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Unidade I e II
1
APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR-AUTOR
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 5
UNIDADE I .......................................................................................................................................... 7
UNIDADE II ........................................................................................................................................46
REFERÊNCIAS .....................................................................................................................................93
5
Na Unidade I se apresentam os conceitos de inovação e os elementos
que formam os pilares da Indústria 4.0 são apresentados para que se
compreenda como esse novo paradigma foi sendo concebido a partir das
inovações. Na Unidade II pode-se estudar as principais tecnologias inovadoras
e que serão tendências para os próximos anos.
Na concepção desse livro-texto buscou-se alinhar a teoria das pesquisas
científicas e acadêmicas combina com os principais fornecedores de tecnologia
do mercado. O item SAIBA MAIS... presente neste livro-texto, se faz referência
a conteúdos complementares de muita valia, como vídeos, artigos, publicações
técnicas de extrema relevância.
Por fim, convido você aluno da UNIP a embarcar nessa viagem rumo ao
futuro, vamos em frente e bons estudos!
6
UNIDADE I
Ao longo de toda nossa história é possível verificar que todo avanço industrial
esteve ligado a algum tipo de inovação. Essas inovações impulsionaram o surgimento
de novas empresas que entraram em cena tornando a competitividade mais acirrada.
Com a maturidade industrial, os produtos tornam-se mais padronizados e o cenário
competitivo é caracterizado pela concorrência baseada na eficiência (CUCCULELLI;
PERUZZI, 2020).
Cucculelli e Peruzzi (2020) destacam que, existe um forte vínculo entre
inovação tecnológica e desempenho de sucesso das empresas. A inovação cria novos
conhecimentos e permite às empresas desenvolver novos produtos, aumentar a
produtividade, permanecer competitivas e garantir a sobrevivência a longo prazo.
A relação entre as inovações tecnológicas e as revoluções industriais já foram
percebidas por pesquisadores como Nikolai Kondratiev (1892-1938) e por Joseph
Schumpeter (1883-1950), ambos economistas e pensadores brilhantes. Schumpeter
continuou o trabalho de Kondratiev denominando-o como Ciclo de Kondratiev (ou
Ciclo Longo, originalmente).
O Ciclo de Kondratiev, demonstra a prosperidade econômica, sempre advinda
de uma grande crise (depressão) que só pode ser superada com a chegada de novas
tecnologias (inovações) que impulsionam a retomada do crescimento.
Para isso adotou-se as quatro estações para indicar os diferentes momentos e
subida e descida da onda: Primavera (S de Spring), para retomada do crescimento;
Verão (Sm de Summer), para o ápice do crescimento; Outono (F de Fall) para início
da recessão e Inverno (W de Winter) para representar a depressão profunda até o
surgimento de uma nova primavera (Figura 1 – Ciclo de Kondratiev).
7
Figura 1- Ciclo de Kondratiev
1
Disponível em https://www.globalresearch.ca/nikolai-kondratiev-s-long-wave-the-mirror-of-the-
global-economic-crisis/11161. Acesso em: 01 mai. 2020.
8
Figura 2 - Ondas de Destruição Criadora
2
Disponível em https://understandinginnovation.blog/2016/09/13/cities-companies-and-innovation-
accelerate/. Acesso em: 01 mai. 2020.
9
Uma inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço)
novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo
método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas
de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações
externas (OCDE, 2005, p.55).
Saiba Mais: No link a seguir e possível ter acesso a todas as versões do Manual de
Oslo sobre inovações, tanto versões em português como em outros idiomas:
https://www.mctic.gov.br/mctic/opencms/indicadores/detalhe/Manuais/Manuais.html
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Difusão – propagação de novos produtos e processos pelo mercado
(momento em que a concorrência imita os produtos e serviços
inovadores).
Sobre difusão da inovação Kaminski (2011) fazendo uma análise sobre a teoria
da difusão da inovação tecnológica do Prof. Everett M. Rogers , apresenta seu modelo
intitulado Curva de Sino de Difusão da Inovação Tecnológica em relação a adoção
das inovações tecnológicas (Figura 3).
11
4º – Maioria tardia (Conservadores) – Motivados pela necessidade de
estarem no mesmo patamar de seus concorrentes ou tendências certificadas em uma
indústria; agem em função de uma necessidade econômica; geralmente pouco
empolgados com a tecnologia; confiam em um único conselheiro; requerem soluções
à prova de falhas; muito sensíveis a custo e muito cautelosos.
5º – Retardatários (Céticos) – Isolados dos líderes de opinião; tem o passado
como referência (as formas como as coisas sempre foram feitas); desconfiam de
inovações; processo decisório para adotar inovações é longo, tradicional e com limite
de recursos; desejam manter o status quo; encaram a tecnologia como um obstáculo
para as operações e costumam investir em tecnologia somente quando todas as
outras alternativas são piores.
Saiba Mais: Assista ao vídeo no link abaixo para maior compreensão da Teoria da
Difusão da Inovação. https://www.youtube.com/watch?v=l6KwMVsZPy8
12
aplicações potenciais; cria grandes dificuldades para as empresas estabelecidas;
sendo a base para a entrada bem-sucedida de novas empresas ou até mesmo da
redefinição de uma indústria (destruição criadora). Por exemplo, o surgimento da
Internet que propiciou o surgimento de novos mercados e empresas bem-sucedidas
como Google, Amazon, Facebook e outras.
3 – Inovação Arquitetural – Nessa classificação, a criação de um produto,
visto como um sistema, o conhecimento sobre os componentes do sistema ou
subsistemas permanece inalterado, porém a forma de combiná-los, interliga-los se
modifica gerando uma nova arquitetura, consequentemente gerando um produto
novo. Por exemplo a criação do notebook, utiliza basicamente os mesmos
componentes de um desktop, porém a arquitetura é outra.
4 – Inovação Modular – Se é possível manter o conhecimento dos
componentes e alterar a arquitetura o contrário também é verdadeiro, pode-se manter
uma arquitetura e apenas evoluir um módulo (conjunto de componentes) da
arquitetura conhecida. Por exemplo, a adoção do módulo de injeção eletrônica em
veículos automotivos. A arquitetura do veículo é a mesma, porém o módulo (conjunto
de componentes) da injeção eletrônica é totalmente novo.
Na mesma linha, Bessant e Tidd (2019), destacam essa ideia de produto de
inovação sobre a ótica de componente e de sistemas, sem descartar as inovações
incrementais e radicais, como mostra a Figura 4.
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Uma outra forma de inovação, que não necessariamente está ligada a
produção de um produto com base em componentes, módulos ou arquitetura é tratada
pelo professor Clayton Christensen, que cunhou o termo inovação disruptiva.
Christensen e Raynor (2003) propuseram a utilização do termo inovação
disruptiva no lugar de tecnologias disruptivas, pelo fato que as tecnologias em si não
causam o impacto de perturbação no mercado, mas sim a forma como essa tecnologia
é explorada pelas empresas.
Isso significa que a capacidade que a empresa adquiri em utilizar uma
tecnologia inovadora em um novo modelo de negócio, causaria uma disrupção
(ruptura) do mercado, levando a empresa obter vantagem competitiva em relação a
concorrência.
Christensen (2012) afirma que as inovações disruptivas são essenciais para a
redução de custos, para ampliar o acesso a determinadas tecnologias e melhorar
a qualidade (em diversos aspectos) em todos os setores e acrescenta, que as
principais razões para o fracasso das grandes organizações normalmente estão
relacionadas com a ocorrência de inovação disruptiva no mercado em que atuam.
Com base no que foi exposto é possível analisar o caso Netflix® vs. Blockbuster
(Figura 5 – Netflix vs Blockbuster).
3
Disponível em https://www.cloudtp.com/doppler/disrupted-or-disrupter-which-one-will-you-be/.
Acesso em: 02 mai. 2020.
14
Nota-se que a NETFLIX®, não foi a pioneira em utilizar a tecnologia distribuição
digital de conteúdo (transmissão audiovisual por streaming ou download). A primeira
empresa a popularizar o streaming online foi a Progressive Networks, criadora do Real
Audio, na primeira metade da década de 1990 junto com a Real Networks, segundo a
Zoeweb (2018).
Porém, o modelo de negócio da NETFLIX® permitiu oferecer, em 2007, a sua
plataforma de streaming o mesmo resultado, assistir filmes, a um custo menor e com
o diferencial de comodidade, já que o cliente não precisaria se deslocar para alugar o
filme em uma mídia física (Fita VHS, CD, DVD, Blu-ray) como no modelo oferecido
pela Blockbuster.
