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Inventário e História Natural dos Aracnídeos da Floresta Nacional de

Caxiuanã, Pará, Brasil1

A. B. Bonaldo2, L. S. Carvalho2, R. Pinto-da-Rocha3, A. L. Tourinho4, L. T. Miglio2, D. F.


Candiani2, N. F. Lo Man Hung2, N. Abrahim2, B. V. B. Rodrigues2, A. D. Brescovit5, R.
Saturnino4, N. C. Bastos2, S. C. Dias2, B. J. F. Silva2, J. M. B. Pereira-Filho2, C. A.
Rheims5, S. M. Lucas5, D. Polotow5, G. R. S. Ruiz5 & R. P. Indicatti5.

1
Dedicado à memória de José Augusto Pereira Barreiros (1977 – 2007).
2
Museu Paraense Emílio Goeldi, Coordenação de Zoologia, Campus de Pesquisa, Av.
Perimetral, 1901, CEP 66040-170, Belém, PA.
3
Universidade de São Paulo, Instituto de Biociências, Departamento de Zoologia, Rua do
Matão, Travessa 14, No. 321, CEP 05508-900 São Paulo SP.
4
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Programa de Coleções Zoológicas
(Invertebrados) (ALT), Coordenação de Pesquisas em Ecologia (CPEC) (RS), Avenida
André Araújo, 2936, CEP 69011-970, Cx. Postal 478, Manaus, AM.
5
Instituto Butantan, Laboratório de Artrópodes Peçonhentos, Avenida Vital Brasil 1500,
CEP 05503-900 São Paulo, SP.

Introdução

A Classe Arachnida é o segundo maior grupo do Reino Animal, sendo suplantada,


em termos de riqueza em espécies, apenas pelos insetos. Esta grande linhagem inclui
formas muito familiares, como as aranhas, ácaros e escorpiões, mas também algumas
ordens praticamente desconhecidas fora do meio científico, como Ricinulei e Schizomida.
Das 11 ordens recentes de Arachnida, 10 tem ocorrência registrada na Floresta Nacional de
Caxiuanã (FNC). Apenas a Ordem Palpigradi ainda não foi registrada na área, uma
ausência provavelmente devida à falhas de amostragem, já que estes animais foram
registrados na Amazônia Central Brasileira e na Guiana Francesa (Conde & Adis, 2002).
São abordadas aqui as ordens Araneae, Opiliones, Scorpiones, Schizomida, Ricinulei,
Solifugae, Thelyphonida e Amblypygi.
A fauna de aracnídeos da Região Amazônica é ainda muito mal conhecida do ponto
de vista taxonômico, o que pode ser evidenciado pela freqüência com que são publicados
trabalhos de descrição de táxons novos de várias ordens, especialmente aranhas, opiliões,
escorpiões, ricinúleos e esquizomídos (e.g. Bonaldo et al., 2006; Pinto-da-Rocha &
Bonaldo, 2007; Tourinho & González, 2006, Tourinho & Azevedo, 2007; Lourenço et al.,
2005a; 2005b; Bonaldo & Pinto-da-Rocha, 2007). Outra indicação da falta de estudos
taxonômicos em aracnídeos amazônicos é o dado de que nesta região ocorrem apenas 3%
das cerca de 95.000 espécies de aracnídeos conhecidas atualmente pela ciência (Adis,
2002). Esta percentagem não reflete a real biodiversidade da Região Amazônica, tendo em
vista, por exemplo, a grande quantidade de espécies não determinadas, muitas das quais
provavelmente novas, listadas em inventários recentes (e.g. Silva & Coddington, 1996;
Pinto-da-Rocha & Bonaldo, 2006; Ricetti & Bonaldo, 2008; Lo Man Hung, et al., no
prelo). O conhecimento biogeográfico dos aracnídeos amazônicos também deixa a desejar.
As amostragens são pontuais e geralmente provenientes de regiões de fácil acesso, o que
muitas vezes causa lacunas artificiais nos mapas de ocorrência das espécies. A aracnofauna
da Amazônia brasileira começou a ser amostrada de forma mais sistemática apenas a partir
das últimas décadas do século XX. Estas iniciativas não coordenadas geraram um mosaico
de áreas amostradas com diferentes intensidades através de metodologias não comparáveis
entre si. Os principais pontos amostrados nos últimos anos foram a Estação Ecológica da
Ilha de Maracá, em Roraima (Lise, 1998); áreas próximas do Rio Juruti (Pinto-da-Rocha &
Bonaldo, 2006), algumas localidades na Serra do Cachimbo (Ricetti & Bonaldo, 2008) e a
área do projeto Jari (Barlow et al., 2007), no Pará; o Parque Nacional da Serra do Divisor
(Vieira & Brescovit, dados pessoais) e as Reservas Extrativistas Pimenteira, Catuaba e
Humaitá (Brescovit & Höfer, dados pessoais), no Acre; a Reserva de Desenvolvimento
Sustentável de Mamirauá (Borges & Brescovit, 1996), a bacia do Rio Urucu (Bonaldo &
Dias, no prelo), áreas no entorno da cidade de Manaus (Igapó Tarumã-Mirim e Ilha da
Marchantaria) e regiões próximas às sedes municipais de Manicoré, Borba e Ipixuna
(Höfer, 1990; Borges & Brescovit, 1996; Brescovit, 1999; Lourenço et al., 2005a; 2005b),
no estado do Amazonas. Destaca-se, ainda, a Reserva Florestal Adolfo Ducke (RFAD), em
Manaus, Amazonas, cuja fauna de aracnídeos é a mais intensamente amostrada de toda a
Amazônia Brasileira. (Gasnier et al., 1995; Gasnier & Höfer, 2001; Höfer, 1997; Höfer et
al., 1996; Vieira & Höfer, 1994, 1998, Höfer & Brescovit, 2001; Rego et al., 2007).

