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UFCD 0781
Análise de Sistemas de Informação
Curso Técnico/a de Informática - Sistemas
Formador
Vítor Ferreira
vitor.ferreira@olhares.org
UFCD 0781 - Análise de Sistemas de Informação
Vítor Ferreira
2
Conteúdo
0.- Introdução ..................................................................................................................................... 6
0.1.- Objectivo ................................................................................................................................ 6
0.2.- Conteúdos Programáticos ...................................................................................................... 6
1.- Análise de Sistemas - Conceitos Gerais......................................................................................... 7
1.1.- Definição ................................................................................................................................ 7
1.1.1.- As Diferenças - Dados vs Informação ............................................................................. 7
1.1.2.- As Diferenças – Conhecimento vs Sabedoria .................................................................. 8
1.1.3.- Conceitos Fundamentais em Sistemas............................................................................ 8
1.1.4.- Actividades no Sistema de Informação ........................................................................... 8
1.1.5.- Sistemas de Informação vs Sistemas de Informação Gerenciais .................................... 9
1.1.6.- Dimensões do Sistema Informação ................................................................................ 9
1.2.- Classificação ......................................................................................................................... 10
1.2.1.- Sistema de Apoio às Operações .................................................................................... 11
1.2.2.- Sistemas de Apoio Gerencial......................................................................................... 11
1.2.3.- Sistemas Transacionais (ST) .......................................................................................... 12
1.2.4.- Sistema de Informações Gerenciais (SIG) ..................................................................... 13
1.2.5.- Sistema de Apoio à Decisão (SAD) ................................................................................ 14
1.2.6.- Sistemas de Informação Executivo (SIE) ....................................................................... 15
3
1.3.- Objetivos organizacionais dos Sistemas de Informação ...................................................... 16
1.4.- Em resumo ........................................................................................................................... 18
1.4.1.- Análise de Sistema de Informação ................................................................................ 18
1.4.2.- Papel do Analista de Sistema de Informação................................................................ 19
2.- Metodologias de Análise de Sistemas......................................................................................... 21
2.1./2.2- Classificação e Objectivos.............................................................................................. 21
2.(1/2).1.- Metodologia de Desenho Estruturado de Yourdon ................................................ 22
2.(1/2).2.- Metodologia de Desenho de Jackson ..................................................................... 22
2.(1/2).3.- Metodologia de Desenho de Warnier-Orr .............................................................. 24
2.(1/2).4.- Engenharia de Informação ...................................................................................... 25
3.- Ferramentas de análise estruturada ........................................................................................... 27
3.1.- Diagrama de fluxo de dados (DFD) ...................................................................................... 27
3.1.2.- Vantagens Diagramas de fluxo de dados (DFD) ............................................................ 27
3.1.2.- Características Diagramas de fluxo de dados (DFD) ..................................................... 27
3.1.3.- Desvantagens ou Limitações Diagramas de fluxo de dados (DFD) ............................... 28
3.1.4.- Convenções a usar na construção de Diagrama de Fluxo de Dados............................. 28
3.1.5.- Metodologia de elaboração Diagrama de fluxo de dados (DFD) .................................. 29
3.1.6.- Diretrizes para a elaboração do diagrama de fluxo de dados (DFD): ........................... 30
3.1.7.- Regras a ter em conta na construção de Diagrama de fluxo de dados (DFD) .............. 31
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0.- Introdução
0.1.- Objectivo
Reconhecer e utilizar as diferentes
metodologias de análise de sistemas de
informação, no âmbito do processo de
informatização de uma organização.
9 - Organização
A fim de entender como uma organização específica usa sistemas de informação, é necessário saber
algo sobre a estrutura, história e cultura da mesma. As organizações têm uma estrutura composta
por diferentes níveis e especializações. Essa estrutura revela uma clara divisão de trabalho. A
autoridade e a responsabilidade numa empresa são organizadas na forma de uma hierarquia, ou
uma estrutura piramidal, de responsabilidade e autoridade crescentes.
- Pessoas
Uma empresa é tão boa quanto as pessoas que a formam. O mesmo se aplica aos sistemas de
informação: eles são inúteis sem pessoas capacitadas para os desenvolver e manter e sem quem
saiba usar as informações de um sistema para atingir os objetivos organizacionais. Por exemplo, um
call center equipado com um avançado sistema de relacionamento com os clientes será inútil se os
funcionários não forem adequadamente treinados para lidar com pessoas, encontrar soluções para
os seus problemas e dar-lhes a sensação de que a empresa se importa com eles.
- Tecnologia
A tecnologia da informação é uma das muitas ferramentas que decisores utilizam para enfrentar
mudanças. Hardware é o equipamento físico usado para atividades de entrada, processamento e
saída de um sistema de informação. Consiste em computadores de vários tipos e formatos; diversos
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1.2.- Classificação
Os sistemas, do ponto de vista empresarial, podem ser classificados de acordo com a sua forma
de utilização e o tipo de retorno dado ao processo de tomada de decisões.
Os sistemas podem ser de contexto operacional ou Gerencial, ou seja, Sistemas de Apoio às
Operações e Sistema de Apoio Gerencial.
