Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Neste volume estudaremos os circuitos de entrada da fonte e do circuito PFC ativo. Tais
circuitos fornecem uma tensão de aproximadamente 400 V para alimentar a fonte e o circuito
de alimentação do backlight. Também aumenta o fator de potência (relação entre a potência
útil e a potência de entrada da rede) para 90 a 95%. Abaixo temos estes circuitos:
Anotações
Índice
Capítulo 7 – Por que as fontes de maior consumo têm PFC ativo na entrada?...........................07
Os circuitos de entrada de rede estão localizados entre o conector do cabo de força e ponte
retificadora. Observem a disposição destes circuitos no esquema na fig. 1:
Após a tomada AC (127 ou 220 V) temos um fusível FP801S de 5 A (a corrente máxima deste
fusível varia de fonte para fonte) e a seguir um bloco de bobinas e capacitores fazendo o papel
de filtro para atenuar as interferências eletromagnéticas produzidas pela fonte. E seguindo
este circuito temos uma ponte retificadora BD801S que transforma tensão alternada da rede
em pulsante. Nestas fontes geralmente ela fica num dissipador de calor, devido ao
aquecimento durante o funcionamento normal da fonte de alimentação.
Indutores e capacitores funcionam de modo inverso quando ligados a tensões alternada como
a da rede elétrica ou as geradas pela fonte, por exemplo.
O filtro EMI conforme explicado é formado por capacitores e bobinas conectados entre a
entrada de força e a ponte retificadora. Veja a primeira parte do filtro EMI da fonte do curso
na fig. 3 a seguir:
Os indutores LX801S e 802S ficam em série com a rede elétrica. Para a tensão da rede (60
Hz) eles apresentam uma reatância indutiva muito baixa (poucos Ω). Já para a frequência da
fonte (ruídos gerados pela fonte) que chega a centenas de KHz, a reatância indutiva é de
vários KΩ. Desta forma a tensão da rede entra e o ruído da fonte é bem atenuado.
Detalhes importantes sobre os capacitores X e Y – Como visto eles são ligados na rede
elétrica e estão sujeitos a surtos, picos, ruídos, centelhas etc. vindos da rede. Assim se usado
um capacitor comum de poliéster ou cerâmica nestas funções, ele pode entrar em curto devido
a algum pico ou surto da rede, provocar a queima do fusível ou até da placa. Então neste caso
devemos usar capacitores especiais que tem uma película no seu dielétrico. Em caso de surto,
a película derrete e mantém as placas isoladas do capacitor. Ele não presta mais, porém não
entra em curto e não haverá risco de incêndio na placa. Os surtos serão então absorvidos ou
queimarão o varistor para proteger a fonte.
Capacitores X – São subdivididos em X1 até 4000 V e X2 até 2500 V. Estas indicações vêm
no corpo deles e basicamente servem apenas para indicar até qual tensão de trabalho cada
um pode ir ao máximo. Lembrando que este tipo vai de rede para rede.
Capacitores Y – São subdivididos em Y1 até 8000 V e Y2 até 5000 V. Estes são ligados da
rede ao terra da placa. Veja na fig. 4 alguns modelos destes capacitores. No corpo vem
indicando se ele é X, Y ou pode funcionar das duas formas:
Identificação dos varistores – Estes componentes, feitos de óxido metálico, possuem uma
tensão máxima de trabalho onde eles podem amortecer os picos da rede. Se passar dela por
um determinado período ele entra em curto e abre o fusível. Veja na fig. 5 alguns exemplos
em que a tensão e o diâmetro já vêm marcados no corpo:
Fig.5 - varistores
Neste ponto a tensão da rede chega a dois terminais centrais da ponte retificadora conforme
podemos observar na fig. 6:
O indutor LX803S e o capacitor X CX802S formam o restante do filtro EMI como já estudamos
deixando a tensão da rede entrar e atenuando bastante os ruídos gerados pela fonte a níveis
aceitáveis para a certificação. Como esta fonte alimenta um televisor de alto consumo, a ponte
retificadora BD801S é montada num dissipador de calor para não superaquecer e correr o
risco de queimar. O capacitor CP801 filtra o “ripple” de alta frequência gerada pelo
funcionamento do circuito PFC. Observe que na maioria das fontes será um capacitor de
poliéster de 1 µF x 450 V. O centelhador SA803S pode ser um componente formado por duas
pontas próximas ou duas trilhas próximas para curto circuitar qualquer faísca produzida pelos
indutores durante a mudança do campo magnético.
Na fig. 8 a seguir temos uma visão geral do circuito PFC ativo da fonte estudada:
O PFC (corretor do fator de potência) ativo nada mais é que um conversor DC-DC step up ou
booster que aumenta a tensão da ponte retificadora para um valor próximo de 400 V com a
finalidade de alimentar a fonte principal na condição ligada. Estudaremos este circuito a partir
de agora com mais detalhes.
