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Jorge Campos da Costa | Editor-Chefe
Jorge Luis Nicolas Audy | Presidente
Lauro Kopper Filho
ESTUDANDO
CINESIOLOGIA BÁSICA APLICADA
À EDUCAÇÃO FÍSICA
Demétrius Cavalcanti Brandão
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, especialmente por sistemas gráficos, microfílmicos,
fotográficos, reprográficos, fonográficos, videográficos. Vedada a memorização e/ou a recuperação total ou parcial, bem como a inclusão de qualquer parte
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e indenizações diversas (arts. 101 a 110 da Lei 9.610, de 19.02.1998, Lei dos Direitos Autorais).
DE DICO E S TA H U MILDE OBR A a todos os alunos
e ex-alunos que me incentivaram a publicar este
livro, a minha esposa (Juliana Leite Soares) e minhas
filhas (Ana Júlia e Ana Elise), que compreenderam
a minha ausência enquanto escrevia essa obra.
AGRADECIMENTOS
Prefácio 11
Introdução 17
1. Planos e eixos do corpo humano 21
2. Classificação das articulações 25
3. Estudo cinesiológico dos membros superiores 33
4. Estudo cinesiológico dos membros inferiores 57
5. Pranchas práticas 71
Referências 87
PREFÁCIO
a história dos profissionais da Educação Física no Brasil até nossos dias é a história da luta pela
afirmação da identidade profissional. O estudo sobre professores de Educação Física no país tem
sido nos últimos anos bastante abundante a respeito do perfil dos profissionais, da motivação para
o trabalho, das competências assumidas e dos novos rumos que vem tomando a profissão de Edu-
cador Físico. Por esse motivo, vejo com satisfação a iniciativa do Professor Demétrius em publicar
Estudando Cinesiologia Básica Aplicada à Educação Física, uma obra tão importante para o mundo da
ciência, em particular para o mundo da Educação Física.
Acredito que sua iniciativa já era esperada por seus pares, alunos, professores e toda a comunidade
acadêmica, pois quem o conhece sabe da sua determinação e compromisso com o conhecimento
científico. Conheci o Professor Demétrius Cavalcanti Brandão há mais de quinze anos, quando tive a
oportunidade de coordenar dois cursos superiores de Educação Física no Ceará e, naquele momento,
pude constatar o trabalho de um grande profissional no exercício da docência, preparando suas
aulas, organizando seu material didático, encaminhando os alunos para os diversos laboratórios e
fazendo suas anotações em apostilas e publicações de artigos.
A formação profissional do professor de Educação Física sempre exigirá um investimento compe-
tente, crítico na dimensão do conhecimento, pois, quando olhamos para os processos de formação
12 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a
conhecimento sobre os movimentos corporais do ser humano. Imagino que nós, professores de
Educação Física, não podemos de maneira alguma desconhecer a Cinesiologia e suas implica-
ções básicas para todos aqueles que vão de maneira direta ou indireta lidar com as questões da
corporeidade e do movimento humano.
Aproveito a oportunidade para parabenizar o Professor Demétrius Cavalcante Brandão por
essa relevante iniciativa, lembrando que ser professor de Educação Física é se deparar com vários
desafios e situações de ensino que são peculiares à nossa área, como, por exemplo, as condições
das instalações esportivas, a inexistência do material didático nas escolas, a indefinição dos horá-
rios para a prática da Educação Física, a disputa por espaços na escola, a desmotivação dos alunos
e também de muitos profissionais, a não valorização das aulas de Educação Física no ambiente
escolar, a inexistência de políticas públicas para a Educação Física. Mas tudo isso pode ser supe-
rado quando somos capazes de construir e adquirir uma consciência da necessidade da aquisição
da competência do conhecimento, quando somos capazes de estudar, quando somos capazes de
adquirir uma consciência ética, quando somos capazes de trabalhar com honestidade e adquirir
também uma consciência política.
Não podemos perder de vista que a atividade profissional de todo professor possui uma na-
tureza pedagógica que perpassa desde os conhecimentos por ele adquiridos na sua formação aos
modos como esses conhecimentos serão transmitidos no exercício da sua ação docente. É nesse
instante em que os conteúdos do saber se elaboram e se reelaboram dialeticamente em busca de
sua materialização que é a própria aula e os processos de aprendizagem dos alunos.
