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AO JUÍZO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE

TAQUARITINGA – ESTADO DE SÃO PAULO,

RAMON ENGENHARIA LTDA ME, empresa


jurídica de direito privado inscrita no cadastro Nacional
das Pessoas Jurídicas do Ministério da Fazenda – CNPJ/MF
sob o n. 20.398.853/0001-30, sediada na cidade de
Taquaritinga-SP, na Rua Marechal Deodoro n. 1.299, Centro,
legalmente representado por seu proprietário ALESSANDRE
PATRIC REDI RAMON, brasileiro, casado, portador da Cédula
de Identidade RG n. 25.230.846-3 SSP-SP, inscrito no
Cadastro das Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda
CPF/MF sob o n. 181.075.318-09, por intermédio de seus
advogados que esta subscreve, vem, respeitosamente,
perante Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE COBRANÇA

Em face de CONSTRUART, pessoa


jurídica de direito privado, inscrito no Cadastro Nacional

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das Pessoas Jurídicas do Ministério da Fazenda - CNPJ n.
16.616.624/0001-78, sediada nesta cidade de Taquaritinga
– SP, na Rua Major Pedro Paulo Correa n. 20, Jardim São
Sebastião, CEP 15.903-106, legalmente representada por seu
sócio proprietário OSIEL FERREIRA DA SILVA, brasileiro,
empresário, portador da Cédula de Identidade RG n.
21.101.357 SSP-SP, inscrito no Cadastro das Pessoas
Físicas do Ministério da Fazenda – CPF/MF sob o n.
167.173.948-54, residente e domiciliado nesta cidade de
Taquaritinga – SP, na Rua Major Pedro Paulo Correa n. 20,
Jardim São Sebastião, CEP 15.903-106, pelos motivos de
fato e de direito abaixo expostos:

DOS FATOS

No início do mês de junho de 2021,


o Requerente contratou a empresa Requerida para a
construção de 3 (três) salões comerciais, com pé direito
de 6,50 metros, contendo 6(seis) banheiros, 3(três) copas
e 3 (três) escritórios, totalizando uma área total de
390,00m², localizados nesta cidade de Taquaritinga – SP,
na Rua Campos Sales n. 422, Centro.

O orçamento foi apresentado no


valor de R$ 138.000,00 (cento e trinta e oito mil reais),
o qual incluía a obra e instalações, as quais estão melhor
detalhadas no contrato anexo.

Efetivamente celebrado o contrato


de prestação de serviços, nos termos do orçamento

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apresentado, os trabalhos se iniciaram no dia 02 (dois) de
junho de 2021, sendo pactuado o prazo até o dia 20 (vinte)
de janeiro de 2022 para a conclusão e entrega da obra .

O pagamento dos serviços


contratados ocorreu da seguinte forma: a importância de R$
10.000,00 (dez mil reais) como forma de sinal e início de
pagamento no ato da contratação e o restante no valor de
R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais) a cada 7 (sete)
dias de serviços prestados.

No transcorrer da obra, a empresa


Requerida, por intermédio de seu sócio proprietário,
passou a pedir valores antecipados, argumentando que o
recebimento após os dias trabalhados inviabilizaria a
prestação de serviços, o que foi atendido pela Requerente,
que antecipou quase a totalidade do pagamento total do
contrato celebrado.

Pois bem. Tendo a empresa


Requerida ter recebido a importância de R$ 137.000,00
(cento e trinta e sete mil reais), inicialmente de forma
semanal e, após, de forma antecipada, no dia 14 (catorze)
de janeiro de 2022, sem qualquer motivo justo ou plausível,
abandonou a obra sem concluí-la, causando transtornos e
prejuízos a Requerente.

Assim, obrigada a terminar a obra


para a efetiva entrega ao cliente, a empresa Requerente

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realizou a vistoria, constatando a falta de execução pela
empresa Requerida dos seguintes serviços:

a) Fachada:
a.1) 15,50m de testada (parede) com altura de 6,50 metros;
a.2) 04 paredes laterais de 1,00m x 6,50m;
a.3) Laje de 15,50m x 1,00m;
a.4) 217,00m² de Reboco;
a.5) 32,00m² de revestimento.

b) Área Interna:
b.1) 341m² de contra piso;
b.2) Colocação de 3 (três) bancadas na copa com
revestimento;
b.3) Assentamento de 375,00m² de piso porcelanato;
b.4) 115,80² de revestimento nos banheiros e copas;
b.5) Fechamento de aberturas nas paredes de 1,20m x 1,60m;
b.6) Colocação de pingadeiras e soleiras (6,00m).

c) Área Externa
c.1) Reboco das paredes lado esquerdo (22,00 x 3,00
metros), lado direito (22,00 x 2,50 metros).

