Você está na página 1de 12

o Calcário Microcristalino e Sedimentar, Brecha Calcária: Principais áreas de exploração nas

Orlas Mesocenozoicas, no Centro e no Sul do território continental. Destaques incluem o


Maciço Calcário Estremenho, Cascais e Sintra.

 Rochas Siliciosas:
o Granito, Porfiro Ácido, Serpentinito, Sienito, Gabro, Diorito: Extraídos na Orla
Mesocenozoica Meridional, nos municípios de São Brás de Alportel e Tavira (NUTS III
Algarve). Áreas de extração também no Maciço Antigo, destacando-se o Alentejo, Centro e
Norte do país.
 Ardósias e Xistos Ardosíferos:
o Ardósia: Principais aplicações em telhas de coberturas, pavimentação, revestimento de
paredes, bancadas e mesas de bilhar. Ocorrências localizam-se na Formação Xistos de
Valongo, no setor noroeste do país.

Pág 108
Em 2019, granitos, mármores e calcários destacaram-se como as
rochas ornamentais com maior valor de produção em Portugal.

O subsetor das rochas ornamentais é crucial na economia regional,


gerando empregos e mantendo-se vital na indústria extrativa nacional,
beneficiando-se de diversos fatores como:

Pág 109
Portugal é rico em águas minerais e de nascente devido à sua
diversidade geológica, especialmente nas regiões Norte e Centro,
seguindo a distribuição dos acidentes tectónicos.

As figuras 14 e 15 indicam que muitas nascentes de águas minerais e


de nascente estão no interior de Portugal. A utilização desses recursos
pode impulsionar o desenvolvimento regional, reduzindo disparidades
territoriais e fortalecendo a coesão do país.

Pág 110
A composição das águas minerais e de nascente resulta da interação
entre água das chuvas infiltrada no subsolo e minerais das rochas,
influenciada por tempo, temperatura e profundidade.
Essas águas compartilham características comuns, mas também
exibem diferenças distintas.

O setor de engarrafamento de águas minerais e de nascente em


Portugal experimentou um notável crescimento nas últimas décadas.

Pág 111
O consumo de água engarrafada em Portugal é consideravelmente
superior à média da União Europeia.

Pág 112
Estâncias termais em Portugal concentram-se principalmente ao norte
do rio Tejo, devido à abundância de nascentes de águas minerais. Após
declínio, o turismo termal aumenta devido a campanhas de divulgação
e melhorias nas ofertas, destacando-se no panorama turístico. O
interesse no termalismo cresce não apenas para prevenção e
tratamento, mas também para promoção do bem-estar e lazer,
refletindo mudanças no conceito e práticas termais.

PÁG 114
Recursos energéticos podem ser classificados em renováveis e não
renováveis com base na possibilidade de reposição na natureza.

Em Portugal, recursos energéticos endógenos incluem carvão, urânio,


lítio e fontes renováveis. Por outro lado, petróleo e gás natural são
considerados recursos exógenos.

Pág 115
Recursos energéticos não renováveis presentes no subsolo de Portugal
incluem carvão, urânio e lítio. A energia geotérmica é a única fonte
renovável obtida no subsolo do país.

PAG 116
O carvão existente no subsolo português possui baixo valor energético
e está localizado a grande profundidade, inviabilizando sua exploração
econômica. Desde o encerramento das minas do Pejão em 1994, todo
o carvão consumido em Portugal é importado de países como
Colômbia, EUA e Rússia, com variações ao longo dos anos.

O carvão, principal fonte de energia em Portugal, era quase


exclusivamente utilizado para a geração de eletricidade em centrais
termoelétricas. Atualmente, o sistema elétrico nacional possui duas
centrais termoelétricas a carvão: a central de Sines e a central do Pego.

PÁG 117
Devido à alta poluição associada ao carvão, considerado o combustível
fóssil mais poluente, Portugal planeja abandonar o uso desse recurso
na geração de eletricidade até 2023.

O urânio, recurso mineral radioativo, é utilizado como matéria-prima


em centrais nucleares para a produção de eletricidade. Em Portugal, a
exploração iniciou-se no início do século XX nas minas da Urgeiriça,
mas cessou em 1992 devido ao esgotamento dos depósitos. A
exploração nacional de urânio encerrou em 2001, e como Portugal não
possui centrais nucleares, toda a produção era destinada à exportação.
Apesar de ser a fonte de energia mais potente do mundo, a energia
nuclear enfrenta desvantagens, levando muitos países a hesitar na
construção de centrais nucleares.

