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Quinta-feira, 22 de Junho de 2006 1SÉRIE - Número 25

,
BOLETIM DA REPUBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

SUPLEMENTO
IMPRENSA_ NACIONAL DE MOÇAMBIQUE Art. 2. São revogadas todas .as normas aprovadas pelo
Decreto n.º 12/82, de 23 de Junho, que contradam o presente
AVISO Decreto.
A matéria a publicar no ccBoJetim da República» Art. 3. Aos requisitos higio-sanitários e de gestão de quali-
deve ser remetida em cópia devidamente autenticada, dade que regem as actividades de manuseamento, proces-
uma por cada assunto, donde conste, além das samento, exportação e importação de produtós da pesca.
indicações necessárias para esse efeito, o averbamento aplicam-se as normas aprovadas pelo Decreto n.º 17/2001,
seguinte, assinado e autenticado: Para publicação no de 12 de Junho, que aprova o Regulamento de Inspecção
"Boletim da República.» e Garantia de Qualidade dos Produtos da Pesca.
•••••••••••••••••••••••••••••••• Art. 4. O presente Decreto entra em vigor 180 dias, após
SUMÁRIO a sua publicação. ·
Conselho de Ministros: Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 25 de Abril
de 2006.
Decreto n.° 15/2006:
Publique-se.
Aprova o Regulamento sobre os Requisitos Higiénico-Sanitários
A Primeira-Ministra, Luísa Dias Diogo.
de Produção, Transporte. Comercialização, Inspecção e Fisca-
lização de Géneros Alimentícios, e revoga todas as normas
aprovadas pelo Decreto n.º 12/82. de 23 de Junho.

Decreto n.º 1612006:


Aprova o Estatuto do Investigador Científico.
Regulamento sobre os Requisitos Higiénico-Sanitários
······················~·········
CONSELHO DE MINISTROS
·de Produção, Transporte, Comercialização e Inspecção
e Fiscalização de Géneros Alimentícios
Decreto n.1> 15/2006 CAPÍTULOI
de 22 de Junho Requisitos Higiénico-Sanitários em geral
A adopção de novos instrumentos de regulação das ARTIGO 1.
actividades da indústria e do comércio, do exercício da acti- (Definições)
vidade inspectiva e da Política Nacional de Qualidade, impõe
a aprovação do Regulamento sobre os requisitos higiénico- Para efeitos do presente Regulamento entende-se por:
-sanitários de produção, transporte, comercialização e inspec- a) Aditivo Alimentar - qualquer ingrediente intencional-
ção de géneros alimentícios. mente adicionado aos alimentos, durante a sua
Este regime tem em vista aperfeiçoar as acçÕ!;:s das enti- fabricação, processamento, preparação, tratamento.
dades intervenientes no processo de protecção · e defesa da embalagem, acondicionamento. armazenagem, trans-
Saúde Púbfü:a garantindo-se assim a observância rigorosa porte ou manipulação com objectivos tecnológicos
dos requisitos higiénico-sanitários em prol da defesa do con- (incluindo orianolépticos), que não é habitualmente
sumidor. consumido como alimento e que não é usado como
Nestes termos, ao abrigo das alíneas a) e f) do n.º l um ingrediente alimentar típico. Isto poderá directa
do artigo 204 da Constituição da República e do artigo 17 ou indirectamente fazer com que o próprio aditivo
da Lei n.º ·8/82, de 23 de Junho, o Conselho de Ministros ou os seus subprodutos se tornem componentes
decreta: do alimento ou afectem as suas características.
Artigo l. É aprovado o Regulamento sobre os Requisitos Este termo não inclui os .contaminantes ou subs-
Higiénico-Sanitários de Produção, Transporte, Comercialização, tâncias nutritivas que sejam incorporadas ao ali-
Inspecção e Fiscalização de Géneros Alimentícios, em anexo. mento para manter ou melhorar suas propriedades
que é parte integrante do presente Decreto. nutricionais;
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b)Annm:enagem de alimento-acção de recolha, conser- p) Publicidade de alimento - qualquer forma de comuni-


