos nos quais essas articulações se movimentam (THOMPSON; FLOYD, 2002; RASCH,
1991). Desta forma, é imprescindível ao profissional de educação física conhecer e estudar esses
planos, esses eixos e essas articulações que estão envolvidas nas diversidades de movimentos
utilizados no dia a dia. De posse dessas informações, poderá o profissional de educação física
elucidar questões acerca desses movimentos. Quando realizamos um apoio de frente, por exemplo,
temos as articulações do ombro, braço, antebraço e punho envolvidas. Na articulação do ombro,
que se divide em escapuloumeral e escapulocostal, podemos analisar o plano e eixo desse mo-
vimento, os músculos envolvidos, etc.
Dentro da cinesiologia, faz-se importante conhecer as origens e inserções musculares de cada
músculo individualmente. São denominadas de “origem” a parte tendinosa mais próxima ou proxi-
mal e de “inserção” a parte mais distante ou distal (MEDILLUST, 2007). Porém, quando se analisa
uma determinada ação muscular, essa origem e inserção podem variar de acordo com o movimento
realizado (p. ex., em uma barra fixa a origem do músculo bíceps braquial se aproxima da inserção,
enquanto que, em um exercício como puxador costa, a inserção se aproxime da origem, embora
cinesiologicamente tenhamos o mesmo movimento articular).
18 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

Outro aspecto relevante é sobre os sistemas de alavanca. São assim denominados os ossos,
os músculos e as articulações quando sofrem a ação de uma determinada resistência, exercendo,
dessa forma, uma determinada força que faz com que dada articulação se movimento. A partir
desse entendimento, podem-se analisar as denominadas cadeias musculares, que a biomecânica
classifica como abertas e fechadas.
Por último, o entendimento de todos esses aspectos possibilitará a análise da marcha e de
diversos outros movimentos do cotidiano, bem como das atividades físicas desportivas.
Esperamos que vocês se deliciem com a leitura.
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1 PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO

Diversos autores classificam os planos da seguinte forma (rasch, 1991; thompsom; floyd, 2002):

• plano sagital ou anteroposterior, eixo laterolateral ou transverso.


• plano frontal , lateral ou coronal, eixo anteroposterior ou sagital.
• plano horizontal ou transverso, eixo vertical, longitudinal ou craniocaudal.

DIREÇÃO DOS MOVIMENTOS

• cefálica – movimento direcionado para cima (cabeça), daí a palavra cefálica.


• podálica – movimento direcionado para baixo (pés), denomina-se podálico.
• medial – que se dirige ao meio (centro) do corpo.
• lateral – que se dirige para fora, meio externo ou lateral do corpo.
• anterior – movimento direcionado à frente do corpo.
• posterior – movimento direcionado para trás em relação ao corpo.
• posterossuperior – que se dirige para trás e para cima.
• posteroinferior – que se dirige para trás e para baixo.
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PLANO DE MOVIMENTO E OS SEUS MOVIMENTOS

pl anos de movimentos movimentos

Sagital Flexão e extensão

Adução e abdução
Plano frontal
Flexões laterais da coluna

Movimentos rotacionais (pronação, supinação, rotação


Horizontal ou transverso espinhal)*
Adução, abdução horizontal

Combinação de mais de um plano


Plano diagonal ou oblíquo
Comum nas atividades desportivas

fonte: Adaptado de: marieb; hoehn, 2009.


*Possuem nomenclatura própria.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 23

Exemplos:

Plano sagital
Flexão e extensão (cotovelo), hiperextensão (ombro), abdução/adução (polegar), anteroversão e
retroversão pélvica, nutação e contranutação (sacro), flexão plantar e dorso (flexão).

Plano frontal
Abdução e adução da escapuloumeral, flexão lateral direita/esquerda do tronco, desvio ulnar e radial
do punho, flexão/extensão da cabeça, inversão/eversão (pé), protação/retração (escapulocostal), ele-
vação/depressão (pelve e escapulocostal), rotação superior e inferior do escapulocostal.

Plano horizontal
Rotação ou giro, pronação/supinação (rádio/ulnar), flexão/extensão horizontal ou adução/abdução
horizontal (ombro), com o joelho flexionado (rotação ou giro).
2 CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES

TIPOS DE OSSOS
Os ossos podem ser classificados como:

figura 1 Ossos sesamoides. figura 2 Ossos irregulares. figura 3 A) Ossos longos;


fonte : NETTER, 2000. fonte: NETTER, 2000. B) Ossos planos; C) Ossos curtos.
fonte : NETTER, 2000.
26 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM OS EIXOS DE MOVIMENTOS E EXEMPLOS


Segundo Miranda (2001), podemos exemplificar da seguinte forma:

Uniaxial (1 eixo, 2 movimentos):


• Gínglimo ou articulação em dobradiça (permite extensão e flexão): falanges, cotovelo.
• Gínglimo ou dobradiça atípica: joelho (pequena rotação).
• Trocoide ou pivô (permite movimento de rotação, onde um osso desliza sobre outro fixo):
articulações radioulnar e atlantoaxial.
• Plana ou artródia (deslizamento para frente e para trás): articulações dos ossos carpais e tarsais,
articulação da mandíbula.

