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Oliver Heinrich Campo de Almeida – Elt1A – Li até o capítulo 20

O livro Fragosas Brenhas do Mataréu, do escritor Ricardo de Azevedo, não me


agradou muito no geral por se tratar de um gênero que eu não gosto muito, porém
algumas partes despertaram meu interesse na leitura. O texto além de nos dar uma
visão de como era a vida no século XVI mostra alguns pontos que o escritor destaca
o embate e a miscigenação entre diferentes culturas, crenças e mentalidades
presentes na construção do país.
Logo no início do romance já debatemos com a personagem principal perdendo a
mãe aos 15 anos, acontecimento me agradou por dar uma liberdade a mais ao
enredo. Atualmente diríamos que a personagem é apenas um adolescente, mas
como se trata de um mundo do século XVI, o rapaz precisa se tornar um adulto mais
cedo, e a fé não era muito reconfortante na época. Então o órfão é condenado é
condenado a trabalhar em uma frota ultramarina portuguesa com destino a um
Brasil colônia ainda em formação, de matas inexploradas, rios abundantes e povos
nativos tão misteriosos quanto perigosos.
Depois de muitas adversidades a bordo da nau Nova Conceição, ele naufraga e
vem parar na costa brasileira. Essa parte me lembrou da história de Robinson
Crusoé, um dos romances que mais gostei de ler. O jovem narrador-protagonista
fica na praia por muito tempo até que decide enfrentar a mata, teve muitas noites
mal dormidas em cima de árvores com medo dos animais que poderia encontrar,
até que um dia ele encontra uma cabana no meio do nada, onde morava um velho
boticário com sua mulher e filhos. O velho acolheu o garoto que o ajudou a cuidar
das ervas que ali eram cultivadas e na loja no vilarejo próximo. Como sua mãe lhe
ensinou a ler e escrever, não foi complicado se dar bem com as pessoas da região,
as vezes ele cantava na frente da loja com sua viola. Em um dia de chuva ele
conhece Jurecê, uma jovem meio índia meio branca que sempre sorria quando o via
tocando sua viola.
Uma das partes que eu mais achei interessante no livro é que o narrador conta
histórias no meio da própria história, inclusive fábulas da tribo de Jurecê, mostrando
o choque de culturas existente até mesmo nos primórdios do Brasil. Outra coisa que
despertou meu interesse é o fator do protagonista ter que lidar com a adolescência
repleta de encontros, indagações, paixão, amizade alem da descoberta da
sexualidade, e ter de virar adulto para enfrentar tantas adversidades em terras
brasileiras.

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