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Antífonas do Ó

Apresentação

Os dias de 17 a 23 de dezembro formam, dentro do tempo do Advento, o período de


preparação para o Natal do Senhor. Segundo uma antiga tradição da Igreja, nestes
dias, os cristãos são convidados a recitar as Antífonas Maiores, conhecidas como
Antífonas do Ó.

Estas antífonas são aclamações a Cristo precedidas pelo vocativo “Ó”. Constituem
um resumo da teologia do Advento: expressam o desejo de salvação da
humanidade e a expectativa pela vinda de Jesus Cristo, invocado com títulos
messiânicos do Antigo Testamento. Atualmente, a Igreja propõe estas antífonas na
Liturgia das Horas, acompanhando o Cântico Evangélico das Vésperas, o Magnificat
(Lc 1, 46-55), bem como na aclamação do Evangelho da Missa.

Em seu conjunto, as antífonas são um acróstico: a primeira letra de cada antífona


em ordem inversa no original em latim (Emmanuel, Rex, Oriens, Clavis, Radix,
Adonai e Sapientia), forma a expressão latina “ERO CRAS”, isto é, “estarei
amanhã”, ou “virei amanhã”. Mais uma vez, as antífonas recordam a expectativa
pela iminente vinda do Senhor.

Acompanhe as antífonas cantadas no canal do YouTube.


17 de dezembro

Ó Sabedoria

ANTÍFONA:

“Ó Sabedoria que saístes da boca do Altíssimo,


e atingis até os confins de todo o universo
e com força e suavidade governais o mundo inteiro:
oh vinde ensinar-nos o caminho da prudência!”

MEDITAÇÃO:

Cristo é força e sabedoria de Deus (1Cor 1,24). O profeta Isaías quando descreve
os dons que o Espírito do Senhor concede ao Menino, ao Emanuel (Deus conosco),
coloca em primeiro lugar o espírito de inteligência e sabedoria (Is 11,2). Quem é
sábio age com prudência (1Rs 3,9.12). Na espera amorosa do nascimento, pedimos
a Deus Pai que possamos descobrir, nos ensinamentos de seu Filho, a prudência
como o dom de sua sabedoria infinita, a guiar-nos em nossas ações.
18 de dezembro

Ó Adonai

ANTÍFONA:

“Ó Adonai, guia da casa de Israel,


que aparecestes a Moisés na sarça ardente
e lhe destes vossa lei sobre o Sinai:
vinde salvar-nos com o braço poderoso!”

MEDITAÇÃO:

Adonai, isto é, Senhor, é o nome santo de Deus, o libertador (Ex 6,6; Dt 16,5-9). O
salmo 130 proclama a esperança de quem confia na vinda do Senhor (5-8). Para os
cristãos esta espera é uma realidade. O Senhor veio e ofereceu sua vida para o
resgate de todos. Jesus, o Emanuel, o Deus conosco nos acompanha em todas as
situações de nossa vida.
19 de dezembro

Ó Raiz de Jessé

ANTÍFONA:

Ó Raiz de Jessé, ó estandarte,


levantado em sinal para as nações!
Ante vós se calarão os reis da terra,
e as nações implorarão misericórdia:
Vinde salvar-nos! Libertai-nos sem demora!”

MEDITAÇÃO:

Segundo a promessa, o Messias pertenceria à dinastia de Davi, cujo tronco é Jessé


(2Sam 7,5ss), o qual brotará (Is 11,1). O Menino Jesus, para cumprir a profecia,
nasceu em Belém da Judeia, a cidade de Davi (Mt 2,5-6; Mq 5,1). Ele vem ao nosso
encontro para nos salvar, libertando-nos sem demora.
20 de dezembro

Ó chave de Davi

ANTÍFONA:

“Ó Chave de Davi, Cetro da casa de Israel,


que abris e ninguém fecha, que fechais e ninguém abre:
vinde logo e libertai o homem prisioneiro,
que nas trevas e na sombra da morte, está sentado!”

