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Estudo de Quirópteros
Livro de Resumos
Guest Editors
Carlos Eduardo Lustosa Esbérard - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Brazil
Julia Lins Luz - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Brazil
Luciana de Moraes Costa - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Brazil
Ricardo Moratelli - Fundação Oswaldo Cruz, Brazil
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Chiroptera Neotropical 16(1) Suppl., August 2010
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Chiroptera Neotropical 16(1) Suppl., August 2010
em publicações (Brito et al. 2009). Mas em Brito D.; Oliveira L.C.; Oprea M. e Mello
contrapartida achamos que esta será uma boa M.A.R. 2009. An overview of Brazilian
forma de estimular a melhorar o texto e torná-lo mammalogy: trends, biases and future
uma fonte de informação adequada e publicada directions. Zoologia 26(1): 67-73.
em um breve futuro. Esbérard C.E.L. 2004. Morcegos no estado do
Mas, por que tamanho esforço por realizar Rio de Janeiro. Universidade do Estado do
um encontro que congrega número tão reduzido Rio de Janeiro. 254 p.
de alunos e pesquisadores e não apresenta Gregorin R. 2003. Fortalecimento da sistemática
periodicidade? A resposta é simples. Dado ao de Chiroptera no Brasil: coleções e produção
crescente interesse pelos morcegos, já é o científica. Divulgações do Museu de Ciência
momento de pensarmos em um congresso e Tecnologia 2: 7-8.
próprio e esperamos que este encontro seja o Gregorin R. e Ditchfield A.D. 2005. A new
embrião de um simpósio nacional bianual e que genus and species of Lonchophyllini nectar-
fortaleça a Sociedade Brasileira para o Estudo feeding bat (Phyllostomidae:
de Quirópteros (SBEQ – www.sbeq.org). Glossophaginae) from Northeastern Brazil.
Journal of Mammalogy 86(2): 403-414.
Agradecimentos Miranda J.M.M.D.; Itiberê P.; Bernardi I.P. e
Aos demais revisores dos resumos: Dra. Passos FC. 2006. A new species of
Leila Maria Pessôa (Universidade Federal do Eptesicus (Mammalia: Chiroptera:
Rio de Janeiro), Dr. Marco Aurélio Ribeiro de Vespertilionidae) from the Atlantic Forest,
Mello (Universität Ulm), Dr. Marcelo Brazil. Zootaxa 1383: 57–68.
Rodrigues Nogueira (Universidade Federal Oprea M.; Brito D.; Mello M.A.R. e Aguiar
Rural do Rio de Janeiro), Isaac Passos de Lima L.M.S. 2006. Ten years of Chiroptera
(Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), Neotropical: accomplishments and future
Daniela Dias (Fundação Oswaldo Cruz), Dr. directions. Chiroptera Neotropical 12(2):
Leonardo Ávila (Universidade Federal do 262-267.
Estado do Rio de Janeiro) e Dr. Wilson Uieda Pacheco M.S.; Sodré M.M.; Mello M.A.R.;
(Universidade Estadual de São Paulo) e aos Marques R.V.; Uieda W.; Aguiar L.; Passos
demais editores do suplemento especial: Julia F.C.; Trajano E. e Bredt A. 2009.
Lins Luz (Universidade Federal Rural do Rio de Chiroptera. Em: Rocha RM e Boeger WA
Janeiro) e Luciana de Moraes Costa (Organizadores), Estado da arte e
(Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro). perspectivas da zoologia no Brasil. Pp. 231-
248. Editora da UFPR, Londrina.
Referências Uieda W. e Pedro W.A. 1996. Chiroptera in the
Australian Marine Sciences Association. 2005. XXI Brazilian Zoology Congress.
Marine Taxonomy in the New Millennium. Chiroptera Neotropical 2(1): 41-42.
AMSA Bulletin 169: 22-27.
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SUMÁRIO
Artigos
Erros freqüentes nos resumos submetidos ao V EBEQ e sugestões para melhorar na redação científica
................................................................................................................................................................ 9
Resumos
Avaliação da eficiência de inventários rápidos de morcegos no estado do Rio de Janeiro, Brasil ....... 13
Predação oportunista de morcegos por Cerdocyon thous (Carnivora, Canidae) no sudeste do Brasil .. 29
Quirópteros encontrados na dieta de Tyto alba (Strigiformes, Tytonidae) no Centro de Porto Alegre,
RS, Brasil .............................................................................................................................................. 35
Vigilância ambiental e sanitária de quirópteros no Município de Porto Alegre, Rio Grande do Sul,
Brasil ..................................................................................................................................................... 48
Atividade horária e estacional de Phyllostomidae em fragmentos florestais no alto rio Paraná, Brasil 50
Quiropterofauna registrada em um remanescente florestal do Domínio Mata Atlântica no Rio Grande
do Sul, Brasil ........................................................................................................................................ 54
Quirópteros do Parque Natural Municipal Fazenda Santa Cecília do Ingá, Volta Redonda, Estado do
Rio de Janeiro ....................................................................................................................................... 57
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Roosts used by bats in the state of Espírito Santo, southeastern Brazil ................................................ 65
The population structure of bats in the understory foraging areas: the use of systematic sampling to
assess quantitative data ......................................................................................................................... 71
Horário de atividade e hábitos alimentares de Chiroptera no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, RJ
.............................................................................................................................................................. 78
Alterações morfológicas dos dúctulos eferentes e epidídimos ocorridas durante o ciclo reprodutivo
anual do morcego-das-frutas Artibeus lituratus .................................................................................... 81
Morcegos da Reserva Particular do Patrimônio Natural Frei Caneca, nordeste do Brasil .................... 87
Lista atualizada de quirópteros do Estado de São Paulo, Brasil, com base na Coleção do Museu de
Zoologia da Universidade de São Paulo e registros na literatura .......................................................... 98
Descrição da anatomia lingual de Platyrrhinus lineatus, com o relato de um novo conjunto de papilas
filiformes ............................................................................................................................................ 100
Diversidade de morcegos da Reserva Biológica Córrego do Veado, Pinheiros, Espírito Santo ......... 105
Biological characteristics of Molossus molossus (Pallas, 1766) bats sent to rabies laboratory diagnosis
............................................................................................................................................................ 115
Diversidade ectoparasitológica em morcegos na Fazenda Marambaia, Rio de Janeiro, RJ, Brasil .... 119
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Propriedades acústicas dos chamados de ―distress‖ emitidos por Artibeus lituratus (Olfers, 1818) e
Artibeus obscurus (Schinz, 1821) durante manipulação em campo ................................................... 125
Parnell‘s Mustached Bat (Pteronotus parnellii): a morphologically cryptic species complex ........... 131
Primeiro registro de Histiotus velatus (I. Geoffroy, 1824) para o estado da Paraíba, Brasil .............. 134
Riqueza e diversidade de morcegos no Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro,
Brasil ................................................................................................................................................... 137
Microradiography of the baculum as an aid to species identification in the genus Myotis Kaup, 1829
............................................................................................................................................................ 140
Primeiro registro de raiva em morcegos insetívoros no estado de Pernambuco, nordeste do Brasil .. 143
Primeiro registro de Chiroderma doriae Thomas para o estado de Alagoas ...................................... 146
Primeiro registro de raiva em morcego frugívoro em área urbana de Olinda, Pernambuco, Brasil .... 149
Levantamento dos registros de contato direto de morcegos com humanos e animais domésticos, na
cidade de São Paulo, Brasil ................................................................................................................. 155
Zoonotic profile in bats from São Paulo city, Southeastern Brazil ..................................................... 159
Morcegos no Rio Grande do Sul: informações sobre a saúde animal ................................................. 162
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Carlos Eduardo Lustosa Esbérard(1,2), Marco Aurélio Ribeiro de Mello(1), Ricardo Moratelli(1,2), Júlia
Lins Luz(2) e Luciana de Moraes Costa(2)
(1) Comissão Científica e (2) Comissão Editorial, V Encontro Brasileiro para o Estudo de Quirópteros
Aqui, após uma cuidadosa análise dos autores não importou para o EBEQ, isto é, o
resumos submetidos à Comissão Científica do V primeiro autor não necessariamente seria o
EBEQ, são reportados os erros mais frequentes apresentador, mas deve ser discriminado aquele
observados na confecção dos manuscritos. que será responsável pelos futuros contatos e
Visando auxiliar quem está começando a apenas um e-mail indicado como autor
escrever seus trabalhos, apresentamos abaixo correspondente.
esses erros seguidos de sugestões importantes.
Endereço dos autores – Após os nomes
Título – Deve ser conciso, mas contendo a indiquem a instituição a que tem vínculo. Até
maior quantidade de informações possível para duas instituições podem ser indicadas para um
situar o trabalho. Por ser uma revista destinada a autor. O endereço é institucional e devem ser
um público especializado, para este número da evitadas indicações de projetos como endereços.
Chiroptera Neotropical, que seria composto por O mais correto nesse caso, seria indicar o nome
um único arquivo em pdf, era desnecessário do projeto acrescido do endereço postal da
incluir delimitações taxonômicas, como instituição que o sedia ou financia.
(Mammalia, Chiroptera) ou (Chiroptera, Um erro que apareceu algumas vezes foi o
Phyllostomidae). de endereço não coincidir com a ordem dos
Quando necessário situar geograficamente, autores. O primeiro endereço é sempre referente
evite detalhamentos desnecessários, como o ao primeiro autor e, consequentemente recebe o
nome do município acrescido de estado, região número 1 e daí por diante. Os endereços têm de
e país. Para uma revista brasileira o estado e o ser padronizados. Se um restringe-se a
país são suficientes e para revistas estrangeiras a instituição, estado e país, o seguinte não pode
região e o país. No título deve ser evitado o uso ser diferente, colocando caixa postal, CEP,
de barras e parênteses e não deve ser terminado bairro, etc.
com ponto.
Conte já no titulo o que o seu trabalho tem Palavras-chave – Servem para facilitar as
de mais interessante, qual é a sua novidade, caso buscas de manuscritos e por isso não devem
contrário a maioria das pessoas nem se dará ao repetir palavras do título. Em mais de 1/3 dos
trabalho de lê-lo, tendo em vista o grande resumos expandidos encontramos antes da
volume de literatura produzido todo mês hoje revisão termos como morcegos, quirópteros,
atualmente. quiropterofauna que nada acrescentam por ser
uma revista especializada em morcegos.
Autores – As revistas, de maneira geral, adotam Palavras como riqueza de espécies foram pouco
regras para os nomes dos autores, havendo utilizadas, apesar de cerca da metade dos
aquelas que só indicam as iniciais e o resumos serem levantamentos de espécies. Aqui
sobrenome completo e outras que adotam todos seria o local, salvo se especificado no título, de
os nomes por extenso. situar os táxons analisados.
A Chiroptera Neotropical não indica
nenhuma forma em suas instruções e os autores Introdução – Deve ser concisa, mas com
devem optar pela forma de citação que parágrafos conectados, sem saltos para assuntos
pretendem adotar (aquela indicada pelos diferentes, e deve ter uma linha clara de
pesquisadores em seus currículos na Plataforma argumentação. Deve partir do nível mais geral
Lattes do CNPq). Foi observado que os autores para o nível mais específico, levando o leitor a
por vezes enviaram mais de um resumo com entender como a questão abordada foi
grafias diferentes. formulada. Por ser uma revista especializada em
Títulos ou cargos, como ―doutor‖, morcegos é desnecessário iniciar com
―professor‖ ou mesmo ―graduando‖, ―alunos‖ e informações muito gerais, tais como ―Os
outros não devem ser incluídos. A ordem dos morcegos compreendem a segunda mais rica
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ordem dos mamíferos, com 1.122 espécies na necessitam apenas do nome do autor, sendo o
atualidade...‖. ano desnecessário.
Ao final desta seção devem ser
discriminados os objetivos do trabalho. Deve-se Resultados e Discussão – Os resultados devem
explicar também na introdução qual foi a ser descritos de forma sucinta, sendo seguidos
motivação para o trabalho e qual diferencial ele dos resultados dos testes estatísticos se forem
traz. utilizados. Dê ênfase ao sentido biológico, não
ao resultado estatístico. Enfatize também a
Material e Métodos – Esta seção deve ser direção e magnitude das diferenças (e.g., duas
como uma receita de bolo, para permitir que vezes maior), não apenas o fato de haverem
seus colegas repliquem o trabalho. Devem ser diferenças.
discriminados todas as análises e métodos Não esquecer a unidade. Este erro se
usados nos resultados, mesmo os corriqueiros. mostrou relativamente frequente nos resumos
Foi frequente que o resultado de um teste fosse recebidos, como por exemplo, H‘ para os
indicado, sem o mesmo ter sido citado na seção valores de diversidade calculado pelo índice de
material e métodos. Mesmo testes corriqueiros Shannon (Magurran 1988). As unidades
como o teste t de Student e o índice de Shannon métricas (mm, cm, m, h e min) são símbolos e,
foram esquecidos e deveriam ser citados. portanto, não tem ponto ao final, não usam
Lembre-se de que um teste estatístico é uma caixa alta e são separadas do número por um
ferramenta para testar uma previsão biológica espaço.
derivada da sua hipótese de trabalho principal, Frequentemente foi indicado o tamanho das
portanto deve ficar claro qual teste está ligado a redes de neblina como, por exemplo, 9mx3m,
qual previsão. quando o mais correto seria 9 x 3 m. A grafia de
Ao descrever os métodos de captura deve ser horários tem uma regra própria e deve ser
indicado com detalhamento o número de redes adotada, por exemplo, 06h 00min. Note que
usadas, o tamanho de cada rede, o número de para minutos e segundos não se deixa espaço
horas de trabalho, quantas horas de captura a em branco entre o numeral e a unidade, mas
cada noite (ou dia), etc. Uma boa sugestão é entre os dois números. Para as coordenadas
padronizar o esforço total de captura usando a também notamos vários erros, sendo o correto a
fórmula apresentada por Straube & Bianconni seguinte indicação: 33° 22‘ 44,1‖ S, notando
(2002). No caso de coleta de espécimes, é que é deixado um espaço em branco entre cada
importante ainda informar claramente como os unidade e o numeral seguinte e os segundos são
animais foram mortos e qual instituição recebeu discriminados com aspas duplas e não duas
esses espécimes. aspas simples (INMETRO 2007). Sendo
Ao descrever uma área use as coordenadas internacionalmente adotado, deve-se usar as
geográficas do local onde as redes foram letras S para sul e W para oeste.
armadas e a altitude e não use as informações da Assim também deve ser usado n = 1 e não
reserva ou parque fornecidas pela n=1 como frequentemente observado. Outro
administração, que costumam ser muito gerais. erro constante foi a indicação de valores médios
Não repita as coordenadas obtidas de outro e seus desvios padrões, na forma de 114,5+25,4,
trabalho feito na mesma área sem antes conferi- quando o correto seria 114,5 + 25,4, seguido do
las, pois encontramos alguns erros grosseiros, que se refere – capturas, minutos, metros, etc.
com centenas de quilômetros de diferença. Deixe claro também se a medida de dispersão
Aparelhos de GPS hoje já estão disponíveis em usada é mesmo o desvio-padrão, ou se é o erro
todas as instituições. Com certeza um colega padrão ou alguma outra.
tem um e pode emprestá-lo em algum momento. O número de casas decimais deve ser
A descrição da vegetação deve ser sucinta padronizado, usando o mesmo número em todos
caso esteja disponível em uma fonte os resultados, e evitando-se falsa precisão, como
bibliográfica regular. por exemplo, três casas decimais para uma
Métodos empregados no laboratório devem medida tomada com um paquímetro que tem
ser descritos sucintamente desde que exista precisão de apenas uma casa decimal (0,1 mm).
previamente uma fonte detalhando-os. As Escreva números de zero a nove por extenso,
mudanças elaboradas pelos autores a um e de dez em diante com numerais. Tenha
método já empregado e publicado devem ser cuidado de deixar claro o que é fato observado
detalhadas, se existirem. (resultado) do que é interpretação do fato
Todos os nomes científicos citados pela (discussão).
primeira vez no texto devem ser acrescidos do Não comente resultados alheios como se
autor e ano da descrição original, exceção feita fossem seus, apenas compare-os com seus
para o título e resumo (se existisse). Plantas próprios resultados, sem fazer isso
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ótimo livro em inglês sobre o tema (Day 1998), Magurran A.E. 1988. Ecological diversity and
que é usado como manual no mundo todo. its measurement. Croom Helm, London.
Straube F.C. e Bianconi G.V. 2002. Sobre a
Referências grandeza e a unidade utilizada para estimar
Associação Brasileira de Normas Técnicas. esforço de captura com utilização de redes
2002. Informação e documentação – citações de neblina. Chiroptera Neotropical 8: 150–
em documentos – apresentação: NBR 10520. 152.
Rio de Janeiro. Volpato G.L. 2007a. Bases teóricas para
Day R.A. 1998. How to write & publish a redação científica. Scripta, Vinhedo.
scientific paper. Oryx Press, Phoenix. Volpato G.L. 2007b. Ciência: da filosofia à
Instituto Nacional de Metrologia. 2007. Sistema publicação. Cultura Acadêmica, São Paulo.
Internacional de Unidades – SI. 8a. Edição. Volpato G.L. 2009. Publicação científica.
Inmetro, Rio de Janeiro. Cultura Acadêmica, São Paulo.
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Elizabete Captivo Lourenço*, Luciana Moraes Costa, Júlia Lins Luz, Ana Paula Felix Carvalho, Luiz
Antônio Costa Gomes, Lorena Nicolay Freitas, William Douglas, Renan Dias e Carlos Eduardo Lustosa
Esbérard
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Foi realizada uma regressão linear entre a coleta por noite, maior número de redes a cada
riqueza observada nos inventários rápidos e a noite e mais ambientes amostrados.
riqueza local, usando o programa Systat 8.0. A adoção de protocolo padronizado de
coleta facilita a comparação entre diferentes
Resultados e Discussão ambientes, sítios ou assembléias e deve ser
Nos sete locais amostrados a variação entre adotado sempre que possível. O estudo
a riqueza local conhecida e a riqueza observada comparativo de morcegos ainda não recebeu a
nos inventários rápidos realizados neste trabalho devida atenção, mas pesquisadores de outros
resultou em relação linear positiva e grupos de mamíferos já estão discutindo mais
significativa (N = 7, r = 0,91, p = 0,004, F = detalhadamente vários aspectos da metodologia,
24,695, y = 10,172x + 1,153). Tal fato pode ser tais como para pequenos mamíferos (veja
resultante de terem sido amostrados diferentes Moura et al. 2008).
ambientes ou sítios de coleta, como já havia
sido sugerido por Bergallo et al. (2003) e Conclusões
descrito por Dias et al. (2008). A existência de relação linear altamente
Não foi obtida relação significativa entre a significativa entre a riqueza de espécies
riqueza local e o número de espécies esperadas observada nos inventários rápidos e a riqueza
pelo estimador de Chao (N = 7, r = 0,663, p = local conhecida demonstra que a realização
0,104, F = 3,931) e todos as riquezas foram deste procedimento para amostragens de
superiores ao estimado e em apenas uma morcegos é eficiente, e alcança o objetivo de
localidade o número esperado de espécies foi servir como parâmetro inicial para futuros
igual ao realmente encontrado através do investimentos em pesquisas e conservação.
inventário de maior duração – no Parque Embora, não substitua a necessidade de esforço
Nacional de Jurubatiba com 72 horas de de coleta intensivo que se mostra essencial para
amostragem. Todas as demais riquezas foram o conhecimento mais completo da fauna local,
superiores ao estimado, indicando não ser esta os inventários rápidos mostram-se ferramenta
estimativa adequada para estimar a riqueza a adequada para avaliação qualitativa das
partir dos inventários rápidos. assembléias de morcegos. Esta técnica se mostra
Não foram observadas diferenças entre a eficiente, não somente pela obtenção de parte da
riqueza (U = 14,00, p = 0,178), a riqueza de riqueza local contribuindo para as políticas
Margalef (U = 14,00, p = 0,317) e o total de públicas e seus programas de conservação, mas
capturas (U = 28,00, p = 0,655) para os também por poder ser usado para comparar
inventários rápidos realizados em locais já diferentes localidades sem o custo elevado de
amostrados. amostragens convencionais de morcegos em
Apesar de ter sido feito procura por refúgios longo prazo.
durante o dia, esses resultaram em elevado
número de capturas, mas em baixa riqueza, Agradecimentos
acrescentando apenas uma espécie às A.P. Fernandes, D.S. França, M. Pacheco,
amostradas em redes, mas acrescentando uma a T.J. Nogueira e aos Labvert (UFRJ) e
duas espécies em parte dos inventários. Laboratório de Ecologia de Pequenos
Morcegos ainda não são frequentemente Mamíferos (UERJ) pelo auxílio em campo; D.
amostrados por essa metodologia (Conservation Dias e M. Nogueira (UFRuralRJ) pelo auxílio
International 2009) e os poucos levantamentos na identificação do material testemunho; à
já disponíveis realizaram 67,5 horas em cada CAPES pela bolsa de mestrado de LMC e ECL;
RAP (Solari et al. 1998) ou obtiveram 217 rede- PIBIC/CNPq/UFRuralRJ pela bolsa de IC de
hora em 16 noites (McCullough et al. 2007), de LNF, LAG; JLL ao CNPq pela bolsa de
50 a 124 rede-hora em cada local (Ochoa et al. Doutorado (processo 552681/2008-3); APFC ao
2005) a até 326 a 542 rede-hora em cada local CNPq pela bolsa de apoio técnico (processo
(Martins et al. 2006). Os RAPs realizados neste 502570/2008-3); C.E.L.E. ao CNPq pela bolsa
trabalho são próximos aos descritos por Solari et de produtividade em pesquisa (processo
al. (1998) quanto ao total de horas de trabalho 301061/2007-6). O trabalho foi autorizado por
(40 a 50 h de trabalho noturno) e maiores que os licença permanente de coleta SISBIO/IBAMA
obtidos por Ochoa et al. (2005), Martins et al. (numero 10356-1). Financiamento: FAPERJ
(2006) e McCullough (2007) quanto ao total de (processo E-26/170.449/07), CNPq (processo
rede-hora (média de 517,5 + 99,16 rede-hora), 471983/2007-1), Conservation International do
apesar de compreenderem apenas uma semana Brasil através do programa CEPF, ―Plano de
efetivamente em campo. Este resultado é fruto Manejo da Lagartixa de Areia Liolaemus
de um protocolo para otimizar um menor tempo lutzae‖ - Ministério do Meio Ambiente, Rede-
em campo, com maior número de horas de
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análises externas. Fêmeas foram classificadas espécies de morcegos formam haréns, e tendem
em: não-grávida; grávida; não-lactante; lactante; a ter menores áreas de vida em relação às
pós-lactante, através de apalpação no abdome fêmeas, tendo assim menor probabilidade de ser
para constatar possível prenhez e por sinais de capturados (Mello e Fernandez 2000; Baptista
lactação (mamilos intumescidos, desprovidos de 2001). De acordo com Fleming et al. (1972) e
pelos, secretantes ou não). Nos machos foi Heithaus et al. (1975), morcegos frugívoros, que
verificado se os testículos apresentavam escroto representam a maior parte das capturas,
evidente (escrotados) ou testículos intra- possuem dois picos reprodutivos (ciclo poliestro
abdominais (não-escrotados) (Fleming et al. bimodal), onde os filhotes nascem sempre fora
1972, Sipinski e Reis 1995, Costa et al. 2007). da estação de inverno, fugindo assim das
A identificação das espécies foi feita em campo, condições desfavoráveis como, por exemplo, a
de acordo com chaves de identificação (Vizotto diminuição dos itens alimentares disponíveis
e Taddei 1973, Gardner 1977). (Sipinski e Reis 1995), de modo que a lactação
ocorra no período de maior disponibilidade de
Resultados e Discussão recursos (período de chuvas).