Biaxial (2 eixos, 4 movimentos):


• Condilar ou elipsoide (extremidade côncava em contato com outra convexa, limitando o
movimento): articulações atlantocciptal e entre o punho e o carpo.
• Selar (relacionamento de extremidades de igual curvatura, permitindo a circundação): arti-
culação carpometacarpal do polegar.

Triaxial, esferoide ou enartrose (3 eixos, 6 movimentos): articulação do quadril.

Poliaxial (triaxial com maior mobilidade): articulação do ombro.


d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 27

Fibrosas ou sinfibrosas: apresentam tecido fibroso interposto entre os ossos.

Suturas:
• Dentadas;
• Escamosas;
• Planas;
• Esquindilezes: crista que se introduz na goteira vômer e esfenoide;
• Gonfoses: articulações fibrosas que ocorrem entre cavidades e saliências (p. ex., dentes);
• Sindesmoses: articulações fibrosas ligadas por fibras colágenas ou lâminas de tecido fibroso,
membrana interóssea (p. ex., rádio e ulna).

Cartilaginosas: apresentam cartilagem entre os ossos.


• Sincondroses: ossos que aderem por cartilagem hialina, que mais tarde ossifica; sequência:
osso-cartilagem-osso (p. ex., sacro e cóxi).
• Sínfises ou anfiartroses: existe uma fibrocartilagem espessa interposta; sequência: osso-car-
tilagem-disco-cartilagem-osso (p. ex., articulações entre corpos vertebrais).

Sinartroses (imóveis/sinoviais):
• Cavidade articular: é um espaço virtual onde se encontra o líquido sinovial, que permite o
deslizamento com um mínino de atrito e desgaste.
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• Cápsula articular: espécie de manguito que envolve a articulação, prendendo-se nos ossos
que se articulam.
• Cartilagem articular (cartilagem hialina): representa a porção do osso que não foi invadida
pela ossificação.
• Membrana sinovial: é a mais interna das camadas da cápsula articular encarregada da pro-
dução da sinóvia.

Concordantes (adaptam-se uma à outra):


• Planas ou artrodias: superfícies planas (p. ex., corpo da vértebra, cabeça da costela e vérte-
bras vizinhas).
• Enartroses ou esferoides: superfícies esféricas (p. ex., úmero com escápula, fêmur com osso coxal).
• Trocartroses ou trocoides: superfícies cilíndricas (p. ex., cabeça do rádio e da ulna).
• Trocleartroses ou gínglimos: forma de roldana (p. ex., úmero e ulna).
• Condilartroses: forma de côndilo (p. ex., úmero e rádio).
• Efipiartroses ou sela: forma de sela de montar (p. ex., clavícula, externo e primeira cartilagem costal).

Discordantes (apresentam algo na articulação para que os ossos concordem):


• Meniscartroses: apresentam uma fibrocartilagem que aumenta a superfície articular e a
torna mais côncava (p. ex., joelho).
• Heteroartroses (p. ex., entre atlas e áxis).
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 29

figura 4 Classificação estru-


tural das articulações sino-
viais. Este esquema de classifi-
cação baseia-se na amplitude
de movimento permitida.
fonte : martini; timmons;
tallitsch, 2006.
30 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

CLASSIFICAÇÃO ANATOMOFUNCIONAL E MORFOLÓGICA DAS DIVERSAS ARTICULAÇÕES

cl a ssific aç ão a n at o m o f u n c i o n a l cl a ssific aç ão morfológic a

Radiocárpica Condilar ou elipsoide

Radioulnar Trocoide

Glenoumeral Esferoide

Escapulocostal Plana

Coxofemoral Esferoide

Fêmur-tibial Gínglimo

Talocrural Gínglimo

OS MOVIMENTOS NAS ARTICULAÇÕES


• Abdução – movimento de afastamento da articulação da região medial do corpo no plano frontal.
• Adução – movimento de aproximação da articulação da região medial do corpo no plano frontal.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 31

