Aromaterapia

1. O Que é Aromaterapia 4
História da Aromaterapia 6

2. Olfato e Sistema Límbico 13

Olfato 14

3. Os Benefícios da Aromaterapia no Tratamento

de Doenças 18
Benefícios no Sistema Respiratório 20
Benefícios no Sistema Imunológico 21
Benefícios na Saúde Mental 21
Benefícios para Profissionais de Saúde 21

4. Vias de Absorção e Métodos de Uso 24

Vias de Absorção 24
Caminho Respiratório 24
Caminho Cutâneo 25
Caminho Olfativo 25
Formas de Uso 26
Inalação 26
Massagem 27
Uso Tópico 28
Uso Interno 30
Banhos 31
Escalda-Pés 34

5. As Fases de Interpretação de um Aroma 36

Recepção 36
5Transmissão 37
Identificação 38
Contraindicações e Efeitos Adversos
da Aromaterapia 38

6. Referências Bibliográficas 42

02
03
APOSTILA DE AROMATERAPIA
1. O Que é Aromaterapia
D e acordo com Chevallier
(2018), a palavra ‘aroma’, sig-
nifica cheiro agradável e a palavra
‘terapia’, significa tratamento. Por-
tanto, a aromaterapia é um tipo de
técnica de tratamento, uma ciência,
mas também a arte de usar substân-
cias aromáticas naturais, os óleos es-
senciais das plantas, de forma con-
trolada, com o objetivo de melhorar
a saúde física, mental e emocional. A
aromaterapia usa diferentes manei-
ras de aplicação, como massagem,
1 Retirado em https://transformese.com.br
Fonte: Transformese1
banho, inalação, e outras, para aju-
dar a curar sintomas e causas de di-
versas patologias.
Para Farrer-Halls (2018), a
aromaterapia atua no organismo de
forma natural e holística. De acordo
com a International Aromatherapy
Association, é uma técnica de trata-
mento complementar que utiliza
óleos essenciais 100% puros, cujas
fontes vegetais foram plantadas, co-
lhidas e processadas para preservar
as substancias químicas, para ajudar
4
APOSTILA DE AROMATERAPIA
no tratamento de doenças físicas,
mentais, emocionais. A aromatera-
pia é reconhecida pela Organização
Mundial da Saúde (OMS).
Conforme Hoare (2011), os
óleos essenciais agem suavemente
no corpo, restaurando as energia de
cura e estabelecendo um equilíbrio
entre corpo, mente e espírito. A aro-
materapia completa outras terapias,
incluindo terapias tradicionais e te-
rapias complementares, conhecidas
atualmente como cuidados integra-
tivos, e visa curar pacientes. Existem
muitas oportunidades para um aro-
materapeuta qualificado atuar em
sua área, e escolha do local de traba-
lho e do método dependerá da situa-
ção pessoal, personalidade e prefe-
rências do profissional, que podem
mudar com o tempo e a experiência.
Os aromaterapeutas profissionais
têm uma variedade de opções de tra-
balho, como:
 Em um dos cômodos da sua
própria casa;
 Em grupo, ao lado de outros
profissionais, como em uma
clínica de terapia complemen-
tar;
 Como um terapeuta que aten-
de na casa das pessoas;
 Como um terapeuta que traba-
lha por conta própria, possi-
velmente empregado por ou-
tras pessoas;
 Em uma clínica médica ou
hospital;
 Em um SPA, clínica de estética
ou salão de beleza;
 Como complementar à área
em que o profissional tem sua
especialidade.
Segundo Neves (2018), a Aro-
macologia é uma palavra que ficou
conhecida há pouco tempo, em
1989, em Nova York, quando a Fra-
grance Foudantion and Sense of
Smell Institute, criaram e patentea-
ram esta terminologia, que define ci-
entificamente o efeito do cheiro e do
aroma em nossas emoções e senti-
mentos, e foi tema de pesquisa. Esta
entidade coleta recursos globais e fi-
nancia pesquisas científicas em hos-
pitais e universidades. A aromacolo-
gia está empenhada em promover a
integração de vários campos cientí-
ficos, como química, farmacologia,
neurofisiologia, cosmetologia e psi-
cologia, a fim de desenvolver com-
postos aromáticos que possam tra-
zer efeitos emocionais às pessoas. A
intenção é correlacionar aromas e
seus efeitos psicofisiológicos. É pos-
sível usar óleos essenciais 100% na-
turais puros produzidos em labora-
tório, ou fazer pesquisas utilizando
apenas fragrâncias sintéticas sem a
necessidade de ações terapêuticas,
como no caso da aromaterapia e aro-
matologia.
Em consonância com o autor
Penteado (2020), podemos dizer
5
APOSTILA DE AROMATERAPIA
que Aromatologia é um termo da
Academia Francesa, Scientific Insti-
tute of Aromathology, que trata da
pesquisa científica de óleos essenci-
ais e suas diferentes formas de uso,
especialmente seu papel na psicolo-
gia, gastronomia, estética e trata-
mentos energéticos. O termo se ori-
ginou na França e é derivado do
termo Aromaterapia, e visa enfatizar
a verdadeira aromaterapia praticada
na França, do sistema criado na In-
glaterra na década de 1970, onde o
sistema se concentra mais na massa-
gem e é o mais utilizado mundial-
mente atualmente. A diferença entre
aromatologia e aromaterapia é que a
aromatologia é mais técnica e cientí-
fica, e os óleos essenciais são mais
amplamente usados no tratamento
de doenças, incluindo como usar
óleos essenciais para ingestão, inala-
ção ou massagem, e é muito usado
na França.
História da Aromaterapia
De acordo com Farkas (2013),
e como já foi dito anteriormente, a
aromaterapia é uma arte e ciência
que visa promover a saúde e o bem-
estar físico, mental e emocional
através da utilização terapêutica dos
aromas naturais das plantas por
meio de seus óleos essenciais. Os
óleos essenciais são substâncias aro-
máticas complexas, voláteis e variá-
veis, derivadas de qualquer parte da
planta, produzidos principalmente
pela família Lauracea, Myrtaceae,
Labiateae, Rutaceae, Umbelifera-
ceae, e outras, e é o resultado do me-
tabolismo secundário das plantas
aromáticas.
Para Chevallier (2018), não é
possível determinar com precisão a
primeira data de extração da destila-
ção do óleo essencial. As primeiras
destilações tinha como objetivo a
obtenção do álcool vínico, que era
chamado de espírito, e se encon-
trava presente no mel fermentado.
De acordo com a Bíblia Hebraica,
esse fato provavelmente aconteceu
depois do dilúvio. Milhares de anos
atrás, ervas aromáticas, bálsamos e
resinas eram usados para embalsa-
mar cadáveres em cerimônias religi-
osas ou de sacrifício, no entanto, não
há nenhum documento relatando
claramente o uso de óleos essenciais
isolados. O relato mais antigo de re-
médios naturais usados para tratar
doenças apareceu nos sânscritos dos
Ayurvedas em 2000 a.C. Essa é o sis-
tema médico mais antigo do mundo,
e é o tratamento de medicina não
alopática mais comum experimen-
tado na Índia, especialmente nas
áreas rurais (onde vive mais de 70%
da população indiana).
6
APOSTILA DE AROMATERAPIA
Conforme Farrer-Halls
(2018), Pedanius Dioscórides, um
médico grego, nascido em Anazarbo,
Tarso, perto de Célica (atual Tur-
quia), e viveu no primeiro século
a.C. escreveu cinco livros durante o
reinado do Imperador Nero, famo-
sos em latim, como "De Matéria Mé-
dica". Esse tratado relata as proprie-
dades curativas de substâncias natu-
rais derivadas dos reinos animal, ve-
getal e mineral. O livro que fala so-
bre as ervas, contido no Códice da
Biblioteca Nacional de Nápoles des-
creve todas as plantas medicinais da
época, seus habitats e usos terapêu-
ticos, em 170 páginas ilustradas. Os
antigos persas e egípcios sabiam que
os óleos essenciais de terebintina
(madeira de pinho) e resina de mas-
tique (Pistacia lentiscus) foram os
primeiros óleos essenciais obtidos
por destilação a seco. Vasos de ala-
bastro que foram encontrados nas
tumbas dos antigos faraós, conti-
nham óleos essenciais, e datavam de
mais de 6.000 anos. Os egípcios
também usavam óleos essenciais em
massagens de beleza, para proteger
a pele dos efeitos do clima árido, e
evitar que a decomposição dos mor-
tos, mostrando que conheciam suas
propriedades antissépticas. Estas
informações se espalharam para os
gregos antigos e deles para os roma-
nos.
Segundo Hoare (2011), desde
3000 a.C., há informações de que a
China está comprometida com o cul-
tivo de plantas medicinais, o Impe-
rador Sheng-Nung usou uma série
de plantas em seu corpo para enten-
der suas funções, e entre muitas das
quais ele usou enfatizou o uso da raíz
de ginseng, que é considerada a erva
mais incrível e que traz mais benefí-
cios para a longevidade. Sheng-
Nung escreveu um tratado chamado
PEN T’SAO, que incluía conheci-
mentos relacionados ao uso de plan-
tas como medicamentos. Da mesma
forma, que no Su Wen " Tratado de
Medicina Interna" do antigo Impe-
rador Amarelo da china, há registros
de vários tipos de remédios aromáti-
cos, como ópio e gengibre, muitos
dos quais não são usados apenas
para a cura, mas até mesmo para ri-
tuais religiosos como Li- Kie, o ritual
Tcheou-Li.
Em consonância com o autor
Neves (2018), podemos afirmar que
durante as Cruzadas, o conhecimen-
to dos óleos aromáticos e perfumes
se espalhou pelo Oriente e pela Ará-
bia. Avicena, o cientista médico e fi-
lósofo árabe chamado Abu Ali al-
Husayn Abdallah Ibn Sina, foi o pri-
meiro a usar o processo de destila-
ção com serpentinas refrigeradas
para extrair das rosas óleo essencial.
7
APOSTILA DE AROMATERAPIA
Nessa época, o produto final obtido
é na verdade o hidrolato, água adici-
onada de óleos essenciais, como a
água de rosas extraída da Rose cen-
tifolia. Avicena ficou conhecido co-
mo o inventor da destilação, mas na
verdade, ele apenas aperfeiçoou o
método, o que possibilitou a obten-
ção de muitos óleos e produtos de
melhor qualidade na época.
De acordo com Penteado
(2020), a primeira descrição de
óleos essenciais foi feita por Arnold
Villanova de Bachuone no século
XIII, na qual listou terebintina, ale-
crim e sálvia. As ervas eram macera-
das em "I' eau vie" ou fermentadas
em água, devido à presença de ál-
cool, mas os óleos essenciais não são
separados no final do processo, por-
tanto, somente água aromática era
obtida. Neste século, diversos óleos
essenciais foram destilados, inclu-
indo óleos essenciais de amêndoa
amarga, arruda, canela, sândalo e
rosa. No ano de 1551, Adam Lonicir
criou uma obra intitulada "Krauter-
buch", conhecido como Livro das
Ervas, no qual classificou as ervas e
óleos de sementes até então conhe-
cidos, e forneceu informações ade-
quadas sobre seu uso medicinal.
Este trabalho se tornou um marco
valioso na divulgação da aromatera-
pia prática.
Para Farkas (2013), entre 1560
e 1580, o jesuíta José de Anchieta,
em seus escritos para o superior ge-
ral da Companhia Geral de Jesus,
em Portugal, deu uma introdução
detalhada das plantas comestíveis e
medicinais no Brasil. O padre Anchi-
eta fala sobre uma erva boa, ao se re-
ferir à Mentha piperita, usada pelos
índios para eliminar indigestão,
amenizar nevralgias, reumatismo e
doenças nervosas. Em 1563, o mé-
dico Giovanni Battista Della Porta,
publicou seu livro intitulado liber de
distillatione, com o objetivo de defi-
nir claramente os óleos carreadores,
óleos essenciais e os métodos de se-
paração de óleos essenciais de águas
aromáticas destiladas. Nos séculos
XVI e XVII, o uso de óleos essenciais
para tratar várias doenças e sua in-
trodução no comércio mundial se
expandiu muito. No ano de 1639, o
alemão Jorge Marcgrave e o holan-
dês Guilherme Piso, publicaram em
conjunto o livro "A História Natural
do Brasil", que descreve detalhada-
mente o uso hábito dos brasileiros
de usar plantas medicinais, princi-
palmente os chás e unguentos, feitos
com plantas ricas em óleos essenci-
ais, prescritos por curandeiros ne-
gros, mulatos, xamãs e caboclos. No
início de 1904, o Dr. Cuthbert Hall,
provou que o poder antisséptico do
8
APOSTILA DE AROMATERAPIA
óleo essencial de Eucalyptus globu-
lus em sua forma natural é muito
mais forte do que seu princípio ativo
isolado, o eucaliptol (também cha-
mado de cineol).
Conforme Chevallier (2018),
foi no ano de 1920, que o químico
francês Maurice René de Gattefossé
introduziu pela primeira vez termo
aromaterapia, movido por sua pró-
pria experiência, pois estava no la-
boratório de perfumes quando por
um acidente queimou o braço, e ten-
tando apagar o fogo, ele mergulhou
o braço em um barril de líquido con-
tendo NOx Ph232, comumente cha-
mado de óleo de lavanda. A dor foi
aliviada rapidamente, e não houve
sintomas e sinais comumente en-
contrados em queimaduras, como
vermelhidão, febre, inflamação, bo-
lhas e cicatrizes, e a queimadura foi
curada. Em 1928, Gattefossé publi-
cou um livro intitulado “Aromathe-
rapy” no qual relatava os resultados
de suas pesquisas, renovando assim
o interesse por esta tradição mile-
nar. Em 1938, o Dr. Godissart, mé-
dico de Los Angeles, iniciou suas ati-
vidades no campo da aromaterapia
clínica, usando fórmulas à base de
óleos essenciais para tratar úlceras
faciais, câncer de pele, gangrena e
outras formas de infecções de pele.
Outro trabalho importante foi “Te-
rapia de Óleos Essenciais”, escrito
pelo médico Jean Valnet, que estu-
dou as pesquisas Gattefossé. Du-
rante a Segunda Guerra Mundial, o
Dr. Jean Valnet serviu como médico
na frente da armada francesa, nas
muralhas da China. Ao tratar as víti-
mas, ele ficou sem antibióticos, o
que o levou a usar óleos essenciais,
como lemon, chamomille, Eucalyp-
tus globulos e outros, que para sua
surpresa esses óleos tiveram um po-
deroso efeito na redução e interrup-
ção do processo de infecção, o que
possibilitou salvar muitos soldados.
Essas experiências foram publica-
dos no seu livro, na França "Aroma-
therapie", em 1964. Paul Belaiche e
Jean Claude Lapraz são conhecidos
médicos franceses, alunos do Dr.
Valnet e responsáveis pela expansão
e divulgação do seu trabalho. Eles
descobriram, analisaram e verifica-
ram clinicamente que os óleos es-
senciais têm propriedades antivi-
rais, antibacterianas, antifúngicas e
antissépticas, e são poderosos oxige-
nadores que podem atuar como
transportadores para levar nutrien-
tes às células do organismo.
Segundo Farrer-Halls (2018),
na Inglaterra, na década de 1960,
Micheline Arcier e Daniele Ryman
introduziram a aromaterapia sob
uma perspectiva holística. Elas eram
enfermeiras e assistente cirúrgica
Margaret Maury, que nasceu na
9
APOSTILA DE AROMATERAPIA
Áustria em 1895 e viveu em Viena, e
foi considerada uma pioneira em es-
tabelecer esta visão na aromatera-
pia. Ela criou o método de aplicação
dos óleos essenciais pela massagem,
de acordo com o temperamento e
personalidade de cada usuário, ide-
alizando assim as prescrições indivi-
duais. Marguerite Maury divulgou
seu trabalho por toda Europa e abriu
clínicas de aromaterapia em Paris,
Suíça e Reino Unido.
Em consonância com o autor
Hoare (2011), podemos afirmar que
com o início da Segunda Guerra
Mundial e o desenvolvimento tecno-
lógico da indústria farmacêutica, o
uso de óleos essenciais e fitoterapia
foram praticamente abandonados e
esquecidos pelas pessoas, pois o
auge no momento era o uso de anti-
bióticos. Porém, devido ao surgi-
mento de cada vez mais microrga-
nismos resistentes aos medicamen-
tos, muitos princípios ativos sintéti-
cos perderam seus efeitos terapêuti-
cos, levando a indústria farmacêu-
tica a sintetizar outras drogas mais
eficazes, e às vezes até produzirem
mais efeitos adversos, fato que fez
com que as pessoas voltassem a se
interessar por terapias com óleos es-
senciais. Atualmente, alguns óleos
essenciais têm sido usados com su-
cesso para substituir certos antibió-
ticos sem efeitos adversos. O óleo es-
sencial de Melaleuca alternifólia é
amplamente utilizado para infec-
ções bacterianas, especialmente
aquelas causadas por bactérias
Gram-negativas. Devido à presença
de íons e inibição da respiração, esse
óleo essencial causa a dissolução das
membranas celulares e a perda da
integridade da membrana bacteri-
ana. Alguns estudos apontam que, a
atividade antibacteriana in vitro de
óleos essenciais de Melampodium
divaricatum (Rich) DC mostrou ini-
bição completa de cepas Gram-posi-
tivas, como Staphylococcus aureus e
Bacillus subtilis. Ainda segundo o
autor acima, pode se dizer que,
quando a linhagem é exposta ao va-
por de óleo essencial em um ambi-
ente fechado e sistema de ventila-
ção, o número de bactérias diminui.
Essa descoberta reforça o potencial
antibacteriano dos óleos essenciais
gasosos, que podem ser amplamente
usados para controlar o meio ambi-
ente ou controlar microrganismos
por inalação.
De acordo com Neves (2018),
atualmente a aromaterapia é consi-
derada um tratamento extrema-
mente eficaz em muitos países in-
dustrializados. Em termos de conhe-
cimento e progresso na área, Ingla-
terra e França são os países de maior
destaque, com trabalhos sério e de
qualidade. Vale ressaltar que no
10
APOSTILA DE AROMATERAPIA

