Você está na página 1de 2

A METALINGUAGEM EM DE ESPAÇOS ABANDONADOS (LUISA

GEISLER)

A ARTE DAS EXPLORAR POSSIBILADES (@livro.stan)

Conhecido por desafiar os limites da ficção, “De Espaços Abandonados” nos coloca
frente a possibilidades de feitura ficcional até então inimagináveis. Luisa tornou
possível a formação de um romance em um... romance. E romance esse de formação.
Sim, estupendo!

A narrativa se utiliza da história de Maria Alice, que está em busca da mãe,


desaparecida. Só que Maria também desaparece e temos apenas as pistas deixadas por
seus conhecidos para seguir. É nessa jornada que acompanhamos também outras
narrativas se formando.

Aliás, dentro do livro há um manual de escrita com 366 #prompts – ideias de situações
inesperadas, inusitadas ou (in)comuns para estimular a produtividade. Torna-se assim
uma ficção dentro de uma não ficção (e vice-versa), que nos faz pensar nas “regras” (e
quebras de “regras”) da escrita criativa.

O leitor aqui é um agente (007), pois não dá para assistir de modo passivo o desenrolar
da coisa toda. É pelas pistas, bem sutis e sorrateiras, que temos que elaborar a própria
“verdade”. São nos pequenos acontecimentos ou períodos inteiros, são nas perguntas e
seus espaços, são nas maneiras de preencher ou de não preencher. Possibilidades.
Inúmeras possibilidades para Maria Alice, sua mãe e outros personagens que roubam a
atenção – como Maicou, Bruna e até Caio.

Este é um livro sobre fugir, e em variadas instâncias: fugir de um país, de uma vida, de
um destino, de uma história, de uma escrita. É também sobre buscas – de respostas, de
alternativas, de sonhos. A construção aberta (e brilhante) de @loweeza nos leva a um
sensacional passeio dentro da arte da escrita.

A METALINGUAGEM
Encontramos na obra a metaficção e a metaliteratura em alta atividade. O livro é
construído e desconstruído enquanto ficção E literatura perante nossos olhos. Temos até
certo poder de costura sobre seus fragmentos. E nessas ligações e descobertas, enquanto
as múltiplas vozes se misturam dentro do texto, uma sensação que não nos deixa são as
perguntas que ecoam ao infinito. Ousadíssimo!

5,0 estrelas / 416 p. / Luisa Geisler / @editora_alfaguara


Gênero: Drama Urbano/Comportamento

📖 “Tudo o que está na terceira pessoa aconteceu. E se sabe que aconteceu porque o(a)
narrador(a) é onisciente e confiável. O(a) narrador(a) é sempre confiável. O(a)
narrador(a) não mentiria sobre aonde ele vai durante a noite. O(a) narrador(a) pode ver.
E tudo o que está na terceira pessoa aconteceu com certeza. Aconteceu porque eu sei
que aconteceu."

Você também pode gostar