Você está na página 1de 4

SINOPSE DO CASE: Exposição solar, até que ponto faz mal?

Bianca de Fátima Câmara do Nascimento²

Gustavo Pereira Calado³

1 DESCRIÇÃO DO CASO

Uma mulher de 36 anos, identificada como Maria Paula Santos, solicita atendimento
dermatológico com a seguinte queixa: rugas na região do colo, pescoço e face. É importante destacar
que a paciente é uma entusiasta do atletismo e realiza corrida três vezes por semana, nos horários
específicos ente 08:00 e 10:00 da manhã, atividade que antecede as suas obrigações em uma empresa
de grande porte, onde trabalha com vendas virtuais de eletrônicos.
Por conta do seu emprego, Maria Paula sofre com uma alta exposição à luz azul por conta
da tela do computador que lhe exige longas horas diárias. A paciente também relata que devido as
atividades físicas que pratica ao ar livre, as áreas do pescoço, braços e pernas se encontram em
diferentes tonalidades, se comparadas ao restante da sua pele.
Há que se mencionar a sua alimentação balanceada, onde mantém um peso de cerca de 65kg,
mas relata que abre uma excessão para os doces e comumente carrega alguns chocolates. A pele de
Maria Paula se enconta mais ressecada, embora ela faça o uso de um hidratante facial, este não
apresentou bons resultados e a sua pele enfrenta uma recidiva de acne.

2 IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DO CASO

2.1 Descrições das decisões possíveis

Anteriormente, a luz solar era a principal vilã do envelhecimento precoce da pele. Com o
mundo cada vez mais conectado em seus smartphones, tablets e computadores, houve uma
mudança nos hábitos sociais. Com a integração dos dispositivos que emitem luz visível, foi
possível detectar em estudos a sua capacidade de se tornar nociva quando exposta por muito
tempo. A evolução digital aconteceu de forma rápida, seja por necessidade ou hobbie, se torna

_______________________________________
¹ Case apresentado à disciplina de cosmetologia e estética, da Unidade de Ensino Superior
Dom Bosco-UNDB
² Aluna do sexto período, do curso de farmácia, da UNDB
³ Professor, mestre, orientador.
cada vez mais comum o uso de telas e em idades cada vez menores.
O envelhecimento da pele é uma condição normal, porém, com a alta exposição à luz
visível, os fatores extrínsecos ao processo fisiológico se tornam cada vez mais expressivos. Este,
está ligado diretamente ao aumento de estresse oxidativo ao uso de dispositivos que transmitem a
luz visível. Estudos recentes conseguem atrelar o seu aumento de forma considerável à apenas
uma hora de exposição, visto que este aumenta o processo de oxidação na pele.
De forma fisiológica, o estresse oxidativo pode ser produzido através de oxidações
mitocondriais, fagocitoses em resposta a um processo inflamatório, bem como na ativação do
metabolismo do ácido araquidônico. De uma forma geral e externa, este também apresentou um
aumento considerável em exposição à luz, sendo ela solar ou azul. O aumento do estresse
oxidativo acaba acelerando o processo de envelhecimento e traz consequências ao funcionamento
normal esperado. Os processos endógenos são inevitáveis, porém, há que se mencionar as
inúmeras maneiras de fotoproteção, alimentação balanceada, entre outros que ajudam a evitar esse
processo de forma precoce.
Acerca do caso clínico, por se tratar de uma adulta que está exposta à luz azul várias horas
ao dia devido a sua forma de trabalho, pode-se associar o aparecimento de rugas precoces ao
envelhecimento não natural causado pelo uso de telas, bem como a luz solar. Com o uso cada vez
mais comum de aparelhos eletrônicos que emitem luz azul, existem alguns modelos modernos
que acompanham a opção de reduzir a sua irradiação. Também há a opção de modo noturno,
trocando a luz azul por uma potencialmente menor para trazer conforto e ser menos prejudicial
aos olhos e pele. Como forma de prevenção, também é possível orientar o paciente sobre o uso de
roupas com fator de proteção, fotoprotetores para impedir neoplasias cutâneas, bem como o uso
de cosméticos tópicos que pem sua composição tenha associação com vitaminas C, A e E e ativos
como argireline, este possui alta eficácia como prevenção acerca do envelhecimento da pele.
Com relação a alta exposição à luz azul, o uso de filtros consegue amenizar os danos,
porém, sozinhos ainda não possuem a eficácia esperada. A forma que apresenta uma redução
considerável dos sinais, continua sendo com o uso das telas em um tempo mais curto em
dispositivos capazes de transmitir o comprimento de onda prejudicial à pele.