Reino Unido existe um Conselho de não só para a indústria, mas também

Aromaterapia e, na França, algumas para as áreas de saúde, bem-estar e
universidades possuem disciplinas qualidade.
de aromaterapia em seus cursos de
medicina. A comunidade científica
tem trabalhado muito para compre-
ender as diferentes propriedades
dos óleos essenciais. A literatura tem
descrito as atividades farmacológi-
cas de diversos óleos essenciais, co-
mo os anti-lesões, anticonvulsivan-
tes e anti-hipertensivos, como as
pesquisas desenvolvidas com óleo
essencial de Cymbopogom winteri-
anus e seus constituintes. Além dis-
so, é importante destacar a visão da
utilização de óleos essenciais em ou-
tras indústrias que não a farmacêu-
tica, como a cosmética, que os utiliza
para a produção de protetores sola-
res, emulsões conservantes, desodo-
rantes, produtos de higiene e perfu-
mes, ou na indústria de alimentos,
como aromas e conservantes, ou na
produção de alimentos e bebidas.
Para Penteado (2020), com
base no conhecimento atual, a aro-
materapia pode ser considerada um
método holístico para resolver vá-
rios problemas de saúde humana. O
grande desenvolvimento da pesqui-
sa científica sobre a precisão da efi-
cácia dos óleos essenciais em todo o
mundo, e seu uso razoável e susten-
tável pode abrir amplas perspectivas