vação ou depósito de alimento para comércio ou caçªo feita por entidade de natureza pública ou
consumo públic01; privada, no âmbito de uma actividade comercial
e industrial, com o objectivo directo ou indirecto
e) Avaliação da confonnidade - actividade cujo objectivo
de promover quaisquer alimentos com vista à· sua
'é o de determinar directa ou indirectamente se as
comercialização ou doação;
exigências aplicáveis estão satisfeitas;
q) Rótulo toda a inscrição, legenda, marca registada,
d) Consumidor - pessoa e famílias que compram e/ou imagem ou outra matéria descritiva, escrita, im-
recebam alimentos com o objectivo de satisfazer pressa, estampada, gravada, em relevo ou lito-
as suas necessidades pessoais alimentares; grafada ou colada sobre a embalagem dos géneros
e) Data de fabrico - data a partir da qual um alimento alimentares. ,
se torna o produto descrito ou seja data em que
ARTIGO 2
o produto foi embalado e posto à disposição para
(Definição dos requisitos de qualidade)
o consumo_ humano;
f) Embalagem o recipiente, o pacote ou o ,invólucro l.Os Ministérios da Saúde e/ou de Agrícultura fixarão os
destinado a ganíntir a conservação e a facilitar requisitos higiénico-sanitários a que deve obedecer a pFodução,
o transporte e o manuseamento dos géneros. alimen- comercialização e consumo público de géneros alimentares,
.bem como de imitações ou sucedâneos de substâncias ali-
tares (alimento), desde que os cubra parcial ou
mentares já existentes, alimentos submetidos a ·tratamentos
totalmente. Uma embalagem pode conter várias
de enriquecimento ou tratamentos especiais ou outros admi-
unidades ou tipos de embalagens desde que sejam tidos por lei, quer nacionais, quer importados.
para entrega;
2.0s requisitos referidos no número 1. devem ser estabele-
g) Género alimentar ou alimento - toda a substância cidos por referência a Normas de Qualidade vigentes no País
que se ingere no estado natural, semi-elaborada ou no âmbito da Política de Qualidade.
elaborada, destinada ao consumo humano, incluindo
as bebidas, chewing gum e qualquer .outra subs- ARTIG03

tância utilizada na sua elaboração, preparo ou tra- (Asseio e limpeza)


tamento. Excluem-se os cosméticos, o tabaco e as Sem prejuízo do disposto em leis ou regulamentos espe-
substâncias utilizadas unicamente como medica- ciais quanto aos requisitos· . higiénico-sanitários exigidos,
mentos; devem-se apresentar em perfeito estado de asseio e limpeza:
h) Géneros alimentares ou alimentos sem rótula- aqueles a) Os locais de produção, manipulação e venda ao pú-
alimentos cuja embalagem não possui nenhum dos blico de géneros alimentares;
elementos do rótulo ou com elementos do rotulo b) Os locais de armazenagem;
visivelmente fictícios ou falsos; e) O equipamento usado para a produção e manipulação
i} Géneros alimentares ou alimento com o rótulo irre- de géneros alimentícios; ·
gular - alimentos cujas embalagens possuem um d) As viaturas destinadas ao transporte de géneros
rótulo com. elementos incompletos ou com alguns alimentícios;
elemeQtos visivelmente falsificados;
e) As instalações sanitárias, quer para uso dos trabalha-
j) Géneros alimentares ou alímentos fora do prazo dores, quer para uso do público dos locais· de pro-
de consumo ou com prazo de validade expirado - dução e comercíàlização de géneros alimentares.
alimentos que contêm um rótulo cujo prazo de
ARTIG04
validade esteja expirado ou ultrapassado;
(Pesticidas, aditivos qufmico-blológicos e métodos de análises)
k) Inspecção e/ou Fiscalização - actividade que consiste
na verificação do cumprimento das disposições 1. A produção, e comercialização de pesticidas destinados
deste regulamento e outros afins por entidades · à protecção e tratamento de plantas, animais e ·conservação
devidamente autorizadas para o efeito; de substâncias alimentares armazenadas ficam sujeitas ao
estabelecido no Regulamento específico sobre Pesticidas.
1) Lote - conjunto de produtos de um mesmo tipo, pro-
cessados pelo mesmo fabricante ou fraccionador, 2. O Ministério da Saúde fixará a lista dos aditivos quí-
num espaço de tempo determinado, sob condições micos de qualquer natureza cuja utilízação na preparação de
alimentos é permitida.
essencialmente iguais;
3. O· Ministério da Saúde fixará para os produtos devida-
m) Manipulação de alimento - acções de preparação e
mente autorizados nos termos dos números anteriores os
de deslocação de alimentos de um lugar para outro;
limites de tolerância e o intervalo mínimo do tempo que
n) Norma de Qualidade vigente no País - requisito deve decorrer entre. o último tratamento e a colheita dos
fixado por disposição legal específica em vigor produtos animais e vegetais e para as substâncias alimentares
em Moçambique que condiciona o processo de pro- armazenadas entre o último tratamento e o início de consumo.
dução do alimento; 4. O Ministério da Saúde fixará também Ós limites máximos
o) Praza de validade ou praw de consumo data cons- de tolerância para os resíduos· químicos ou biológicos presentes
tante no rótulo a partir da qual não se pode garantir nos alimentos.
que os géneros alimentares perecíveis, do ponto 5. O Ministério da Saúde fixará, ainda, os métodos oficiais
de vista microbiológico, estejam aptos para o de análise para o controlo dos requisitos qu~ forem estabele-
consumo humano e que consequentemente deve cidos e a que devem obedecer os pesticidas, aditivos químicos
ser colocado fora do circuito comercial e de con- e resíduos químicos e biológicos, sem prejuízo do número 1
sumo humano; deste artigo.
22 DE JUNHO DE 2006 222-(3)