• Flexão – curvatura ou diminuição de um


ângulo de determinada articulação, entre
ossos ou parte de ossos do corpo.
• Extensão – aumento da angulação ou
distanciamento de ossos ou parte de ossos
do corpo.
• Circundução – junção dos vários movimen-
tos de uma articulação nos planos sagital,
frontal e horizontal.
• Abdução diagonal – ação de afastamento
da articulação da região medial em um plano
diagonal.
• Adução diagonal – ação de aproximação
da articulação da região medial em um plano
diagonal.
• Rotação externa – levar a face anterior de
um membro para longe do plano mediano.
• Rotação interna – trazer a face anterior de
um membro para o plano mediano. figura 5 Movimentos.
fonte : thompson; floyd, 2002.
3 ESTUDO CINESIOLÓGICO DOS MEMBROS SUPERIORES

ARTICULAÇÃO DO ANTEBRAÇO E PUNHO

figura 6 Articulação do
antebraço e punho.
fonte : NETTER, 2000.

A articulação do punho
é condiloide e permite
flexão, extensão, adução
e abdução. As interfalan-
geanas são ginglimoides.
34 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

figura 7 Articulação do
antebraço e punho.
fonte : NETTER, 2000.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 35

MÚSCULOS DAS MÃOS


Articulação radiocárpica, interfalangeana, carpometacarpal (GRAFF, 2003).

REGIÃO TENAR

músculo origem inserç ão aç ão

Flexor curto do Cabeça superficial: Base da falange Flexão (CMC) e


polegar trapézio e ligamento proximal do 1º meta- abdução; flexão me-
carpal transverso carpal tacarpo-falangeana
Cabeça profunda: (MCF) do polegar
aspecto ulnar do 1º
metacarpal

Oponente do Superfície anterior Bordo lateral do 1º Oposição carpome-


polegar do Ligamento carpal metacarpal tacarpal (CMC) do
transverso, trapézio polegar

Abdutor curto do Superfície anterior Base da 1ª falange Abdução (CMC) do


polegar do ligamento carpal proximal polegar
transverso, trapézio e
escafoide
36 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

REGIÃO HIPOTENAR

músculo origem inserç ão aç ão

Flexor do Gancho de hamato e Aspecto ulnar da Flexão MCF da 5ª


mínimo ligamento carpal trans- base da 5ª falange falange
verso adjacente proximal

Oponente do Gancho de hamato e Bordo medial do 5º Oposição MCF da 5ª


mínimo ligamento carpal trans- metacarpal falange
verso adjacente

Abdutor do Pisiforme e tendão do Aspecto ulnar da Abdução MCF da 5ª


mínimo flexor ulnar do punho base da 5ª falange falange
proximal
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 37

REGIÃO PALMAR MÉDIA


músculo origem inserç ão aç ão

Interósseos Corpo do 2º, 4º e 5º me- Base da 2ª, 4ª e 5ª Adução MCF da 2ª, 4ª


palmares tacarpais e expansões falanges proximais e 5ª falanges
do extensor. e expansões do
extensor

Lumbricais Tendão do flexor profun- Expansões do ex- Flexão (MCF) e exten-


do dos dedos dentro da tensor do lado radial são IFP/IFD da 2ª, 3ª,
palma da mão da 2ª, 3ª, 4ª e 5ª 4ª e 5ª falanges
falanges proximais

REGIÃO DORSAL
músculo origem inserç ão aç ão

Interósseos Duas cabeças em corpos Base da 2ª, 3ª e 4ª Flexão MCP e


dorsais nos metacarpais adja- falanges proximais abdução; extensão
centes e expansões do interfalange proximal
extensor e distal (IFP/IFD) da
2ª, 3ª e 4ª falanges;
adução MCF da 3ª
falange
38 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

MÚSCULOS DO ANTEBRAÇO E PUNHO

REGIÃO POSTERIOR (EXTENSORES)

músculo origem inserç ão aç ão

Extensor do dedo Epicôndilo lateral Aponeurose Extensão do 5º dedo, auxilia


mínimo do úmero extensora do 5º na extensão do punho
dedo

Extensor longo do Meio do corpo da Base da falange Extensão do polegar e abdu-


polegar ulna (lado lateral) distal do polegar ção do punho

Extensor curto do Parte distal do Base da falan- Extensão do polegar e abdu-


polegar corpo do rádio ge proximal do ção do punho
e membrana polegar
interóssea

Extensor comum Epicôndilo lateral Quatro tendões Extensão da 2ª, 3ª, 4ª e 5ª


dos dedos do úmero para a base das falange das articulações
falanges média e metacarpofalangianas/ex-
distal dos quatro tensão do punho/auxilia na
dedos (superfície extensão do cotovelo
dorsal)
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 39

músculo origem inserç ão aç ão

Extensor do índex Terço médio ao Base das falanges Extensão do dedo indicador
(indicador) distal da face pos- média e distal da na articulação metacarpofa-
terior da ulna 2ª falange (super- langiana/auxília na extensão
fície dorsal) do punho