As amostragens de aracnídeos provenientes da FNC foram esporádicas e ocasionais


até 1996, quando ocorreu a primeira grande expedição aracnológica à Estação Científica
Ferreira Penna (ECFP), integrada por técnicos e pesquisadores do MPEG e pelo aracnólogo
Arno Antonio Lise, da PUC-RS. Os resultados desta expedição, no que concerne à Ordem
Araneae, foram publicados por Martins & Lise (1997), no primeiro volume editado sobre
Caxiuanã (Lisboa, 1997), trabalho que se constitui, até hoje, na única lista faunística de
aranhas disponível para a área.
O esforço de amostragem de aracnídeos na FNC, especialmente na área da ECFP,
foi intensificado a partir do ano 2000, com a aplicação de protocolos estruturados que
permitem o registro dos eventos de coleta em termos de unidades amostrais. Estas
expedições iniciaram por ocasião da realização de cursos sobre técnicas de inventários
zoológicos, dirigidos a alunos de Pós-Gradução em Zoologia, e tiveram continuidade com o
Projeto “Inventário Multi-taxonômico de Caxiuanã” (PNOPG-CNPq) e o experimento
“Efeitos da Seca da Floresta” (Milênio-LBA). Estes apoios permitiram o desenvolvimento
da primeira Dissertação de Mestrado sobre as aranhas da ECFP, com enfoque na fauna de
serapilheira (Barreiros, 2004). Entre 2005 e 2006 foram realizadas expedições de coleta a
14 pontos ao longo do Rio Caxiuanã, com a utilização de sete métodos complementares
para amostragem de espécies que habitam os mais diversos estratos da vegetação. Estas
campanhas resultaram na obtenção de 2240 amostras padronizadas, totalizando cerca de
40.000 espécimes. Isto representa o maior esforço de amostragem empregado até o
momento em uma única área de estudo na Amazônia Oriental Brasileira, realizado no
contexto do desenvolvimento da Tese de Doutorado de José Augusto Pereira Barreiros (in
memorian), a quem este capítulo é dedicado (Bonaldo et al., 2007).
A partir de 2006 foi iniciado o Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio-
MCT), uma iniciativa de promoção de inventários biológicos integrados na Amazônia
Brasileira, que prevê o estabelecimento de uma rede de parcelas inventariadas através da
aplicação de protocolos espacialmente comparáveis. A primeira parcela do PPBio na
Amazônia Oriental Brasileira foi implantada na margem esquerda do Igarapé Caquajo, no
coração da FNC, uma área cuja fauna aracnológica nunca havia sido antes amostrada. Até o
momento foram realizadas duas expedições àquela área, que resultaram na descrição de
quatro espécies novas para a ciência: um representante da Ordem Schizomida, do gênero
Surazomus Reddell & Cokendolpher, 1995 (Bonaldo & Pinto-da-Rocha, 2007) e três
espécies de aranhas, duas do gênero Otiothops MacLeay, 1839 (família Palpimanidae)
(Brescovit et al., 2007) e uma do gênero Alpaida O. P.-Cambridge, 1889 (família
Araneidae) (Abrahim & Bonaldo, no prelo). Além destas, outras cinco espécies de
aracnídeos recentemente descritos tem a FNC como localidade-tipo, o que denota que a
disponibilização das amostras coletadas nesta Floresta Nacional já vem causando um
impacto detectável na comunidade científica.
Este capítulo reflete um esforço coletivo no sentido de dar continuidade ao trabalho
de José Augusto Pereira Barreiros, sumarizando os dados faunísticos disponíveis sobre oito
ordens de aracnídeos ocorrentes na Floresta Nacional de Caxiuanã e oferecendo uma lista
quali-quantitativa de espécies e morfo-espécies registradas para a área.

