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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO - UFES

CENTRO UNIVERSITARIO NORTE DO ESPIRITO SANTO


DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CIENCIAS HUMANAS
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇAO DO CAMPO
HABILITAÇÃO EM CIENCIAS HUMANS E SOCIAIS

UILZINETE JESUS DE OLIVEIRA

AGROECOSSISTEMA: PRÍNCIPIOS E PRÁTICAS AGROECOLOGICA


NO SÍTIO FARTURA

SÃO MATEUS

2019
UILZINETE JESUS DE OLIVEIRA

AGROECOSSISTEMA: PRÍNCIPIOS E PRÁTICAS AGROECOLOGICA


NO SÍTIO FARTURA

Trabalho apresentado a disciplina de Introdução a


Agroecologia na Universidade Federal Do Espirito
Santo UFES no curso de Licenciatura em
Educação do Campo -Habilitados em Ciências
Humanas e Sociais como requisito obtenção de
nota.
Orientador: Prof. Daniel Mâncio

SÃO MATEUS

2019
INTRODUÇAO

A escola e um espaço que se apreende conteúdos que ajudam a nos organizar


para vivermos em uma sociedade, aprimorando o conhecimento em geral, através
das matérias, usufruindo do conhecimento popular e contribuindo para uma
transformação do desenvolvimento humano, ou seja construção de um novo saber.

Desse modo podemos dizer que agroecologia é mais que uma disciplina, sendo um
modelo de vida saudável, Altieres (1995), define ela como uma ciência ou disciplina
cientifica, retratando uma variedade de conceitos e metodologias para analisar,
dirigir, desenhar e avaliar agroecossistemas, permitindo a implantação e o
desenvolvimento de estilos de agriculturas com maiores condições de
sustentabilidade.

Podemos destacar vários agroecossistemas utilizando os conceitos de agroecologia,


independente se ele seja urbano ou rural, pois este é um planejamento, ou seja,
uma construção de ecossistema com intervenção humana. Procuramos destacar
esses agroecossistemas na fazenda Fartura analisada, trazendo os conceitos e
práticas agroecológicas na linguagem de autores legitimados pelo espaço
acadêmico, no entanto valorizamos o conhecimento adquirido durante a troca de
conhecimento com o proprietário.
AGROECOSSISTEMA: PRINCÍPIOS E PRATICAS AGROECOLOGICA
NO SITÍO FARTURA

No sitio fartura não existe nenhuma possibilidade do uso de agrotóxico, pois o agricultor
relata que possui alergia, sem contar que ele acredita nos hábitos populares, passadas
pelos seus antecedentes familiares, inconscientemente ele utiliza práticas agroecologias na
sua propriedade, pois acredita que a alimentação e a base de uma vida saudável.

Mesmo sem ter uma noção teórica de práticas agroecológicas, faz uso em sua propriedade
tanto na horta como na lavoura de café e mandioca, na entrevista ele relatou “antes produzir
pouco, mas com uma qualidade, pois a alimentação é a base da vida e devemos cuidar da
nossa casa comum “, referindo a terra como um lar de todos tanto de animais, vegetais,
microrganismo e nos seres humanos.

A observação das fases da lua é uma pratica constante para o cultivo dos alimentos, ele não
sabe explicar como a energia da lua influencia na produção, no entanto sempre observa
como o resultado chegará em sua mesa por meios dos frutos, folhas, raízes, sementes entre
outro, destacando sempre que “que a pratica de observar e uma das ciências mais sábias
da humanidade, pois um BURRO, ensina um INTELIGENTE estudado”.

Na troca de conhecimento ele falou que tudo na vida devemos aprender um pouco, no
entanto não podemos descartar os ensinamentos dos nossos pais que sempre trabalhou
com a terra e sabe como e quando produzir, relatando um fato que aconteceu na lavoura a
muito tempo quando uma pessoa estudada plantou um alqueire de terra na meia, na fase da
lua cheia, dizendo que não importava a lua e sim os insumos que jogasse na terra e água.

O resultado da experiência do estudante não foi muito bom, pois a lavoura deu mais folhas e
maniva do que raízes que era o produto principal para alimentar os porcos e para venda,
enquanto a dele que foi plantada nova para a crescente produziu mais raízes do que folhas,
saindo no lucro por esperar um pouco mais. Dizendo ele que até os animais na castração
deve se observar as fases da lua, pois se castrar o animal na lua cheia ele incha muito
correndo o risco de morrer.