Foram capturados 502 morcegos, 397 na
mata nativa e 105 no reflorestamento. Desse Conclusões
total, 252 eram fêmeas e 250 machos. Na mata Fêmeas grávidas e lactantes mais freqüentes
nativa mais machos foram capturados, com na estação úmida (primavera e verão) pode se
proporção macho/fêmea de 1:0,95 (203♂, relacionar a evitar o nascimento dos filhotes em
194♀). No reflorestamento mais fêmeas foram uma época de escassez de alimento, isto é, na
encontradas, com proporção entre machos e estação mais seca.
fêmeas de 1:1,23 (47♂, 58♀). O teste qui-
quadrado demonstrou diferença significativa Referências
entre machos e fêmeas apenas no outono, tanto Baptista M. 2001. Aspectos ecológicos dos
na mata nativa como no reflorestamento (p < morcegos (Mammalia, Chiroptera) do
0,05), sendo maior o número de fêmeas. Com Maciço da Pedra Branca, Rio de Janeiro, RJ.
relação à reprodução, no outono e no inverno Dissertação de Mestrado, Universidade do
observou-se um número maior de fêmeas não Estado do Rio de Janeiro.
grávidas nos dois ambientes. A partir de Bianconi G.V.; Suckow U.M.S.; Carneiro D.C.;
setembro (último mês do inverno) foram Parolin L.C. e Gregorin R. 2008. Primeiro
capturadas cinco fêmeas grávidas na mata (duas registro de Eumops perotis e Nyctinomops
de Phyllostomus hastatus (Pallas, 1767), duas aurispinosus para o Estado do Paraná, sul do
de Artibeus lituratus (Olfers, 1818) e uma de Brasil. Anais do IV Congresso Brasileiro de
Sturnira lilium (E. Geoffroy, 1810). Nos meses Mastozoologia. São Lourenço, MG.
de primavera (outubro, novembro e dezembro), Costa L.M.; Almeida J.C e Esbérard C.E.L.
foram coletadas seis fêmeas grávidas (quatro de 2007. Dados de reprodução de Platyrrhinus
A. lituratus, uma de Carollia perspicillata lineatus em estudo de longo prazo no Estado
(Linnaeus, 1758) e uma de Myotis levis I. do Rio de Janeiro (Mammalia, Chiroptera,
Geoffroy, 1824), além de quatro lactantes de A. Phyllostomidae). Iheringia, Série Zoológica
lituratus. No verão foram registradas três 97(2): 152-156.
fêmeas grávidas (duas de A. lituratus, uma de Fleming T.H.; Hooper E.T. e Wilson D.E. 1972.
Platyrrhinus lineatus (E. Geoffroy, 1810), além Three Central American Bats Communities:
de duas lactantes e três pós-lactantes de A. structure, reproductive cycles, and
lituratus. No reflorestamento, não houve movement patterns. Ecology 53 (4): 555-
registro de nenhuma fêmea grávida em todas as 569.
estações. Na primavera foi capturada uma fêmea Gardner A.L. 1977. Feeding Habits. Em:
lactante e outra com filhote, ambas da espécie Biology of bats of the New World family
A. lituratus. No verão foi coletada uma fêmea Phyllostomatidae. Part II. (Editado por
lactante de A. lituratus. Quanto aos machos, na Baker R.J.; Jones J.K. e Carter D.C.),
mata nativa, um número maior apresentou o pp.293-350. Special Publication Museum
escroto evidente na primavera (22 indivíduos), Texas Tech University 13, Texas.
contra 17 no outono, 20 no inverno, e 12 no Heithaus S.R.; Fleming T.H. e Opler P.A. 1975.
verão. No reflorestamento, um número maior de Foraging patterns and resource utilization in
machos escrotados foram registrados no outono seven species of bats in a seasonal tropical
(7 indivíduos), contra 4 na primavera, 4 no forest. Ecology 56: 841-854.
verão e nenhum no inverno. No total, o maior Köppen W. 1948. Climatologia: con un estudio
número de fêmeas capturadas em relação aos de los climas de la tierra. Fondo de Cultura
machos pode ser devido ao fato de que várias Econômica, México.
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Kunz T.H.; Robson S.K. e Nagy K.A. 1998. Tese de Doutorado, Universidade Federal do
Economy of harem maintenance in the Paraná.
greater spear-nosed bat, Phyllostomus Sipinski E.A.B. e Reis N. R. 1995. Dados
hastatus. Journal of Mammalogy 79: 631- ecológicos dos quirópteros da Reserva Volta
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perspicillata (Chiroptera: Phyllostomidae) in Straube F.C. e Bianconi G.V. 2002. Sobre a
a fragment of the Brazilian Atlantic coastal grandeza e a unidade utilizada para estimar
forest. Z. Säugetier 65: 340-349. esforço de captura com utilização de redes-
Ortêncio-Filho H.; Reis N.R.; Pinto D. e Vieira de-neblina. Chiroptera Neotropical 8(1-2):
D.C. 2007. Aspectos reprodutivos de 150-152.
Artibeus lituratus (Phyllostomidae) em Torezan J.M.D. 2002. Nota sobre a vegetação
fragmentos florestais na região de Porto da bacia do rio Tibagi. Em: A bacia do rio
Rico, Paraná, Brasil. Chiroptera Neotropical Tibagi (Editado por Medri M.E.; Bianchini
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reprodutivos, dieta e dispersão de sementes R.J.; Jones, J.K. e Carter D.), pp. 317-378.
no Parque Nacional do Iguaçu, PR, Brasil. Texas Tech University Press, Huston.
18
Chiroptera Neotropical 16(1) Suppl., August 2010
Débora de S. França(1)*, Sérgio N. Pereira(1), Andrea Cecília S. Maas(1), Mayara A. Martins(1), Dayana
P. Bolzan(1), Daniela Dias(2) e Adriano Lúcio Peracchi(1)
(1) Laboratório de Mastozoologia, UFRRJ, Seropédica, Rio de Janeiro, Brasil; (2) Laboratório de
Biologia e Parasitologia de Mamíferos Silvestres Reservatórios, IOC/Fundação Oswaldo Cruz, Pavilhão
Arthur Neiva, Avenida Brasil, 4365, Rio de Janeiro, RJ, 21040-900.
Introdução
Os morcegos podem ser parasitados por Material e Métodos
artrópodes exclusivamente hematófagos da As coletas foram realizadas entre os dias 15
Ordem Diptera pertencentes à superfamília de setembro de 2007 e 20 de junho de 2009,
Hippoboscoidea, estando distribuídas entre duas independentes das fases do ciclo lunar. Em cada
famílias Streblidae e Nycteribiidae (Wenzel et noite de coleta, foram armadas antes do
al. 1966; Marshall 1982). A família Streblidae anoitecer em média dez redes de espera (mist
reúne espécies ápteras, braquípteras e aladas nets), ao nível do solo sendo mantidas abertas
agrupadas em cinco subfamílias: Trichobiinae, pelo período de 12 h (Esbérard e Bergallo 2005)
Streblinae e Nycterophiliinae, exclusivas do e vistoriadas a cada 20 min. Os morcegos
Novo Mundo; e Ascopterinae e capturados foram preliminarmente identificados
Nycteriboscinae, exclusivas do Velho Mundo, no campo, com auxílio das chaves de
sendo que no Brasil, atualmente são conhecidas identificação de Vizotto e Taddei (1973) e
68 espécies. (Graciolli et al. 2006). Emmons e Feer (1997). Após uma observação
Os estudos mais comumente realizados com na pelagem, asas e uropatágio dos morcegos, os
ectoparasitas de morcegos no Brasil são ectoparasitas foram coletados manualmente com
levantamentos taxonômicos, ocorrência de auxílio de pinças entomológicas e fixados em
espécies em áreas restritas (Graciolli e Aguiar álcool 70º GL armazenados em frascos
2002) ou sobre dados quantitativos de individuais devidamente etiquetados e
estreblídeos e nicteribiídeos (Bertola et al. 2005; posteriormente identificados em laboratório
Graciolli e Bianconi 2007). Esses estudos são de segundo Wenzel et al. (1966), Wenzel (1976),
extrema relevância porque através deles é Guerrero (1994a, b; 1995a, b; 1996) e Graciolli
possível a realização de outros trabalhos que e Carvalho (2001), observados em microscópio
visam investigar a estrutura da comunidade de esteroscópio.
ectoparasitas, os seus aspectos ecológicos, as Alguns espécimes de morcegos e
suas relações parasitas-hospedeiros além de seus ectoparasitas foram conduzidos ao laboratório
padrões de infestação (Komeno e Linhares para servir como material testemunho e se
1999; Bertola et al. 2005; Rui e Graciolli 2005), encontram incorporados à Coleção Adriano
porém eles ainda são escassos na região Lúcio Peracchi, no Instituto de Biologia da
Sudeste, principalmente, no Estado do Rio de Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Janeiro (Almeida et al. 2007; França et al. (licença IBAMA 15809).
2008).
Desta forma o presente estudo teve como Resultados e Discussão
objetivo realizar o levantamento de espécies de Dos 301 morcegos capturados no IZMA,
Streblidae que parasitam os morcegos pertencentes a sete espécies, da família
encontrados no Instituto Zoobotânico de Morro Phyllostomidae, somente 71 indivíduos
Azul (IZMA) que se encontra implantado em encontravam-se parasitados por moscas da
uma área particular de preservação permanente, família Streblidae. Sendo Carollia perspicillata
com 19 hectares, localizada no Município de (Linnaeus, 1758) e Anoura caudifer (E.
Engenheiro Paulo de Frontin, RJ, (22º 29‘ S e Geoffroy, 1818) as espécies com maior
43º 34‘ W) onde 56,4% da sua área apresentam freqüência de captura com 65% e 15% e com
cobertura florestal de Mata Atlântica. prevalência de 23,35% e 24,44%,
respectivamente: (i) Anoura caudifer sendo
19
Chiroptera Neotropical 16(1) Suppl., August 2010
parasitada por Trichobius joblingi Wenzel, 1966 Ao Instituto Zoobotânico de Morro Azul, ao
e Trichobius tiptoni Wenzel, 1976; (ii) Anoura Hélio Freitas Santos pelo apoio concedido para
geoffroyi Gray, 1838 parasitada por a realização da pesquisa e a Francisco Racca
Paraeuctenodes longipes Pessoa e Guimarães, Filho pelo auxílio na identificação das espécies.
1936 e Aspidoptera sp.; (iii) Artibeus fimbriatus Financiamento: CNPq, FAPERJ e CAPES.
Gray, 1838 parasitada por Megistopoda aranea
(Coquillet, 1899); (iv) Artibeus lituratus (Olfers, Referências
1818) parasitada por Paratrichobius longicrus Almeida J.C.; Silva S.S.P.; Serra-Freire N.M.;
(Miranda Ribeiro, 1907), Aspidoptera Cruz A.P.; Mendes, C.P.A. e Peracchi, A.L.
phyllostomatis (Perty, 1833) e Megistopoda 2007. Moscas Ectoparasitas (Diptera,
aranea (Coquillet, 1899); (v) Carollia Streblidae) de Morcegos (Mammalia,
perspicillata parasitada por Strebla guajiro Chiroptera) no Parque Estadual da Pedra
(García e Casal, 1965), Trichobius joblingi Branca, Rio de janeiro, Brasil. Anais do VIII
Wenzel, 1966, Paraeuctenodes longipes Pessoa Congresso Brasileiro de Ecologia. Caxambu,
e Guimarães, 1936; (vi) Glossophaga soricina MG.
(Pallas, 1766) parasitada por Trichobius joblingi Bertola P.B.; Aires C.C.; Favorito S.E.;
Wenzel, 1966; (vii) Sturnira lilium (E. Graciolli G.; Amaku M. e Pinto-da-Rocha R.
Geoffroy, 1810) parasitada por Megistopoda 2005. Bat flies (Diptera: Streblidae,
próxima (Séguy, 1926) e Aspidoptera falcata Nycteribiidae) parasitic on bats (Mammalia:
Wenzel, 1976. Chiroptera) at Parque Estadual da
Estudos realizados na Região Sudeste, como Cantareira, São Paulo, Brazil: parasitism
os de Bertola et al. (2005), em São Paulo, rates and host-parasite associations.
encontraram as mesmas espécies de estreblídeos Memórias do Instituto Oswaldo Cruz
associados às espécies: A. caudifer, A. 100(1): 25-32.
fimbriatus, A. lituratus, C. perspicillata e Emmons L.H. e Feer F. 1997. Neotropical
Sturnira lilium enquanto que Komeno e rainforest mammals: a field guide. 2nd ed.
Linhares (1999) encontraram os mesmos The University of Chicago Press, Chicago.
resultados somente em A. caudifer, C. Esbérard C.E.L. e Bergallo H.G. 2005. Coletar
perspicillata e Sturnira lilium e diferenças nas morcegos por 6 ou 12 horas a cada noite?
associações na espécie A. geoffroyi. Estudos Revista Brasileira de Zoologia 22(4): 1095-
realizados por França et al. (2008) no estado do 1098.
Rio de Janeiro com C. perspicillata encontraram França D.S.; Gomes L.A.C.; Lourenço E.C.;
as mesmas associações de estreblídeos Costa L.M. e Esbérard C.E.L. 2008.
parasitando essa espécie. Almeida et al. (2007) Prevalência e infestação média de
não encontraram essa associação, sendo C. ectoparasitas (Diptera: Streblidae) em
perspicillata parasitada por T. tiptoni. Os Carollia perspicillata (Chiroptera:
mesmos autores encontraram T. joblingi, que Phyllostomidae) no Estado do Rio de
comumente parasita C. perspicillata, presente Janeiro. Anais do IV Congresso Brasileiro
em outros hospedeiros como Desmodus de Mastozoologia. São Lourenço, MG.
rotundus (E. Geoffroy, 1810) e Phyllostomus Graciolli G. e Aguiar L.S. 2002. Ocorrência de
hastatus (Pallas, 1767), porém é comum a moscas ectoparasitas (Diptera, Streblidae e
ocorrência de estreblídeos parasitando outros Nycteribiidae) de morcegos (Mammalia,
hospedeiros, diferente do hospedeiro-tipo, com Chiroptera) no Cerrado de Brasília, Distrito
prevalências menores. Federal, Brasil. Revista Brasileira de
Zoologia 19(1): 177-181.
Conclusões Graciolli G.; Cáceres N.C. e Bornschein M.R.
Com o presente estudo, é possível concluir 2006. Novos registros de moscas
que as relações entre a fauna de estreblídeos e as ectoparasitas (Diptera, Streblidae e
espécies de morcegos coletados no IZMA Nycteribiidae) de morcegos (Mammalia,
corroboram os estudos realizados na Região Chiroptera) em áreas de transição cerrado –
Sudeste. Porém como os dados são floresta estacional no Mato Grosso do Sul,
preliminares, é necessário um maior esforço de Brasil. Biota Neotropica 6(2): 1-4.
amostragem para uma maior compreensão da Graciolli G. e Bianconi G.V. 2007. Moscas
distribuição dessas espécies de estreblídeos no ectoparasitas (Diptera, Streblidae e
Rio de Janeiro, e para compreender as Nycteribiidae) em morcegos (Mammalia,
interações ecológicas entre os ectoparasitas e Chiroptera) em área de Floresta com
seus hospedeiros. Araucária no Estado do Paraná, sul do
Brasil. Revista Brasileira de Zoologia 24(1):
Agradecimentos 246-249.
20
Chiroptera Neotropical 16(1) Suppl., August 2010
Guerrero R. 1994a. Catalogo de los Streblidae VI. Streblinae. Acta Biologica Venezuelica
(Diptera: Pupipara) parasitas de Murciélagos 16(2): 1-25.
(Mammalia: Chiroptera) del Nuevo Mundo. Komeno C.A. e Linhares A.X. 1999. Bats flies
II. Los grupos: Pallidus, caecus, major, parasitic on some phyllostomid bats in
uniformis, y longipes del gênero Trichobius Southeastern Brazil. Parasitism rates and
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15(1): 1-18. Instituto Oswaldo Cruz 94: 151-156.
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Guerrero R. 1995a. Catalogo de los Streblidae morcegos (Chiroptera, Phyllostomidae) no
(Diptera: Pupipara) parasitas de Murciélagos sul do Brasil: Associações hospedeiros –
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III. Los grupos: dugesii, dunni y Brasileira de Zoologia 22(2): 438-445.
phyllostomae del gênero Trichobius Gervais, Vizotto L.D. e Taddei V.A. 1973. Chave para
1844. Acta Biologica Venezuelica 15(3-4): determinação de quirópteros brasileiros.
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(Mammalia: Chiroptera) del Nuevo Mundo. Young University Science Bulletin,
Biological Series, Provo 20: 1-177.
21
Chiroptera Neotropical 16(1) Suppl., August 2010
Introdução
Os morcegos no Brasil são fortemente
representados pela família Phyllostomidae, que Material e Métodos
corresponde a mais de 50% da riqueza do país A área de estudo foi a Reserva Natural do
(Reis et al. 2007). Os morcegos desta família Salto Morato (RNSM) (25° 10' S e 48° 18' W),
apresentam uma diversidade de hábitos localizada no município de Guaraqueçaba,
alimentares, comportamentos de forrageio, de Estado do Paraná. A Reserva é de propriedade
abrigo, reprodutivos, dentre outros. Os padrões da Fundação O Boticário de Proteção à
reprodutivos dos morcegos tropicais podem ser Natureza, apresenta um total de 2.340 ha e está
resumidos em quatro tipos básicos, a monoestria inserida na Área de Proteção Ambiental de
sazonal, poliestria sazonal, poliestria contínua e Guaraqueçaba. Situa-se no grande domínio da
poliestria acíclica (Fleming et al. 1972). A Mata Atlântica na formação de Floresta
poliestria sazonal parece ser o padrão Ombrófila Densa. As capturas foram feitas com
reprodutivo da maioria dos Phyllostomidae dez redes de neblina, as quais ficaram armadas
(Fleming et al. 1972; Wilson 1979; Taddei durante toda a noite, três noites por mês, de
1980). Os padrões reprodutivos, de maneira dezembro de 2007 a maio de 2009. Os
geral, estão relacionados à questão da morcegos capturados foram identificados,
maximização da geração de filhotes em período sexados, classificados quanto ao
com maior disponibilidade de recursos desenvolvimento (jovens e adultos), e quanto ao
alimentares (Wimsatt 1960). Assim, os padrões estado reprodutivo. Para os machos foram
reprodutivos estariam relacionados à observadas as posições dos testículos,
sazonalidade desses recursos, que nas regiões abdominais ou evidentes em bolsa escrotal. As
tropicais estão em sincronia com os padrões de fêmeas foram classificas em não grávidas,
chuva e com os hábitos alimentares específicos grávidas, lactantes e pós-lactantes.
das espécies de morcegos (Trajano 1984). A
relação entre a sazonalidade e as estratégias Resultados e Discussão
reprodutivas demonstra que esta pode variar Das 106 fêmeas adultas de Artibeus
para a mesma espécie em regiões diferentes. lituratus, 38 eram não grávidas, 24 grávidas
Logo, deve-se tomar cuidado no (capturadas de janeiro-março, outubro,
estabelecimento de padrões reprodutivos para novembro), 37 lactantes (dezembro-maio,
espécies de áreas distintas (Wilson 1979; Taddei outubro, novembro), 6 pós-lactantes e uma
1980). Os estudos sobre a reprodução de grávida e lactante em maio de 2008. Foram
morcegos têm se intensificado no Brasil (Willig capturados 50 machos com testículos
1985; Bernard 2002; Silva et al. 2004). abdominais, 17 com testículos evidentes e 113
Entretanto, para muitas espécies e em várias jovens, com concentração de capturas em
regiões do Brasil as informações ainda são fevereiro e março. O período reprodutivo de A.
escassas. O objetivo deste estudo foi descrever o lituratus varia entre as regiões geográficas,
padrão reprodutivo das espécies mais sendo sugerido para o Brasil poliestria bimodal
abundantes na Reserva Natural do Salto Morato, com um pico em fevereiro e março e outro em
Guaraqueçaba, Paraná, que foram Artibeus outubro e novembro (Bredt et al. 1996). Na
lituratus, Artibeus obscurus, Sturnira lilium, RNSM, considerando os meses em que
Sturnira tildae e Carollia perspicillata. ocorreram fêmeas grávidas, esses dois picos
reprodutivos são corroborados. O fato da
22
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
Gannon M.R.; Willig M.R. e Jones Jr J.K. 1989. Trajano E. 1984. Ecologia de populações de
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Taddei V.A. 1980. Biologia Reprodutiva de Wimsatt W.A. 1960. An Analysis of Parturition
Chiroptera: perspectivas e problemas. in Chiroptera, Including New Observations
IBILCE-UNESP 6: 1-18. on Myotis l. lucifugus. Journal of
Mammalogy 41(2): 183-200.
