Você está na página 1de 2

Release

Mesa redonda:

A CULTURA IMPRESSA: JORNAIS E REVISTAS MODERNIZAM OURO PRETO

Dia 13 de outubro de 1823, quarta-feira, foi inaugurada a imprensa ouro-


pretana e mineira. Saiu às ruas da capital Ouro Preto o primeiro jornal impresso na
Província de Minas – Compilador Mineiro, da Tipografia Patrícia e Barbosa. Foi um
veículo de debate político, com circulação trissemanal. Centenas de outros títulos
em diferentes modalidades o seguiram pelo século XIX afora.
A imprensa não decorre apenas do domínio gráfico, técnico e operacional,
mas deve ser considerada no âmbito de uma cultura impressa. Ou seja: uma
sociedade dotada de recursos intelectuais e materiais de produção e circulação de
textos, ampliados no campo artístico, visual, gráfico, refletindo complexidade de
ideias e debates. Por isso, correspondem-se os significados de cultura impressa e
cultura urbana em que a imprensa é uma das instituições fundamentais de opinião e
formação do leitor. O século XIX a tem como índice de modernidade, lugar da
velocidade, multiplicação da informação e espaço da reflexão, expressão do múltiplo
e do contraditório, do confronto e debate de ideias, projetos, propostas, tendências e
múltiplas expressões da sociedade e da vida. A imprensa periódica do século XIX
formou o leitor moderno, quer do ponto de vista estético – o propagador dos mais
variados gêneros textuais – como o leitor crítico de conquistas sociais, políticas,
científicas, jurídicas, geográficas e tantas outras. Fez circular o livro e ampliar o
conhecimento do mundo.
Em Ouro Preto, o marco inicial da imprensa foi, precocemente, a confecção de
um pequeno livro - o Canto Encomiástico, aberto a buril, em 1807 pelo Padre Viegas
de Menezes, mas que prenunciou certamente a criação da tipografia que, em 1823,
lançava o primeiro periódico de Minas Gerais: Compilador Mineiro.
O tema do bicentenário desse acontecimento será apresentado em mesa
redonda com cinco apresentações.
A primeira fará abordagem o surgimento do leitor na imprensa de Ouro Preto.
Seguem-se as apresentações de pesquisadores que se debruçaram sobre o campo
da imprensa como objeto de dissertações de mestrado em História e Comunicação,
desenvolvidos na UFOP.
Abordarão aspectos relevantes da imprensa no século XIX: a) debate sobre
educação pública nas páginas dos periódicos das décadas de 1870 e 1880; b)
atuação do empresário Paula Castro na imprensa de Ouro Preto, c) a representação
do negro no Estrela Marianense, primeiro jornal de Mariana; d) aspectos
demográficos de Ouro Preto no XIX.
A mesa terá duração máxima de 1 hora e meia. Cada apresentador terá 15
minutos de exposição. O mediador apresentará os temas e os apresentadores,
podendo interferir, para esclarecer, ou reconduzir o fio da discussão. Ele deve
avaliar a pertinência de debate (perguntas, respostas, apartes) com o público.

Mediador: Historiador e pesquisador Moacir Rodrigo de Castro Maia.

Expositores:
Robson Ferraz: Typographia de J. F. de Paula Castro: entre a imprensa e a política.
Danilo Araújo Moreira: Entre a praça pública e a tipografia: o debate sobre educação
na imprensa mineira (1870-1889).
Thainá Teixeira da Cunha: O negro no discurso do Estrela Marianense.
Francelina Drummond: Do Compilador ao Gavroche: o leitor aparece na imprensa
de Ouro Preto.
Kátia Maria Nunes Campos: Metodologia de Pesquisa em Estudos da Imprensa
Mineira.

Você também pode gostar