11
APOSTILA DE AROMATERAPIA
2. Olfato e Sistema Límbico
C onforme Farkas (2013), no sis-
tema nervoso, o circuito neural
que controla o comportamento emo-
cional é o sistema límbico. A estru-
tura do sistema está diretamente re-
lacionada à natureza emocional da
sensação, tornando-a agradável ou
desagradável. Em certas áreas do
sistema, a estimulação elétrica pro-
duz respostas diferentes, e essas
qualidades emocionais opostas são
chamadas de recompensas ou puni-
ções. As áreas de recompensa po-
dem causar satisfação, mas as áreas
2 Retirado em https://amenteemaravilhosa.com.br
Fonte: A Mente2
de punição podes causar dor, medo
e outras reações insatisfatórias,
quando são estimuladas. O hipotá-
lamo está localizado no centro e de-
sempenha um papel importante no
controle do sistema límbico, sendo
responsável pela maioria das fun-
ções vegetativas e endócrinas, bem
como por muitos aspectos compor-
tamentais. A área lateral do hipotá-
lamo controla a sede e a fome, o que
pode levar à raiva e à luta, enquanto
o núcleo ventromedial controla a
13
APOSTILA DE AROMATERAPIA
tranquilidade e a saciedade. A res-
posta de medo e punição pode ser
controlada pela área cinzenta cen-
tral do mesencéfalo ou pela área
próxima ao terceiro ventrículo.
Segundo Chevallier (2018), a
amígdala tem várias conexões com o
hipotálamo e outras áreas do siste-
ma límbico, e está intimamente liga-
da à estimulação olfativa, e o trato
olfativo está localizado no núcleo
corticomedial da amígdala. Levando
em conta que o bulbo olfativo faz
parte do sistema límbico, geralmen-
te denominado cérebro emocional, o
olfato pode despertar imediata-
mente memórias e respostas pode-
rosas, graças ao contato direto do ol-
fato com a amígdala (emoção) e o hi-
pocampo (aprendizagem associati-
va). Portanto, quando um cheiro é
sentido pela primeira vez, haverá
uma conexão com eventos, indiví-
duos, coisas e até momentos. A mai-
oria dos novos cheiros são conheci-
dos na juventude, e esses cheiros ge-
ralmente podem sustentar nossas
memórias de infância, mas há evi-
dências de que cheiros e emoções es-
tão relacionados mesmo no útero. O
hipocampo também é uma área do
sistema límbico, originando-se de
uma parte do córtex olfatório. Ele
recebe e distribui vários sinais sen-
soriais, e a estimulação em diferen-
tes pontos pode levar a uma varie-
dade de comportamentos, incluindo
recompensas e punições. Tem gran-
de influência na aprendizagem e na
memória, sendo responsável pela in-
tegração de memória a longo e a
curto prazo.
Olfato
Em consonância com o autor
Farrer-Halls (2018), podemos afir-
mar que o olfato é uma sensação quí-
mica detectada por células sensori-
ais chamadas quimiorreceptores,
quando um odorante estimula os re-
ceptores no nariz, os impulsos elétri-
cos são transmitidos ao cérebro. O
cérebro interpreta o padrão de ativi-
dade elétrica de um cheiro específico
como algo que podemos reconhecer
ou perceber como um cheiro. A de-
tecção do odor foi discutida por
meio de um mecanismo químico e
um espectral, o que foi feito antes de
Linda Buck e Richard Axel clonarem
o receptor olfativo (OR) em 1991. Na
teoria química, o detector responde
às propriedades físico-químicas do
agente aromatizante, incluindo ta-
manho, forma molecular e grupos
funcionais. Na teoria espectral, o sis-
tema olfativo detecta as vibrações
das moléculas de odor. Esta teoria
de vibração foi restaurada em 1996,
e o mecanismo de espectroscopia de
tunelamento de elétrons inelástica
foi ativada através da interação li-
gante-receptor. Essas teorias sobre
14
APOSTILA DE AROMATERAPIA
como os ORs detectam odores, fo-
ram desenvolvidas por meio de ex-
perimentos psicofísicos, nos quais
voluntários humanos inalam molé-
culas de odores e descrevem as sen-
sações. A teoria da vibração é usada
para resolver um dos problemas do
odor, tornando-o foco das atenções.
Ainda não temos uma estrutura con-
vincente para prever o cheiro de
uma molécula com base em sua es-
trutura química. Se as vibrações mo-
leculares induzem a percepção de
odores, a aplicação dessa teoria irá
acelerar o desenvolvimento de ma-
térias-primas na indústria de fra-
grâncias.
Fonte:
https://www.istockphoto.com/
De acordo com Hoare (2011),
por ser um dos sentidos mais difíceis
de ser entendido, o olfato ele é ex-
plorado de diversas maneiras pelos
seres humanos, pois não há dúvida
de que o olfato é uma ferramenta
que fornece diferentes sensações, o
que o torna extremamente impor-
tante por ter uma conexão direta
com sistema nervoso. O aroma afeta
o equilíbrio físico e psicológico por
meio de dois mecanismos: farmaco-
lógico e olfativo. O olfativo entra di-
retamente no sistema nervoso cen-
tral, por isso pode entrar diretamen-
te no eixo psicológico, neurológico,
endocrinológico e imunológico, que
é o eixo que a aromaterapia atua di-
reta ou indiretamente nos sistemas
nervoso, endócrino, imunológico e
psicológico. As ações terapêuticas
relacionadas a substâncias voláteis,
como os óleos essenciais, é usada
pela facilidade de entrada e detecção
dos cílios olfativos, através da inspi-
ração, assim cada molécula ocupa
um sítio olfativo, onde passa por
uma sequências de reações químicas
que iniciam os impulsos nervosos ao
sistema nervoso central. Vários cen-
tros nervosos são ativados e os óleos
essenciais se comunicam com o sub-
consciente e o subconsciente, levan-
do a reações físicas e emocionais.
Para Neves (2018), o meca-
nismo preciso de detecção de odores
ainda não está claro, mas o sistema
límbico e os quimiorreceptores jun-
tos detectam moléculas odoríferas
que ajudam os humanos a acionar a
memória olfativa. A detecção de
odores pode não apenas despertar a
memória olfativa, mas também en-
15
APOSTILA DE AROMATERAPIA

viar memórias, induzir efeitos tera- pois eles podem ter uma maior pro-
pêuticos e alertar sobre perigos am- pensão para consumir. No entanto,
bientais. Além disso, normalmente esse sentido do olfato ainda pode en-
também desempenha um papel im- viar memórias de resposta imediata
portante em produtos de beleza em por meio da comunicação celular en-
geral, principalmente no desenvolvi- tre a amígdala e o hipocampo, que
mento de novos cosméticos reve- estão relacionadas à geração de
lando um novo aspecto do poder do emoção e aprendizagem associativa,
olfato. O sentido do olfato geralmen- respectivamente.
te afeta a percepção de outros méto-
dos de comunicação sensorial, dessa
forma, a fragrância pode melhorar a
autoimagem de quem usa.
Conforme Penteado (2020),
pesquisas especializadas em dife-
rentes tipos de perfumes do mer-
cado, como Shiseido Energizing Fra-
grance (SEF) e Shiseido Relaxing
Fragrance (SRF), com o objetivo de
criar uma sensação de vitalidade ou
tranquilidade, respectivamente para
os usuários, tiveram como resultado
que realmente os participantes clas-
sificaram a Energizing Fragrance
(SEF), como mais impressionante,
em relação a outra fragrância com o
intuito de relaxamento. O aroma
também tem efeito positivo na per-
cepção do consumidor sobre o ambi-
ente da loja, e esse resultado é base-
ado em pesquisas conduzidas por
uma panificadora com base na ma-
nipulação do aroma do chocolate.
Por esse motivo, as pesquisas dos
consumidores sobre a estimulação
olfativa ambiental estão crescendo,