6. As regras referidas nos números 2, 4 e S deste artigo 2. O presente artigo não prejudica os princípios e normas
serão fixados por referêncía a Normas de Qualidade \'.Ígentes do Código de Publicidade ao que for aplicável aos géneros
no País no âmbito da Política de Qualidade. · alimentícios.
ARTIGO 5 CAPÍTULODI
(Substâncias proibidas)
Penalidades e responsabllldade criminal
A presença de substâncias cuja utilização não seja permitida
na preparação de um género alimentar é proibida nos locais ARTIG08 .
onde se produza, annazenagem, manipule, comercialize ou (Penalidades)
haja consumo público desse mesmo género.
l. Sem preJutzo de outras medidas previstas em demais
CAPÍTULO II legislação aplicável, a violação às disposições do presente
Regulamento é 'punível com aplicação das seguintes medidas:
Rotulagem e publicidade
advertência, retirada/apreensão e/ou destruição de alimento,
ARTIG06 multa, suspensão .ou encerramento do estabelecimento. ·
. (Elementos do rótulo) 2. Atendendo a natureza da infracção, sendo aplicável a pena
1. Os alimentos e bebidas embalados, para a comercia- de multa, entidade competente de fiscalização pode aplicar
lização deverão. obedecer às regras de rotulagem fixados no a pena de ·advertência registada.
presente Regulamento e demais .regras que regem a mesma 3. As penalidades referidas nos números anteriores são
matéria. definidas nos artigos seguintes do presente Regulamento.
2. Para além do indicado no número anterior, os rótulos ARTIG09
deverão mencionar em caracteres perfeitamente legíveis e em
(Punição)
língua portuguesa os seguintes elementos:
a) Nome ou marca do Produto; 1. Todo aquele que produzir, vender ou expuser à venda,
b) Nome ou denominação da empresa produtora; bem como adquirir, armazenar para fins comerciais ou con-
sumo público géneros alimentares infringindo as normas
e) Indicação da sede da empresa produtora; · acometidas nos artigos 2, 3, 4, 5 e 7 do presente Regulamento
á) Indicação dos.estabelecimentos de produção; ou qualquer requisito regulamentar de carácter geral desti-
e} Indicação do conteúdo nutritivo; nadas à salvaguarda das condições higiénico-sanitários cuja
/) Indicação dos ingredientes por ordem decrescente de infracção não se encontre expressamente punida, incorrerá
quantidades presentes, referidas a peso ou volume; na pena de multa de 40 salários mínimos, sem prejuízo da
pena mais grave que couber n_os termos da legislação em
g) Indicação dos aditivos; vigor e do que vem estatuído nos números seguintes.
li) Indicação do peso líquido contido na embalagem; 2. Todo aquele que comercializar ou expor para consumo
i) Indícação de «corado artificialmente» quando se trata público géneros alimentares sem a rotulagem obrigatória
de géneros alimentícios a que se refere o artigo 2 incorrerá na pena de multa de 40 salários mínimos, acrescida
do presente Regulamento; de selagem dos respecti vos géneros alimentares, recolha da
j) Indicação da data de fabricação; amostra para análises e imposição do prazo para a inserção
k) Indicação do prazo de validade para o consumo humano; do r6tulo, sem prejuízo da pena mais grave que couber nos
termos da legislação em vigor.
l) Número do lote.
3. Todo aquele que comercializar ou expor para consumo
3. Os nomes científicos inscritos no rótulo devem ser acom- público géneros alimentares com rótulo irregular incorrerá
panhados, sempre que possível, da denominação comum numa pena .correspondente a 10%, por cada elemento em
correspondente. falta, relativamente ao valor total que seria cobrado na situa-
4. O Ministério da Saúde, no prazo de 60 dias, após apro- ção dos n. 05 l e 2 do presente artigo, acrescida da retirada
vação pelo Conselho de Ministros do presente Regulamento, dos respectivos géneros alimentares, recolha de amostra para
publicará a lista de géneros alimentícios que não carecem análise e imposição do prazo para sua regularização, se pena
da indicação da data de fabrico e/ou o prazo de validade mais grave não couber nos termos da legislação em vigor.
assim como dos que, além das indicações referidas no nú- 4. Todo aquele que comercializar ou expor para consumo
mero l do presente artigo, deverão conter outros elementos. público géneros alimentares fora do prazo incorrerá numa
ARTIGO 7 pena de multa correspondente ao triplo da totalidade dois
(Publicidade de alimentos) produto/s em causa, retirada e consequente destruição, sem
prejuízo da pena mais grave que couber nos termos da
1. É proibidà a publicidade de géneros alímentares nos demais legislação em vigor. A destruição será antecedida
meios de comunicação social através de rótulos ou por qual- da verificação física dos géneros alimentares respectivos e na
quer outra forma, incluindo a apresentação, que: presença do infractor.
a) Adapte denominações ou termos susceptíveis de enga- 5. A não correcção das irregularidades supervenientes da
nar o consumidor, quanto à verdadeira natureza aplicação dos números 2 e 3 deste artigo, nos termos dos
do género alimentício a que se refere; prazos que tiverem sido fixados, implicará a duplicação sucessiva
b) Utilize frases publicitárias ou desenhos que possam do valor da multa, sem prejuízo das outras medidas anteriores.
iludir a boa fé ou induzir em erro os compradores/ 6. Todo aquele que fizer desaparecer total ou parcialmente
/consumidores quanto à natureza, conteúdo ou qua- os géneros alimentares confiscados nos termos do número 4
lidades nutritivas do alimento; deste artigo, incorrerá numa pena de muita correspondente
e) Atribua propriedades medicamentosas e/ou terapêu- ao dobro do valor da multa aplicada a entidade oú pessoa
ticas aos produtos alimentares. que tenha sido constituído fiel depositário.
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7. As despesas inerentes, nomeadamente, a transporte, 3. Os exames e as análises especializados das amostras,