Tecnologias de ruptura normalmente possibilitam o surgimento de
novos mercados. Existe forte evidência de que empresas que entram
mais cedo nesses mercados emergentes têm as vantagens
significativas do primeiro proponente sobre os últimos estreantes
(CHRISTENSEN, 2012, p. 30).
Mas não foi só a tecnologia de streaming que levou a NETFLIX® ser a empresa
que se tornou, como visto na Figura 5. Na verdade, a empresa se aproveita de
diversas tecnologias para se desmaterializar, tendência conhecida hoje, como
transformação digital e que se apresenta como forte característica na Indústria 4.0.
Saiba Mais: Leia um pouco mais sobre como a tecnologia streaming revolucionou
Hollywood e os canais de TVs, clicando no link abaixo.
https://exame.abril.com.br/revista-exame/como-a-revolucao-do-streaming-mudou-os-
negocios-das-tvs/
15
2. INTRODUÇÃO A INDÚSTRIA 4.0
Para Schwab (2016) o termo revolução, é sempre uma palavra que denota uma
mudança drástica, radical, uma ruptura dos paradigmas conhecidos. Nesse contexto,
o autor traça uma linha do tempo, apresentando as revoluções industriais atreladas
às tecnologias inovadoras (ou inovações radicais), a saber:
A primeira revolução industrial que ocorre entre 1760 é 1840 é apoiada
nas tecnologias, como ferrovias e a invenção da máquina a vapor, que
dá início a produção mecânica.
16
A segunda revolução industrial que se inicia no final do século 19 entrou
no século 21 marcada pela utilização da eletricidade, que possibilitou a
produção em massa por linha de produção.
Na terceira revolução industrial que começa na década de 60 também
apelidada de revolução digital ou computacional, impulsionada pelo
desenvolvimento de semicondutores presentes nos Mainframes, nos
computadores pessoais entre as décadas de 70 e 90 e com o surgimento
da internet na década de 90.
Na quarta revolução industrial, Schwab (2016) é fundamentada na
revolução digital, caracterizada por uma internet mais ubíqua e móvel,
com a utilização de sensores menores e mais poderosos que se
tornaram mais baratos e pela inteligência artificia, como mostra a Figura
6 – Revoluções Industriais.
Para Schwab (2016), são três as razões que o fazem crer que estamos diante
de uma quarta revolução industrial, são elas:
4
Disponível em http://anadi.com.br/o-que-e-industria-4-0-saiba-mais/ . Acesso em: 05 abr. 2020.
17
1. Velocidade: que ao contrário das revoluções industriais anteriores, esta
evolui em um ritmo exponencial e não linear.
2. Amplitude e profundidade: ela tem a revolução digital (transformação
digital) como base e combina várias tecnologias, levando a mudanças
de paradigma sem precedentes da economia, dos negócios, da
sociedade e dos indivíduos.
3. Impacto sistêmico: ela envolve a transformação de sistemas inteiros
entre países e dentro deles, em empresas, indústrias e em toda
sociedade.
18
A computação ubíqua, por sua vez, integra mobilidade em larga escala com a
funcionalidade da computação pervasiva (Figura 6) isto é, qualquer dispositivo
computacional poderá interagir com um agente humano. Assim, será possível
construir, dinamicamente, modelos computacionais do ambiente em que o usuário
está inserido e adaptar os serviços oferecidos dependendo da necessidade do
usuário.
Saiba Mais: Assista ao vídeo no link abaixo para maior compreensão dos temas de
computação móvel, pervasiva e ubíqua.
https://www.youtube.com/watch?v=a6cNdhOKwi0&feature=youtu.be
19
Essas tecnologias têm a capacidade de realizar a transformação digital nos
setores industriais e de serviços tradicionais, levando ao surgimento de novos serviços
digitais e produtos híbridos físico-virtuais, como visto anteriormente no item de
Inovação Disruptiva (p.15 desse material). Para Roca (2014), a transformação digital
é um processo que ainda não terminou. Todos os dias surgem inovações tecnológicas
e mais e mais pessoas e dispositivos se juntam ao imenso fluxo de dados e interações
que compõem a Internet atual.
Nesse sentido, as principais decisões dos comitês de direção nos próximos
anos estarão relacionadas à transformação digital de produtos e serviços, arquiteturas
tecnológicas, implementação de organizações de redes virtuais ou desenvolvimento
de novas formas de trabalhar combinando recursos internos e externos globalmente
distribuído e virtualizado. Mas o que isso significa? O que uma empresa ganharia com
isso?
Para Roca (2014), a transformação digital não é apenas a conversão de um
produto físico transformado em um serviço digital (Figura 7), por exemplo na indústria
fonográfica produtos como os discos de vinil, CD/DVD das canções (produtos físicos),
foram convertidos como um serviço digital de música, como fez a empresa Spotfy®.
20
Outros benefícios, segundo a Microsoft (2020), incluiriam: capacidade de
dimensionamento elástico, que significa fornecer a quantidade adequada de recursos
de TI conforme a necessidade; mais segurança da informação, ajudando a proteger
os dados, os aplicativos e a infraestrutura contra possíveis ameaças e maior
velocidade na alocação de recursos de TI, podendo ser implementado em minutos.
Para Sacomano et al. (2018) empresas de base tecnológica, como Uber e
Airbnb, conseguem criam modelos de negócio radicalmente inovadores que ameaçam
os modelos tradicionais estabelecidos. No caso da Indústria, ao se somar a base
existente de automação informatizada a uma modelo de negócios voltado à
transformação digital temos o nascimento do conceito da Indústria 4.0, acrescenta.
Então, a Indústria 4.0 é soma de diversas tecnologias? Não é a soma, mas a
combinação de diversas tecnologias inovadoras para permitir uma mudança interna e
externa na organização. Interna, para promover maior eficiência e eficácia dos
processos, além de reduzir custos. Externa, para oferecer produtos e serviços
inovadores para uma sociedade digital. A Figura 8, apresenta esse panorama de
elementos que compõe a Indústria 4.0.
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Roca (2014) reforça que a Transformação Digital, inicialmente, pode ser
entendida como uma vantagem de quem a adota, porém, num futuro próximo ela será
necessária para garantir a sobrevivência do negócio. Para Hermann et. al. (2015)
reforça.
No futuro, as empresas estabelecerão redes globais que incorporam
suas máquinas, sistemas de armazenamento e instalações de
produção na forma de sistemas ciber-físicos (CPS). No ambiente de
fabricação, esses sistemas ciber-físicos compreendem máquinas
inteligentes, sistemas de armazenamento e instalações de produção
capazes de trocar informações autonomamente, desencadeando
ações e controlando-se independentemente. Isso facilita melhorias
fundamentais nos processos industriais envolvidos na fabricação,
engenharia, uso de materiais e gerenciamento da cadeia de
suprimentos e do ciclo de vida de produtos (HERMANN et. al., 2015,
p. 5)
São sistemas que permitem a fusão dos mundos físico e virtual (cibernético),
através da conexão entre infraestruturas físicas com os elementos computacionais e
comunicação de forma automatizada (Figura 9). Por exemplo, computadores e redes
embarcados monitoram e controlam os processos físicos, de produção. O
desenvolvimento do CPS é caracterizado por três fases.
1- A primeira geração do CPS inclui tecnologias de identificação, como
etiquetas RFID (tecnologia de rádio frequência), que permitem uma
identificação exclusiva dos produtos.
2- A segunda geração do CPS está equipada com sensores e atuadores com
uma gama limitada de funções de controle.
3- Os CPS da terceira geração podem armazenar e analisar dados, estão
equipados com múltiplos sensores e atuadores para maior controle dos
processos de produção.
22
Figura 9 - Sistemas Ciber-Físicos (CPS)
23
2.2.4 Fábrica Inteligente (Smart Factory)
Com base nas definições fornecidas para o CPS e a IoT, a Fábrica Inteligente
pode ser definida como uma fábrica na qual a combinação de todos os elementos
acima apresentados são utilizados com o objetivo de auxiliar pessoas e máquinas na
execução de suas tarefas.
Máquinas e equipamentos terão a capacidade de melhorar seus próprios
processos através da auto otimização e da tomada de decisão autônoma, levando a
redução de custos de produção e uma otimização dos processos envolvidos (ROBLEK
et al., 2016).
