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Aeronáutica, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências no
Curso de Física Atômica e Molecular.
Campo Montenegro
São José dos Campos, SP – Brasil
2007
2
Tese de mestrado – Curso de Física Atômica e Molecular. Instituto Tecnológico de Aeronáutica, 2007.
Orientador: Prof. D.C. José Silvério Edmundo Germano
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CESSÃO DE DIREITOS
É concedida ao Instituto Tecnológico de Aeronáutica permissão para reproduzir cópias desta tese e para
emprestar ou vender cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos. O autor reserva outros direitos de
publicação e nenhuma parte desta tese pode ser reproduzida sem a autorização do autor.
Banca Examinadora:
ITA
4
DEDICATÓRIA
Amo vocês...
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço a DEUS pela generosidade em dar-me condições físicas e mentais para realizar este
trabalho e deixá-lo para outros pesquisadores, pois tendo em vista que já escrevi um livro, tive
um filho e plantei uma árvore, deixo nas mãos sábias deste grande arquiteto as conseqüências
Ao meu orientador Prof. D.C. José Silvério Edmundo Germano que acreditou no que outros
Aprendi com ele que é certo dizer que a incerteza é uma excelente teoria.
Ao meu co-orientador Prof. Dr. Jayr de Amorim Filho que colaborou para a finalização deste
projeto, compreendendo o meu esforço em dividir o pouco tempo disponível entre o trabalho
e a vida acadêmica. Além da atenção dispensada e da ajuda fraternal num dos momentos mais
difíceis nesta caminhada, tenho por ele uma admiração pessoal e profissional, pois várias
Também devo um crédito especial ao Prof. Homero Santiago Maciel que soube iluminar o
incentivo e esperança.
Ao Prof. Dr. Carlos de Moura Neto agradeço a acolhida no ITA e toda a orientação prestada
Enfim, precisaria de uma enormidade de páginas para ser justo com todos aqueles que
Saibam que sou eternamente grato a todos pela paciência e tolerância, principalmente pela
Gostaria apenas de citar algumas pessoas que conviveram comigo durante este período de luta
memoriam), Atílio Debatin, Benedito Carlos de Oliveira Maciel, Bety Jardinovisk, Carlos
Américo Domeneghetti Badia, Cido Hesler, Dr. Honório Roberto Yamaguti, Dr. José
Travassos, Dr. Paulo Sant‟ana, Dra. Érica Akemi Takahashi, Felipe Spir, Geraldo Lopes da
Silva, Helena Singer, Hélio Colaço, Hélio Majtlis, José Carlos Dias Rodrigues, José Carlos
Vitorino, José Gouvêa de Souza (in memoriam), José Lemesin, José Pereira da Silva Junior,
João Carlos Rodrigues dos Santos, Loris Tedechi, Luiz Henrique Arantes, Luiz Yoshio Ono,
Marcelo Machado, Marco Matarassi, Maurício Capra, Mário Assef, Nilton Campos Pereira,
Nizam Omar, Oficial Pedro Rodrigues, Oswaldo Fernandes, Paulo Pereira Lopes, Prof. Dr.
Arnaldo Dal Pino Junior, Prof. Dr. Arthur Hyppólito de Moura, Prof. Dr. Brett Vern Carlson,
Prof. Dr. Jakow Grajew, Prof. Dr. José Tolovi Jr., Prof. Dr. Vakulathil Abdurahiman (in
memoriam), Prof. Dr. Waldemar Setzer, Prof. Edson Nakamura, Prof. PhD. Rogério da Costa,
Profa. Dra. Claudete Moreno, Dr. Raul Gipsztejn, Prof. Dr. Reynaldo Marcondes, Severino
Carlos de Oliveira Filho, Sylvio Cimino, Sônia Lopes da Silva, Valdeci Pereira da Silva,
EPÍGRAFES
RESUMO
A partir da análise da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional percebemos que existe
uma lacuna entre a aplicação dos conceitos de competências e habilidades como objetivos
educacionais para o ensino básico e a aplicação destes mesmos conceitos no ensino superior.
universidades e as propostas pedagógicas ofertadas, que mantêm nos seus currículos conceitos
Na prática, verificamos que falta uma abordagem que valorize os saberes individuais e
coletivos a partir do conceito de competências com base na LDB, inexistente nas diversas
Desta forma, o mapeamento das competências curriculares no ensino da Física como proposta
uma nova abordagem na definição dos conteúdos pedagógicos do ensino superior, bem como
Para isto, desenvolvemos um sistema na Internet que foi posteriormente aplicado nos alunos
matéria de Física no segundo semestre de 2006, servindo de estudo de caso para a coleta,
ABSTRACT
Taking the "LDB – Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional" as the starting point, we
observe that there is a gap in the application of the concepts of competences and abilities as a
basic principle to direct educational objectives for elementary school teaching when compared
It is also true that there is a distance between the expectations of the students accepted in
universities and the pedagogic proposals that are offered, which maintain in their curricula
concepts and knowledge that are out-of-date compared to practices of the market, as well as,
of social demands.
In practice, we verified the lack of an approach that values individual and collective
knowledge, based on the LDB concept of competences, inexistent in the tools that permit the
Thus, the mapping of curricular competences in Physics teaching as a means for the
improvement of the learning process is the proposal of this work for a new approach in the
For this, a system was developed in the Internet and applied in the Physics course of the first
year engineering students at ITA, as a case study, serving as tool for the collection,
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 4 – Porcentual médio de candidatos inscritos por Estado entre 2003 e 2007 ............... 60
Figura 6 – Resultado Geral do ENC do ITA entre 1996 e 2003 por curso .............................. 63
Figura 7 – Resultado do ENC do ITA no curso de Engenharia Civil entre 1996 e 2003 ......... 64
Figura 8 – Resultado do ENC do ITA no curso de Engenharia Elétrica entre 1998 e 2003 .... 64
Figura 9 – Resultado do ENC do ITA no curso de Engenharia Mecânica entre 1999 e 2003 . 65
Figura 32 – Gráfico percentual total de acertos dos alunos por exame .................................. 154
Figura 33 – Gráfico percentual total de acertos dos alunos por competências ...................... 154
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Percentual de crescimento por cursos no ITA entre 2003 e 2007 .......................... 61
Tabela 2 – Relação de conteúdos e disciplinas ministradas no ITA entre 1993 e 2003 ......... 169
Tabela 3 – Listagem geral das pontuações dos alunos no sistema ......................................... 170
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IE – Internet Explorer
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 16
1.1 A Motivação ........................................................................................................... 16
1.2 A Legislação ........................................................................................................... 18
1.3 Dos Saberes ............................................................................................................ 22
1.4 A Descontinuidade ................................................................................................. 33
1.5 A Desconexão ........................................................................................................ 35
1.6 O Problema............................................................................................................. 40
2 METODOLOGIA ......................................................................................................... 47
2.1 Tipologia de Estudo ............................................................................................... 47
2.2 Caracterização das Variáveis ................................................................................. 48
2.3 Fatores Condicionantes .......................................................................................... 49
2.4 Planejamento Operacional da Pesquisa .................................................................. 49
3 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 52
3.1 Diversidade e Coletivo ........................................................................................... 52
3.2 Escopo e Exceções ................................................................................................. 54
3.3 O Ambiente Acadêmico ......................................................................................... 56
3.4 Ingresso e Competitividade .................................................................................... 58
3.5 Hermetismo do Programa de Curso ....................................................................... 65
3.6 Os Atores ................................................................................................................ 66
4 PRINCÍPIOS TEÓRICOS ............................................................................................ 74
4.1 A Abordagem por Competências ........................................................................... 74
4.2 Mapeamento e Cartografia ..................................................................................... 91
4.3. As Árvores de Conhecimento ................................................................................ 94
4.4 Inteligência Coletiva ............................................................................................ 107
5 COMPETÊNCIAS CURRICULARES ...................................................................... 111
5.1 Competências Curriculares da Engenharia e da Física ........................................ 111
5.2 Avaliação para o Mapeamento ............................................................................. 121
5.3 Aprendizagem Coletiva ........................................................................................ 124
6 PROJETO PHYSIX .................................................................................................... 134
6.1 Apresentação ........................................................................................................ 134
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1 INTRODUÇÃO
1.1 A MOTIVAÇÃO
Antes de apresentar os fatos que motivaram a realização deste trabalho tentarei respeitar o
trabalho."
...
uma pesquisa traduzida sob a forma de tese ou dissertação talvez seja muita pretensão,
primeiro lugar, porque somente a prática pedagógica pode nos fornecer indicadores de
múltiplas que sua solução por vezes não se encontra ao alcance de apenas um trabalho
cumprimento de normas e decretos, por vezes muito distantes da realidade da sala de aula.
Concordamos com NARDI (1998) quando afirma que a solução dos problemas se efetiva na
Sabemos que tais indicadores podem ser aferidos numericamente de forma quantitativa ou
experiência do educador, quando a partir da sua visão holística e sensível do ambiente percebe
que existe uma lacuna entre a teoria e a prática na construção dos conteúdos curriculares a
entendimento e atendimento dos anseios e das necessidades atuais dos nossos alunos quando
conceitos, não somente para aplicar a teoria na prática, mas para tentar mudar a prática.
Educação Nacional – LDB (1997), as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio
1.2 A LEGISLAÇÃO
Entendemos que a LDB trouxe vários avanços em todas as camadas do ensino quando propôs
aplicação prática do que se aprende na escola com a dimensão do trabalho, das demandas
Desta forma, pontuamos a seguir os principais artigos da LDB que colaboram para a
compreensão destas argumentações, bem como tentamos organizá-los para uma melhor
contextualização:
Atores
suprimido caso haja "notório saber", reconhecido por universidade com curso de
Competências
[Art. 23º] A educação básica deverá organizar-se, podendo valer-se das competências
[Art. 26º] Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional
[Art. 32º - I e III] Especificamente para o ensino fundamental, a LDB define que o
atitudes e valores;
bem como ser capaz de adaptar-se com flexibilidade a novas condições de ocupação
ou aperfeiçoamento posterior;
[Art. 35º - IV] No ensino médio os alunos deverão compreender os fundamentos dos
contínua;
Aprendizagem
pedagógicas.
21
Avaliação
[Art. 12º - V e Art. 13º - IV] Tanto o estabelecimento de ensino como os docentes
menor rendimento;
A primeira leitura que podemos fazer da LDB é que existe uma separação conceitual clara
enquanto que no ensino médio propõe que o aluno se volte para a pesquisa e ingresso no
Ou seja, cada etapa sinaliza uma preocupação formativa diferenciada, uma proposta curricular
vezes desconexo da realidade das etapas formativas dos alunos. Ressaltamos que além do
Segundo PRIMI (2001), dentre os diversos autores que influenciaram a concepção da LDB e a
Como o nosso foco de estudo está voltado para a compreensão e aplicabilidade do conceito de
Apesar de ROPÉ (1997) definir saberes como: “conjunto de conhecimentos que o aluno
aprendizagens informais)” (p63), evitaremos por uma questão pragmática uma discussão ou
A coordenação de alguns verbos como ser, poder, ter, fazer e dar com certos substantivos
como informação, conhecimento entre outros, criam uma construção quase intuitiva e
contextualizada da função da palavra: Por exemplo: “saber ser”, “saber ter”, “saber fazer
(savoir-faire)”, “saber viver (savoir-vivid)”, “saber dar”, “poder saber”, “ter conhecimento”,
“ter informação”, “ter certeza de”, “saber de”, “saber como”, “saber que” etc.