Calculados os custos de cada


serviço faltante pelo valor de mercado, apurou-se o valor
de R$ 42.572,00 (quarenta e dois mil e quinhentos e setenta
e dois reais) para o término da obra, nos exatos termos
dos serviços contratados e pactuados entre as partes.

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Embora a Requerente tenha tentado
todas as formas de contato com a empresa Requerida, todas
as tentativas restaram infrutíferas.

Dessa forma, a empresa Requerente


foi obrigada a contratar outros profissionais para
realizar o término da obra, o que lhe causou atrasos e
prejuízos.

Não restam dúvidas de que o


serviço contratado e não terminado causou danos ao
Contratante, de modo que a Requerida deve ressarcir a
Requerente no valor de R$ 41.572,00 (quarenta e um mil e
quinhentos e setenta e dois reais), descontado o valor de
R$ 1.000,00 (um mil reais) faltantes para o pagamento
integral do valor do contrato.

DO DIREITO

DO DIREITO
DA RELAÇÃO DE CONSUMO
DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO CIVIL E DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR
DA VIOLAÇÃO DA BOA-FÉ OBJETIVA CONTRATUAL
DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

A rigor do dispositivo dos artigos


186, 187, 884 e 927 do Código Civil, aquele que por ação
ou omissão voluntária causar prejuízo a outrem, fica

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obrigado a reparar o dano no mesmo diapasão que, sem justa
causa, se enriquecer a custa de outrem, será obrigado a
restituir o indevidamente auferido, vejamos:

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão


voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito”. O

negrito não consta do original.

“Art. 187. Também comete ato ilícito o titular


de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu
fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos
bons costumes”. O negrito não consta do original.

“Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se


enriquecer à custa de outrem, será obrigado a
restituir o indevidamente auferido, feita a
atualização dos valores monetários”. O negrito

não consta do original.

“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts.


186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado
a repará-lo”. O negrito não consta do original.

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Conforme se verifica dos
documentos que se acosta aos autos, a relação entre a
Requerente e a Requerida é regulada pela Lei n. 8.078/90
– Código de Defesa do Consumidor, que em seu artigo 2º,
define:

“Art. 2º. Consumidor é toda pessoa física ou


jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final”. O negrito não

consta do original.

Por outro lado, temos a posição da


empresa Requerida perfeitamente definida no artigo 3º do
mesmo diploma legal:

“Art. 3º. Fornecedor é toda pessoa física ou


jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividades
de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação,
distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços”. O grifo e o negrito não

constam do original.

Logo, deve ser respeitado o


diploma legal que estabelece direito e deveres para as
partes.

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De outro giro, é cediço também que
a Lei Consumerista garante um maior equilíbrio entre as
partes conhecidas como fornecedor e consumidor, sendo que
aquela hipossuficiente, no caso o Consumidor/Requerente,
vem se mantiver em um padrão de equidade graças aos
dispositivos contidos na lei supramencionada.

Desta forma, cumpre, data venia,


explicitar a orientação contida em seu artigo 101, inciso
I, acerca da competência para o ajuizamento da ação:

“Art. 101. Na ação de responsabilidade civil


do fornecedor de produtos e serviços, sem
prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste
título, serão observadas as seguintes normas:
I – a ação pode ser proposta no domicílio do
autor”. O grifo e o negrito não constam do original.

Diante disso, procede-se o pedido


da Requerente em que a ação seja postulada e processada em
seu próprio domicílio.

No Código de Defesa do Consumidor


também está consubstanciada a inversão do ônus da prova em
favor do Consumidor, o que se mostra cabível na presente
demanda e o que desde já se requer.

Assim, caracterizado o abandono da


obra, deve a empresa Requerida indenizar a Requerente.
Nesse sentido:

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APELAÇÕES CÍVEIS. RESPONSABILIDADE CIVIL.
DANOS MORAIS E MATERIAIS. CONTRATO PARA
EDIFICAÇÃO DE BEM IMÓVEL. ABANDONO DA OBRA.
Caso dos autos em que a autora contratou junto
às demandadas o fornecimento de material e
serviço de mão de obra para edificação de bem
imóvel, havendo o abandono da obra sem a
conclusão da edificação. Pagamento de parte do
preço a título de arras, bem como da parte das
etapas da obra. DANOS MATERIAIS. CONDENAÇÃO À
RESTITUIÇÃO EM DOBRO DAS ARRAS PELA SENTENÇA.
ARRAS CONFIRMATÓRIAS. VALOR QUE ENGLOBA OS
PREJUIZOS DECORRENTES DO ABANDONO DA OBRA.
Mantida a improcedência do pedido de
indenização por danos materiais, uma vez que a
condenação à restituição em dobro das arras
confirmatórias pela sentença engloba os
prejuízos decorrentes dos vícios construtivos
causados pelo abandono da obra pelos
demandados, inexistindo comprovação de outros
prejuízos materiais. FRUSTRAÇÃO DA JUSTA
EXPECTATIVA COM O IMÓVEL. DANOS MORAIS
CONFIGURADOS. Comprovado o abandono da obra e
os defeitos construtivos daí decorrentes,
presente a conduta ilícita das demandadas,
suscetível de composição dos danos morais
devido ao transtorno causado à vida da parte
autora pela quebra de expectativa quanto ao
bem adquirido. Valor da indenização (R$