Metodologia
Os espécimes foram triados e identificados até o nível taxonômico mais exato
possível, sendo muitas vezes classificados em morfo-espécies, devido à ausência de
revisões taxonômicas recentes para muitos grupos ou por se tratarem de táxons ainda não
formalmente descritos. O material-testemunho está depositado nas coleções de aracnídeos
do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG, curador, A. B. Bonaldo). Algumas duplicatas
foram depositadas nas coleções do Instituto Butantan (IBSP, curador, A. D. Brescovit) e
Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZSP, curador, R. Pinto da Rocha). A
seguir é oferecido um panorama das técnicas de coleta empregadas nos últimos anos para o
inventário dos aracnídeos de Caxiuanã.
Armadilhas de queda: empregadas na captura de invertebrados de solo, de pequeno e
médio porte, que se locomovem ativamente na serapilheira. Estas armadilhas consistem de
potes plásticos de 500ml enterrados em fila em intervalos regulares de 10 m, ao nível do
solo, contendo líquido conservante (álcool 80%). Cada pote é numerado e recebe uma
cobertura de plástico para impedir a entrada da água da chuva. As armadilhas permanecem
abertas durante cinco dias consecutivos. O conjunto de animais obtido pela exposição
consecutiva de cada armadilha é considerado uma amostra.
Armadilhas de interceptação e queda: Estas armadilhas são geralmente empregadas na
captura de vertebrados que se locomovem ativamente na serapilheira. Esta técnica mostrou-
se eficiente para a coleta de aracnídeos, principalmente escorpiões e aranhas de grande
porte (Pinto-da-Rocha et al., 2007; Lo Man Hung et al., no prelo). A estrutura instalada na
ECFP para inventários herpetológicos foi utilizada com sucesso também no presente
inventário. As armadilhas consistem de cinco baldes de plástico (90 litros) enterrados em
linha a intervalos de 15 m, ao nível do solo, unidos por uma tela plástica de 1m de altura
(cerca-guia). Na base de cada balde são feitos pequenos furos para impedir o acúmulo de
água proveniente da chuva. As armadilhas permanecem abertas por dez dias consecutivos,
sendo vistoriadas diariamente. Os aracnídeos obtidos na primeira vistoria, logo após a
abertura dos baldes, são excluídos das análises quantitativas. O conjunto de animais obtidos
nas nove vistorias diárias subseqüentes de cada grupo de baldes conectados entre si é
considerado uma amostra.
Guarda-chuva Entomológico: Técnica empregada na amostragem de animais arborícolas
presentes no estrato arbustivo de até dois metros de altura. O instrumento consiste de duas
hastes cruzadas, presas entre si no centro, e de um quadrado de tecido branco fixado pelos
cantos nas extremidades das hastes. O aparato é posicionado sob os galhos das árvores e
arbustos, os quais são agitados com um bastão. Os animais que caem sobre o tecido são
capturados manualmente ou com auxílio de um pequeno pote. O conjunto de animais
obtido em cada hora de coleta contínua, por um coletor, é considerado uma amostra.
Rede de varredura: Trata-se de um cone de tecido branco cuja boca é fixada a um aro de
metal de 30 cm de diâmetro, acoplado a um cabo longo. O instrumento é passado
repetidamente sobre a vegetação rasteira, capturando animais que ocupam os estratos
baixos da vegetação. Cada hora de coleta contínua, por um coletor, é considerada uma
amostra.
Procura visual noturna: Consiste na coleta manual na serapilheira, em troncos em
decomposição, dentro de cavidades, sob pedras e na vegetação de sub-bosque até a altura
de dois metros, com o auxilio de lanterna de cabeça. Este método permite o acesso a
diferentes estratos e ambientes, amostrando principalmente animais ativos durante a noite,
incluindo aqueles animais que caminham sobre o solo, sobre a vegetação ou que se
movimentam entre diferentes ambientes. Esta técnica é executada em transectos de 30 por
10 m. O conjunto de animais obtido em cada hora de coleta contínua em um transecto, por
um coletor, é considerada uma amostra.
Extratores de Winkler: são utilizados na captura de pequenos invertebrados ocorrentes na
serapilheira. Com o auxílio de balizas de madeira, uma área de 1 m2 é delimitada no solo e
toda a serapilheira e a matéria orgânica superficial é colocada em uma peneira de 5 mm de
malha. Cada porção de serapilheira colocada na peneira é agitada por um minuto e o
material resultante é ensacado e etiquetado para inclusão nos extratores de Winkler. Este
aparato é composto por um saco fenestrado (malha de 4 mm), onde é acondicionado o
material peneirado, suspenso dentro de um invólucro fechado de tecido de algodão esteado
por uma armação de arame. As armadilhas, munidas com um frasco coletor com álcool
80% na extremidade inferior, permanecem suspensas ao abrigo da chuva e do vento por três
dias, a fim de garantir a extração do maior número possível de animais. O conjunto de
animais obtido em 1m2 de serapilheira, processado da maneira descrita acima, corresponde
a uma amostra.
Coletas ocasionais: São incluídas nessa categoria todas as amostragens não padronizadas,
geralmente manuais. Também são consideradas ocasionais as coletas realizadas com
auxílio de puçá sobre macrófitas aquáticas junto às margens dos rios, devido ao fato de que
ainda não foram desenvolvidos protocolos padronizados de amostragem para a coleta de
aranhas associadas a corpos de água na região Amazônica.