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Exemplos:
Pagamento de empregados, envio de faturas a clientes, preenchimento de formulários de gestão
(fins lucrativos); recebimento de doações, financiamento pesquisas (s/fins lucrativos).
São o coração da maior parte das organizações empresariais, pois dão apoio à monitorização e à
realização das negociações, armazenando os dados sobre as mesmas.
Exemplos:
Um relatório industrial produzido uma vez por dia para monitorizar a produção de um novo
produto; Horas trabalhadas por um empregado em especial; Produtos com menos de 50 peças em
stock, funcionários que tiveram horas extras na semana;
Exemplos
Um exemplo pode ser um Sistema Transacional de cobranças que envia contas mensais aos clientes;
Um Sistema de Informações Gerenciais de cobranças que produz para a organização relatórios
semanais sobre contas vencidas; Um Sistema de Apoio à Decisão de cobranças que executa análises
e simulações para determinar o impacto dos pagamentos atrasados no fluxo de caixas, na
facturação e/ou nos níveis de lucro global;
Esta divisão e classificação dos Sistema de Informação não é única e podem ser encontradas
outras classificações similares. Recapitulando no prisma organizacional, os sistemas de informação
podem classificar-se de diversas formas:
-Sistemas de Informação Operacional ou de Processamento de Transações: estes gerem a
informação referente às transações que têm lugar numa empresa;
-Sistemas de Informação de Gestão: permitem solucionar problemas empresariais em
geral;
-Sistemas de Informação Estratégicos ou de Apoio à Decisão: analisam as variáveis de
negócio que permitem a tomada de decisões;
-Sistemas de Informação Executiva: para diretores, gerentes e administradores;
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- Excelência Operacional
As empresas estão sempre a tentar melhorar a sua eficiência de suas operações a fim de conseguir
mais lucratividade. Das ferramentas de que os administradores dispõem, as tecnologias e os
sistemas de informação estão entre as mais importantes para atingir altos níveis de eficiência e
produtividade nas operações, especialmente quando combinadas com mudanças no
comportamento da administração e nas práticas de negócio.
- Vantagem Competitiva
Se uma empresa atingir um ou mais dos objetivos organizacionais tratados até aqui excelência
operacional; novos produtos, serviços e n1odelos de negócio; relacionamento mais estreito com
consumidores e fornecedores; e melhor tomada de decisão-, provavelmente já terá conseguido
17 certa vantagem competitiva. E, se fizer essas coisas melhor que seus concorrentes, gastando menos
para obter produtos superiores e respondendo a clientes e fornecedores em tempo real, aumentará
as vendas e os lucros até um nível que os concorrentes não conseguirão igualar.
- Sobrevivência
Outro motivo para as empresas investirem em sistemas e tecnologias de informação está no filtro
de que eles se tornaram imprescindíveis à prática de negócios. Muitas vezes, essa
imprescindibilidade é foi determinada por mudanças no sector.
Uma série de regulamentações europeias, nacionais e locais obrigam as empresas e seus
funcionários a manter determinados registros, inclusive registros digitais.
1.4.- Em resumo
1.4.1.- Análise de Sistema de Informação
A análise de sistemas é um processo de estudo de uma organização (na sua totalidade ou em
parte), em que se procura realizar o levantamento exaustivo de como funciona e desta forma
descrever os processos de resolução seguidos para suas necessidades (que garantam o atingir do(s)
objectivo(s) da organização).
Define-se análise de sistemas como uma técnica de resolução de problemas que decompõe um
sistema nos seus componentes, de forma a perceber como estes trabalham e interagem entre si,
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permitindo atingir o seu propósito.
Pode ser compreendida como o processo de classificação e interpretação de factos, que
permitem identificar problemas, utilizando a informação recolhida, de forma a recomendar
melhorias no sistema ou suportar o desenvolvimento de um novo sistema.
A análise de sistemas de informação é definida como a fase de desenvolvimento, num projeto
que se destaca numa primeira etapa no problema apresentado, independentemente da tecnologia
que irá ser utilizada na implementação da sua solução. A análise de sistemas de informação procura
perceber como estes funcionam para verificar se são necessárias melhorias.
A análise de sistemas obriga, em primeiro lugar, ao estudo dos requisitos de informação e dos
utilizadores finais. Mas uma perceção adequada das necessidades das organizações requer
igualmente o estudo das atividades, dos recursos e dos sistemas de informação existentes, de
forma a identificar o que é ou não pertinente para as organizações.
A análise de sistemas teve a sua origem em 1940, aquando da criação de uma organização
americana sem fins lucrativos, a RAND Corporation, de forma a encontrar soluções para problemas
de planeamento de operações militares.
O sucesso desse projeto na Segunda Guerra Mundial estimulou o desenvolvimento da Pesquisa
Operacional (PO). A forma de abordagem na solução de problemas dessa natureza deu à pesquisa
operacional o status de um processo científico.
No período pós-guerra, alguns trabalhos de consultoria prestados pela RAND, fizeram com que
surgisse uma área, considerada por muitos, similar à pesquisa operacional: a análise de sistemas.