16
APOSTILA DE AROMATERAPIA
3. Os Benefícios da Aromaterapia no Tratamento de
Doenças
S egundo Farkas (2013), a ação
dos óleos essenciais se dá atra-
vés de seus aspectos químicos, botâ-
nicos e energéticos. Como já foi visto
anteriormente, registros de mais de
60 mil anos atrás já relatam sobre o
uso de ervas aromáticas desde as an-
tigas civilizações, tais como Egito,
Índia, China, Grécia, nas medicinas
tradicionais, com finalidades tera-
pêuticas, ou em rituais religiosos.
Cada uma das áreas relacionadas a
aromaterapia apresenta conheci-
mentos acumulados, antigos e no-
vos, que oferecem caminhos de
3 Retirado em https://revistamedicinaintegrativa.com
Fonte: Medicina Integrativa3
aprofundamento e fundamentação
para o uso dos óleos essenciais pelos
mais diversos campos da economia e
da saúde.
Em consonância com o autor
Chevallier (2018), podemos afirmar
que os óleos essenciais são substân-
cias voláteis e não gordurosas, pro-
duzidas pelo metabolismo secundá-
rio das plantas. De acordo com sua
estrutura molecular, podem ser divi-
didos em monoterpenos, sesquiter-
penos, álcoois, aldeídos, ésteres, fe-
nóis, éteres e óxidos, peróxidos, fu-
ranos, lactonas e ácidos, e por suas
18
APOSTILA DE AROMATERAPIA
atividades bioquímicas, podem ser
divididas em grupos funcionais. Es-
ses princípios ativos são bastante co-
nhecidos na indústria de alimentos
para o aprimoramento sensorial de
sabores, produção de inseticidas e
tintas, cosméticos e perfumes. Cada
óleo essencial possui uma ampla ga-
ma de tratamentos, podendo conter
até 300 ingredientes, que atuam em
vários sistemas do corpo e da mente.
Normalmente, o efeito de seu princi-
pal componente é atribuído como
função de determinado óleo essen-
cial. Mas, nem sempre essa é a reali-
dade, pois de acordo com alguns es-
tudos os efeitos nem sempre ocor-
rem por essa via, mas por uma siner-
gia dos componentes, produzindo
uma nova atividade. Outro aspecto
interessante nos óleos essenciais é
que devido a alterações nas mesmas
espécies vegetais, a percentagem de
compostos mudam, resultando em
novos tipos químicos, produzindo
óleos com propriedades terapêuticas
diferentes. Fatores como solo e épo-
ca de colheita também podem inter-
ferir, assim como origem e métodos
de extração.
De acordo com Farrer-Halls
(2018), devido à alta concentração
de princípios ativos, o uso racional
de óleos essenciais deve ser enfati-
zado, pois uma gota de óleo essen-
cial equivale a mais de 20 xícaras de
chá. Para produzir um litro de óleo
essencial, às vezes é necessária uma
tonelada de plantas. Este é um trata-
mento muito eficaz, mas também
pode ser prejudicial, causando aler-
gias, irritações e envenenamentos,
pois exige que o terapeuta compre-
enda os óleos essenciais, a concen-
tração e os melhores métodos de tra-
tamento.
Para Hoare (2011), a intuição e
as preferências olfativas do paciente
devem ser levadas em conta ao esco-
lher óleos essenciais. Por isso, o co-
nhecimento dos aromas, suas fra-
grâncias e experimentações são ne-
cessários para entender os efeitos
dos óleos essenciais. A interação dos
óleos essenciais produz reações psi-
cológicas e sutis na pessoa, e tem re-
sultados no nível espiritual. Uma
das principais características dos
óleos essenciais é o aroma. Através
dele o olfato captura informações,
resultando em uma sensação de
bem-estar, tonificando, harmoni-
zando e relaxando, estimulando me-
mórias e emoções. Cada óleo essen-
cial tem seu próprio padrão de vi-
bração, que costuma ser muito alto e
aumenta sua frequência quando em
contato com as pessoas. O corpo hu-
mano entra em ressonância, man-
tendo o equilíbrio em todos os as-
pectos, físico, psíquico e espiritual. A
medição de óleos essenciais através
da espectrocopia Raman prova que a
presença de faixas é uma assinatura
19
APOSTILA DE AROMATERAPIA
energética. A família das plantas
também fornecem informações so-
bre a ação dos óleos essenciais, suas
características gerais, onde e como
nascem, crescem e se desenvolvem.
Nesse sentido, as plantas são enten-
didas numa relação ecológica e dia-
lógica com o homem. As proprieda-
des terapêuticas ainda podem variar
de acordo com as partes da planta de
onde foi extraído o óleo essencial,
como as raízes, caule, folhas, frutas e
flores. Alguns exemplos das famílias
botânicas das plantas aromáticas
são:
 Rutáceas – cítricas;
 Burseráceas – resinas;
 Cupressáceas – cipreste;
 Pináceas - pinheiro);
 Piperáceas – pimenta;
 Lamiáceas – possui o maior
número de óleos essenciais
como a lavanda, hortelã e ou-
tros;
 Mirtáceas – eucalipto, tea tree;
 Zingibráceas – gengibre;
 Poáceas – capim limão;
 Oleáceas – jasmim;
 Rosaceae – rosas.
Conforme Neves (2018), na
antroposofia, a imagem do homem é
representada como uma planta in-
vertida. Nessa perspectiva, em geral,
o óleo obtido das raízes das plantas
beneficiará o sistema nervoso senso-
rial, enquanto as folhas atuarão so-
bre o sistema rítmico, e as flores e
frutos no sistema metabólico motor
(SMM). Portanto, os óleos essenci-
ais obtidos de ervas e folhas (como
coníferas, eucalipto, hortelã e tea
tree) influenciam o sistema respira-
tório. Os óleos de flores e frutas
(como camomila, rosa, ylang-ylang,
bergamota, laranja, limão e tange-
rina) têm efeito na cabeça e, final-
mente, óleos de raiz e sementes (co-
mo gengibre e vetiver) influenciam a
parte inferior do corpo.
Benefícios no Sistema Res-
piratório
Segundo Penteado (2020), a
aromaterapia fortalece o sistema
respiratório ao melhorar as trocas
gasosas, promovendo a limpeza do
trato respiratório, relaxando os
músculos brônquicos, aliviando a
tosse e ajudando na expectoração.
Esses efeitos tem sido descritos na
literatura por meio de estudos do eu-
caliptol, presente no óleo essencial
de eucalipto glóbulos. Sua atividade
está relacionada à ativação de sua
proteína TRPM8, que produz res-
postas nervosas sensoriais refres-
cantes e analgésicas durante a infla-
mação e a hortelã-pimenta. A via
inalatória é a via preferencial para
esse fim, pois os óleos essenciais têm
efeito local imediato através do trato
respiratório e são posteriormente
absorvidos pela corrente sanguínea.
20
APOSTILA DE AROMATERAPIA
Benefícios no Sistema Imuno-
lógico
Em consonância com Farkas
(2013), podemos afirmar que no sis-
tema imunológico, o efeito dos óleos
essenciais está relacionado ao au-
mento das células imunes e de sua
atividade antisséptica contra pató-
genos. Eles agem na membrana ce-
lular fosofolipídica, causando danos
aos mesmos, levando a um desequi-
líbrio de íons. O óleo essencial de tea
tree inibe a replicação do vírus da in-
fluenza H1N1, e o eugenol presente
nos óleos essenciais de canela do
Ceilão cravo-da-índia tem grande
potencial para se combinar com pro-
teínas responsáveis pela penetração
e reprodução do vírus, assim como o
louro e o eucalipto glóbulos.
Benefícios na Saúde Mental
De acordo com Baudoux
(2018), a aromaterapia pode equili-
brar emoções, tranquilidade, clareza
mental, reduzir o estresse, ansie-
dade e elevar o padrão de vibração
do ambiente, beneficiando a todos
que nele circulam. Cria um ambiente
acolhedor para a equipe médica e os
pacientes, e pode ser usado em resi-
dências, estações de trabalho, enfer-
marias, unidades de terapia intensi-
va e outros espaços. O efeito psíqui-
co da aromaterapia se deve à cone-
xão direta entre os receptores olfati-
vos e o sistema nervoso central, o
que leva a mudanças na química do
cérebro. O óleo de lavanda francesa
apresenta ótimos resultados para a
ansiedade, que podem ser compara-
dos com o lorazepan, e o óleo de la-
ranja doce, produz efeito calmante,
auxiliando o relaxamento e o sono
reparador, enquanto a hortelã pi-
menta e o alecrim renovam as ener-
gias para o turno de trabalho. Os be-
nefícios psicoterapêuticos dos óleos
essenciais são melhor aproveitados
pela inalação e podem ser registra-
dos pelo eletroencefalograma
(EEG), pois os aromas produzem
respostas na atividade cortical das
ondas cerebrais.
Benefícios para Profissionais
de Saúde
Para Lavabre (2018), no con-
texto atual da Covid-19, dadas as in-
certezas associadas ao comporta-
mento diante da pandemia e suas
consequências, como aumento da
demanda, forte exposição de profis-
sionais de saúde, falta de equipa-
mentos de proteção individual, per-
da de familiares e colegas, os profis-
sionais da área de saúde vivem uma
situação de preocupação, ansiedade
e medo. Além disso, longas jornadas
21
APOSTILA DE AROMATERAPIA

de trabalho, baixos salários, escas- tração, pode ser por inalação, mas-
sez de mão de obra e recursos logís- sagens, compressas, unguentos, es-
ticos são condições que já existem calda-pés, associada a outras tera-
nos serviços de saúde. Essa situação pias naturais, como a terapia floral,
agravou ainda mais a saúde mental a argiloterapia ou ainda dentro de
dos trabalhadores da saúde. A aro- outras racionalidades como a Medi-
materapia oferece importantes cina Tradicional Chinesa (MTC),
oportunidades de autocuidado de- ayurveda ou a antroposofia.
vido à sua eficácia, ampla gama de
efeitos, desde o nível físico à saúde
mental e diversas possibilidades de
uso. Independentemente da saúde
da família, pode ser utilizado no do-
micílio, na atenção básica ou em
hospitais, beneficiando os profissio-
nais de saúde e a população em ge-
ral.
Conforme Lembo (2020), o
uso da aromaterapia pode ser cole-
tivo ou individual, e seu exercício é
de caráter multiprofissional, ou seja,
tem sido adotado por profissionais
de saúde e terapeutas gerais para
atingir o equilíbrio físico e emocio-
nal do paciente. Este método de tra-
tamento é de grande importância,
porque além de alcançar os aspectos
físicos, psicológicos e espirituais ao
mesmo tempo, oferece diversas pos-
siblidades de uso, como local do cui-
dado e administração. Quanto ao lo-
cal do cuidado, pode ser usado desde
o nível domiciliar, nas unidades de
saúde da família, nas unidades espe-
cializadas e na assistência hospita-
lar. Em relação ao modo de adminis-