14 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a
Os modelos que reproduzimos como forma de aula muitas vezes são inspirados em modelos
obtidos através dos professores que nos ensinaram no ensino superior em nossas universidades ou
em nossas escolas básicas. Fica aqui minha reflexão a todos que são ou foram alunos do Professor
Demétrius Brandão. Valorizem o trabalho do professor, reflitam sobre sua caminhada e vejam
que todo o sucesso não ocorre por acaso. Somos sujeitos da história, e ela é a nossa companheira,
e todos nós precisamos olhar para as pessoas e suas trajetórias, e nesse olhar também refletir
sobre as nossas vidas e nossos sucessos. Parabéns, Professor Demétrius Cavalcante Brandão.
Outro aspecto relevante é sobre os sistemas de alavanca. São assim denominados os ossos,
os músculos e as articulações quando sofrem a ação de uma determinada resistência, exercendo,
dessa forma, uma determinada força que faz com que dada articulação se movimento. A partir
desse entendimento, podem-se analisar as denominadas cadeias musculares, que a biomecânica
classifica como abertas e fechadas.
Por último, o entendimento de todos esses aspectos possibilitará a análise da marcha e de
diversos outros movimentos do cotidiano, bem como das atividades físicas desportivas.
Esperamos que vocês se deliciem com a leitura.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 19
20 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a
1 PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO
Diversos autores classificam os planos da seguinte forma (rasch, 1991; thompsom; floyd, 2002):
Adução e abdução
Plano frontal
Flexões laterais da coluna
Exemplos:
Plano sagital
Flexão e extensão (cotovelo), hiperextensão (ombro), abdução/adução (polegar), anteroversão e
retroversão pélvica, nutação e contranutação (sacro), flexão plantar e dorso (flexão).
Plano frontal
Abdução e adução da escapuloumeral, flexão lateral direita/esquerda do tronco, desvio ulnar e radial
do punho, flexão/extensão da cabeça, inversão/eversão (pé), protação/retração (escapulocostal), ele-
vação/depressão (pelve e escapulocostal), rotação superior e inferior do escapulocostal.
Plano horizontal
Rotação ou giro, pronação/supinação (rádio/ulnar), flexão/extensão horizontal ou adução/abdução
horizontal (ombro), com o joelho flexionado (rotação ou giro).
2 CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES
TIPOS DE OSSOS
Os ossos podem ser classificados como:
Suturas:
• Dentadas;
• Escamosas;
• Planas;
• Esquindilezes: crista que se introduz na goteira vômer e esfenoide;
• Gonfoses: articulações fibrosas que ocorrem entre cavidades e saliências (p. ex., dentes);
• Sindesmoses: articulações fibrosas ligadas por fibras colágenas ou lâminas de tecido fibroso,
membrana interóssea (p. ex., rádio e ulna).
Sinartroses (imóveis/sinoviais):
• Cavidade articular: é um espaço virtual onde se encontra o líquido sinovial, que permite o
deslizamento com um mínino de atrito e desgaste.
28 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a
• Cápsula articular: espécie de manguito que envolve a articulação, prendendo-se nos ossos
que se articulam.
• Cartilagem articular (cartilagem hialina): representa a porção do osso que não foi invadida
pela ossificação.
• Membrana sinovial: é a mais interna das camadas da cápsula articular encarregada da pro-
dução da sinóvia.
Radioulnar Trocoide
Glenoumeral Esferoide
Escapulocostal Plana
Coxofemoral Esferoide
Fêmur-tibial Gínglimo
Talocrural Gínglimo
figura 6 Articulação do
antebraço e punho.
fonte : NETTER, 2000.
A articulação do punho
é condiloide e permite
flexão, extensão, adução
e abdução. As interfalan-
geanas são ginglimoides.
34 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a
figura 7 Articulação do
antebraço e punho.