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Não podemos esquecer que várias destas funções são construídas a partir dos sentidos
oportuno refletirmos sobre os princípios do “saber”, traduzido aqui da seguinte forma: “querer
Nem sempre “querer ser” significa “poder ser”, bem como o fato de “poder ser” não nos
habilita a “saber ser”. “Saber ser” depende da construção molecular do “querer ser” e depende
também da construção molar do “poder ser”. São posturas que se interagem e são também
interdependentes.
destes princípios nos diversos níveis da sociedade, pois caso contrário o aluno conseguiria
Esta abordagem fica também interessante quando analisamos das idéias de HEGENBERG
(1999) o conceito de “saber de”, indispensável para que o ser humano desenvolva sua
condição intelectual, na criação dos contornos necessários para a compreensão dos objetos e
Na prática pedagógica significa que o aluno utilizará os sentidos e a razão para uma melhor
compreensão do mundo.
espanhol Julian Marías, discípulo de Ortega y Gasset), podemos dizer que o ser humano
interpretando-as, o ser humano pode viver (ou, no mínimo, sobreviver). Quer dizer, o
ser humano reconhece as coisas, „entende-as‟, sabe valer-se delas, para seu benefício.
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Deste modo, compreendemos que existe uma construção natural nas condições mínimas
necessárias para que o aluno possa comunicar-se, ser compreendido e desenvolver noções de
tempo e espaço, fundamentais para a continuidade do seu aprendizado. Isto ocorre quando se
natureza).
Entretanto, este “saber de” tem forte relação com a Teoria Cognitiva de Jean Piaget (1896-
com ele, conforme relata MOREIRA (1999). Ou seja, no ensino infantil e fundamental o
O aluno começa a atuar sobre o meio, a fim de torná-lo menos agressivo e, talvez, mais
cerca, valendo-se da lógica para encontrar as suas respostas: se tal coisa acontece, então tais
ações são necessárias e faz relação entre aquilo que aprendeu em sala de aula com o seu dia-
a-dia.
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“Tem início, desse modo, o uso da razão, em suas primeiras manifestações. Conduzida
pelas pessoas mais experientes (no início, imitando; depois, inventando), a criança
desenvolve diversos esquemas desse tipo e alcança, com maior ou menor êxito, o que
Este “saber como” de HEGENBERG (1999) está intimamente relacionado com a fase
operatório-concreto de Piaget. Tal fase que dura dos 8 aos 12 anos, a criança começa a lidar
Piaget define que este estágio é caracterizado por uma lógica interna consistente e pela
Para esclarecer a questão usa-se um exemplo concreto e simples. Uma pessoa acorda,
depois de um bom sono, e indaga a si mesma: „Seria hoje um sábado?‟. Não dispomos
de um saber de, relativo a sábados. Supondo que não haja calendários ao redor, não
adianta olhar para as coisas, examinar o que está aí, em volto do leito, para descobrir se
estamos (ou não) em um sábado. Igualmente inócuo, nesse caso, é o saber como. Não
recordando o que se passou nos dias anteriores, podemos, talvez, atingir uma conclusão
satisfatória.
...
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Em suma, sei que hoje é sábado porque ontem foi sexta. Chegamos, dessa maneira, ao
final, servimo-nos de um esquema do tipo „Sei que ..., porque ...”. (p28)
Para Piaget, em MOREIRA (1999), existe ainda uma fase operacional-formal que se
raciocinar de forma lógica e sistematicamente. As deduções lógicas podem ser feitas sem o
numa adaptação. Piaget argumenta que o homem é o ser mais adaptável do mundo e que
ciência Thomas Kuhn, o pensador marxista Lucien Goldmann, entre outros, foram
Teixeira, Fernando de Azevedo, Lourenço Filho, Cecília Meireles, Darcy Ribeiro e Florestan
Em contrapartida, Piaget foi bastante influenciado por Lev Vygotsky principalmente com
conjunto das relações afetivas, sociais e morais. Fatores estes que constituem a vida da
instituição educacional.
Zona de Desenvolvimento Proximal é quando existe uma diferença entre aquilo que o aluno
aprende sozinho e aquilo que consegue aprender com a ajuda do professor. Ou seja, apesar de
dos seus saberes, haverá uma importante participação e influências dos atores envolvidos no
Em outras palavras, isto também pode significar que mesmo um aluno sendo autodidata o
Por esta razão é que não devemos esquecer que o primeiro artigo da LDB ressalta a
importância dos atores (família, instituição, empresas, sociedade, governo etc.) como
personagens construtores dos valores formativos no processo educacional do aluno. Por isso a
necessidade de atenção e cuidado com a criança nesta fase, principalmente porque imita e cria
seus referenciais, para posteriormente inventar novas situações visando a sua experiência
individual.
Logo, o processo de aprendizagem na fase do ensino básico, apesar das modularidades das
posteriori”.
A próxima etapa do aluno na trilha do saber é o ensino superior, onde deve centralizar seu
Esta proposta visa dar ao aluno a certificação profissional para que possa competir no
Compreendemos que para o aluno haverá uma forte transição relacional, postural,
O aluno deve então preparar-se para compreender os critérios que nortearão a sua relação com
os diversos atores neste novo ambiente educacional, por vezes descobrindo tardiamente que
educacionais, MORIN (2002) procura mostrar que tais objetivos estão cada vez mais distantes
dos problemas centrais e fundamentais para se ensinar no século XXI. Sua concepção
extrapola o ambiente acadêmico e procura ofertar ao aluno uma perspectiva mais globalizada,
MORIN (2002) propõe sete saberes necessários para o ensino no século XXI:
Argumenta que a educação que teria por objetivo transmitir o conhecimento está cega,
O conhecimento não pode ser considerado uma ferramenta construída que pode ser
utilizada sem que sua natureza seja examinada. Define que o conhecimento do
conhecimento (talvez a epistemologia) deve ser uma necessidade primeira, pois apenas
parciais e locais. Uma visão contrária da abordagem “think big and start small”;
disciplinas, o que impediria o vínculo entre as partes e o todo. Idéia muito interessante
Justifica que, para ser capaz de aprender os objetos, o conhecimento deve estar
Define que “o ser humano é a um só tempo físico, biológico, psíquico, cultural, social,
Para isso, devemos reunir e organizar o conhecimento disperso nas ciências naturais,
elas.
Desenvolver a percepção no indivíduo que o seu território está inserido num contexto
comunicação entre todos os continentes nesta nova era. Como estas conexões
Desenvolver no indivíduo uma visão mais sistêmica, para que perceba que as coisas
destino comum.
Enfrentar as incertezas
existem várias questões em aberto, o que seriam zonas de incertezas. Deste modo, a
educação deveria incluir o estudo das incertezas que surgiram através da Física e
Biologia;
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arquipélagos de certeza”;
Ensinar a compreensão
Argumenta que a educação para a compreensão está ausente no ensino, tendo em vista
Evitar ensinar ética por meio de lições de moral. Defende que o desenvolvimento
Ainda dentro desta proposta de ruptura das abordagens tradicionais do processo de ensino,
gostaríamos também de citar FREIRE (1997, 2006) e a sua “pedagogia do oprimido”, quando
“Na concepção bancária (burguesa), o educador é o que sabe e os educandos os que não
educador identifica a autoridade funcional, que lhe compete, com a autoridade do saber,
que se antagoniza com a liberdade dos educandos, pois os educandos devem se adaptar
torna-se um ato de depositar (como nos bancos); o "saber" é uma doação dos que se
A educação bancária tem por finalidade manter a divisão entre os que sabem e os que
não sabem, entre os oprimidos e opressores. Ela nega a dialogicidade, ao passo que a
1.4 A DESCONTINUIDADE
Estas abordagens e teorias, por vezes, têm um caráter ritualístico, de passagem, pois são
critérios para definir limites e estabelecer as regras nas relações que virão. Isto ocorrendo
ficará evidente para o aluno que houve uma transição da fase “infatil-adolescente” para uma
fase adulta e que os conhecimentos necessários para a formação das suas competências
surgirão em ciclos.
Para o professor, isto implica em deixar de ver o aluno como um receptáculo e um repositório
própria identidade.
O aluno deve primeiramente ser competente consigo, pois nesta fase não importa como irá
disponíveis para que possa desenvolver outras competências, exigidas pelo mundo do
trabalho.
estabelece apenas porque um diploma é ofertado ou uma prova atinge a sua pontuação, nem
porque existe o reconhecimento das suas competências. Ocorre porque a educação será
abordagem “crossing”.
Outro aspecto importante é que devemos também considerar que uma criança que nasce numa
Mas o professor universitário por sua vez espera e acredita que o educando traga consigo toda
ensino proposto, entendendo ser desnecessária uma avaliação prévia dos conceitos e saberes
pré-existentes.
estejam consolidadas no aluno a partir do seu histórico escolar ou mesmo através da sua
Esta expectativa do professor, na maioria das vezes confusa e incompreendida pelos alunos,
ensina. Desta forma, a instituição deve apenas disponibilizar todos os recursos necessários
para o pleno desenvolvimento dos seus objetivos educacionais e cabe ao aluno preocupar-se
Neste momento observamos que a responsabilidade pela construção das competências e das
estabelecida no ensino superior, é somente do aluno. Isto porque para a LDB o que importa é
curriculares.
instituições, visando garantir a qualidade daquilo que se ensina e aprende na escola, bem
1.5 A DESCONEXÃO
existem turmas que são mais produtivas e alcançam seus objetivos pedagógicos, enquanto
outras são alicerçadas por relações conflituosas que se arrastam até a finalização das aulas.
métodos que contemplem avaliações constantes, relatórios individuais das aulas, pesquisas de
qualquer problema com o curso, evitando assim uma decepção coletiva e a perda de todo
Estas reclamações ocorrem habitualmente ao final do curso, quando exatamente não existe
mais tempo hábil para a recuperação de qualquer expectativa de sucesso na obtenção dos
objetivos propostos. Ou seja, parece que a máxima “o professor finge que ensina e o aluno
outros colegas, ou por vezes diretamente de um grupo de alunos corajosos que resolvem
Existem alunos que interagem diretamente com a coordenação do curso, argumentando que o
professor não ministrou nenhum conteúdo em todos os encontros ao longo do curso, que não
fez nenhum apontamento das aulas e que não está preparado para ministrar aquela disciplina.
É claro que neste caso há um exagero nas argumentações, pois exigir que o professor assuma
frustrações.
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Algumas turmas possuem características diferenciadas quando relatam seus problemas para os
professores ou coordenação do curso. Por vezes encaminhadas através de um líder, que utiliza
a sua capacidade argumentativa para convencer o coletivo do seu ponto de vista ou então
através de um representante de classe, muitas vezes eleito pela sua postura independente e
persuasiva.
individuais são insatisfatórios e as notas gerais ficavam abaixo da média naquela disciplina,
acaba por transferir para o professor toda a responsabilidade pelo baixo aproveitamento da
Procure manter uma comunicação mais adequada com os alunos, adotando uma
Em resumo, uma solicitação para que o professor adapte o seu programa a realidade, repense
a avaliação e adote alternativas para que os alunos possam participar das aulas e
Existem instituições que nada fazem, evitam interferir no diálogo professor-aluno, ignorando
problemas educacionais.
Neste caso, alguns alunos acabam continuando seus estudos após a universidade motivados
Quando este cenário se apresenta ao final do processo de ensino, surge a certeza por parte do
professor que o objetivo fora alcançado, pois ocorreu uma mudança e uma provável melhoria
São indicadores que aparecem a partir de uma mudança no comportamento dos alunos, que
Surge, então, uma relação respeitosa e estreita entre os principais atores e conseqüentemente
uma cumplicidade na busca pelo conhecimento. Ocorre o que chamamos no dito popular de
relação "ganha-ganha".
É importante ressaltar que em certas instituições esta dualidade não merece espaço nas
reuniões departamentais, pois existe maior interesse na análise das médias, nas faltas e
desistências dos alunos, na completude das vagas, na inadimplência, nos atrasos dos
38
professores, na redução das reclamações dos coordenadores de classe, nos reajustes das
milhares. Mas professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor.