22
23
APOSTILA DE AROMATERAPIA
4. Vias de Absorção e Métodos de Uso
Vias de Absorção
S egundo Rhind (2019), a aro-
materapia utiliza óleos essen-
ciais, e atualmente é considerada
uma medicina interativa ou comple-
mentar, que pode ajudar a prevenir
e tratar todos os desequilíbrios ener-
géticos que afetam a parte física,
emocional e vibracional do corpo,
beneficiando assim para a cura de
doenças e para manter o equilíbrio
integral do indivíduo. Os óleos
4 Retirado em https://www.revistadue.com/
Fonte: Revista Due4
essenciais podem penetrar o corpo
humano por diferentes caminhos,
atuando em diversas áreas do orga-
nismo.
Caminho Respiratório
Em consonância com o autor
Schnaubelt (2019), podemos afir-
mar que a respiração significa vida
em todos os sentidos, ela nutre o
corpo com ar enriquecido de oxigê-
nio, elemento vital para a existência
24
APOSTILA DE AROMATERAPIA
do ser humano. Os pulmões são res-
ponsáveis pela respiração primária e
pela interação imediata com o meio
ambiente. A absorção dos óleos es-
senciais através do sistema respira-
tório é mais rápida do que a absor-
ção por todas as outras vias.
Caminho Cutâneo
De acordo com Almeida e
Chiesa (2019), os óleos essenciais
atuam desde a extensão mais su-
perficial, que é a pele, até as estru-
turas mais profundas do corpo hu-
mano. Eles penetram na pele através
dos dutos das glândulas sudorípa-
ras. A maioria dos componentes de
um óleo essencial é lipossolúvel, o
que facilita a penetração do óleo pelo
organismo. Uma vez absorvidos pela
epiderme, os óleos são gradualmen-
te liberados para a derme, onde as
moléculas de óleo essencial pene-
tram nos vasos sanguíneos e são
transportados para todo o organis-
mo promovendo cura, equilíbrio e
ajudando na manutenção da ho-
meostasia do corpo (processo de re-
gulação pelo qual o corpo mantém-
se equilibrado), proporcionando as-
sim bem-estar geral.
Para Baudoux (2018), se a área
coberta com óleos essenciais for
massageada, o fluxo sanguíneo au-
menta, e consequentemente, a mas-
sagem aumentará a absorção. Os
profissionais de saúde acreditam
que os adesivos são a futura forma
de introdução de medicamentos no
corpo, devido ao reconhecido poder
de absorção da pele, tendo em vista
que se o medicamento for introdu-
zido no organismo através deste mé-
todo ele segue diretamente para a
corrente sanguínea, ignorando as-
sim, o sistema digestivo e o fígado,
que filtram os medicamentos antes
que eles façam efeito. Exemplos co-
mo as pílulas anticoncepcionais, ni-
cotina, tratamento para asma, dia-
betes e tratamentos para perda de
peso, provam muito claramente que
os adesivos já estão nesse caminho.
Caminho Olfativo
Conforme Lavabre (2018), o
olfato humano é um sistema primi-
tivo, uma base complexa e essencial
para a sobrevivência e contribui pa-
ra a saúde e o bem-estar geral do in-
divíduo. Os óleos essenciais afetam
diretamente a consciência, que por
sua vez influencia o comportamento,
tornando o poder de percepção mais
claro e mais apurado, possibilitando
que o ser humano possa ver coisas e
eventos em sua real perspectiva.
Portanto, através dos efeitos dos
óleos essenciais, a mente consciente
se torna mais alerta e criativa, pois
eles induzem a sentimentos verda-
25
APOSTILA DE AROMATERAPIA
deiros e liberdade de expressar-se de
forma direcionada no nível mental.
Segundo Lembo (2020), as
células do nervo olfativo são as úni-
cas com capacidade de se regenerar.
Por inalação ou absorção, os óleos
essenciais podem promover a cura
natural e têm um rico potencial
terapêutico, o que é benéfico para a
saúde física e emocional. Após a ina-
lação, os sinais aromáticos atingem
várias áreas cerebrais, incluindo o
sistema límbico, que fica localizado
no centro do cérebro, e é responsá-
vel por memórias olfativas e emo-
ções como medo, raiva, prazer, ale-
gria, sentimentos e outros. Atua
também como centro despertador e
controlador do desejo sexual e da
fome. O sistema límbico processa a
parte do cérebro responsável por
regular os sentimentos, emoções,
memória, aprendizagem e energia
física. Sendo assim, a absorção de
óleos essenciais através do sistema
límbico desencadeia neuroquímicos,
que podem atuar como calmantes,
relaxantes, estimulantes ou de efeito
eufórico.
Formas de Uso
Em consonância com o autor
Rhind (2019), podemos afirmar que
a aromaterapia consiste em uma
terapia integrativa e complementar
que visa atingir de maneira integra-
da um equilíbrio físico, mental,
emocional e espiritual por meio do
uso de óleos essenciais, uma forma
de energia vegetal mais concentra-
da. Os óleos essenciais contêm subs-
tâncias orgânicas e naturais respon-
sáveis pelo aroma das plantas aro-
máticas. São substancias voláteis e
altamente concentradas, são muito
eficazes, embora sejam chamados de
óleos, não são substâncias oleosas.
Eles podem ser obtidos por desti-
lação a vapor em certas partes da
planta, e suas propriedades curati-
vas são comprovadamente eficazes.
Biologicamente, eles podem aumen-
tar as capacidades de defesa natural
do corpo e equilibrar o sistema en-
dócrino. Psicologicamente, ajudam
a coordenar os hemisférios cere-
brais, possibilitando o relaxamento
profundo e torna a autorregulação
mais fácil. Eles podem ser usadas de
diferentes formas no organismo co-
mo por inalação, massagens, ba-
nhos, uso interno e outros meios.
Inalação
De acordo com Schnaubelt
(2019), anos de pesquisa sobre os
efeitos da aromaterapia inalatória e
registros clínicos, mapearam os
óleos essenciais e onde eles podem
ser usados em muitos casos especí-
ficos. Eles podem mudar a compre-
ensão das pessoas sobre a dor crôni-
26
APOSTILA DE AROMATERAPIA
ca, melhorar a pele, eliminar emo-
ções ruins, aumentar a concentra-
ção, controlar o estresse, tornar as
pessoas mais cordiais e abertas e
tratar doenças internas e várias ou-
tras especificidades, somente atra-
vés do cheiro.
Para os autores Almeida e
Chiesa (2019), os óleos essenciais
atuam no organismo através da ina-
lação de forma imediata, e em cerca
de 20 minutos já ajudam a pessoa a
manter o foco de seus pensamentos,
por exemplo. Em casos, que exige
um maior aprofundamento, como
mudanças de pensamento e resolu-
ção de questões psicológicas é neces-
sário um tratamento continuo e de
maior duração. Nesses casos, é reco-
mendado entrar em contato com o
óleo essencial indicado todos os dias
por um período de 45 dias a 3 meses,
até perceber que as mudanças estão
acontecendo. O uso do óleo essencial
pode ser através de:
 Difusor ambiental - colocar
água no difusor conforme as
indicações do fabricante e adi-
cionar 4 gotas do óleo essen-
cial escolhido, ligar o aparelho
e ficar no ambiente por pelo
menos uma hora para aprovei-
tar os benefícios do óleo essen-
cial. Essa é uma forma clássica
de ação dos óleos essenciais
por inalação.
 Difusor pessoal - no período
da manhã, colocar uma gota
do óleo essencial escolhido no
difusor pessoal, e usar o colar
durante todo o dia.
Conforme Baudoux (2018),
quando se pratica a inalação de óleos
essenciais, durante algum tempo,
possibilita resultados relevantes, e
comprovam a eficácia dos óleos es-
senciais apenas cheirando. É reco-
mendado o uso dos seguintes óleos
essenciais para fins específicos co-
mo:
 Ansiedade - óleo essencial de
ylang;
 Depressão - óleo essencial de
laranja;
 Estresse - óleo essencial de
lemongrass;
 Foco e concentração - óleo
essencial de limão siciliano.
Massagem
Segundo Lavabre (2018), o
toque é um sentido extremamente
importante para todos os seres
humanos, o que facilita entender o
poder da massagem para o bem
estar físico e emocional das pessoas.
Desde o nascimento, os seres huma-
nos reconhecem algumas emoções
por meio de estímulos externos.
Quando a mãe toca o bebê, ele se
sente aquecido, seguro e confortá-
vel, essas sensações podem ser tra-
duzidas pela vínculo existente entre
mãe e filho. É possível afirmar que
qualquer técnica de massagem como
27
APOSTILA DE AROMATERAPIA
reflexologia, shiatsu, ayurvédica,
relaxante, drenagem linfática, thai,
terapêutica, traz benefícios ao ser
humano e associadas aos aromas,
estes benefícios se maximizam. Isso
porque, como o tato, o olfato é outra
sensação que as pessoas desenvol-
vem desde o nascimento.
Em consonância com Lembo
(2020), as técnicas de massagem
podem não apenas promover a cir-
culação sanguínea, mas também
promover a limpeza e desintoxica-
ção do corpo, alongar músculos e
tendões e despertar a sensação de
bem estar das pessoas. O toque é um
conforto que as pessoas buscam,
pois vivem em um mundo complexo,
cheio de medo, raiva e falta de tem-
po para fazer tudo o que desejam.
Como já foi dito anteriormente, a
aromaterapia potencializa os efeitos
de uma massagem. Os óleos essen-
ciais podem ser misturados aos