MEDITAÇÃO:

A chave é símbolo do poder com autoridade (Is 22, 22). O Messias, Jesus de
Nazaré, recebeu do Pai todo o poder no céu e na terra (Mt 28,18; Ap 1,18); em
suas mãos estão “as chaves do Reino” (Mt 16,19). Ele tem em suas mãos a “Chave
de Davi” (Ap 3,7) e anuncia, ainda hoje, a liberdade aos cativos (Lc 4,18).
21 de dezembro

Ó sol nascente

ANTÍFONA:

“Ó Sol nascente justiceiro, resplendor da Luz eterna:


Oh, vinde e iluminai os que jazem entre as trevas
e na sombra do pecado e da morte, estão sentados!”

MEDITAÇÃO:

A profecia anunciou que Deus mesmo seria a Luz do seu povo (Is 60,19-20). E nós,
hoje, vivendo em meio às trevas do mundo, da confusão de valores e ideais de
nossa época, pedimos que o esplendor da luz, que irradia o Presépio, penetre na
obscuridade do mundo, para que todos os homens e mulheres se beneficiem desse
resplendor divino, que é Jesus Cristo. Sim, “o povo que andava nas trevas viu uma
grande luz!” (Is 9,1).
22 de dezembro

Ó Rei das Nações

ANTÍFONA:

“Ó Rei das nações. Desejado dos povos;


ó Pedra angular, que os opostos unis:
Ó, vinde e salvai esse homem tão frágil,
que um dia criastes do barro da terra!”

MEDITAÇÃO:

Os salmistas cantam frequentemente a realeza do Senhor (Salmos 24; 47; 96; 97;
98; 99); os profetas anunciam que o Menino será o “Príncipe da paz”, e estenderá
seu poder assegurando a paz, porque seu reinado se consolidará no direito e na
justiça (Is 9,1-6). Ele é o Rei que assumiu nossa fragilidade humana, elevando-a,
fazendo-nos, pelo mistério de sua Encarnação, Morte e ressurreição, participantes
de sua natureza divina! Assim, o Rei é, ao mesmo tempo, o bom Pastor!
23 de dezembro

Ó Emanuel

ANTÍFONA:

“Ó Emanuel: Deus conosco, nosso Rei Legislador,


Esperança das nações e dos povos Salvador;
Vinde, enfim, para salvar-nos, ó Senhor e nosso Deus!”

MEDITAÇÃO:

“Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor havia dito pelo profeta:
Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e o chamarão com o nome de
Emanuel, o que traduzido significa: “Deus está conosco” (Mt 1,22-23; Is 7,14). O
Menino, o Jesus de Nazaré, é a definitiva presença de Deus, que responde
realmente ao nome de Deus-conosco. Ele é nossa Esperança e nossa Salvação!

Para concluir essa meditação, preparando-nos para o Natal do Senhor, retomo as


palavras animadoras de Sua Santidade, o Papa Francisco:

“Convido todo o cristão, em qualquer lugar e situação que se encontre, a renovar


hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomar a
decisão de se deixar encontrar por Ele, de O procurar dia a dia sem cessar. Não há
motivo para alguém poder pensar que este convite não lhe diz respeito, já que da
alegria trazida pelo Senhor ninguém é excluído. Quem arrisca, o Senhor não o
desilude; e, quando alguém dá um pequeno passo em direção a Jesus, descobre
que Ele já aguardava de braços abertos a sua chegada” (Evangelii Gaudium, 5).
Magnificat

A minh’alma engrandece o Senhor, exulta meu espírito em Deus,


meu Salvador! Porque olhou para a humildade de sua serva,
doravante as gerações hão de chamar-me de bendita!

O Poderoso fez em mim maravilhas, e Santo é seu nome!


Seu amor para sempre se estende, sobre aqueles que O temem!

Manifesta o poder de seu braço, dispersa os soberbos;


derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes;
sacia de bens os famintos, despede os ricos sem nada.

Acolhe Israel, seu servidor, fiel ao seu amor, como havia prometido
a nossos pais, em favor de Abraão e de seus filhos para sempre!

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,


como era no princípio, agora e sempre
Amém!

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