Extensor radial Epicôndilo lateral Base do 3º meta- Extensão e abdução do


curto do carpo do úmero carpal (superfície punho/extensão fraca do
dorsal) cotovelo

Extensor radial Terço inferior da Base do 2º meta- Extensão e abdução do


longo do carpo crista supracon- carpal (superfície punho/ auxilia na extensão
diliana lateral do dorsal) do cotovelo
úmero e epicôndi-
lo lateral

Extensor ulnar do Epicôndilo lateral Base do 5º meta- Extensão do punho/adução


carpo do úmero e olé- carpal (superfície do punho junto com o flexor
crano dorsal) ulnar/auxilia na extensão do
cotovelo
40 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

REGIÃO ANTERIOR (FLEXORES)

músculo origem inserç ão aç ão

Flexor radial Epicôndilo medial do Base do 2º e 3º me- Flexão e abdução


do carpo úmero tacarpais, anterior do punho/ auxilia na
(superfície palmar) flexão do cotovelo

Palmar longo Epicôndilo medial do Aponeurose palmar Flexão do punho/


úmero do 2º, 3º, 4º e 5º auxilia na flexão do
metacarpais cotovelo

Flexor ulnar Epicôndilo medial do úme- Ossos carpais e me- Flexão do punho/adu-
do carpo ro, aspecto posterior da tacarpais (pisiforme, ção do punho junto
ulna proximal (olécrano) hamato e base do 5º com o extensor ulnar/
metacarpal) auxilia na flexão do
cotovelo

Flexor Epicôndilo medial do úme- Cada tendão divi- Flexão dos dedos nas
superficial dos ro, cabeça ulnar (processo de-se e fixa-se nos articulações metacar-
dedos coronoide medial), cabeça lados da falange pofalangianas e inter-
radial (2/3 superiores do média dos quatro falangianas proximais
bordo anterior do rádio) dedos (superfície Flexão do punho
palmar)
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 41

músculo origem inserç ão aç ão

Flexor pro- 3/4 proximais da ulna Base das falanges Flexão dos 4 dedos
fundo anterior e medial distais dos quatro nas articulações
dos dedos dedos metacarpofalangia-
nas, interfalangianas
proximais e distais
Auxilia na flexão do
punho

Flexor longo Superfície anterior média Base da falange Flexão carpometa-


do polegar do rádio e bordo medial distal do polegar carpal do polegar, das
anterior da ulna, próximo (superfície palmar) articulações meta-
distalmente do processo carpofalangianas e
coronoide interfalangianas
Auxilia na flexão do
punho

Abdutor longo Partes distais do rádio, Base do 1º osso Abdução do polegar e


do polegar da ulna e da membrana metacarpal do punho
interóssea
42 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

MÚSCULOS DA REGIÃO DO BRAÇO


ARTICULAÇÃO DO COTOVELO
OU RADIOULNAR

figura 8 Articulação do cotovelo


ou radioulnar.
(a) Vistas anteriores; (b) Vista su-
perior da cabeça do úmero; (c) Vista
inferior da epífise distal do úmero;
(d) Vistas posteriores.
fonte : MARTINI; TIMMONS; TALLITS-
CH, 2006.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 43

MOVIMENTOS DO COTOVELO

figura 9 Movimentos do cotovelo.


fonte : www.jornalevolucao.com.br/
imagens/desafio7.jpg.
44 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

FLEXORES (REGIÃO ANTERIOR)

músculo origem inserç ão aç ão

Bíceps braquial Duas cabeças Tuberosidade do Flexão do cotove-


Cabeça longa: tubérculo su- rádio e aponeuro- lo/supinação do
praglenoide acima do lábio se bicipital antebraço e auxilia
superior da fossa glenoide na flexão da arti-
Cabeça curta: processo culação do ombro
coracoide da escápula e
do lábio superior da fossa
glenoide

Braquial Metade distal da porção Processo coronoi- Flexão verdadeira


anterior do úmero de da ulna do cotovelo

Braquiorradial Dois terços distais da crista Superfícies la- Flexão do coto-


condiloide (supracondilar) terais da extre- velo/pronação da
lateral do úmero midade distal do posição supinada
rádio, no processo para neutra e
estiloide supinação da posi-
ção pronada para
neutra
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 45

EXTENSORES (REGIÃO POSTERIOR)

músculo origem inserção ação

Tríceps Cabeça longa: Processo olecra- Todas as cabeças:


Tubérculo infraglenoide no da ulna Extensão do cotovelo
abaixo do lábio inferior da Cabeça longa:
fossa glenoide da escápula Extensão e adução da
Cabeça lateral: articulação do ombro
Metade superior da superfí-
cie posterior do úmero
Cabeça medial:
Dois terços distais da super-
fície posterior do úmero

Ânconeo Superfície posterior do côn- Superfície poste- Extensão do cotovelo


dilo lateral do úmero rior do processo
olécrano da ulna
46 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

MÚSCULOS QUE SE LOCALIZAM NA REGIÃO DO ANTEBRAÇO

músculo origem inserção ação

Pronador Parte distal da crista Terço médio da Pronação do ante-


redondo condiloide medial do superfície lateral do braço e auxilia na
úmero e porção medial rádio flexão do cotovelo
da ulna

Pronador Quarto distal do lado Quarto distal do Pronação do ante-


quadrado anterior da ulna lado anterior do braço
rádio

Supinador Metade distal da porção Processo coronoide Flexão verdadeira do


anterior do úmero da ulna cotovelo e supinação
do antebraço
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 47

CINTURA ESCAPULAR
Encontros ósseos da cintura escapular denominada, nos anos 60, 70, 80 e 90, como omoplata (escápula).

figura 10 Úmero e escápula.


fonte : NETTER, 2000.
48 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

figura 11 Articulação
esternoclavicular.
fonte : NETTER, 2000.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 49

MOVIMENTOS DA ESCÁPULA (ESCAPULO-COSTAL):


• Adução ou retração;

• Abdução ou protração;

• Rotação superior ou para cima;

• Rotação inferior ou para baixo;

• Elevação;

• Depressão;

• Báscula anterior e posterior.


50 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

músculo origem inserç ão aç ão

Trapézio Fibras superiores: Fibras superiores: Fibras superiores:


Base do crânio, protube- Aspecto posterior Elevação da escápula/
rância occipital e ligamen- do terço lateral da extensão da cabeça e do
tos posteriores do pescoço clavícula pescoço
Fibras médias: Fibras médias: Fibras médias:
Processos espinhosos da Bordo medial do Elevação, rotação para
7ª vértebra cervical e das processo acromial cima e adução da es-
três vértebras torácicas e bordo superior da cápula
Fibras inferiores: espinha escapular Fibras inferiores:
Processos espinhosos que Fibras inferiores: Depressão, adução e
vão da 4ª a 12ª vértebras Espaço triangular rotação para cima da
torácicas da base da espinha escápula
escapular

Elevador da Processo transverso das Bordo medial da Eleva a margem medial


escápula quatro vértebras cervicais escápula acima da da escápula
superiores base da espinha
escapular
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 51

músculo origem inserç ão aç ão

Romboides Processo espinhoso da Bordo medial da Adução (retração)/rota-


maior e última vértebra cervical e escápula abaixo da ção inferior e elevação
menor principais cinco vértebras espinha
torácicas

Serrátil Superfície das nove coste- Aspecto anterior do Abdução (protração), as


anterior las superiores do lado do comprimento total fibras mais compridas e
tórax do bordo medial da inferiores fazem a rota-
escápula ção superior

Peitoral Superfícies anteriores da Processo coracoide Abdução (protração)/ro-


menor 3ª e 5ª costelas da escápula tação inferior e depres-
são escapular

Subclávio Aspecto superior da pri- Sulco inferior na Estabilização e proteção


meira costela, na junção porção média da da articulação esterno-
com a sua cartilagem clavícula clavicular/ depressão
costal
52 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

MOVIMENTOS DO OMBRO (GLENOUMERAL):


• Flexão do ombro;

• Extensão do ombro;

• Adução;

• Abdução;

• Flexão ou adução horizontal ou anteropulsão;

• Extensão ou abdução horizontal ou retropulsão;

• Hiperextensão;

• Hiperflexão;

• Rotação interna ou medial;

• Rotação externa ou lateral;

• Circundução.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 53

músculo origem inserç ão aç ão

Deltoide Fibras anteriores: Tuberosidade Fibras anteriores:


Terço lateral anterior deltoide no úmero Abdução, flexão, adução
da clavícula lateral horizontal e rotação interna
Fibras médias: da glenoumeral
Aspecto lateral do Fibras médias:
acrômio Abdução da glenoumeral
Fibras posteriores: Fibras posteriores:
Borda inferior da Abdução, extensão, abdução
espinha da escápula horizontal e rotação externa
da glenoumeral