2.2 Argumentos capazes de fundamentar cada decisão

Com a evolução do mundo, as pessoas se tornaram cada vez mais reféns de telas, mudando
completamente os hábitos sociais. Anteriormente, a luz solar era uma das principais causas do
envelhecimento precoce da pele. Com a alta exposição à luz azul, proveniente de aparelhos
eletrônicos, tem se tornado cada vez mais expressivo o número de pessoas, em todas as idades a
sofrerem danos por conta da inseção do uso descontrolado de aparelhos eletrônicos. De acordo com
o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2018, 79% das pessoas possuíam pelo
menos um dispositivo eletrônico de tela em sua residência. Os dados também apresentaram
resultados relevantes acerca do uso excessivo destes por jovens. (COUTINHO, 2014).

De acordo com NETO et al., (2021)

[...] A produção de estresse oxidativo no organismo humano pode acontecer de duas


formas: através de processos intrínsecos ou extrínsecos. Endogenamente, acontece a partir
de oxidações mitocondriais, fagocitoses que são iniciadas em meio a uma reação
inflamatória e através da ativação do metabolismo do ácido araquidônico. Já em relação aos
fatores externos, a exposição à luz, seja ela de origem solar ou por meio de dispositivos, é
capaz de aumentar esse processo, que tem como resultado o aceleramento do
envelhecimento cutâneo. Os fatores endógenos são mais difíceis de serem interrompidos,
tendo em vista que as alterações fisiológicas sofridas pelo organismo com o passar dos anos
são implacáveis. No entanto, os fatores extrínsecos são preveníveis e podem ser evitados
adotando-se determinados hábitos e condutas, como hábitos de vida e alimentação
saudáveis, uso de ferramentas para fotoproteção, entre outros.

Acerca da radiação solar, existem algumas formas de previnir os danos nocivos, como o uso
de roupas com fator de proteção, fotoprotetores em creme para combater não só o
fotoenvelhecimento, mas o seu uso também é capaz de previnir neoplasias cutâneas (SCHALKA
S e REIS VM, 2011). Há que se mencionar, a importância de uma dieta balanceada, rica em
vitaminas antioxidantes, o uso de dermocosméticos tópicos, tendo em sua composição vitamina C,
A e E, bem como ativos argireline, para que em conjunto possam agir como ferramentas capazes de
tratar e previnir o envelhecimento cutâneo (TESTON AP, et al., 2010).

2.3 Descrição dos critérios e valores

2.3.1 - O estudo levou em consideração a importância do uso de dermocosméticos para


previnir e tratar os danos trazidos pela alta exposição à luz azul e luz solar.
2.3.2 – P esquisar sobre as consequências devido a não utilização de fotoprotetores durante
exposição à luz solar.
2.3.3 – compreender a importância do farmacêutico frente ao processo de tratamento e
prevenção do envelhecimento da pele.
REFERÊNCIAS

COUTINHO GL. A Era dos Smartphones: Um estudo exploratório sobre o uso dos
Smartphones no Brasil. Brasília, DF, 2014. Último acesso em 10 setembro, 2023.

NETO, Antônio Viana Neves et al. Relação entre o uso de telas e o envelhecimento da pele:
atualização clínica. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 13, n. 5, p. e7410-e7410, 2021. último
acesso em 15 setembro, 2023.

SCHALKA S, REIS VM. Fator de proteção solar: significado e controvérsias. An. Bras.
Dermatol, 2011; 86(3): 507-515. Último acesso em 16 setembro, 2023.

TESTON AP, et al. Envelhecimento Cutâneo: Teoria Dos Radicais Livres E Tratamentos
Visando A Prevenção e o Rejuvenescimento. Revista Uningá, [S.l.], 2010; 24(1) 354p. último
acesso em 16 setembro, 2023.

Você também pode gostar