Além dos quatro componentes apresentados por Hermanm et al. (2015),
Roblek et al. (2016) destaca outros elementos complementares, que são: os produtos
inteligentes (smart products), cidades inteligentes (smart cities) e sustentabilidade
digital (digital sustainability) – Quadro 1.
Cidades Cidade inteligente é definida como uma cidade que compreende seis fatores em
inteligentes sua política de desenvolvimento: economia inteligente, mobilidade inteligente,
ambiente inteligente, pessoas inteligentes, vida inteligente e governança
inteligente. É o produto do desenvolvimento acelerado da nova geração de TI e
economia baseada no conhecimento, com base na combinação das redes:
Internet, telecomunicações, de transmissão elétrica, banda larga sem fio e
outras redes de sensores tendo como elemento centralizador a utilização da
IoT.
Sustentabilidade A sustentabilidade e a eficiência dos recursos estão cada vez mais no foco do
digital projeto de cidades e fábricas inteligentes. É necessário respeitar as regras
éticas ao usar informações privadas, por exemplo. Esses fatores são condições
fundamentais como a base para desenvolve produtos e serviços de sucesso.
Saiba Mais: Assista ao vídeo no link abaixo para maior compreensão do tema de
componentes da Indústria 4.0. https://www.youtube.com/watch?v=_D5woJxfjXc
24
2.3 Princípios de Design da Indústria 4.0
Para Hermann et al. (2015) existem seis princípios de design que auxiliam as
empresas na combinação dos quatro componentes das Indústria 4.0, vistos
anteriormente (Quadro 2 – Princípios de Design e Componentes da Indústria 4.0).
Esses princípios de design apoiam as empresas na identificação de possíveis projetos
pilotos, que podem ser implementados na ótica da Industria 4.0, são eles:
1- Interoperabilidade – que permite que os Sistemas Ciber-Físicos de uma
fábrica ou ambiente industrial (várias fábricas), possam se comunicar
através da rede (Internet), mesmo envolvendo diversos fornecedores e
parceiros.
2- Virtualização – possibilita que os dados obtidos pelos Sistemas Ciber-
Físicos nos produtos e equipamentos sejam utilizados em modelos virtuais
e em simulações, simulando comportamentos reais no ambiente virtual para
possíveis detecção de falhas;
3- Descentralização – a crescente demanda por produtos personalizados
torna cada vez mais difícil controlar sistemas centralmente. A
descentralização dos controles dos processos produtivos permite que os
que o sistema CPS tome suas próprias decisões, portanto, o planejamento
e controle central não são mais necessários.
4- Capacidade em tempo real – Para tarefas de produção, é necessário que
os dados sejam coletados e analisados em tempo real. Assim, o status da
planta industrial é rastreado e analisado permanentemente. Caso exista a
falha de uma máquina o sistema poderá redirecionar os produtos para outra
máquina.
5- Orientação a serviço – Todos os CPS oferecem suas funcionalidades
como um serviço da Web, então os serviços da empresa, CPS e humanos
estão a disposição na IoS (Internet dos Serviços) e podem ser utilizados por
outros participantes internos ou externos, ou seja, além das fronteiras da
empresa.
6- Modularidade – Os sistemas modulares são capazes de se adaptar de
maneira flexível às mudanças dos requisitos, substituindo ou expandindo
módulos individuais. Portanto, os sistemas modulares podem ser facilmente
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ajustados em caso de flutuações sazonais ou alterações nas características
do produto.
Virtualização X - - X
Descentralização X - - X
Orientação a serviço - - X -
Modularidade - - X -
Fonte: Adaptado de Hermann (2015, p.11)
Novos serviços também poderão ser oferecidos aos clientes, ao que se chama
de internet de serviços ou Internet of Services (IoS). Por exemplo, o seu despertador
inteligente poderia tocar antes do horário, pois recebeu a informação de que o
caminho, que você usualmente segue para o trabalho está congestionado por um
acidente e o caminho alternativo, que ele já traçou, requer que você acorde
antecipadamente.
Com relação a Inteligência Artificial (IA), a tomada de decisão será apoiada
nessa tecnologia, o que exigirá maior preparo dos executivos que deverão ou não
acatar as sugestões oferecidas pela IA, conforme o contexto, levando em
consideração elementos emocionais e sentimentais (SACOMANO et al, 2018).
26
Roblek et al. (2016) acrescentam que a quarta revolução industrial será
marcada pelos processos completos de automação e digitalização e pelo uso de
eletrônicos e tecnologias da informação (TI) na criação de produtos e serviços em um
ambiente privado e que tecnologias como, a impressão 3D, serviços de vendas on-
line, serviços de controle de automóveis, exames médicos em casa, pedidos de
alimentos enviados diretamente da loja para a geladeira, terão um impacto
significativo nas mudanças de comportamento dos consumidores e de pequenas e
médias empresas.
Sacomano et al. (2018, p. 32) alerta, “Apesar de toda automação, de toda
interconectividade, quem está na direção é o ser humano” e conclui - “esse mundo
não está muito distante de nós. Traz muita novidade, mas também uma série de
dúvidas e desafios”.
27
3. DESAFIOS DA INDÚSTRIA 4.0
28
simplesmente guia os braços do robô pelos movimentos que serão
necessários para a tarefa. O Baxter então memoriza esses padrões e pode
comunicar que entendeu suas novas instruções. Embora a flexibilidade
física do Baxter se limite a executar operações simples, como pegar objetos
e movê-los, diferentes mecanismos podem ser instalados em seus braços,
permitindo que o Baxter execute um conjunto relativamente amplo de
tarefas manuais a baixo custo.
Os avanços tecnológicos e a sua popularização estão contribuindo para a
redução de custos em robótica. Nas últimas décadas, os preços dos robôs caíram
cerca de 10% ao ano e espera-se que caiam a um ritmo ainda mais rápido no futuro
próximo (FREY; OSBORNE, 2013). Isso pode ser comprovado com o gráfico
apresentado abaixo (Figura 10), que o mostra a queda acentuada do preço em dólar
dos robôs para uso industrial.
5
Disponível em https://ark-invest.com/analyst-research/industrial-robot-cost-declines/. Acesso em: 10
mai. 2020.
29
unidades em 2011, um aumento de 40% em relação ao ano anterior. Se comparado
aos dados de 2018, segundo a FIR, só a China, instalou 154.000 unidades (Figura 11
– Número de Robôs Industriais Instalados).
6
Disponível em https://ifr.org/ifr-press-releases/news/indias-robot-wonder . Acesso em: 11 mai. 2020.
30
Quadro 4 - Profissões com baixa probabilidade de automação
31
se transformar e se adaptar a essa nova realidade a chance de ela deixar de existir é
muito grande, pois, assim como ocorreu com a Blockbuster, pode ocorrer com ela
(relembrando o que foi apresentado no item 1.1 Inovação e seus tipos). Em termos
de sociedade, o grande desafio será saber como absorver e acomodar a nova
modernidade combinando com os sistemas tradicionais de valores.
A quarta revolução industrial, que põe em causa tantos pressupostos
fundamentais, pode agravar as tensões existentes entre sociedades
profundamente religiosas que defendem seus valores fundamentais e
aqueles cujas crenças são moldadas por uma visão de mundo mais
secular. O maior perigo para a estabilidade e cooperação global pode
vir de grupos radicais que lutarão contra o progresso com violência
extrema e ideologicamente motivada (SCHWAB, 2016, p.93).
Saíba Mais: Leia o artigo intitulado “Qual o lugar do homem na indústria robotizada,
para um aprofundamento nesse tema.
https://www.dw.com/pt-br/qual-o-lugar-do-homem-na-ind%C3%BAstria-robotizada/a-18993545
Veil et al. (2019) em seu estudo sobre as lições aprendidas na Alemanha com
a utilização da Indústria 4.0, expõe que a Indústria 4.0 exige habilidades e
competências adicionais dos funcionários, como conhecimento avançado em TIC
(Tecnologia da Informação e Comunicação), além de competências interdisciplinares
e traços de personalidade específicos. Dada a sua base digital, o conhecimento e as
habilidades em TIC são obrigatórios.
Nesse contexto, aspectos técnicos e econômicos, processos e métodos
também parecem relevantes. Com relação aos traços de personalidade, os resultados
indicam que os funcionários devem estar abertos a mudanças. Além disso, a
tolerância a falhas e a vontade de aprender com os erros (learn by failure) e a
criatividade são essenciais (VEILE et al., 2019).