Coracobra- Processo coracoide da Meio do bordo Flexão e adução e adução


quial escápula medial do eixo horizontal da glenoumeral
umeral

Supraespi- Dois terços mediais Superiormente, no Abdução e flexão fraca e


nhoso da fossa supraespi- tubérculo maior estabilização da cabeça do
nhosa do úmero úmero na fossa glenoide
54 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

músculo origem inserç ão aç ão

Infraespinhoso Aspecto medial da Posteriormente, Rotação externa, abdução


fossa infraespinhosa no tubérculo horizontal e extensão da
logo abaixo da espi- maior do úmero glenoumeral/estabilização
nha da escápula da cabeça do úmero na fossa
glenoide

Redondo Posteriormente, nos Posteriormente, Rotação externa, abdução


menor aspectos superior e no tubérculo horizontal e extensão da
médio do bordo late- maior do úmero glenoumeral/estabilização
ral da escápula da cabeça do úmero na fossa
glenoide

Subescapular Toda a superfície Tubérculo menor Rotação interna, adução,


anterior da fossa do úmero extensão da glenoumeral
subescapular e estabilização da cabeça
umeral na fossa glenoide

Redondo maior Posteriormente, no Lado medial do Extensão da glenoumeral


terço inferior do bor- sulco intertuber- (principalmente da posição
do lateral da escápula, cular do úmero flexionada para estendida
logo acima do ângulo posteriormente/rotação
inferior interna e adução)
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 55

músculo origem inserç ão aç ão

Grande dorsal Crista posterior do Lado medial do Adução, extensão, rotação


ílio e das costas do sulco intertuber- interna e abdução horizontal
sacro e processos cular do úmero da glenoumeral
espinhosos das vérte-
bras lombares e seis
vértebras torácicas
inferiores (T6-12)

Peitoral maior Fibras superiores Tendão plano Fibras superiores:


(cabeça clavicular): com largura de Rotação interna, adução
Metade medial da 5 a 8cm no lábio horizontal, flexão, abdução
superfície anterior da externo do sulco e adução (abaixo e acima de
clavícula intertubercular do 90º) da glenoumeral
Fibras inferiores úmero Fibras inferiores:
(cabeça esternal): Rotação interna, adução ho-
Superfícies anteriores rizontal, extensão e adução
da cartilagem costal da glenoumeral
das seis primeiras
costelas e porção
adjacente do esterno
56 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

MANGUITO ROTADOR
• Desempenha importante papel na manutenção da cabeça do úmero
no lugar certo dentro da cavidade glenoide.

• Dica para memorizar: SIRS (Supraespinhoso, infraespinhoso, redondo


menor e subescapular).

• Muito utilizado em atividades repetitivas de suspensão acima da


cabeça (arremessar e nadar).
4 ESTUDO CINESIOLÓGICO DOS MEMBROS INFERIORES

ANATOMIA MUSCULAR

figura 12 Anatomia muscular.


fonte : NETTER, 2000.
58 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

figura 13 Membros inferiores.


fonte : NETTER, 2000.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 59

MOVIMENTOS DO QUADRIL:
• Flexão do quadril ou coxofemoral.

• Extensão do quadril ou coxofemoral.

• Rotação interna do quadril ou medial.

• Rotação externa do quadril ou lateral.

• Adução do quadril ou coxofemoral.

• Abdução do quadril ou coxofemoral.

• Que outros movimentos o quadril realiza?

• Circundução.
60 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

FLEXORES DO QUADRIL

músculo origem inserç ão aç ão

Sartório Espinha ilíaca Côndilo medial anterior Flexão do quadril e


anterossuperior e da tíbia joelho/rotação exter-
incisura logo abaixo na da coxa quando
da espinha flexiona quadril e
joelho, abdução do
quadril

Reto femoral Reto da coxa – duas Reto – aspecto superior Flexão do quadril e
cabeças: da patela e tendão pate- extensão do joelho
Anterior – espinha lar sobre a tuberosidade
ilíaca anteroinferior; tibial
Posterior – borda do
acetábulo

Iliopsoas Ilíaco – fossa ilíaca Ilíaco e psoas maior: Flexão do quadril e


Ilíaco(ílio)psoas Psoas maior – pro- Trocânter menor do fê- rotação externa do
maior cessos costiformes mur e haste logo abaixo fêmur
de todas as vértebras Psoas menor:
lombares Linha pectínea e emi-
nência iliopectínea
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 61

músculo origem inserç ão aç ão

Pectíneo Espaço de 2,5cm de Linha áspera que vai Flexão, adução e


largura na frente do desde o trocânter menor rotação interna do
púbis, logo acima da até a linha áspera do quadril
crista fêmur