...
"Eu diria que os educadores são como velhas árvores. Possuem uma fase, um nome,
uma 'estória' a ser contada. Habitam um mundo em que o que vale é a relação que os
liga aos alunos, sendo que cada aluno é uma 'entidade' sui generis, portador de um
é algo pra acontecer neste espaço invisível e denso, que se estabelece a dois. Espaço
artesanal.
importa, pois o que interessa é um crédito cultural que o aluno adquire numa disciplina
identificada por uma sigla, sendo que para fins institucionais, nenhuma diferença faz
aquele que a ministra. Por isso mesmo professores são entidades 'descartáveis', da
Logicamente, o educador espera ser efetivo enquanto professor e tenta atingir na sua plenitude
a missão de transmitir e contribuir para que haja uma mudança de estado nos saberes da
Infelizmente sempre haverá ao longo de todo o processo de ensino um conflito, uma falta de
sincronismo institucional, uma ruptura nas relações, uma cegueira coletiva que envolva
Mas a prática contraria a teoria, pois: Como podemos explicar os resultados positivos com
Certamente não existirá uma resposta objetiva para todas estas indagações.
1.6 O PROBLEMA
Na medida em que estas ações foram incorporadas ao dia-a-dia do mundo acadêmico, desde a
exigências legais.
Principalmente, quando nos referimos às ciências exatas onde encontramos professores que
evitando assim a criação de um espaço para a discussão dos conceitos apresentados em sala de
aula.
ocasionalmente pequenas variações na formulação das provas e listas de exercícios, cria o que
Isto sinaliza que os saberes individuais e coletivos trazidos pelos alunos ingressantes no
ensino superior são muitas vezes ignorados, e conseqüentemente acabam levando o aluno a
conteúdos pedagógicos propostos no ensino das ciências exatas, para então iniciarmos um
"Há algum tempo recebi um convite de um colega para servir de árbitro na revisão de
uma prova. Tratava-se de avaliar uma questão de Física, que recebera nota zero. O
aluno contestava tal conceito, alegando que merecia nota máxima pela resposta, a não
ser que houvesse uma "conspiração do sistema" contra ele. Professor e aluno
Chegando a sala de meu colega, li a questão da prova, que dizia: 'Mostre como pode-se
do estudante foi a seguinte: 'Leve o barômetro ao alto do edifício e amarre uma corda
corda; este comprimento será igual a altura do edifício.' Sem dúvida era uma resposta
tinha forte razão para ter nota máxima, já que havia respondido a questão completa e
Sugeri, então, que fizesse uma outra tentativa para responder a questão. Não me
surpreendi quando meu colega concordou, mas sim quando o estudante resolveu encarar
aquilo que eu imaginei lhe seria um bom desafio. Segundo o acordo, ele teria seis
minutos para responder a questão, isto após ter sido prevenido de que sua resposta
minutos ele não havia escrito nada, apenas olhava pensativamente para o forro da sala.
seguida, e não tinha tempo a perder. Mais surpreso ainda fiquei quando o estudante
42
anunciou que não havia desistido. Na realidade tinha muitas respostas, e estava
continuasse.
No momento seguinte ele escreveu esta resposta: 'Vá ao alto do edifício, incline-se
numa ponta do telhado e solte o barômetro, medindo o tempo t de queda desde a largada
edifício.' Perguntei, então, ao meu colega se ele estava satisfeito com a nova resposta, e
inconformismo. Ao sair da sala lembrei-me que o estudante havia dito ter outras
respostas para o problema. Embora já sem tempo, não resisti a curiosidade e perguntei-
lhe quais eram essas respostas. 'Ah!, sim,' - disse ele; - 'há muitas maneiras de se achar a
exemplo, num belo dia de sol pode-se medir a altura do barômetro e o comprimento de
sua sombra projetada no solo, bem como a do edifício. Depois, usando-se uma simples
aliás, bastante simples e direto, é subir as escadas do edifício fazendo marcas na parede,
topo do edifício, tem-se dois g's, e a altura do edifício pode, a principio, ser calculada
com base nessa diferença. Finalmente', - concluiu, - 'se não for cobrada uma solução
Física para o problema, existem outras respostas. Por exemplo, pode-se ir até o edifício
43
e bater a porta do síndico. Quando ele aparecer; diz-se: - Caro senhor síndico, trago aqui
barômetro de presente.'
A esta altura, perguntei ao estudante se ele não sabia qual era a resposta 'esperada' para
o problema. Ele admitiu que sabia, mas estava tão farto com as tentativas dos
Depois deste relato fica impossível contestar a importância da contribuição de KUHN (1992)
quando afirma que o progresso científico ocorre mediante saltos e não numa linha contínua,
acadêmicos.
“Uma vez que ali o estudante reúne-se a homens que aprenderam as bases de seu campo
de estudo a partir dos mesmos modelos concretos, sua prática subseqüente raramente irá
...
“Os manuais atuais de Física ensinam ao estudante que a luz é composta de fótons, isto
derivada esta verbalização usual. Contudo, esta caracterização da luz mal tem meio
século. Antes de ter sido desenvolvida por Planck, Einstein e outros no começo deste
transversal, concepção que em última análise derivava dos escritos ópticos de Young e
Fresnel, publicados no início do século XIX. Além disso, a teoria ondulatória não foi a
primeira das concepções a ser aceita pelos praticantes da ciência óptica. Durante o
século XVIII, o paradigma para este campo de estudos foi proporcionado pela Óptica de
Newton, a qual ensinava que a luz era composta de corpúsculos de matéria. Naquela
colidir com os corpos sólidos, algo que não foi feito pelos primeiros teóricos da
concepção ondulatória.
usual do período anterior aos trabalhos de Newton. É este contraste que nos interessa
aqui. Nenhum período entre a antiguidade remota e o fim do século XVII exibiu uma
única concepção da natureza da luz que fosse geralmente aceita. Em vez disso havia um
bom número de escolas e subescolas em competição, a maioria das quais esposava uma
luz com sendo composta de partículas que emanavam dos corpos materiais; para outro,
era a modificação do meio que intervinha entre o corpo e o olho; um outro ainda
explicava a luz em termos de uma interação do meio com uma emanação do olho; e
haviam outras combinações e modificações além dessas. Cada uma das escolas retirava
forças de sua relação com alguma metafísica determinada. Cada uma delas enfatizava,
própria teoria podia explicar melhor. Outras observações eram examinadas através de
posterior”. (p32)
45
Outro fator importante para a motivação deste trabalho foi à percepção de que somente os
alunos que se destacam no ensino médio nas disciplinas de Matemática ou Física são
incentivados a continuarem os seus estudos em ciências exatas. Contribui também para esta
ensino.
Recebemos a cada período letivo uma diversidade cultural, social e formativa, compondo
Defendemos que por este motivo, o Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM) tem
importante papel nesta análise, pois colabora para a percepção das falhas e das melhorias
necessárias nas atuais condições de ensino no país a partir da avaliação das competências e
Como não descobrimos nenhuma ferramenta específica que colabore para o levantamento e
identificação das competências trazidas pelos alunos ingressantes, que seja do ENEM o índice
utilizável.
(INEP), e apesar da prova não ser obrigatória, cerca de 500 instituições de ensino superior
Uma boa nota no ENEM é um dos requisitos para que o estudante concorra às bolsas de
estudos oferecidas pelo Programa Universidade Para Todos (ProUni), do governo federal.
Ou seja, existe uma proposta para estruturação do ensino básico a partir de competências e
habilidade voltadas para que o aluno prepare-se para enfrentar um mundo em constante e
rápida transformação, mas na contramão desse processo o ensino superior ainda formula e
46
Apenas como contribuição para a reflexão, algumas escolas públicas e privadas de ensino
médio ainda resistem em adotar o ensino da Física Moderna no conteúdo curricular, mesmo
que utilizem tais ferramentas para a inserção deste novo aluno no ambiente de aprendizado
conhecimento ou falta de interesse dos professores. Muitas vezes porque estes professores
evitam reconhecer e expor as suas limitações perante este novo cenário educacional e
tecnológico, evitando pedir ajuda. O professor, então, se refugia atrás da sua lista de
Invariavelmente quem sofre é o aluno que não aprende, apesar da disponibilidade de recursos,
A informação não vivenciada e não experimentada não fica registrada no aluno, não se
2 METODOLOGIA
definição dos conteúdos curriculares ofertados aos alunos ingressantes no ensino superior,
Com base em MARTINS (1994) adotaremos o método empírico-analítico que utiliza técnicas
Tal método procura estabelecer relações causais entre variáveis e informações referenciais do
Por certo, cada variável possui um nível de especificação, referencial teórico e mensuração,
Variáveis independentes:
Variáveis Dependentes:
disciplina de Mecânica I;
Resultado das avaliações dos alunos do 2o semestre de 2006 para a matéria de Física
Para a realização da pesquisa optamos por delimitar o nosso estudo aos alunos do 2o semestre
de Mecânica I – FIS14.
Infelizmente não pudemos utilizar a estrutura interna de servidores do ITA devido aos fatores
Preparação
de competências;
50
Definição dos papeis e locais de trabalho, bem como os recursos necessários para o
desenvolvimento da pesquisa;
Fases da Pesquisa
delimitação;
curriculares;
Execução da Pesquisa
disciplina de Física;
51
reais;
Relatório de Pesquisa
3 JUSTIFICATIVA
a tecnologia como ferramenta para a coleta de dados, visa proporcionar ao educador durante o
"Sua carteira de identidade, bem nomeada, comporta somente duas ou três de suas
pertinências, dentre as que ficam fixas durante toda a sua vida, pois você continua
macho ou fêmea e filho de sua mãe: na verdade, sua autêntica identidade se detalha e,
indefinidamente cambiantes com o tempo real de sua existência: ontem, você ingressou
em um clube de ciclismo, por causa de seus talentos, amanhã, por opinião, você adere a
um partido político, e esta manhã, vencedor em uma determinada prova, você foi aceito,
Quem é você, afinal? A interseção, flutuante pela duração desta variedade, numerosa e
bastante singular, de gêneros diversos. Você não pára de tecer e coser seu próprio manto
Saberes coletivos são àqueles descobertos e originados na interação com os seus pares e
outros atores inseridos neste novo contexto educacional. Como relata MOURA (2003),
Coletivo, como o entendemos, se orienta de tal modo que seja possível absorver a co-
mais díspares. Ele deve abarcar tudo o que está presente, relacionado e inter-relacionado
...
Desta forma, o coletivo não está na diversidade e sim à diversidade é que está no coletivo. Se
Sob este aspecto acreditamos que o ensino valoriza na maior parte das vezes a categorização,
aprendizagem, bem como apropriados aos interesses de cada aluno. Talvez derive daí à falta
de interesse no interesse do outro. Logo, por que compartilhar os meus saberes se não existe
54
interesse no outro e do outro por mim. Se minha relação é diretamente focada nos saberes
“Esta é uma das razões pelas quais o Coletivo não tem a dimensão de um conjunto cujos
elementos e respectivos limites estejam bem claros, delimitados e fixados, uma vez que,
rearranjo, com um maior ou menor grau de consciência, dos investimentos e dos laços
tecnologias aplicadas ao ensino, ou ainda, propor uma taxionomia dos saberes coletivos, pois
qualquer tentativa de se exaurir os conceitos apresentados neste trabalho seria uma atitude
quixotesca, tendo em vista que são abordagens relativamente recentes, inovadoras, complexas
e multifacetadas.
Para a obtenção dos resultados e posterior análise realizamos um estudo de caso, tabulando as
respostas das avaliações aplicadas nos alunos ingressantes na turma do ensino fundamental do
Esta decisão está apoiada no fato de que somente seria possível obtermos resultados amplos
engenheiro.