32
Por fim, de acordo com as experiências dos especialistas, as competências
sociais e de comunicação facilitam a colaboração interdisciplinar, o trabalho em
equipe e a troca de informações. Para desenvolver essas competências, a educação
e os treinamentos provaram ser úteis (VEILE et al., 2019).
Sobre as competências necessárias na Indústria 4.0 o trabalho de Tessarini e
Saltorato (2018), apresenta uma síntese das competências separadas em três
categorias (Quadro 5 – Competências para Indústria 4.0) a saber.
33
atuar em equipes virtuais em locais e divisões geográficas distribuídas prometem um
efeito semelhante.
Com base nas oportunidades tecnológicas de acesso remoto e dispositivos de
realidade aumentada ou virtual, os funcionários não precisam necessariamente
controlar constantemente as máquinas, o que permite modelos flexíveis de horário de
trabalho (VEILE et al., 2019).
Os resultados do trabalho de Veile et al (2010), também mostram que as
empresas devem revisar sua estrutura organizacional para estabelecer uma base
adequada para a Indústria 4.0. Hierarquias achatadas (poucos níveis), menor
estruturas, processos flexíveis e configurações descentralizadas podem formar uma
organização ágil que permite tomadas de decisão mais rápidas e promove um espírito
empreendedor, facilitando a comunicação entre os colaboradores e gestores. O que
se alinha com a afirmação de Schwab.
Tudo o que vejo indica que a caminhada se tornará mais veloz,
as alterações serão fundamentais, e a caminhada, portanto,
precisará de uma visão dura e honesta quanto à capacidade das
organizações para operar de forma veloz e ágil (SCHWAB, 2016
p.57).
34
4. PANORAMA INTERNACIONAL DA INDÚSTRIA 4.0
35
4.2 Indústria 4.0 na China
36
inúmeros desafios técnicos foram identificados em relação à sua implementação. Os
mais citados foram segurança, interfaces (API – Application Programing Interface –
Interface para Programação de Aplicações), análise de dados, sistemas autônomos,
visualização e comunicação máquina a máquina (M2M – Machine to Machine).
Como na Alemanha, existem várias iniciativas no Japão que por muitos anos
foram apenas parcialmente coordenadas. Isso inclui a Iniciativa da Cadeia de Valor
da Indústria (IVI), a Iniciativa Revolução do Robô (RRI) e o consórcio Internet of Things
Acceleration, fundado pela Hitachi e pela Universidade Keio, que inclui a Fabricação
Inteligente (Smart Factory) e a Internet Industrial entre suas prioridades (Quadro 6).
Existem também várias soluções proprietárias pertencentes a empresas individuais,
como o e-eF@ctory da Mitsubishi Electric.
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Como resultado, o projeto nacional Manufacturing 3.0 do governo sul-coreano
- a versão sul-coreana do Plattform Industrie 3.0 - se concentra em ajudar as PMEs a
aumentar sua capacidade de produção por meio do uso de tecnologias inteligentes
nas fábricas. Com o objetivo de elevar os padrões de fabricação, a iniciativa Fábrica
Inteligente do MSIP também faz parte dessa unidade.
O foco é estabelecer uma meta de até 10.000 fábricas mais produtivas em 2020
por meio da cooperação entre empresas e indústrias, grandes, pequenas e médias
empresas, organizações relevantes e governo. Este projeto é complementado por
várias outras iniciativas sul-coreanas relevantes para a Industria 4.0 (Quadro 7).
38
abertos exigidos para a interoperabilidade de sistemas industriais. Também atua como
um fórum para troca de experiências e geração de ideias.
A Indústria 4.0 e os assuntos relacionados são uma prioridade relativamente
baixa para o governo dos EUA. Diferentemente do governo alemão, o governo dos
EUA não considera a Industrie 4.0 a chave para a competitividade futura do país. As
pessoas certamente lamentam o fato de que a competitividade das empresas de
manufatura dos EUA declinou constantemente nas últimas décadas e os produtos
inventados nos Estados Unidos muitas vezes não podem mais ser fabricados lá com
baixo custo.
Dos oito centros de inovação estabelecidos até o final de 2015, o Instituto Digital
de Inovação em Design e Fabricação (DMDII) é o único com um foco claro na Indústria
4.0. O DMDII trabalha em estreita colaboração com as empresas para apoiá-las na
implementação das estratégias da Indústria 4.0. Consequentemente, muitas
empresas americanas estão apenas acordando para a Industrie 4.0 e a necessidade
de criar interoperabilidade para a nova abordagem de fabricação e a arquitetura de
fábrica que ela exige.
As empresas do Vale do Silício, em particular, esperam que a transição para a
Industria 4.0 proporcione oportunidades de exportação para sensores e tecnologias
sem fio. As empresas globais de software e as empresas de Internet das Coisas (IoT)
também estão se tornando cada vez mais ativas no mercado de soluções da Indústria
4.0 (KAGERMANN et al., 2016).
39
4.6 Indústria 4.0 no Reino Unido
40
Kagermann et al. (2016) concluí, que o conceito da Indústria 4.0 teve um
impacto dinâmico na política de inovação na Alemanha e em outros países ao redor
do mundo e ajudou a promover a percepção de que a digitalização da indústria é uma
inovação essencial para o futuro. A estreita cooperação entre empresas, sindicatos,
associações relevantes, academia e governo tem permitido cada vez mais que a visão
seja conceitualizada, refinada e implementada.
As empresas que atuam em ecossistemas da Indústria 4.0 baseados em
plataforma também devem contemplar uma rápida expansão global, identificando
rapidamente modelos de negócios sustentáveis e controlados por dados e as opções
de financiamento necessárias. Nesse sentido, as empresas devem desenvolver novos
modelos de negócios em conjunto com as novas tecnologias desde o início -
especialmente porque elas podem atuar como impulsionadoras da padronização na
adoção da Indústria 4.0 (KAGERMANN et al., 2016).
E por fim, a digitalização da economia está levando ao surgimento de novos
atores (protagonístas). As associações devem, portanto, estabelecer mais formas de
diálogo entre indústrias, startups inovadoras e PMEs estabelecidas, a fim de promover
uma rede mais estreita entre diferentes setores. Pois, essa variedade é necessária
para atender aos requisitos da Indústria 4.0 de cooperação em todos os diferentes
processos de valor agregado. Essa rede pode ajudar as empresas a recrutar pessoal
qualificado, aprender sobre mercados globais, obter acesso a clientes e parceiros a
se envolver mais estreitamente nos ecossistemas digitais de maneira colaborativa.
Saíba Mais: Leia o artigo intitulado “European countries join forces to digitise industry”,
para conhecer o programa da União Europeia para Indústria 4.0.
https://ec.europa.eu/digital-single-market/en/news/european-countries-join-forces-digitise-industry
41
5. PANORAMA NACIONAL DA INDÚSTRIA 4.0
7
Disponível em http://www.industria40.gov.br/#. Acesso em: 11 mai. 2020.
42
5.1 Iniciativas no Brasil para Indústria 4.0
43
tecnologias. Para isso, o MDIC e a ABDI, em parceria com agências federais e
estaduais de fomento, financiarão projetos de test beds e a formatação de “fábricas
do futuro”, que em parcerias com agências federais e estaduais de fomento, poderão
ser escaladas.
6ª Medida - Conexão Startup-Indústria 4.0 - massificar a conexão com foco
nas necessidades da indústria nacional rumo à transformação do parque industrial do
Brasil nos conceitos da Indústria 4.0.
Para tanto, a ABDI pretende criar e fomentar um ambiente de conexão entre
startups e indústrias a fim de promover o desenvolvimento tecnológico de soluções a
partir de demandas industriais, fomentar novas formas de gestão de desenvolvimento
tecnológico baseadas em métodos e ferramentas ágeis e foco em cliente, mas
sobretudo, na disseminação de processos que promovam a mudança cultural
necessários para a inserção dos conceitos de Indústria 4.0 no Brasil.
7ª Medida - Mercado de Trabalho e Educação 4.0 - Será necessário
estruturar uma forte agenda presente e futura de mapeamento de competências,
entendimento das demandas de mercado, requalificação de trabalhadores e
preparação das novas gerações para o mundo 4.0.
8ª Medida - Regras do Jogo 4.0 - Definir as regras legais de forma adequada
é condição básica para que as empresas brasileiras migrem para um mundo 4.0. Por
isso, foi proposta uma agenda de reformas legais e infralegais que promovam a
aceleração da jornada da indústria brasileira em direção ao 4.0, das quais destacam-
se, prioritariamente: Robôs colaborativos (COBOT); Polo Industrial de Manaus (PIM)
4.0 e Privacidade e proteção de dados.