Tensor da fáscia Crista ilíaca anterior A 1/4 do trajeto entre a Abdução e flexão do
lata (TFL) e superfície do ílio coxa e o trato iliotibial, quadril
logo abaixo da crista que, por sua vez, se Tendência a girar
insere no tubérculo de internamente o
Gerdy do côndilo tibial quadril quando ele
anterolateral se flexiona
62 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

EXTENSORES DO QUADRIL

músculo origem inserç ão aç ão

Bíceps da coxa Porção longa: Côndilo lateral da Extensão do quadril


Tuberosidade isquiática tíbia e cabeça da Flexão e rotação
Porção curta: fíbula externa do joelho
Metade inferior da linha
áspera do fêmur e metade
condiloide lateral

Semitendinoso Tuberosidade isquiática Porção proximal da Extensão e rotação


face medial do corpo interna do quadril
da tíbia Flexão e rotação
interna do joelho

Semimembra- Tuberosidade isquiática Porção proximal da Extensão e rotação


noso face medial da tíbia interna do quadril
Flexão e rotação
interna do joelho

Glúteo 1º quarto posterior da Crista oblíqua na Extensão, abdução e


máximo crista do ílio, superfície superfície lateral rotação externa do
posterior do sacro e cóxi do trocânter maior quadril
próximo ao ílio e à fáscia e banda iliotibial da Fibras anteriores
da área lombar fáscia lata ajudam na adução
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 63

ADUTORES DO QUADRIL

músculo origem inserç ão aç ão

Adutor Borda do ramo inteiro do pú- Todo o comprimento da Adução do quadril


magno bis e do ísquio e tuberosidade linha áspera do fêmur, e rotação interna
isquial crista condiloide interna quando o quadril é
e tubérculo adutor aduzido

Adutor Púbis anterior logo abaixo da Terço médio da linha Adução do quadril
longo crista áspera do fêmur auxilia na flexão
do quadril

Adutor Frente do ramo púbico infe- 2/3 inferiores da linha Adução do quadril
curto rior, logo abaixo da origem do pectínea e metade e rotação externa
músculo adutor longo superior do lábio medial quando aduz o
da linha áspera do fêmur quadril

Grácil Margem inferior da sínfese Superfície medial ante- Adução do qua-


púbica rior da tíbia abaixo do dril/auxilia na
côndilo flexão e rotação
interna do joelho

Pectíneo Já mencionado nos flexores.


Flexão, adução e rotação
interna do quadril.
64 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

ABDUTORES DO QUADRIL

músculo origem inserç ão aç ão

Glúteo médio Superfície lateral Superfície posterior Abdução do quadril


do ílio e média do trocânter e rotação interna
Logo abaixo da crista maior do fêmur quando o quadril
é abduzido (fibras
posteriores) e rota-
ção interna (fibras
anteriores)

Glúteo mínimo Superfície lateral Superfície anterior Abdução do quadril


do ílio do trocânter maior e rotação interna
do fêmur quando o fêmur é
abduzido

TFL Já mencionado nos


flexores
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 65

GRUPO DOS ROTADORES EXTERNOS

músculo origem inserç ão aç ão

Piriforme, gêmeo Sacro anterior, Aspecto superior e Rotação externa do


superior e inferior, porções anteriores posterior do trocân- quadril
obturador interno e do ísquio e forame ter maior do fêmur
externo e quadrado obturador
da coxa

Glúteo máximo, adu- Já mencionado nos


tor curto, iliopsoas, outros grupos
Bíceps Femoral cabe-
ça longa e sartório
66 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

ARTICULAÇÃO DO JOELHO

(d)

figura 14 Articulação do jo-


elho. (a) Secção sagital do jo-
(a) (b)
elho direito. (b) Vista anterior
da articulação do joelho direito
em leve flexão, mostrando os
ligamentos cruzados. A cápsula
articular foi removida; o tendão
do quadríceps aparece seccio-
nado e rebatido distalmente. (c)
Vista anterior do joelho direito.
(d) Fotografia de uma articulação
do joelho aberta correspondente
à vista de (b). (e) Vista posterior
superficial dos ligamentos que
reforçam a articulação do joelho.
(c) (e) fonte : MARRIEB, 2009.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 67

PERNA (TIBIOTÁRSICA OU TALOCRURAL) Flexores do joelho


Os movimentos realizados são flexão plantar e dorsiflexão; inversão Semitendinoso, semi-
e eversão são movimentos do pé. membranoso, grácil e bí-
ceps femoral.

Extensores do joelho
Quadríceps nas quatro
porções: vastos laterais,
intermédio e medial, reto
femoral.

Rotadores internos
Semitendinoso, semi-
membranoso, grácil.