deslocação dos técnicos envolvidos na operação, destruição solicitados pelas entidades de fiscalização competentes, estão
dos respectivos géneros alimentares tomados na aplicação da isentos de pagamento, excepto quando a entidade requerente
medida prevista no número 4 do presente artigo. são da res- não for pública, devendo neste caso o pagamento ser feito
ponsabilidade do infractor. a custa do infractor.
8. A pena de multa terá como referência o salário mínimo 4. Os métodos de amostragem serão os estabelecidos cm
em vigor na função pública.
Normas vigentes no País.
ARTJGOIO
ARTIGO 13
(Reincidência)
(Retirada e selagem de alimentos, suspensão
l. Há lugar a reincidência quando Ó infractor, a quem e encerramento)
tiver sido aplicada uma sanção relativa às ínfracções men- l.Quando haja suspeita fundada da possibilidade de se
cionadas no artigo anterior, cometa outra idêntica antes de pôr em causa a saúde pública. incluindo os direitos do con-
decorridos seis meses a .contar da data da fixação definitiva sumidor, os agentes de fiscalização competentes. deverão
da sanção anteriQr. de imediato proceder a retirada e/ou selagem dos géneros
2. A reincidência relativa às infracções mencionadas no alimentares em causa.
artigo anterior será punível elevando-se ao dobro os montantes
2. Sem prejuízo do disposto no número anteríor, em caso
nele fixados, quando a reincidência é praticada pela primeira
de especial gravidade e quando haja perigo evidente para
vez, e ao quádruplo quando praticada pela segunda vez.
a saúde pública, os agentes de fiscalização competentes,
3. A terceira reincidência será punida com a cassação do deverão ainda suspender a laboração ou declarar encerramento
alvará. temporário do estabelecimento ou empresa, ou ainda poderão
4. Em caso algum, poderá ser determinada a suspensão propor o seu encerramento definitivo.
da execução da pena de multa.
3. Quando as providências referidas no artigo anterior,
CAPÍTULO IV forem tomadas pelos agentes que não sejam da entidade de fis-
Inspecção e medidas cautelares
calização do Ministérios da Saúqe e da Indústria e Comércio,
cabe-lhes o dever especial de comunicar tais procedimentos
ARTIGO 11 aos referidos órgãos no prazo máximo de 24 horas.
(Entidades de fiscalização) ARTIGOl4