9ª Medida - Financiamento para uma Indústria 4.0 - Como acelerar a adoção
ou geração de tecnologias na sua indústria sem o financiamento adequado?
Pensando nisso, o GTI (Grupo de Trabalho da Indústria 4.0) trabalha parcerias com
bancos públicos e privados e agências de fomento para garantir um leque de opções
de financiamentos acessíveis a diferentes empresas e necessidades.
10ª Medida - Comércio Internacional 4.0 - O Brasil representa um terço do
PIB da América Latina, sendo uma das 10 maiores economias do mundo. No entanto,
a participação do país no comércio internacional é de apenas 1,2% (Organização
Mundial do Comércio - OMC), com baixa integração, na média, às cadeias de valor
globais de produção.
44
Nessa linha, a Agenda Brasil 4.0 aponta as seguintes ações: zerar e diminuir
as alíquotas do imposto de importação de diversos tipos de bens e insumos
estratégicos para a indústria do futuro, como robôs industriais e robôs colaborativos;
atrelar acordos, parcerias e negócios bilaterais com destaque para as negociações
com a União Europeia, o México e o Canadá e outros colaboradores externos.
Outras iniciativas foram apresentadas pelo ENEGEP - Encontro Nacional de
Engenharia de Produção, que abordou o assunto em sua edição de 2017, FIESP –
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, em 2016 e também o 1º Congresso
Brasileiro de Indústria 4.0 em 2017 (FAPESP PESQUISA PARA INOVAÇÃO, 2017)
Concluindo o Brasil deve nos próximos anos investir em iniciativas mais
concretas, pois, como já visto, novas tecnologias aliadas a um modelo de negócio
disruptivo podem acabar com mercados estabelecidos. Essa urgência demandará por
profissionais mais capacitados e que tenham as habilidades e competências
necessárias a Indústria 4.0.
Saiba Mais: Para aprofundar-se nas iniciativas brasileiras na adoção da Indústria 4.0
acesse a página a ABDI no link: https://www.abdi.com.br/sobre
45
UNIDADE II
6. TECNOLOGIAS HABILITADORAS
Como já visto anteriormente no item 2.4 da página 23, a Indústria 4.0 tem seus
pilares na combinação de diversas tecnologias inovadoras que habilitam a fusão do
mundo físico, digital e biológico (Figura 12).
46
7. COMPUTAÇÃO EM NUVEM
47
Diversos casos de uso podem se beneficiar desse padrão. As
empresas que não são proprietárias de um data center veem o IaaS
como uma infraestrutura rápida e barata para suas iniciativas de
negócios que pode ser expandida ou encerrada, conforme necessário.
As empresas tradicionais que precisam do poder da computação para
executar cargas de trabalho variáveis, com menos gasto de capital,
são exemplos perfeitos da adoção de IaaS. Em ambos os casos, as
empresas pagarão apenas pelos serviços usados (IBM BRASIL,
2019).
48
7.3 Software como Serviço (SaaS)
49
Figura 13 - Comparação entre TI Tradicional e Baseada em Nuvem
50
empresas que já possuem uma boa infraestrutura interna e querem se
beneficiar dos serviços de software (SaaS) por exemplo e a escalabilidade
da Nuvem Pública (RUSSO, 2017).
51
Figura 14 - Elementos da Fabricação em Nuvem
52
Os agentes da camada superior lidam com dados ordenados por tempo,
analisam a covariância de várias métricas monitoradas e enormes quantidades de
dados históricos (momento em que se utiliza a tecnologia de Big Data).
Em seguida, esse conhecimento reunido é usado para a otimização das
funções, reconfigurando os recursos, as equipes, prevendo ações ou eventos ou
avaliando a manutenção preventiva dos dispositivos.
Apesar de mover todos os dados pela nuvem para processamento, algumas
operações podem ser realizadas próximas ao dispositivo IIoT, ou seja, na borda
(edge).
Esse processo ajuda a simplificar a transmissão de dados, além de minimizar
a latência. A computação em borda oferece serviços de borda próximos à fonte de
dados para encontrar as diferentes situações críticas em questões de otimização em
tempo real, segurança e conectividade ágil.
Porém, um segundo elemento também é importante nesse processo, a
Computação em Névoa ou Nevoeiro (Fog Computing).
O nome característico foi dado pela simples razão de termos uma tecnologia
de nuvem mais próxima do chão de fábrica (como uma neblina). A Computação em
Névoa é uma arquitetura distribuída que vincula a nuvem e os dispositivos conectados
que não precisam de conectividade persistente com a ela.
A Névoa ultrapassa a Computação em Nuvem na ponta da rede, funcionando
mais próxima dos sensores e atuadores (controladores) da IoT, onde os dados são
gerados e utilizados pelos sistemas.
Ela descentraliza a estrutura de computação, incluindo dados, aplicativos e
recursos de rede de data centers remotos para os dispositivos de borda (Edge
Devices), como se vê na Figura 15.
53
Figura 15 - Computação em Neblina e de Borda
8
Disponível em http://www.industria40.gov.br/#. Acesso em: 16 mai. 2020.
54
inacessível ou sobrecarregada. Isso melhora a alta confiabilidade,
disponibilidade e facilidade de manutenção em ambientes críticos de
produção e funções de manutenção.
Agilidade: É possível tomar decisões rapidamente e inteligentes pela
computação em névoa dentro de um sistema. Uma falha menor em qualquer
máquina ou em qualquer novo recurso pode ser detectada e resolvida
instantaneamente, permitindo manutenção preditiva que diminui o tempo de
inatividade da fábrica.
Saiba Mais: Leia o artigo sobre os temas Fog e Edge Computing, pelo link abaixo:
https://transformacaodigital.com/tecnologia-da-informacao/o-que-e-fog-computing/
55
8. INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS
56
Confiabilidade ultra alta: ajustes flexíveis de acordo com a necessidade e
a capacidade do monitoramento automático de falhas tornam o sistema
confiável;
Economia de energia: o sistema pode hibernar devido ao agendamento de
software quando não estiver em uso, ganhando assim eficiência energética.
Custos de comunicação ultrabaixos: diferentes hardwares e softwares
baseados em sensores são implantados para reduzir o consumo de energia,
reduzir o tempo de inatividade e possibilitar a comunicação Just in Time,
reduzindo os custos gerais.
Distribuição e gerenciamento de dados eficientes: a WSN baseada em
grupo está surgindo para melhorar a distribuição, comunicação e
gerenciamento de dados.
Na era atual das redes de alta tecnologia, a crescente demanda por redes,
diversificação e complexidade da função está fazendo com que as arquiteturas de
rede tradicionais gradualmente se tornem inadequadas para as empresas, operadoras
e usuários finais de hoje, motivando uma evolução da rede tradicional para novas
arquiteturas de rede que possui duas partes: o plano de controle e o plano de dados.
A Rede Definida por Software, (SDN - Software-Defined Network) tem as
vantagens de programação, para a automação e controle de rede, permitindo que as
operadoras estabeleçam redes extremamente escaláveis e flexíveis enquanto se
adaptam às mudanças no ambiente de rede (NAYYAR e KUMAR, 2020).
57
8.1.3 Web Services – Serviços da Web
Para Nayyar e Kumar (2020) a IoS dá suporte importante para a Indústria 4.0,
juntamente com IIoT e Sistemas Ciber Físicos (CPS – Cyber Physics System) e
tecnologia de computação em nuvem de neblina. Um Web Service é componente de
software que permite a interação de sistema heterogêneos acessíveis pela Web,
quando aplicado por meio de uma estrutura baseada em nuvem, é essencial para a
interoperabilidade entre fábricas, fornecedores e parceiros com o foco na colaboração
entre diferentes camadas entre sistemas industriais heterogêneos.
Os Web Services são uma tecnologia desenvolvida no início dos anos 2000
baseada em componentes acessíveis e chamados via web (SACOMANO et al., 2018).
É uma solução de software de camada do meio (middleware) utilizada na integração
de sistemas e aplicações, ou seja, um Web Service é também uma API (Interface de
Programação de Aplicativos), embora, nem toda API seja um Web Service.
Como toda API, o objetivo é receber parâmetros (conjunto de dados), excetuar
algum tipo de conversão ou processamento e devolver esses dados a outras
aplicações, funcionando como um agente intermediário, daí a sua condição de
middleware, a Figura 17 apresenta essa relação.