cremes, óleos e géis de massagem, e
quando estas misturas são usadas, o
paciente tanto inala o aroma como
absorve o óleo essencial pela pele.
Ao passar pela epiderme, derme, te-
cido subcutâneo, fáscia e músculos,
ele atinge a corrente sanguínea e
circula pelo corpo até ser eliminado
pelas fezes e urina.
De acordo com Rhind (2019),
os principais tipos de massagens e
óleos essenciais para serem utiliza-
dos, são os seguintes:
 Massagem relaxante - asso-
ciada aos óleos essenciais de
pau rosa, lavanda, manjerona
e lemongrass.
 Massagem desportiva - as-
sociada aos óleos essenciais de
hortelã-pimenta, eucalipto
glóbulus, noz moscada, canela
e manjericão.
 Drenagem linfática - associa-
das aos óleos essenciais de
grapefruit, limete, tangerina,
laranja e bergamota.
 Ayurvedica - os óleos essen-
ciais são utilizados com base
no dosha de cada um (vata,
pitta, kapha). O terapeuta faz
um diagnóstico para ver qual
deles predomina em cada pes-
soa.
Uso Tópico
Para Schnaubelt (2019), o uso
tópico dos óleos essenciais consiste
no processo de coloca-los em conta-
to com a pele, cabelo, boca, dentes,
órgãos genitais, orelhas e unhas.
Como esses óleos são extremamente
concentrados e poderosos, é impor-
tante que eles sejam diluídos em
carreadores como óleo vegetal de co-
co, amêndoas doces, avelãs, óleo de
jojoba, rosa mosqueta e outros, por-
que o uso contínuo de óleos essen-
ciais não diluídos pode causar irrita-
ção na pele. Outro cuidado que é
extremamente importante para o
uso tópico dos óleos essenciais, é
evitar a exposição ao sol após a apli-
28
APOSTILA DE AROMATERAPIA
cação para evitar queimaduras e
manchas. Os tipos de óleos que po-
dem causar queimaduras e man-
chas, são chamados de fototóxicos, e
os mais comuns são: laranja, limão,
tangerina, bergamota e arruda. No
entanto, esses óleos algumas empre-
sas produzem esses óleos livres de
furanocumarina (LFC), que são as
substancias fototóxicas, sendo assim
estes óleos essenciais LFC podem
ser usados ao sol. Dentro do uso tó-
pico, é possível aproveitar dos bene-
fícios dos óleos de diversas manei-
ras, as principais são:
 Aplicação direta - utilização
direta no local afetado. Vale
lembrar que como os óleos são
muito potentes, maior concen-
tração não significa maior
eficácia. A aplicação de 1 a 5
gotas é suficiente para atingir
o objetivo terapêutico.
 Massagem - possui um efeito
muito eficaz na pele, músculos
e tecidos conjuntivos e promo-
ve relaxamento, energização e
equilíbrio. Para utilizar a aro-
materapia na massagem, é
preciso diluir os óleos essen-
ciais em algum óleo vegetal de
qualidade, como óleo de coco,
de linhaça, abacate, entre ou-
tros. A diluição recomendada é
de 1 a 5%, mas pode chegar a
10% em casos graves de infla-
mações articulares e fibromia-
lgia.
 Compressas - os óleos essen-
ciais também podem ser apro-
veitados através de compres-
sas. Recomenda-se encher um
recipiente com 1 litro de água
quente ou fria e colocar de 3 a
6 gotas do óleo essencial que
preferir, depois disso, mistu-
rar vigorosamente e embeber
uma toalha na água aplicando
no local por pelo menos 30
minutos.
 Banhos - é uma forma simples,
prática e prazerosa de aplicar a
aromaterapia. Se for utilizar
banheiras, recomenda-se apli-
car entre 3 e 6 gotas enquanto
está sendo enchida e a pele irá
absorver rapidamente. Os
óleos essenciais também po-
dem ser diluídos em sabonete
líquido ou usados juntos com
sais de banho. Caso não seja
possível o uso da banheira, é
recomendado adicionar de 3 a
6 gotas de óleo essencial em
um recipiente com água e
jogar sobre o corpo durante o
banho, como os poros estarão
abertos devido a água quente
do chuveiro, o efeito será
eficaz.
 Banhos de assento - nesses
casos, em cada 3 litros de água
é recomendado adicionar de 3
a 6 gotas de óleo essencial. Os
óleos essenciais também po-
dem ser diluídos no sabonete
líquido ou gel de banho, desde
que não contenham óleo mi-
neral. Durante o banho, é ne-
cessário colocar um pouco da
mistura em uma bucha vegetal
e experimente a esfoliação
29
APOSTILA DE AROMATERAPIA
com óleos essenciais. É preciso
sempre lembrar que os óleos
essenciais demo cáusticos, não
devem ser usados pois podem
causar danos a pele. Os prin-
cipais óleos essenciais dermo
cáusticos são: Orégano (Origa-
num vulgare), Tomilho (Thy-
mus vulgaris) e Canela (Cinna-
momum cassia /Cinnamo-
mum zeylanicum).
Uso Interno
Conforme Almeida e Chiesa
(2019), o uso interno é quando o
óleo essencial é ingerido ou inter-
nalizado no corpo. Mas, é preciso ter
cuidado para usar somente óleos
essenciais 100% puros, naturais e
completos podem ser ingeridos. A
dosagem de referência é 25mg
(aproximadamente 1 gota) para cada
20 kg de peso corporal, 3 vezes por
dia. Ou seja, para uma pessoa de 60
a 70 kg a dosagem de 3 gotas, 3 vezes
por dia é uma dosagem segura e efi-
caz. As principais formas de uso in-
terno para os óleos essenciais, são:
 Sublingual - é recomendado
colocar de 1 a 3 gotas de óleo
essencial debaixo da língua.
Como as mucosas são alta-
mente vascularizadas por ca-
pilares sanguíneos e não pas-
sam pelo metabolismo do fíga-
do, os óleos entram na corren-
te sanguínea com muita eficá-
cia. O efeito terapêutico é ain-
da maior do que por ingestão
direta, por isso, doses menores
são usadas para evitar irrita-
ção do tecido.
 Método da Colher - pingar de 1
a 3 gotas em uma colher de
água, mel ou óleo vegetal. É
preciso sempre lembrar que
deve ingerir sempre após as
refeições, e tomar cuidado
com os óleos essenciais dermo
cáusticos como o Orégano, o
Tomilho e a Canela.
 Cápsulas - colocar de 1 a 5
gotas de óleo essencial em
uma cápsula vazia, fechando e
tomando com um pouco de
água ou suco. É recomendado
completar o restante da cápsu-
la com algum óleo vegetal ex-
tra virgem.
 Bebidas - adicionar de 1 a 4 go-
tas de óleo essencial em bebi-
das como sucos, leites ou água
antes de beber. Agitar bem
antes de ingerir.
 Culinária - adicionar de 3 a 5
gotas de óleo essencial em
100ml de azeite de oliva extra
virgem e adicionar nos pratos.
 Inserção Vaginal - existem
óleos essenciais muito eficazes
para o tratamento de candi-
díase, infecções urinárias,
miomas e cistos. Para aumen-
tar mais sua eficácia, é dese-
jável que sejam aplicados no
local. Existem 3 maneiras
principais de inserir óleos
essenciais na vagina. A primei-
ra forma é diluir em cerca de 3
a 5 gotas de óleos essenciais
em 10 ou 15ml de óleo vegetal
30
APOSTILA DE AROMATERAPIA
extra virgem, inserir com a
ajuda de uma seringa e depois
segurar a mistura com a ajuda
de um tampão, e soltar em
seguida. A segunda maneira é
embeber um absorvente inter-
no com a seguinte mistura: 3 a
5 gotas de óleos essenciais em
10ml de óleo vegetal extra vir-
gem, inserir e reter por algu-
mas horas, ou mesmo durante
toda a noite. A terceira manei-
ra é adicionar 2 a 3 gotas de
óleo essencial em água morna
e inserir com a ajuda de uma
seringa vaginal. É crucial cer-
tificar que os óleos essenciais
escolhidos não irritam as
mucosas.
 Supositórios - o uso de suposi-
tórios na aromaterapia é bas-
tante difundido na França e
geralmente é recomendado
para problemas respiratórios e
outras doenças internas. Para
se fazer o supositório utiliza-se
manteiga de cacau e a aplica-
ção deve ser feita por um pro-
fissional experiente.
Banhos
Segundo Baudoux (2018), des-
de a antiguidade, os banhos aromá-
ticos são utilizados e apreciados.
Possuem propriedades relaxantes,
estimulantes e analgésicas, depen-
dendo da temperatura da água e dos
ingredientes utilizados. Eles não são
apenas uma forma de higiene, mas
também uma verdadeira terapia de
cura para o corpo e a mente. Na Gré-
cia antiga e Roma, as casas de ba-
nhos ou fontes termais eram famo-
sas, com piscinas públicas com água
quente, que eram usadas para tratar
dores reumáticas, artrite e outros
problemas de saúde, com o objetivo
de revigorar os atletas após as lutas
e realizar tratamentos de beleza.
Caldarium era a câmara destinada
aos banhos quentes e aos banhos de
vapor, e podiam ser redondo ou
retangular, com um ou mais tanques
(piscinas) de água quente, ou ba-
nheiras individuais. Os arquitetos
geralmente o projetavam no lado sul
ou sudoeste dos balneários, para ex-
plorar o calor natural do sol. Em
estruturas mais antigas, o calor era
obtido com braseiros simples. Com o
tempo, se tornou comum os roma-
nos utilizarem um sistema de aque-
cimento por circulação de ar quente
em baixo do piso e através das pa-
redes, o Hypocaustum.
Em consonância com o autor
Lavabre (2018), podemos afirmar
que, atualmente, o banho é usado
para relaxar após um dia tenso ou
exaustivo de trabalho, ou mesmo
para refrescar nos dias quentes com
um banho frio ou morno. Em se
tratando dos banhos terapêuticos,
ou seja, que fazem parte de um tra-