Pág 118

A procura global do lítio, um mineral metálico utilizado em baterias,


tem aumentado significativamente, resultando em um aumento de
mais de três vezes no preço do "petróleo branco". O impulso desse
aumento está relacionado ao programa de descarbonização da China,
que impulsionou a produção de carros elétricos. Portugal possui
importantes ocorrências de lítio, sendo um dos dez países com maiores
reservas. Além do seu uso em baterias de carros elétricos, o lítio é
essencial na fabricação de baterias para dispositivos eletrônicos
portáteis.

Pág 119

A energia geotérmica é uma fonte renovável derivada do calor interno


da Terra. Seu aproveitamento requer a presença de um fluido,
geralmente água, para transferir o calor do subsolo para a superfície.

Em Portugal, o potencial de aproveitamento geotérmico concentra-se


nos Açores, especificamente de alta entalpia, devido ao vulcanismo
ativo resultante da localização do arquipélago na confluência de três
placas litosféricas. Destacam-se as centrais geotérmicas na ilha de São
Miguel, como a Ribeira Grande e o Pico Vermelho.

Pág 120

Em Portugal continental, o aproveitamento geotérmico de baixa


entalpia é utilizado para balneoterapia, aquecimento ambiental e em
estufas.

Essa forma de energia renovável apresenta várias vantagens:

Pág 121

O carvão consumido em Portugal é importado, principalmente da


Colômbia, dos EUA e da Rússia, e é utilizado principalmente na geração
de eletricidade.

O petróleo é a principal fonte de energia consumida em Portugal,


sendo utilizado não apenas como combustível, mas também como
matéria-prima para diversos produtos. O consumo aumentou a partir
da década de 1960 devido ao desenvolvimento econômico,
crescimento e sua aplicação em centrais térmicas, transporte, indústria
química e fabricação de produtos diversos. Em 2019, Portugal
importou cerca de 11.3 milhões de toneladas de petróleo bruto,
principalmente de países africanos e euroasiáticos como Angola,
Arábia Saudita e Rússia.
Pág 122

A distribuição das infraestruturas petrolíferas em Portugal apresenta


assimetrias regionais, com prevalência na faixa litoral de Portugal
continental. Essa distribuição reflete os padrões da população e das
atividades econômicas no território nacional.

Pág 123

O gás natural, introduzido em Portugal em 1997, é a segunda fonte de


energia primária mais consumida no país, apresentando um aumento
no seu consumo nos últimos anos.

Além de ser utilizado como fonte de energia primária para a produção


de eletricidade em centrais térmicas, o gás natural é amplamente
empregado no consumo final. Notavelmente, é utilizado nos setores de
transporte, indústria (especialmente na indústria química e cerâmica),
residencial (para aquecimento de habitações, por exemplo) e serviços.

Pág 124

O gás natural consumido em Portugal é principalmente importado da


Argélia, através do gasoduto que conecta o Magrebe à Europa e
atravessa a Península Ibérica. Desde 2003, com a construção do
terminal de gás natural liquefeito (GNL) de Sines, Portugal também
recebe gás natural por via marítima, transportado por navios
metaneiros, sendo a Nigéria o principal fornecedor por essa via. A
construção desse terminal permite a diversificação dos países
fornecedores, contribuindo para uma maior segurança no
abastecimento de gás natural no país.

Pág 125

Dada a crescente procura e escassez de recursos nas áreas


continentais, a exploração de recursos minerais, energéticos e
genéticos nos grandes fundos marinhos torna-se uma opção viável com
o desenvolvimento contínuo da tecnologia prospetiva e extrativa.
Portugal, em particular na plataforma continental na região dos
Açores, possui um elevado potencial em sulfuretos maciços contendo
cobre, chumbo e zinco, além de metais preciosos e aplicáveis em
indústrias de alta tecnologia, associados aos campos hidrotermais. A
possível extensão da plataforma continental portuguesa, se aprovada
pela ONU, abre oportunidades para a descoberta de novos depósitos
minerais.

PAG 132

Apesar de Portugal possuir uma diversidade considerável de recursos


no subsolo, a exploração econômica enfrenta desafios que têm se
mostrado obstáculos ao desenvolvimento da indústria extrativa
nacional.