Como não encontramos nenhuma iniciativa ou referencial dentro do ITA que indicasse o
trabalho.
Procuramos também, com esta iniciativa, atrair e manter um número maior de jovens
interessados neste campo da ciência, evitando a fuga de talentos, pois estaremos mais
Conforme relatamos na motivação, estamos conscientes que alguns alunos se destacam pela
maior capacidade e adaptabilidade às ciências exatas no ensino médio, não por um conceito
Este não deve ser um fato determinante ou limitante para o interesse e a escolha pelo ensino
superior em ciências exatas, pois acreditamos que todos os alunos estão aptos para
freqüentarem um curso de Física. Este tipo de crença, lamentável, indica total despreparo do
professor perante o ato de educar. Para a educação não deve existir aluno escolhido e sim
aluno motivado.
Esperamos também atrair outros leitores, não acadêmicos, em busca de uma melhor
Porém, acreditamos que as justificativas relatadas a seguir são suficientes para a viabilidade
desta pesquisa.
Física, Matemática, Administração, Economia, porque nos seus currículos oferta disciplinas
Por ter um dos mais rigorosos concursos, seleciona os melhores alunos, que trazem no seu
histórico escolar excelentes notas, pois alguns alunos ingressantes são ganhadores de prêmios
internacionalmente.
Recebe também Oficiais da Ativa ou da Reserva da Força Aérea Brasileira, proposta similar a
É uma instituição que proporciona ao aluno ingressante todas as condições para que
da perspectiva de que ao final do curso seja absorvido por empresas líderes nos diversos
Tem na sua proposta pedagógica o conceito de “disciplina consciente”, que estabelece regras
rígidas de estudos individualizados onde cada aluno é monitorado pelo professor e colegas no
individual é atividade individual e o aluno que não respeitar esta regra corre o risco de ser
Ou seja, é uma referência para o ensino nacional, recebendo em média todos os anos
aproximadamente 7.000 inscritos para 130 vagas, perfazendo uma média aproximada de 50
As vagas privativas são destinadas a candidatos civis de ambos os sexos que fizerem opção
AFA. O candidato deverá, por ocasião da inscrição, indicar sua preferência no ato da inscrição
As vagas ordinárias são ofertadas aos candidatos civis de ambos os sexos que desejam cursar
o ITA apenas como civis. Caso o candidato decida pela carreira militar durante o Curso
disposição para o Serviço Ativo da Aeronáutica. Deste modo, o aluno após aprovado, passa a
Quando o aluno optante por uma vaga ordinária concluir o curso será nomeado Primeiro-
Porém, façamos uma análise a partir dos resultados publicados pela instituição na Internet em
CANDIDATO/VAGA
80
67
61 59
60
50 47
CANDIDATO/VAGA
40
Linear
20 (CANDIDATO/VAGA)
-
2003 2004 2005 2006 2007
160
60 Linear (Homens)
Linear (Mulheres)
40
20 12 12 15
7 7
-
2003 2004 2005 2006 2007
3.000
2.810
2.608 Engenharia Aeronáutica
2.500 2.440 2.432
2.269
2.055 Engenharia Eletrônica
2.000 1.948
1.759
Inscritos
0
2003 2004 2005 2006 2007
MS MT SC AM RN
RS ES
PA 2% 1% 1% 1% 1% 1%
3%
BA 3%
DF 3%
3% SP
PE 44%
3%
GO
4%
CE
5%
PR
6%
MG
7% RJ
11%
Figura 4 – Porcentual médio de candidatos inscritos por Estado entre 2003 e 2007
61
necessárias para que os alunos desenvolvam suas capacidades e habilidades para enfrentar o
(29,85%) na relação candidato por vaga nos últimos 5 anos, mesmo com uma pequena
variação positiva em 2005 quando foram ofertadas um número maior de vagas no total de
cursos.
(114,29%) nos últimos cinco anos com relação ao número de inscritos do sexo feminino e um
masculino.
A Figura 3 permite-nos a criação de um ranking por curso nos últimos 5 anos, conforme
quadro abaixo:
CURSO QUEDA
Engenharia de Computação 53,93%
Engenharia Eletrônica 47,64%
Engenharia de Infra-Estrutura Aeronáutica 36,72%
Engenharia Mecânica-Aeronáutica 26,88%
Engenharia Aeronáutica 26,87%
São Paulo (44%) e Rio de Janeiro (11%), com destaque para os estados de Minas Gerais
(7%), Paraná (6%) e Ceará (5%). As participações de inscritos das regiões Norte e Sul são
Porém, o que estamos tentando analisar e propor dentro do escopo deste trabalho é a análise
de uma diversidade pedagógica, ou seja, a origem escolar e curricular com base nas
Não é escopo deste trabalho analisar as causas refletidas e relacionadas com os indicadores
Podemos afirmar que a proposta curricular do ITA tem algum reflexo nos indicadores
apresentados anteriormente?
Objetivando ainda contribuir para uma melhor percepção sobre a importância da instituição
O Exame Nacional de Cursos (ENC-Provão) foi um exame aplicado aos formandos neste
período com o objetivo de avaliar os cursos de graduação da Educação Superior, no que tange
Figura 6 – Resultado Geral do ENC do ITA entre 1996 e 2003 por curso
64
Figura 7 – Resultado do ENC do ITA no curso de Engenharia Civil entre 1996 e 2003
Figura 8 – Resultado do ENC do ITA no curso de Engenharia Elétrica entre 1998 e 2003
65
oferecidas no ITA, nas matérias de Física, entre os anos de 1993 e 2003, partindo dos
Conforme Tabela 2 e seguindo os marcadores (“x”) para cada coluna podemos perceber que
A LDB foi editada exatamente neste mesmo ano, o que seria uma oportunidade para a
Logo, acreditamos que a principal justificativa para a construção de uma ferramenta para o
engenheiro.
3.6 OS ATORES
Além de constatar, refletir e pesquisar sobre as diversas dimensões envolvidas nas questões
Como explica GOFFMAN (1985), num dado ambiente, após o início de qualquer processo de
interação entre os diversos atores existentes deve-se tomar cuidado com a mudança de
postura, pois isto colocaria em risco a compreensão das regras previamente estabelecidas e
"Um objetivo geral de qualquer equipe é manter a definição da situação que sua
romper ou tornar inútil a impressão que ela estimula. Diz-se que estes fatos fornecem
da situação que está sendo definida para ele. Em outras palavras, uma equipe deve ser
capaz de guardar seus segredos e fazer com que eles sejam guardados."
Por exemplo:
ajudar os alunos que apresentarem dificuldades com a disciplina e que no decorrer das
aulas percebe que os alunos não estão acompanhando a proposta programática, resolve
os alunos "corram atrás do prejuízo". Certamente isto sinalizará para os alunos uma
durante a exposição de algum assunto, ou expõem que pouco importa se o aluno está
presente e interessado nas suas aulas. No momento da avaliação endurece nas questões
Assim, o "conhecimento", que no início era o centro dos interesses coletivos, perde a
relevância.
Existe também a instituição, que além de disponibilizar os recursos materiais e humanos para
a partir de regras pré-estabelecidas um documento que lhe permitirá provar para a sociedade
Um pouco distante deste universo de relações está o empregador, que estabelece as demandas
problemas dos alunos contratados, o empregador espera certa experiência nas práticas
operacionais das funções que este aluno exercerá dentro do ambiente empresarial.
Ou ainda, o aluno será seu próprio empregador dentro deste ambiente empresarial, onde
desenvolverá seus projetos pessoais criando uma empresa para produzir ou prestar serviços
Por último, encontramos o ambiente social que suporta todas estas dimensões para que se
aprendizado.
Alguns autores, como AQUINO (1996, p17), utilizam outras definições para explicar estas
nome de quem ela age. É também aquele que a sustenta materialmente e se apropria
potencialmente nas relações institucionais, podendo ter uma opinião decisiva quanto
mais impalpável for o objeto – é o caso das famílias e da população em geral na vida
escolar;
Clientela: são os atores visados pela ação institucional, sobre cujas relações incide a
Agentes: são os atores dominantes, cuja prática tende a delimitar a ação institucional.
Concordamos que o termo “clientela” adotado por Aquino cria uma impressão ruim de que o
importando apenas se tem recursos financeiros para cursar a universidade e que pode a partir
O primeiro ponto abordado diz respeito à formação do professor. Suas origens, referenciais, o
local e o modo como desenvolveu seus primeiros estudos, antes de tornar-se um docente.
Valores, crenças, sua identificação com docentes mais severos ou mais liberais no passado
estrutura e a apresentação dos trabalhos, que deixavam claro a sua preferência por alunos
mais inteligentes dos menos privilegiados, determinavam a sua atual identidade. Enfim, um
para dentro da sala de aula. Interferindo por vezes no relacionamento com a turma.
identificação com a turma. Ou seja, não apenas a sua formação estudantil como também a sua
identidade pessoal.
O segundo ponto está relacionado com a capacidade que o professor tem para lidar com a
DAVENPORT (2000).
72
A personalidade do professor;
conhecimento;
Desta forma, fica evidente que o resultado positivo das aulas depende na maioria das vezes de
valorização dos saberes coletivos, através da participação dos alunos, de tal forma que o
aluno.
definida pela sua produção: a identidade é engolida pela função. E isto se tornou tão
arraigado que, quando alguém nos pergunta o que somos, respondemos inevitavelmente
Ao longo do tempo estes fatores ocorrem em consonância, habitualmente no final das aulas
quando ouvimos dos alunos algo assim: "valeu professor, hoje foi legal".
74
4 PRINCÍPIOS TEÓRICOS
A Diversidade de Conceitos
radicalmente.
profissional do futuro trabalhador, depois a educação geral incorporou essa idéia ao seu
Por exemplo, conforme o HOUAISS (2001) existem várias definições para o termo
competência:
definidos e circunscritos.
Jurídico: poder detido por um indivíduo, em razão do seu cargo ou função, de praticar
determinados atos.
Podemos também encontrar uma definição mais abrangente, conforme DEFUNNE (2000):
"O termo 'competência' aparece em vários contexto, com vários significados. Numa
funcionário, juiz ou tribunal para apreciar e julgar certos pleitos e questões; a qualidade
luta". (p48)
propósito;
MELLO (2003) ressalta que o tema não é novo. Argumenta que quando nos referimos à
competência no ambiente escolar estamos na verdade dizendo o que um aluno deve aprender
e o que deve fazer posteriormente com aquilo que aprendeu. Que as competências possuem
características como:
tomarmos certas decisões e que sem esta pertinência seria imprudente a improvisação
ensino para memorização de conceitos abstratos e fora de contexto. É preciso que eles
competência”.
competência e habilidade.
77
"A habilidade indica facilidade em lidar com um tipo de informação e para que se
aprendizagem". (p4)
Vejamos também o que achamos sobre o conceito de “habilidade” nos dicionários AURÉLIO
Qualidade de alguém que é capaz de realizar um ato com uma boa adaptação
DEFFUNE (2000, p32) colabora para esclarecer melhor as diferenças entre habilidades
básicas e específicas:
habilidades básicas são aquelas essenciais para que alguém possa seguir sua
econômica.