Outro fato interessante e como saber de que lado o cacho de banana vai sair de acordo foi
plantado, relatando que a banana não joga o cacho em cima da filha, ou seja o corte da
cavadeira onde tiramos a muda sempre deve estar direcionado para o lado que queremos,
isso não podemos aprender nos livros, mas a observação é tão importante quanto os livros.
Perguntei o que era prática agroecológicas, ele não soube explicar com palavras, no
entanto observando a produção destaquei algumas delas, ele não sabia o conceito com
palavras, mas na realidade fazia uso de agroecossistemas e práticas agroecologias na
lavoura, e seguia um modelo de agroecologia na lavoura e no meio familiar, pois o carinho e
exemplo para com sua família era visível e fascinante de observar.

I. Rotação de cultura: segundo Altiere (2002), são agroecossistemas intercalados entre


um espaço de tempo, proporcionando a renovação dos nutrientes do solo e
interrompendo o ciclo de vida de vários insetos-pragas, doenças e plantas invasoras, ou
seja, matos que não necessariamente plantamos, mas nascem junto das culturas
cultivadas.

Ele modifica a ordem dos canteiros, nunca planta a mesma cultura no local que se
encontrava, alegando que a produção rende quando faz esse manejo, sem contar com a
prevenção de lagartas e joaninhas na sua cultura.
II cultivos de coberturas: segundo Altieri esse tipo de sistema agrícola e o uso
de cobertura do solo (em forma pura ou misturada), com o objetivo de melhorar a
fertilidade do solo, aumentando o controle biológico de pragas e alterando o
microclima da área do plantio.
Na conversa ele relatou que faz uma mistura de bosta de galinha e gado com
palha de café deixando curtir mais ou menos 30 dias após isso cobre os
canteiros com essa mistura para garantir a umidade do solo e facilitar a presença
de minhocas, sempre ressalta que o esterco e o melhor adulto, me questiona
quando falo que essa mistura e chamada de insumo, pois ele não tem convívio
com essa linguagem.
III Policultivos/Consórcios: segundo Altierie (2002), são sistemas agrícolas
complexos nos quais duas ou mais espécies são plantadas com proximidade
espacial suficiente para que haja competição ou complementação, aumentando a
produtividade.
Ele destaca que cultivando mais de uma cultura no mesmo ambiente facilita a
troca de nutrientes um ajudando o outro, ele até compara as plantas como os
seres humanos, pois quando estamos juntos com o mesmo proposito
conseguimos as coisas mais rápido pois ficamos mais fortes em todos sentidos.
IV Integração animal no agroecossistema: na visão de Altierie (2002), essa
‘produção agrícola visa atingir uma quantidade significativa de biomassa e uma
ciclagem mais eficiente para o aumento da cultura cultivada.
Ele relata que a criação de porcos na lavoura formada de café facilita a capina e
o esterco aduba o café, assim sendo um ajuda o outro sendo uma grande família
unida mesmo com suas diferenças, ”a agricultura e como nossa família quando
unida constrói um palácio mesmo na simplicidade, porem quando egoísta fica
solitário como as grandes culturas de eucalipto, cresce e fica seca por dentro”.
CONCLUSÃO

Depois de uma conversa proveitosa e de grande aprendizado, podemos observar


que todos têm algo a ensinar e aprender, pois somos seres inacabados que se
transforma constantemente devido ao tempo e ao espaço. A observação são um dos
elementos que fazem com que aprendamos mais, pois se der certo a experiência
repetimos o processo caso contrário descartamos.

Como todo ser inacabado construímos o nosso ser através do diálogo com o outro,
na trocar de saberes, as vezes temos que desconstruir para refazer o que
estávamos crentes que era um conceito real, devemos ter a mente aberta para
aceitar que o conhecimento popular e tão importante quanto o conhecimento
cientifico. Como diz o entrevistado “já presenciei um burro ensinar um inteligente e
vise versa “

REFERÊNCIAS

ALTIERI, MIGUEL. Agroecologia: Bases Cientificas para uma agricultura


sustentável. Lá Plata:ediciones Cientifica Americanas.2002

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