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1
Dedicado à memória de José Augusto Pereira Barreiros (1977 – 2007).
2
Museu Paraense Emílio Goeldi, Coordenação de Zoologia, Campus de Pesquisa, Av.
Perimetral, 1901, CEP 66040-170, Belém, PA.
3
Universidade de São Paulo, Instituto de Biociências, Departamento de Zoologia, Rua do
Matão, Travessa 14, No. 321, CEP 05508-900 São Paulo SP.
4
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Programa de Coleções Zoológicas
(Invertebrados) (ALT), Coordenação de Pesquisas em Ecologia (CPEC) (RS), Avenida
André Araújo, 2936, CEP 69011-970, Cx. Postal 478, Manaus, AM.
5
Instituto Butantan, Laboratório de Artrópodes Peçonhentos, Avenida Vital Brasil 1500,
CEP 05503-900 São Paulo, SP.
Introdução
Metodologia
Os espécimes foram triados e identificados até o nível taxonômico mais exato
possível, sendo muitas vezes classificados em morfo-espécies, devido à ausência de
revisões taxonômicas recentes para muitos grupos ou por se tratarem de táxons ainda não
formalmente descritos. O material-testemunho está depositado nas coleções de aracnídeos
do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG, curador, A. B. Bonaldo). Algumas duplicatas
foram depositadas nas coleções do Instituto Butantan (IBSP, curador, A. D. Brescovit) e
Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZSP, curador, R. Pinto da Rocha). A
seguir é oferecido um panorama das técnicas de coleta empregadas nos últimos anos para o
inventário dos aracnídeos de Caxiuanã.
Armadilhas de queda: empregadas na captura de invertebrados de solo, de pequeno e
médio porte, que se locomovem ativamente na serapilheira. Estas armadilhas consistem de
potes plásticos de 500ml enterrados em fila em intervalos regulares de 10 m, ao nível do
solo, contendo líquido conservante (álcool 80%). Cada pote é numerado e recebe uma
cobertura de plástico para impedir a entrada da água da chuva. As armadilhas permanecem
abertas durante cinco dias consecutivos. O conjunto de animais obtido pela exposição
consecutiva de cada armadilha é considerado uma amostra.
Armadilhas de interceptação e queda: Estas armadilhas são geralmente empregadas na
captura de vertebrados que se locomovem ativamente na serapilheira. Esta técnica mostrou-
se eficiente para a coleta de aracnídeos, principalmente escorpiões e aranhas de grande
porte (Pinto-da-Rocha et al., 2007; Lo Man Hung et al., no prelo). A estrutura instalada na
ECFP para inventários herpetológicos foi utilizada com sucesso também no presente
inventário. As armadilhas consistem de cinco baldes de plástico (90 litros) enterrados em
linha a intervalos de 15 m, ao nível do solo, unidos por uma tela plástica de 1m de altura
(cerca-guia). Na base de cada balde são feitos pequenos furos para impedir o acúmulo de
água proveniente da chuva. As armadilhas permanecem abertas por dez dias consecutivos,
sendo vistoriadas diariamente. Os aracnídeos obtidos na primeira vistoria, logo após a
abertura dos baldes, são excluídos das análises quantitativas. O conjunto de animais obtidos
nas nove vistorias diárias subseqüentes de cada grupo de baldes conectados entre si é
considerado uma amostra.
Guarda-chuva Entomológico: Técnica empregada na amostragem de animais arborícolas
presentes no estrato arbustivo de até dois metros de altura. O instrumento consiste de duas
hastes cruzadas, presas entre si no centro, e de um quadrado de tecido branco fixado pelos
cantos nas extremidades das hastes. O aparato é posicionado sob os galhos das árvores e
arbustos, os quais são agitados com um bastão. Os animais que caem sobre o tecido são
capturados manualmente ou com auxílio de um pequeno pote. O conjunto de animais
obtido em cada hora de coleta contínua, por um coletor, é considerado uma amostra.
Rede de varredura: Trata-se de um cone de tecido branco cuja boca é fixada a um aro de
metal de 30 cm de diâmetro, acoplado a um cabo longo. O instrumento é passado
repetidamente sobre a vegetação rasteira, capturando animais que ocupam os estratos
baixos da vegetação. Cada hora de coleta contínua, por um coletor, é considerada uma
amostra.
Procura visual noturna: Consiste na coleta manual na serapilheira, em troncos em
decomposição, dentro de cavidades, sob pedras e na vegetação de sub-bosque até a altura
de dois metros, com o auxilio de lanterna de cabeça. Este método permite o acesso a
diferentes estratos e ambientes, amostrando principalmente animais ativos durante a noite,
incluindo aqueles animais que caminham sobre o solo, sobre a vegetação ou que se
movimentam entre diferentes ambientes. Esta técnica é executada em transectos de 30 por
10 m. O conjunto de animais obtido em cada hora de coleta contínua em um transecto, por
um coletor, é considerada uma amostra.
Extratores de Winkler: são utilizados na captura de pequenos invertebrados ocorrentes na
serapilheira. Com o auxílio de balizas de madeira, uma área de 1 m2 é delimitada no solo e
toda a serapilheira e a matéria orgânica superficial é colocada em uma peneira de 5 mm de
malha. Cada porção de serapilheira colocada na peneira é agitada por um minuto e o
material resultante é ensacado e etiquetado para inclusão nos extratores de Winkler. Este
aparato é composto por um saco fenestrado (malha de 4 mm), onde é acondicionado o
material peneirado, suspenso dentro de um invólucro fechado de tecido de algodão esteado
por uma armação de arame. As armadilhas, munidas com um frasco coletor com álcool
80% na extremidade inferior, permanecem suspensas ao abrigo da chuva e do vento por três
dias, a fim de garantir a extração do maior número possível de animais. O conjunto de
animais obtido em 1m2 de serapilheira, processado da maneira descrita acima, corresponde
a uma amostra.
Coletas ocasionais: São incluídas nessa categoria todas as amostragens não padronizadas,
geralmente manuais. Também são consideradas ocasionais as coletas realizadas com
auxílio de puçá sobre macrófitas aquáticas junto às margens dos rios, devido ao fato de que
ainda não foram desenvolvidos protocolos padronizados de amostragem para a coleta de
aranhas associadas a corpos de água na região Amazônica.
Ordem Araneae
Infraordem Mygalomorphae
Dipluridae. A maioria dos diplurídeos constrói teias de captura, em forma de funil, que
terminam em um refúgio localizado dentro de aberturas no solo, sob rochas ou troncos
caídos, ou em espaços entre troncos de árvores (Brescovit et al., 2004b). Caracterizam-se
pela presença de fiandeiras laterais posteriores muito desenvolvidas, longas e espaçadas
entre si. Espécies dos três gêneros comumente encontrados na região amazônica (Diplura
C. L. Koch, 1850, Ischnothele Ausserer, 1875 e Masteria L. Koch, 1873), foram registrados
na FNC e estão lá representados por oito espécies. As aranhas do gênero Diplura recobrem
espaços sob troncos caídos ou rochas com um lençol de seda. Geralmente ocorrem em
florestas ou áreas abertas de cerrado, e tem ampla distribuição no Brasil (Brescovit et al.,
2004b). Espécimes de D. sanguinea (F. O. P.-Cambridge, 1896) foram obtidos em
armadilhas de interceptação e queda ou em coletas ocasionais. As espécies do gênero
Ischnothele distribuem-se na América do Sul, América Central e Antilhas e geralmente
produzem teias irregulares, com muitos túneis, nas proximidades de grandes árvores
(Coyle, 1995). Na FNC, os espécimes de Ischnothele guianensis (Walckenaer, 1837) foram
coletados através de procura manual noturna, sendo vários dos quais obtidos em teias
contíguas, em uma árvore de angelim-pedra (Hymenolobium petraeum Ducke). O gênero
Masteria é registrado para a FNC somente por um macho adulto, obtido em armadilhas de
queda, o que denota sua presença na serapilheira.
Idiopidae. São aranhas fossoriais que constroem tocas do tipo alçapão, relativamente
frágeis (Coyle & Dellinger, 1992). São migalomorfas de tamanho médio, que possuem três
unhas e rastelo. O palpo do macho tem címbio espinhoso e bulbo curto, com uma
escavação prolateral (Dippenaar-Schoeman & Jocqué, 1997). A família está representada
na FNC apenas por Idiops Perty, 1833, gênero com ampla distribuição na América Central,
América do Sul, África e Ásia. Estas aranhas são caracterizadas pelos olhos laterais
anteriores próximos ao clípeo, afastados dos outros olhos, pela fóvea fortemente procurva e
pelo cefalotórax arqueado (Raven, 1985). Apenas um macho e uma fêmea pertencentes a
uma espécie de Idiops foram coletados até o momento, em armadilhas de queda para
invertebrados.
Infraordem Araneomorphae
Anapidae. É uma família composta por aranhas que constroem pequenas teias (2-3 mm de
diâmetro) de formato orbicular, que possuem espirais e raios extras sobre e sob o plano da
teia orbicular, conferindo maior elasticidade à teia como um todo (Ramírez et al., 2004;
Platnick & Forster, 1989). A maioria dos anapídeos possui até 2 mm de comprimento total,
vivem na serapilheira e em musgos do solo de florestas úmidas e habita regiões tropicais
(Platnick & Forster, 1989). Essa família pode ser reconhecida pela ausência de pulmões
foliáceos, com manchas esclerotizadas nas laterais do abdômen (Brescovit et al., 2002;
Platnick & Forster, 1989). No mundo existem 145 espécies e 35 gêneros, dos quais somente
Anapis Simon, 1895; Anapisona Gertsch, 1941 e Pseudanapis Simon, 1905 possuem
espécies registradas para o Brasil (Platnick, 2008). Na FNC foram registradas cinco
espécies pertencentes a gêneros ainda não determinados.
Araneidae. Esse grupo é composto por aranhas construtoras de teias orbiculares, a maioria
de hábitos noturnos. Existe uma grande diversidade de formas, principalmente em relação à
morfologia do abdômen, que pode apresentar-se pouco esclerotizado e com pouca
pigmentação, ou colorido, com espinhos esclerotizados ou tubérculos. As teias são
geocêntricas, mas podem apresentar diversas modificações, como em Cyclosa Menge,
1866, que se camufla usando detritos aderidos ao centro da teia. Em Spilasma Simon, 1897
e Micrepeira Schenkel, 1953, a teia é disposta horizontalmente e seu centro é preso em um
cone que serve de abrigo (Levi, 1995). Existem 2844 espécies descritas em 166 gêneros de
araneídeos no planeta (Platnick, 2008). Esta é a família mais abundante e com o maior
número de espécies na FNC, onde foram encontradas até o momento 105 espécies em 29
gêneros. Foram reconhecidas sete espécies novas para a ciência, pertencentes aos gêneros
Alpaida O. P.-Cambridge, 1889, Hypognatha Guérin, 1839, Mangora O. P.-Cambridge,
1889, Metazygia F. O. P.-Cambridge, 1904 e Wagneriana F. O. P.-Cambridge, 1904. Uma
das espécies novas de Alpaida foi descrita por Abrahim & Bonaldo (no prelo). Os gêneros
com maior número de espécies na FNC são Micrathena Sundevall, 1833, Alpaida, Eustala
Simon, 1895 e Mangora. As espécies mais freqüentes na área foram Micrathena kirbyi
(Perty, 1833), M. triangularis (C. L. Koch, 1836), M. Schreibersi (Perty, 1833), Spilasma
duodecimguttata (Keyserling, 1879), Alpaida delicata (Keyserling, 1892) e Alpaida sp. 1.
Diversos espécimes de Micrathena evansi Chickering, 1960 foram encontrados dentro de
ninhos de vespas, capturados para alimentação das larvas destes insetos (Camillo &
Brescovit, 1999). Foram registradas quatro espécies que constituem registros novos para o
Brasil: Alpaida cuyabeno Levi, 1988, do Equador; Dubiepeira neptunina (Mello-Leitão,
1948), conhecida na Colômbia, Peru e Guiana; Parawixia maldonado Levi, 1992, descrita
para o Peru; e Wagneriana neblina Levi, 1991, para a Venezuela.
Ctenidae. Família de aranhas errantes com espécimes de médio a grande porte. São
noturnas, vivendo em arbustos, folhagens e bromélias. Durante o dia, escondem-se entre as
folhas caídas no solo, buracos, entre as raízes das árvores ou sob troncos, saindo à noite
desses refúgios para se alimentar. Em geral se afastam pouco do esconderijo, sendo que
alguns exemplares, especialmente ctenídeos dos gêneros Phoneutria Perty, 1833 e Ctenus
Walckenaer, 1805, sobem nas folhagens para devorar as presas capturadas no solo. As
aranhas dos gêneros Ancylometes Bertkau, 1880 e Phoneutria são as que apresentam o
maior tamanho entre as Araneomorphae conhecidas na Amazônia. Espécimes de
Phoneutria (conhecidas popularmente como aranhas-armadeiras) podem ser agressivas ao
ser humano se perturbadas e apresentam veneno potente, causando acidentes graves
(Bücherl, 1968). Já as espécies dos demais gêneros são praticamente inofensivas e os
acidentes, quando ocorrem, não apresentam gravidade. Foram coletados espécimes de cinco
gêneros, contabilizando nove espécies até o momento em Caxiuanã, sendo que as cinco
espécies identificadas são comuns em toda a Amazônia.
Deinopidae. Essa família é constituída por aranhas de corpo alongado, com pernas finas e
longas, principalmente as pernas I e II, que são, no mínimo, três vezes mais compridas do
que o corpo. Possuem coloração marrom-clara ou cinza e olhos médios anteriores grandes,
muito maiores que os demais (Brescovit et al., 2002). Apresentam hábitos noturnos,
permanecendo alojadas na vegetação do estrato inferior, próximas ao solo. Tecem uma
pequena, porém complexa teia orbicular, que fica armada entre as pernas anteriores,
enquanto as pernas posteriores sustentam o corpo. As presas são capturadas quando passam
nas proximidades, envoltas na teia aberta subitamente pela aranha. Na ECFP foram
reconhecidas duas morfo-espécies de Deinopidae, ambas pertencentes ao gênero Deinopis
MacLeay, 1839, único gênero desta família registrado para o Brasil.
Drymusidae. Esta pequena família contendo 14 espécies distribuídas nas Américas Central
e do Sul e na África, foi registrada pela primeira vez no Brasil por Brescovit et al. (2004a),
com a descrição de uma espécie nova de Jurutí, Pará. Atualmente, a Amazônia Oriental
Brasileira é a região com maior diversidade de espécies desta família no planeta (Bonaldo
et al., 2006). Os drimusídeos são semelhantes aos Scytodidae em relação à morfologia da
genitália e à disposição dos olhos, mas não apresentam o cefalotórax globoso, característico
daquela família. Na FNC foi encontrada uma espécie de Drymusa Simon, 1891, D.
philomatica Bonaldo, Brescovit & Rheims, 2006, nomeada em alusão à Associação criada
por Domingos Soares Ferreira Penna, que deu origem ao Museu Paraense Emílio Goeldi.
Gnaphosidae. É uma grande família de aranhas, com 114 gêneros e 2013 espécies
descritas em todo o mundo (Platnick, 2008). Na FNC foi encontrado somente um indivíduo
imaturo pertencente ao gênero Vectius Simon, 1897. Indivíduos desse gênero são
caracterizados por possuírem o corpo bastante achatado, uma adaptação para a vida em
interstícios. O gênero Vectius possui somente uma espécie descrita, V. niger (Simon, 1880),
distribuída no Brasil, Paraguai e Argentina (Platnick, 2008). Brescovit et al. (2002) indicam
o registro de pelo menos 20 espécies, em três gêneros, na Amazônia Brasileira, o que
sugere que a fauna de Gnaphosidae está sub-amostrada na FNC.
Linyphiidae. São aranhas de pequeno tamanho, a maioria das quais não ultrapassa cinco
mm de comprimento (Brescovit et al., 2004b). São reconhecidas pela presença de sulcos
estridulatórios na face lateral das quelíceras e podem ser encontradas na serapilheira ou no
estrato sub-arbustivo, onde constroem teias em lençol (Höfer & Brescovit, 2001). Embora
seja uma das maiores famílias de aranhas, com 4329 espécies descritas em 571 gêneros
(Platnick, 2008), sua diversidade na Região Amazônica é comparativamente pequena. Na
FNC foram reconhecidas cinco morfo-espécies. Uma espécie de Meioneta Hull, 1920
mostrou-se dominante sobre as demais, com cerca de 64% dos indivíduos coletados até o
momento.
Miturgidae. Família reconhecida pela morfologia das fiandeiras laterais posteriores, cujo
artículo distal é cônico e comprido. É composta por dois grupos muito distintos, a
subfamília Miturginae, cujos representantes mais comuns na Região Neotropical são as
espécies do gênero Teminius Keyserling, 1887, e a subfamília Eutichurinae, que apresenta
uma riqueza de espécies considerável na América do Sul, com diversas espécies registradas
na Amazônia Brasileira. Até o momento apenas T. insularis (Lucas, 1857) foi registrada na
FNC, indicando que a fauna de miturgídeos desta área está sub-amostrada.
Palpimanidae. Aranhas desta família são caracterizadas por apresentar apenas duas
fiandeiras e o primeiro par de pernas fortemente engrossado, com escópulas distais
(Platnick, 1975). Estas pernas modificadas têm funções semelhantes às das antenas dos
insetos, sendo utilizadas para tatear o solo ou detectar possíveis presas. Somente quatro
espécies são conhecidas para Caxiuanã, todas do gênero Otiothops MacLeay, 1839, das
quais duas foram descritas recentemente por Brescovit et al. (2007): O. curua Brescovit,
Bonaldo & Barreiros, 2007 e O. puraquequara Brescovit, Bonaldo & Barreiros, 2007.
Salticidae. Esta é a maior família de Araneae, com 561 gêneros e mais de 5100 espécies
descritas (Platnick, 2008). Os salticídeos, conhecidos popularmente como papa-moscas ou
meirinhos, são facilmente reconhecidos pelos grandes olhos médios anteriores e por
apresentarem cores brilhantes e iridescentes no corpo. São em sua maioria diurnas e, ao
contrário da maioria das aranhas, possuem excelente visão (Land, 1969). No Brasil, pelo
menos cinco espécies são comuns em habitações, quase todas importadas e aclimatadas no
país (Brescovit, 2002). Caçam ativamente sobre a vegetação, em geral próximo aos locais
mais ensolarados da mata. Por se tratar de um grupo extremamente diverso, sua sistemática
ainda é mal conhecida no Brasil. Como resultado, a maior parte das espécies amazônicas
desta família ainda não foi revisada. Em Caxiuanã foram detectadas 95 espécies até o
momento.
Scytodidae. Família de aranhas pequenas, com pernas longas, carapaça arqueada, seis
olhos e, em geral, coloração amarelo-acinzentada. São conhecidas principalmente pela
maneira característica com que caçam suas presas, utilizando uma volumosa glândula de
peçonha no cefalotórax, a qual é dividida em dois compartimentos, um contendo veneno e o
outro contendo uma substância adesiva. Através da pressão exercida pelos músculos que
circundam estas glândulas, são capazes de ejetar o conteúdo com rapidez (Anderson, 1995).
Quando a aranha localiza a presa, a substância adesiva é expulsa através de orifícios na
base da garra das quelíceras e solidifica-se rapidamente, imobilizando a presa. Nos casos de
imobilização parcial, a aranha aproveita para picar a presa em áreas pouco esclerotizadas do
corpo, até que esta fique completamente imobilizada (Bristowe, 1931; Nentwig, 1985). São
aranhas arborícolas, vivendo e forrageando a noite sobre as folhagens e galhos de arbustos
e árvores. Apenas o gênero Scytodes Latreille, 1804 ocorre no Brasil, com mais de 30
espécies descritas para o país. Seis espécies deste gênero foram coletadas em Caxiuanã, das
quais uma ainda não descrita. As outras cinco espécies são amplamente distribuídas na
Região Amazônica.
Segestriidae. Os representantes desta família são caracterizados por terem os três pares de
pernas anteriores direcionados para frente, uma adaptação à vida em refúgios tubulares
(Griswold et al., 2005). Estas aranhas constroem suas tocas em cavidades do tronco de
árvores, debaixo de pedras ou mesmo em paredes. As cavidades são cobertas com fios de
seda radiais que se iniciam no fundo da toca e vão até a abertura, servindo também como
detectores da presença de presas. A família Segestriidae possui três gêneros e 106 espécies
(Platnick, 2008). Na FNC foram reconhecidas quatro morfo-espécies do gênero Ariadna
Audouin, 1826, ainda sem determinação específica.
Selenopidae. São aranhas com pernas laterígradas e corpo achatado dorso-ventralmente,
adaptações para a vida em interstícios (Dippenaar-Schoeman & Jocqué, 1997). Atualmente
a família é constituída por 190 espécies e quatro gêneros, dos quais Selenops Latreille, 1819
é o único com espécies na Região Neotropical, com 14 espécies brasileiras (Platnick, 2008).
Espécimes de Selenops são freqüentemente vistos à noite sobre a superfície de rochas e,
principalmente, em troncos de árvores, onde depositam suas ootecas achatadas e
pigmentadas. Na FNC foi coletada até o momento somente uma fêmea adulta de S.
maranhensis Mello-Leitão, 1918.
Sparassidae. As espécies desta família apresentam porte mediano, com coloração variada,
sendo esverdeada em algumas espécies ou com coloração do marrom ao cinza-escuro em
outras espécies. Vivem na vegetação, em refúgios feitos em geral com a união de duas
folhas. Atualmente, Sparassidae é composta por mais de 1000 espécies em 83 gêneros
(Platnick, 2008). Apenas uma espécie nominal foi encontrada em Caxiuanã, Sparianthis
amazonica Simon, 1880. Esta espécie está incluída na subfamília Sparianthinae e
caracteriza-se por apresentar um anel tegumentar na região posterior do abdômen, logo
abaixo das fiandeiras. Outras três espécies foram coletadas em Caxiuanã, todas novas para
a ciência. São espécies de médio a grande porte, cuja característica mais marcante é a
presença de pequenos dentículos no sulco das quelíceras.
Synotaxidae. As aranhas desta família são semelhantes aos Theridiidae, diferindo destes
apenas por detalhes da genitália (Agnarsson, 2003). É um grupo composto por 13 gêneros e
68 espécies (Platnick, 2008). Somente oito espécies, todas pertencentes ao gênero
Synotaxus Simon, 1895 são atualmente conhecidas no Brasil. Essas aranhas possuem hábito
noturno e ocorrem em florestas tropicais úmidas. Os machos adultos normalmente são
encontrados sob folhas da vegetação sub-arbustiva, enquanto as fêmeas utilizam teias
típicas. Estas teias são semelhantes a telas de arame, com feixes longitudinais cortados por
feixes horizontais e normalmente ficam dispostas a pelo menos 50 cm do solo. As ootecas
são brancas, ovais, tecidas suavemente e são guardadas pelas fêmeas (Agnarsson, 2003). Na
FNC, somente a espécie Synotaxus brescoviti Santos & Rheims, 2005 foi encontrada.
Segundo Santos & Rheims (2005), esta espécie possui distribuição conhecida para os
estados do Acre, Amazonas, Pará e Bahia.
Tetragnathidae. São aranhas tecedoras de teias orbiculares que diferem de Araneidae pela
disposição ocular. Em regiões tropicais, essa família apresenta hábito noturno e são
encontradas no estrato sub-arbustivo (Coddington et al. 1996). Atualmente os
tetragnatídeos são representados por 955 espécies distribuídas em 51 gêneros em todo
mundo (Platnick, 2008). Na FNC foram identificadas 23 morfo-espécies pertencentes a
cinco gêneros (Azilia Keyserling, 1881; Chrysometa Simon, 1894; Dolichognatha O. P.-
Cambridge, 1869; Leucage White, 1841; e Tetragnatha Latreille, 1804), além de uma
morfo-espécie pertencente a um gênero não determinado. O gênero Leucauge apresentou a
maior riqueza e abundância. Representantes desta família são amostrados com guarda-
chuva entomológico.
Thomisidae. São reconhecidas até o momento 2070 espécies distribuídas em 171 gêneros
de Thomisidae no planeta (Platnick, 2008). Representantes desta família são popularmente
conhecidos como aranhas-caranguejo devido a sua capacidade de movimentação lateral,
possibilitada pela orientação laterígrada das pernas, e pelos olhos tuberculados. São aranhas
cursorias de porte pequeno a médio (até 10 mm de comprimento total) que caçam
utilizando estratégias de emboscada. Espécies dos gêneros Misumenops F. O. P.-
Cambridge, 1900 e Epicadus Simon, 1895 vivem sobre ou dentro de flores, tipicamente
com os dois pares de pernas anteriores estendidos à espera de insetos. Aranhas dos gêneros
Aphantochilus O. P.-Cambridge, 1870 e Bucranium O. P.-Cambridge, 1881 mimetizam
formigas do gênero Cephalotes Latreille, 1802. Um total de 28 morfo-espécies foi
amostrado na FNC, das quais apenas quatro identificadas.
Zodariidae. São aranhas facilmente identificadas pela ausência de sérrula nos enditos e
pela presença de dentes de implantação lateral nas unhas tarsais (Jocqué, 1991). Os
zodariídeos são araneomorfas de porte pequeno (4-9 mm de comprimento total) que
habitam a serapilheira. Existem 848 espécies descritas em 74 gêneros (Platnick, 2008), mas
a maior diversidade está concentrada em regiões secas. Não constroem teia de captura e
alimentam-se preferencialmente de formigas. Até o momento três gêneros pertencentes à
Zodariidae estão registrados para a Amazônia Brasileira, Tenedos O. P.-Cambridge, 1897,
Leprolochus Simon, 1893 e Epicratinus Jocqué & Baert, 2005. Destes, apenas uma espécie
pertencente ao gênero Tenedos foi encontrada na FNC, T. hoeferi Jocqué & Baert, 2002,
registrada por Candiani et al. (2008).
Zoridae. Esta família possui 13 gêneros e 74 espécies descritas para o mundo todo
(Platnick, 2008). No Brasil, até o presente momento, somente o gênero Odo Keyserling,
1887 foi registrado, representado por seis espécies distribuídas principalmente nas regiões
sul, sudeste e nordeste. Os zorídeos são caracterizados pela carapaça com duas bandas
paramedianas conspícuas, em geral também presentes na região anterior do abdômen; olhos
em duas filas recurvas e tarso do pedipalpo da fêmea com tufo de espinhos ventrais. Na
FNC foi encontrada uma única fêmea adulta, pertencente a um gênero não determinado.
Este indivíduo foi capturado através de coleta manual noturna e representa o primeiro
registro da família Zoridae para a Amazônia Brasileira.
Ordem Opiliones
Subordem Cyphophthalmi
Subordem Eupnoi
Subordem Laniatores
Cosmetidae. É a segunda família mais diversa do Novo Mundo com 710 espécies (Kury,
2003). Os cosmetídeos incluem alguns dos mais coloridos e delicados opiliões endêmicos
dessa região, onde o pico de diversidade da família ocorre ao Norte da América do Sul,
América Central e México. Em localidades amazônicas, Cosmetidae geralmente é a família
com maior riqueza, além de serem também abundantes e dominantes em todos os
ambientes, exceto campinas e savanas (Tourinho, dados não publicados). Possuem o corpo
ovalado, o escudo dorsal é mais largo nas áreas II e III, e podem ser facilmente
reconhecidos pelos pedipalpos modificados com a tíbia em forma de colher (em repouso
recobre as quelíceras). Eles apresentam hábito noturno, são encontrados geralmente na
serapilheira do chão da mata, na serapilheira suspensa, sobre a vegetação do sub-bosque,
junto à raízes de árvores e dentro de troncos. Uma espécie de cosmetídeo que habita a
várzea vive na serapilheira na época de seca e na copa das árvores durante a cheia (Friebe
& Adis, 1983). Em Caxiuanã, foi a família com maior riqueza: Cynorta conspersa (Perty
1833), Cynorta juruensis (Mello-Leitão, 1923); Paecilaema paraensis Soares, 1970,
Cynorta valida Roewer, 1927, além de outras cinco morfo-espécies.
Gonyleptidae (Pachylinae). Essa família possui mais de 850 espécies descritas (Kury,
2003). Gonyleptidae é a família mais diversa do Novo Mundo. Contudo, a maior
diversidade concentra-se na parte meridional da América do Sul, principalmente na Mata
Atlântica Brasileira e Chile. Na região amazônica, ocorrem poucas espécies de algumas
subfamílias (e.g. Ampycinae e Pachylinae). Pachylinae é a subfamília mais diversa de
Gonyleptidae com cerca de 400 espécies descritas (Kury, 2003). Possuem hábitos
estritamente noturnos e crípticos, ocupam a serapilheira, o solo e também os troncos caídos.
Duas espécies (Discocyrtus carvalhoi Mello-Leitão, 1941 e Discocyrtus sp1) foram
amostradas na FNC.
Escadabiidae. É uma família pequena (seis espécies) de minúsculos opiliões, cujo tamanho
médio do corpo varia entre 2,5 mm a 3,5 mm, possuem coloração marrom a tons castanho
claro. A família foi recentemente descrita (Kury, 2003; Pérez & Kury, 2007), seu
reconhecimento é dificultado em função da grande similaridade de sua morfologia externa
com as famílias Kimulidae e Zalmoxidae. São noturnos e podem ser encontrados
principalmente no solo, na serapilheira e em cupinzeiros. Algumas espécies são
cavernícolas, com características morfológicas troglóbias como anoftalmia ou olhos
reduzidos, despigmentação e projeção dos apêndices. Foi observada a tanatose como hábito
de defesa, um comportamento de imobilidade completa que pode durar vários minutos. Na
Amazônia a maioria das espécies não está descrita. Na FNC apenas uma morfo-espécie foi
amostrada.
Kimulidae. Família de opiliões de pequeno porte que habitam a serapilheira. Esta família
possui 37 espécies conhecidas, um único registro no Brasil (Pernambuco) e três novas
espécies para a Amazônia Brasileira, uma das quais encontrada na FNC.
Stygnidae. São facilmente diagnosticados pelos olhos separados e pelo pedipalpo fino e
longo ou muito longo. A maioria das espécies possui tamanho médio (3 mm) a grande (7
mm), as pernas III-IV possuem processo tarsal. A quelícera do macho é hipertélica e suas
pernas, normalmente, são muito mais espinhosas que as da fêmea. As 80 espécies
conhecidas foram registradas no centro-norte da América do Sul e Caribe. Podem formar
agregados pequenos (até 12 indivíduos) dentro de troncos, mas também são encontrados na
vegetação. As espécies Auranus parvus Mello-Leitão 1941, Protimesius trocaraincola
Pinto-da-Rocha 1997 e uma espécie não determinada do gênero Stygnus Perty 1833, foram
amostradas na FNC. A primeira espécie possui um ciclo de vida regulado pelo ciclo das
águas na várzea (Friebe & Adis, 1983).
Stygnommatidae. São opiliões de tamanho médio e pequeno (corpo entre 3-6 mm),
possuem um pedipalpo robusto e alargado, com o tarso reduzido, os olhos são separados e a
quelícera é hipertélica e recoberta por pequenos tubérculos ou espinhos. Eles ocorrem no
norte da América do Sul e Caribe. As espécies podem ser cavernícolas, habitam frestas de
barrancos cobertos por gramíneas, podem se abrigar dentro de troncos em decomposição,
solo, serapilheira, em húmus, embaixo de pedras e troncos de árvores caídos. Apenas uma
espécie nova dessa família foi reconhecida na área de estudo.
Zalmoxidae. É mais uma família composta de opiliões muito pequenos, de cor marrom
claro a escuro, sendo que algumas espécies podem ser amarelo-pálido. A família tem 146
espécies descritas (Kury, 2003) e distribuídas nas regiões tropicais do mundo. São
geralmente encontradas no solo e na serapilheira de florestas tropicais. Um indivíduo foi
coletado em folhas de Pistia sp. em um banco de macrófitas na várzea do Rio Solimões. Na
FNC foram reconhecidos cinco morfo-espécies pertencentes a gêneros não determinados.
Ordem Scorpiones
Ordem Solifugae
Ordem Schizomida
Ordem Amblypygi
Ordem Thelyphonida
Ordem Ricinulei
Perspectivas
Os esforços empreendidos nos últimos 10 anos permitem que a FNC possa ser
considerada como uma das áreas na Amazônia Brasileira mais bem conhecida em relação à
fauna de aracnídeos. Apesar disso, a grande quantidade de táxons potencialmente novos
para a ciência, principalmente das Ordens Araneae e Opiliones, encontrados em Caxiuanã,
evidencia a necessidade de investimentos maciços no estudo da taxonomia e da sistemática
destes animais. A FNC é atualmente a localidade com a maior riqueza observada de
espécies de aranhas e opiliões da Amazônia Brasileira, excedendo a lista da RFAD em 85
espécies de aranhas (ver Höfer & Brescovit, 2001) e a lista de Juruti, Pará, em seis espécies
de opiliões (ver Pinto-da-Rocha & Bonaldo, 2004). O número de espécies observadas na
FNC tende a aumentar com a conclusão da triagem das amostras obtidas entre 2005 e 2006
ao longo da calha do Rio Caxiuanã e com a continuidade do inventário da parcela do PPBio
no Igarapé Caquajó. Estas iniciativas são coerentes com a premente necessidade de ampliar
a abrangência geográfica das amostras dentro da FNC, concentrando o esforço de coleta em
áreas de difícil acesso, uma vez que a maioria das amostras processadas até o momento
provém de áreas próximas à base física da ECFP. Além disso, é necessário o
desenvolvimento e aplicação de protocolos de controle do esforço amostral de técnicas de
coleta nos extensos bancos de macrófitas da Baía de Caxiuanã, cuja fauna de aracnídeos
está atualmente representada em coleções apenas por poucas amostras ocasionais obtidas
no Rio Curuá. Por fim, deve-se iniciar um programa de amostragem de aracnídeos
presentes no dossel através da aplicação de técnicas de termonebulização da copa das
árvores. A fauna de dossel é virtualmente desconhecida na FNC, assim como em
praticamente toda a Amazônia Brasileira. A diversificação das técnicas de coleta e a
ampliação do esforço e da abrangência geográfica das amostragens na FNC certamente
terão grande impacto no incremento das listas de espécies da área. Neste contexto, pode-se
resgatar ainda como atual a afirmação de Martins & Lise (1997), de que seus resultados
representavam “apenas o potencial da ECFP em termos de seu significado em
representatividade da diversidade regional”.
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Legenda da Tabela
Tabela 1. Lista de espécies das ordens Araneae, Opiliones, Scorpiones, Schizomida,
Ricinulei, Solifugae, Thelyphonida e Amblypygi, registradas na Floresta Nacional de
Caxiuanã (FNC).
Figuras 21-26. Araneae, Araneomorphae. 21. Corinnidae, Myrmecium sp.1, macho; 22.
Corinnidae, Castianeira sp.1, macho em folhagem; 23. Ctenidae, Ancylometes rufus,
macho sobre tronco caído; 24. Pisauridae, Architis tenuis, fêmea segurando sua ooteca, em
folhagem; 25. Deinopidae, Deinopis sp.1, fêmea , segurando sua teia de caça em forma de
rede, sustentada por um fio de seda preso à vegetação; 26. Drymusidae, Drymusa
philomatica, macho . (Fotos: 1, F.E. Pimenta; 22-23, L.T. Miglio e J.A.P. Barreiros; 24-25,
L. S. Carvalho; 26, D.F. Candiani)
Figuras 27-32. Opiliones. 27. Cosmetidae, Cynorta juruensis; 28. Kimulidae, Kimulidae
sp.1; 29. Cosmetidae, Cynorta sp.1; 30. Cosmetidae, Cynorta paraensis; 31. Cosmetidae,
Cynorta conspersa; 32. Sclerosomatidae, Gagrellinae, Prionostemma sp.1. (Fotos: R.
Pinto-da-Rocha).
Figuras 39-44. Scorpiones. 39. Buthidae, Ananteris balzanii; 40. Buthidae, Tityus
paraensis; 41. Buthidae, Tityus strandi; 42. Buthidae, Tityus silvestris; 43. Chactidae,
Brotheas sp.1; 44. Chactidae, Broteochactas parvulus. (Fotos: 39 e 43, D.F. Candiani; 40,
L.T. Miglio; 41, L.T. Miglio & J.A.P. Barreiros; 42 e 44, R. Pinto-da-Rocha).
Araneae
Mygalomorphae
Barychelidae
Strophaeus sp.1 4
Ctenizidae
Ummidia glabra (Doleschall, 1871) 1
Cyrtaucheniidae
Bolostromus sp.1 8
Bolostromus sp.2 9
Fufius auricomus (Simon, 1891) 19
Dipluridae
Diplura sanguinea (F.O.P.-Cambridge, 1896) 18
Diplura sp.1 17
Diplura sp.2 8
Diplura sp.3 27
Diplura sp.4 37
Diplura sp.5 1
Ischnothele guianensis (Walckenaer, 1837) 7
Masteria sp.1 1
Idiopidae
Idiops sp.1 2
Neocteniza sp.1 3
Neocteniza sp.2 1
Paratropididae
Paratropis sp.1 18
Paratropis sp.2 7
Paratropis sp.3 1
Theraphosidae
Acanthoscurria ferina Simon, 1892 8
Acanthoscurria geniculata (C. L. Koch, 1842) 2
Acanthoscurria sp.1 26
Acanthoscurria sp.2 2
Acanthoscurria sp.3 2
Acanthoscurria sp.4 1
Avicularia sp.1 4
Avicularia sp.2 1
Aviculariinae sp.1 7
Hapalopus sp.1 1
Holothele rondoni (Lucas & Bücherl, 1972) 7
Holothele sp.1 1
Holothele sp.2 6
Holothele sp.3 2
Holothele sp.4 1
Holothele sp.5 2
Homoeomma sp.1 2
Homoeomma sp.2 1
Paraphysa sp.1 6
Theraphosa blondi (Latreille, 1804) 12
Theraphosinae sp.1 1
Theraphosinae sp.2 3
Theraphosinae sp.3 3
Theraphosinae sp.4 2
Araneomorphae
Anapidae
Anapidae sp.1 5
Anapidae sp.2 2
Anapidae sp.3 3
Anapidae sp.4 2
Anapidae sp.5 1
Anyphaenidae
Anyphaenidae sp.1 1
Anyphaenidae sp.2 1
Anyphaenidae sp.3 2
Anyphaenidae sp.4 11
Anyphaenoides sp.1 2
Isigonia limbata Simon, 1897 1
Otoniela adisi Brescovit, 1997 1
Sillus sp.1 2
Wulfila sp.1 1
Wulfila sp.2 1
Araneidae
Acacesia benigna Glueck, 1994 2
Actinosoma pentacanthum (Walckenaer, 1842) 9
Aculepeira travassosi (Soares & Camargo, 1948) 2
Alpaida aff. banos Levi, 1988 2
Alpaida aff. sulphurea (Taczanowski, 1873) 1
Alpaida antonio Levi, 1988 1
Alpaida bicornuta (Taczanowski, 1878) 18
Alpaida chickeringi Levi, 1988 1
Alpaida cuyabeno Levi, 1988 5
Alpaida delicata (Keyserling, 1892) 27
Alpaida iquitos Levi, 1988 10
Alpaida negro Levi, 1988 2
Alpaida simla Levi, 1988 17
Alpaida sp.n.1 26
Alpaida sp.n.2 2
Alpaida tabula (Simon, 1895) 1
Alpaida truncata (Keyserling, 1865) 17
Amazonepeira beno Levi, 1994 2
Amazonepeira callaria (Levi, 1991) 16
Amazonepeira masaka Levi, 1994 1
Araneus guttatus (Keyserling, 1865) 2
Araneus horizonte Levi, 1991 1
Araneus sp.1 1
Argiope argentata (Fabricius, 1775) 2
Argiope savignyi Levi, 1968 1
Bertrana elinguis (Keyserling, 1883) 13
Chaetacis aureola (C. L. Koch, 1836) 1
Chaetacis cornuta (Taczanowski, 1873) 12
Cyclosa caroli (Hentz, 1850) 1
Cyclosa diversa (O. P.-Cambridge, 1894) 4
Cyclosa inca Levi, 1999 11
Cyclosa longicauda (Taczanowski, 1878) 10
Cyclosa sp.1 1
Cyclosa tapetifaciens Hingston, 1932 5
Dubiepeira neptunina (Mello-Leitão, 1948) 2
Eriophora fuliginea (C. L. Koch, 1838) 12
Eriophora ravilla (C. L. Koch, 1844) 1
Eustala sp.1 9
Eustala sp.2 4
Eustala sp.3 2
Eustala sp.4 1
Eustala sp.5 2
Eustala sp.6 1
Eustala sp.7 1
Eustala sp.8 1
Eustala sp.9 1
Eustala sp.10 1
Eustala sp.11 1
Gasteracantha cancriformis (Linnaeus, 1758) 1
Hypognatha lagoas Levi, 1996 2
Hypognatha scutata (Perty, 1833) 6
Hypognatha sp.2 2
Hypognatha sp.n.1 3
Kapogea cyrtophoroides (F. O. P.-Cambridge, 1904) 3
Kapogea sexnotata (Simon, 1895) 1
Madrepeira amazonica Levi, 1995 1
Mangora ayo Levi, 2007 4
Mangora bovis Levi, 2007 1
Mangora brokopondo Levi, 2007 2
Mangora novempupillata Mello-Leitão, 1940 15
Mangora sp.n.1 2
Mangora sp.n.2 6
Mangora sp.n.3 1
Manogea porracea (C. L. Koch, 1838) 6
Metazygia castaneoscutata (Simon, 1895) 3
Metazygia laticeps (O. P.-Cambridge, 1889) 7
Metazygia paquisha Levi, 1995 4
Metazygia sp.n.1 7
Metazygia uraricoera Levi, 1995 4
Metazygia yobena Levi, 1995 10
Micrathena acuta (Walckenaer, 1842) 6
Micrathena evansi Chickering, 1960 35
Micrathena excavata (C. L. Koch, 1836) 3
Micrathena flaveola (Perty, 1839) 7
Micrathena furcula (O. P.-Cambridge, 1890) 4
Micrathena horrida (Taczanowski, 1873) 2
Micrathena kirbyi (Perty, 1833) 66
Micrathena miles Simon, 1895 15
Micrathena patruelis (C. L. Koch, 1839) 5
Micrathena peregrinatorum (Holmberg, 1883) 5
Micrathena pungens (Walckenaer, 1842) 17
Micrathena saccata (C. L. Koch, 1836) 1
Micrathena schreibersi (Perty, 1833) 24
Micrathena sexspinosa (Hahn, 1822) 3
Micrathena sp.1 1
Micrathena triangularis (C. L. Koch, 1836) 33
Micrathena triangularispinosa (De Geer, 1778) 1
Micrepeira fowleri Levi, 1995 4
Ocrepeira sp.1 6
Parawixia divisoria Levi, 1992 3
Parawixia hypocrita (O. P.-Cambridge, 1889) 1
Parawixia kochi (Taczanowski, 1873) 17
Parawixia maldonado Levi, 1992 1
Parawixia matiapa Levi, 1992 1
Parawixia pypocrita (O. P.-Cambridge, 1889) 1
Pronous tuberculifer Keyserling, 1881 1
Rubrepeira rubronigra (Mello-Leitão, 1939) 2
Scoloderus cordatus (Taczanowski, 1879) 3
Scoloderus tuberculifer (O. P.-Cambridge, 1889) 6
Spilasma duodecimguttata (Keyserling, 1879) 28
Verrucosa sp.1 5
Wagneriana hassleri Levi, 1991 1
Wagneriana neblina Levi, 1991 3
Wagneriana roraima Levi, 1991 2
Wagneriana sp.n.1 1
Caponiidae
Nops sp.1 9
Clubionidae
Elaver sp.1 1
Elaver sp.2 2
Elaver valvula (F. O. P.-Cambridge, 1900) 3
Corinnidae
Abapeba sp.1 1
Abapeba taruma Bonaldo, 2000 2
Attacobius blakei Bonaldo & Brescovit, 2005 2
Castianeira sp.1 5
Castianeira sp.2 1
Castianeira sp.3 1
Castianeira sp.4 1
Corinna ducke Bonaldo, 2000 1
Corinna sp.1 2
Corinna sp.2 1
Corinna sp.3 2
Corinna sp.4 1
Corinna sp.5 2
Corinna sp.6 8
Corinna sp.7 3
Gen. nov. aff. Creugas sp.1 12
Gen. nov. aff. Methesis sp.1 3
Myrmecium sp.1 5
Myrmecium sp.2 16
Myrmecium sp.3 1
Myrmecium sp.4 2
Myrmecium sp.7 2
Parachemmis hassleri (Gertsch, 1942) 1
Parachemmis sp.1 2
Simonestus sp.1 1
Sphecotypus sp.1 1
Trachelas sp.1 2
Trachelas sp.2 4
Tupirinna rosae Bonaldo, 2000 5
Tupirinna sp.1 3
Ctenidae
Ancylometes rufus (Walckenaer, 1837) 207
Centroctenus sp.1 29
Centroctenus sp.2 5
cf. Ctenus sp.1 2
cf. Nothroctenus sp.1 3
Ctenus amphora Mello-Leitão, 1930 58
Ctenus crulsi Mello-Leitão, 1930 188
Ctenus villasboasi Mello-Leitão, 1949 25
Phoneutria reidyi (F. O. P.-Cambridge, 1897) 16
Deinopidae
Deinopis sp.1 14
Deinopis sp.2 1
Drymusidae
Drymusa philomatica Bonaldo, Rheims & Brescovit, 2006 2
Hahniidae
Hahniidae sp.1 219
Hersiliidae
Neotama mexicana (O. P.-Cambridge, 1893) 2
Linyphiidae
cf. Sphecozone sp.1 4
Linyphiidae sp.1 13
Meioneta sp.1 78
Meioneta sp.2 25
Scoleucura sp.1 2
Lycosidae
Aglaoctenus castaneus (Mello-Leitão, 1942) 4
Lycosidae sp.1 15
Mimetidae
Ero sp.1 10
Ero sp.2 2
Ero sp.3 2
Ero sp.4 1
Ero sp.5 1
Gelanor sp.1 9
Gelanor sp.2 2
Miturgidae
Teminius insularis (Lucas, 1857) 2
Mysmenidae
Mysmenidae sp.1 27
Mysmenidae sp.2 3
Mysmenidae sp.3 4
Nephilidae
Nephila clavipes (Linnaeus, 1767) 7
Nesticidae
Nesticidae sp.1 2
Nesticidae sp.2 2
Ochyroceratidae
Ochyroceratidae sp.1 102
Ochyroceratidae sp.2 183
Oonopidae
Dysderina sp.1 17
Dysderina sp.2 9
Dysderina sp.3 4
Gamasomorphinae sp.1 39
Gamasomorphinae sp.2 9
Gamasomorphinae gen. nov. sp.1 48
Gamasomorphinae gen. nov. sp.2 7
Neoxyphinus sp.1 11
Oonopinae sp.1 1
Oonopinae sp.2 1
Oonopinae sp.3 2
Oonopoides sp.1 1
Oonops sp.1 2
Oonops sp.2 2
Scaphiela sp.1 5
Oxyopidae
Oxyopidae sp.1 1
Oxyopidae sp.2 2
Oxyopidae sp.3 2
Oxyopes incertus Mello-Leitao, 1929 1
Oxyopes sp.1 13
Oxyopes sp.2 2
Oxyopes sp.3 1
Oxyopes sp.4 1
Schaenicoscelis sp.n.1 1
Palpimanidae
Otiothops curua Brescovit, Bonaldo & Barreiros, 2007 20
Otiothops puraquequara Brescovit, Bonaldo & Barreiros, 2007 11
Otiothops sp.n.1 8
Otiothops sp.n.2 1
Pholcidae
Artema sp.1 1
Carapoia fowleri Huber, 2000 31
Mesabolivar aff. cambridgei sp.1 8
Mesabolivar aurantiacus (Mello-Leitão, 1930) 10
Mesabolivar cambridgei (Mello-Leitão, 1947) 11
Metagonia sp.1 2
Otavaloa lisei Huber, 2000 22
Pisaboa silvae Huber, 2000 1
Pisauridae
Architis tenuipes (Simon, 1898) 4
Architis tenuis Simon, 1898 18
Thaumasia sp.1 51
Thaumasia sp.2 7
Thaumasia sp.3 9
Thaumasia sp.4 4
Thaumasia sp.5 3
Prodidomidae
Lygromma sp.1 6
Lygromma sp.2 1
Lygromma sp.3 1
Salticidae
Salticidae sp.1 1
Salticidae sp.2 1
Salticidae sp.3 1
Salticidae sp.4 1
Salticidae sp.5 1
Salticidae sp.6 1
Salticidae sp.7 2
Salticidae sp.8 7
Salticidae sp.9 1
Salticidae sp.10 1
Salticidae sp.11 1
Salticidae sp.12 2
Salticidae sp.13 1
Salticidae sp.14 1
Salticidae sp.15 3
Salticidae sp.16 1
Salticidae sp.17 1
Salticidae sp.18 1
Salticidae sp.19 3
Salticidae sp.20 2
Salticidae sp.21 2
Salticidae sp.22 8
Salticidae sp.23 3
Salticidae sp.24 12
aff. Kalcerrytus sp.1 1
Alcmena sp.1 1
Amycinae sp.1 1
Amycus sp.1 7
cf. Coryphasia sp.1 5
cf. Corythalia sp.1 1
cf. Corythalia sp.2 5
cf. Freya sp.1 3
cf. Freyinae sp.1 1
cf. Noegus sp.1 1
cf. Noegus sp.2 1
cf. Noegus sp.3 6
cf. Noegus sp.4 3
Chira sp.1 7
Corythalia sp.1 3
Cotinusa sp.1 1
Cylistella sp.1 9
Dendryphantinae sp.1 20
Dendryphantinae sp.2 4
Dendryphantinae sp.3 7
Euophryinae sp.1 45
Euophryinae sp.2 76
Euophryinae sp.3 18
Euophryinae sp.4 4
Euophryinae sp.5 9
Euophryinae sp.6 6
Euophryinae sp.7 6
Euophrys sp.1 1
Fluda cf. araguae Galiano, 1971 7
Fluda sp.1 9
Freyinae sp.1 5
Frigga sp.1 9
Hasarius adansoni (Audouin, 1826) 1
Hypaeus sp.1 9
Hypaeus sp.2 36
Hypaeus sp.3 2
Itata sp.1 2
Itata sp.2 1
Kalcerrytus amapari Galiano,1999 4
Kalcerrytus sp.1 9
Kalcerrytus sp.2 6
Lyssomanes longipes (Taczanowski, 1871) 6
Lyssomanes sp.1 3
Lyssomanes sp.3 2
Lyssomanes sp.4 4
Lyssomanes sp.5 1
Lyssomanes sp.6 1
Lyssomanes sp.7 1
Lyssomanes sp.8 1
Maeota sp.1 1
Mago sp.1 10
Mago sp.2 15
Mago sp.3 4
Mago sp.4 1
Mago sp.5 1
Marma nigritarsis (Simon, 1900) 1
Marma sp.1 1
Myrmarachne sp.1 1
Noegus arator Simon, 1900 2
Noegus franganilloi (Caporiacco, 1947) 1
Noegus sp.1 19
Noegus sp.2 1
Onofre sp.1 6
Psecas sp.1 2
Sassacus sp.1 2
Scopocira sp.1 13
Synemosina sp.1 1
Synemosina sp.2 1
Synemosina sp.3 3
Synemosina sp.4 1
Zuniga sp.1 1
Scytodidae
Scytodes cotopitoka Rheims et al., 2005 7
Scytodes fusca Walckenaer, 1837 1
Scytodes mapinguari Rheims & Brescovit, 2004. 4
Scytodes piyampisi Rheims et al., 2005 4
Scytodes romitii Caporiacco, 1947 6
Scytodes sp.1 12
Segestriidae
Ariadna sp.1 32
Ariadna sp.2 1
Ariadna sp.3 7
Ariadna sp.4 3
Selenopidae
Selenops maranhensis Mello-Leitão, 1918 1
Senoculidae
Senoculus sp.1 5
Senoculus sp.2 2
Senoculus sp.4 1
Sparassidae
Sparassidae sp.1 1
Sparassidae sp.2 1
cf. Sadala sp.1 1
Heteropoda venatoria (Linnaeus, 1767) 9
Pseudosparianthis ravida (Simon, 1847) 3
Sparianthis amazonica Simon, 1880 2
Symphytognathidae
Anapistula sp.1 66
Synotaxidae
Synotaxus brescoviti Santos & Rheims, 2005 10
Tetragnathidae
Tetragnathidae sp.1 1
Azilia sp.1 7
Azilia sp.2 1
Azilia sp.3 4
Crysometa sp.1 1
Dolichognatha sp.1 2
Dolichognatha sp.2 1
Leucauge sp.1 19
Leucauge sp.2 4
Leucauge sp.3 2
Leucauge sp.4 8
Leucauge sp.5 1
Leucauge sp.6 9
Leucauge sp.7 2
Leucauge sp.8 6
Leucauge sp.9 6
Leucauge sp.10 6
Leucauge sp.11 3
Leucauge sp.12 2
Leucauge sp.13 2
Leucauge sp.14 1
Tetragnatha sp.1 15
Tetragnatha sp.2 9
Theridiidae
Theridiidae sp.1 9
Theridiidae sp.2 43
Theridiidae sp.3 2
Theridiidae sp.4 2
Theridiidae sp.5 1
Theridiidae sp.6 3
Theridiidae sp.7 1
Theridiidae sp.8 1
Theridiidae sp.9 1
Theridiidae sp.10 1
Theridiidae sp.11 1
Theridiidae sp.12 2
Theridiidae sp.13 4
Theridiidae sp.14 2
Theridiidae sp.15 1
Theridiidae sp.16 1
Theridiidae sp.17 1
Theridiidae sp.18 1
Theridiidae sp.19 1
Theridiidae sp.20 2
Theridiidae sp.21 1
Theridiidae sp.22 1
Theridiidae sp.23 3
Theridiidae sp.24 1
Theridiidae sp.25 2
Theridiidae sp.26 2
Theridiidae sp.27 4
Theridiidae sp.28 2
Theridiidae sp.29 1
Theridiidae sp.30 1
Theridiidae sp.31 2
Theridiidae sp.32 3
Achaearanea hieroglyphica (Mello-Leitão, 1940) 4
Achaearanea migrans (Keyserling, 1884) 1
Achaearanea trapezoidalis (Taczanowski, 1873) 3
aff. Latrodectus sp.1 20
Anelosimus sp.1 1
Argyrodes sp.1 6
Argyrodes sp.2 22
Argyrodes sp.3 6
Argyrodes sp.4 1
Argyrodes sp.5 4
Argyrodes sp.6 14
Ariamnes attenuatus O. P.-Cambridge, 1881 12
Cerocida ducke Marques & Buckup, 1989 6
Chrysso sulcata (Keyserling, 1884) 2
Coleosoma sp.1 1
Coleosoma sp.2 3
Coleosoma sp.3 2
Dipoena cordiformis Keyserling, 1886 5
Dipoena kuyuwini Levi, 1963 12
Dipoena militaris Chickering, 1943 8
Dipoena rubella (Keyserling, 1884) 1
Dipoena sp.1 1
Dipoena sp.2 5
Dipoena sp.3 2
Dipoena sp.4 1
Dipoena sp.5 3
Dipoena sp.6 2
Dipoena sp.7 2
Dipoena sp.8 1
Dipoena sp.9 3
Dipoena sp.10 1
Dipoena sp.11 4
Dipoena sp.12 1
Episinus erythrophthalmus (Simon, 1894) 52
Episinus salobrensis (Simon, 1895) 77
Episinus sp.1 2
Episinus vaticus Levi, 1964 4
Euryopis sp.1 1
Faiditus sp.1 1
Helvibis rossi Levi, 1964 17
Lasaeola donaldi (Chickering, 1943) 15
Phoroncidia sp.1 1
Phoroncidia sp.2 1
Phoroncidia sp.3 1
Rhomphaea sp.1 1
Rhomphaea sp.2 28
Rhomphaea sp.3 4
Spintharus sp.1 2
Steatoda moesta (O. P.-Cambridge, 1896) 3
Stemmops aff. vicosa Levi, 1964 7
Stemmops sp.1 1
Styposis selis Levi, 1964 150
Theridion sp.1 11
Theridion sp.2 1
Theridion sp.3 1
Theridion sp.4 1
Thwaitesia affinis O. P.-Cambridge, 1882 7
Thwaitesia bracteata (Exline, 1950) 4
Thwaitesia simoni (Keyserling, 1884) 30
Thwaitesia sp.1 1
Thwaitesia sp.2 3
Thymoites crassipes Keyserling, 1884 7
Thymoites sp.1 25
Thymoites sp.2 1
Thymoites sp.3 33
Theridiosomatidae
Theridiosomatidae sp.1 16
Theridiosomatidae sp.2 14
Theridiosomatidae sp.3 1
Theridiosomatidae sp.4 2
Theridiosomatidae sp.5 2
Theridiosomatidae sp.6 1
Theridiosomatidae sp.7 1
Theridiosomatidae sp.8 1
Theridiosomatidae sp.9 2
Theridiosomatidae sp.10 1
Theridiosomatidae sp.11 2
Theridiosomatidae sp.12 3
Theridiosomatidae sp.13 1
Theridiosomatidae sp.14 1
Theridiosomatidae sp.15 1
Theridiosomatidae sp.16 1
aff. Naatlo sp.1 14
Naatlo sp.1 6
Naatlo sp.2 1
Naatlo sp.3 1
Thomisidae
Thomisidae sp.1 2
Thomisidae sp.2 1
Thomisidae sp.3 1
Thomisidae sp.4 1
Thomisidae sp.5 2
Thomisidae sp.6 1
Thomisidae sp.7 1
Acentroscelus sp.1 3
Aphantochilus rogersi O. P.-Cambridge, 1870 1
Aphantochilus sp.1 3
Aphantochilus sp.2 3
Bucranium taurifrons O. P.-Cambridge, 1881 2
Onolucus echinatus (Taczanowski, 1872) 1
Stephanopis sp.1 18
Stephanopis sp.2 1
Stephanopis sp.3 6
Stephanopis sp.4 40
Strophius sp.1 8
Titidius rubescens Caporiacco, 1947 24
Titidius sp.1 34
Tmarus sp.1 58
Tmarus sp.2 3
Tmarus sp.3 1
Tmarus sp.4 1
Tmarus sp.5 1
Tmarus sp.6 1
Tmarus sp.7 1
Tobias sp.1 2
Tobias sp.2 3
Trechaleidae
Heidrunea sp.1 1
Paradossenus sp.1 1
Rhoicininae sp.1 1
Rhoicinus sp.1 1
Trechalea amazonica F. O. P.-Cambridge, 1903 8
Trechalea sp.1 1
Uloboridae
Uloboridae sp.1 11
Uloboridae sp.2 2
Uloboridae sp.3 11
Uloboridae sp.4 2
Uloboridae sp.5 1
Uloboridae sp.6 1
Uloboridae sp.7 1
Miagrammopes sp.1 13
Miagrammopes sp.2 5
Miagrammopes sp.3 6
Miagrammopes sp.4 1
Miagrammopes sp.5 3
Miagrammopes sp.6 1
Miagrammopes sp.7 1
Philoponella sp.1 12
Uloborus sp.1 4
Zodariidae
Tenedos hoeferi Jocqué & Baert, 2002 28
Zoridae
Zoridae sp.1 1
Opiliones
Agoristenidae (Leiosteninae)
Agoristenidae sp.1 1
Trinella sp.1 6
Cosmetidae
Cynorta conspersa (Perty 1833) 138
Cynorta juruensis (Mello-Leitão, 1923) 10
Cynorta sp.1 151
Cynorta valida Roewer 1927 8
Gryne sp.1 55
Gryne sp.2 1
Paecilaema paraensis Soares 1970 16
Paecilaema sp.1 3
Paecilaema sp.2 16
Escadabiidae
Escadabiidae sp.1 1
Fissiphalliidae
Fissiphallius chicoi Tourinho & González, 2006 237
Gonyleptidae (Pachylinae)
Discocyrtus carvalhoi Mello-Leitão 1941 23
Discocyrtus sp1 3
Guassiniidae
Guassiniidae sp.1 1
Kimulidae
Kimulidae sp.1 1
Manaosbiidae
Manaosbiidae sp.1 12
Manaosbiidae sp.2 55
Rhopalocranaus aspersus Roewer 1932 1
Saramacia lucasae Jim & Soares, 1991 82
Neogoveidae
Neogoveidae sp1 1
Samoidae
Samoidae sp.1 2
Sclerosomatidae (Gagrellinae)
Calluga sp.n.1 27
Prionostemma sp.n.1 23
Stygnidae
Auranus parvus Mello-Leitão 1941 16
Protimesius trocaraincola Pinto-da-Rocha 1997 8
Stygnus sp.1 47
Stygnommatidae
Stygnommatidae sp.n.1 17
Zalmoxidae
Zalmoxidae sp.1 32
Zalmoxidae sp.2 165
Zalmoxidae sp.3 1
Zalmoxidae sp.4 3
Zalmoxidae sp.5 33
Ricinulei
Ricinoididae
Cryptocellus simonis Hansen & Sörensen 1904 366
Schizomida
Hubbardiidae
Surazomus paitit Bonaldo & Pinto-da-Rocha 2007 57
Scorpiones
Buthidae
Ananteris balzanii Thorell, 1891 2
Tityus paraensis Kraepelin, 1896 3
Tityus silvestris Pocock, 1897 2
Tityus strandi Werner, 1939 1
Chactidae
Broteochactas parvulus Pocock 1897 11
Brotheas sp.1 27
Solifugae
Ammotrechidae
Ammotrechidae sp.1 1
Thelyphonida
Hypoctonidae
Thelyphonellus amazonicus (Butler, 1872) 2
TOTAL 6590