24
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
Shirley Seixas Pereira da Silva(1)*, Alexandre Pinhão da Cruz(1), Juliana Cardoso de Almeida(1,2) e
Adriano Lúcio Peracchi(3)
(1) Instituto Resgatando o Verde, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; (2) Laboratório de Ixodides, FIOCRUZ, Rio
de Janeiro, RJ, Brasil; (3) Laboratório Mastozoologia, UFRRJ, Seropédica, RJ, Brasil.
25
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
machos, com alopecia, observou-se que 100% Branca, Rio de Janeiro, Brasil (Mammalia,
estavam escrotados. Chiroptera). Revista Brasileira de Zoologia
Das 13 espécies capturadas apenas nos (Supl. 2): 113-140.
exemplares do gênero Artibeus e G. soricina Esbérard C.E.L. 1998. Validade dos parâmetros
observou-se atividade reprodutiva. O período da IUCN em amostra regional – há espécies
reprodutivo seguiu o padrão bimodal para de morcegos ameaçados de extinção no
espécies de Artibeus e G. soricina apresentou-se Município do Rio de Janeiro? Boletim da
grávida em fevereiro e lactante em março. Fundação Brasileira para Conservação da
Conclusões Natureza 24:71-86.
A família Phyllostomidae foi a mais Fazzolari-Corrêa S. 1995. Aspectos
representativa, devido provavelmente a sistemáticos, ecológicos e reprodutivos de
metodologia de campo, onde as redes foram morcegos na Mata Atlântica. Tese de
estendidas no sub-bosque o que reduz o número Doutorado, Universidade de São Paulo.
de indivíduos das famílias Vespertilionidae e Fleming T.H. 1982. Foraging strategies of plant-
Molossidae que utilizam o dossel para visiting bats. Em: Ecology of bats. (Editado
forrageamento. O crescimento urbano no por Kunz T. H.), pp.287-325. Plenum Press,
entorno de duas grandes áreas florestadas New York.
(PEPB e PARNA Tijuca) tornou as áreas de Howell D.J. e Burch D. 1974. Food habits of
estudo como ilhas de vegetação urbanas onde some Costa Rican bats. Revista de Biologia
algumas poucas espécies adaptadas a ambientes Tropical 21: 281-294.
mais perturbados (e.g. A. lituratus) se Koopman K.F. 1993. Order Chiroptera. Em:
sobressaíram em detrimento de outras. A Mammal species of the world: a taxonomic
preferência alimentar observada nas espécies and geographic reference. (Editado por
frugívoras manteve-se semelhante à apresentada Wilson D.E. e Reeder D.M.), pp. 137-241.
em áreas florestadas, provavelmente devido à Smithsonian Institution Press, Washington,
presença de vegetais foram disseminados ou DC.
plantados nos locais de estudo. Nos dados Marinho-Filho J. 1985. Padrões de atividade e
obtidos verificou-se que os morcegos utilização de recursos alimentares por seis
capturados apresentaram alopecia em todas as espécies de morcegos filostomídeos na Serra
estações do ano. Devido às fêmeas inativas do Japi, Jundiaí, São Paulo. Dissertação de
estarem com as áreas de alopecia em Mestrado, Universidade Estadual de
recuperação, as grávidas e os machos escrotados Campinas.
apresentarem alopecia pode-se sugerir que os Muller M.F. e Reis N.R. 1992. Partição de
casos observados nesse estudo têm uma relação recursos alimentares entre quatro espécies de
direta com fatores hormonais relacionados ao morcegos frugívoros (Chiroptera,
período reprodutivo das espécies. Os dados Phyllostomidae). Revista Brasileira de
obtidos sobre a reprodução das espécies nas Zoologia 9(3-4): 345-355.
duas áreas estudadas, não permitiu inferir se a Pedro W.A. 1992. Estrutura de uma taxocenose
ação antrópica interfere no padrão reprodutivo de morcegos da Reserva do Panga
das espécies, mais se pode observar que para as (Uberlândia, MG) com ênfase nas relações
espécies do gênero Artibeus não existe tróficas em Phyllostomidae (Mammalia-
alteração. Chiroptera). Dissertação de Mestrado,
Campinas, Universidade Estadual de
Agradecimentos Campinas.
A administração do Parque Natural Peracch A.L. e Albuquerque S.T. 1971. Lista
Municipal da Freguesia/SMAC pela autorização provisória dos quirópteros do Estado do Rio
e apoio durante os trabalhos de campo; ao de Janeiro e Guanabara. Brasil. (Mammalia-
Comandante Geral da Policia Militar do Estado Chiroptera). Revista Brasileira de Biologia
do Rio de Janeiro e ao Chefe do Estado Maior 31(3): 405-413.
pela autorização para realização dos trabalhos Peracchi A.L. e Albuquerque S.T. 1986.
de campo na Fazenda Marambaia; à Quirópteros do Estado do Rio de Janeiro,
administração da Fazenda Marambaia, ao Brasil (Mammalia-Chiroptera). Publicações
Capitão da PMERJ Defaveri, pelo apoio durante Avulsas do Museu Nacional 66: 63-69.
os trabalhos de campo e ao IBAMA pelas Reis N.R. e Peracchi A.L. 1987. Quirópteros da
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(Mammalia, Chiroptera). Bololetim Museu
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27
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
Reis N.R.; Peracchi A.L.; Muller A.L.; Bastos Teixeira S.C. e Peracchi A.L. 1996. Morcegos
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Parque Estadual do Morro do Diabo, São de Janeiro, Brasil (Mammalia, Chiroptera).
Paulo, Brasil (Mammalia-Chiroptera). Revista Brasileira de Zoologia 13 (1): 61-66.
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habits of Phyllostomidae (Carollia, Anoura lituratus in an urban reserve of South-east
and Vampyrops) in Southweastern Brazil. Brazil. Mammalia 58 (4): 665-670.
Journal of Mammalogy 57(2): 381-382.
28
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
Roberto Leonan M. Novaes(1,2)*, Luis Fernando Menezes Jr.(1), Ana Cristina S. Façanha(1,2), Mariana
Louro², Tatiane S. Cardoso(2), Camila Sant‘Anna(2), Saulo Felix(2), Raphael Silvares(2), André C.
Siqueira(2)*, Renan F. Souza(2), Luis Fernando C. Dias-de-Oliveira(2) e Mariana V.P. Aguiar(2)
(1) Laboratório de Mastozoologia, Instituto de Biologia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Km 47 da antiga estrada Rio – São Paulo, 23892-000, Seropédica, Rio de Janeiro, Brasil; (2) Programa de
Análise da Biodiversidade e Conservação da Mata Atlântica. Projeto Pró-Morcegos & Parque Natural
Municipal de Nova Iguaçu. Av. Brasil, s/nº, K11, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brasil.
com a boca. O animal se equilibrava nas patas Embora seja relatado aqui o consumo
traseiras e mordia a rede, executando puxadas oportunista de morcegos por C. thous,
rápidas a fim de retirar o morcego preso. acreditamos que morcegos não sejam itens
Conforme a nossa aproximação o animal correu comuns na dieta desta espécie. Possivelmente a
em direção a borda da mata levando consigo o única forma de consumo de morcegos por esse
morcego que estava preso na rede. No dia canídeo em condições naturais, seja através do
16/VIII/2009, às 04h08min, foram vistos dois encontro com animais caídos no chão ou
indivíduos de C. thous, aparentemente um casal, carcaças.
atacando um morcego preso na rede a menos de
um metro do solo. O casal permaneceu na Agradecimentos
proximidade da rede mesmo com a aproximação Ao Parque Natural Municipal de Nova
da equipe que fazia vistoria, só saindo quando a Iguaçu e Secretaria Municipal Adjunta de Meio
equipe já se encontrava a menos de dois metros Ambiente e Sustentabilidade de Nova Iguaçu
de distância dos animais. No local da rede em pela permissão de coleta concedida; à
que o morcego estava sendo atacada foi ZOOTECH pelo patrocínio.
encontrado apenas a asa (braço e antebraço) de
um indivíduo de morcego da, provavelmente da Referências
espécie Carollia perspicillata (Linnaeus, 1758), Bekoff M.; Daniels T.J. e Gittleman J.L. 1984.
além de grandes rasgos no entorno de onde Life history patterns and the comparative
estava o animal. social ecology of carnivores. Annual
Apesar de C. thous apresentar uma dieta Revision in Ecology and Systematic 15:
generalista, consumindo o que estiver 191-232.
disponível no ambiente, mesmo não tendo um Berta A. 1982. Cerdocyon thous. Mammalian
grande ganho energético (Facure e Monteiro- species 186: 1-4.
Filho 1996), em algumas áreas, essa espécie Bisbal F. e Ojasti O. 1980. Nicho trofico del
pode apresentar uma dieta predominantemente zorro Cerdocyon thous (Mammalia,
carnívora, com ausência de itens vegetais (Pedó Carnivora). Acta Biologica Venezuelana
et al. 2006). Mesmo assim, possivelmente o 10(4): 469-496.
consumo de morcegos não seja algo recorrente Cheida C.C.; Nakano E.; Fusco-Costa R.;
na dieta de C. thous, já que o encontro com Rocha-Mendes F. e Quadros J. 2006.
esses animais não faria parte de sua rotina. A Ordem Carnívora. Em: Mamíferos do Brasil
maioria dos estudos indica que os roedores são (Editado por Reis N.R.; Peracchi A.L.;
os vertebrados mais consumidos por esta Pedro W.A. e Lima I.P.), pp. 231-275.
espécie, já que possuem grande oportunidade de Editora da Universidade Estadual de
encontro pelos cachorros (Facure e Monteiro- Londrina, Londrina.
Filho 1996). No entanto, o consumo de carcaças Esbérard C.E.L. e Vrcibadic D. 2007. Snakes
parece um recurso comum na dieta desse preying on bats: new record from Brazil and
canídeo (Bisbal e Ojasti 1980), logo, em a review of recorded cases in the
condições naturais o consumo de morcegos Neotropical region. Revista Brasileira de
poderia ocorrer apenas pelo encontro de Zoologia 24: 848-853.
indivíduos mortos ou caídos no chão. Ewer R.F. 1973. The carnivores. Cornell
Canídeos não são considerados potenciais University , New York.
predadores de quirópteros, sendo estes pequenos Facure K.G. e Monteiro-Filho E.L.A. 1996.
mamíferos consumidos principalmente por aves Feeding habits of the Crab-eating fox,
de rapina (Twente 1954) e serpentes (Esbérard e Cerdocyon thous (Carnivora, Canidae), in a
Vrcibradic 2007), embora também possam ser suburban area of Southeastern Brazil.
consumidos por primatas, felinos, marsupiais, Mammalia 60(1): 147-149.
roedores e outros morcegos (Gardner et al. Fischer E.; Fischer W.; Borges S.; Pinheiro
1992; Fischer et al. 1997; Souza et al. 1997). A M.R. e Vicentini A. 1997. Predation of
predação oportunista de morcegos presos em Carollia perspicillata by Phyllostomus cf.
redes-de-neblina já foi registrada para outras elongatus in Central Amazonia. Chiroptera
espécies de mamíferos com hábitos alimentares Neotropical 3: 67-68.
generalistas, como o gambá-de-orelha-branca Gardner A.L.; Handley C.O. e Wilson D.E.
Didelphis albiventris Lund, 1840 (Gazarini et 1992. Survival and relative abundance. Em:
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Chicado.
31
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
Luciana Moraes Costa*, Elizabete Captivo Lourenço, Júlia Lins Luz, Ana Paula Félix de Carvalho, Luiz
Antônio Costa Gomes, Lorena Nicolay Freitas, William Douglas, Renan Dias e Carlos Eduardo Lustosa
Esbérard
cada noite (18,1 + 18,6) e de zero a sete (2,6 + e Chandrashekaran 1977). A atividade de N.
2,1) para N. laticaudatus. laticaudatus durante toda a noite e a elevada
Molossus molossus apresentou as primeiras média horária da primeira captura para essa
capturas imediatamente após o pôr-do-sol, espécie pode ser correlacionada com a presença
exceto por um indivíduo que foi capturado 27 de M. molossus, como foi observado neste
minutos antes do pôr-do-sol (17h10min). Dois estudo.
indivíduos foram capturados após o amanhecer,
um caindo 714 minutos após o pôr-do-sol Conclusões
(05h25min) e outro sendo capturado 723 Pode-se concluir que essas duas espécies de
minutos após o pôr-do-sol (06h00min). As hábitos alimentares insetívoros apresentam
primeiras capturas de N. laticaudatus variaram diferentes horários de atividade, onde M.
de 42 minutos após o pôr-do-sol (18h00min) a molossus tem o horário de atividade mais
265 minutos após o pôr-do-sol (22h10min). concentrada próximo ao pôr-do-sol enquanto N.
O horário de atividade total de M. molossus laticaudatus apresenta atividade durante toda a
variou de -27 a 743 minutos após o pôr-do-sol noite. E que a atividade de uma espécie pode
(média de 121,8 + 157,5 minutos, n = 271), estar correlacionada com a presença de outra.
sendo mais concentrado próximo ao pôr-do-sol
(vetor µ = 23,38º, comprimento = 0,837, Agradecimentos
concentração = 3,39, desvio padrão circular = Ao Centro de Adestramento da Ilha da
34,23º e mediana = 15,75º). Para N. Marambaia pelo suporte e permissão de coletas
laticaudatus, o horário de atividade total variou e a Estação de Biologia Marinha da UFRRJ pelo
de 42 a 675 minutos (média de 328,6 + 228,1 apoio; A. Fernandes, D. S. França, G. Peixoto,
minutos, n = 37) e mostra-se mais disperso R. M. Silva pela assistência no campo; L. M.
durante a noite (vetor µ = 78,872º, comprimento Costa agradece à CAPES pela bolsa de
= 0,575, concentração = 1,412, desvio padrão mestrado; E. C. Lourenço agradece ao
circular = 60,262º e mediana = 73,38º). PIBIC/CNPq/UFRRJ pela bolsa de iniciação
A atividade das duas espécies difere científica e a CAPES a de mestrado; J. L. Luz
significativamente (U2 = 0,872, p<0,001), sendo agradece a bolsa de Doutorado do CNPq
mais concentrada em M. molossus, que (processo 552681/2008-3); A. P. Felix agradece
apresentou padrão de atividade unimodal, com a bolsa de apoio técnico do CNPq (processo
pico de freqüência de captura entre 0 e 120 502570/2008-3); C. E. L Esbérard agradece a
minutos após o pôr-do-sol, representando 77,1% bolsa de produtividade em pesquisa do CNPq
das capturas observadas e ausência de capturas (processo 301061/2007-6). Financiamento:
na metade da noite. Nyctinomops laticaudatus FAPERJ (processo E-26/170.449/07), CNPq
apresentou padrão contínuo, sendo presente a (processo 471983/2007-1).
noite toda, sem ser possível determinar um pico.
A primeira captura de M. molossus aparenta Referências
ser regulada com o horário do pôr-do-sol. A Avery M.I. 1986. Factors affecting the
primeira captura de N. laticaudatus mostra emergence times of Pipistrelle bats. Journal
correlacionada (r = 8,86, p = 0,002, n = 9 noites) of Zoology (London) 209: 293-296.
com o total de M. molossus capturado a cada Bateman G.C. e Vaughan T.A. 1974. Nightly
noite. activities of mormoopid bats. Journal of
A atividade de M. molossus no local mostra- Mammalogy 55: 45-65.
se, como esperado pelo conhecimento de outras Caire W.; Hardisty R.M. e Lacy K.E. 1986.
espécies de morcegos insetívoros (e.g. Catto et Ecological notes on Lasiurus cinereus
al. 1995; Rydell e Baagøe 1996), relacionada (Chiroptera: Vespertilionidae) in Oklahoma.
com o horário local do pôr-do-sol, enquanto a Proceedings of the Oklahoma Academy of
atividade de N. laticaudatus, nesse local, parece Sciences 66: 41-42.
ser independente desse evento, sendo Catto C.M.C.; Racey P.A. e Stephenson P.J.
observadas capturas durante toda a noite. 1995. Activity patterns of the serotine bat
Sanderson et al. (2006), ao analisarem a (Eptesicus serotinus) at a roost in southern
atividade de morcegos na Austrália junto a England. Journal of Zoology 235: 635-644.
abrigos artificiais, encontraram uma espécie Cokrum E.L. e Cross S.P. 1964. The bat activity
com atividade restrita principalmente à primeira over water holes. Journal of Mammalogy
metade da noite e duas espécies com atividade 45: 635-636.
durante toda a noite. Erket H.G. 1978. Sunset-related timing of flight
Algumas espécies de morcegos insetívoros activity in neotropical bats. Oecologica,
podem apresentar horário rígido, sem variações Berlin 37: 59-67.
estacionais para o início da atividade (Subbaraj
33
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
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Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
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(1) Programa de Conservação da Fauna Silvestre, Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto
Alegre; Avenida Carlos Gomes, 2120 sala 303, 90480-002, Porto Alegre, RS; (2) Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS; (3) Instituto Sauver (ISAUVER), Porto Alegre, RS.
Agradecimentos
A equipe do Setor de Mamíferos do Museu
de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica
do Rio Grande do Sul e ao Laboratório de
Sistemática de Mamíferos, Museu de Ciências
Naturais da ULBRA (MCNU).
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Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
41
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
Agradecimentos
Ao IAP pela autorização da coleta e captura
de morcegos na área de estudo; Ao João
Eduardo C. Brito pela ajuda em campo; Diego
R. Bilski e Luana C. Munster pela ajuda com o
manuscrito e à CAPES pela bolsa de auxílio à
pesquisa.
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Lorena Nicolay Freitas, William Douglas de Carvalho, Renan Dias, Ana Paula Felix de Carvalho e Carlos
Eduardo Lustosa Esbérard
45
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
predou o T. brasiliensis em outro local e depois Veloso H.P.; Rangel-Filho A.L.R. e Alves-Lima
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Soraya Ribeiro(1)*, Susi M. Pacheco(2), Aline O. Brasil(1), Giane I. Niederauer(1), Daiane B. Geiger(1),
José C. Sangiovani(3)
(1) Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Porto Alegre/RS (SMAM), Av. Carlos Gomes, 2120 sala
303, Setor Programa de Conservação de Fauna Silvestre, 90480-002, Porto Alegre, RS. (2) Instituto
Sauver (ISAUVER), Porto Alegre, RS; (3) Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre/RS (SMS),
Porto Alegre, RS.
Henrique Ortêncio Filho(1)*, Nelio Roberto dos Reis(2) e Carolina Minte Vera(3)
Platyrrhinus lineatus (E. Geoffroy, 1810), situação semelhante para os pequenos, que
conforme Ortêncio Filho e Reis (2009). foram mais freqüentes no verão e no outono. De
Informações sobre temperatura do ar foram acordo com Fleming (1986), os períodos mais
medidas no início e no final da coleta com quentes e úmidos normalmente são marcados
psicrômetro e os dados de precipitação foram em regiões tropicais pela abundância de
fornecidos pelo Instituto Tecnológico espécies frugívoras, devido à disponibilidade de
SIMEPAR. Os dados foram analisados por meio alimento, situação observada no presente
de estatística descritiva e representados em estudo, em que o maior número de indivíduos
percentuais. amostrados ocorreu no verão, o que pode
indicar uma variação na oferta desse recurso
Resultados e Discussão entre as estações interferindo nos padrões de
A temperatura do ar variou de 10,0 oC atividade das espécies na área.