Figura 17 - Integração de sistema por API
9
Disponível em https://www.quora.com/What-payments-API-is-best-for-e-commerce-sites. Acesso
em: 16 mai. 2020.
58
Equipamentos e sistemas em geral diferem nos formatos de dados
utilizados (por exemplo, número de casas de ponto flutuante, formatos
de datas), padrões de codificação digital (Unicode, UTF-8, ANSI, ...),
tamanho de bytes (32, 64, 128 bits), sistemas operacionais, interfaces
de cabeamento e conexão e tantos outros fatores que acabam
gerando, praticamente, infinitas possibilidades de combinações
(SACOMANO et al., 2018, p.89).
10
Disponível em https://developer.ibm.com/depmodels/cloud/tutorials/1601_clark-trs/ Acesso em: 16
mai. 2020.
59
Esses microserviços podem se comunicar por meio de interfaces de
programação de aplicações (APIs) independentes de linguagem. As APIs podem ser
classificadas de três tipos, segundo a IBM Developer (2016):
API pública – que permite conectar diferentes funcionalidades para
qualquer sistema, como por exemplo, a API dos Correios, API para
desenvolvedores utilizarem em aplicações que precisem encontrar um
endereço a partir do CEP informado (https://correiosapi.apphb.com/).
API privada – também conhecida como API Empresarial (Enterprise API),
permite conectar, clientes, fornecedores e parceiros em funções de
negócios específicas, como consultar estoque, ver o status da entrega,
entre outras.
API Gateway (porta de entrada) - funcionam como a “porta de entrada” para
aplicativos acessarem dados, lógica de negócios ou funcionalidade de seus
serviços de Back-end, administrando todas as tarefas envolvidas no
recebimento e processamento de até centenas de milhares de chamadas
de outras APIs ou microserviços simultâneos, incluindo gerenciamento de
tráfego, controle de autorização e acesso, controle de fluxo de dados,
monitoramento, etc – como se vê na Figura 19.
11
Disponível em https://docs.microsoft.com/pt-br/dotnet/architecture/microservices/architect-
microservice-container-applications/direct-client-to-microservice-communication-versus-the-api-
gateway-pattern. Acesso em: 16 mai. 2020.
60
9. IOT (INTERNET DAS COISAS)
A IoT (Internet of Things - Internet das Coisas), conecta vários objetos ciber-
físicos heterogêneos ou coisas como eletrodomésticos, serviços, automóveis,
fazendas, fábricas e até animais à Internet para melhorar a eficiência na fabricação.
Os dispositivos ciberfísicos conectados à rede podem se comunicar por meio
de protocolos padrão e compartilhar dados em diferentes ambientes por meio de nós
de gateway intermediários, como modems, roteadores, comutadores e estações base
celulares.
A integração de humanos, objetos inteligentes, máquinas inteligentes, sensores
inteligentes, procedimento de produção e linhas de produção juntos que formam um
sistema ágil e inteligente, transformando a IoT em IoE (Internet of Everything – Internet
de Todas as Coisas) consistindo em Internet dos Serviços (IoS – Internet of Service),
Internet dos serviços de Manufatura (IoMS – Internet of Manufacture Service), Internet
das Pessoas (IoP – Internet of People), como descreve Nayyar e Kumar (2020). Para
eles o sistema IoT envolve três componentes principais:
Sistemas embarcados: Consiste na utilização de sensores e atuadores
heterogêneos responsáveis por fornecer informações sobre uma
entidade física (equipamento);
Software de camada do meio (Middleware): Responsável pela
agregação de dados, controle de aquisição e conectividade de rede
(integração de sistemas), como os Web Services;
Serviços em nuvem: que fornecem armazenamento abrangente,
computação, análise, hospedagem de aplicativos e mecanismos de
gerenciamento, como mostra a Figura 20.
Em IoT o uso de sensores e atuadores (controladores) se faz extremamente
necessário, sem esses componentes seria praticamente impossível conectar as
coisas a Internet.
61
Figura 20 - IoT e suas camadas
12
Disponível em https://opensourceforu.com/2019/10/a-primer-on-open-source-iot-middleware-for-
the-integration-of-enterprise-applications/. Acesso em: 16 mai. 2020.
62
Sistemas de detecção: Vários dispositivos de detecção heterogêneos são
conectados à Internet para fornecer dados em tempo real continuamente.
Processadores de gateway externo: os servidores de computação
compreendem servidores de aplicativos, servidores de borda, comutadores
inteligentes e roteadores inteligentes, que economizam energia e oferecem
latência reduzida. Os processadores de gateway externos ajudam a diminuir
a utilização da largura de banda, reduzindo e filtrando dados.
Processadores de gateway interno: são compostos pelas micro nuvens e
os servidores cloudlets, que é uma abordagem de espelhamento de
processos conhecida, existente em redes de longa distância industrial
(WANs).
Processadores centrais externos: esses são os servidores de
computação usados na filtragem e redução de dados para processamento
de dados e roteamento dos processadores centrais internos.
Processadores centrais internos: compreendem clusters, grids, nuvens e
sistemas com várias nuvens e ficam afastados do sistema de detecção.
63
Uma vez que o CPS é uma tecnologia centrada no ser humano, a comunicação
entre eles pode ser alcançada através de dispositivos móveis, como smartphones,
tablets ou dispositivos vestíveis (wearables).
A tecnologia de realidade aumentada pode ser unida às coisas no momento da
instalação, operação e manutenção dos sistemas de automação, melhorando assim
a produtividade e a competência dos operadores, fornecendo informações relevantes.
O Google Glass® possui essa tecnologia de realidade aumentada que pode ser usada
no chão de fábrica industrial.
A proposta padrão para construção do CPS é denominada por uma arquitetura
conhecida como 5C, composto de cinco níveis a saber (NAYYAR e KUMAR, 2020):
Nível de conexão inteligente: com a instalação eficaz e apropriada dos
sensores, os dados podem ser obtidos diretamente das máquinas ou do
controlador ou dos sistemas de fabricação da empresa.
Nível de conversão de dados em informação: informações relevantes são
inferidas a partir dos dados usando diferentes algoritmos e metodologias.
Nível cibernético: Após a coleta de um grande volume das informações,
análises precisas precisam ser usadas para buscar informações adicionais,
coletar conhecimento adicional a partir de informações históricas, fazer
avaliações ponto a ponto para obter uma visão aprimorada do status de
máquinas específicas da produção.
Nível de cognição: Como é possível obter informações comparativas e o
status individual da máquina; um sistema de suporte à decisão pode ser
utilizado para priorizar e otimizar o processo de manutenção.
Nível de configuração: Esta etapa possui controle de supervisão com um
sistema de controle de resiliência para tomar decisões corretivas e
preventivas, que foram feitas no nível cognitivo.
A análise em tempo real aplicada ao Big Data no ambiente de computação em
nuvem ajuda imensamente a tomar decisões dinamicamente no contexto onipresente
de fabricação da Indústria 4.0. Além disso, a nuvem como meio de comunicação está
simplificando o processo de comunicação como um todo no vasto sistema de
fabricação industrial heterogêneo, concluem Nayyar e Kumar (2020).
64
11. BIG DATA E A INDÚSTRIA 4.0
65
Todos esses problemas podem ser resolvidos com o poderoso monitoramento
de dispositivos avançados de IoT. Dispositivos de IoT, como câmeras com
reconhecimento de imagem, sensores de “cheiro” para detectar gases venenosos,
sensores de verificação de peso, por exemplo, podem ser utilizados para essas
tarefas.
Por outro lado, problemas como a criação de estratégias para aumentar o
crescimento geral e a demanda no mercado podem ser resolvidos aplicando a
tecnologia de Big Data, que pode melhorar o fluxo do sistema dentro e fora da fábrica.
A análise prescritiva pode ser útil para esses cenários para criar uma solução que leve
em conta os eventos do passado.
66
A superfície será pressionada dependendo da firmeza das laranjas. Se a laranja
estiver muito frouxa, ela será pressionada em vez de pressionar a superfície. Se a
laranja for muito firme, ela pressionará a superfície, transferindo todo o impacto para
a superfície.
Sensores mecânicos apropriados podem ser incorporados dentro da superfície
para calcular a extensão da compressão; os dados de compressão serão enviados
para um modelo juntamente com outros parâmetros passivos que podem determinar
a qualidade da laranja.
67
11.1.5 Indústria Agrícola
68
proporcionaria melhorias no processamento operacional e aumentaria diretamente os
lucros do setor 4.0. A análise de Big Data ajudará a aumentar a confiabilidade e a
eficiência, prevendo situações críticas e permitindo intervenções em tempo real,
concluem Nayyar e Kumar (2020).
