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Zoneamento agrícola
O zoneamento agrícola tem por objetivo identificar e classificar zonas homogêneas
quanto às condições para o desenvolvimento de determinada atividade, com vistas ao
incremento da produtividade e da renda agrícola em bases sustentáveis. Existem dois
tipos principais: zoneamento de aptidão climática e zoneamento agrícola de risco
climático. O primeiro utiliza-se das variáveis solo, clima e planta e seu objetivo é mostrar
o potencial produtivo de uma cultura em uma determinada região. O segundo, além de
analisar estas três variáveis, utiliza-se de funções estatísticas com o objetivo de
quantificar o risco de perda das lavouras, devido à ocorrência de eventos climáticos
adversos, sobretudo a seca.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) adotou o zoneamento de
risco climático como ferramenta orientadora da política agrícola para o Governo Federal
nas questões de crédito e seguro agrícola, desde 1995. O zoneamento identifica as
melhores épocas de plantio para as culturas, de acordo com o tipo de solo, para cada
município brasileiro, assim como apresenta recomendações de cultivares.
O Mapa divulga, anualmente, por meio de portarias, o zoneamento agrícola para a safra,
indicando os municípios que podem contar com apoio financeiro para a execução da
safra. Em contrapartida, nos municípios ou épocas não recomendadas devido ao alto
risco de perda, o produtor não poderá obter crédito de custeio ou seguro agrícola junto
às instituições bancárias que operam os recursos do Governo.
Entre os principais resultados alcançados pelo Programa de Zoneamento Agrícola do
Mapa, destacam-se:
Relação entre clima e agricultura: entenda a seguir sobre os principais fatores climáticos
que influenciam nas nossas lavouras.
Não tem como falarmos de agricultura sem falar do clima. Quase tudo o que acontece
no ambiente agrícola depende direta ou indiretamente dele.
É só analisar as práticas agrícolas de plantio e colheita, por exemplo.
Só se realiza o plantio se houver condições climáticas ideais para aquela cultura se
desenvolver.
Já quando falamos de colheita de campos de produção de soja ou milho, o ideal é que
no final do ciclo não haja oscilações na umidade do grão. Isso é mais garantido quando
essa etapa coincide com épocas mais secas.
Veja neste artigo a relação entre clima e agricultura no plantio e na colheita, além dos
impactos das mudanças climáticas e ferramentas para um planejamento agrícola de
precisão.
Como o clima pode interferir na atividade agrícola?
O clima é fundamental para a agricultura, pois dele dependem a maioria das práticas
agrícolas.
Um dos principais fatores que são influenciados pelo clima é o zoneamento agrícola.
Todas as culturas possuem um para a sua produção.
Em um zoneamento agrícola são levados em consideração o clima, o solo e o ciclo das
cultivares a fim de definir os riscos climáticos envolvidos na condução das lavouras que
podem ocasionar perdas na produção agrícola.
A temperatura e a umidade são os fatores que mais podem afetar a produtividade das
lavouras.
Isso porque cada cultura tem uma condição específica na qual se desenvolve melhor e,
que não depende apenas da estação do ano mais adequada para aquele cultivo, mas
sim da temperatura e precipitação mais favoráveis.
Assim, é muito importante saber relacionar os dados que temos em mãos, para tomar a
melhor decisão sobre os tratos culturais como plantio, irrigação e a colheita.
(Fonte: Embrapa)
Como vimos, cada cultura tem uma condição ideal para que sua germinação, emergência
e desenvolvimento ocorram da melhor forma possível.
Para o milho, por exemplo, a melhor temperatura para germinação está entre 32 e 35°C,
já para a soja, esta temperatura é de 32°C.
Lembre-se que temperatura e umidade são fundamentais para a germinação das
sementes, pois quanto mais tempo demorar para a semente germinar, mais sujeita ela
estará a condições adversas.
A soja se desenvolve melhor em regiões onde as temperaturas ficam entre 20 e 30ºC,
com temperatura ideal para o desenvolvimento em torno de 30°C.
Já, quando pensamos nas exigências hídricas das culturas, nos referimos à quantidade
de água que a cultura precisa durante todo o seu ciclo.
Para soja, por exemplo, a demanda hídrica fica entre 450 e 850 mm, dependendo das
variações do clima. Para a cultura do milho, este valor fica ao redor de 650 mm.
Vale lembrar que a quantidade de água é importante, porém, ela precisa acontecer nas
épocas adequadas, de acordo com a exigência da cultura.
Relação entre clima e agricultura: Clima ideal para colheita
A colheita de grãos como a soja e o milho deve ocorrer na época adequada.