Após 1948, a ênfase das pesquisas conduzidas pela RAND focava-se na análise de custos e no
planeamento operacional, tático e estratégico. Fazer avaliações de alternativas de negócios em
termos de lucro e gastos era o objetivo da empresa. A RAND Corporation dispunha de uma
metodologia para conduzir os seus projetos de pesquisa.
Considerada uma das primeiras metodologias de análise de sistemas, ela era descrita pelos
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seguintes passos:
1) identificar os objetivos a serem alcançados;
2) procurar técnicas alternativas, pelas quais, os objetivos pudessem ser alcançados;
3) identificar os custos e os recursos necessários a cada alternativa;
4) desenvolver um ou vários modelos matemáticos, mostrando a interdependência dos objetivos,
recursos, ambiente, técnicas e instrumentos;
5) definir critérios, relacionando objetivos, custos e recursos, para a escolha de uma alternativa
preferencial.
- Engenharia de Informação
23 Desta abstração decorre o conceito de objeto que, segundo Shlaer e Mellor (1990), é uma abstração
de um conjunto de coisas do mundo real, de forma que:
a) Todas as coisas do mundo real deste conjunto - as instâncias - tenham as mesmas características;
b) Todas as instâncias estejam sujeitas, e em conformidade com, as mesmas normas.
Porque é orientada a objectos eles podem-se enquadrar dentro de uma das cinco categorias
seguintes:
- Coisas tangíveis (avião, veículo, livro, etc);
- Funções (médico, paciente, cliente, etc);
- Interações (compra, casamento, etc)
-Incidentes (vôo, acidente, evento, etc);
-Especificações ( modelo 172, etc).
Não é directamente aplicável à maior parte dos problemas do mundo real, porque: -Assume a
existência de uma especificação correcta e completa; -O processo de desenho é limitado a
programas simples.
O ponto mais forte da metodologia de Jackson seja a sua orientação para a estrutura de dados.
Na maior parte dos projectos, os processos são razoavelmente simples, enquanto as estruturas de
dados podem ser muito mais complexas. Por outro lado, Jackson não dá importância ao projecto
da lógica de controlo, desde que seja imposta pelas estruturas de dados. Orienta sua metodologia
para programas simples (ou programas complexos decompostos até que possa ser vista como um
programa simples). Também pressupõe que existe previamente um certo nível de especificação, o
que nem sempre é verdade. Além disso a metodologia está mais voltada para uma visão hierárquica
das estruturas de dados, nem sempre real (e cada vez menos comum nos sistemas on-line,
baseados em bancos de dados).
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Passos Essenciais na Metodologia de Desenho de Warnier-Orr
1- Definição dos processos de output.
2- Definição da base de dados lógica: são definidos todos os elementos necessários para produzir
o output do programa.
3- Análise dos eventos: são definidos todos os eventos que podem afectar os dados na base de
dados física.
4- Desenvolvimento da base de dados física.
5- Desenho do processo da lógica dos processos.
6- Desenho do processo físico: adiciona a lógica de controlo e os procedimentos para completar o
desenho do programa.
A metodologia Warnier-Orr é bastante inovadora em relação às demais, tendo sua base na lógica
de conjuntos da matemática. Ela parte da especificação das saídas do sistema, para deduzir
processos e dados de entrada, e seu diagrama, que separa adequadamente aspectos lógicos e
físicos do sistema. Entretanto, como esse diagrama se estende do geral para o particular de uma
forma praticamente linear (da direita para a esquerda), fica realmente difícil representar sistemas
de algum porte. Nesse caso o diagrama pode ocupar várias folhas, difíceis de serem visualizadas em
conjunto. Mas a principal limitação dessa metodologia é a sua inadequação para representar
estruturas de dados que não sejam hierárquicas, como as de vários dos actuais sistemas de bancos
de dados. Outra questão é a extrema orientação para as saídas do sistema. Isso provavelmente
favorece a construção de sistemas voltados para a emissão de relatórios ou consultas, mas parece
inadequado para sistemas mais complexos.
c) Projeto do sistema;
e) Construção;
c) Corte;
Os Diagramas de fluxo de dados não mostram os aspectos acima referidos, mas não se pretende
que mostrem, pois isso anularia as suas próprias vantagens.
Os Diagrama de Fluxo de Dados (DFD) são uma das ferramentas de análise de dados mais
utilizadas, devido à facilidade linguística e às poucas alternativas referentes aos símbolos. Estes
fatores tornam-no numa ferramenta fácil de utilizar, de elaborar, de ser lida e compreendida. O
DFD abrange quatro elementos gráficos: os processos, o fluxo de dados, os arquivos e a entidade
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de origem/destino:
Fluxo de Dados: têm unicamente a função de recolha de dados num determinado ponto e
transmissão desses mesmos dados para um determinado output. É uma única parte de dados ou
conjunto lógico de informações (Ex. Factura). É graficamente representado por uma seta que entra
ou sai de um processo e é utilizado para mostrar o movimento de pacotes de informação de um
ponto a outro do sistema. O fluxo de dados representa dados em movimento. Cada fluxo de dados
tem de ter um nome apropriado e o mais preciso possível.