78
eu entendo por competência? Vou chocá-los: é aquilo que você quer, a partir do
momento em que isto pode refletir uma qualidade útil de um ser humano em uma
organização coletiva. Digo isto para provocar um curto circuito em todos os debates que
poderíamos ter sobre o tema: 'o que é uma competência, um conhecimento, um saber
um savoir-faire, um saber ser...' Todas estas coisas são importantes, em relação ao uso
que faremos do termo competência. Sendo um pouco violento, diria que nós podemos
Ainda nesta mesma linha de raciocínio, AUTHIER (1996) propõe um conceito de “Economia
da Competência”:
"A riqueza não está no estoque, ela está nas pessoas que conhecem as pequenas porções
que os homens fazem entre as competências que eles efetivamente possuem. É por isto
que decidimos não falar mais em recursos humanos mas em riquezas humanas. Isto nos
compartilhamento". (p2)
"É preciso saber se o que nós procuramos são competências, conhecimentos ou então se
o que procuramos é recriar eternamente pequenas células nas quais encontram-se apenas
sobre os objetos tecnológicos. Significa, também, mobilizar o capital humano e esta riqueza
muito pertinente, tendo em vista que os alunos certamente ouvirão este discurso quando
etc.)". (p1)
80
Desta forma, optamos por seguir dois caminhos complementares: a proposta da LDB e a
própria legislação.
principalmente, o conhecimento.
Partindo de um conceito menos específico, conhecimento pode ser definido como aquilo que
se conhece de algo ou alguém. Contudo, para falar deste tema achamos indispensável abordar
(2001):
É uma entidade, que pode ser armazenada, entendida ou não, quantificada e pode ser
Elemento identificado em sua forma bruta que por si só não conduz a uma
Um referencial de um fato.
Informação também possui uma enorme gama de definições. Porém, para contextualizar
melhor o sentido do termo, definiremos informação como um “dado” com valor agregado.
informação e os agentes que influenciam nesta mudança, compreender que este processo de
transformação ocorre dentro de cada indivíduo e pode ser construído de diferentes formas.
Quem dá valor e sentido ao objeto ou fato é o humano, que constrói a sua informação.
forma: in-forma-ação. Algo que construímos dentro de nós e que visa basicamente
Peter Drucker certa vez levantou a seguinte questão num ensaio da revista HSM Management:
“A informação é plana”.
diretamente com o progresso das ciências cognitivas, distinguindo três tipos principais:
82
soluções para problemas novos. Ele pode ter dois significados aparentemente diferentes:
ele é primeiramente aquilo que me torna capaz de interpretar uma informação, de dar
um sentido a um saber; ele é também um ser humano - um conhecido - que pode ser um
possuído por uma ou mais pessoas, mas só pode ser algo humano". (p1)
Desta forma, tendo em vista que o conceito de competência tem relação direta com a
objetivo, seja criar, aprender, agir etc., o conhecimento participa desta conceituação porque é
A partir do documento que apresenta informações sobre o Exame Nacional do Ensino Médio
operações que utilizamos para estabelecer relações com e entre objetos, situações,
competências adquiridas e referem-se ao plano imediato do 'saber fazer'. Por meio das
Porém, como já pontuamos neste trabalho anteriormente, a LDB recebeu forte influência de
Perrenoud.
letivos a partir dos métodos tradicionais de ensino, o que não está errado, ou enfocar os
motivos pelos quais tais conceitos são ensinados e onde e quando serão verdadeiramente
aplicados.
"Desde que essa discussão existe, a escola procura seu caminho entre duas visões do
currículo:
Porém, define o termo como sendo “uma capacidade de agir eficazmente em um determinado
Destaca que na medida em que o aluno evolui vai enfrentando situações do dia-a-dia,
conhecimentos.
longo da nossa experiência e formação. Por vezes tais conhecimentos são elementares e
mobilizam os conhecimentos.
Dois exemplos são citados por PERRENOU (1999) para ilustrar tais afirmações:
pois não lhe basta conhecer todos os textos para levar a bom termo o assunto do
...
etc.) não é senão uma condição necessária de sua competência. Se estivesse reduzida a
uma simples aplicação de conhecimentos memorizados para casos concretos, iria bastar-
86
lhe, a partir dos sintomas típicos, identificar uma patologia registrada e encontrar, em
uma lembrança oportuna de teorias pertinentes. Nos casos em que a situação sair da
se ao vivo, em função tanto de seu saber e de sua perícia quanto de sua visão da
situação." (p8)
Logo, a mobilização do conhecimento num certo contexto cria a competência, não a ação.
competências.
com efeito, os esquemas não podem ser programados por uma intervenção externa. Não
existe, a não ser nas novelas de ficção científica, nenhum 'transplante de esquemas'. O
No ITA, a Semana de Ciências é um dos eventos que melhor se enquadra neste processo, pois
das melhores práticas para que tais estratégias tenham sucesso dentro do contexto escolar.
currículo por competências são ainda restrições que retardam a implantação deste tipo de
prática.
Como ressaltamos anteriormente neste trabalho, solução existe. Desta forma, descreveremos a
competências.
Evidentemente que existem problemas de toda ordem numa instituição de ensino para a
de forma rudimentar para servir de ilustração aos propósitos deste trabalho, é um método que
bem trabalhado pode contribuir para a obtenção de respostas e decisões para a elaboração do
Logo, apresentaremos a seguir os tópicos deste roteiro que se corretamente respondido poderá
suportar o início de uma discussão sobre a proposta de uma abordagem por competências.
88
A. DA PROFISSÃO
A.8 Quais áreas possuem interseção direta ou indireta com esta profissão?
A.11 Quais novas tecnologias surgem desta profissão ou para ela convergem?
B. DA INSTITUIÇÃO
B.7 Existem condições mínimas necessárias para a oferta das competências exigidas
pela profissão?
B.9 Existe uma estratégia para integrar o aluno depois de formado no mercado de
trabalho?
C. DO CURSO
C.4 Como este curso pode ajudar na melhoria das condições sócio-econômico-
C.5 Quais competências serão requeridas dos alunos ingressantes e quais serão
C.8 O que será aceitável para fins de certificação das competências, considerando as
planejamento do curso?
formação curricular?
profissional?
C.14 Qual o número máximo de alunos participantes neste processo visando garantir a
D. DO MERCADO
D.4 Quais as competências exigidas pelas empresas para o exercício competitivo desta
profissão?
91
desta profissão?
D.7 Como as outras instituições estão organizadas para a formação desta profissão?
competências visando uma melhor compreensão das demandas, das ofertas e dos resultados
instituição.
Esta tarefa de descoberta exige além de saberes fundamentais como localização, sentido e
distância a constituição de guias, rotas ou mapas que permitam organizar a expedição, bem
como a previsão dos estoques de suprimentos necessários para completar a tarefa, sem que
haja qualquer tipo de perda ou sacrifício. Deve saber dimensionar e provisionar demandas.
Logicamente, com um mapa em mãos o explorador poderá além de seguir em frente voltar ao
ajustes, refazendo quantas vezes precisar o trajeto novamente. Com isto fará o refinamento
dos dados e informações adquiridas com a experiência, gerando com o tempo o conhecimento
sobre o território.
Após acumular este conhecimento, sua próxima missão seria compartilhá-lo com a
comunidade, tornando público e coletivo tudo que descobriu, aprendeu e as oportunidades que
Em seguida a comunidade passa a questionar-se: Vale a pena mudarmos para este novo
crescimento da comunidade?
Além da necessidade de registrá-los, estes dados precisam fazer algum sentido na análise
O termo cartografia foi utilizado aqui para servir de analogia com os princípios de mapas de
localização utilizados para que o navegador pudesse em tempo corrigir o caminho e alcançá-
lo dentro dos prazos estabelecidos pelo desafio da exploração, e o conceito proposto para o
mapeamento de competências.
Um mapa pode ser utilizado tanto pelo professor como pelo aluno para o reconhecimento dos
hiatos de conhecimento numa determinada área do saber. No nosso caso, no ensino da Física.
O professor explora, registra e compartilha aquilo que descobre e aprende com o tempo,
Somente não podemos esquecer que do outro lado da sala de aula, paradigma que felizmente
São indivíduos que têm acesso aos mesmos recursos disponíveis para o professor.
Acreditamos que depende da forma como os problemas serão apresentados e como o coletivo
irá identificá-lo e mobilizar seus conhecimentos individuais para resolvê-los. O que conta na
Neste sentido o professor leva vantagem por saber articular melhor os seus conhecimentos,
Quando tivemos contato pela primeira vez em 2001 com o conceito das Árvores de
Desta forma, acreditamos ser importante o esclarecimento dos conceitos das AdCs para que
ministra Edith Cresson a missão de pensar e propor uma solução para o combate da exclusão
que pudesse reconhecer, visualizar e contextualizar os diversos saberes existentes nas escolas
francesas. O resultado desta participação deu origem ao conceito e ao programa das Árvores
de Conhecimento.
Desta forma, é importante que reconheçamos que a diversidade dos saberes individuais,
minoria dos saberes em uso, e outros ofertados pelas instituições de ensino, permitem a
diminuição dos espaços não explorados de conhecimentos existentes nas várias áreas do
conhecimento.
95
É neste sentido que as Árvores de Conhecimentos (AdCs) foram idealizadas. Visam tratar os
estados das competências a partir de um instrumento de cartografia dos saberes coletivos. Não
é uma cartografia estática, mas dinâmica, que afere o valor da articulação de diferentes
estados. Permite a visualização entre aquilo que o indivíduo sabe-fazer e disponibiliza, aquilo
As AdCs utilizam duas formas gráficas para apresentar o resultado desta cartografia:
A outra forma aparece no formato de ilha onde a relação de proximidade das áreas coloridas
A forma da árvore, igualmente, também nos instrui acerca da situação dos conhecimentos da
coletivas.
A primeira versão mais conhecida da AdCs foi o Gingo, que calculava por proximidade das
palavras estes relacionamentos num conjunto de textos ou base de dados, tomando por base o
conceito do Paradoxo de Condorcet, que determina que existe uma disjunção entre as
O Gingo criava listas ordenadas dos saberes compartilhados atribuídos para cada indivíduo e a
porque mesmo que apenas um indivíduo seja detentor de um determinado conhecimento, ele
singularidade de cada percurso de saber, bem como oferecendo uma visão panorâmica dos
conhecimentos da comunidade.
A função dos atores neste processo de descoberta e sinergia define as seguintes atribuições:
que a compõe;
"Se tomarmos como exemplo o universo de uma escola, os indivíduos podem ser os
uma feira de ciências que aloca esses conhecimentos ou um trabalho que deve ser
comunidade de aprendizagem.
O aluno deixa de ser identificado apenas pelo seu diploma e passa a condição de portador de
aprendizado.
"De uma certa maneira as AdC são um meio de falar dos problemas que encontram os
homens e as mulheres e de seus esforços para tentar resolvê-los. Se tivéssemos que reter
apenas uma idéia acerca das AdC, seria esta aqui: é um instrumento que procura
facilitar ao máximo os esforços que fazem as pessoas para resolver os problemas com os
quais se defrontam. Estes problemas, nós os veremos, são múltiplos e são também
muito ligados à evolução de nossas sociedades e das tecnologias que acompanham esta
evolução.
99
quero dizer que as AdCs não respondem sozinhas aos problemas, assim como um piano
não tocará sozinho uma música. Quando você compra uma AdC, você compra um
aparelho de som, mas um violão ou um piano. Isto significa que serão necessárias
partituras, compositores para inventar estas partituras e por fim intérpretes. Quanto
melhor for o intérprete, mais valerá a pena ter um bom instrumento. Não nos
instrumentos caem nas mãos de pessoas que fazem qualquer coisa, que neles
introduzem qualquer tipo de partitura, teremos uma bela cacofonia; uma cacofonia que
coisa, a interpretamos de qualquer jeito e o resultado disto é qualquer nota, isto é uma
prova da qualidade do instrumento. Desconfie das ferramentas que dão bons resultados
quando você coloca qualquer coisa dentro: provavelmente são ferramentas falsas". (p1)
...
"O princípio humano, filosófico e ético que está por trás das AdCs é que a única forma
de dar sentido a algo é escutar o sentido que cada um dá àquilo que ele conhece 'disto'".