Existem riscos envolvidos nos setores quando eles alteram qualquer uma de
suas estratégias de negócios ou criam um produto para saber se será um sucesso ou
um fracasso. Anteriormente, não havia plataforma ou ferramenta para obter algumas
informações relevantes a esse respeito.
Os fabricantes agora têm a opção de compartilhar os dados de seus produtos
com seus parceiros e clientes, o que cria uma transparência completa e um canal de
comunicação altamente eficaz para ambas as partes.
Dessa forma, o fabricante pode ver exatamente se o fornecedor está atrasado
na produção ou no tempo adequado (just in time), para ajustar todos os processos
relacionados e evitar atrasos. Os dados também podem ser compartilhados da mesma
maneira; os fabricantes podem ter todas as métricas de qualidade relacionadas à
produção e ao produto de seus fornecedores antes mesmo de receber as peças.
69
consumo. A abordagem de produção Build to Order (BtO) é um dos modelos de
negócios mais eficientes e lucrativos.
Mas, para visualizar uma análise real de crescimento, é necessário que exista
uma plataforma de dados bem definida, que analise o comportamento do cliente e os
das vendas. Com acesso à esses dados, o fabricante é capaz de executar análises
preditivas precisas para prever volumes de pedidos em cada configuração possível e
ajustar sua cadeia de suprimentos de acordo com a demanda.
11.2.4 Pós-vendas
70
11.2.6 Crescimento empresarial orientado a dados
11.2.9 Logística
71
11.3 Arquitetura Big Data e Analytics
72
1. O bloco Normalizador (Normalizer) consiste em diferentes interfaces para
cada sensor, que gera uma quantidade de dados diferentes que necessitam
de uma padronização, em seguida uma interface irá ler os dados e convertê-
los. A velocidade de conversão do normalizador deve corresponder à
velocidade de geração de dados para evitar qualquer tipo de perda de
dados.
2. Os dados normalizados são armazenados nos bancos de dados. O banco
de dados local (Local DB) dentro da planta e o banco de dados mestre na
nuvem (Cloud DB) são mantidos para armazenamento.
3. Os dados através da nuvem são transmitidos para o bloco de análise
(Analytics) por meio do banco de dados mestre. Esse bloco consiste em
ferramentas de pré-processamento de dados e um aprendizado de máquina
altamente treinado ou modelo com base em inteligência artificial, cuja saída
direcionará as sugestões as próximas etapas.
4. O próximo bloco é um sistema de transferência e alerta de dados (DTAS),
que é responsável por comunicar os resultados ao administrador por meio
de alertas de SMS, aplicativo ou site.
5. A interface do usuário (UI) requer que um administrador (Admin) examine
os resultados e tome as medidas apropriadas. Métricas DTAS são
fornecidas ao administrador, que pode escolher a solução a ser adotada ou
ele pode abordar o problema de uma maneira diferente (Decision Box), caso
tenha uma solução melhor.
6. Essas decisões são empregadas no bloco de simulação (Simulation) e a
estabilidade do sistema é monitorada. A saída da simulação valida que as
etapas são seguras e são levadas ao nível de produção. Se, de alguma
forma, essa etapa se tornar instável, uma nova etapa será executada e
simulada.
7. Em caso de falha na decisão, os dados são enviados de volta para a nuvem
onde o modelo será treinado novamente para não executar repetir esta
etapa no futuro.
73
11.4 Ciência de Dados e Aprendizado de Máquina
74
ajustando seus pesos e medidas de acordo com o padrão encontrado entre
o conjunto de dados. A Figura 22 mostra a combinação desses elementos.
Saiba Mais: Assista ao vídeo indicado para maior compreensão sobre Big Data e
Analytics pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=bY3kGWXLQZw
13
Disponível em https://opensourceforu.com/2019/10/a-primer-on-open-source-iot-middleware-for-
the-integration-of-enterprise-applications/. Acesso em: 16 mai. 2020.
75
SAP e Oracle fornecem essas tecnologias em Banco de Dados (NAYYAR; KUMAR,
2020).
Cada vez mais, as indústrias estão construindo lagos de dados (data lakes)
para armazenar seus vastos repositórios de dados coletados de diferentes fontes e
armazená-los em um único repositório de dados para facilitar o acesso por outros
domínios. Isso é muito diferente do conceito de armazém de dados (data warehouse)
em que os dados armazenados são filtrados e encontram-se estado uniforme.
Devido à grande variação de dados e à incapacidade de compreender de uma
só vez o significado desses dados, é melhor armazenar dados não estruturados e
processá-los, dependendo do caso de uso.
Esses dados não estruturados não podem ser armazenados no banco de dados
relacional, amplamente conhecido, devido à estrutura organizada natural desse tipo
de padrão. Portanto, os bancos de dados NoSQL (como o MongoDB) são
necessários, onde é fácil armazenar dados, estejam eles estruturados ou não
(NAYYAR; KUMAR, 2020).
11.7 Blockchain
76
O Blockchain fornece a integridade das transações, mas não a análise, é aí que
entra o Big Data. Com esses dados interligados como fonte, os modelos podem ser
treinados para identificar os padrões nos hábitos de consumo dos consumidores e
alertar sobre as operações arriscadas, por exemplo (NAYYAR; KUMAR, 2020).
A robótica em nuvem é uma nova dimensão na robótica que tem potencial para
trabalhar além da robótica em rede. Na robótica em rede, os recursos computacionais
são limitados apenas aos respectivos robôs e o compartilhamento de informações é
restrito apenas à rede.
Devido ao avanço da computação em nuvem, a robótica em nuvem tem o
potencial de remover alguns desses gargalos e pode oferecer soluções mais
inteligentes, eficientes e econômicas. Na robótica em nuvem, o processo de
77
computação de alta complexidade é transferido para a plataforma em nuvem através
de redes de comunicação, reduzindo assim a carga computacional de robôs
individuais (NAYYAR; KUMAR, 2020).
78
Figura 23 - Inteligência Artificial, Aprendizado de Máquina e Aprendizado Profundo
79
12.3 Robôs Colaborativos (Cobots)
80
4. Guia Manual – Como o nome sugere, esses robôs podem ser simplesmente
reprogramados para novas tarefas pelo próprio operador, guiando o braço
colaborativo do robô manualmente. Isso permite reprogramação rápida com
tempo mínimo e reduz a necessidade de programadores especializados
com conhecimento em robótica.
Para Nayyar e Kumar (2020), os robôs móveis são do tipo colaborativo e foram
projetados com o objetivo de trabalhar com segurança ao lado dos humanos. Robôs
móveis usam sensores, software e alguns equipamentos para mapear o seu ambiente
ao redor. Existem dois tipos de robótica móvel: Autônoma e Não Autônoma.
A maioria dos robôs utilizados na indústria são de robôs semiautônomos, ou
seja, eles precisam de comandos para realização de algumas tarefas específicas,
quer seja por meio de um sistema de controle externo ou de algum especialista
humano que emita esses comandos, também são conhecidos como robôs
controlados.
Por exemplo, um robô de fabricação de automóveis sabe como colocar a peça
na linha de montagem, mas precisa de orientação para saber exatamente quando e
onde fixar essa peça na linha de montagem.
Já os robôs móveis autônomos não precisam de orientação externa e podem
explorar seu ambiente por conta própria. Alguns dos robôs autônomos populares são
Pet Robots, Game Bot, Delivery robot, Space Robots, entre outros. A Bosch também
apresenta o sistema de robôs da família APAS (Automatic Production Assistent –
Assistente de Produção Automática), para aplicação em produção ágeis e flexíveis,
baseados em sistemas de produção colaborativa, que pode ou não envolver humanos.
O assistente móvel da APAS é um robô móvel colaborador usado nas Fábricas
Inteligentes (Smart Factory) para uso flexível, ou seja, esses robôs podem se adaptar
a diferentes tarefas e serem utilizados independentemente da localização.
Esses robôs são altamente robustos e fáceis de manusear. Os APAS são
equipados com recurso de parada monitorada de segurança, portanto, quando ocorre
qualquer tipo de contato, o assistente móvel da APAS para, antes que haja qualquer
tipo de acidente (Figura 24).