PAG 134
Devido à escassez de recursos energéticos de origem fóssil em
Portugal, a fatura decorrente da importação desses recursos tem um
peso significativo nos âmbitos econômico e ambiental (fig. 29). Isso
resulta em uma alta dependência energética, uma das mais elevadas
na União Europeia (fig. 30).

Portugal, com excelentes condições climáticas, técnicas e humanas, é


propício à produção de energia elétrica de forma ambientalmente
sustentável. Investir nesse setor é imperativo para atender às metas
estabelecidas pela União Europeia e pela Política Energética Nacional.

Em 2019, cerca de 54,2% da produção total de energia elétrica em


Portugal provinha de fontes de energia renovável (FER). Esse valor
oscilou entre 2010 e 2019, refletindo não apenas o aumento geral no
consumo de energia, mas também uma queda acentuada na produção
hídrica (fig. 31).

Pag 135

A localização das centrais de produção de energia renovável em


Portugal é influenciada pelas características geográficas do território e
pelas especificidades de cada fonte de energia utilizada.

Apesar de as energias renováveis possibilitarem a redução da


dependência energética de Portugal e contribuírem para a
sustentabilidade e descarbonização da economia, a produção de
muitas delas é altamente dependente das condições atmosféricas,
resultando em uma produção bastante inconsistente.
Pag 138

A indústria extrativa desempenhou um papel crucial no


desenvolvimento de várias regiões, moldando a cultura e o estilo de
vida das populações locais. No cenário atual, a valorização econômica
dessas áreas requer uma abordagem sustentável, focando na
promoção de recursos endógenos, turismo, lazer e na adoção de
energias renováveis, entre outros aspetos.

Para potencializar o setor de minas e pedreiras em Portugal, o país deve


considerar as seguintes estratégias:

⚫ Investir na transformação dos recursos, criando produtos finais com


valor acrescentado, como rochas ornamentais e minerais metálicos,
concentrando-se no desenvolvimento das últimas etapas da cadeia de
valor.

⚫ Melhorar o conhecimento geológico dos recursos existentes para uma


gestão mais eficiente.

⚫ Desenvolver novas tecnologias e metodologias para a descoberta de


novas jazidas.

⚫ Diversificar os recursos minerais explorados, focando em minerais


que podem ganhar destaque no futuro, como o lítio.

⚫ Atrair novos operadores para o mercado português, promovendo o


aumento da exploração desses recursos.

⚫ Proteger a saúde e segurança dos trabalhadores mineiros e das


populações residentes em áreas de exploração mineira.
⚫ Promover o desenvolvimento sustentável, potencializando recursos
endógenos, promovendo o turismo e atividades de lazer e investindo em
energias renováveis.

Para potencializar as águas minerais naturais e de nascente, é essencial:

1. Realizar estudos para aprimorar o conhecimento dos recursos


hídricos.

2. Modernizar as indústrias de captação de águas engarrafadas, com o


objetivo de manter a qualidade das águas e aumentar a competitividade
nos mercados externos.

PAG 140

O consumo de energia é frequentemente utilizado como indicador do


desenvolvimento de um país ou região. Em Portugal, em 2019,
aproximadamente 57% do consumo de energia final originou-se do
petróleo e gás natural (fig. 33). Os setores de transportes, atividade
industrial e serviços foram os maiores consumidores de energia no
território nacional (fig. 34).

Com o objetivo de assegurar um abastecimento confiável de energia e


manter preços acessíveis, a União Europeia propôs a criação de um
mercado de energia mais integrado e competitivo - a União da Energia.
Em Portugal, o Plano Nacional Integrado de Energia e Clima (PNEC
2030) é o principal instrumento de política climática e energética para
o período 2021-2030, abordando as cinco dimensões da União da
Energia:
1. Descarbonização (emissões de gases de efeito estufa e energias
renováveis).

2. Eficiência energética.

3. Mercado interno de energia.

4. Segurança energética.

5. Investigação, inovação e competitividade.

O PNEC 2030 estabelece metas e medidas para:

1. Descarbonizar a economia, alinhando-se com o Roteiro para a


Neutralidade Carbónica 2050.

2. Priorizar a eficiência energética.

3. Reforçar o investimento em energias renováveis e reduzir a


dependência energética.

4. Garantir a segurança no abastecimento.

5. Promover a mobilidade sustentável.

6. Fomentar uma agricultura e floresta sustentáveis e potencializar o


sequestro de carbono.

7. Desenvolver uma indústria inovadora e competitiva.

8. Assegurar uma transição energética justa, democrática e coesa.

Você também pode gostar