(agosto) a 31,3 oC (dezembro) com média anual Segundo Aguirre et al. (2003), em ambientes
de 21,5 oC. Os períodos mais secos foram de florestais, morcegos com maior dependência de
abril a junho, com o menor valor de precipitação recursos que variam estacionalmente, como é o
pluviométrica em maio (16,2 mm), os maiores caso dos frutos, tendem a ter maior variação de
foram registrados de janeiro a março e pico atividade ao longo do ano, comparados às
ocorreu em dezembro (259,0 mm). Os mais espécies com dietas mais constantes, como as
elevados níveis de precipitação coincidiram com insetívoras. Agosta et al. (2005) ressaltaram a
os meses de temperatura mais elevada. influência da temperatura sobre a saída dos
Durante o período de amostragem, foram morcegos do abrigo, o que corrobora com os
registradas 512 capturas de morcegos. Artibeus resultados obtidos no presente trabalho, haja
planirostris foi representada por 137 indivíduos vista a redução no número de animais nas redes
(26,8%), A. lituratus por 120 (23,4%) e A. associado às quedas de temperatura. Além
fimbriatus, por 32 morcegos (6,3%), enquanto disso, as variações no número de capturas de
Carollia perspicillata, Platyrrhinus lineatus e acordo com as estações do ano podem estar
Sturnira lilium foram as menores das mais associadas, segundo Aguiar e Marinho Filho
freqüentes espécies com, respectivamente, 120 (2004), à dinâmica dos fragmentos florestais e à
(23,4%), 61 (11,9%) e 42 (8,2%) indivíduos. movimentação dos morcegos, que se deslocam
De maneira geral, os morcegos capturados de uma área a outra conforme a ocorrência de
na região de Porto Rico apresentaram picos de alimento e abrigo.
atividade na quarta e décima horas. Picos de
captura para os frugívoros maiores ocorreram na Conclusões
quinta e décima horas, enquanto para os Com base nas informações registradas,
frugívoros menores os picos foram na segunda e constatou-se variação no padrão horário e
quarta horas, embora tenham acontecido estacional de atividade de morcegos
capturas ao longo de todo o período noturno. filostomídeos frugívoros em remanescentes de
Tal fato pode indicar a não escassez de floresta estacional semidecidual do alto rio
determinados itens alimentares, evitando a Paraná, Brasil, região de Porto Rico, Paraná. Os
exaustão desses recursos numa mesma noite dados obtidos sugerem um padrão semelhante
(Muller e Reis 1992). de atividade horária para os frugívoros maiores,
Segundo Brown (1968) e Laval (1970), os enquanto os menores concentraram suas
morcegos da região neotropical apresentam atividades nas primeiras horas da noite. Além
maior atividade nas primeiras horas ao disso, mais animais foram capturados no verão,
anoitecer, provavelmente, devido à provavelmente em função da disponibilidade de
disponibilidade de frutos, que não são repostos alimento, bem como da menor perda de calor
na mesma noite e, com isso, os animais que devido às temperaturas mais elevadas. Esses
forrageiam mais cedo têm maiores chances de resultados apontam quão tolerantes são as
encontrar alimento (Heithaus et al. 1975). O espécies estudadas frente às variações temporais
tempo e o horário de atividade também são e condições ambientais.
influenciados pela proximidade do abrigo em
relação às fontes de alimento, bem como pelas Agradecimentos
condições ambientais, como temperatura e À Universidade Estadual de Maringá e à
umidade (Fenton 1977). Universidade Paranaense pelo incentivo e apoio
Em relação ao padrão estacional, constatou- financeiro; Aldair Tavares de Souza, Aline
se, de maneira geral, maior atividade de Farias Zanetti, Danieli Carvalho Vieira, Danieli
morcegos na região de estudo durante o verão e Pinto, Émerson Jamber, Gisele Camilloti
o outono. Foi observado o predomínio dos Paulino, Gustavo Barizon Maranho, Loseni
grandes frugívoros no verão e na primavera, Budny, Marcelo Aparecido Marques, Regiane
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Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
Introdução
A abundância local de algumas espécies utilizadas dez redes de neblina (―mist nets‖) de
pode flutuar consideravelmente, apresentando 7 x 2,5 m que ficaram abertas após o por do sol
picos de capturas sazonalmente. Para espécies ao amanhecer, sendo assim mantidas por cerca
como Sturnira lilium, Carollia perpicillata e de 12h/noite. Amostras fecais eram coletadas
Anoura caudifer foram encontrados mudanças para determinação da dieta das espécies
sazonais nas capturas, relacionadas a frugívoras. Todas as espécies de morcegos
disponibilidade de recursos utilizados por estas capturadas eram marcadas com anilhas de
espécies (Marinho-Filho e Sazima 1989). Para alumínio numeradas.
Hodgkison et al. (2004) a abundância de
alimento ou a disponibilidade de itens Resultados e Discussão
alimentares específicos pode ser um importante Foram capturados 1.407 morcegos de três
fator limitante da diversidade de espécies em famílias (Phyllostomidae, Vespertilionidae e
uma floresta tropical, influenciando as capturas Thyropteridae). A família Phyllostomidae
das espécies ao longo do período de estudo. representou 98% das capturas (1.383
Apesar de ser comumente encontrados em indivíduos). Apenas 58 indivíduos de A.
vários habitats, estudos de longo prazo e cinereus foram capturados ao longo do estudo,
informações acerca da espécie Artibeus cinereus correspondendo a 4% do total de capturas. A
são escassos, principalmente no sul do Brasil abundância de capturas ao longo dos meses
onde foi recentemente registrada (Scultori et al. variou nos dois anos de estudo. Foram
2009; Passos et al. no prelo). O foco deste capturados indivíduos entre os meses de janeiro
trabalho foi descrever a variação sazonal da a junho de 2008, um em outubro de 2008, entre
abundância de A. cinereus em uma região de janeiro a maio de 2009 e entre novembro de
Mata Atlântica no sul do Brasil. 2009 e janeiro de 2010. Nos restantes dos meses
não foi registrada a espécies na área de estudo.
Material e Métodos Foi notável um aumento no número de capturas
O estudo foi conduzido na Reserva Natural entre os meses de janeiro a abril, representando
do Salto Morato (RNSM), localizada no 81% das capturas neste período. Este maior
município de Guaraqueçaba, na região do litoral número de capturas encontrado pode refletir um
norte do Estado do Paraná, Brasil (ca. 25° 10' S aumento dos recursos disponíveis para esta
e 48° 15' W). A Reserva encontra-se na Área de espécie frugívora. Na área de estudo, a partir do
Proteção Ambiental de Guaraqueçaba, e é mês de dezembro inicia-se a frutificação de
caracterizada pelo domínio da Mata Atlântica, algumas espécies de piperáceas (observação
na subformação floresta ombrófila densa pessoal), as quais são utilizadas como recursos
submontana. O clima é Cfa (Clima subtropical), alimentares por este morcego. Este fato pode ser
seguindo a classificação de Köppen, sem testado futuramente com as relações entre a
estação seca definida, com verões quentes, disponibilidade de recursos e outros fatores
geadas pouco freqüentes e tendência de sazonais na abundância da espécie.
concentração das chuvas nos meses de verão. A
temperatura média no mês mais frio é inferior a Conclusões
18 oC (mesotérmico) e temperatura média no A abundância de captura de A. cinereus na
mês mais quente é acima de 22 oC. Foram Reserva do Salto Morato apresenta uma
realizados 24 meses de trabalhos em campo, variação sazonal, com um maior número de
entre dezembro de 2007 a maio de 2009 e entre capturas entre os meses de janeiro a abril. A
agosto de 2009 a janeiro de 2010, com três variação temporal do ambiente e dos recursos é
noites de coletas de morcegos por mês. Foram um aspecto chave a ser estudado de maneira a
60
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
elucidar a aparente flutuação populacional de A. Passos F.C.; Miranda J.M.D.; Bernardi I.P.;
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Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
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Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
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Ditchfield(3)
(1) Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução, UFG, Goiânia, Goiás, Brasil; (2) Laboratório
de Ecologia Aplicada e Conservação, UFG, Goiânia, Goiás, Brasil; (3) Laboratório de Estudos de
Quirópteros, UFES, Vitória, Espírito Santo, Brasil.
We found a total of twelve roosts, seven Nogueira 2007), as we observed in the Pedra da
natural (e.g. trees, caves, rock crevices) and five Cebola Municipal Park.
artificial (bridges, buildings, rain pipes). We observed that M. rufus individuals
At the Área de Relevante Interesse stayed hidden in wooden crevasses within the
Ecológico Morro da Vargem we found three hollow, either as a strategy to keep themselves
types of roosts: (1) a small cave where we warm or as a protection against opportunistic
captured 25 individuals of Carollia perspicillata predation by P. hastatus from the colony above,
(Linnaeus, 1978), eight individuals of Anoura since P. hastatus is known to prey on other bats
caudifer (E. Geoffroy St.-Hilaire, 1818), two (Santos et al. 2003; Oprea et al. 2006).
individuals of Lonchorhina aurita Tomes, 1873 Artibeus lituratus and P. lineatus usually
and one individual of Diphylla ecaudata Spix, roost in the canopy of palm trees, under the
1823, Tonatia bidens (Spix, 1823) and Trachops leaves (Zortéa 2007), even in urban areas, as
cirrhosus Gray, 1847; (2) two rain pipes (1.5m also observed by other authors (Barros et al.
diameter), in which we captured L. aurita (27 2006; Oprea 2007; Zortéa 2007).
individuals), T. cirrhosus (7 individuals), C. perspicillata is known to roost in a wide
Desmodus rotundus (É. Geoffroy St.-Hilaire, variety of manmade structures (Ortêncio-Filho
1810) (22 individuals) and (3) a building, where et al. 2007). R. naso is usually found in well-
we captured 65 Molossus molossus (Pallas, illuminated roosts over water (Nogueira and Pol
1766). 1998; Zortéa 1998; Peracchi and Nogueira
In the rural landscape in the municipality of 2007). M. molossus is commonly found
Alfredo Chaves we found four kinds of roosts: inhabiting buildings (Fabian e Gregorin 2007).
(1) a cave where we observed 20 individuals of T. cirrhosus and D. rotundus are already
C. perspicillata; (2) a bridge where we observed well known to roost in rain pipes (Cramer et al.
separate colonies of C. perspicillata and 2001; Aguiar 2007). To our knowledge, our
Rhynchonycteris naso (Wied-Neuwied, 1820); capture of L. aurita is the first published record
(3) a hollow in a Ficus tree where we captured of it in an artificial roost.
four Phyllostomus hastatus (Pallas, 1767) and
some Molossus rufus É. Geoffroy St.-Hilaire, Conclusions
1805 (31 individuals were captured); (4) an We found foliage roosts only in the urban
abandoned house where we captured four area. This may be due to the fact that in urban
individuals of C. perspicillata. area trees are easier to search than those in
In the urban landscape of Vitória we found forests. The same reasoning may apply for
two types of roosts: (1) palm tree leaves and (2) hollows in trees in the rural area, where the
rock crevices. We found two roosts in palm tree clearing of land into plantations and pastures
leaves within the Federal University of Espírito makes such roosts easier to find. The higher
Santos campus: nine individuals of Artibeus availability and reduced ease of searcher
lituratus (Olfers, 1818) roosted in the leaves of discovery probably make roosts more difficult
a coconut palm tree (Cocos nucifera), and five to find in forests, providing a possible
individuals of Platyrrhinus lineatus (É. explanation for not finding them in the protected
Geoffroy St.-Hilaire, 1810) roosted in the leaves area.
of a palm tree (Livistona chinensis). We also Roosts are very important resources for bats,
found two roosts in rock crevices within Pedra especially in regions that have experienced
da Cebola Municipal Park, a small urban park in significant human pressure. They are of
Vitória where we captured one individual of paramount importance to the persistence of bat
Peropteryx macrotis (J. A. Wagner, 1843) and communities. In urban landscapes, parks
five individuals of Nyctinomops laticaudatus (É. provide a buffer zone refuge and play a key role
Geoffroy St.-Hilaire, 1805). in achieving this goal.
Carollia perspicillata and Desmodus
rotundus are the most common bat species that Acknowledgements
roosts in caves in Brazil (Trajano 1995). We To Silvia Ramira Lopes Pinto and Merlin D.
observed C. perspicillata roosting in caves both Tutle for providing helpfull comments in the
in the protected area and in the rural landscape. first version of the manuscript; Instituto
All species captured or observed roosting in Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
caves in this study had already been cited to use Naturais Renováveis (IBAMA) for the
this kind of roost (Cramer et al. 2001; Esbérard fieldwork licences; the administration of
and Bergallo 2004; Esbérard et al. 2005). Mosteiro Zen Morro da Vargem park; Valdir
N. laticaudatus and P. macrotis are known Cetto and family for the permission to work on
to roost in rock crevices (Ávila-Flores et al. their property; all collegues that helped in
2002; Fabian and Gregorin 2007; Peracchi and
66
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
fieldwork; PM thanks UFES/PETROBRÁS for Nogueira M.R. and Pol A. 1998. Observações
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67
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
Maria Juliana Gomes Arandas(1)*, Eveline de Cássia Batista de Almeida Alves(1), Waneza Waleria
Pereira de Araújo(1), Carla Clarissa Nobre de Oliveira(2) e Katharine Raquel Pereira dos Santos(3)
(1) Curso de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Pernambuco, Vitória de Santo Antão, PE,
Brasil; (2) Pós-Graduação em Biologia animal, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil;
(3) Universidade Federal de Pernambuco, Núcleo de Biologia, Vitória de Santo Antão, PE, Brasil.
gestação. Entretanto, deste último percentual, e Walton D.W.), pp. 233-246. Southern
foi verificado que 56% das fêmeas apresentaram Methodist Univ. Press, Dallas.
estágio inicial de gestação após a análise Fleming T.H.; Hooper E.T. e Wilson D.E. 1972.
anatômica. Não foram encontradas fêmeas Three Central American bat communities:
simultaneamente grávidas e lactantes a partir structure, reproductive cycles and movement
dessas análises. patterns. Ecology 53: 55-569.
Os resultados através da análise anatômica Hood C.S. e Smith J.D. 1982. Cladistical
demonstraram ainda, que as fêmeas de P. Analysis of Female Reproductive
discolor possuem um útero simples, em forma Histomorphology in Phyllostomatoid Bats.
triangular devido à completa fusão de cornos. Syst. Zool. 31: 241-251.
Essa anatomia externa uterina é considerada Mccraken G.F. e Wilkinson G.S. 2000. Bat
uma sinapomorfia da família Phyllostomidae, mating systems. Em: Reproductive biology
exceto para algumas espécies da subfamília of bats. (Editado por Crichton E.G. e
Desmodontinae (Hood e Smith 1982). Todas as Krutzsch P.H.), pp. 321-362. Academic
fêmeas analisadas apresentaram apenas um Press, London, 510p.
filhote por gestação, sendo este o padrão Miretzki M. 2003. Morcegos do Estado do
normalmente descrito para os morcegos da Paraná, Brasil (Mammalia, Chiroptera):
família Phyllostomidae (Carter 1970; Fleming et riqueza de espécies, distribuição e síntese do
al. 1972; Taddei 1976; Reis 2007). conhecimento atual. Papéis Avulsos de
É de grande valia ressaltar que as análises Zoologia, São Paulo 43(6): 101-138.
macroscópicas por apalpação do abdome Neuweilwer G. 2000. The Biology of Bats.
resultaram em dados incompletos nestes Oxford University Press, New York.
espécimes, sendo necessária a análise anatômica Racey P.A. 1988. Reproductive assessment in
para obtenção de dados mais precisos, bats. Em: Ecological and behavioral
posteriormente as análises histológicas methods for the study of bats. (Editado por
confirmará com maior exatidão a atividade Kunz T.H.), pp.31-45. Washington, DC,
ovariana. Smithsonian Institution Press, 553p
Os resultados obtidos estão de acordo com Racey P.A. e Entwistle A.C. 2000. Life-history
os estudos existentes na literatura para a and Reproductive Strategies of Bats. Em:
caatinga de Pernambuco, os quais relatam que Reproductive Biology of Bats. (Editado por
P. discolor apresentou fêmeas gestantes e Crichton E.C. e Krutzchs P.H.), pp. 607-626.
lactantes nos meses de outubro, novembro e Academic Press, New York.
março (Willig 1985). Reis N.R; Peracchi A.L; Pedro W.A; Lima I.P
Para o estágio reprodutivo através da análise 2007. Morcegos do Brasil. Londrina: Editora
da morfologia externa dos machos, os resultados da Universidade Estadual de Londrina.
demonstraram que 53% dos machos adultos Taddei V.A. 1976. The reproduction of some
eram escrotados. A presença de machos Phyllostomidae (Chiroptera) from the
escrotados coincidiu com a época de maior northwestern region of the State of São
receptividade das fêmeas, como foi relatado por Paulo. Boletim de Zoologia da Universidade
Fleming et al. (1972), no entanto, estes dados de São Paulo 1: 313-330.
serão posteriormente verificados, visto que as Taddei V.A. 1980. Biologia reprodutiva de
análises anatômicas e histológicas do genital Chiroptera: Perspectivas e problemas.
fornecerão dados mais precisos quanto à Instituto de Biociências, Letras e Ciências
atividade ovariana e espermática, e Exatas/Universidade Estadual Paulista ―Júlio
consequentemente, a sincronização entre os de Mesquita Filho‖, Bol. Inter-Facies II 6: 1-
estágios reprodutivos de machos e fêmeas. 18.
Taddei V.A. 1983. Alimentação, implicações
Conclusões ecológicas e médico-sanitárias dos
O presente estudo revelou que a população morcegos. Casa da Agricultura 5: 29-33.
de P. discolor em fragmentos de Mata Atlântica Voigt C.C. 2003. Reproductive Energetics of
do litoral sul de Pernambuco apresentou the Nectar-feeding Bat Glossophaga soricina
predominância de fêmeas grávidas nos meses de (Phyllostomidae). Journ. Comp. Physiol. B
setembro, outubro e novembro da estação seca, 173: 79-85.
coincidindo com predominância de machos Willig M.R. 1985. Reproductive Patterns of
adultos escrotados. Bats from Caatinga and Cerrado biomes in
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Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
70
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
The population structure of bats in the understory foraging areas: the use of
systematic sampling to assess quantitative data
Laboratório de Métodos Quantitativos, ESALQ/USP, Av. Pádua Dias, 11, CxP 9, CEP 13418 – 900,
Piracicaba, SP, Brasil.
Simpson (1-D) indices were used for estimating important tool in the population and ecology
diversity and uniformity, the index of Sorenson studies of this species.
modified by Bray and Curtis to compare the The overall diversity for the study areas was
similarity of the sampling plots (Magurran H‘ = 3.017 (Shannon Index), with uniformity of
1989), and Schnabel‘s index to calculate the 1-D = 0.483 (Simpson index). This high
size of the community. Still, evidence of bats in diversity value differs from the estimated in
the sampling points was obtained by direct population studies with standard protocols
observation (bats captured and visualized) (Pedro et al. 2001; Esbérard 2003; Bianconi et
during the check of nets, and for behavioral al. 2004; Mello and Schittini 2005), which may
study was used Yukon Night Vision Monocular suggest a selective use of flight corridors,
NVMT 4x50, totaling an effort of 795 minutes. leading to biased of population data when
Was through the behavioral study that estimated conditioned the sample for these paths. Still,
the probability of detection of mist nets for bats given the different population abundances
when in contact with these. between environments (ANOVA, F = 2.79255 p
= 0.015545), the highest diversity (2.897) and
Results and Discussion lower uniformity (0.625) were obtained for the
The estimated richness for the study areas FES, with the dominant species C. perspicillata
was 17 (12 to 22) species, however, (24%) and G. soricina (22%). The EUC was the
preliminary data recorded 13 species: Anoura environment of lower diversity (2.218), but
caudifer (É. Geoffroy St.-Hilaire, 1818) (6), slightly lower than that obtained for the CER
Anoura geoffroyi Gray, 1838 (1), Artibeus (2.419), and was D. rotundus with dominant
lituratus (Olfers, 1818) (1), Artibeus species.
planirostris (Spix, 1823) (1), Carollia Similarity between sampling plots, ranged
perspicillata (Linnaeus, 1758) (20), from 0.28 to 0.52, was consistent with expected
Chrotopterus auritus (W. Peters, 1856) (7), given the different vegetation structure between
Desmodus rotundus (É. Geoffroy St.-Hilaire, fragments, demonstrating the potential of
1810) (13), Glossophaga soricina (Pallas, 1766) systematic sampling for population studies of
(10), Micronycteris microtis Miller, 1898 (6), bats in different environments.
Myotis riparius Handley, 1960 (2), Platyrrhinus Finally, capture success was 0.024 bats/hour,
lineatus (É. Geoffroy St.-Hilaire, 1810) (1), and was strongly influenced by the high
Platyrrhinus recifinus (O. Thomas, 1901) (1), detectability of nets by bats (64.7%). However,
and Sturnira lilium (É. Geoffroy St.-Hilaire, the inferiority of capture success may reflect
1810) (2). also a naturally low population density,
The species composition for the foraging noticeable by the recapture rate (14.46%),
areas was different from that commonly relatively higher than obtained by standard
observed in population studies using standard protocols (Falcão et al. 2003; Bianconi et al.
protocols for sampling understory (Esbérard 2004), and by low presence of bats in the
2003; Falcão et al. 2003; Bianconi et al. 2004; airspace at sampling point (14.5%). The
Ortêncio-Filho et al. 2005; Ortêncio-Filho and community was estimated by Schnabel indice
Reis 2009), indicating that the population and correct for level of detectability of nets in
structure actually active in the forest areas is not 450 individuals (283 to 1,087) with population
necessarily the same as that moving in these density of 54 individuals/ha (34 to 132), lower
environments. than obtained by Bianconi et al. (2004), for
The difference observed between the example, at flight routes. This high rate of
abundance of species (ANOVA, F = 2.672507 p recapture and low density were according with
= 0.01594), showed an uncommon expectations in this study, given the higher
heterogeneity of the community, with a number of temporary resident bats (due to
dominance of C. perspicillata, pattern also availability of food) or fixed, expected for the
observed from many population studies forest understory, unlike the flight routes,
(Bergallo et al. 2003; Mello and Schittini 2005), wherever should prevail individuals travelers,
followed by species usually rare in studies, as and not necessarily actives on the study area.