81
Figura 24 - Cobot APAS da Bosch
Saiba Mais: Conheça a solução de robôs colaborativos fabricados pelo ABB Robotics,
e assista os vídeos lá disponíveis pelo link:
https://new.abb.com/products/robotics/industrial-robots/irb-14000-yumi
14
Disponível em https://www.bosch.com/research/know-how/success-stories/bosch-apas-flexible-
robots-collaborate-in-industry-4-0/. Acesso em: 18 mai. 2020.
82
O avanço da recuperação de dados passa aos clientes a chance de
experimentar um mundo aumentado, sobrepondo informações virtuais na realidade, a
Figura 25 exemplifica essa definição.
83
informações sobre os posicionamentos dos itens, minimizando o tempo que
gastam nesse processo e melhorando o desempenho (Figura 26).
3. Montagem complexa – Quando se trata de criar dispositivos e montar
equipamentos complexos, como carros, smartphones e até aviões, o AR
pode desempenhar um papel crucial, reduzindo os riscos de erros e
simplificando o processo (Figura 26).
15
Disponível em https://www.avrspot.com/5-ways-augmented-reality-enhancing-industrial-
production/. Acesso em: 18 mai. 2020.
84
13.1 Dispositivos para Realidade Aumentada
85
Por exemplo, o fabricante de equipamentos industriais Gabler integrou a VR
em seus processos de fabricação. Assistida pela tecnologia VR, a empresa inspeciona
as linhas de produção quanto a riscos potenciais e, assim, ajuda a garantir segurança
e a qualidade do produto (AVRSPOT, 2019).
Outro exemplo de aplicação é na criação de protótipos, nesta fase inicial, a
realidade virtual pode demonstrar como seria um produto sem criar um protótipo físico.
Na indústria automotiva, a Ford Motors usa sua própria tecnologia de realidade virtual
FIVE (Ford Immersive Vehicle Environment). A partir daí, os projetos são transmitidos
para ambientes virtuais de carros, permitindo que os engenheiros vejam como é estar
dentro do futuro carro.
86
14. CIBER SEGURANÇA
87
uma propriedade obrigatória de segurança, a fim de fornecer serviços
confiáveis aos clientes da IoT.
3. Disponibilidade: a disponibilidade é definida como o acesso aos dados
exigidos por um cliente ou dispositivo, sempre que necessário. Dessa forma,
os ativos da IoT devem estar acessíveis em tempo hábil para resolver
problemas ou evitar fatalidades.
4. Autenticidade: a autenticação permite que apenas as entidades aprovadas
executem atividades específicas na rede. Algumas autenticações requerem
forte nível de autenticidade de controle, enquanto outras precisam de
sistemas moderados de autenticação de senhas.
5. Não-repúdio: a propriedade do não-repúdio introduz certas provas em
situações em que o cliente ou o gadget (dispositivo) não pode negar uma
atividade, por exemplo, atividade de pagamento. A administração da IoT
deve fornecer uma trilha de revisão confiável para estabelecer confiança.
Nesse sentido a tecnologia de Blockchain pode garantir isso.
6. Privacidade: a extensão da interferência de um sistema com seus atributos
e ambiente, no nível em que ele compartilha dados individuais com outras
pessoas, é determinada pelo grau de privacidade que ele fornece.
Sacomano et al. (2018, p.131) concluí - “Com a velocidade, volume e variedade
de dados gerados pelo IoT e as operações diárias de negócios, a confidencialidade,
a integridade e a disponibilidade desses dados são vitais para a sobrevivência da
organização.”.
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Um firewall é um software ou dispositivo que filtra o tráfego próximo e ativo
entre várias partes de uma rede. Para não ativar um risco para a estrutura
do sistema, deve-se diminuindo a quantidade de rotas e portas na rede
aplicando padrões de segurança.
O acesso remoto a um sistema que utiliza algumas técnicas moderadas,
como Rede Privada Virtual (VPN – Virtual Private Network), oferece
enormes pontos de vantagem para os clientes finais. O acesso remoto pode
ser fortalecido diminuindo a quantidade de endereços IP que podem ser
acessados.
O controle de acesso baseado em função autoriza ou recusa o acesso aos
recursos de rede, dependendo das funções de negócios. Isso limita a
capacidade de acessar arquivos ou partes da estrutura que clientes ou
agressores não deveriam ter.
Ter senhas fortes é a abordagem mais fácil para melhorar a segurança. Os
programadores podem utilizar dispositivos de programação que podem
efetivamente diminuir o acesso não aprovado. Conforme indicado pela
Microsoft, você deve definitivamente se abster de utilizar informações
individuais (por exemplo, data de nascimento), em palavras conhecidas
inversas e sucessões de caracteres ou números próximas umas das outras
no console. Faça uma estratégia de chave secreta para permitir que os
funcionários com base nas melhores práticas de segurança.
É imperativo garantir atenção para correção e atualizações de componentes
de sistema. As organizações devem considerar a atualização de estruturas
e configurações de programação de modo a não deixar de fazer as
atualizações básicas.
Os colaboradores de uma organização são responsáveis por garantir a
segurança dos negócios. É essencial conscientizar os colaboradores sobre
práticas e treinamento de segurança on-line.
Devido à natureza versátil, há um risco mais sério de gadgets inteligentes.
Colocar senha e criptografar dados da estação de trabalho é uma
abordagem menos exigente e deve evitar riscos de potencial ataque.
Observar os logs de falha e de interrupção podem ser bons indicadores de
atividade não autorizada ou que necessitam de atenção na segurança.
89
15. MANUFATURA ADITIVA
Outro ponto que motiva as indústrias a adotarem a manufatura aditiva, por meio
das impressoras 3D, está relacionado com a popularização da tecnologia por queda
acentuada no valor do investimento desse tipo de dispositivo.
O preço da impressora 3-D mais barata caiu de dezoito mil dólares
para quatrocentos dólares em dez anos. Nesse mesmo intervalo,
tornou-se cem vezes mais rápida. Grande parte das fábricas de
sapatos começou a imprimir sapatos em 3-D. Peças de reposição para
aviões já são impressas em 3-D em aeroportos remotos. As próprias
estações espaciais têm agora uma impressora 3-D que elimina a
necessidade de estoque de peças de reposição. Os novos
smartphones já tem capacidade de escanear em 3-D; você poderá
escanear seus pés e imprimir sapatos(SACOMANO et al., 2018,
p.164).
90
O funcionamento da impressora 3D pode ser explicado pela Figura 29, que
apresenta as cinco fases de funcionamento e os possíveis materiais utilizados na
composição das peças.
Figura 29 - Funcionamento Impressora 3D
91
Material Espacial e de Aplicação – como concreto e outros elementos para
aplicação em engenharia civil, por exemplo.
Na Indústria 4.0, a aplicação da tecnologia 3DP será crucial para a eficácia do
sistema e para a redução da complexidade, com a prototipagem rápida e
procedimentos de fabricação extremamente descentralizados: o modelo do produto
pode simplesmente estar no local de impressão mais próximo do cliente, eliminando
a necessidade ações intermediárias de fabricação, armazenamento e logística,
concluem Nayyar e Kumar (2020).
FIM.
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REFERÊNCIAS
FREY, C. B.; OSBORNE, M. A. The future of employment: How susceptible are jobs
to computerisation? Technological Forecasting and Social Change, v. 114, p. 254–
280, 2013.
HERMANN, M.; PENTEK, T.; OTTO, B. Design principles for Industrie 4.0 scenarios:
a literature review. Technische Universität Dortmund, Dortmund, 2015.
IBM BRASIL. Saiba o que é IaaS PaaS SaaS e suas Diferenças. Disponível em:
<https://www.ibm.com/br-pt/cloud/learn/iaas-paas-saas>. Acesso em: 18 maio. 2020.
93
KAMINSKI, J. Diffusion of Innovation Theory. Canadian Journal of Nursing
Informatics, Theory in Nursing Informatics Column. p. 7, 2011.
MATT, D. T.; MODRÁK, V.; ZSIFKOVITS, H. (EDS.). Industry 4.0 for SMEs:
Challenges, Opportunities and Requirements. Cham: Springer International
Publishing, 2020.
ROBLEK, V.; MEŠKO, M.; KRAPEŽ, A. A Complex View of Industry 4.0. SAGE Open,
v. 6, n. 2, p. 215824401665398, 2016.
VEILE, J. W. et al. Lessons learned from Industry 4.0 implementation in the German
manufacturing industry. Journal of Manufacturing Technology Management, v.
ahead-of-print, n. ahead-of-print, 2019.
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ANEXO A – INICIATIVAS EUROPEIAS INDÚSTRIA 4.O
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