Quando a fonte está na condição de stand by, o consumo dela é pequeno (1 a 2 W). Neste
caso o circuito PFC ativo não faz diferença e permanece desligado. Observe a fig. 10:
Inicialmente o pino 5 do CI (sensor de corrente) recebe 0 V. Esta tensão passa pelo ZCD
comp. (comparador do detetor de zero corrente) e sendo maior que -10 mV, a saída vai a nível
alto ativando o oscilador de rampa, assim libera um pulso de set numa de suas saídas e uma
rampa dente-de-serra na outra. O pulso de set leva o flip-flop a nível alto e saída do CI no pino
7 também vai a nível alto após a porta “E” modificada e o driver interno de corrente. Desta
forma MOSFET Q1 conduz, começa a circulação e subida de corrente lentamente pela bobina
booster L1. A bobina cria um campo magnético e armazena energia enquanto o MOSFET
está ligado. Há um “delay” dentro do CI para a ativação do oscilador, flip-flop e MOSFET.
Quando o MOSFET está cortado há uma oscilação no dreno devido à indutância da bobina e
capacitância parasita do circuito. Tal oscilação faz a tensão no dreno variar e quando ela
atinge o valor mais baixo, o circuito ativa o MOSFET diminuindo as perdas do chaveamento.
Neste momento também ocorre a descida da tensão no pino 5 fazendo-o ficar com um valor
negativo. Quando ele fica abaixo de -10 mV a saída do ZCD comp. Vai a nível baixo
desligando o pulso de set do oscilador.
MOSFET desligado – No pino 1 chega uma amostra da tensão da saída do PFC via divisor
de tensão. Ela é comparada com uma referência de 2,5 V no amplificador de erro dentro do
CI. A saída deste amplificador varia de 1 a 5 V. Quando o pino FB (feedback) é menor que
2,5 V, a saída do amplificador de erro é 5 V. quando chega nos 2,5 V ou passa um pouco a
tensão de saída vai diminuindo a um mínimo de 1 V. O pino 2 (compensação) tem resistores
Gate de Q1 – Quando a tensão sobe, o MOSFET conduz e quando vai a zero ele corta;
VDS – Tensão entre dreno e source do MOSFET. Fica em 0 V quando ele conduz;
IL1 – Corrente pela bobina booster. Sobe quando o MOSFET conduz e desce quando corta;
Vcomp – Tensão de saída do amplificador de erro. Varia de 1 a 5 V;
Vramp – Tensão dente-de-serra na saída do oscilador. As tensões Vcomp e Vramp são
comparadas num operacional e quando a Vramp passa o valor da saída do amplificador de
erro, a saída vai a nível alto, reseta o flip-flop e desliga o MOSFET;
Saída do PWM comp – Pulso de reset para desligar o MOSFET;
Saída do ZCD comp – Pulso de set para o flip-flop ligar o MOSFET quando a tensão na
entrada do circuito for 0 V ou muito próximo. Ocorre quando a corrente na bobina cair a zero
e após um certo atraso como já explicado.
O ciclo repete-se até centenas de milhares de vezes por segundo. A frequência máxima de
trabalho deste PFC ativo é de 400 KHz.
Cola siliconada – É uma cola de borracha geralmente branca e flexível usada para dar maior
resistência mecânica aos componentes contra solavancos e vibrações. As fontes de TV
possuem vários componentes como MOSFETs, diodos e eletrolíticos com esta cola.
A tensão de feedback do pino 1 é comparada com uma referência de 2,5 V e quando ela
ultrapassa este valor, diminui a tensão na saída do amplificador de erro. Esta tensão de erro
fica entre 1 e 5 V. Quando a rampa dente-de-serra do oscilador ultrapassa a tensão de erro,
a saída do comparador de PWM liga (nível alto), reseta o flip-flop e desliga o MOSFET. Quanto
menor for a tensão de erro (maior entrada no pino 1 ou PFC com saída alta), mais rapidamente
a rampa ultrapassa o valor e desliga o MOSFET para reduzir a tensão de saída do PFC.
Fig. 23 – CI FA5695
9) A tensão inicial para o pino 1 (FB) controlar a saída do PFC deve ser:
( a ) 2,3 V
( b ) 2,4 V
( c ) 2,5 V
10) Para o CI acionar o MOSFET como devem estar as saídas das proteções:
( a ) Todas nível baixo (0) e UVLO nível alto (1)
( b ) Todas nível alto (1) e UVLO nível baixo (0)
( c ) Todas nível baixo (0) e UVLO nível baixo (0)