1. Cabe às inspecções conjuntas dos Ministérios da Saúde (Apreensão de produtos e remissão ao Ministério Público)
e da Indústria e Comércio proceder à fiscalização das
Sem prejuízo de outras medidas previstas em demais
condições higiénico-sanitários em todos os estabelecimentos
legislação, quando· se tratar de géneros alimentares falsifi-
da produção, transporte, armazenagem e comercialização
cados, avariados ou corruptos, os agentes de fiscalização
de géneros alimentares.
competentes, numa acção conjugada com o n.º l do artigo 13
2. Sem prejuízo ao disposto no número anterior, o Minis- do presente Regulamento; deverão remeter os respectivos
tério da Saúde garante que as condições higiénico-sanitários
autos à polícia para o procedimento previsto no artigo 16,
em todos os estabelecimentos da produção, transporte, arma-
da Lei n." 8/82, de 23 de Junho.
zenagem e comercialização de géneros alimentares estejam
estritamente salvaguardadas em toda a cadeia referida nos ARTIGO 15
termos do presente Regulamento. (Colaboração policial, administrativa e do públíco)
3. Sempre que possível são privilegiadas e/ou promovidas
Os agentes de inspecção e fiscalização poderão, no exer-
fiscalizações multi-sectoriais ou conjuntas, envolvendo outros
cício das suas funções, solicitar a colaboração das autoridades.
sectores, tendo em vista facilitar a actividade dos agentes
económicos produtores e comerciais. policiais ou administrativas e do público em geral.
4. Sem prejuízo do disposto no número anterior, em caso ARTIGO 16
de especial gravidade e quando haja perigo evidente para (Dever de colaboração dos agentes económicos)
a saúde pública, os agentes de fiscalização de outras enti-
dades intervenientes deverão tomar as providências cautelares I. São deveres da entidade proprietária ou responsável
necessárias. pela administração e direcção dos estabelecimentos do comér-
cio e da indústria transformadora de géneros alimentares para
ARTIGO 12
fins comerciais ou humanitária:
(Colheita e anállse das amostras '
e exames especializadoa) a) Declarar por escrito aos órgãos de fiscalização ou às
autoridades de Administração Pública mais pró-
1. Os agentes de fiscalização do Ministério da Saúde devem
xima, da existência de géneros alimentares falsi-
proceder à recolha das amostras em todos os estabelecimentos
ficados, avariados ou corruptos com a índicação
de venda, de produção e/ou outros locais onde se manipule
das respectivas quant_idades, características e do
géneros alimentares abrangidos pelo presente Regulamento
e/ou requísitar exames e análises especializados dos mesmos. local onde se encontram, antes de qualquer inter-
venção oficial ou denúncia;
2. Os exames e as anáiises especializados das amostras,
serão realizados em laboratórios reconhecidos no âmbito do b) Retirar os géneros alimentares referidos na alínea
Sistema Nacional da Qualidade, sendo dada primazia aos anterior da disposição pública, não devendo aliená-
laboratórios autorizados pelo Ministério da Saúde. -los a qualquer título.
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2. No caso em que a declaração é feita às autoridades Decreto n.0 16/2006