(p2)
Capitalização
Identificação do potencial que os saberes podem oferecer uns aos outros. Tem um sentido
Ocorre que na prática você nunca retira mais do que aquilo que colocou no estoque, mas
Sinergias somadas podem produzir inovações através de uma dinâmica nas pequenas
acumulações existentes neste estoque. Fica evidente então que nunca haverá valor na
Implicação
A interação entre os indivíduos faz surgir uma nova forma, um novo sentido para qualquer
produto sofrerá uma transformação. Voltamos então à teoria da ordem implicada, oriunda da
significaria "um por todos e todos por um". Após esta construção coletiva seria importante
aspecto é que podemos minimizar o paradigma da individualização, do falso "eu que fiz".
outro para a sua existência, pois você somente se percebe como sujeito enquanto o outro
É neste momento que surgem as armas contra a exclusão, tendo em vista que tal fenômeno
coletivização. Talvez por isso exista a necessidade da certificação, para que possamos obter a
Mas, este fato pode também impedir, involuntariamente, o reconhecimento de outro número
Mutualização
quando afirma que ofertar o saber a alguém é simplesmente fazê-lo descobrir em si mesmo
um saber que ali se encontrava de forma latente. É o conceito de redes de trocas recíprocas de
saberes. Um exemplo interessante é a comunidade Linux. Por vezes a condição social ou civil
do indivíduo inibe o encontro para que a troca dos saberes ocorra. Na escola tradicional, esta
que ficamos sentados ouvindo o professor dissertar sobre o quanto ele entende daquele
assunto, forma na verdade aprendizes passivos. Estão sentados absurdamente próximos mas
diariamente num mesmo espaço de saber e não podem circular livremente neste espaço.
Confinados aos limites de suas carteiras ou mesas com computadores. A única solução é a
Ciberespaço de acordo com MOURA (2001) “seria um espaço das interações entre
(p5)
102
Para LÉVY (1999) existem quatro espaços antropológicos: espaço da terra (linguagem,
energia, matéria prima, mercadorias, capitais, mão de obra, informações); e espaço do saber
competências).
...
avaliação dos resultados o mais próximo possível das comunidades envolvidas". (p61)
idéias de Célestin Freinet (1896-1966), pedagogo francês que acreditava que o sucesso do
Sua prática pedagógica enfatizava que "ninguém avança sozinho em sua aprendizagem, a
seus conhecimentos. Sua bandeira era a de que a aprendizagem através da experiência se faz
mais eficaz, porque se o aluno faz um experimento e dá certo, provavelmente ele o repetirá e
professor.
Neste sentido, defendia a tese de que para ocorrer à sintonia e a interação positiva entre
pleno do aluno. Ressaltava, também, que o professor deveria considerar os aspectos políticos
e sociais ao redor da escola para que possa formar um ser social que atue no presente.
Para ajudar no ensino, Freinet comprou um tipógrafo e imprimia textos livres e jornais de
classe para seus alunos. As crianças colaboravam na composição dos trabalhos, discutindo e
eram trocados com outras escolas e gradualmente começaram a substituir os textos didáticos
convencionais.
Por causa desta iniciativa, Freinet foi exonerado de suas funções em 1935, pois o seu método
alunos.
reflexivo para se alcançar a capacidade de abstração, pois executando uma atividade que
É importante frisar que Freinet propunha uma escola criativa e libertadora, voltada
foi a seguinte. Demos um certo número de brevês a cada um dos cursos ministrados
com sucesso. A 'tradução' dos cursos em brevês, proposta pela equipe internacional do
recortes disciplinares, dos títulos dos cursos e de seus conteúdos que eram diferentes
competências em forma de brevês (mais fina, mais microscópica que aquela dos cursos)
deveria ser a mesma em todos os lugares. De maneira surpreendente este objetivo foi
cursos em brevês, foi fácil fazer crescer as Árvores de Conhecimentos das universidades
a partir dos registros dos resultados de seus estudantes. A árvore de cada uma das
reunia os estudantes das cinco instituições. Assim cada estudante podia: comunicar-se
com outros estudantes em função de seu perfil de competências e dos cursos que eles
105
tinham seguido; observar sua posição pessoal na árvore comum; determinar o perfil da
competência suplementar que ele desejava adquirir; consultar em tempo real a descrição
aproximar-se do perfil que ele visava. Nota-se que o estudante é levado primeiramente a
perguntar-se sobre as competências que ele deseja adquirir (ajudado nisto pela árvore) e
em seguida a consultar somente as informações sobre os cursos que ele poderá seguir
para adquirir suas competências. É com conhecimento de causa que ele pode escolher
As mensagens eletrônicas permitem que ele possa obter informações de primeira mão
então preparar sua viagem, visualizando a posição que terá seu brasão na universidade
que o receberá. Os brasões dos estudantes geralmente têm uma posição 'normal' na
recebe, à qual eles freqüentemente trazem novas competências. Durante este projeto a
equipe pôde medir até que ponto as noções de pré-requisito são relativas. Por exemplo,
intelectual 'latina'. Uma das principais vantagens da abordagem validada projeto Nectar
respeitada, pois cada universidade faz crescer uma árvore diferente, refletindo a
106
sempre a mesma lista de brevês que define suas competências: esta lista (eventualmente
Este projeto teria grande utilidade para a mobilização entre departamentos de uma mesma
"O que foi feito em um projeto internacional agrupando cinco países pode ser realizado
Com o tempo e com a mobilização destes esquemas cognitivos professores e alunos estarão
aptos na geração de mais conhecimento. Este processo é que dá sentido a palavra “saber” e ao
Outro referencial teórico importante para a melhor compreensão da proposta deste trabalho é
"É uma inteligência distribuída por toda parte, incessantemente valorizada, coordenada
em tempo real, que resulta em uma mobilização efetiva das competências". (p28)
pressupondo que sem um governo, uma regra, uma fundamentação política-social, não se
caminhos possíveis para a construção de redes sociais imediatas. Em suma, estas amarras
inibem as cooperações.
“É, portanto, a falta de dispositivos e ferramentas que contribui fortemente para o baixo
é acreditar que seja possível a criação de um 'espaço do saber'. Um tal 'espaço' só pode
assumir sua plena significação quando houver um exercício próprio que 'ponha em
Evidentemente não acreditamos que haja uma proposta de individualismo intrínseco, mas que
a tecnologia cria uma dicotomia entre o isolamento físico, não presencial, ao mesmo tempo
em que permite a ruptura das fronteiras da comunicação. Mas, a linguagem é a tecnologia que
une, que permite reconhecer o outro, seus princípios, suas escolhas, sua personalidade, ou
seja, suas competências. Linguagem não apenas verbal, mas corporal, natural, compreendida
Podemos então a partir da obra de Lévy levantar algumas hipóteses da Inteligência Coletiva:
somente pelo capital financeiro e passa a ter valor o capital intelectual e a abrangência
Quanto maior a diferença dos saberes maior a possibilidade de enriquecer-se. Ou seja, o outro
deixa de ser um inimigo e passa a ser um caminho para mais conhecimento. Esta talvez seja
uma das dificuldades de se fazer trabalhar diversos agentes juntos. O conflito de interesses na
verdade não deve ser visto como uma ameaça e sim como uma oportunidade de aprendizado.
Se um agente não tem os conhecimentos necessários para executar suas atividades, deve
109
reconhecê-lo e solicitar que outro agente o auxilie. Este processo na prática é recriminado em
empresas altamente competitivas. Desta forma, um alerta para o sucesso do uso de agentes
inteligentes em ambientes competitivos pode ser um fator limitador na busca por bons
resultados.
Para Lévy o conceito de Inteligência Coletiva está fixado nos seguintes itens:
Lévy defende a tese de que para atingirmos o reconhecimento das competências e mobilizá-
las para a melhoria dos processos devemos valorizar todos os conjuntos de inteligências
existentes, distribuindo-as por toda a parte. Isto significa reconhecer que existe mais de uma
inteligência. O que GARDNER (1994) apresenta como a teoria das “Inteligências Múltiplas”:
sinestésica. Desde a publicação do trabalho inicial Gardner propôs duas novas dimensões de
Lévy considera que no momento que agrupamos as pessoas suas identidades são perdidas em
para efeito de organização e composição dos interesses coletivos. Seria uma ambigüidade
são estabelecidos pelas conexões abertas ou fechadas. A formação de grupos sociais dá-se
sem a preocupação com fronteiras geográficas. Não existe mais a mão do Estado nas
“Como deve ter ficado claro, a inteligência coletiva não é um conceito exclusivamente
“Seu axioma: 'Ninguém sabe tudo, todos sabem alguma coisa, todo o saber está na
Sim. Para que existam coletivos inteligentes deve primeiramente haver uma inteligência
coletiva.
111
5 COMPETÊNCIAS CURRICULARES
Superior, edita pareceres denominados Diretrizes Nacionais Curriculares, quem têm por
cursos superiores, bem como o perfil desejado para o exercício pleno da profissão.
Faremos então, com base nestes pareceres, uma breve citação das descrições de competências
trabalho.
qualificação profissional.
“O novo engenheiro deve ser capaz de propor soluções que sejam não apenas
Conforme o próprio documento do MEC ressalta, estas reformas não têm sido inteiramente
O parecer esclarece, também, quais os objetivos e tendências devem ser consideradas pelas
Desta forma, a compreensão do currículo vai além das atividades convencionais de sala de
visitas técnicas;
eventos científicos;
O perfil dos egressos de um curso de Engenheira deve compreender uma sólida formação
científica que permita ao aluno absorver e desenvolver novas tecnologias, estimulando a sua
engenharia;
114
sociais e cidadania;
115
logística;
instrumentais.
Deve ainda, para completar plenamente o curso realizar um estágio supervisionado pela
de 160 horas.
116
relação às descobertas científicas da sua área. Deve ser capaz de abordar e tratar problemas
Sua postura deve ser investigativa, respeitando as diferentes formas e objetivos do seu
trabalho.
Na visão do MEC, o Físico pode optar por seguir as seguintes áreas profissionais:
Física.
formal, seja através de novas formas de educação científica, como vídeos, “software”,
experimental) da Física em conexão com outras áreas do saber, como, por exemplo,
demandas formativas que vêm surgindo nas últimas décadas, como é o caso do Engenheiro
Físico. Para isso, a formação do Físico deve ser ao mesmo tempo ampla e flexível,
matemáticos apropriados;
118
manter atualizada sua cultura científica geral e sua cultura técnica profissional
específica;
Porém, certas habilidades básicas também são importantes independente da área escolhida:
utilizar a matemática como uma linguagem para a expressão dos fenômenos naturais;
elaborada e demorada;
computacional;
A formação do Físico não pode, por outro lado, prescindir de uma série de vivências que vão
tornando o processo educacional mais integrado. São vivências gerais essenciais ao graduado
relevantes;
ter entrado em contato com idéias e conceitos fundamentais da Física e das Ciências,
monografia;
atividades de ensino.
É importante lembrar que no parecer fica determinado que as instituições de ensino superiores
perfis gerais definidos acima, porém com mudanças nos módulos dos últimos quatro
Física Clássica: São os cursos com conceitos estabelecidos (em sua maior parte)
termodinâmica.
Fundamental do ITA com questões pertinentes aos conceitos vistos no Ensino Básico.
objetiva, tendo em vista que é uma prática já conhecida pelos alunos ingressantes para medir
seu nível de conhecimento relacionado com certos assuntos das ciências exatas.
avaliativas, porque acreditamos que a nossa abordagem não invalida o estudo de caso
Uma descrição mais detalhada das características do sistema será discutida adiante.
122
Quando pensamos em avaliar surgem diversas preocupações: Por que avaliar? Para que
avaliar? Como Avaliar? Qual a melhor abordagem? Que método utilizar? Quais os
instrumentos disponíveis?
