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1.3.

Lei da Gravitação Universal


e Terceira Lei de Newton
1.3. Lei da Gravitação Universal e Terceira Lei de Newton
São as interações entre os corpos que permitem explicar os inícios
e as alterações dos movimentos.
• Dizemos que há uma interação quando há uma ação recíproca entre dois corpos.
Ou seja, se um corpo exerce uma força noutro, esse corpo irá também exercer uma
força sobre o primeiro.

• Chama-se DINÂMICA à parte da mecânica que estuda a relação entre as forças


que atuam num corpo e as características do seu movimento.

• Foi Newton quem primeiro formulou as Leis da Dinâmica, que são os pilares da
mecânica clássica.
1.3. Lei da Gravitação Universal e Terceira Lei de Newton

Força: é uma grandeza física vetorial


que resulta da interação
entre dois corpos.
As forças aparecem sempre
aos pares; não há forças
isoladas.
Representa-se por 𝑭.

• Unidade S. I. de força: newton, N.

• Aparelho de medida: dinamómetro.


• Como resultado da interação, a força exercida por um dos corpos provoca uma
ação sobre o outro que pode influenciar o estado de repouso ou de movimento
do corpo ou, se o corpo não se mover livremente, provocar-lhe uma deformação.
As interações entre os corpos podem ser de contacto ou à distância.
Por exemplo:
• Há uma interação de contacto quando pesquisamos algo num tablet ou num
smartphone;
• Há uma interação à distância entre o Sol e os planetas do Sistema Solar.
As quatro interações fundamentais na Natureza
Na Natureza, há quatro interações fundamentais com alcance e intensidades relativas
muito diferentes.
Forças Intensidade
Alcance
fundamentais relativa (*)
Infinito
Gravítica Atua sobre todas as partículas do Universo, apesar de ser a mais fraca de 10-40
todas as interações. É sempre atrativa.
Infinito.
Entre partículas com carga elétrica ou entre ímans.
Pode ser atrativa ou repulsiva, sendo mais forte que a gravítica.
Eletromagnética 10-2
Manifesta-se tanto microscópica como macroscopicamente e, qualquer
interação do quotidiano com corpos comuns que não seja gravítica será
eletromagnética.
10-15 m (no interior do núcleo)
A mais forte das 4 interações, de curto alcance (próxima do núcleo
Nuclear forte 1
atómico), responsável pela coesão dos núcleos atómicos, capaz de
superar a repulsão entre protões.
10-18 m (no interior do núcleo)
Nuclear fraca É responsável pelo decaimento radioativo, no qual um neutrão se 10-5
transforma em num protão e vice-versa.

(*) Tomou-se como referência a intensidade da interação nuclear forte.


Interação Gravítica - Lei da Gravitação Universal
A interação gravítica é responsável pela
queda dos corpos na Terra e pela estabilidade
do Sistema Solar e Via Láctea.

Conta a lenda que, quando Newton viu uma


maçã a cair da macieira, percebeu que o
movimento se devia à atração que a Terra
exercia sobre a maçã e intuiu que uma
interação da mesma natureza poderia explicar
o facto de a Lua se manter na sua órbita.

Newton concluiu que todos os corpos que


possuem massa sofrem uma atração entre si,
enunciando, pela primeira vez, uma lei
aplicável aos objetos na Terra e aos astros no
Universo (Lei da Gravitação Universal)
Interação Gravítica - Lei da Gravitação Universal
De acordo com a Lei da Gravitação Universal de Newton (estabelecida no fim do
séc. XVII), dois corpos com massa atraem-se mutuamente exercendo, um sobre o
outro, uma força gravítica ou força gravitacional (𝐹𝑔 ) atrativa.

Dois quaisquer corpos de massas mA e mB


atraem-se, exercendo um sobre o outro uma força
gravitacional, 𝐹g , que atua segundo a linha que
FTerra/Lua
une os centros de massa dos dois corpos em
interação e cuja intensidade é diretamente
FLua/Terra proporcional ao produto da massa dos corpos e
inversamente proporcional ao quadrado da
distância, d, entre os seus centros de massa.
𝒎𝐀 𝒎𝐁
𝑭𝐠 = 𝑮
𝒅𝟐
A constante de proporcionalidade, G, designa-se por Constante da Gravitação
Universal

Exercícios: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 da pág. 52
Terceira Lei de Newton
As forças atuam sempre aos pares.
Assim, sempre que um corpo A exerce uma
força sobre um corpo B, 𝐹A/B , simultaneamente
o corpo B exerce uma força sobre o corpo A,
𝐹B/A , com o mesmo módulo e direção, mas de
sentido contrário.
Este par de forças, com pontos de aplicação
diferentes, designado por par ação-
-reação, traduz a interação entre os dois
𝑭𝐓𝐞𝐫𝐫𝐚/𝐒𝐨𝐥 𝑭𝐒𝐨𝐥/𝐓𝐞𝐫𝐫𝐚 corpos e está na base da 3.ª Lei de Newton.

TerceiraFLei de Newton: se um corpo exerce uma força sobre outro, este exerce sobre o
Terra / Sol
primeiro uma força de igual intensidade e direção, mas de
sentido oposto. O conjunto das duas forças designa-se por par
ação-reação.