D. rotundus, G. soricina, A. caudifer, C. auritus But, correction of the estimates by the level of
(Esbérard 2003; Bianconi et al. 2004; Mello and detectability of nets should be interpreted with
Schittini 2005), and M. microtis (Pedro et al. caution because levels detection of nets for
2001), which may be a differential of the species and individuals were probably different.
systematic sampling for the standard protocols.
If systematic sampling on foraging areas favors Conclusions
the capture of rare species, may represent an For the preliminary nature of the collected
data, it is premature any conclusion about the
72
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
use of systematic sampling to estimate Kunz T.H. 1982. Little brown bat. In: Census
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we have reason to believe that the systematic Davis Jr. D.E.), pp. 124-126. Florida: CRC
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Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
Leandro Pimentel de Andrade(1), Robson Soares de Melo(1), Roseli Rodolfo da Silva(1), Paloma Joana
Albuquerque de Oliveira(1), Jarcilene do Carmo Tomaz de Oliveira(1), Emmanuel Messias Vilar
Gonçalves da Silva(1), Teone Pereira da Silva Filho(1), Luiz Augustinho Menezes da Silva(2)
(1) Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas – UFPE/CAV; (2) Grupo de Estudos de Morcegos no
Nordeste (GEMNE), Núcleo de Biologia / Universidade Federal de Pernambuco.
Marcione Brito de Oliveira(1), Tiago Teixeira(2), Jorge Luiz do Nascimento(3), Thaís Miranda de
Souza(4)
78
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
de Solanumm spp., 13% com sementes de essas espécies, Myotis cf. albescens foi
Vismia sp. e 30,4% com material não registrada apenas no terço final da noite.
identificado. Sturnira lilum teve 21,7% de A espécie hematófaga Desmodus rotundus
sementes de Solanumm sp., 17,4% de sementes (E.Geoffroy, 1810) (n = 5), com 3,5% do total
de Cecropia spp., invertebrados, enquanto das capturas, concentrou sua atividade
sementes de Piper sp. foram encontradas em principalmente nas três primeiras horas da noite
4,3% das amostras fecais e outros 52,2% das (80%).
amostras continham apenas material não Considerando todas as espécies, observou-se
identificado. Em Artibeus spp. 87,5% das que as mesmas se mantiveram mais ativas
sementes encontradas eram de Cecropia spp. e principalmente no período correspondente ao
12,5% de material não identificado. início da noite (60%).
Os resultados obtidos sobre a dieta de C.
pespicillata, S. lilum e das espécies de Artibeus Conclusões
são semelhantes aos reportados na literatura A maioria das espécies foi coletada nas três
para essas espécies, sendo frutos de Piperaceae, primeiras horas após o pôr-do-sol, sendo este o
Solanaceae, Cecropiaceae, Guttiferae e horário de maior atividade desses animais,
Moraceae os itens alimentares mais mostrando ainda que suas atividades podem ser
frequentemente utilizados. contínuas durante toda a noite mas com menor
Os resultados obtidos mostram que Carollia intensidade.
pespicillata e Sturnira lilium são as espécies
mais comuns nas áreas amostradas como em Agradecimentos
diversos outros estudos na Mata Atlântica Ao CNPq pela concessão da bolsa a JLN; à
(Moratelli e Peracchi 2007). Isabela Deiss pela confecção dos sacos de
Os frugívoros de sub-bosque Sturnira lilium contenção, pelas idéias e correções; Ao Ricardo
(E. Geoffroy, 1810) (n = 42) e Carollia Moratelli pela identificação de alguns
perspicillata (Linnaeus, 1758) (n = 30), espécimes. Ao PARNASO/ICMBio pela
contribuíram com 50,0% do total de capturas, autorização de coleta concedida e pelas
sendo consideradas abundantes e tiveram maior facilidades e apoio fornecido no
atividade durante as três primeiras horas da desenvolvimento das atividades de campo.
noite (65,3%). Espécies classificadas como
frugívoros de dossel, Artibeus fimbriatus Gray, Referências
1838 (n = 4), Artibeus lituratus (Olfers, 1818) Cronemberger C. e Viveiros de Castro E.B.
(n = 8), Artibeus planirostris Spix, 1823 (n = 5) 2007. Ciência e Conservação na Serra dos
e Artibeus sp. (n = 1), foram responsáveis por Órgãos. Brasília: IBAMA.
13,2% do total das capturas e foram mais ativas Eisenberg J.F. e Redford K. 1999. Mammals of
nas três primeiras horas (52,6%). Artibeus the Neotropics: the central neotropics.
cinereus (Gervais, 1856) (n = 1) foi coletada Chicago: University of Chicago Press.
apenas no fim da noite, nas ultimas tres horas. Emmons L.H. e Feer F. 1997. Neotropical
Como as espécies M. albescens, A. cinereus Rainforest Mammals: a field guide. 2nd
e M. hirsuta só foram coletadas no final da ed.Chicago: The University of Chicago
noite, demonstra ser importante que as coletas Press, 1997. 392p.
sejam feitas durante toda a noite, para se obter Esbérard C.E.L. e Bergallo H.G. 2005. Research
um levantamento consistente da quiropterofauna on bats in the state of Rio de Janeiro,
(Esbérard et al. 2005). southeastern Brazil. Mastozoologia
Micronycteris megalotis (Gray, 1842) (n = Neotropical 12(2): 237-243.
4) e Micronycteris hirsuta (Peters, 1869) (n = Esbérard E.L. e Bergallo H.G. 2005. Coletar por
1), classificadas como insetívoros catadores seis ou doze horas a cada noite? Revista
corresponderam a 3,5% do total de capturas, as Brasileira de Zoologia 22(4): 1095-1098.
quais foram concentradas nas seis primeiras Fleming T.H. 1988. The short-tailed fruit bat: a
horas da noite (80%), embora M. hirsuta tenha study in plant-animal interactions. Wildlife
sido coletada apenas nas últimas três horas. Os behavior and ecology. Chicago, University
insetívoros aéreos Myotis cf. albescens of Chicago Press.
(È.Geoffroy, 1806) (n = 2); Myotis cf. levis Kalko E.K.V. e Handley Jr. D.H. 1996.
(I.Geoffroy, 1824) (n = 7); Myotis nigricans Organization, diversity and long-term
(Schinz, 1821) (n = 5); Myotis ruber dynamics of a Neotropical bat community.
(È.Geoffroy, 1806) (n = 10) e Myotis sp. (n = 2) In: Cody, M. and Smallwood, J.A. (Editors).
foram 18,0% do total das capturas, a maioria Long term studies of vertebrate
delas nas três primeiras horas (61,5%). Dentre communities. New York: Academic Press.
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Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
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Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
Regiana L. Oliveira, Lílian C. Praes, José Carlos Nogueira, Germán A.B. Mahecha e Cleida A. Oliveira*
mensurações, imagens foram obtidas com o uso espermatozoides. Na região da cabeça ocorre
de fotomicroscópio Nikon Eclipse-E600 e diminuição na altura do epitélio, aumento do
através do software Image-Tool software. Os diâmetro luminal e da quantidade de
dados obtidos foram submetidos ao teste de espermatozoides no lúmen. O corpo é a região
normalidade Shapiro–Wilk‘s e posteriormente mais extensa e sua concentração espermática
analisados pelo teste t-Student. As diferenças luminal é maior comparado à cabeça. A cauda
foram consideradas significativas quando p ≤ possui o epitélio cilíndrico baixo a cúbico e é a
0,05. região de maior diâmetro tubular e concentração
espermática.
Resultados e Discussão Ao contrário do observado em morcegos de
Artibeus lituratus possuem testículos com regiões temperadas (Krutzsch 1975; Gustafson
localização inguinal subcutânea, não 1979), a regressão das vias genitais ocorre
apresentando escroto. Os túbulos seminíferos juntamente com a regressão testicular. Nesse
convergem para o mediastino, onde continuam período foi observada marcante regressão dos
com os túbulos retos/rede testicular. A rede DE e epidídimos no período de dezembro-abril.
testicular possui as porções intra e Na regressão, houve significativa redução na
extratesticular, sendo a última contínua com os altura do epitélio e diâmetro dos DE e ducto
dúctulos eferentes (DE). Através de epididimário. Nos DE, a redução no diâmetro
microdissecação, encontrou-se que a espécie tubular foi de cerca de 16% na região proximal
possui 12-15 DE, que surgem separadamente e e 11% na região distal. No epidídimo, a
seguem paralelos em direção ao epidídimo. Na regressão do diâmetro tubular foi mais
região distal, os DE confluem formando cerca acentuada, sendo essa redução de 51%, 45%,
de seis dúctulos terminais que desembocam no 47% e 31% no segmento inicial, cabeça, corpo e
segmento inicial do epidídimo. Esse padrão de cauda, respectivamente. A redução na altura
disposição dos DE é semelhante ao já descrito epitelial nos DE foi de 14% na região proximal
para o cão, porco, cavalo, dentre outros (Ilio e e 19% na região distal, enquanto no epidídimo
Hess 1994). essa redução foi de 55% no segmento inicial,
O epitélio dos DE é simples, cilíndrico, 40% na cabeça, 29% no corpo e 13% na cauda.
composto por células ciliadas e não-ciliadas. As No epidídimo notou-se ausência de
células não-ciliadas são as mais numerosas, espermatozoides luminais. Apesar da acentuada
possuem núcleo oval e citoplasma com atrofia, foi possível distinguir os diferentes tipos
numerosos grânulos PAS-positivos. As células celulares epiteliais em ambos os órgãos
ciliadas apresentam base mais estreita que o analisados.
ápice, longos cílios, núcleo oval e de localização
apical, citoplasma claro e com grânulos PAS- Conclusões
positivos esparsos ou ausentes. Cada dúctulo é O padrão morfológico observado nos
envolvido por uma ou duas camadas de células dúctulos eferentes e epidídimo de A. lituratus é
musculares lisas. Entre os dúctulos há tecido semelhante ao descrito para outros mamíferos
conjuntivo frouxo, contendo abundantes eutérios. Mesmo as alterações estacionais sendo
mastócitos. pouco acentuadas no Brasil, A. lituratus
O epidídimo localiza-se crânio-medialmente apresenta um evidente período de regressão
ao testículo, sendo formado por um único ducto reprodutiva, mas sem evidências de
flexuoso, no qual distinguem-se o segmento armazenagem epididimária de espermatozoides
inicial, cabeça, corpo e cauda. A estrutura nem assincronia entre atividade testicular e das
histológica do epidídimo de A. lituratus é vias espermáticas, o que difere de morcegos de
semelhante ao já descrito para outros mamíferos regiões Temperadas.
(Oke et al. 1988; Jones 2002), sendo revestido
por epitélio pseudoestratificado cilíndrico, Agradecimentos
composto por células principais, basais, halo, A André Oliveira e ao Thiago Maia pelo
claras, estreitas e apicais. Essas células estão apoio durante as coletas; à Pollyana Rabelo pelo
combinadas de formas variadas, fazendo com apoio técnico.
que cada segmento epididimário apresente Financiamento: Capes, CNPq.
características distintas. O ducto epididimário é
envolvido por duas a quatro camadas de células Referências
musculares lisas nas regiões do segmento inicial Cooper T.G. 1999. Epididymis Enciclopedia of
até o corpo e entre seis a dez camadas na região reproduction. Academic Press, 1-17.
da cauda. O segmento inicial é a região com De Knegt L.V.; Silva J.A.; Moreira E.C. e Sales
maior altura epitelial e menor diâmetro luminal, G.L. 2005. Morcegos capturados no
onde se observa pequena quantidade de município de Belo Horizonte, 1999-2003.
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(1) Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada, UFLA, Lavras, Brasil; (2) Núcleo de Pesquisa em
Palinologia, Instituto de Botânica da Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, Brasil; (3) Setor de
Zoologia, Departamento de Biologia, UFLA, Lavras, Brasil.
apresentando em média 431,5 ± 328,1 grãos, nectarívoros (Heithaus et al. 1975; Gribel e Hay
Lonchophylla mordax com 12 indivíduos 1993; Varassin et al. 2001; Coelho e Marinho-
apresentando em média 332,0 ± 259,2 grãos e Filho 2002).
Anoura caudifer com nove indivíduos Um aspecto importante foi a observação do
apresentando em média 295,8 ± 224,0 grãos. As tipo polínico de Ochroma pyramidale em três
menores ocorrências foram registradas para indivíduos capturados em pontos próximos,
Anoura geoffroyi com um indivíduo porém em estações diferentes. Existe histórico
apresentando 255 grãos e Lionycteris spurrelli da utilização dessa espécie por morcegos
com três indivíduos apresentando em média (Tschapka 2005), porém a distribuição dessa
266,7 ± 84,8 grãos. planta é amazônica. O registro de O. pyramidale
Foram registrados sete tipos polínicos no na região não foi constatado, mas dado o
verão, 11 no outono, 14 no inverno e cinco na interesse comercial em sua utilização para
primavera. Uma maior riqueza de tipos construção de pequenas embarcações ou mesmo
polínicos foi observada na época mais seca do ornamental, é possível que ela tenha sido
ano corroborando Heithaus et al. (1975). introduzida e esteja sendo cultivada na região.
O tipo polínico mais abundante foi o de
Bauhinia forficata que ocorreu em 82,6% das Conclusões
amostras. Caryocar brasiliense ocorreu em A alta riqueza de tipos polínicos registrada
37,2% das amostras. O pólen de Hymenaea na época seca pode estar relacionada à elevada
ocorreu também em 34,9% das amostras, não abundância de morcegos nectarívoros registrada
sendo observado na primavera. Pseudobombax para esse período.
ocorreu em 16,3% das amostras, não ocorrendo Na primavera, período em que foram
no verão e primavera. Passiflora foi observada registrados menos tipos polínicos, houve uma
em 15,1% dos indivíduos, não figurando no dominância nas amostras pelo pólen de
outono. Caryocar brasiliense, planta muito freqüente na
Fato interessante foi a observação de região.
polínias na pelagem de 12 indivíduos,
principalmente durante o outono. As polínias Agradecimentos
são massas de grãos de pólen presas a estruturas A Cláudia Luz, Edmar Manduca, Fernanda
(polinários) adaptadas à aderência específica ao Leone, Guilherme Alvarenga, Ivan Lima, Luiz
corpo de insetos e ocorrem nas plantas das Siqueira, Stefanie Preuss e em especial ao
famílias Orchidaceae e Asclepiadaceae. De fato, Sebastião Genelhú pelo trabalho em campo; À
há registro de visitas de morcegos a Grazielle Teodoro, pela contribuição na
Orchidaceae (Geiselman et al. 2002). Nesse amostragem florística e pela identificação de
estudo, foram observadas somente estruturas exsicatas; À todos da gerência ICMBio do
incompletas. Provavelmente esses morcegos Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, na
estão se alimentando oportunisticamente dessas pessoa do gerente Evandro Silva; À família do
flores, contribuindo pouco na sua polinização. Seu Nourival Santos, pelo apoio logístico no
O pólen de Calliandra ocorreu em 12,8% Parque; aos revisores anônimos, pelos valiosos
das amostras, especialmente no inverno. Lemke comentários.
(1985) constatou visitas à Calliandra sem a Financiamento: CAPES, FAPEMIG.
prestação de serviços de polinização.
Bromeliaceae ocorreu em 10,6% dos indivíduos, Referências
principalmente no inverno. Baker H.G. 1973. Evolutionary relationships
Abaixo de 6%, foram observados um tipo between plants and animals in American
polínico não identificado de Bombacoideae and African forest. Em: Tropical Forest
(5,8%), Cavanillesia (4,7%), Ochroma Ecosystems in Africa and South America: A
pyramidale (3,5%), Roupala (3,5%), Cactaceae Comparative Review. (Editado por Meggers
(2,3%), Anadenanthera (2,3%), Chorisia, B.J.; Ayensus E.S. e Duckworth W.D.), pp.
Aparisthimium, Anacardium, Brosimum e 145-159. Smithsonian Institution Press,
Cecropia, todos com 1,2%. Para Brosimum e Washington.
Cecropia foram observados apenas três e dois Bernhardt P. 1992. Pollen transport and transfer
grãos, respectivamente, no mesmo indivíduo e by animal pollinators. Em: Pollination
no verão. Ecology: The Practical Approach. (Editado
Pólen de C. brasilense, B. forficata, por Dafni A.) Oxford: Oxford University
Hymeneae, Pseudobombax e Passiflora foram Press.
os mais freqüentes nas amostras de pelagem dos Brandão M. e Magalhães G.M. 1991. Cobertura
morcegos observados e compreendem itens bem vegetal da microrregião Sanfranciscana de
documentados para a dieta de morcegos Januária. Daphne 1(2): 19-26.
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Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
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Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
Luiz Augustinho Menezes da Silva(1)*, Albérico Queiroz S. de Souza(2), Aristofenes Santos de Lima
(2), Chrisjacele Santos F. de Araújo(2), Clézia Valdênia M. da Silva (2), Lucillo Everton Cardoso
Silva(2), Maurílio Ferreira Gomes(2), Priscila Luna Queiroz(2) e Rivonalda Maria da Silva(2)
(1) Núcleo de Biologia / Universidade Federal de Pernambuco – CAV Grupo de Estudos de Morcegos no
Nordeste (GEMNE); (2) Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Faculdade de Formação de
Professores da Mata Sul, Palmares, Pernambuco.
em cada mês. Cada noite em um sítio de coleta e espécies de plantas pioneiras. Destacam-se com
a ultima noite em um ponto aleatório distante poucos registros no Estado, Diaemus youngi
dos pontos de coletas determinados em cada capturado apenas em duas localidades (Guerra,
sítio, os animais foram soltos após o fechamento 2007; Soares, 2008), esta espécie é considerada
das redes. O material coletado foi identificado a menos freqüente entre as três espécies
utilizando-se os trabalhos de Vizotto e Taddei hematófagas ao longo de toda a sua distribuição
(1973), Emmons e Feer (1990), Eisenberg e geográfica, é considerada rara em todo o
Redford (1992) e Gregorin & Taddei (2002), os território nacional (Aguiar et al. 2006) e em
espécimes coletados encontram-se no toda a sua distribuição geográfica (Greenhall e
Laboratório de Biodiversidade do Centro Schutt 1996), fato que suscitou a sua inclusão
Acadêmico de Vitória-UFPE. nas listas de espécies ameaçadas de extinção do
Estado do Rio de Janeiro (Bergallo et al. 2000)
Resultados e Discussão e do Paraná (Margarido e Braga 2004) e T.
Foram registradas três famílias e 25 espécies bidens sem registros prévios para Pernambuco
de um total de 677 capturas (Phyllostomidae 20 (Willig e Mares 1989; Willians et al. 1995;
espécies / 666 capturas; Vespertilionidae 4/10; Guerra 2007). Pode-se ainda comentar a
Molossidae 1/1), sendo que Vespertilionidae e presença de M. ruber esta espécie tem sua
Molossidae possivelmente apresentaram menor biologia, ecologia e distribuição geográfica
riqueza e número de capturas pela seletividade pouco conhecida, sendo incluída na lista de
do método de captura com redes de neblina espécies ameaçadas de extinção (IBAMA 2003;
(Portfors et al. 2000). A riqueza encontrada Machado et al. 2005) em virtude da poluição,
representa 50% da quiropterofauna na Floresta do desequilíbrio ecológico, do desmatamento e
Atlântica de Pernambuco (Guerra 2007). da destruição do seu hábitat, com status de
Com relação ao número de capturas, temos vulnerável pela IUCN (2009).
em ordem decrescente, Carollia perspicillata A presença de espécies raras no Estado na
(Linnaeus, 1758) (n=382), Artibeus lituratus área em estudo tem grande importância, uma
(Olfers, 1818) (n=115), Artibeus cinereus vez que está localizada no Centro de
(Gervais, 1856) (n=43), Artibeus planirostris Endemismo de Pernambuco (CEPE), área ao
(Spix, 1823) (n=34), Artibeus fimbriatus Gray, Norte do Rio São Francisco que compreende os
1838 (n=27), Rhynophylla pumilio Peters, 1865 estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Rio
(n=9), Artibeus obscurus (Schinz, 1821) (n=8), Grande do Norte (Silva e Casteletti 2003), esses
Phyllostomus discolor Wagner, 1843 (n=8), registros podem ser utilizados como ferramentas
Glossophaga soricina (Pallas, 1766) (n=8), para estudo de conservação, uma vez que
Platyrrhinus lineatus (E. Geoffroy, 1810) (n=6), segundo Fenton et al. (1992) morcegos têm
Sturnira lilium (E. Geoffroy, 1810) (n=6), grande potencial como indicadores de níveis de
Myotis nigricans (Schinz, 1821) (n=4), Myotis destruição de habitats.
ruber (E. Geoffroy, 1806) (n=4), Micronycteris Das espécies capturadas seis estiveram
megalotis (Gray, 1842) (n=3), Micronycteris presentes em todos os sítios de captura. Com
minuta (Gervais, 1856) (n=3), Trachops relação a freqüência mensal, C. perspicillata foi
cirrhosus (Spix, 1823) (n=3), Lophostoma capturada em todos os meses, a maior
brasiliensis Peters, 1866 (n=3), Phylloderma abundância e a maior frequência dessa espécies
stenops Peters, 1865 (n=2), Phyllostomus podem estar relacionados a grande quantidade
hastatus (Pallas, 1767) (n=2), Desmodus de piperáceas na área, recurso esse muito
rotundus (È. Geoffroy, 1810) (n=2); Tonatia explorado pela espécie (Peracchi et al., 2006).
bidens (Spix, 1823), Diaemus youngi (Jentink, A composição, riqueza e número de capturas
1893), Lasiurus ega (Gervais, 1856), Molossus variaram entre as estações. Na estação seca
molossus (Pallas, 1766) e Eptesicus sp. obteve-se 17 espécies e 269 capturas, já na
Rafinesque, 1820 foram capturadas uma única chuvosa 22 espécies e 381 capturas, destas, com
vez. relação a composição nas estações, 14 espécies
A curva de coletor aparentemente havia foram comuns a ambas as estações, oito apenas
estabilizado no quarto mês de captura (21 na chuvosa e três na seca.
espécies), entretanto quatro novas espécies
foram capturadas em setembro (décimo mês de Conclusões
captura). Carollia perspicillata foi a espécie A comunidade de morcegos estudada
dominante representando 56,4 % das capturas mostrou-se com uma forte dominância de
seguida por Artibeus lituratus com 16,9%. Carollia perspicillata. O encontro de Diaemus
Carollia perspicillata pode ser considerada uma youngi e o registro para o estado de Tonatia
espécie chave na dinâmica dessa comunidade, bidens evidenciam a necessidade de inventariar
por ser importante na dispersão de muitas outros fragmentos de Floresta Atlântica em
88
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(1) Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal, UNESP, São José do Rio Preto. Rua Cristóvão
Colombo, nº 2265, Jd. Nazareth, São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil. 15054-000; (2) Departamento
de Apoio, Produção e Saúde Animal, UNESP, Araçatuba, São Paulo, Brasil. 16050-680.