Como referenciais teóricos citarão inicialmente BLOOM (1971) que define que o processo de
qualitativa.
exercícios, que permitem o uso de escalas de medidas, notas e atribuição de conceitos. Seu
como técnica exames individuais, visando à verificação do progresso do aluno de acordo com
questionários de auto-avaliação.
participação nas atividades pedagógicas, seu interesse e seu nível de cooperação com os
relacionados com as atitudes, participação nas tarefas propostas, interesse, espírito crítico,
autonomia intelectual e níveis de cooperação com os colegas. Como técnica, procura observar
123
dos alunos.
Para BLOOM (1971) uma avaliação pode ser classificada de acordo com os seus propósitos a
aprendizagem;
ou na conclusão do período.
ROPÉ (1997) também tangencia as definições de Bloom quando propõe que as avaliações
podem ser:
a ação em curso;
Com critérios: avaliação que fixa a desempenho atingido de acordo com condições e
exigências conhecidas.
124
Para efeito deste trabalho adotaremos a Avaliação Quantitativa com uma combinação das
presenciais ou virtuais.
na relação "n-pra-n", onde "n" pode ser num dado momento aprendiz e noutro um mestre.
O que se busca, através do uso destas tecnologias da inteligência não é a transferência pura e
simples de certo domínio, mas o envolvimento dos atores no processo de construção desses
conhecimentos.
Partimos sempre da premissa que todos podem contribuir de alguma forma para o
Este novo espaço de saber, definido por LÉVY (1999) como um campo virtual de troca de
compartilhamento de conhecimentos.
125
inteligência coletiva do grupo, uma figura que em outras décadas já foi conhecida como
Saberes Humanos (ou, como diziam antes, as 'escolas') ao longo dos tempos.
que reunia os jovens não em função dos seus interesses ou temas de pesquisa, mas
simplesmente por idades. O orientador de estudos lhes fala da avaliação: ela classificava
os alunos por números ou notas segundo seu desempenho e em função disso eles eram
ou não 'aprovados' para o nível seguinte. Os aprendizes ficam cada vez mais surpresos.
espantam-se todos. Não conseguem conceber uma situação em que todos tivessem que
saber exatamente os mesmos conteúdos, definidos por outra pessoa, no mesmo dia e
hora marcados. 'Eles não ficavam angustiados?' - comenta um aprendiz com outro. Os
resolver, de memória e sem consulta, isolados das equipes de trabalho, sem partilhar
126
nem construção coletiva. Os problemas em geral não eram da vida prática, e sim coisas
que eles só iriam utilizar em determinadas profissões, anos mais tarde. Imaginando a
cena, os aprendizes começam a sentir uma espécie de angústia, tensão, até mesmo medo
do fracasso, pânico de ficar na mesma série, de ser excluído da escola... 'Assim eu não
seguida, envolvidos por outros temas da pesquisa, o grupo inicia uma nova discussão
pensamento."
A relação entre professor, aluno, instituição e conhecimento vem sofrendo uma revisão de
...
"Pensamentos, sentimentos e ações estão integrados, para o bem ou para mal. Não tem
É incontestável afirmar que ao longo das últimas décadas várias instituições de ensino
se supunha que todas as respostas (comportamentos) eram eliciadas por estímulos (condições
lições, para que o aluno pudesse receber a aprovação no curso. Este método de ensino
certamente trouxe consigo uma necessidade de memorização dos temas apresentados como
sociedade.
Fica evidente que o professor tinha e tem um importante papel nesse processo. É aquele que
tem como tarefa desenvolver técnicas e métodos que estimulem o aluno a responder
adequadamente aos problemas dentro das verdades supostamente aceitas pela ciência e por
ele.
mediador, deveria rever e refazer várias vezes o problema até incorporar o comportamento
correto. Somente depois deste incansável processo é que o aprendiz seria aprovado e estaria
Isto por sua vez inibia a possibilidade do aluno de questionar aquilo que estava aprendendo e
verdadeiro.
O processo de ensino presumia que o aluno somente estava em contato com o conhecimento
familiares, sociais ou mediáticos não tinham muita importância. Estes ambientes somente
processo. Mas como o que estava em jogo era a resposta certa e conseqüentemente a nota,
nenhum aluno sentia-se encorajado a questionar algo. A expulsão pela reprovação era
Podemos prever que este cenário conduz a uma atitude passiva perante o processo de
fórmulas e textos do que um ser pensante e crítico. Era mais importante agradar e atender ao
em menos tempo. Ou seja, os alunos devem aprender exatamente a mesma coisa, do mesmo
Para SKINNER (1996) e sua teoria do reforço o objetivo era controlar o comportamento,
"Será tão importante verificar a que respostas o aluno chegou quanto saber os caminhos
utilizados para isso. Porque os percursos dizem muito mais sobre o desenvolvimento de
conhecimento".
Esta atitude foi fazendo 'escola' e definiu também o adulto que encontramos hoje em sala de
aula, principalmente nos cursos de graduação e pós-graduação. Muitos ficam esperando a data
da prova, o critério de avaliação, o professor dizer como os trabalhos devem ser produzidos,
os prazos, as fontes de informação e o roteiro daquilo que o aluno deve memorizar para ser
aprovado.
Quando o professor rompe com este paradigma costuma encontrar várias resistências.
"Na verdade, dez ou quinze anos atrás provavelmente teria dado ao grupo ainda mais
que isso causa muita ansiedade, frustração e irritação comigo. (Viemos para aprender de
você! Você é pago para ser o nosso professor! Não podemos planejar o curso. Não
para que possam ser percebidos como estrutura do curso, de modo que os alunos
A questão aqui não é se aplicamos ou não os conceitos de Rogers, mas sim, como podemos
Romper este paradigma tem sido uma tarefa árdua para aqueles que pretende inovar no
processo de ensino-aprendizado.
Hoje temos bagagens culturais diferentes na sala de aula. São alunos com interesses diferentes
antes termos noção do grupo que vamos ensinar, suas características e desejos.
A abordagem que se busca é mais personalizada, pois o aluno deve ser respeitado nas suas
instituição disponibiliza.
Como oferecer algo que o aluno possa perceber como valor para os seus objetivos?
Como tirar o foco do professor e passar para a gestão das competências individuais e
coletivas?
Hoje percebemos que a postura do professor está mudando para alguém que procura ser um
Este novo papel também impõe ao professor uma nova forma de posicionar-se na relação com
Os critérios de avaliação, que antes eram determinados somente por aquele que detinha o
poder de aprovar ou reprovar o aluno, precisam ser revistos como uma forma de envolver o
estudante e o grupo ao qual pertence fazendo com que o próprio aluno perceba que "ele é o
131
principal interessado em verificar o quanto rendeu seu estudo e como pode aprimorar as
A velocidade com que a ciência e a tecnologia (tecnociência) têm evoluído nos últimos anos
sociedade.
A forma como nos organizamos e nos relacionamos com o mundo tem sua relação direta com
contexto.
"Na escola das próximas décadas, seremos responsáveis por formar alunos que possam
Percebemos hoje que o mais importante não é acumular informações desnecessárias ao longo
da nossa existência, mas sim, estar preparado para acessá-la, assimilá-la e aplicá-la quanto for
necessário.
Este fenômeno nos parece mais íntimo quando pensamos nas oportunidades igualitárias
geradas pelas redes globais. Uma empresa deixa de ser competitiva somente pela força do seu
capital financeiro e passa a concorrer diretamente com empresas que possuem uma
geografia deixou de ser estabelecida pelo aspecto territorial e passou a ser delimitada pelas
"Isto significa, por exemplo, que em uma grande empresa de um setor pode se conectar
a todo momento com qualquer outro, sem procedimento formal, com troca constante de
informação e de pessoal”.
Desta forma, é importante que o indivíduo que queremos formar tenha uma visão da
Tais transformações, positivas ou não do ponto de vista evolutivo da raça humana, fizeram
Para LÉVY (1999), saber utilizar as ferramentas tecnológicas para conseguir um diferencial é
questão de sobrevivência.
"A prosperidade das nações, das regiões, das empresas e dos indivíduos depende de sua
Esta evolução rápida do conhecimento humano fez surgir um novo espaço de saber,
Cada indivíduo agora faz parte de um coletivo local e simultaneamente globalizado, resultado
6 PROJETO PHYSIX
6.1 APRESENTAÇÃO
ITA, precisávamos de alguma tecnologia que nos permitisse cruzar estas competências com
Para isso, desenvolvemos através da Internet um sistema que considera o ambiente, os atores,
Pensamos também, para ampliar o nosso escopo futuro de atuação, que o sistema
categorização para que o professor possa seguir a linha conceitual que lhe aprouver.
Entre elas a incapacidade de habilitarmos um espaço editável para que o professor pudesse
Acreditamos que estas limitações possam ser supridas na continuidade deste trabalho, bem
6.2 O PROJETO
O nome dado ao projeto Physix é uma relação entre Physics e Extended o que significaria um
aptidões que um aluno deveria ter para participar de um curso de Física no ensino
Percebemos então que esse processo seria desnecessário, tendo em vista que todos os
estavam embasados num processo tradicional de categorização por conceito ou área de saber.
disponibiliza uma liberdade para que o gestor possa organizar os seus conteúdos e avaliações
buscamos não classificar respostas certas ou erradas, mas permitir ao gestor a análise do
das expectativas que o currículo exige e da minimização dos conflitos gerados pelo
seguir para se atingir um objetivo. No nosso caso seria a percepção dos saberes individuais
ensino-aprendizagem.
das questões aplicadas nos alunos do 2o semestre de 2006 para a disciplina de Mecânica I do
ITA.
tecnologia livre ou proprietária. Optamos neste caso por usar uma tecnologia proprietária da
O sistema foi desenvolvido em ASP (“Active Server Page”) que utiliza o conceito de cliente-
servidor. Todas as páginas são acessíveis porque não foram compiladas e transformadas em
arquivos executáveis. Este aspecto colabora com a possibilidade de análise e manutenção por
Utilizamos o banco de dados Microsoft SQL Express 2005 que é gratuíto, permitindo assim, a
realização deste trabalho em qualquer outro servidor ou mesmo numa máquina local de um
usuário.
Para que o ASP e o SQL Server funcionem, precisamos instalar ou habilitar no servidor ou no
interpretação e resposta em tempo real pelo servidor das requisições que as páginas
A modelagem do sistema foi realizada a partir da ferramenta Microsoft Office Visio 2007.
138
Optamos por testar e desenvolver tanto o protótipo como o site no Internet Explorer 7, tendo
Java, pois a parte de validação de listas, entradas e campos está suportada pela tecnologia
JavaScript.