de Administração Pública, estas deverão comunicar o facto de 22 de Junho
no prazo de 48 horas, a contar da recepção da declaração,
aos órgãos de fiscalização. Havendo necessidade de se dignificar e criar condições
para o fomento da investigação científica, nos termos e ao
3. Os responsáveis pela administração ôu direcção dos
abrigo do disposto na alínea j) do n.º l do artigo 204 da
estabelecimentos do comércio. e da indústria transformadora
Constituição da República, o Conselho de Ministros decreta:
de géneros alimentares estão obrigados a fornecer todos os
esclarecimentos e a prestar as informações que lhes forem Único. É aprovado o Estatuto do Investigador Científico .
solicitadas pelos agentes de inspecção e fiscalização e, ainda, anexo ao presente Decreto e que dele faz parte integrante.
a facilitar-lhes o acesso aos locais de produção, armazenagem, Aprovado pelo Consellio de Ministros, aos 2 de Maio
manipulação, comercialização e consumo público de géneros de 2006.
alimentares bem como ao respectivo equipamento. Publique-se.
4. O não cumprimento dos deveres previstos nos números A Primeira-Ministra, Luísa Dias Diogo.
anteriores constituirá agravante da infracção que for cons-
tatada.
ARTIGO 17
(Auto de notícia)
Estatuto do Investigador Científico
Sempre que os agentes competentes para a fiscalização
tenham conhecimento da existência de qualquer infracçãà CAPÍTULO!
às disposições relativas as regras higiénico-sanitárias previstas Disposições gerais
nó presente Regulamento, ou dele decorrente, elaborarão o
auto de notícia nos termos do artigo 166 do Código do ARTIGO 1
Processo Penal. (Definições)
ARTIGO 18 Para efeitos do presente Estatuto entende-se por:
(Competência para aplicação das penas e medidas) a) descoberta· e inve11ções científicas é o desenvolvi-
1. Compete as inspecções conjuntas dos Ministérios da Saúde mento dum novo conhecimento, tecnologias como
e da Indústria e Comércio a aplicação das penas de multa resultado da investigação científica ou pesquisa;
previstas no artigo 9, do presente Regulamento, ·salvo se os b) inovação é o desenvolvimento de novas ideias.
respectívos Ministros tiverem definido outro procedimento. produtos ou tecnologias que poderá resultar em
2. Compete a entidade licenciadora de Comércio e/ou da ,produtos ou serviços;
Indústria transformadora de géneros alimentares, a aplicação c) investigação aplicada - também .designada investiga-
da pena de. encerramento definitivo, prevista nos n.º' l e 2 ção adaptativa a que aproveitando os resultados
do artigo 13 do presente Regulamento. da investigação básica, ou adaptando princípios
CAPÍTULO V ou técnicas já conhecidas, a um novo ambiente
ou sistema, procura respostas para problemas
Disposições finais específicos;
ARTIGO 19 d) investigação básica também denominada pura ou
(Pagamento das multas) fundamental. a que aborda questões absrractas e
teóricas, sem o objectivo específico de melhorar
1. O prazo de pagamento voluntário das multas referidas determinado processo produtivo, mas designada
no presente Regulamento é de · 10 dias, a contar da data para gerar novos conhecimentos e novas metodo-
da notificação. O pagamento é efectuado por meio de guia logias e/ou compreender processos fundamentais;
passada pela entidade de fiscalízação compe_tente a depositar
e) investigação científica - todo o trabalho prosseguido
na Repartição de Finanças da área onde se sit1:1ar o estabeleci-
de forma sistemática, com vista a.ampliar o con-
mento ou onde se exerça a actividade económica em causa.
junto dos conhecimentos, incluindo o conhecimemo
2. Na falta de pagamento voluntário, dentro do prazo do homem. da cultura e da sociedade, bem como
referidü no número anterior, o processo é remetido ao tri- a utilização desse conjunto de conhecimento em
bunal competente, para cobrança coerciva. novas aplicações, com o objectivo de melhorar a
ARTIGO 20 qualidade de vida;
(Destino das multas) f) investigação experimelltal - a que prepara os resultados
de investigação para que possam ser aplicados
l. As multas cobradas por violação ao presente Regula-
através da sua sujeição às condições reais do
mento tem o seguinte destino:
ambiente para que foram formulados;
a) 40%, para o Orçamento do Estado.
g) investigador todo o pessoal integrado na carreira
b) 60%, distribuído equitativamente pelos órgãos de fis· de investigação que possuindo requisitos habilita-
calização directamente envolvidos. cionais e profissionais e que trabalha na concepção
2. A utilização da percentagem destinada aos órgãos envol- ou criação de novos conhecimentos, produtos,
vidos nos termos da alínea b) do n.º l do presente artigo processos, métodos e sistemas e na gestão dos
obedece as normas de cada sector que os integra. respectivos projectos;

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