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10.000,00) fixado de acordo com as
peculiaridades do caso concreto, bem como
observados os princípios da proporcionalidade
e razoabilidade, além da natureza jurídica da
condenação. APELO PARCIALMENTE PROVIDO.
UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70056474737, Nona
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Tasso Caubi Soares Delabary, Julgado
em 23/10/2013) O negrito não consta do original.

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. CONTRATO


DE EMPREITADA. ABANDONO DA OBRA. PREJUÍZOS NO
PRIMEIRO PAVIMENTO. DANOS MORAIS E MATERIAIS
COMPROVADOS. INDENIZAÇÃO DEVIDA. Constatando-
se que os danos causados no imóvel da autora
decorreram do abandono da obra pelo
empreiteiro, este deve ser responsabilizado
pelos danos morais e materiais sofridos.
(TJ-MG - AC: 10000170058408001 MG, Relator:
Marcos Lincoln, Data de Julgamento:
03/04/0017, Câmaras Cíveis / 11ª CÂMARA CÍVEL,
Data de Publicação: 05/04/2017) O negrito não

consta do original.

APELAÇÃO CÍVEL. CONTRATO PARA A EXECUÇÃO DE


OBRA. RESCISÃO CONTRATUAL. INDENIZAÇÃO POR
DANOS MATERIAIS E MORAIS. RECONVENÇÃO.
ABANDONO DA OBRA. DANO MORAL CONFIGURADO.

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SENTENÇA MANTIDA. Verifica-se o abandono da
obra, com a necessidade de contratar terceiro
para o seu término, situação que justifica a
compensação dos valores representados pelas
notas promissórias e os danos materiais
reconhecidos na sentença. Dano moral.
Excepcional. A situação posta nos autos
autoriza a condenação por danos morais, uma
vez que ultrapassado o mero dissabor.NEGARAM
PROVIMENTO AO APELO. UNÂNIME.
(TJ-RS - AC: 70066109703 RS, Relator: Giovanni
Conti, Data de Julgamento: 10/09/2015, Décima
Sétima Câmara Cível, Data de Publicação:
21/09/2015) O negrito não consta do original.

DOS PEDIDOS

a) Que seja recebida a presente ação e julgada PROCEDENTE


em sua totalidade, com a condenação da Requerida ao
pagamento de R$ 41.572,00 (quarenta e um mil e quinhentos
e setenta e dois reais), acrescido de juros e correção
monetária, a partir da data em que ocorreu o abandono da
obra (14 de janeiro de 2022), referente a apuração dos
serviços contratados não terminados, assim como ao
pagamento de custas, despesas processuais e demais outras
cominações de praxe, se houver;

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b) Requer pela aplicação do Código de Defesa do Consumidor,
uma vez que o contrato celebrado entre as partes trata-se
de relação de consumo;

c) Seja deferida a gratuidade da justiça, nos termos da


Constituição Federal, da Lei Processual Civil vigente e da
Lei n. 1060/50;

d) Seja a Requerida condenada ao pagamento dos honorários


advocatícios sucumbenciais no importe de 20% (vinte por
cento) sobre o valor apurado, na hipótese de interposição
de recurso.

Pretende-se provar o alegado por


meio de todas as provas em direito admitidas, precipuamente
o depoimento pessoal do representante legal da empresa
Requerida, prova documental, oitiva de testemunhas, cujo
rol será apresentado em momento oportuno, documentos que
se fizerem necessários, perícia, se caso necessário, e
demais outras provas imprescindíveis ao deslinde da
demanda, sem exceção de nenhuma.

Dá-se à causa o valor de R$


41.572,00 (quarenta e um mil e quinhentos e setenta e dois
reais).

Nesses termos,
pede deferimento.

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Taquaritinga-SP, 26 de Setembro de
2022.

Roberta Bedran Couto


OAB-SP 209.678

Valdir Aparecido Barelli


OAB-SP 236.278

Antonio Galassi Neto


OAB-SP 398.704

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