Arquivos: são repositórios de dados, possivelmente temporários, nos quais os fluxos podem
depositar dados ou lê-los repetidamente sem os destruírem. Onde a recolha de dados é
armazenada permanentemente. Cada arquivo possui um nome exclusivo que se encontra no plural.
O arquivo contém um conjunto de informações que pode ser acedido e/ou atualizado por um
processo.
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Entidades: pontos de origem ou de fim de fluxos de dados, exteriores ao sistema, acerca dos quais
só se sabe os protocolos a utilizar e a informação por eles descrita. Uma pessoa, organização ou
sistema que é externo ao sistema, mas interage com ele. São categorias lógicas de coisas ou pessoas
que representam a origem ou o destino para as transações. A identificação e definição das
entidades externas definirão as fronteiras ou limites do sistema. Mostram, respetivamente, de
onde o dado requerido pelo sistema vem e para onde o dado produzido pelo sistema vai. Uma
origem é um provedor de fluxo de dados para o sistema, e o destino é um recebedor de fluxo de
dados do sistema.
Sempre que um cliente efectue um pagamento com cheque ou com dinheiro, é emitido um
recibo. Neste caso, vários eventos podem dar origem à mesma resposta.
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Um diagrama de contexto permite identificar os limites dos processos, as áreas envolvidas com
o processo e os relacionamentos com outros processos e elementos externos à empresa
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(Exemplo: Clientes, Fornecedores).
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No exemplo temos Diagrama de Fluxo de Dados de “Encomendar Comida” (Food Order System)
que contém três Processos, quatro Entidades externas e dois Arquivos de dados.
Com base no diagrama, sabemos que um cliente pode fazer um pedido. O processo Encomendar
Comida recebe a Encomenda que encaminha para o Cozinha, a Encomenda é arquivada no Arquivo
Encomendas, actualizando o inventário no Arquivo Inventário. O processo também gerará uma
Factura para o Cliente.
O Gerente pode receber relatórios através do Processo Gerar Relatórios, este irá buscar os
detalhes (inputs) Arquivo Inventário e ao Arquivo Encomendas
O Gerente pode igualmente iniciar o Processo Encomendas de Inventário, dando uma ordem
Encomenda Inventário. O Processo encaminha a Encomenda Inventário ao Fornecedor e armazena
os detalhes de inventário atualizado no Arquivo Inventário.
Num Diagrama de fluxo de dados (DFD), concentramo-nos nas interacções entre o Sistema e as
Entidades Externas, em vez de ser nas Comunicações Internas entre interfaces. Portanto, os Fluxos
de Dados entre as interfaces e os Arquivos de Dados usados são considerados fora do escopo e não
deve ser mostrado no diagrama. É importante misturar o Fluxo de Dados com o Fluxo de Processo
Alguns designers podem se sentir desconfortáveis ao ver um conector de ligação a partir de um
Arquivo para um Processo, sem ver a etapa de solicitação de dados que está sendo mostrado no 34
diagrama de alguma forma. Alguns deles irão tentar representar um pedido, adicionando um
conector entre um Processo e um Arquivo, rotulando-o "um pedido" ou "pedido de alguma coisa",
o que é errado.
Tenha em mente que dados Diagrama de Fluxo de Dados são projetados para representar a
troca de informações. Conectores num Diagrama de Fluxo de Dados são para a representação de
dados, não para representar o Fluxo do Processo, Passo ou qualquer outra coisa. Quando rotular
um Fluxo de Dados que termina num Arquivo "um pedido", isso significa, literalmente, estamos a
passar um pedido em Dados a um Arquivo de dados.
4.- Dicionário de dados
4.1.- Utilidade e regras de definição
O Dicionário de Dados pode ser visto como um depósito central que descreve e define o
significado de toda a informação usada na construção de um sistema. O Dicionário de Dados é uma
ferramenta de modelação textual, que permite descrever, com algum rigor, os elementos de dados
do sistema.
A definição de um elemento de dados inclui: a composição do elemento, caso seja composto
por outros elementos, ou os valores que esse elemento pode tomar, caso seja atómico; o
significado do elemento, apresentado em comentários. Permite fazer a verificação de consistência
entre os vários modelos.
Os elementos de dados são o nível mais elementar (atómico) de dados, que permite a
representação de atributos do sistema. A estrutura de dados é um conjunto de elementos de dados
relacionados que colectivamente descrevem um componente/objecto do sistema.
O Dicionário de Dados é uma ferramenta textual de apoio à análise e desenho. Este constitui
uma listagem organizada dos elementos de dados que são considerados pertinentes para o sistema.
Um elemento atómico é aquele, cuja
decomposição, não faz sentido no contexto do
sistema. Em certos casos é necessário acordar
com o utilizador se um elemento de informação
é atómico ou necessita de uma maior
decomposição.
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Por exemplo, o termo nome pode ser decomposto em nome_próprio e apelido. Mas em
determinados sistemas essa decomposição pode não ser necessária. Muitas vezes o significado dos
elementos atómicos é óbvio.
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É preciso ter em conta alterações nos modelos sem a manutenção adequada no Dicionário de
Dados, fazem com que seja necessário o Despiste de Inconsistências, senão for efectuado, pode
dar origem a:
- Pseudónimos - Nomes diferentes para a mesma especificação de dados.