As três áreas não apresentaram diferenças de risco que se encontra cada fragmento
significativas nos demais testes estatísticos, no estudado, a diversidade de espécies destes, é
entanto apresentaram um alto índice de igual ou maior do que outras taxocenoses
similaridade entre si (84%), sendo que a estudadas em áreas de mesma formação
Fazenda Experimental e o córrego Talhadinho florestal (Vizotto e Taddei 1976). Para as áreas
foram as mais similares (90%). estudadas a maioria dos indivíduos capturados
As espécies coletadas em maior número são importantes dispersores de sementes, bem
foram; Sturnira lilium (E. Geoffroy, 1810) como polinizadores de plantas, fato que ressalta
(26,34%), Artibeus planirostris Spix, 1823 ainda mais a importância da recuperação dos
(22,99%), Carollia perspicillata (Linnaeus, fragmentos da região para conservação da fauna
1758) (17,61%) e Artibeus lituratus (Olfers, e flora regional.
1818) (10,04%). Todas as espécies foram menos
abundantes na fase seca em relação à fase Conclusões
chuvosa, exceto A. lituratus que foi mais Estes resultados indicam que os
representada na estação seca. A família remanescentes amostrados ainda abrigam uma
Phyllostomidae predominou nas três áreas de parcela significativa das espécies de morcegos
estudo, das quais foram dominantes as espécies (34,78%) ocorrentes no estado de São Paulo.
S. lilium, A. planirostris, C. perspicillata e A. Desta forma é necessária a conservação deste
lituratus. ambientes, principalmente nestas regiões que
Sturnira lilium é mais abundante em por décadas foi afetada pela fragmentação,
diversas localidades, especialmente em florestas causada principalmente pelo cultivo de cana de
de montanha no sudeste do Brasil, sendo um açúcar.
importante dispersor de plantas pioneiras
(Marinho-Filho 1991), e um dos táxons mais Referências
capturados em fragmentos florestais das regiões Bianconi G.V.; Di Napoli R.P.; Carneiro D.C. e
sul e sudeste do Brasil (Fábian et al. 1999; Miretzki M. 2003. A Fazenda Gralha Azul e
Bianconi et al. 2003), incluindo áreas de a conservação dos morcegos da Floresta com
Floresta Estacional (Pedro et al. 2001; Félix et Araucária no Paraná. Em: IV Encontro
al. 2001). Brasileiro para o Estudo de Quirópteros,
Ainda que os fragmentos estudados possuam Porto Alegre, RS. Divulgações do Museu de
pequenas dimensões, estes ainda mantêm uma Ciências e Tecnologia, Porto Alegre 2: 62.
elevada abundância de recursos alimentares Fábian M.E.; Rui A.M. e Oliveira K.P. 1999.
freqüentemente citados para dieta das Distribuição geográfica de morcegos
subfamílias Stenodermatinae, Sturnirinae e Phyllostomidae (Mammalia, Chiroptera) no
Carollinae, (Mikich e Silva 2001) como os Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Série
representantes dos gêneros Ficus L. (Moraceae), Zoologia, Porto Alegre 87: 143-156.
Cecropia Loefl. (Cecropiaceae), Piper L. Félix J.S.; Reis N.R.Dos.; Lima I.P.; Costa E.F.
(Piperaceae) e Solanum L. (Solanaceae) e Peracchi A.L. 2001. Is the area of the
(Nogueira e Peracchi 2002; Passos et al. 2003). Arthur Thomas Park, with its 82.72ha,
A diminuição da abundância das espécies na sufficient to maintain viable chiropteran
estação seca, supostamente está relacionada à populations? Chiroptera Neotropical,
diminuição dos recursos alimentares. Somente a Brasília 7(1-2): 129-133.
espécie A. lituratus aumentou sua abundância na Gregorin R. e Taddei V.A. 2002. Chave
estação seca (Talhados e Tenentes) ou manteve Artificial para Identificação de Molossideos
o mesmo número (Experimental). Este Brasileiros (Chiroptera-Mammalia).
comportamento pode estar relacionado ao hábito Mastozoología Neotropical 9(1): 13-32.
alimentar desta espécie, que consome frutos do Lima J.L. 1926. Os morcegos da coleção do
gênero Ficus (Myrtacea), que é assincrônico, e Museu Paulista. Revista do Museu Paulista.
apresentou indivíduos frutificando durante todo (14): 42-127.
o ano. Estudos desenvolvidos no México Marinho-Filho J.S. 1991. The coexistence of
indicam a assincronia, da frutificação como uma two frugivorous bat species and the
adaptação das plantas para manter a população phenology of their food plants in Brazil.
das vespas polinizadoras (Mikich e Silva 2001). Journal of Tropical Ecology, Cambridge 7
Os resultados demonstraram que a (1):59-67.
diversidade e a abundância nos fragmentos que Mikich S.B. e Silva S.M. 2001. Composição
possuem uma maior heterogeneidade na sua Floristica e Fenologia das Espécies
flora, e/ou que tenham interligações com outros Zoocóricas de Remanecentes de Floresta
fragmentos, possuem uma maior riqueza de Estacional Semidecidual no Centro Oeste do
espécies. Vale ressaltar que, apesar da situação
92
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Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
(1) Centro Universitário Una, Belo Horizonte, MG, Brasil; (2) Universidade Estadual de Santa Cruz,
Departamento de Ciências Biológicas, Núcleo de Estudos da Mata Atlântica, Ilhéus, BA, Brasil.
94
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Seção de Mastozoologia, Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, Caixa Postal 42694, CEP
04299-970, São Paulo, Brasil.
98
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Eveline de Cássia Batista de Almeida Alves(1)*; Maria Juliana Gomes Arandas(1); Igor Vinícios Pereira
Cunha(1) e Katharine Raquel Pereira dos Santos(2)
(1) Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Centro Acadêmico de Vitória de Santo Antão,
Universidade Federal de Pernambuco, PE – Brasil; (2) Núcleo de Biologia, Centro Acadêmico de Vitória
de Santo Antão, Universidade Federal de Pernambuco, PE - Brasil.
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Pedro W.A. e Lima I.P.), pp.153-
230.Londrina.
101
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
104
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
(1) Laboratório de Estudos de Quirópteros, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, Espírito
Santo, Brasil; (2) Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal, Universidade Federal do Espírito
Santo, Vitória, Espírito Santo, Brasil; (3) Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução,
Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil.
Micronycteris minuta (Gervais, 1856), 1 Mimon e aos funcionários da mesma pela ajuda e
crenullatum (E. Geoffroy, 1803), 5 compreensão; À Pâmella Machado Saguiah pela
Phyllostomus hastatus (Pallas, 1767), 5 Sturnira ajuda em campo.
lilium (E. Geoffroy, 1810), 1 Uroderma
magnirostrum (Davis, 1968); (b) Referências
Vespertilionidae - 1 Eptesicus brasiliensis Bergallo H.G.; Esbérard C.E.L.; Mello M.A.R.;
(Desmarest, 1819), 1 Myotis Levis (I. Geoffroy, Lins V.; Mangolin R. e Baptista M. 2003.
1824), 15 Myotis nigricans (Schinz, 1821). Bat species richness in Atlantic Forest:
Filostomídeos tendem a dominar amostragens What is the minimum sampling effort?
de morcegos por serem os mais abundantes e Biotropica 35(2): 278–288.
diversos da região Neotropical (Bianconi et al. Bianconi G.V.; Mikich S.B. e Pedro W.A. 2004.
2004). Além disso, o método de captura Diversidade de morcegos (Mammalia,
utilizado nesse trabalho pode ter influenciado a Chiroptera) em remanescentes florestais do
baixa diversidade de famílias e alta abundância município de Fênix, noroeste do Paraná,
de frugívoros que se deslocam pelo sub-bosque Brasil. Revista Brasileira de Zoologia
e utilizam mais a visão do que a ecolocalização 21(4): 943–954.
(Kalko 1998; Straube e Bianconi 2002). Bordignon M.O. 2006. Diversidade de
As espécies mais abundantes foram A. morcegos (Mammalia, Chiroptera) do
lituratus (46,5% das capturas) e C. perspicillata Complexo Aporé-Sucuriú, Mato Grosso do
(15,67% das capturas). Esse resultado era Sul, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia
esperado, pois essas espécies são as mais 23(4): 1003–1009.
comuns na maioria dos inventários de morcegos Esbérard C.E.L. 2003. Diversidade de morcegos
(Bordignon 2006). A frequência de M. nigricans em área de Mata Atlântica regenerada no
(8,1% das capturas) e G. soricina (6,5% das sudeste do Brasil. Revista Brasileira de
capturas) pode ser conseqüência da abertura de Zoociências 5(2): 89–204.
redes próximas de abrigos e locais de Esbérard C.E.L.; Jordão-Nogueira T.; Luz J.L.;
alimentação. Melo G.G.S.; Mangolin R.; Nylce Jucá N.;
A diversidade de espécies para toda a área Raíces D.S.L.; Enrici M.C. e Bergallo H.
estudada (H‘= 0,82) é baixa, já que esta tende a 2006. Morcegos da Ilha Grande, Angra dos
ser próxima a H‘= 2,0 na maior parte da região Reis, RJ, Sudeste do Brasil. Revista
Neotropical, incluindo a Mata Atlântica Brasileira de Zoociências 8(2) 147–153.
(Esbérard 2003). Porém, quando comparamos a IBAMA. 2004. Reserva Biológica Córrego do
riqueza de espécies encontrada com a de outros Veado. 2006. Disponível em
trabalhos em Mata Atlântica com mais noites de <http://www.ibama.gov.br/siucweb/mostra
coleta, observamos número equivalente ou Uc.php?seqUc=2>. Acesso em 03/05/2008.
superior. Áreas com 45 e 89 noites de coleta, Kalko E.K.V. 1998. Organization and diversity
por exemplo, registraram 18 e 20 espécies, of tropical bat communities through space
respectivamente (e.g. Bergallo et al. 2003). O and time. Zoology 101: 281–297.
esforço de coleta tende a influenciar a riqueza Kalko E.K.V.; Handley C. e Handley D. 1996.
de espécies, que pode ser maior quando Organization, diversity and long term
realizadas mais noites de capturas (eg. Bergallo dynamics of a Neotropical bat community.
et al. 2003; Esbérard 2003; Esbérard et al. Em: Long-term studies in vertebrate
2006). Maior número de capturas é necessário communities. (Editado por Cody M. e
para estimar com precisão a riqueza da área Smallwood J.), pp. 503–553. Los Angeles,
estudada. Academic Press.
Kunz T.H. 1988. Ecological and behavioral
Conclusões methods for the study of bats. Washington,
Nossos dados indicam que a Reserva Smithsonian Instituition Press.
Biológica Córrego do Veado pode abrigar Kunz T.H. e Pierson E.D. 1994. Bats of the
considerável riqueza de espécies de morcegos. World: an introduction. Em: Walker‘s bats
O controle dos impactos causados por ações of the World. (Editado por Nowak R.W.),
humanas ao ambiente, a criação de Baltimore, the Johns Hopkins University
conectividade entre fragmentos e a manutenção Press.
da área estudada podem ser importantes para a Kunz T.H. e Racey P.A. 1998. Bat biology and
preservação da diversidade biológica local. conservation. Washington, Smithsonian
Institution Press.
Agradecimentos Mills D.J.; Norton T.W.; Parnaby H.E.;
Agradecemos ao chefe da Reserva Biológica Cunninghan R.B. e Nix H.A. 1996.
Córrego do Veado, José Maria de Assis Poubel, Designing for microchiropteran bats in
106
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
Museu de Zoologia João Moojen, Departamento de Biologia Animal, Universidade Federal de Viçosa.
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Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
(Reis e Muller 1995; Reis et al. 1995). Os Das espécies capturadas, apenas Sturnira
animais coletados foram tombados na coleção lilium teve ocorrência registrada nas três áreas
mastozoológica do Museu de Zoologia João amostradas, sendo 8,83% dos espécimes
Moojen, da Universidade Federal de Viçosa. capturados no pasto, 23,52% na capoeira e
Os dados de pluviosidade e temperatura 67,65% na mata secundária. As espécies A.
foram coletados e fornecidos pela Estação lituratus, A. fimbriatus, C. perspicillata, M.
Meteorológica da Universidade Federal de nigricans e P. lineatus ocorreram nas áreas de
Viçosa. capoeira e mata secundária. Anoura caudifer, H.
A partir dos dados coletados foi estimada a velatus e P. hastatus só foram registrados na
riqueza de espécies pelo método Jacknife de 1ª mata secundária, enquanto P. bilabiatum e M.
ordem utilizando o programa EstimateS versão molossus, ocorreram exclusivamente na área de
8.2.0 (Colwell 2005). A unidade amostral capoeira.
utilizada foi cada rede armada. Em comparação com estudo realizado na
mesma área (Oliveira 1996), não foi registrada a
Resultados e Discussão presença de Anoura geoffroyi, Eptesicus
Em 14 noites de amostragem foram brasiliensis e Platyrrhinus recifinus. Dentre
capturados 146 morcegos, pertencendo a três estas três espécies, Platyrrhinus recifinus se
famílias e 11 espécies: Molossidae 1 Molossus encontra na Lista Brasileira de Mamíferos
molossus (Pallas 1766) (n = 1), Phyllostomidae Ameaçados de Extinção (2008), dentro da
Anoura caudifer (É. Geoffroy 1818) (n = 3), categoria Vulnerável (VU), e na Lista da Fauna
Artibeus fimbriatus (Gray 1838) (n = 8), Ameaçada de Minas Gerais como ―Espécie
Artibeus lituratus (Olfers 1818) (n = 47), quase ameaçada‖. Não se tem dados para
Carollia perspicillata (Linnaeus 1758) (n = 17), afirmar que tal espécie foi extinta no fragmento
Phyllostomus hastatus (Pallas 1767) (n = 2), em estudo, no entanto a hipótese de que a
Platyrrhinus lineatus (È. Geoffroy 1810) ( n = população dessa espécie tenha sofrido um
8), Pygoderma bilabiatum (Wagner 1843) (n = declínio em consequência da ação antrópica
3), e Sturnira lilium (È. Geoffroy 1810) (n = 34) sobre o fragmento, mesmo que essa tenha sido
e Vespertilionidae Histiotus velatus (I. Geoffroy controlada e reprimida nos últimos anos.
1824) (n = 1) e Myotis nigricans (Schinz 1821) A ausência de E. brasiliensis pode ser em
(n = 21). Anoura caudifer, A. fimbriatus, C. parte explicada pelo fato de que essa espécie
perspicillata, H. velatus, M. molossus e P. insetívora captura suas presas em alturas
hastatus constituem registros novos para o variáveis entre 17 e 30 m, não tendo sido
fragmento. capturada em redes armadas ao nível do solo
As espécies dominantes nesse estudo foram: (Voss e Emmons 1996; Bernard 2001; Sampaio
S. lilium (23,29%), C. perspicillata (11,64%), et al. 2003). Dessa forma sugere-se o uso de
M. nigricans (14,38%) e espécies do gênero metodologias alternativas como harptrap e
Artibeus (37,67%). Essas espécies também são busca ativa em abrigos para se amostrar
relatadas como dominantes em vários espécies mais difíceis de captura em redes e
inventários realizados não apenas na Mata assim complementar a lista de espécies de
Atlântica, mas em outros biomas brasileiros, quirópteros da EPTEA Mata do Paraíso.
sendo consideradas comuns e amplamente O baixo índice de captura para A. caudifer e
distribuídas em todo o território nacional a ausência de A. geoffroyi pode ser explicado
(Koopman 1981). pela ausência de redes armadas próximas a
Outro fato que merece destaque é a inflorescências, uma vez que estas espécies são
predominância de espécies pertencentes à nectarívoras. Em trabalho realizado por Aguiar
família Phyllostomidae, que representou 78,6% et al. (1987), o gênero Anoura representou
das espécies nesse trabalho, o que já era apenas 1,15% das capturas, também muito
esperado, pois nesta família se incluem espécies pouco em relação às outras espécies no local.
mais comuns em inventários de quirópteros No entanto é necessário ressaltar que o
(Stallings et al. 1991; Passos et al. 2003, presente estudo e o realizado por Oliveira
Esbérard 2003; Dias e Peracchi 2008). Talvez (1996) foram complementares e que é
essa predominância também seja reflexo da interessante coletar em diferentes estações, mas
metodologia utilizada, de redes-de-neblina também ao longo do tempo para se ter um
armadas próximo ao solo, que favorece a conhecimento da composição e da dinâmica das
captura de filostomídeos, em detrimento de populações (Patterson 2002).
outras famílias (Pedro 1998). Além disso, A curva cumulativa de espécies apresentou
filostomídeos não apresentam uma boa uma tendência à estabilização e o estimador de
capacidade de detectar redes (Sekiama 2003). riqueza Jackknife1 indicou que a riqueza total
para a EPTEA Mata do Paraíso seria composta
109
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
por 13 espécies (Desvio padrão = 1,36), Dângelo R.A.C. 2007. Variação Sexual e Etária
sugerindo então que o esforço amostral em caracteres cranianos de Oligoryzomys
realizado foi satisfatório. No entanto, coletas nigripes Olfers, 1818 (Rodentia,
adicionais devem ser realizadas na EPTEA Sigmodontinae) provenientes de Viçosa,
Mata do Paraíso, acrescentando novas Minas Gerais. Monografia (Graduação em
metodologias de captura, para assim Ciências Biológicas) – Universidade Federal
complementar os estudos já realizados para a de Viçosa, Viçosa, 1: 1-31.
área. Dias D. e Peracchi A.L. 2008. Quirópteros da
Reserva Biológica do Tinguá, estado do Rio
Conclusões de Janeiro, sudeste do Brasil (Mammalia:
Para a Estação de Pesquisa Treinamento e Chiroptera). Revista Brasileira de Zoologia,
Educação Ambiental da Mata do Paraíso eram 25 (2): 333–369.
conhecidas oito espécies de morcegos. O Esberárd C.E.L. 2003. Diversidade de morcegos
presente trabalho incrementa essa lista com em área de Mata Atlântica regenerada no
mais seis espécies, portanto atualmente a sudeste do Brasil. Revista Brasileira de
quiropterofauna do fragmento conta com 14 Zoociências, 5 (2): 189-204.
espécies, com os primeiros registros de A. Fenton M.B.; Acharya L.; Audet D.; Hickey
caudifer, A. fimbriatus, C. perspicillata, H. M.B.C.; Merriman C.; Obrist M.K. e Syme
velatus, M. molossus e P. hastatus. D.M.. 1992. Phyllostomid bats (Chiroptera:
A curva cumulativa de espécies mostrou Phyllostomidae) as indicators of habitat
tendência a estabilizar, no entanto, recomenda- disruption in the Neotropics. Biotropica,
se que novas coletas sejam feitas na EPTEA Washington, 24 (3): 440-446.