fonte : NETTER, 2000.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 35
REGIÃO TENAR
REGIÃO HIPOTENAR
REGIÃO DORSAL
músculo origem inserç ão aç ão
Extensor do índex Terço médio ao Base das falanges Extensão do dedo indicador
(indicador) distal da face pos- média e distal da na articulação metacarpofa-
terior da ulna 2ª falange (super- langiana/auxília na extensão
fície dorsal) do punho
Flexor ulnar Epicôndilo medial do úme- Ossos carpais e me- Flexão do punho/adu-
do carpo ro, aspecto posterior da tacarpais (pisiforme, ção do punho junto
ulna proximal (olécrano) hamato e base do 5º com o extensor ulnar/
metacarpal) auxilia na flexão do
cotovelo
Flexor Epicôndilo medial do úme- Cada tendão divi- Flexão dos dedos nas
superficial dos ro, cabeça ulnar (processo de-se e fixa-se nos articulações metacar-
dedos coronoide medial), cabeça lados da falange pofalangianas e inter-
radial (2/3 superiores do média dos quatro falangianas proximais
bordo anterior do rádio) dedos (superfície Flexão do punho
palmar)
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 41
Flexor pro- 3/4 proximais da ulna Base das falanges Flexão dos 4 dedos
fundo anterior e medial distais dos quatro nas articulações
dos dedos dedos metacarpofalangia-
nas, interfalangianas
proximais e distais
Auxilia na flexão do
punho
MOVIMENTOS DO COTOVELO
CINTURA ESCAPULAR
Encontros ósseos da cintura escapular denominada, nos anos 60, 70, 80 e 90, como omoplata (escápula).
figura 11 Articulação
esternoclavicular.
fonte : NETTER, 2000.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 49
• Abdução ou protração;
• Elevação;
• Depressão;
• Extensão do ombro;
• Adução;
• Abdução;
• Hiperextensão;
• Hiperflexão;
• Circundução.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 53
MANGUITO ROTADOR
• Desempenha importante papel na manutenção da cabeça do úmero
no lugar certo dentro da cavidade glenoide.
ANATOMIA MUSCULAR
MOVIMENTOS DO QUADRIL:
• Flexão do quadril ou coxofemoral.
• Circundução.
60 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a
FLEXORES DO QUADRIL
Reto femoral Reto da coxa – duas Reto – aspecto superior Flexão do quadril e
cabeças: da patela e tendão pate- extensão do joelho
Anterior – espinha lar sobre a tuberosidade
ilíaca anteroinferior; tibial
Posterior – borda do
acetábulo
Tensor da fáscia Crista ilíaca anterior A 1/4 do trajeto entre a Abdução e flexão do
lata (TFL) e superfície do ílio coxa e o trato iliotibial, quadril
logo abaixo da crista que, por sua vez, se Tendência a girar
insere no tubérculo de internamente o
Gerdy do côndilo tibial quadril quando ele
anterolateral se flexiona
62 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a
EXTENSORES DO QUADRIL
ADUTORES DO QUADRIL
Adutor Púbis anterior logo abaixo da Terço médio da linha Adução do quadril
longo crista áspera do fêmur auxilia na flexão
do quadril
Adutor Frente do ramo púbico infe- 2/3 inferiores da linha Adução do quadril
curto rior, logo abaixo da origem do pectínea e metade e rotação externa
músculo adutor longo superior do lábio medial quando aduz o
da linha áspera do fêmur quadril
ABDUTORES DO QUADRIL
ARTICULAÇÃO DO JOELHO
(d)
Extensores do joelho
Quadríceps nas quatro
porções: vastos laterais,
intermédio e medial, reto
femoral.
Rotadores internos
Semitendinoso, semi-
membranoso, grácil.
Rotadores externos
Bicéps femoral, cabeça
longa e sartório.
Flexor longo Face posterior média da Falange distal dos Flexiona a falange distal
dos dedos tíbia dedos II a V dos dedos II a V
Flexor longo Face posterior distal da Falange distal do Flexiona a falange distal
do hálux fíbula hálux do hálux e auxilia na fle-
xão plantar e inversão
REGIÃO SUPERIOR
REGIÃO ANTERIOR
fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
72 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a
REGIÃO POSTERIOR
fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 73
fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
74 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a
fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 75
fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
76 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a
fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 77
fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
78 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a
fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 79
REGIÃO INFERIOR
fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
80 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a
fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 81
fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
82 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a
fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 83
fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
84 e s t u da n d o c i n e s i o l o g i a b á s i c a a p l i c a da à e d u c aç ão fí s i c a
fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
d e m é t r i u s c ava l c a n t i b r a n dão 85
fonte : Laboratório
de Anatomia FCC.
REFERÊNCIAS
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15 jun. 2008.
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NETTER, Frank H. Atlas de anatomia humana. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
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THOMPSOM, Clem W.; FLOYD, R.T. Manual de cinesiologia estrutural. 14. ed. São Paulo: Manole, 2002.
TIP O G R A FI A PT Sans
NÚMERO DE PÁGIN A S 88
ANO 2015