Rotadores externos
Bicéps femoral, cabeça
longa e sartório.

figura 15 Músculos que


movimentam tornozelo e pé.
fonte : NETTER, 2000.
68 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

músculo origem inserç ão aç ão

Fibular longo Cabeça e 2/3 superiores Cuneiforme medial e Eversão do pé


da superfície lateral da 1º metatársico Auxilia na flexão plantar
fíbula

Fibular curto 2/3 distais (inferiores) Tuberosidade (base) Eversão do pé


da fíbula do 5º metatársico Auxilia na flexão plantar

Fibular 1/3 distal (inferior) da Base do 4º ou 5º Eversão e flexão dorsal


terceiro fíbula metatársico do tornozelo

Tibial 2/3 superiores da super- 1º metatársico e Dorsiflexão do tornozelo


anterior fície lateral da tíbia cuneiforme medial e inversão do pé

Tibial Face posterior da tíbia Navicular, cuneifor- Flexão plantar do


posterior e fíbula, e membrana mes e 2º a 4º metatá- tornozelo e inversão
interóssea rsicos do pé
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 69

músculo origem inserç ão aç ão

Flexor longo Face posterior média da Falange distal dos Flexiona a falange distal
dos dedos tíbia dedos II a V dos dedos II a V

Flexor longo Face posterior distal da Falange distal do Flexiona a falange distal
do hálux fíbula hálux do hálux e auxilia na fle-
xão plantar e inversão

Gastrocnêmio Cabeça lateral: Superfície posterior Flexão plantar


Superfície posterior do do calcâneo (ambos O músculo gastrocnê-
côndilo lateral do fêmur formam o tendão de mio faz flexão do joelho
Cabeça medial: Aquiles) por ser um músculo
Superfície posterior do biarticular
côndilo medial do fêmur

Sóleo Superfície posterior da Superfície posterior Flexão plantar do


fíbula proximal e dois do calcâneo (ambos tornozelo
terços proximais da su- formam o tendão de
perfície tibial posterior Aquiles)
70 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

músculo origem inserç ão aç ão

Plantar Face poplítea do fêmur Tendão do calcâneo Auxilia na flexão de jo-


elho e na flexão plantar
do tornozelo

Poplíteo Superfície posterior do Superfície medial Flexão e rotação interna


côndilo lateral do fêmur, posterior da tíbia do joelho
cápsula fibrosa e menis-
co lateral do joelho

Extensor 2/3 médio da superfície Falange distal do Extensor do hálux


longo do medial da fíbula hálux Auxilia na dorsiflexão
hálux do tornozelo e inversão
do pé

Extensor Fíbula (proximalmente), Falanges média e Extensão dos dedos


longo dos côndilo lateral da tíbia e distal dos 4 dedos Eversão do pé e flexão
dedos membrana interóssea laterais dorsal do tornozelo
5 PRANCHAS PRÁTICAS

REGIÃO SUPERIOR

REGIÃO ANTERIOR

fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
72 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

REGIÃO POSTERIOR

fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 73

fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
74 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 75

fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
76 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 77

fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
78 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 79

REGIÃO INFERIOR

fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
80 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 81

fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
82 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 83

fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
84 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a

fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 85

fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
REFERÊNCIAS

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15 jun. 2008.
CLÍNICA E CIRURGIA DO JOELHO. Imagem, Joelho. Disponível em:<http://www.clinicaecirurgiadojoelho.
com.br/clinica/o-joelho.html>. Acesso em: 15 jun. 2008.
GEOCITIES. Imagens, Ossos. Disponível em: <www.geocities.com/osteologia2003/umero.jpg>. Acesso
em: 15 jun. 2008.
GRAAF, Kent M. Van De. Anatomia humana. 6. ed. São Paulo: Manole, 2003.
JORNAL LIVRE. Imagem, Classificação das articulações. Disponível em: <www.jornallivre.com.br>. Acesso
em: 15 jun. 2008.
MARIEB, Elaine N.; HOEHN, Katja. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
MARTINI, Frederic H.; TIMMONS, Michael J.; TALLITSCH, Robert B. Anatomia Humana + Atlas Do Corpo
Humano. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
MEDILLUST. Grande atlas do corpo humano. Anatomia, histologia, patologias. São Paulo: Manole, 2007.
MIRANDA, Edalton. Bases de anatomia e cinesiologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2001.
NETTER, Frank H. Atlas de anatomia humana. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
RASCH, Philip J. Cinesiologia e anatomia aplicada. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991.
THOMPSOM, Clem W.; FLOYD, R.T. Manual de cinesiologia estrutural. 14. ed. São Paulo: Manole, 2002.
TIP O G R A FI A PT Sans
NÚMERO DE PÁGIN A S 88
ANO 2015

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