- Impostores - Dados com o mesmo nome mas com especificações diferentes.
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- Orfãos - Dados que não pertencem a nenhum componente do sistema; desconhece-se a sua
origem e o seu destino.
Professor
Atributos: dado que contém informação que descreve uma entidade; são concretizados sobre a
forma de valores, sendo um descritor cujo valor está associado com as ocorrências de uma
determinada entidade. Ex.: Nome_do_cliente; Id_produto.
Relações: são concretizadas sobre a forma de pares entre ocorrências de duas entidades, sendo
uma razão relevante para a empresa associar duas entidades. Ex.: Cliente COMPRA Produto
Mecânico
É necessário ter em atenção que não são entidades: Entidade com apenas 1 elemento; Operações
do sistema; Saídas do sistema; Pessoas que realizam trabalhos (utilizadores do sistema); Cargos
de Direção.
Algumas Pistas de Leitura de um diagrama E-R:
A presença de um substantivo usualmente indica uma entidade;
A presença de um verbo é uma forte indicação de um relacionamento;
Um adjetivo, que é uma qualidade, é uma forte indicação de um atributo;
Um advérbio temporal, qualificando o verbo, é uma indicação de um atributo de Relacções.
Um-para-muitos (1 : N): uma entidade em A (nesse caso, venda) está associada a qualquer número
de entidades em B (cliente), enquanto uma entidade em B está associada no máximo a uma
entidade em A. Neste exemplo, um cliente pode participar de várias vendas, e uma venda só pode
ser realizada para um cliente.
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Muitos-para-um (N : 1): uma entidade em A (nesse caso, venda) está associada no máximo uma
entidade em B (cliente), enquanto uma entidade em B está associada a qualquer número de
entidades em B. Neste exemplo, uma venda só pode ser realizada para um único cliente, mas um
cliente pode participar de várias vendas.
Relação Binária: quando existe o relacionamento entre apenas duas entidades. Exemplo:
Relação Ternária: quando existe o relacionamento entre três ou mais entidades. Exemplo:
Atributo Simples
Não possui qualquer característica especial. A maioria dos atributos serão simples. Quando um
atributo não é composto e recebe um valor único como um nome, por exemplo e não é um atributo
chave, então ele será atributo simples. A maioria dos atributos são considerados simples.
Atributo Composto
O seu conteúdo é formado por vários itens menores. Exemplo: Endereço. Podemos decompor o
mesmo em vários outros atributos, como: Rua, Número, Andar, Localidade, Código Postal, Cidade
e Pais, entre outros.
É importante considerar que nas bases de dados um atributo composto geralmente é
desmembrado, ou seja, para o caso do endereço, podemos desmembrá-lo em vários atributos
simples. Conceptualmente o endereço é aceite como um único atributo, mas na prática geralmente
é feito este desmembramento para permitir a organização dos dados, facilitar a procura e a
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indexação dos mesmos.
Atributo Multivalor
O seu conteúdo é formado por mais de um valor. Por exemplo, Telefone, uma pessoa pode ter mais
do que um número de telefone. Este tipo de atributo é aceite conceptualmente, mas este pode
criar um problema na base de dados. Há duas formas de lidar com este problema, a primeira é
manter o atributo multivalor e permitir que existam sejam inseridos mais do que um dado no
mesmo campo, como por exemplo: dois números de telefone. A segunda alternativa passa por
aplicar o processo de normalização de dados e em que o mesmo é transformado numa nova
entidade na base de dados estando relacionada com a tabela principal.
A primeira alternativa é a mais simples, no entanto teríamos problemas na consulta dos dados, caso
a efetuássemos pelo número de um dos telefones apenas. A segunda exige mais trabalho, no
entanto é mais eficaz.
Atributo Derivado
Alguns atributos podem ter uma relação entre si. Por exemplo, a idade e a data-nascimento de uma
pessoa. Para uma pessoa em particular, podemos determinar o valor da idade através do atributo
data-nascimento. Então a idade é considerada um atributo derivado e é derivada do atributo data-
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nascimento. Alguns atributos podem ser derivados de entidades relacionadas. Por exemplo, um
atributo número-empregados de uma entidade departamento pode ser derivado da contagem do
número de empregados que trabalha para um departamento.
atribui
leitura é 'gestor atribui descontos', enquanto
no caso (c) a leitura é 'descontos são
Cliente Descontos Descontos
atribuídos pelo gestor‘.
5.9.- Exemplos
5.9.1. Exemplo Propriedades
Nas tabelas podemos verificar que:
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A nomenclatura dos campos ou das colunas das tabelas nem sempre são legíveis ou facilmente
entendíveis. Como raramente é necessário mostrar uma tabela nua e crua, sem filtragem ou
formatação a um utilizador, não existe a preocupação de usar nomes “apresentáveis” ou que
sejam autoexplicativos a qualquer um que aceda. A escolha dos nomes dos campos de uma
tabela, numa base de dados, obedece a outros critérios e regras. Normalmente, o programador
usa nomes que façam sentido para si.