Ordem Araneae

A Ordem Araneae é o sexto maior grupo animal em termos de riqueza de espécies,


com mais de 40 mil espécies conhecidas, distribuídas em 108 famílias (Platnick, 2008). As
estimativas acerca da diversidade real da Ordem podem variar de 80.000 a 170.000
espécies. Neste caso, seriam conhecidas até o momento apenas de 20% a 50% do total de
espécies viventes (Coddington & Levi, 1991; Platnick, 1999). As aranhas são facilmente
distinguidas dos outros aracnídeos por diversas peculiaridades morfológicas, das quais a
mais conspícua é a separação do cefalotórax e do abdômen, conectados apenas por uma
haste estreita e curta, o pedicelo. Outras duas características exclusivas destes animais, a
faculdade de produzir peçonha e seda, têm implicações profundas em sua história natural.
Muitas aranhas constroem teias para a captura de presas, mas a produção de seda tem
diversas outras funções, como a construção de sacos de ovos e revestimento de refúgios. As
aranhas desenvolveram uma grande diversidade de estratégias de predação, como a
construção de diferentes tipos de teias ou a caça por busca ativa ou por emboscada. Araneae
se divide em dois grupos, a Subordem Mesothelae, que inclui aranhas primitivas, com
traços de segmentação abdominal e fiandeiras espalhadas pela face ventral do abdômen e a
Subordem Opisthothele, sem traços de segmentação e cujas fiandeiras estão agrupadas na
extremidade posterior do abdômen. O primeiro grupo é composto por apenas 87 espécies
restritas ao sudoeste da Ásia (ver Thaler & Knoflach, 2004, figuras 3-6). O segundo
engloba todas as outras aranhas e é dividido, por sua vez, em duas grandes infraordens:
Mygalomorphae, que inclui as chamadas aranhas caranguejeiras, caracterizadas pela
simplificação do aparelho de copulação do palpo do macho e pela redução no número de
fiandeiras e Araneomorphae, que inclui a grande maioria das aranhas viventes, que
apresentam quelíceras orientadas transversalmente em relação ao eixo longitudinal do
corpo (ver Thaler & Knoflach, 2004, figuras 7-10).
As migalomorfas estão representadas no Brasil por cerca de 300 espécies em 11
famílias (Brescovit et al., 2002; Lucas et al., 2006), das quais 10 ocorrem na Amazônia. As
famílias Actinopodidae, Idiopidae, Dipluridae, Cyrtaucheniidae, Paratropididae e
Theraphosidae são comuns nesta região, enquanto Barychelidae, Microstigmatidae e
Ctenizidae são de ocorrência mais rara. Representantes da família Nemesiidae são
encontrados somente no sudeste da Região Amazônica (Brescovit et al., 2002) e os
registros em território brasileiro da família Mecicobothriidae estão restritos à região sul do
país (Lucas et al., 2006). As famílias Actinopodidae e Microstigmatidae ainda não foram
registradas na FNC.
As Araneomorfas incluem aproximadamente 90% das aranhas conhecidas, sendo
representadas no Brasil por 59 famílias (Brescovit et al., 2002), incluindo Drymusidae e
Cithaeronidae, registradas pela primeira vez para o país por Brescovit et al. (2004a) e
Carvalho et al. (2007), respectivamente, além de Nephilidae, recentemente elevada a este
nível por Kuntner (2006). Na Amazônia Brasileira ocorrem 51 famílias, incluindo Zoridae,
um grupo relativamente comum na Mata Atlântica, registrado aqui pela primeira vez para a
Amazônia. Até o momento, foram registradas 42 famílias de araneomorfas para a FNC.
Estes números denotam que o inventário aqui apresentado ainda não está completo, uma
vez que existe potencial de ocorrência de, no mínimo, outras nove famílias nesta área.
A comparação entre a lista de espécies de Araneae aqui oferecida com a de Martins
& Lise (1997), indica um incremento de cerca de 450% em termos de espécies de aranhas
identificadas, o que inclui os registros de migalomorfas de grande porte, inacessíveis aos
métodos empregados naquele inventário preliminar. Entretanto, várias espécies listadas por
Martins & Lise (1997) não foram re-coletadas nos últimos 10 anos, outra indicação clara de
que o conhecimento da diversidade desta fauna na FNC ainda não é satisfatório.
O programa de inventário da araneofauna da FNC implantado nos últimos anos
resultou na obtenção de mais de 3000 amostras padronizadas, tendo-se até o momento
incorporado às coleções científicas 4768 indivíduos adultos, pertencentes a 591 espécies
(Tabela 1). Esta é a maior riqueza de espécies observada para uma única localidade na
Amazônia Brasileira, suplantando em 85 espécies a RFAD, para a qual foram reportadas
506 espécies (Höfer & Brescovit, 2001). O número de indivíduos registrado na RFAD
(4475 adultos) (Höfer & Brescovit, 2001) sugere que a intensidade amostral naquela área
foi similar à obtida até agora na FNC. Entretanto, a porcentagem de resolução taxonômica
da lista de espécies e morfo-espécies de Höfer & Brescovit (2001) (55% de espécies
determinadas) é consideravelmente maior do que a da lista da FNC (28% de espécies
determinadas). Estas comparações indicam que a FNC já pode ser considerada como uma
das áreas na Amazônia Brasileira cuja fauna de aranhas foi mais intensamente amostrada,
mas também que ainda há um longo caminho a percorrer para levar o conhecimento das
aranhas de Caxiuanã a um nível aceitável.