𝑭𝐀/𝐁 = −𝑭𝐁/𝐀
As forças de um par ação-reação são forças simétricas (com o mesmo módulo e direção,
mas sentidos opostos) aplicadas em corpos diferentes e que resultam de uma mesma
interação (são sempre da mesma natureza), ocorrendo em simultâneo.
Mesmo que a massa dos corpos que interagem sejam diferentes, ambas as forças têm a
mesma intensidade, mas o efeito que têm em cada um dos corpos, depende da massa
de cada corpo.
Não se pode considerar nulo o efeito deste par de forças, uma vez que atuam em
corpos diferentes.
A Terceira Lei de Newton aplica-se a todas as interações, sejam elas por contacto ou à
distância.
O peso de um corpo
O peso de um corpo está associado à força de atração gravítica exercida sobre o corpo
pelo planeta onde o corpo se encontra.

Atendendo à expressão que traduz a Lei


𝑀𝑚
da Gravitação Universal, 𝐹𝑔 = 𝐺 2 ,
𝑑
podemos afirmar que a intensidade do
peso de um corpo é diferente de planeta
para planeta, uma vez que a massa do
planeta é diferente e a distância entre os
centros de massa do corpo e do planeta
é também diferente.

Analisar tabela da página 50 do manual


com intensidades de forças gravíticas
consoante o planeta.
Forças que atuam em corpos em diversas situações
• Corpo apoiado numa superfície horizontal

Por exemplo, quando um livro está em


repouso, apoiado numa mesa, significa
que as forças que atuam no livro se
equilibram, isto é, a sua soma vetorial é
nula.

As forças peso e reação normal, que


atuam no livro apoiado na mesa (mesmo
corpo) não constituem um par ação-
-reação; pertencem a pares ação-reação
diferentes.
A força de reação normal,

• Corpo apoiado num plano inclinado

A força de reação normal tem sempre direção perpendicular à superfície onde o


corpo se apoia.

Tal como vimos no exemplo anterior, as forças peso e reação normal, que atuam
no mesmo corpo, não constituem um par ação-reação; pertencem a pares ação-
-reação diferentes.
• Corpo suspenso por um fio de massa desprezável

Quando um corpo está suspenso por um fio


de massa desprezável, este exerce sobre o
corpo uma força que impede que o corpo caia
Tfio/corpo devido à força gravítica que a Terra exerce sobre
ele. Esta força designa-se por tensão e
representa-se por
𝑻𝐟𝐢𝐨/𝐜𝐨𝐫𝐩𝐨
P

- No corpo estão, portanto, aplicadas duas forças, o peso do corpo e a tensão


exercida pelo fio sobre o corpo.
- O peso do corpo e a tensão não constituem um par ação-reação; pertencem a
pares ação-reação diferentes.
- A tensão é simétrica do peso do corpo. Daí o corpo não cair!

Exercícios: 9, 10, 11, 12, 13 e 14 da pág. 53


Questões resolvidas

1. Considere um astronauta de massa 75 kg que se encontra à superfície da Lua.


1.1. Calcule o módulo da força de atração gravitacional que a Lua exerce sobre o
astronauta quando este se encontra à superfície. (G = 6,67 x 10-11 N m2 kg-2
e mL = 7,35 x 1022 kg)
1.2. Considere agora que o astronauta se encontra perdido no espaço, a igual distância
do centro da Terra e do centro da Lua. Compare a intensidade da força gravítica
exercida por cada um dos planetas sobre o astronauta. (mT = 5,98 x 1024 kg)
1.3. Escolha a opção que completa corretamente a frase seguinte.
“Um astronauta flutua no interior de uma nave em órbita à volta da Terra. Isto
acontece porque…
(A) … não há gravidade.”
(B) … a nave exerce uma blindagem à ação gravitacional da Terra.”
(C) … existe vácuo.”
(D) … o astronauta e a nave têm aceleração igual, produzida apenas por forças
gravitacionais.”
Resolução
1.1. Sendo, Fg  G mLua mastronauta tem-se, substituindo pelos valores:
d2
11 7, 35  1022  75
Fg,L  6, 67  10   Fg,L  121 N
(1, 74  10 )
6 2

1.2. Relacionando a força gravítica que a Terra exerce sobre o astronauta com a força
gravítica que a Lua exerce sobre o astronauta a essa distância tem-se:

mTerra mastronauta
G
Fg,T d2 Fg,T 5, 98  1024 Fg,T
     81, 4
Fg,L mLua mastronauta Fg,L 7, 35  10 22
Fg,L
G
d2
1.3. Opção (D).
A força de atração gravítica continua a fazer-se sentir, mas como o astronauta e
a nave estão a ser atraídos para a Terra com a mesma aceleração (queda livre) o
astronauta flutua no interior da nave.
2. O esquema da figura representa um corpo homogéneo
a ser largado num plano inclinado perfeitamente liso.

2.1. Indique, num diagrama, as forças que atuam no corpo, e identifique essas
forças.

2.2. Atendendo à figura, represente os pares ação-reação que justificam as


seguintes afirmações:
2.2.1. A Terra “puxa” o bloco e o bloco “puxa” a Terra.
2.2.2. O plano empurra o bloco porque o bloco comprime o plano.

2.3. Indique, justificando, se a afirmação seguinte é verdadeira ou falsa.


“O bloco desce o plano inclinado porque a força que a Terra exerce no bloco é
maior do que a força que o bloco exerce sobre a Terra, e por isso não se
anulam.”
Resolução
N
2.
2.1. N  Normal em relação ao plano
P P  Peso

2.2.
2.2.1.

2.2.2.

2.3. Falsa. O bloco desce o plano porque a resultante das forças que atuam no bloco
não é nula; tem a direção do plano e sentido descendente. O módulo da força
que a Terra exerce sobre o bloco é igual ao módulo da força que o bloco exerce
sobre a Terra; estas não se anulam porque estão aplicadas em corpos diferentes
(constituem um par ação-reação).

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