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Exemplos:
cd_pessoa - código da pessoa; nm_pessoa - nome da pessoa; dt_nascimento - data de nascimento;
vl_salario - valor do salário
O conceito de entidade é muito importante neste processo, ou seja, devemos identificar quais
são as entidades que farão parte do projeto de base de dados. Entidade como já vimos é qualquer
coisa, pessoa ou objeto que abstraído do mundo real torna-se uma tabela para armazenamento de
dados. Normalmente usa-se o Modelo de Entidade e Relacionamento para criar o modelo da base
de dados.
Exemplo:
Na Tabela Clientes devemos colocar somente campos relacionados com o assunto Clientes. Não
devemos misturar campos relacionados com outros assuntos, tais como Pedidos, Produtos,
Armazéns. Essa “mistura de assuntos" em uma mesma tabela acaba por gerar repetição
desnecessária dos dados, bem como, inconsistência dos dados.
Tabela 1 - Entidade Filmes Exemplo (tabela não normalizada) regras de normalização de dados, 50
algumas tabelas acabam divididas em
duas ou mais tabelas, o que no final gera
um número maior de tabelas do que o
originalmente previsto. Este processo
causa a simplificação dos atributos de
uma tabela, colaborando
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Todos os Clientes possuem, por um lado Primeiro Nome e Apelidos, e por outro lado no
Endereço surgem Rua, Cidade e Código Postal, e estas informações estão nas mesmas células da
tabela, logo ela não está na Primeira Forma Normal.
Para normalizar será necessário criar uma nova tabela que armazene os números de telefone e
o campo-chave da tabela Clientes.
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Mesmo com o ajustamento efectuado, a tabela ainda não está na Primeira Forma Normal, pois
há clientes com mais de um telefone e os valores estão em uma mesma célula. Para normalizar será
necessário criar uma nova tabela que armazene os números de telefone e o campo-chave da tabela
cliente.
Para normalizar esta tabela teremos de criar a tabela Produto que ficará com os atributos
c_produto e produto e na tabela Vendas manteremos somente os atributos n_pedido, c_produto,
quant, valor_unit e subtotal. Conforme verificamos na Primeira Forma Normal, quando aplicamos
normalização é normal que se gerem novas tabelas a fim de satisfazer as formas normais que
estamos a aplicar.
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Resumindo está na Segunda Forma Normal (2FN) quando está na 1FN e não existem
dependências funcionais entre os atributos não chave, ou seja, cada atributo deve depender apenas
da chave primária da relação. A solução é decompor a relação em duas relações de acordo com
as dependências funcionais existentes
- Removê-los.
A chave primária da nova entidade será o atributo do qual os atributos removidos são
funcionalmente dependentes.
Considerando ainda a tabela Vendas, vemos que a mesma não está na Terceira Forma Normal
(3FN), pois o subtotal é o resultado da multiplicação quant X valor_unitario, desta forma a coluna
subtotal depende de outras colunas não-chave.
Para normalizar esta tabela na Terceira Forma Normal (3FN) teremos de eliminar a coluna subtotal:
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Resumindo uma tabela na Terceira Forma Normal (3FN) é uma tabela em que as relações, além de
estar na 2FN, não existem dependências funcionais entre os atributos não chave. Ou seja, cada
atributo deve depender apenas da chave primária da relação. A solução é decompor a relação em
duas relações de acordo com as dependências funcionais existentes.
Uma tabela é definida por um conjunto de colunas, correspondentes aos campos ou atributos
de uma entidade ou classes de entidades.
Cada coluna ou campo da tabela tem um nome único dentro da tabela; mas podem existir
campos com o mesmo nome em tabelas distintas. As linhas de uma tabela correspondem aos
registos ou ocorrências de entidades
Para que uma tabela esteja correctamente constituída, deve respeitar as seguintes regras:
- Não pode haver duas colunas (campos ou atributos) com o mesmo nome; cada coluna é
identificada de modo único;
- Não deve haver campos vazios;
- O domínio de todos os atributos deve ser constituído por valores atómicos; não é permitido incluir
mais do que um valor em cada campo de cada registo;
- Cada linha da tabela representa uma entidade ou ocorrência única; por isso não pode haver
registos duplicados.
6.4.1.- Registos
Resumidamente, um registo é uma instância de uma tabela, ou entidade. A construção da base
de dados dá-se a partir das Entidades. Uma entidade como vimos é uma representação de um
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conjunto de informações sobre determinado conceito do sistema de informação. As entidades
possuem Atributos, que são as informações que referenciam a entidade. Para exemplificar no
sistema de controle de Biblioteca, partimos do conceito principal que é o empréstimo de obras por
utilizadores da biblioteca. A partir deste conceito inicial, vamos ramificando e descobrindo novos
conceitos.
Para identificar se um conceito pode ser uma entidade deve colocar-se a questão: "Quais as
informações que desejo armazenar sobre este conceito (Entidade)?" Se houver informações para
armazenar estamos perante uma Entidade. Exemplificando: Desejo armazenar os seguintes dados
do livro: Título, Autor, Editora, Ano, Edição e Volume. Temos então a Entidade Livro.
Cada linha formada por uma lista ordenada de colunas representa um registo. Os registos não
precisam de ter informações em todas as colunas, podendo assumir valores nulos (NULL) quando
isso fizer sentido.