Infraordem Mygalomorphae

Barychelidae. São caranguejeiras estritamente fossoriais, apresentando adaptações


morfológicas para a escavação de substratos duros. Pouco se conhece sobre a biologia das
espécies desta família, existindo poucos espécimes depositados em coleções científicas
nacionais (Brescovit et al., 2004b). São reconhecidas pelo lobo anterior dos enditos
indistinguível ou ausente; escópula bem desenvolvida no metatarso e nos tarsos I e II; e, nas
fêmeas, unhas pares com dentes pequenos (Raven, 1985) ou ausentes e pelo artículo apical
da fiandeira lateral posterior extremamente curto e em forma de domo. Na FNC foi
registrada, até o momento, uma única espécie não determinada do gênero Strophaeus
Ausserer, 1875, representada apenas por machos coletados em armadilhas de interceptação
e queda.

Ctenizidae. Constroem tocas do tipo alçapão no solo, as quais são praticamente


imperceptíveis quando fechadas (F.O.P.-Cambridge, 1897). Possuem a coxa do pedipalpo
mais longa que larga, fóvea cefalotoráxica fortemente procurva, artículos distais das pernas
das fêmeas com espinhos grossos (F.O.P.-Cambridge, 1897; Dippenaar-Schoeman &
Jocqué, 1997). No Brasil, esta família está representada apenas por representantes do
gênero monotípico Ummidia Thorell, 1875. Na FNC foi coletada apenas uma fêmea de
Ummidia glabra (Doleschall, 1871), em armadilha de interceptação e queda. Esses animais
de hábitos crípticos são coletados raramente, pois não costumam viver em aglomerações,
como algumas espécies de Actinopodidae e Nemesiidae (Coyle, 1983). Ummidia
caracteriza-se pela ausência de escópulas, pelos olhos agrupados em um tubérculo e pela
tíbia III com uma depressão dorsal (Brescovit et al., 2002).