tamento de saúde, é utilizada tem-
peraturas diferentes de água, assim
como ervas ou óleos essenciais ade-
31
APOSTILA DE AROMATERAPIA
quados à cada necessidade. Existem
vários tipos de banhos:
 Imersão Total - nesse tipo de
banho, o corpo todo é mer-
gulhado ou uma parte dele em
um recipiente cheio d’água.
Banhos de banheira são do
tipo de imersão total e o ideal
é que não ultrapassem o tem-
po de 20 minutos, quando o
objetivo é o relaxamento. Nes-
se caso pode-se usar de 5 a 7
gotas de óleo essencial, diluí-
dos em um pouco de óleo ve-
getal para que não evaporem,
e depois misturados a um
pouco de leite, para que se
misturem bem à água da
banheira.
 Imersão Parcial - é usado
quando o objetivo é tratar uma
parte do corpo, como por
exemplo o braço. A quantida-
de de água usada é menor do
que no banho de imersão total,
ideal para auxiliar a aliviar
dores, e a água deve ser quente
ou pelo menos morna. Exem-
plo de banho de imersão par-
cial é o banho de assento, para
problemas do baixo ventre,
como candidíase, infecções ge-
nitais, infecção urinária, he-
morroidas e outras situações
relacionadas a saúde. Outro
exemplo é o escalda-pés,
quando em uma bacia com
água geralmente quente, é co-
locado sal grosso ou ervas e
óleos essenciais para promo-
ver relaxamento, tratar pro-
blemas de pele nos pés ou
unhas, auxiliar a circulação, e
outros benefícios. Para o ba-
nho parcial também são utili-
zadas de 5 a 7 gotas de óleo
essencial, diluídos em um
pouco de óleo vegetal para que
não evaporem.
 Aspersão - é o banho em que a
água é aspergida ou borrifada.
O banho de chuveiro pode ser
um exemplo de banho de
aspersão. Nesse caso, o uso
das ervas pode ser feito ao
finalizar o banho de chuveiro,
colocando-se a infusão de er-
vas ou óleos essenciais em um
recipiente com água e derra-
mando esse conteúdo sobre o
corpo como última água, sem
enxaguar. Pode-se também
utilizar esse líquido preparado
para borrifar sobre o corpo,
principalmente na parte que
deve ser tratada. É muito
usado para problemas de pele.
Durante os banhos, também é
possível fazer uso de um as-
bonete medicinal com extratos
de ervas e óleos essenciais na
composição, o que trará mui-
tos benefícios para a saúde.
De acordo com Lembo (2020),
em relação à temperatura da água:
 Banhos quentes - são indica-
dos para tratar dores em geral,
como musculares, cólicas,
câimbras, nevralgias e para
relaxamento.
 Banhos mornos - são bons
para tratamento de pele.
32
APOSTILA DE AROMATERAPIA
 Banho frio - são mais indica-
dos em casos de varizes, alívio
de inchaços, queimaduras e
para revigorar. Em locais de
clima frio, os banhos de água
fria devem ser mais utilizados
para tratamento localizados
ou pelo banho de aspersão ou
ainda substituídos por com-
pressas.
Para Rhind (2019), alguns
tipos de ervas e óleos essenciais são
recomendados para cada ocasião:
 Banho relaxante - deve-se uti-
lizar óleos essenciais ou ervas
que tenham esse efeito. O óleo
essencial de lavanda é o mais
indicado, por seu aroma agra-
dável e por seus efeitos de
relaxamento e analgésicos.
 É usado também o óleo de La-
ranja Doce, que tem um aroma
alegre e produz relaxamento
mental.
 TPM - o gerânio tem aroma
muito feminino e trabalha
muito bem as questões ligadas
à TPM, como inchaço, irrita-
ção, dores nos seios. Possui
também efeito tranquilizador
e regulador hormonal.
 Insônia e pânico - uma asso-
ciação muito eficaz é o uso do
óleo essencial de olíbano e la-
vanda. O olíbano tem efeito
relaxante contra o estresse,
acalma a mente e a respiração,
e é muito indicado nos casos
de asma, bronquite, tosse e
infecções respiratórias.
 Ansiedade e estresse - o óleo
essencial de ylang ylang, devi-
do ao seu aroma exótico e
arrebatador, é muito usado em
cremes e perfumes sensuais.
Entretanto, é um óleo de efeito
relaxante, hipotensor, contra
ansiedade e estresse. Deve ser
usado com moderação, pois
possui aroma forte, que pode
causar dores de cabeça. Em
geral uma única gota já é
suficiente.
 Banhos energizantes – os
óleos essenciais de alecrim é
muito estimulante e tem efeito
analgésico, e deve ser usado
pela manhã, pois por ser esti-
mulante pode atrapalhar o so-
no. Da mesma forma os óleos
essenciais de manjericão ou
louro, são quentes e aconche-
gantes e dão disposição. O
gengibre ativa os centros vi-
tais, é muito estimulante e é
bem indicado em casos de
dores musculares.
 Problemas respiratórios – po-
de-se utilizar o óleo de olíbano
e o eucalipto glóbulos, o
eucalipto citriodora, o cipreste
e o cedro.
 Banhos de aspersão - os óleos
essenciais de canela e de cravo
são muito utilizados neste ca-
so, porém devem ser utilizados
com cuidado já que são alta-
mente irritativos e podem cau-
sar alergias de pele. Por isso é
mais indicado o uso de suas
partes, como as flores de cravo
secas e os paus de canela. Os
33
APOSTILA DE AROMATERAPIA
óleos essenciais que podem ser
usadas para o banho de as-
persão são: alecrim, manjeri-
cão, louro, gengibre, eucalipto.
Quando colocadas em água
quente, liberam os seus ativos
que farão o efeito necessário
para cuidar da nossa saúde.
 Alergias de pele - os banhos de
camomila são excelentes devi-
do ao seu efeito calmante e,
nesse caso, deve ser utilizada
água em temperatura ambien-
te, do tipo aspersão.
Escalda-Pés
Conforme Schnaubelt (2019),
os pés simbolizam a criança interior
e o solo, ou seja, o sentido presente
da existência. Sob a pressão do dia a
dia, as pessoas tendem a perder o
contato consigo mesmas e a se
concentrar na racionalidade, acu-
mulando a tensão na cabeça, pesco-
ço e ombros e desperdiçando ener-
gia. O escalda-pés dilui as tensões
dessa região e as puxa para os pés,
liberando toxinas, relaxando, pro-
porcionando um equilíbrio ener-
gético e emocional.
Segundo Almeida e Chiesa
(2019), o escalda-pés é indicado
para os casos de: insônia, agitação,
frio, friagem, ativar a circulação e
tratar distúrbios circulatórios, cóli-
cas menstruais, prevenir e tratar gri-
pes e resfriados, ativar o sistema
imunológico, suor excessivo dos pés,
mau odor (chulé), descamação, ra-
chadura dos calcanhares, dores e
inchaços. E é contra indicado em ca-
sos de: diabetes; sensibilidade;
trombose; varizes; erisipela, pressão
alta.
De acordo com Lavabre
(2018), para a realização do escalda-
pés é necessário seguir as seguintes
recomendações:
 O ambiente deve estar aqueci-
do e livre de correntes de ar.
 Deve se estar agasalhado du-
rante o procedimento para evi-
tar choques térmicos.
 A pessoa de estar sentada em
uma poltrona ou cadeira con-
fortável, onde possa recostar e
relaxar.
 Deve ser feito de preferência à
noite, logo antes de dormir, ou
em algum momento que se
possa realizar no mínimo 20
minutos de descanso após o
escalda-pés.
 É recomendável ter à mão toa-
lha, meias quentinhas e chine-
los para evitar o contato do pé
quente com o chão frio.
 A temperatura deve estar bem
quente porém suportável, para
não provocar queimaduras.
Recomenda-se ter à mão uma
jarra com água quente para ir
completando à medida em que
a água for perdendo tempera-
tura.
34
35
APOSTILA DE AROMATERAPIA
5. As Fases de Interpretação de um Aroma
E m consonância com os autores
Almeida e Chiesa (2019), po-
demos afirmar que é possível que
uma pessoa esqueça o rosto ou o for-
mato de algo, mas nunca pode se es-
quecer da sensação do aroma delici-
oso de uma rosa ou do perfume de
alguém que foi muito significativo
em sua vida. O olfato é o único sen-
tido que tem conexão direta com o
cérebro, os neurônios do ouvido são
separados do mundo exterior pelo
tímpano, os dos olhos pela córnea,
mas não os do nariz. Somente no ol-
fato, a conexão é direta, ou seja, é o
único sentido em que a informação
5 Retirado em https://www.docelimao.com.br/
Fonte: Doce Limão5
que vai para o sistema nervoso cen-
tral não passa pelo tálamo. Diversas
tentativas já foram realizadas para
classificar o aroma, mas nenhuma
conseguiu realmente dar nomes a
essas sensações. A detecção e inter-
pretação do cheiro passa basicamen-
te por três fases: recepção, transmis-
são e identificação.
Recepção
De acordo com Gumbel (2011),
um óleo essencial libera notas de ca-
beça, corpo e fundo. As notas de ca-
beça são as mais voláteis, ou seja,
36
APOSTILA DE AROMATERAPIA
são as primeiras notas a saírem do
óleo. O cheiro é constituído de molé-
culas voláteis, se não fossem volá-
teis, não teria como aspirá-las. A
molécula também precisa ser hi-
drossolúvel ou pelo menos parcial-
mente solúvel em água além de li-
possolúvel. As moléculas voláteis
entram pelas narinas, são aquecidas,
umidificadas e captadas pelos recep-
tores, no epitélio olfativo, que está
localizado dentro da cabeça, na al-
tura das sobrancelhas. Primeiro, as
moléculas olfativas são dissolvidas
no muco, e depois se ligam aos re-