7.- Modelos
Um Modelo é uma abstração, uma representação gráfica, de uma determinada realidade ou
visão. Tem como intuito descrever sistemas e é um poderoso instrumento auxiliar para a sua
57 compreensão.
Desta forma, um modelo é algo que se tem a esperança de compreender em função de
qualquer coisa, do qual se julga ter a completa compreensão.
Os modelos desempenham um importante papel na aquisição de novos conhecimentos, e no
desenvolvimento de novas aplicações.
Lógicos - Um modelo lógico é aquele em que símbolos constituem o modelo. Estes, apesar de serem
mais difíceis de compreender do que os físicos, são os mais frequentes. O simbolismo usado pode
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ser uma linguagem escrita. Uma imagem, ou uma descrição verbal, podem formar um modelo dum
sistema. Os modelos matemáticos são um tipo especial deste tipo de modelos.
Os dados são registados em quadros a duas dimensões (linhas e colunas). A manipulação destes
dados faz-se de acordo com a teoria matemática das relações. 58
O Modelo Relacional usa uma coleção de tabelas para representar dados e relações entre eles.
Cada tabela possui diversas colunas; cada coluna corresponde a um atributo de um dado tipo; cada
linha da tabela corresponde a um registo (conjunto de valores dos diversos atributos); cada registo
é identificado por um atributo (ou conjunto de atributos) único.
O modelo de dados relacional é uma ferramenta de modelação importante porque os seus
conceitos básicos são simples e gerais, não dependendo de nenhum tipo de programa informático.
O objeto fundamental do modelo relacional é a relação. Este apresenta os dados como um
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conjunto de relações e tem um sólido fundamento teórico, com base na Teoria Matemática dos
Conjuntos e na Álgebra Relacional.
Exemplo:
O conjunto de todos os registos de clientes e de contas são organizados na forma de uma árvore
com raiz, em que a raiz da árvore é um registro falso.
Uma ligação é uma associação entre dois registros. O relacionamento entre um registro-pai e
vários registros-filhos possui cardinalidade 1:N. Os dados organizados segundo este modelo podem
ser acedidos segundo uma sequência hierárquica com uma navegação do topo para as folhas e da
esquerda para a direita (Date, 2000).
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Um registo pode estar associado a vários registros diferentes, desde que seja replicado. A
replicação possui duas grandes desvantagens: pode causar inconsistência de dados quando houver
atualização e o desperdício de espaço é inevitável.
Exemplo:
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Ao contrário do Modelo Hierárquico, em que qualquer acesso aos dados passa pela raiz, o
modelo em rede possibilita acesso a qualquer nó da rede sem passar pela raiz. O diagrama para
representar os conceitos do modelo em redes consiste em dois componentes básicos: Caixas, que
correspondem aos registos e Linhas, que correspondem às associações.
Estes dois modelos: Hierárquico e Rede são orientados a Registos, isto é, qualquer acesso à base
de dados – inserção, consulta, alteração ou remoção – é feito em um registo de cada vez.
O modelo Entidade – Associação permite desenvolver uma descrição de alto nível dos dados e
das restrições conhecidas sobre os mesmos.
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7.3.1.- Entidade-Associação
Em 1976, Peter Chen propõe o modelo Entidade Relacionamento (ER) para projectos de bases
de dados dando uma nova e importante percepção dos conceitos de modelos de dados.
Assim como as linguagens de alto nível, a modelagem ER possibilita ao projectista concentrar-
se apenas na utilização dos dados, sem se preocupar com estrutura lógica de tabelas.
O modelo de dados precursor da modelação semântica surge por proposta de Chen [1976] com
a designação de Modelo Entidade-Relacionamento (Modelo Entidade-Associação) ou E-R.
Uma outra abordagem, igualmente considerada fundadora
deste tipo de modelação, deve-se a Codd e teve em vista a
introdução no modelo relacional tradicional “de um maior
significado”, sendo conhecido pela sigla RM/T1.
O modelo resultante destas duas abordagens é
suficientemente prático para permitir descrever de forma gráfica
a estrutura de uma Base de Dados, possibilitando uma apreensão
mais rápida da complexidade desta.
Assim, é utilizado – ainda que de forma incompleta – por
muitas ferramentas gráficas de desenho de Base de Dados que acompanham alguns dos Sistemas
de Gestão de Bases de Dados mais conhecidos. 62
Observa-se o seguinte:
-São duas as entidades: Empregado e Tarefa
-Atributos da entidade Empregado:
Cod_Emp (determinante - está sublinhado); Nome (monovalorado); Dependentes (multivalorado);
Endereço (composto); Rua (monovalorado); Cidade (monovalorado); UF (monovalorado)
-Atributos da entidade Tarefa:
Cod_Tar (determinante - está sublinhado); Descrição (monovalorado)
-O relacionamento entre Empregado e Tarefa possui cardinalidade 1:N.
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8.1.2.- Base de Dados, Sistema de Base de Dados e Sistema de Gestão de Base de Dados
Base de Dados (DB) é uma coleção de dados interligados, representando informações sobre um
domínio específico. Exemplos: lista telefônica, acervo de uma biblioteca.