Mata do Paraíso a fim de se ter um melhor Galindo-Leal C. e Câmara I.G. 2003. Atlantic
conhecimento da riqueza total das espécies de Forest Hotspot Status: an Overview. pp. 3-
quirópteros que ocorrem no fragmento e da 11. In: Gallindo-Leal C. e. Câmara I.G (Eds)
dinâmica dessa comunidade. The Atlantic Forest of South America:
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110
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
111
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
Teone Pereira da Silva Filho(1,2)*, Luiz Augustinho Menezes da Silva(2), Roseli Rodolfo da Silva(1,2),
Paloma Joana Albuquerque de Oliveira(1,2), Jarcilene do Carmo Tomaz de Oliveira(1,2), Emmanuel
Messias Vilar Gonçalves da Silva(1,2) e Meiriane Tamiris Sena da Cunha(1,2)
(1) Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Núcleo de Biologia, Centro Acadêmico de Vitória,
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114
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
Introduction
Urban environment is propitious atmosphere Material and Methods
for many species of bats, especially the The samples used in this study were sent to PI-
insectivore‘s food habits, due to favorable SP from August to December 2009, and came
conditions, such as food offer and shelter, from 78 cities of the São Paulo state.
factors which increase the possibility of Each specimen was identified according to
reproduction and the consequent increase in the criteria established by Vizotto and Taddei
population of certain species (Bredt et al. 1998). (1973) and Gregorin and Taddei (2002), and
The insectivore bat Molossus molossus is one of had the following characteristics recorded:
these species (Silva et al. 1996; Bredt and Uieda forearm length, sex, weight, age class, and
1996). It occurs in South Florida (USA), reproductive stage. Males were classified as
Caribbean, and Latin America, with most sexually active (scrotal testicles) or inactive
austral records in the north of Argentina (Dolan (abdominal testicles), and females as sexually
1989). In Brazil this species is widely inactive, pregnant, or lactating (Marques 1986).
distributed, occurring in all biomes (Reis et al. Testicle position was identified by external
2007). macroscopical visualization, and pregnancy was
Molossus molossus species have, as determined by palpation of the abdominal
anatomical characteristics, the reduced size, region. Lactating females were identified by the
with approximately 8 cm long and 20 cm presence of milk or white areas visible below
wingspan, and the length of the forearm varies the skin around nipples (Marques 1985).
of 38.0 to 41.0 mm (Taddei 1976). Its dorsal Forearms measurements were taken with a
coat is velvety and the color varies from brown digital caliper to the nearest 0.1 mm and weighs
to black, some individuals may have a reddish- were obtained in a digital analytical balance.
brown. The ventral coat is slightly lighter than Young and adults were recognized based on the
the dorsal. The ears are roundly and united by a ossification of the phalangeal epiphyses tooth
median line on the head. The antitragus is oval wear, or by reproductive activity (Taddei et al.
and well developed (Reis et al. 2007). 1998).
Due to their feeding habits, M. molossus
may play an important ecological role in urban Results and Discussion
environments, contributing to the control of From August to December 2009, 1553 bats
nocturnal insect populations that are frequently were sent for rabies diagnosis to PI-SP,
attracted to street lights (Uieda et al. 1995). The belonging to 41 species and three families:
close proximity with humans in urban areas, Molossidae (80%), Vespertilionidae (11%) and
however, may also bring inconveniences, such Phyllostomidae (9%).
as noise, excrement accumulation, unpleasant Molossus molossus was the most common
odor, and, especially, the epidemiological risk species, with 705 individuals, correspond to
of disease transmission, including 45.4% of the total samples. Only two specimens
histoplasmosis and rabies (Almeida et al. 1994). within thesse samples were positive for rabies,
In this context, it is important to know basic one from Campinas city and the other from
biological characteristics of M. molossus in Paulínia, in the State of São Paulo.
urban areas, providing support for eventual Due to the increase of positives rabies cases
management and sanitary programs. The in insectivorous bats in São Paulo state,
purpose of this study is to improve such epidemiological surveillance actions were
knowledge, reporting data from samples of M. intensified. During the period of this study, the
molossus sent to Pasteur Institute of São Paulo predominance of M. molossus sent for diagnosis
(PI-SP) for laboratorial diagnosis of the rabies increase during November and December
virus. months, since that species presents seasonal
fluctuations, with a fall in the number of their
115
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
population during the winter and formation of the birth in early summer. Perhaps, the number
big colonies in warm periods (Kotait 2005). of pregnancies females in August was not
The large supply of food is also greater observed, since the fetuses were still in the early
when temperatures are higher, favoring stages of development.
movements of animals in shelters and outside The females in lactation period were
them, and consequently, the increase of observed in October (14.29%), November
vocalizations and the accumulation of (38.10%) and December (47.62%). Esbérard
excrement in shelters. These factors increase the (2002), studying reproduction of Molossus rufus
possibility of contact with human population (E. Geoffroy, 1805) in south-east of Brazil,
and, consequently, causing discomfort, being found lactant females between October and
that people look for the responsible organization February, agreement with the data of this study.
that capture bats to send for laboratorial Marques and Fabián (1994), after to study
diagnosis, to carry out the rabies surveillance Tadarida brasiliensis (I. Geoffroy, 1824)
vigilance (Carvalho 2008; Figueredo 2003; females in the south of the country, found an
Sodré et al. 2003; Bredt 2003; Bredt et al. 1998; increase in the number of pregnancy between
Silva et al. 1996; Taddei 1983). September and December, months that
In a study realized by Cunha et al (2006), correspond to the spring and summer, warmer
Molossus bats are the most frequently species period of the year, when insects are most
diagnosed with rabies virus. Uieda et al. in abundant (Vicente 1997). Already low body
1995, studying rabies cases of the south-east of weight of lactating female would be by force
Brazil, related that of 13 molossids bats suffered by them during the lacting period.
positives for rabies, 1 (7%) was M. molossus. Second Fabián and Marques, the births occurs
From 409 (58%) males analyzed, 175 were between the end of November and the first half
young (43%), which had an average of forearm of December, in others words, in the end of
of 36.53 mm, weighing 9.50 g. Inactive adults spring (Fábian and Marques 1996).
were 123 (30%), with 37.99 mm of the forearm During the period studied, it was observed a
and weight of 11.91 g. Scroted male were 111 higher number of young males, in November
(27%) with forearm measure of 38.77 mm and (24%) and December (73,7%), and females, in
13.10 g of weight. November (15%) and December (78,6%).
From 296 (42%) females, 140 (47%) were Pacheco et al. (1994) studied big colonies of
young, with 36.10 mm of forearm and 9.28 g of molossids, observing that many young bats fly
weight. Adult females accounted for 71 (24%), inside urban shelters during the summer,
with 37.95 mm of forearm and 11.64 g of causing a big movement and vocalization. This
weight. Pregnant were 64 (22%), with 37.70 can be the explication of the major sending of
mm forearm and 14.56 g of weight. Lactating young animals for laboratory diagnosis.
were 21 (7%), with 37.45 mm of forearm and
weighing 10.77 g. Conclusions
This results showed that the number of Most specimens received by the PI-SP for
sexually active males was 27% of all males rabies diagnosis belong to Molossidae family,
analyzed, with increase during August (9.9%), and within this family there is a predominance
September (17.1%), October (34.2%), of Molossus molossus. There is also a
November (18%) e December (20.7%), period predominance of males over females.
that corresponding of the ended winter/spring The number of males and pregnancy females
and beginning of summer. were bigger, especially between November and
Pacheco (2000) studied the same specie in December.
Rio Grande do Sul state, finding males The number of sexually active males, as well
presenting epididymal sperm during all seasons as the number of pregnant females increased,
of the year, with increase in September, between August and December, with increase in
October, November and December. On the October.
other hand, Fabián and Marques (1989), that Pregnancy females studied in August was
studying the reproductive biology of M. not realized by felted fetus, being possible this
molossus in Ceará state, found sexually active observation from September.
males over almost the entire year in that region. The number of specimens captured of M.
The females received between September molossus is mostly young, fact which may be
and December have pregnancy, with weight due to its proximity to the human population,
gain and felted fetus, being 1.5% in September, reducing the population growth factors of that
65.6% in October, 17.1% in November and species in urban areas.
15.6% in December, agreement with the finding From the results of this study, is expected to
of Fabián and Marques (1989), that observed have a better understanding of dynamics
116
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
population of the bats specimens sent to rabies Fabián M.E. and Marques R.V. 1989.
laboratory diagnosis, promoting the Contribuição ao conhecimento da biologia
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Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
118
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
(1) Laboratório de Ixodides, Departamento de Entomologia, Instituto Oswaldo Cruz; (2) Instituto
Resgatando Verde; (3) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; (4) Projeto Inquérito
Ectoparasitológico nos Quirópteros que ocorrem em área de Mata Atlântica no município do Rio de
Janeiro, Brasil
122
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
(1) Curso de Pós-graduação em Biologia Animal, UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil; (2) Unidade de
Assessoramento Ambiental, Divisão de Assessoramento Técnico, Ministério Público do RS, Porto
Alegre, RS, Brasil.
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Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
Andrea Cecília Sicotti Maas, Marcelo Rodrigues Nogueira e Adriano Lúcio Peracchi
média, desvio padrão (DP) e coeficiente de ficou entre 1 e 8 kHz. Em A. lituratus foram
variação (CV). observadas bandas medianamente harmônicas e
tonais com modulação de frequência
apresentando uma ascendência evidente nas
Resultados e Discussão bandas tonais das notas. A variação entre a
Os dados acústicos nos domínios do tempo distribuição dos pontos de maior energia entre
(oito primeiras variáveis) e frequência (duas as frequências foi similar à observada em A.
últimas) obtidos para A. obscurus e A. lituratus, obscurus.
respectivamente, são os seguintes (média ± DP De forma geral, os chamados de ―distress‖
(CV)): bandas tonais - 8,47 ± 0,87 (10,30) / 8,63 descritos aqui para A. obscurus e A. lituratus
± 1,26 (14,64); duração do pulso (s) - 0,09 ± são similares aos reportados por August (1985)
0,01 (11,87) / 0,12 ± 0,02 (15,13); intervalo do tanto para Artibeus jamaicensis, quanto para P.
pré-pulso (s) - 0,55 ± 0,31 (56,58) / 0,10 ± 0,06 hastatus. Além de empregarem baixas
(62,27); intervalo do pós-pulso (s) - 0,39 ± 0,21 frequências e serem carregados de ruídos, esses
(53,43) / 0,10 ± 0,07 (73,77); frequência chamados são formados por uma série de pulsos
máxima (kHz) - 12,13 ± 0,81 (6,69) / 12,55 ± curtos, repetitivos e barulhentos,
2,17 (17,28); frequência mínima (kHz) - 1,04 ± correspondendo em todos esses aspectos ao
0,04 (3,64) / 1,06 ± 0,08 (7,79); frequência previsto por Morton (1977) para situações em
inicial (kHz) - 3,33 ± 1,76 (52,99) / 2,18 ± 0,53 que o animal quer sinalizar agressividade e
(24,51); frequência final (kHz) - 2,80 ± 1,20 repulsa. Nesse contexto, a vocalização em baixa
(42,84) / 2,75 ± 1,12 (40,83): frequência pico I frequência é mais vantajosa por não ser tão
(kHz) - 4,49 ± 2,36 (52,54) / 4,34 ± 1,64 direcionada no espaço quanto a de alta
(37,80); e frequência pico II (kHz) - 4,94 ± 1,55 frequência, e também por sofrer menos
(31,44) / 4,44 ± 1,55 (34,94). atenuação com a distância que essa última.
Houve sobreposição nos valores obtidos Ambas as características devem, portanto,
para [A. obscurus] e [A. lituratus] na maioria permitir que mais morcegos sejam alcançados
das variáveis estudadas, com diferenças pelo sinal acústico, o que pode implicar em mais
notáveis apenas na duração dos intervalos entre recrutamentos para o tumulto. Vespertilionídeos
os pulsos (pré e pós). Esses pulsos não também empregam as baixas frequências como
ultrapassaram 20 kHz, o que significa que não elemento dominante em suas vocalizações de
contêm componentes ultra-sônicos, como os ―distress‖, o que, da mesma forma, deve
presentes nos chamados de ―distress‖ dos representar uma adaptação para maximizar a
vespertilionídeos Eptesicus fuscus e Myotis comunicação de longa distância (Russ et al.,
lucifugus (Fenton et al. 1976). Componentes 2004).
ultra-sônicos também não foram reportados em
estudo prévio sobre os chamados de ―distress‖ Conclusões
de A. lituratus (Ryan et al. 1985), dados que Os sinais acústicos de A. obscurus e A.
corroboram a afirmativa de August (1985) de lituratus estão, conforme nossa expectativa, de
que tais sons não são necessários no acordo com as predições de Morton (1977) para
desencadeamento do comportamento de respostas de animais em situações adversas.
tumulto. Também conforme esperado, esses morcegos
Através dos espectrogramas formados a exibem chamados de ―distress‖ com estruturas
partir dos chamados de ―distress‖, verificou-se bastante similares entre si, e ainda em relação a
que os sinais de A. lituratus e A. obscurus outros filostomídeos já estudados. Há
apresentam modulação de frequência com não- evidências, entretanto, de que mesmo espécies
linearidades, tais como sub-harmônicos, próximas como as aqui estudadas podem
bifonação, saltos de freqüência súbita e divergir em certos parâmetros acústicos, como
permutação na harmônica que contém mais verificado em relação à duração dos intervalos
energia. Entretanto, ao longo do chamado esses entre os pulsos e à forma do contorno melódico
morcegos exibiram somente um tipo básico de da modulação de frequência.
nota (ou pulso), composta por modulação de
frequência (contorno melódico das bandas) Agradecimentos
ascendente ou descendente. Em A. obscurus o Ao Dr. Isaac Passos de Lima, pelas críticas e
pulso é composto por bandas medianamente sugestões.
harmônicas e atonais, não apresentando
ascendência ou descendência evidente na Referências
modulação de frequência. Ainda em A. August P.V. 1979. Distress calls in Artibeus
obscurus, a variação entre a distribuição dos jamaicensis: Ecology and Evolutionary
pontos de maior energia entre as frequências Implications. Em: Vertebrate Ecology in the
126
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
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Mayara Martins(1)*; Daniela Dias(2); Débora de Souza França(1); Dayana Paula Bolzan(1); Sérgio
Nogueira Pereira(1) e Adriano Lúcio Peracchi(1)
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2007), a faixa altitudinal que corresponde a
(UFRRJ). Os demais exemplares foram Floresta Montana do Parque Nacional da Serra
marcados e soltos ao fim da coleta, após dos Órgãos, a 1024 m de altitude, foi o local que
identificação e registro das medidas externas, se registrou o maior número de espécies.
dados bionômicos e observações de campo. Foi Embora ainda não sejam conhecidas
calculado o índice de diversidade de Shannon espécies de morcegos especialistas em altitude
(H‘) para medir a diversidade de morcegos no sudeste brasileiro (levando-se em conta a
capturados (Magurran 1988). escassez de informações), duas espécies
registradas nesse estudo, M. bennettii e M.
Resultados e Discussão ruber, aparentemente têm sido registradas
Durante este estudo foram capturados 163 principamente em altitudes acima de 450 m
indivíduos, de 17 espécies, pertencentes a 2 (Geraldes 1999; Esbérard 2004).
famílias: Sturnira lilium (E. Geoffroy, 1810) O índice de Diversidade de Shannon
(64), Anoura caudifer (E. Geoffroy, 1818) (27), observado para os morcegos foi de H'=1,97 (17
Artibeus lituratus (Olfers, 1818) (19), Carollia espécies, n = 163), ou seja, valor próximo a H‘
perspicillata (Linnaeus, 1758) (17), Myotis sp. = 2,0, o que reflete a dominância de poucas
(10), Glossophaga soricina (Pallas, 1766) (06), espécies com elevado número de indivíduos
Artibeus fimbriatus Gray, 1838 (05), (Pedro e Taddei 1997), no caso S. lilium e A.
Platyrrhinus lineatus (E. Geoffroy, 1810) (03), caudifer. Na região neotropical, comunidades de
Platyrrhinus recifinus (E. Geoffroy, 1810) (03), morcegos são freqüentemente marcadas por
Tonatia bidens (Spix, 1823) (2), Anoura forte dominância de poucas espécies abundantes
geoffroyi Gray, 1838 (1), Chrotopterus auritus (especialmente frugívoros da família
(Peters, 1856) (01), Desmodus rotundus (E. Phyllostomidae) e várias outras raras dentro do
Geoffroy, 1810) (01), Micronycteris microtis conjunto taxonômico (Pedro 1998). A riqueza e
Miller, 1898 (01), Mimon bennettii (Gray, 1838) o valor do índice de diversidade encontrado para
(01), Myotis aff. riparius Handley, 1960 (01) e a região de Floresta Montana do Parque
Myotis ruber (E. Geoffroy, 1806) (01). Nacional do Itatiaia são inferiores aos
Phyllostomidae, com 14 espécies, foi a mais observados em área de altitude mediana
abundante enquanto que Vespertilionidae localizada em Floresta Montana da Reserva
contribuiu com três espécies. Biológica do Tinguá (H‘= 2,30 25 spp, n=295;
Sturnira lilium foi a espécie mais freqüente Dias et al. 2008). Alguns estudos sobre riqueza
(39,26%) seguida por A. caudifer (16,56%). A de espécies de morcegos em relação a
alta frequência de Phyllostomidae pode ser gradientes altitudinais têm demonstrado picos
decorrente do fato desta família ser a mais rica de riqueza em elevações médias (Sanchez-
no Brasil, com 92 espécies (Peracchi et al. Cordero 2001; McCain 2004; Dias et al. 2008).
2006) e do método de captura. O uso de redes Assim, com a continuidade dos esforços de
ao nível do solo privilegia a captura desses captura na região, espera-se registrar maior
morcegos (Simmons e Voss 1998). Espécies da numero de espécies e maior diversidade nessa
família Vespertilionidae, mais difíceis de serem formação vegetal na área do Parque.
capturadas com redes, foram coletadas nas
proximidades de possíveis abrigos como fendas Conclusões
entre pedras e perto de corpos d‘água. Assim, os dados apresentados chamam a
Dentre as espécies capturadas, merecem atenção para a importância de amostragem em
destaque P. recifinus e M. ruber consideradas regiões mais elevadas, que são pobremente
vulneráveis à extinção tanto no estado do Rio de amostradas, para que seja possível estudar a
Janeiro quanto no Brasil (Bergallo et al. 2000; variação da riqueza com a altitude. A
Chiarello et al. 2008). Outra espécie importante intensificação das coletas poderá resultar em
foi o carnívoro Chrotopterus auritus, maior riqueza e diversidade de espécies em
considerada indicadora de qualidade de hábitat, sítios localizados em Floresta Montana no
encontrada apenas em ambientes que Parque Nacional do Itatiaia e ampliar os limites
possibilitam uma adequada variedade de presas altitudinais conhecidos de várias espécies.
(Medellín 1989).
No Brasil, há poucos estudos sobre a Agradecimentos:
diversidade de morcegos em áreas de altitudes Financiamento: CAPES, CNPQ.
médias e elevadas. Na Reserva Biológica do
Tinguá, Dias et al. (2008) observaram que os Referências
sítios localizados em altitudes médias (entre 501 Ávila-Pires F.D. e Gouvêa E. 1977. Mamíferos
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88.3% of the members of group 2 and 70.4% of Ecology Notes 7: 184-190.
the members of group 4. Members of group 3 Hajibabaei M.; deWaard J.R.; Ivanova N.V.;
could not be classified by DFA and were Ratnasingham S.; Dooh R.T.; Kirk S.L.;
clustered with group 2, though the small sample Mackie P.M. and Hebert P.D.N. 2005.
size (n=5) may lack discriminatory power. Critical factors for assembling a high
The strongest morphological discrimination volume of DNA barcodes. Philosophical
occurred between groups 1 and 2, though these Transactions of the Royal Society of
groups appear to be the most recently diverged London. Series B, Biological Sciences 360:
members of the species complex. While our 1959–1967.
data suggests that groups 3 and 4 exist in Hellborg L. and Ellegren H. 2003. Y
allopatry, groups one and two appear to have chromosome conserved anchored tagged
identical (sympatric) ranges. The high sequences (YCATS) for the analysis of
morphological discrimination between these mammalian male-specific fragments. Mol.
may represent rapid character displacement. Ecol. 12: 283-291.
Ivanova N.V.; deWaard J.R. and Hebert P.D.N.
Conclusions 2006. An inexpensive, automation-friendly
Mayer and van Helversen (2001) showed protocol for recovering high-quality DNA.
that classifications based only on morphological Molecular Ecology Notes 6: 998–1002.
characteristics do not always correlate with Ivanova N.V.; Zemlak T.S.; Hanner R.H. and
mitochondrial DNA divergence. A similar Herbert P.D.N. 2007. Universal primer
pattern appears to be present in this survey, cocktails for fish DNA barcoding.
where an apparently cohesive species may Molecular Ecology Notes 7: 544–548.
harbour at least four genetically distinct taxa. Johns G. 1997. Acoustic signals and speciation:
Although we have not found morphological the roles of natural and sexual selection in
characters which can be used to differentiate the evolution of cryptic species. Adv. Study
these groups in the field, statistical Behav. 26: 317-354.
morphological differences and fixed genetic Kingston T. and Rossiter S.J. 2004. Harmonic-
characters exist between all groups strongly hopping in Wallacea's bats. Nature 429:
supporting the existence of cryptic species in P. 654-657.
parnellii. Kingston T.; Lara M.C.; Jones G.; Akbar Z.;
Kunz T.H. and Schneider C.J. 2001.
Acknowledgements Acoustic divergence in two cryptic
To Judith Eger for helping in the collection Hipposideros species: a role for social
of the Royal Ontario Museum; to Liam selection? Proceedings of the Royal Society
McGuire and Erin Fraser for help with the of London 268: 1381–1386
statistics and to everyone in the bat lab at UWO. Mayer F. and van Helversen O. 2001. Cryptic
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Perspectives from an asexually transmitted
132
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
133
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
Primeiro registro de Histiotus velatus (I. Geoffroy, 1824) para o estado da Paraíba,
Brasil
(1) Departamento de Biologia, CCBS, Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Campina Grande,
Paraíba, Brasil; (2) Departamento de Sistemática e Ecologia, CCEN, Universidade Federal da Paraíba
(UFPB), João Pessoa, Paraíba, Brasil.
136
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
Roberto Leonan M. Novaes(1,2)*, Camila Sant‘Anna(2), Raphael Silvares(2), Saulo Felix(2), Renan F.
Souza(2), Luis Fernando C. Dias-de-Oliveira(2), André C. Siqueira(2), Ana Cristina S. Façanha(2),
Tatiane S. Cardoso(2), Mariana Louro(2), Mariana V.P. Aguiar(2), Paula C. Andrade(2), Flávio A.P.
Mello(2), Carla Clarissa Nobre(3) e Adriano Lucio Peracchi(1)
(1) Laboratório de Mastozoologia, Instituto de Biologia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Km 47 da antiga estrada Rio – São Paulo, 23890-000, Seropédica, Rio de Janeiro, Brasil; (2) Programa de
análise da Biodiversidade e Conservação da Mata Atlântica. Projeto Pró-Morcegos & Parque Natural
Municipal de Nova Iguaçu. Av. Brasil, s/nº, K11, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brasil; (3) Laboratório de
Ecologia e Conservação da Natureza, Universidade Federal de Pernambuco, Av. Prof. Moraes Rego, s/nº,
Cidade Universitária, 50660-901, Recife, Pernambuco, Brasil.
137
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
duração de 12h e foram realizadas em oito sítios elevadas densidades populacionais de espécies
de coleta com diferentes graus de conservação, de mamíferos frugívoros generalistas devido a
totalizando um esforço amostral de 69.844 m².h. sua alta produtividade, incluindo maior
Os morcegos capturados tiveram as medidas do crescimento vegetal (Murcia, 1995; Asbjornsen
antebraço tomadas com paquímetro e massa et al., 2004) e maior produção de sementes
aferida com dinamômetro. A categoria etária foi (Herrera et al., 1994; Guariguata & Saenz
verificada através da ossificação das epífises das 2002), o que corrobora com os resultados
falanges, classificando-os conforme Anthony obtidos para a área antropizada do PNM de
(1988). O estado reprodutivo das espécies foi Nova Iguaçu.
verificado visualmente conforme critérios Dentre as espécies capturadas, A. lituratus
propostos por Sekiama (2003). Os morcegos foi a mais abundante na área antropizada,
foram identificados previamente em campo, representando 51,1% de todas as capturas.
porém o primeiro exemplar de cada espécie, Porém, na área conservada esta espécie foi
assim como os exemplares que geraram dúvidas pouco abundante, representando apenas 3,4% de
quanto à identificação, foram incorporados à todas as capturas. O predomínio de A. lituratus
Coleção Adriano Lúcio Peracchi (ALP), em fragmentos florestais já foi apontado para
depositada no Laboratório de Mastozoologia, outros levantamentos em fragmentos de Mata
Instituto de Biologia da Universidade Federal Atlântica (e.g. Dias et al., 2002; Esbérard, 2003;
Rural do Rio de Janeiro. Menezes Jr., 2008). Entretanto, em áreas
Foi calculado o índice de diversidade de florestadas a abundância de algumas espécies do
Shannon-Wienner para ambas as áreas, gênero Artibeus pode estar relacionada a
antropizada e conservada. distúrbios ambientais (Schulze et al., 2000). Já
na área conservada a espécie mais abundante foi
Resultados e Discussão C. perspicillata representando cerca de 32,9%
Foram capturados 393 morcegos de 21 de todas as capturas, alcançando resultado
espécies, distribuídas em três famílias, similar na área antropizada, com 27,5%, não
Molossidae: Molossus molossus, havendo relação alguma entre sua abundância e
Vespertilionidae: Myotis levis, Myotis nigricans o nível de conservação das áreas amostradas.
e Phyllostomidae: Artibeus fimbriatus, A. Levantamento de espécies em áreas de
lituratus, A. obscurus, Anoura caudifer, A. vegetação remanescentes, sejam elas bem
geoffroyi, Carollia perspicillata, Desmodus conservadas ou completamente
rotundus, Glossophaga soricina, Lonchophylla descaracterizadas, são de vital importância para
bokermanni, Micronycteris microtis, M. minuta, a compreensão dos efeitos da ação humana
Phyllostomus hastatus, Platyrrhinus lineatus, P. sobre a biodiversidade (Esbérard, 2003; Henle
recifinus, Pygoderma bilabiatum, Sturnira et al., 2004).
lilium, Tonatia bidens e Vampyressa pusilla.
Desse total, 88 capturas de 16 espécies foram Conclusões
em áreas conservadas e 305 capturas de 17 Mesmo com um número considerável de
espécies em áreas antropizadas. As espécies M. espécies em relação a outros levantamentos em
levis, P. hastatus e V. pusilla foram capturadas áreas próximas a curva de acumulação de
exclusivamente na área conservada, enquanto espécies ainda não atingiu a assíntota para
M. molossus, G. soricina, M. microtis, M. ambas as áreas, indicando que há a necessidade
minuta e P. lineatus foram capturados da continuidade das pesquisas no PNM de Nova
exclusivamente na área antropizada. As demais Iguaçu. Somente a continuidade dos estudos nos
espécies foram capturadas em ambos os diversos ambientes existentes nesse Parque
ambientes. poderá inferir qual o efeito da antropização na
O índice de diversidade de Shannon- comunidade de morcegos dessa região.
Wienner apresentou diferenças significativas
entre as áreas conservadas e antropizadas, Agradecimentos
apresentando valores de H‘ = 0,98 e H‘ = 0,65, Ao Parque Natural Municipal de Nova
para cada uma respectivamente. A maior Iguaçu e Secretaria Municipal Adjunta de Meio
diversidade de espécies para a área conservada é Ambiente e Sustentabilidade de Nova Iguaçu
esperada, visto que áreas fragmentadas e com pela licença de pesquisa concedida e a
forte influência antrópica podem favorecer ZOOTECH pelo patrocínio.
espécies com dieta mais generalistas (Estrada et
al., 1993, Estrada & Coates-Estrada, 2002), que Referências
obtêm vantagem na competição com espécies Anthony E.L.P. 1988. Age determination in
que possuem a dieta mais especialista. Além bats, p.47-58. In: Kunz, T.H. (Ed.).
disso, essas áreas antropizadas podem manter Behavioral methods for the study of bats.
138
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
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139
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
(1) Laboratório de Mastozoologia, Departamento Zoologia, CCS, UFRJ. Av. Brig. Trompowsky, s/n,
21941-590 – Rio de Janeiro – RJ – 55 21 2562-6368; (2) Laboratório de Instrumentação Nuclear,
COPPE, UFRJ.
140
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
kind of filter on the image can allow future coefficients. The protocol used here, including
automations in the classification analysis. the adoption of a microfocus source with an
effective energy of about 13 keV and 20 µA of
current, showed that this technique is useful in
the analysis of bacular morphology in bats, a
Results and Discussion group with several rare and poorly represented
The microradiography technique, as used in species in natural history collections. Although
this study, allowed the acquisition of a clear and little explored in studies of neotropical bats,
detailed image of the subject investigated, bacular morphology may prove to be an
confirming the potential of this technique in the additional valuable source of taxonomic
analysis of bacular morphology in bats. The information, as seems to be the case in the
baculum of the Myotis collected at Chapada genus Myotis.
Diamantina proved to be rather broad and stout
in general appearance, and presented the Acknowledgements
following general measurements: bacular length Pessôa, L. M. and Lopes, R. T. are supported
(0,52 mm) and width (0,38 mm). by research fellowships by Conselho Nacional
Comparisons with drawings for several de Pesquisa (CNPq 304758/2007-8); Sbragia, I.
species within Myotis described in the literature A. is supported by a graduate fellowship from
revealed that the baculum of the specimen MN by Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
67845 is similar in shape, to those described for de Nível Superior (CAPES); We thank Dr.
two species: M. ruber and M. levis. Although a Ricardo Moratelli for helping us with the
clear association with one of these species was identification of the specimen and an
not possible, this result is noteworthy, anonymous referee for the valuable suggestions
particularly if we consider that at least three to improve this manuscript. Financial Support:
other species of Myotis (M. albescens, M. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);
nigricans, and M. riparius) occur in eastern Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq);
Brazil (Wilson 2008). Subsequent examination Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
of standard body and skull measurements of the Nível Superior (CAPES).
specimen studied here, as well as some of its
qualitative morphological features relevant in References
the context of Myotis taxonomy confirmed our Chiarello A.G.; Aguiar L.M.S.; Cerqueira R.;
results from bacular morphology, pointing Melo F.R.; Rodrigues F.H.G. and Silva
further toward its identification as M. ruber V.M.F. 2008. Mamíferos ameaçados de
(Sbragia and Pessôa 2008). extinção no Brasil. In: Livro vermelho da
The specimen whose baculum was examined fauna brasileira ameaçada de extinção
here was the first M. ruber to be reported for the (Edited by Machado A.B.M., Drummond
Caatinga, representing an inland distributional G.M. and Paglia A.P.), pp. 681-880.
extension of 480 km (Sbragia and Pessôa 2008). Fundação Biodiversitas, Belo Horizonte.
As far as we know, no other record of M. ruber DeBlase A. F. and Martin R.E. 1981. A Manual
has been reported for the Caatinga, and this of Mammalogy with Keys to Families of the
species is recognized as one of the five World. Second Edition. Ed. by Wm. C.
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(Chiarello et al. 2008). Myotis ruber is also Handley C.O. 1988. Specimen Preparation. In:
present in the IUCN Red List, currently Ecological and Behavioral methods for the
assigned as ―Near Threatened‖ (IUCN 2009). Study of Bats (Edited by Kunz T.H.), pp.
The X-ray microradiography technique was, 437-457. Smithsonian Institution Press,
therefore, very useful in the case studied here, Washington D.C.
because bacular morphology was accessed IUCN. 2009. IUCN Red List of Threatened
without penis dissection, keeping intact the only Species. Version 2009.2.
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specimens in collections. This technique allows of Ecology, University of Pittsburgh, vol. 6,
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Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
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Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
143
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
vivo no chão do estacionamento às 11h e 30 min Tadarida brasiliensis (I. Geoffroy, 1824). Os
de 29 de janeiro de 2009. O animal tentava autores encontraram cinco casos positivo desta
morder o coletor. O segundo exemplar, também espécie no período de 30 dias e sugeriram que o
M. molossus, foi observado voando durante o surto poderia estar relacionado a um estresse
período da manhã de 5 de fevereiro de 2009 e sofrido pela colônia ao ser submetida a um
posteriormente caiu no chão do estacionamento controle com aplicação de DDT em seu abrigo
sendo capturado. Ambos os exemplares diurno, duas semanas antes do registro do
apresentaram resultado positivo para a raiva primeiro caso. É possível que esse inseticida
pela técnica IFD e Prova Biológica. Nesta deva ter diminuído a imunidade desses animais.
prova, os camundongos apresentaram sintomas No presente estudo, a investigação local não
12 dias após a inoculação, vindo à morte logo confirmou nenhum tipo de ação de controle nas
em seguida. Em nenhum dos registros ocorreu o colônias de morcegos que residiam nas
contato entre os animais infectados e animais edificações do LANAGRO-PE.
domésticos ou pessoas. Em Pernambuco o baixo número de
Outros dois exemplares encontrados caídos amostras de morcegos encaminhadas para
no estacionamento (25 de março e 17 de abril de exame laboratorial de raiva, principalmente de
2009) próximos aos registros anteriores foram espécies não hematófagas, pode está
positivos nas duas provas. Cinco outros mascarando a distribuição e ocorrência do vírus
exemplares foram também encontrados em rábico nesse grupo de mamíferos. Além disso,
condições semelhantes, mas apresentaram não há processo habitual de identificação dos
resultado negativo para a raiva. Nenhum desses espécimes analisados estes, em sua maioria, são
sete exemplares foi encaminhado para separados em hematófagos e não-hematófagos.
identificação, porém acreditamos que eram Uieda et al (1996) afirmaram que a correta
também indivíduos da mesma colônia de M. identificação das espécies é fundamental, pois
molossus. cada uma delas apresenta características
Apesar de ser muito comum ao longo de sua biológicas e ecológicas peculiares, que são
distribuição geográfica (Nowak 1991), a importantes na avaliação epidemiológica da
primeira associação entre M. molossus e o vírus situação encontrada.
rábico no Brasil só foi registrada na literatura na
década de 70 (Uieda et al. 1995), no estado de Conclusões
São Paulo. O presente estudo é o primeiro O relato do isolamento do vírus rábico em
registro de raiva nessa espécie no estado de M. molossus em bairro residencial de Recife,
Pernambuco. Pernambuco, mostra a presença da raiva no
O registro de morcegos não-hematófagos ecossistema urbano, independentemente do
positivos para raiva em sua maioria é decorrente registro de casos positivos em humanos e em
do encontro de espécimes em condições animais domésticos. Isto representa uma grande
atípicas, como caídos no chão vivos ou mortos, preocupação para a saúde pública devido ao fato
voando durante o dia, pousados em locais não dessa espécie ser encontrada com freqüência em
usuais durante o dia e agressivos (Uieda et al. áreas urbanas abrigando-se em residências
1995 e 1996; Martorelli et al. 1996; Passos et al. habitadas, possibilitando assim o contato com
1998). Indivíduos nessas condições são fortes humanos e animais domésticos e poder
candidatos a estarem portando o vírus rábico e ocasionalmente tornar-se transmissora do vírus
os exemplares de Pernambuco, registrados no rábico, tanto aos humanos quanto aos gatos e
presente estudo, confirmam a ocorrência dessa cães.
zoonose em morcegos encontrados em situações Os autores sugerem medidas preventivas
atípicas. principalmente no que diz respeito ao envio de
De modo geral, os registros de espécimes de amostras para análise viral e a investigação da
morcegos não hematófagos positivos para raiva situação da raiva em morcegos não hematófagos
são isolados e individuais, sem necessariamente em outras regiões do estado. Evidenciando
estarem relacionados a uma época do ano ou assim que o controle da raiva urbana deve ser
local específico de ocorrência conforme os intensificado pelos Centros de Controle de
dados de Uieda et al (1996) e Passos et al Zoonoses municipais, mantendo contato com
(1999). Por outro lado, os espécimes analisados outros órgãos responsáveis para um melhor
em Pernambuco foram encontrados em pontos planejamento e realização de ações conjuntas. É
próximos (estacionamento do LANAGRO) e em de fundamental importância o desenvolvimento
curto intervalo de tempo (cerca de quatro de ações de treinamento e capacitação de
meses), sugerindo pertencerem a uma mesma agentes para o controle e manejo de morcegos
colônia. Situação semelhante foi estudada por em áreas urbanas bem como ações de educação
Burns e Farinacci (1955) no Texas para ambiental voltadas a conscientizar a população
144
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
sobre a importância e os cuidados que se deve Ecologia de Morcegos. (Editado por Reis
ter com os morcegos urbanos. N.R; Peracchi A.L e Santos G.A.S.D), pp.
71-86. Londrina: Nélio Roberto dos Reis.
Agradecimentos 153p.
Ao Centro Acadêmico de Vitória (CAV- Martorelli L.F.A; Aguiar E.A.C; Almeida M.F;
UFPE) pelo apoio as pesquisas; à Secretaria Silva M.M.S.; Novaes E.C.R. 1996.
Estadual de Saúde pela parceria no combate a Isolamento do vírus rábico de morcego
raiva no Estado e aos funcionários do insetívoro, Lasyurus borealis. Rev. Saúde
LANAGRO pelo encaminhamento das Pública. 30: 101-102.
amostras. Nowak L.M. 1991. Walker‘s mammals of the
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Macena Albuquerque(3); Kenny Meneses Ferreira(2); Arianne Gabrielle Barbosa(1); Ricardo
Moratelli(4); Ana Cristina Brito(3)*
(1) Centro de Estudos Superiores de Maceió, Alagoas; (2) Fundação Amanaie de Ação Sócioambiental,
Alagoas; (3) Universidade Federal de Alagoas, Alagoas; (4) Campus Fiocruz da Mata Atlântica,
Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro
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Emmanuel Messias Vilar Gonçalves da Silva (1)*, Roseli Rodolfo da Silva (1), Luiz Augustinho
Menezes da Silva (2), Elizabeth Hortêncio de Melo (3), Claudenice Pontes (3), Márcia Marcondes (4) e
Tereza Miranda (4)
(1) Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas – UFPE/CAV; (2) Núcleo de Biologia, Universidade
Federal de Pernambuco – CAV; (3) Centro de Vigilância Ambiental de Olinda; (4) Secretaria de Saúde
do Município de Olinda.
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Bertoldo da Silva(1), Regina Maria Pasquali(1), Wanderson de Carvalho Ribeiro(2) Marlon Zortéa(3) &
Valéria de Sá Jayme(4)
(1) Curso de Ciências Biológicas, UEG, Quirinópolis, Goiás, Brasil; (2) Animal Center Centro
Veterinário; (3) Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução, UFG, Campus Jataí, Goiás, Brasil;
(4) Departamento de Medicina Veterinária, Escola de Veterinária, UFG, Campus Samambaia, Goiânia,
Goiás, Brasil.
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acabam caindo ao solo, podendo ser capturados Uieda,W.; Harmani, N.M.; Silva, M.M.S. 1995.
por cães e gatos. Os morcegos hematófagos Raiva em morcegos insetívoros
estão aqui representados pela reclamação das (Molossidae) do Sudeste do Brasil. Revista
pessoas que observaram seus animais de grande Saúde Pública, 29(5): 303-307.
porte: bovinos e eqüinos sendo sangrados pelos
morcegos cujos exemplares foram capturados
pelo serviço de zoonoses.
Conclusões
Molossus molossus é a espécie de maior
ocorrência no município de São Paulo e a que
mais se envolveu nos evento de contados diretos
com pessoas e animais de estimação (cães e
gatos). Porém, o risco de contato com morcegos
é baixo (menor que 2%) e de transmissão da
raiva também, pois a sua positividade entre as
espécies de morcegos paulistanos também é
considerada baixa (1%).
Referências
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Wladmir de Paula Nascimento*, Maria de Lourdes de Almeida N. Ribeiro, Rodriga Zovka, Sérgio Rocha,
Jose Holanda dos S. Neto, Karla Patrícia Brito de A.Vieira, Sérgio Wlademir S. Filho, Antonio Roberto
Euzébio, Edilton Pereira de A. Filho e José Alexandre Menezes da Silva
158
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
Marilene F Almeida(1)*, Elisa S.M.M. Savani(1), Luzia F.A. Martorelli(1), Sandra R.N. D‘auria(1),
Maria A.G. Dias(1), Ana P.A.G. Kataoka(1), José Trezza-Netto(1), Maria Cecília G.O. Camargo(1),
Carlos P. Taborda(2), Miriam M. Sodré(1), Alfred C. Husch(1), Thirsa A.F. Bessa(1), Anne Spichler(5),
Erica G.B. Chapola(1), Joseph.M. Vinetz(3), Adriana R. Gama(1), Richard C. Pacheco(4), Marcelo B.
Labruna(4), Debora R.V. Sacramento(6)
(1) Centro de Controle de Zoonoses, SP, Brasil; (2) Instituto de Ciências Biomédicas - Universidade de
São Paulo, Brasil; (3) University of California, San Diego School of Medicine, USA, (4) Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, Brasil; (5) Instituto de Infectologia Emílio
Ribas, SP, Brasil; (6) Genomic Engenharia Molecular, SP, Brasil
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Paulo. Vector Borne and Zoonotic Diseases. Conference on rabies in the Americas,
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Paulo City, Brazil. XX International University Press. 3 ed. v(1) 2005.2181p
161
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
Susi M. Pacheco(1)*; Júlio César A. Rosa(2); Edna M. Cavallini-Sanches(3); Helena Batista(2,4); Soraya
Ribeiro(5); José Carlos Ferreira(2); Laerte Ferreiro(3); Paulo Roehe(2,4); Alexandre C. Braga(2); José
Carlos Sangiovani(6); Jairo Predebon(7); Maria Inês Bello(1,6)
(1) Instituto Sauver (ISAUVER). Av. Pernambuco, 2623/404. Porto Alegre/RS. CEP 90240-005; (2)
Laboratório de Virologia do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF/FEPAGRO);
(3) Setor de Micologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); (4) Departamento de
Microbiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); (5) Secretaria Municipal de
Meio Ambiente (SMAM/POA); (6) Secretaria Municipal de Saúde (SMS/POA); (7) Centro Estadual de
Vigilância Sanitária (CEVS/RS).
162
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
164
Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010
Olivia Silva Eler(1)*, Antonio José Vieira(1), Felipe Nogueira Bello Simas(1), Patrícia Silva Santos(1),
Sebastião Maximiliano Corrêa Genelhú(1), Marcos Vinicius Freitas(2)
Francisco Carlos Vilela*, Maria Cristiana da Silva Souto e João Ciro F. Neto
Conclusões
Espécimes como apesar de terem várias
importâncias no equilíbrio do ecossistema,
também apresentam papel crucial na propagação
da Raiva pelo ciclo aéreo.
A variante 3 do Lyssavirus apesar que não
ter predileção por quirópteros frugívoros e
insetívoros foi isolada no exemplar supracitado.
Fica a necessidade de elaborar um
monitoramento da população de quirópteros nas
proximidades do foco, para promover um
consolidado mais fiel e implantação de um
Programa de Vigilância e Monitoramento em
Quirópteros, em que objetive prevenir casos
isolados e/ou um surto de raiva em animais
domésticos e silvestres, bem como de casos
humanos.
Agradecimentos
A Diógenes Soares da Silva, João Fagundes
Ciro Neto; Marcia Maria de Lima Ferreira.
168