ceptores no epitélio olfativo. Cada
molécula ocupa um sítio-receptor
específico, e assim se inicia uma se-
quência de reações químicas que
originam, impulsos elétricos para o
cérebro. Desta forma é que se dá o
processo de transmissão da infor-
mação. Devido ao número limitado
de sítios, se o número de odores for
muito forte, o sentido do odor rapi-
damente se “cansa”, ou seja, os re-
ceptores ficam saturados, e fica mais
difícil reconhecer os diferentes aro-
mas.
5Transmissão
Para Lembo (2020), o aroma
que vai para o cérebro não transpor-
tados por moléculas. Na verdade, es-
sas moléculas de odor são elimina-
das após a modificação química.
Isso acontece quando duas enzimas
(citocromo P450 e UGT) dissolvem
essas moléculas para serem elimina-
das quando o rim filtra o sangue. O
que é transmitido para o cérebro é a
informação contida no cheiro. Para
isso aconteça, uma proteína ativa a
adenilatociclase, uma enzima que
aciona uma “chave química” conhe-
cida por AMP cíclico, que tem a fun-
ção de transmitir os impulsos elétri-
cos. Dessa forma, a mensagem é en-
viada para dentro do cérebro através
dos neurônios olfativos, passando
por estruturas chamadas gloméru-
los que juntamente com as células
mitrais e o apoio de outros neurô-
nios fazem pelo menos duas coisas
muito importantes:
 Acabam reduzindo a comple-
xidade dos odores aos básicos;
 Distribuem impulsos de prati-
camente 1000 neurônios tanto
para o córtex olfativo localiza-
do no giro parahipocampal
(que fica na superfície medial
do lobo temporal), uma estru-
tura do sistema límbico, quan-
to para a área olfativa medial
anterior ao hipotálamo.
Conforme Rhind (2019), o cór-
tex cerebral também envia outras
mensagens ao bulbo via neurônios
modificando inclusive a própria rea-
ção do bulbo olfativo ao cheiro.
37
APOSTILA DE AROMATERAPIA
Identificação
Segundo Schnaubelt (2019), o
rinencéfalo, ou encéfalo olfatório é
responsável pela recepção, condu-
ção e integração das sensações olfa-
tórias, e é formado por todas as es-
truturas relacionadas diretamente
com a olfação, especificamente:
 O nervo e o trato olfatório;
 O bulbo olfativo;
 A estria olfatória lateral;
 O úncus.
Em consonância com o autor
Tisserand (2017), podemos afirmar
que o bulbo olfativo é uma pequena
estrutura oval e sólida (mais seme-
lhante a uma protuberância em for-
ma de colher), na qual os odores po-
dem ser percebidos e reconhecidos.
Mesmo sem olhar, essa estrutura
pode distinguir se o cheiro de quei-
mado, vem de papel ou folhas. O
conteúdo das informações recebidas
pelos impulsos nervosos que são aci-
onados nos cílios para atingir o
bulbo olfativo, são retransmitidos
por meio de sinapses às áreas do sis-
tema límbico, responsáveis pelos
mecanismos comportamentais e vis-
cerais, pois o sistema límbico tam-
bém desempenha um papel no con-
trole do sistema nervoso autônomo.
Embora os impulsos nervosos sejam
elétricos, a transmissão desses im-
pulsos de um neurônio para outro,
se dá quimicamente, e não eletrica-
mente. Ou seja, a transmissão do
impulso na sinapse é de natureza
fundamentalmente química. Como
as extremidades das células não es-
tão em contato, porque há um espa-
ço microscópico entre elas, a ma-
neira como o cérebro encontrou
para fechar esse circuito, é fazer com
que as extremidades das células ner-
vosas emitam uma pequena quanti-
dade de acetilcolina para a extremi-
dade receptora.
Contraindicações e Efeitos
Adversos da Aromaterapia
De acordo com Peter e Damian
(2018), os óleos essenciais podem
proporcionar saúde física e mental,
mas deve-se ter cuidado ao usá-los.
O mercado de aromaterapia e aro-
matologia no Brasil, está adquirindo
cada vez mais óleos essenciais e ex-
celentes marcas de empresas idô-
neas. O crescimento dos pequenos
produtores tem ajudado na obten-
ção de óleos de alta qualidade com
certificação orgânica e de boa proce-
dência. É muito importante ter co-
nhecimento sobre a marca de óleos
essenciais que costumam usar, e
sempre pedir orientação de um aro-
materapeuta de qualificado, pois ele
é o profissional mais indicado para
informar sobre o uso correto dos
óleos essenciais.
38
APOSTILA DE AROMATERAPIA
Para Buckle (2019), pesquisar
sobre a formação de quem está indi-
cando os produtos também é de cru-
cial importância. Existe diversas in-
formações sobre aromaterapia na
internet e nas redes sociais que não
são corretas e, em vez de ajudar, po-
dem prejudicar. Visto que, cada pes-
soa é única é preciso que o aromate-
rapeuta, através da anamnese, en-
tenda as queixas e questões indivi-
duais de cada paciente, para realizar
um tratamento personalizado e as-
sertivo indicando a sinergia dos
óleos essenciais e o uso de forma
correta e segura. O que pode ser bom
para um paciente, pode ser muito
prejudicial ao outro, uma vez que so-
mos seres individuais e únicos e a
aromaterapia, como terapia integra-
tiva e complementar, propõe tratar o
ser humano de forma holística,
olhando para o todo.
Conforme Rhind (2019), ao es-
colher os óleos essenciais para se-
rem usados é importante estar aten-
to as seguintes orientações:
 Informação adequada – quan-
do ler informações na internet
ou nas redes sociais, verificar
sempre a procedência da em-
presa ou do profissional em
questão, e buscar informações
para verificar se são idôneos.
 Escolha do profissional – soli-
citar indicação a algum amigo
ou terapeuta de confiança é
uma forma de auxiliar na esco-
lha do profissional. Outra op-
ção é procurar um profissional
que seja credenciado a associ-
ações como Abraroma, Aro-
maflora ou Ibra (Instituto Bra-
sileiro de Aromatologia), que
possuem indicações de aroma-
terapeutas qualificados.
 Origem dos óleos utilizados –
sempre questione o profissio-
nal qual a procedência dos
óleos que ele utiliza. Se são
óleo 100% puros, se ele co-
nhece bem a empresa de óleos
que utiliza, se tem os laudos
cromatográficos, que são in-
formações que nos mostram as
análises e as composições quí-
micas de cada óleo essencial e
atestam a pureza dos produ-
tos. Essa informação deve es-
tar no site da empresa de for-
ma clara e transparente.
 Verificar os recipientes – se o
aromaterapeuta indicar óleos
essenciais de farmácias de ma-
nipulação ou casa de produtos
naturais, é importante pesqui-
sar as marcas e verifique se es-
tão sendo vendidas em vidros
de cor âmbar.
 Verificar informações contidas
no rótulo - como por exemplo:
nome comum e nome cientí-
fico; país de origem do pro-
duto; parte da planta empre-
gada na extração; prazo de va-
lidade; especificação de qui-
miotipo ou de teor em princí-
pio ativo; método de extração.
39
APOSTILA DE AROMATERAPIA
 Modo de usar - os óleos essen-
ciais são muito concentrados e
extraídos de plantas, mesmo
assim é importante ter cuida-
do e atenção no uso. É preciso
seguir todas as orientações
adequadas das diversas for-
mas de uso.
 Cuidado com essências sintéti-
cas - apesar do aroma agradá-
vel, elas não têm benefício te-
rapêutico, apenas cheiro agra-
dável.
 Cuidado com óleos que têm cí-
tricos - alguns óleos essenciais
são fotossensíveis e podem
queimar a pele quando houver
exposição ao sol. É preciso ter
mais cuidado com óleos que
têm cítricos como laranja, li-
mão e bergamota na composi-
ção. É melhor evitar o uso des-
ses óleos se você tiver contato
com a luz solar.
 Acompanhamento profissio-
nal - quem tem a saúde debili-
tada ou sofre de alguma do-
ença precisa de acompanha-
mento mais de perto e de cui-
dados redobrados. O melhor
sempre é ter esse atendimento
do profissional de saúde e do
aromaterapeuta.
 Conhecer as contraindicações
- é fundamental conversar
com o aromaterapeuta para
saber sobre as contraindica-
ções de cada óleo essencial, es-
pecialmente para uso em ges-
tantes, bebês, crianças e ido-
sos.
Segundo Peter e Damian
(2018), alguns óleos essenciais apre-
sentam contraindicações, alguns de-
les são:
 Alecrim - não pode ser usado
por hipertensos, pois eleva a
pressão arterial. Evite o uso
em pessoas com epilepsia, ges-
tantes, bebês e crianças.
 Canela - não deve ser usado na
gravidez, em crianças, bebês e
em hipertensos. Evite aplicar
em peles sensíveis porque po-
de causar queimadura e der-
matites de contato.
 Ylang - é hipotensor e baixa a
pressão arterial. Em alta con-
centração, pode causar dor de
cabeça e desconfortos.
 Capim limão - não deve ser
utilizado por pessoas com
glaucoma e hiperplasia prostá-
tica, também é hipotensor.
 Cítricos em geral - são fotos-
sensíveis e queimam a pele se
expostos ao sol após o uso.
 Cânfora - óleos com essa subs-
tancia em sua composição quí-
mica devem ser evitados no
uso em conjunto com a home-
opatia. É preciso sempre con-
sultar um aromaterapeuta.
40
41
APOSTILA DE AROMATERAPIA
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