Sistema de Base de Dados (SDB) é um sistema de manutenção de registos por computador
envolvendo quatro componentes principais: dados, hardware, software e usuários. Um SBD possui
como objetivos isolar o usuário de detalhes mais internos do BD (abstração de dados) e prover
independência de dados às aplicações (estrutura física de armazenamento e estratégia de acesso).
Sistema Gestão de Base de Dados (SGBD) é um software com recursos específicos para facilitar a
manipulação das informações de um BD e o desenvolvimento de programas aplicativos. Exemplos:
Oracle, Paradox, MySQL, Access, Interbase, Sybase
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Vantagens da utilização de um Sistema de Base de Dados (SBD) em relação aos sistemas
tradicionais de gestão de arquivos são:
- Rapidez na manipulação e no acesso à informação;
- Redução do esforço humano no desenvolvimento e utilização das aplicações;
- Disponibilização da informação no tempo necessário;
- Controle integrado de informações distribuídas fisicamente;
- Redução da redundância e de inconsistência de informações;
- Compartilhamento de dados;
- Aplicação automática de restrições de segurança;
- Redução de problemas de integridade
normalmente numa banda magnética. Qualquer alteração à forma como os dados deveriam estar
armazenados, implicava modificações nos programas, a sua recompilação e teste.
A alteração num dado conduzia à criação de um novo ficheiro. O antigo continuava a existir e
assim sucessivamente. A grande maioria dos ficheiros era utilizada numa só aplicação. Havia,
portanto, um alto nível de redundância, com os mesmos dados multiplicados por n ficheiros.
A Gestão de Ficheiros (anos 60/70) caracteriza-se por procedimentos isolados de programação
que foram integrados em funções. Começaram a aparecer os primeiros casos de partilha de
ficheiros entre programas diferentes. Ainda não era possível o acesso aos campos, só aos registos
no seu todo. Por esta altura deram-se os primeiros passos, no sentido de isolar as aplicações dos
efeitos perversos das alterações de hardware.
Tal como no caso anterior também aqui os ficheiros eram, de uma forma geral, desenvolvidos
com um único propósito. Muita da informação estava repetida e era incoerente entre os ficheiros,
tendo que haver vários programas com finalidades idênticas.
A Gestão de Base de Dados (a partir dos anos 80) marca o nascimento dos sistemas de gestão
de base de dados que gerem os dados independentemente dos programas. As tabelas podem ser
alteradas, não obrigando à recompilação dos programas. A noção de modelo de dados tornou-se
essencial para o desenvolvimento de bases de dados. Aos dados passaram a ser aplicados dois
níveis de independência, a lógica e a física. 66
O primeiro sistema de armazenamento automático de dados foi o sistema de ficheiros que usou
o mesmo modelo que os sistemas de ficheiros manuais existentes. (Ex. fichas dos pacientes num
consultório médico).
Entende-se por Sistema de Gestão e Base de Dados (SGBD), o programa ou conjunto de
programas que possibilitam a criação e manipulação de base dados (inserção, eliminação, alteração
e consulta dos dados).
Os dados são independentes dos programas que os manipulam. Assim, o seu objectivo é registar
e manter a informação que for considerada necessária à organização/pessoa que gere o sistema,
disponibilizando-a automaticamente para os mais diversos fins.
Através de um Sistema de Gestão de Base de Dados (SGBD), podem realizar-se um vasto conjunto
de operações, das quais é possível destacar:
- Inserção, edição e apagamento de registos;
- Critérios de visualização de registos;
- Indexação e ordenação da informação contida nos registos;
- Operações estatísticas sobre os dados;
- Criação de ecrãs de apresentação;
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Exemplo: Elevados Custos de Manutenção (sistema ficheiros) - cada aplicação que acede a um
determinado ficheiro tem que conter uma especificação do respectivo modelo físico e do seu
protocolo de acesso. Uma simples alteração nesse ficheiro pode propagar a necessidade de
alteração de todas as aplicações que acedem ou registam informação nesse ficheiro.
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Um dos principais objectivos de um sistema de base de dados é que um programa possa ser
modificado, alterando a forma de utilização dos dados, sem que isso implique alterações nos
restantes programas que utilizam os mesmos dados.
10.- Bibliografia
Beureh, H. (2000). Gerenciamento de Informação: um recurso estratégico no processo de Gestão
Empresarial. 2.ed. São Paulo: Atlas.
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Bio, S. (1985). Sistemas de Informação: um enfoque Gerencial. 1.ed. São Paulo: Atlas.
Connolly, T., & Begg, C., (2002). Database Systems - A Practical Approach to Design,
Implementation, and Management. III Edição. New York:Addison-Wesley.
Date, C. (2000) Introdução a Sistema de Banco de Dados. São Paulo: Editora Campus
Domingos, E. & Patriarca, T. A. (2005). Tópicos de análise de sistemas. Lisboa: Fundação para a
Divulgação das Tecnologias de Informação.
Laudon, K. & Laudon, J. (2011). Sistemas de Informação Gerenciais. 9a edição. São Paulo: Pearson
Teorey, T. (1994) Database Modeling and Design: The Fundamental Principles, II Ediçao. San
Francisco: Morgan Kaufmann.