O principal fator que leva a perdas nestas culturas é a umidade do grão. Em soja, os
grãos devem ser colhidos com umidade entre 13% a 15%.
Entendemos esse fator como o ponto de colheita ideal, pois a partir deste momento os
grãos estarão sujeitos a perdas.
Caso seu objetivo seja a produção de sementes de soja, este fator é ainda mais
importante, pois a partir do momento que se atinge a maturidade fisiológica e que o ponto
de colheita é alcançado, as sementes ficam sujeitas às adversidades do clima, o que
pode reduzir viabilidade e vigor.
Assim, em torno de 15 dias antes da colheita, comece a monitorar a umidade da semente
e quando atingir 15% você já pode iniciar.
Para a colheita, dê preferência ao período da manhã, pois é quando se tem temperaturas
mais amenas e a umidade do ar mais elevada, ajudando a reduzir as perdas.
Como a seca interfere na agricultura
A falta ou excesso de água prejudicam todas as culturas. Porque assim como vimos,
cada etapa da cultura necessita de uma quantidade de água ideal.
A água é um fator fundamental em todas as etapas, desde a germinação até a maturação
das sementes.
A falta do recurso natural no início do plantio pode afetar a germinação das sementes,
pois a quantidade deve ser suficiente para todo o processo de embebição, ativação da
respiração, indução do crescimento e protrusão da raiz primária.
Por outro lado, a falta de água durante o desenvolvimento da planta reduz a área foliar,
a taxa fotossintética, que por consequência leva a um menor acúmulo de fotoassimilados
e ao menor desenvolvimento das sementes.
Como resultado, a ocorrência de seca durante o florescimento das culturas leva à
redução do número de sementes.
Impacto das mudanças climáticas na agricultura
Alguns estudos já foram e outros estão sendo realizados para analisar os impactos
econômicos das mudanças climáticas na agricultura.
Esses estudos mostram a redução de produtividade das principais culturas afetadas pelo
aumento da temperatura ou alteração no ciclo da água.
No caso do milho, o principal fator é o menor período para o enchimento dos grãos. Já
no caso da soja, as perdas são relacionadas ao menor ciclo de cultivo, reduzindo também
o período de enchimento de grãos.
Veja nas tabelas abaixo o impacto das mudanças climáticas nas atuais áreas de “baixo
risco” adequadas ao cultivo.
relação entre clima e agricultura
Conceito de meteorologia
Meteorologia é a ciência que estuda todos os fenômenos atmosféricos da Terra, o que
inclui a previsão do tempo e a climatologia. Quando aplicada ao agronegócio, a
meteorologia pode ser muito útil no estabelecimento do rendimento agrícola, o balanço
energético do ecossistema, entre outras contribuições.
Detectores de raios
Esses equipamentos são fundamentais para o agronegócio, uma vez que essa atividade
é comumente realizada a céu aberto, ambiente de incidência de raios. Assim, uma
detecção precoce dos raios pode prevenir problemas tanto com as pessoas envolvidas
na atividade, quanto nas criações e plantações.
Uso de satélites
Satélites são sensores bastante sensíveis capazes de detectar variações de
temperatura, ainda que pequenas, sendo instalados, comumente, a 800 km de altitude.
Eles detectam e monitoram o avanço de queimadas, por exemplo. Estes são grandes
aliados da meteorologia.
Monitoramento náutico
É utilizado para obter informações climáticas oceânicas.
Boletins de tempo
Essa é a forma mais simples de acompanhar as condições meteorológicas, já que os
boletins do tempo são amplamente divulgados pelos mais variados veículos da mídia:
TV, rádio, internet, jornais entre outros.
Uso de alertas
Alguns órgãos públicos, como a Defesa Civil, podem transmitir alertas aos celulares
sobre eventos climáticos de grande porte.
Melhor planejamento
Planejamento estratégico é de extrema importância para o agronegócio. Muitas
atividades, como a irrigação, o preparo do solo e a semeadura, por exemplo, só devem
ser planejadas e realizadas com base em fatores climáticos.
Maior produtividade
Com o planejamento estratégico sendo feito de acordo com as condições climáticas, as
ações passam a ser bem executadas e a produtividade aumenta, isso faz com que a
meteorologia gere mais lucro para o negócio.
Competitividade
Sabemos que o agronegócio tem se tornado, nos últimos anos, um ambiente bastante
competitivo e o diferencial para o bom posicionamento no mercado pode ser o controle
e a aplicação de ferramentas tecnológicas para a melhora da produção. Nesse sentido,
prever acontecimentos climáticos permite maior crescimento e lucratividade.
Referencias:
Embrapa
CNM