1. USUÁRIO
(mestre)
6. AVALIAÇÃO
1. USUÁRIO (Mestre)
O usuário mestre tem acesso aos principais módulos do sistema, o que lhe permite incluir,
alterar e excluir competências, perguntas e exames. O mestre pode analisar o desempenho dos
alunos cadastrados, visualizar os exames e simular cenários com base nas avaliações
aplicadas.
liberação para acesso ao sistema, enquanto que o mestre será validado e receberá
Este procedimento visa assegurar que os dados cadastrados no sistema tenham integridade e
Quando um mestre cadastra uma competência, uma pergunta ou mesmo um exame, estes
dados ficarão associados ao seu código no sistema. Desta forma, qualquer alteração na base
141
de dados terá efeito somente para aquele mestre. Porém, na aplicação das avaliações, o aluno
2. COMPETÊNCIA
utilizadas pelo sistema para a classificação das avaliações dos alunos. Cabe ressaltar, que a
conceito de “GRUPO”, que determina a competência primária adotada pelo sistema como
cadastrar o subitem utilizando a seguinte regra: cadastrar primeiramente o grupo como “1” e
posteriormente o nível como “0” para a competência principal. Em seguida deve cadastrar o
grupo “1” e o nível “1” que ficará como o subitem daquela competência principal. Este
O mestre deve fazer uma breve descrição das competências, objetivando colaborar para a
3. PERGUNTA
Neste módulo o mestre lançará às perguntas para a futura composição dos exames. Cada
questão: teórica ou prática. O título da pergunta é a chave no banco de dados, logo o sistema
validará qualquer duplicidade de perguntas. O mestre poderá cadastrar até cinco respostas
objetivas, sendo que a resposta correta terá peso “1” e as respostas erradas peso “0”. Este
critério será utilizado para classificar a pontuação individual e coletiva dos alunos, permitindo
Para cada resposta podemos associar um texto ou uma imagem, visando colaborar no
uma imagem geral e a inserção de um arquivo “pdf”, para que o aluno demonstre como
desenvolveu a questão. Esta é uma característica muito importante do sistema, pois permite
que o professor avalie melhor o aluno e estabeleça uma estratégia para, se necessário, orientá-
4. EXAME
Neste módulo o mestre deverá criar primeiramente um título para o exame e posteriormente
associar e ordenar as perguntas que aparecerão para o aluno. Para isto, o mestre precisa
O sistema possui ainda um filtro por competências para facilitar a localização e a associação
Enquanto este tempo não for atingido o aluno poderá retornar ao exame e continuar
5. USUÁRIO (Aluno)
Após a validação do usuário e senha, o aluno poderá alterar os seus dados cadastrais, fazer
Terá acesso também ao sistema de comunicação interna, onde poderá encaminhar e receber
6. AVALIAÇÃO
sistema e no momento que o aluno acessar um exame o sistema fará o registro no banco de
dados, iniciando a contagem do prazo para a sua finalização. Vencido este prazo, o aluno,
mesmo que não tenha respondido todas as perguntas do exame será impedido de acessá-lo
O mesmo ocorrerá no caso do registro de alguma resposta no exame durante o período válido.
Depois de escolhida e enviada à resposta para atualização no banco de dados, o aluno não
poderá editá-la novamente. Somente após o término do prazo total do exame ou se responder
Outras explicações
Sempre que o mestre excluir uma pergunta ou uma competência não estará excluindo
futura de registros, tendo em vista que diversos exames poderão estar associados com estes
itens.
responder alguma questão do exame esta não será computada para efeito de resultado.
148
7 RESULTADOS
objetivo:
processo de ensino-aprendizagem;
habilidades e atitudes;
saberes raros;
Desta forma, passaremos a apresentar os relatórios disponíveis no sistema, bem como uma
análise dos resultados obtidos a partir da tabulação das avaliações realizadas no 2o semestre
7.1 RELATÓRIOS
competências cadastradas, para que o mestre e os alunos tenham uma visão comum às
exigências formativas;
Relação de Exames: disponibiliza tanto para o mestre como para os alunos uma
Relação de Alunos x Exame: lista a relação de alunos por exame. Permite a seleção
competências, permitem tanto para o professor quanto para os alunos uma ferramenta
153
importante de análise do coletivo. O percentual, com base nas pontuações das avaliações,
7.2 GRÁFICOS
Percentual total de acertos dos alunos por exame: tem por objetivo apresentar os
resultados percentuais do coletivo por exame;
Percentual total de acertos dos alunos por competências: tem por objetivo
apresentar os resultados percentuais do coletivo por competência;
Análise individual e coletiva: a partir da escolha do ano de ingresso dos alunos, o
sistema solicitará a escolha de um aluno visando compará-lo ao restante da classe,
tanto individualmente, sem a sua participação e com a sua participação.
154
Se nos fixássemos somente na primeira tabela do gráfico perceberíamos que o aluno não
aproximadamente.
Isto demonstra que existe um impacto quando consideramos o acervo das competências
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nas últimas décadas, o ensino de um modo geral vem passando por uma série de
transformações, que envolvem desde a sua legislação até a forma como os seus objetivos e
Os diversos atores envolvidos nestas transformações sabem que estão interligados por uma
Precisam lidar com a diversidade cultural, econômica, política e social dentro das escolas,
propondo novas formas de ensinar, atraindo interesses, motivando e enfrentando questões que
Os professores precisam atrair os alunos para a escola e também resgatá-los para a educação,
pois se continuarem “dando aula”, fingindo que estão ensinando, nenhuma sinergia surgirá.
Atualmente, os alunos já não conseguem fingir que aprenderam, pois o mercado de trabalho
dá sinais de que não contrata porque não encontra mão de obra qualificada.
Desta forma, o trabalho aqui apresentado procura levantar estas questões no momento em que
aprendizagem coletiva, que a avaliação dos saberes pré-existentes colabora para uma melhor
São outros tempos, valores transversalizados e informações globais, que exigem ao invés da
Ressalto que todos devem participar deste processo de regaste e reconstrução da educação,
principalmente o aluno, entendendo que dele se espera o resultado. Caso contrário, não
aprende, decora. Não retém, porque não vive a experiência. Esquece a dimensão da sua
Desta forma, passamos a pontuar os principais benefícios deste trabalho, gerados a partir das
competências.
Permite o reforço pedagógico em tempo hábil aos alunos que apresentam dificuldades
utilidade, na prática, no por que daquilo que ensina. Quem quer formar?
coletivo;
resultados das avaliações em tempo hábil para que possa corrigi-las, evitando desta
Fornece informações para que o aluno possa interagir com o professor na tentativa de
sistema que seja flexível o suficiente para embarcar quaisquer linhas pedagógicas na
A realização deste trabalho foi motivada principalmente pela insatisfação com o atual modelo
mundo no qual estamos inseridos, os alunos estão desmotivas e a cada dia se distanciando do
160
saber científico, egoístas, com sérias dificuldades afetivas e de comunicação com seus
que na maioria das vezes não alcançam na ponta os principais interessados, professor e aluno.
O ensino transformou-se numa empresa, interessada no ingresso de alunos que a cada mês
contribuam com as suas mensalidades para manter os altos padrões de estrutura ofertados nas
propagandas do vestibular.
elaboração de currículos no ensino superior e perdemos talentos para países estrangeiros que
Logo, sugerimos:
instituições de ensino;
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, Rubem. Conversas com quem gosta de ensinar. São Paulo: Cortez, 1993.
AQUINO, Julio Groppa. Relação professor aluno: do pedagógico ao institucional. São Paulo:
Summus, 1996.
_______________. Por uma abordagem capitalista das riquezas humanas. São Paulo: DDIC,
2001.
COSTA, Rogério. A cartografia dos saberes: a sinergia das inteligências e a partilha dos
conhecimentos. São Paulo: DDIC, 2001.
DAVENPORT, Thomas H. Ecologia da Informação: por que só a tecnologia não basta para o
sucesso. São Paulo: Futura, 2000.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio Eletrônico versão 1.4. São
Paulo: Nova Fronteira, 1994.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1997.
____________. Pedagogia do oprimido. 45a Edição. São Paulo: Editora Paz e Terra, 2006.
GARDNER, Howard. Estrutura da Mente: A teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1994.
HOUAISS, Antonio. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa versão 1.0. São
Paulo: Editora Objetiva, 2001.
162
KUHN, Thomas Samuel. A estrutura das revoluções científicas. 7.ª ed. São Paulo: Editora
Perspectiva, 1992.
LAFER, Inês Mindlin; SILVA, Marcelo José Machado. As Árvores de Conhecimento. São
Paulo: DDIC, 2001.
LEIS, etc. Diretrizes e Bases da Educação Nacional: lei n 9.034, de 20-12-96 (Lei Darcy
Ribeiro) e legislação correlata. São Paulo: EDIPRO, 1997.
LÉVY, Pierre. A Inteligência Coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo:
Edições Loyola, 1999.
MELLO, Guiomar Namo de. Afinal, o que é competência? Revista Nova Escola, Edição 160.
São Paulo: Editora Abril: 2003. Disponível em:
http://novaescola.abril.uol.com.br/ed/160_mar03/html/com_palavra.htm. Último acesso
em: 23/04/2007.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2002.
163
MOURA, Arthur Hyppólito de. A psicoterapia institucional e o clube dos saberes. São Paulo:
Editora Hucitec: 2003.
__________. Quem é que está falando? Um ou muitos? São Paulo: DDIC, 2001.
NARDI, Roberto. Pesquisas no Ensino da Física. São Paulo: Escrituras Editora, 1998.
ROPÉ, Françoise. Lucie Tanguy. Saberes e competência: o uso de tais noções na escola e na
empresa. São Paulo: Papirus, 1997.
TERSARIOL, Alpheu. Minidicionário Escolar Língua Portuguesa. São Paulo: Edelbra, 2006.
Obs.: A indicação do site Wikipédia como referencial bibliográfico é intencional, pois procura
valorizar o conceito de coletivos inteligentes e o de inteligência coletiva. Caso contrário
este trabalho perderia o sentido.
164
10 ANEXOS
CONTEÚDO DISCIPLINA 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03
1 Lei da Termodinâmica Dinâmica do Sistema de Partículas e x x x x
Gravitação
2 Lei da Termodinâmica Dinâmica do Sistema de Partículas e x x x x
Gravitação
Aceleração centrífuga e de Coriolis Mecânica da Partícula x x
Algoritmos quânticos: Shor e Grover Introdução à Computação Quântica x
Análise de Fourier de um movimento Circuitos, Ondas e Óptica x
ondulatório
Análise dimensional Mecânica da Partícula x x x x
Aplicação a polímeros Simulações Numéricas de Sistemas x
Físicos
Aplicações de plasmas: tipos de Fundamentos de Gases Ionizados x x x x x x x x x x
reatores, tipos de excitação elétrica,
processos de corrosão e deposição a
plasma, outras aplicações
Mapeamento das competências curriculares no ensino da física como proposta para a melhoria do
processo de ensino-aprendizagem
6.
AUTOR(ES):
7. INSTITUIÇÃO(ÕES)/ÓRGÃO(S) INTERNO(S)/DIVISÃO(ÕES):
8.
PALAVRAS-CHAVE SUGERIDAS PELO AUTOR:
10.
APRESENTAÇÃO: X Nacional Internacional
ITA, São José dos Campos, 2007, 170 páginas
11.
RESUMO:
A partir da análise da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional percebemos que existe uma lacuna
entre a aplicação dos conceitos de competências e habilidades como objetivos educacionais para
o ensino básico e a aplicação destes mesmos conceitos no ensino superior.
Evidencia-se, também, um distanciamento entre as expectativas dos alunos ingressantes nas
universidades e as propostas pedagógicas ofertadas, que mantêm nos seus currículos conceitos e
conhecimentos muitas vezes superados ou defasados das exigências e práticas mercadológicas,
bem como do atendimento das demandas sociais.
Na prática, verificamos que falta uma abordagem que valorize os saberes individuais e coletivos a partir
do conceito de competências com base na LDB, inexistente nas diversas ferramentas
tecnológicas que permitem o desenvolvimento de conteúdos programáticos, a reprodução de
experimentos, o compartilhamento de informações ou mesmo a própria avaliação dos alunos.
Desta forma, o mapeamento das competências curriculares no ensino da Física como proposta para a
melhoria do processo de ensino-aprendizagem é um trabalho que visa contribuir para uma nova
abordagem na definição dos conteúdos pedagógicos do ensino superior, bem como estimular
uma discussão sobre as contribuições advindas desta abordagem.
Para isto, desenvolvemos um sistema na Internet que foi posteriormente aplicado nos alunos ingressantes
do curso de Engenharia do Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA na matéria de Física no
segundo semestre de 2006, servindo de estudo de caso para a coleta, classificação e apresentação
dos resultados, permitindo aos atores envolvidos no processo de ensino-aprendizagem uma
alternativa no estabelecimento de novas estratégias educacionais.
12.
GRAU DE SIGILO: