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Modo de vida agroecológico como estratégia de empoderamento feminino na

Mata Norte de Pernambuco.


Agroecological way of life as a female empowerment strategy in Mata Norte in
Pernambuco.

Lucena P, Pedro Henrique1; Silva F.L, Uézila Victória2


1
Universidade Federal Rural de Pernambuco, ppereiradelucena@gmail.com; 2 Universidade Federal
Rural de Pernambuco, uezilalopes2016@gmail.com

RELATO DE EXPERIÊNCIA TÉCNICA

Eixo Temático: Gênero, Feminismos e Diversidades na Construção


Agroecológica

Resumo
Resumo de até 1.000 caracteres (com espaços), em fonte Arial, corpo 11pt, normal, com
alinhamento justificado e espaçamento simples entre linhas. Os textos devem conter no
máximo 6 páginas, com espaçamento simples entre linhas e alinhamento justificado, sem
recuo. O texto deve ser claro e sucinto. Deverá apresentar de forma breve o contexto, os
objetivos, desenvolvimento e principais resultados, apontando especialmente para as lições
aprendidas na experiência.
Palavras-Chave: De 3 a 5 palavras-chave, necessárias ao sistema de busca e indexação.
Não repetir palavras que estejam no título. Separar as Palavras-chave por ponto e vírgula (;)
e finalizar com ponto (.).
Keywords: Tradução das palavras-chave para o inglês. Fonte Arial, corpo 11pt, com
alinhamento justificado e espaçamento simples entre linhas.
Por favor, deixe um espaço simples para iniciar outro item (Arial, tamanho 12).

Abstract (Opcional): Tradução do resumo para o inglês. Máximo de 1.000 caracteres (com
espaços), em fonte Arial, corpo 11pt, com alinhamento justificado e espaçamento simples
entre linhas.
Por favor, deixe espaçamento de 1,5 entre linhas para iniciar outro item (Arial,
tamanho 12).

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Cadernos de Agroecologia – ISSN 2236-7934 - Anais do XII Congresso
Brasileiro de Agroecologia, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro - v. 19, n. 1, 2024
Contexto

O coletivo docente da Universidade Federal Rural de Pernambuco que estão como


guardiões dos eixos temáticos: naturezas em movimento, solos, subjetividades e
sustentabilidade, educações em agroecologia, relações étnico-raciais,
racionalidades camponesas e economia, e plantas, do curso de Bacharelado em
Agroecologia, Campesinato e Educação Popular (BACEP), desenvolveram um
processo de imersão a Mata Norte de Pernambuco, entre os dias 09 a 13 de
fevereiro de 2023. Essa imersão teve como propósito fazer com que todos e todas,
estudantes compreendessem de perto a realidade do etnoagroecossistema dessa
região. Altiere destaca que o etnoagroecossistema, se refere a um sistema agrícola
baseado nos princípios agroecológicos, com os conhecimentos e práticas dos
saberes tradicionais, promovendo a autonomia das comunidades locais.

A imersão, consiste numa estratégia metodológica para introduzir a reflexão e


experiências de territórios de forma participativa, e que dialogue com as temáticas
estudadas no determinado semestre/turma do estudante do curso de agroecologia,
e que nesse território se tenham experiências agroecológicas e/ou estejam ligados
aos movimentos sociais em defesa da terra e dos direitos humanos. Dentro desse
território, diante da complexidade das relações sociais e produtivas, destacamos a
vivência com os grupos de mulheres, onde tivemos a oportunidade de conhecer
suas experiências produtivas e histórias de vida, proporcionando assim, toda uma
troca de experiências.

Sem sombra de dúvidas uma aventura de conhecimento sobre uma das regiões
mais importantes de Pernambuco, seja na cultura, turismo e plantação de cana de
açúcar. Compreendendo a Mata Norte de Pernambuco. Conseguimos perceber que
essa região é área recorrente de conflitos agrários, que resultam em ameaças e
medo de viver em suas terras. Segundo os moradores, as ameaças são realizadas
pelos donos das usinas que ainda operam e as massas falidas, conjuntamente com
seus empregados.

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O
presente artigo tem como objetivo socializar a vivência da imersão, fazendo o
recorte para destacar o empoderamento das mulheres dentro da discussão da
agroecologia na Mata Norte de Pernambuco. Essa região do estado é caracterizada
por uma forte presença agrícola, no entanto, muitas vezes essa atividade é
realizada de forma convencional, com o uso intensivo de agrotóxicos e práticas
degradantes ao meio ambiente. A agroecologia surge como uma alternativa
sustentável e socialmente justa, buscando preservar o equilíbrio ecológico,
valorizando a cultura local e promovendo a igualdade de gênero no campo. Nesse
sentido, mulheres desempenham um papel fundamental nesse movimento, atuando
como agentes de transformação e protagonistas na construção de uma agricultura
mais sustentável.

No contexto das regiões da Mata Sul e Mata Norte de Pernambuco, a realidade das
mulheres agricultoras é marcada por desigualdades de gênero, onde muitas vezes
são relegadas a tarefas consideradas tradicionalmente femininas, com pouca
visibilidade e acesso aos recursos e decisões no âmbito da agricultura. No entanto,
a agroecologia tem se mostrado como uma alternativa capaz de quebrar essas
barreiras e promover o empoderamento feminino.

Descrição da Experiência

O presente relato se desenvolveu a partir de um processo de imersão na Mata Norte


de Pernambuco, idealizada e conduzida por docentes do curso de Bacharelado em
Agroecologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco entre os dias 09 a 13
de fevereiro de 2023. Essa imersão teve como propósito fazer com que todos e
todas, estudantes compreendessem de perto a realidade do etnoagroecossistema
dessa região além das vivências reais das famílias dos assentamentos que atuam
na produção agrícola de forma agroecológica, com foco no empoderamento das
mulheres.
A vista foi realizada no município pernambucano chamado Tracunhaém, no
Engenho Prado que em novembro de 2003, cerca de 300 famílias que ocupavam a
área há sete anos, considerada improdutiva e abandonada há mais de 25 anos,
foram vítimas de um despejo brutal, caracterizando uma "guerra de baixa
intensidade". Um verdadeiro massacre contra a vida de mulheres, homens e
crianças que estavam naquele território. Barracões foram derrubados, casas

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destruídas, plantações saqueadas, vidas foram colocadas em risco. Nessa jornada,
conhecemos Luiza Cavalcante e as práticas que ela desenvolve por meio da
associação Sítio Ágatha, que desempenha um papel fundamental na compreensão
da experiência da luta pela terra e do empoderamento das mulheres a partir dessa
luta. "O empoderamento da mulher agricultora não só beneficia sua própria vida,
mas também impacta positivamente a saúde e o bem-estar de suas famílias e
comunidades." - Kabeer, N. (2005)

A metodologia adotada para a coleta das informações presentes neste relatório


baseou-se em perguntas norteadoras e em um roteiro previamente elaborado pelos
estudantes autores, em colaboração com os professores responsáveis pelo
semestre. É importante ressaltar que este relato traz a experiência de uma mulher
singular, cujo território foi invadido por forças armadas, sendo brutalmente agredida
e tornando-se vítima de uma sociedade excludente. No entanto, é notório o
processo de resiliência que emerge a partir da luta pela terra protagonizada por
Luiza Cavalcante, uma mulher que se apropria de seu poder sobre seu corpo e
território. Reconhecemos que compreender o papel da mulher na sociedade e
dentro da agroecologia é um processo em constante construção. Essa
compreensão encontra suas raízes na luta pela terra e no acesso à reforma agrária.
Luiza Cavalcante está inserida em uma área marcada por conflitos agrários, onde
usinas consideradas falidas alegam que suas terras estão produtivas, dificultando,
assim, a implementação de políticas de reforma agrária.

Luiza encontra apoio por meio de sua participação em movimentos sociais já


engajados na luta pela terra, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra e a Comissão Pastoral da Terra, cuja trajetória é marcada pela defesa dos
direitos humanos e da reforma agrária.

Os relatos de experiência das mulheres engajadas na agroecologia revelam


motivações diversas para o envolvimento nesse movimento. Para algumas, seu
envolvimento consista na busca por uma alimentação mais saudável para suas
famílias foi o ponto de partida. Outras, encontraram na agroecologia uma forma de
valorizar seus saberes tradicionais e contribuir para a preservação da cultura local.
Além disso, a agroecologia também tem se mostrado como uma fonte de renda
alternativa, possibilitando a autonomia financeira das mulheres.

Nas experiências observadas, as mulheres conseguem combinar seus saberes


tradicionais com a agroecologia, através do cultivo ancestral, repassado de forma
oral por outras mulheres. Promovendo alimentação saudável e gerando renda para
suas comunidades. Isso fortalece o empoderamento feminino, preservando a
cultura local. As mulheres utilizam seus conhecimentos tradicionais no cultivo dos

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alimentos, que são tanto para subsistência quanto para geração de renda. A
Caderneta Agroecológica, desenvolvida em parceria pelo CTA-ZM e o Movimento de
Mulheres da Zona da Mata e Leste de Minas, que quantifica e valoriza o trabalho das
agricultoras agroecológicas, promovendo sua autonomia na agricultura sustentável.

No entanto, as mulheres também enfrentam desafios nesse processo de transição


agroecológica. A falta de acesso a crédito, a resistência por parte de alguns
membros da comunidade e a falta de apoio institucional são alguns dos obstáculos
que precisam ser superados. No entanto, as mulheres agroecologistas têm
demonstrado resiliência e determinação, buscando apoio mútuo e fortalecendo
redes de cooperação.

Diante dos relatos de experiências e dos resultados obtidos, fica evidente a


importância da agroecologia como ferramenta de empoderamento feminino. É
fundamental que as políticas públicas reconheçam e valorizem o papel das
mulheres no movimento agroecológico, promovendo ações que garantam o acesso
a recursos, a capacitação e o fortalecimento das redes de mulheres agricultoras.

Para essas experiências aqui descritas, nesses relatos das mulheres que
descrevemos acima, demonstra que a agroecologia vai além da produção de
alimentos. Esse empoderamento é percebido a partir do momento que as mulheres
começam a assumir papéis de liderança, e de participação ativa, nas decisões
dentro e fora de suas comunidades, relacionadas à produção agrícola e à gestão de
recursos naturais. Ao se tornarem agentes de mudança dentro de seus territórios,
as mulheres fortalecem sua autoestima, confiança, e seu senso de autonomia, por
meio da criação de trocas de experiências e de articulação. Ela representa uma
oportunidade de transformação social, promovendo a justiça, a equidade de gênero
e a sustentabilidade ambiental. O empoderamento feminino no contexto
agroecológico é um processo dinâmico e contínuo, que demanda ações integradas
e comprometimento de todos os atores envolvidos.

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Diante de seus saberes agroecológicos, as mulheres também se permitem trazer o
resgate a valorização dos saberes tradicionais, que são repassados por gerações
através da oralidade chamada pedagogia Griot/Griô que é o ensino/aprendizagem;
onde os indivíduos são capazes de transmitir através da oralidade o conhecimento
sobre os costumes, os mitos e as histórias de seu povo.Esses saberes carregam
com si muitas experiências, incluindo práticas agrícolas sustentáveis, o uso de
plantas medicinais, conhecimento sobre o manejo de recursos naturais, entre
outros. Ao preservar e compartilhar seus saberes, as mulheres contribuem para a
manutenção da cultura local, promovendo a valorização da identidade e da
diversidade cultural da região.

Resultados

Agradecimentos (opcional)
Por favor, deixe um espaço para iniciar os parágrafos (Arial, tamanho 12).

Indicar agências de fomento e órgãos financiadores, assim como apoiadores e


colaboradores em questão.
Por favor, deixe espaçamento de 1,5 entre parágrafos para iniciar outro item.

Referências bibliográficas (quando houver)


Por favor, deixe um espaço para iniciar as citações (Arial, tamanho 12).

Devem incluir apenas as mencionadas no texto e em tabelas, gráficos, fotos ou


imagens, aparecendo em ordem alfabética e em letras maiúsculas. A apresentação
segue as normas da ABNT – NBR 6023 (2018), conforme exemplos a seguir.

COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS GERAIS.


Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais.
Viçosa, MG, 1999. 359 p.

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