Cyrtaucheniidae. São aranhas comuns na Amazônia Brasileira, geralmente encontradas


em fendas, onde constroem tubos de seda (Brescovit et al., 2002). Na região amazônica, a
família está representada por três gêneros: Bolostromus Ausserer, 1875, Fufius (Simon,
1888) e Rhytidicolus Simon, 1889 (Brescovit et al., 2002). Possuem enditos
quadrangulares, cômoro ocular evidente, lábio mais longo que largo ou tão longo quanto
largo e não apresentam tufos subungueais (Brescovit et al., 2002; Mello-Leitão, 1923). Na
FNC foram encontradas Fufius auricomus Simon, 1891 e duas espécies não descritas de
Bolostromus. Fufius difere dos outros gêneros de Cyrtaucheniidae pela presença de fóvea
recurva. O gênero Bolostromus difere de Fufius e Rhytidicolus pela presença de rastelo
formado por fortes espinhos, dispostos em toda região frontal da quelícera. A maioria dos
representantes de ambos os gêneros registrados na FNC foi coletada em armadilhas de
queda para invertebrados ou através de triagem manual de serapilheira.

Dipluridae. A maioria dos diplurídeos constrói teias de captura, em forma de funil, que
terminam em um refúgio localizado dentro de aberturas no solo, sob rochas ou troncos
caídos, ou em espaços entre troncos de árvores (Brescovit et al., 2004b). Caracterizam-se
pela presença de fiandeiras laterais posteriores muito desenvolvidas, longas e espaçadas
entre si. Espécies dos três gêneros comumente encontrados na região amazônica (Diplura
C. L. Koch, 1850, Ischnothele Ausserer, 1875 e Masteria L. Koch, 1873), foram registrados
na FNC e estão lá representados por oito espécies. As aranhas do gênero Diplura recobrem
espaços sob troncos caídos ou rochas com um lençol de seda. Geralmente ocorrem em
florestas ou áreas abertas de cerrado, e tem ampla distribuição no Brasil (Brescovit et al.,
2004b). Espécimes de D. sanguinea (F. O. P.-Cambridge, 1896) foram obtidos em
armadilhas de interceptação e queda ou em coletas ocasionais. As espécies do gênero
Ischnothele distribuem-se na América do Sul, América Central e Antilhas e geralmente
produzem teias irregulares, com muitos túneis, nas proximidades de grandes árvores
(Coyle, 1995). Na FNC, os espécimes de Ischnothele guianensis (Walckenaer, 1837) foram
coletados através de procura manual noturna, sendo vários dos quais obtidos em teias
contíguas, em uma árvore de angelim-pedra (Hymenolobium petraeum Ducke). O gênero
Masteria é registrado para a FNC somente por um macho adulto, obtido em armadilhas de
queda, o que denota sua presença na serapilheira.

Idiopidae. São aranhas fossoriais que constroem tocas do tipo alçapão, relativamente
frágeis (Coyle & Dellinger, 1992). São migalomorfas de tamanho médio, que possuem três
unhas e rastelo. O palpo do macho tem címbio espinhoso e bulbo curto, com uma
escavação prolateral (Dippenaar-Schoeman & Jocqué, 1997). A família está representada
na FNC apenas por Idiops Perty, 1833, gênero com ampla distribuição na América Central,
América do Sul, África e Ásia. Estas aranhas são caracterizadas pelos olhos laterais
anteriores próximos ao clípeo, afastados dos outros olhos, pela fóvea fortemente procurva e
pelo cefalotórax arqueado (Raven, 1985). Apenas um macho e uma fêmea pertencentes a
uma espécie de Idiops foram coletados até o momento, em armadilhas de queda para
invertebrados.

Paratropididae. Ocorrem nas regiões tropicais e subtropicais da América do Sul e Central.


São aranhas que não constroem tocas e vivem semi-enterradas no solo. Segundo Raven
(1985), possuem numerosas cerdas incrustadas de partículas de solo no abdômen,
simetricamente dispostas e eretas, cada uma em um tubérculo distinto. Durante as
amostragens realizadas na FNC foram obtidas três espécies, todas incluídas no gênero
Paratropis Simon, 1889. Estas aranhas possuem quelíceras pequenas, com dentes em
ambas as margens subunguiais, fiandeiras digitifomes, bulbos piriformes com êmbolos
longos e espermatecas com lobos longos (Simon, 1889; F.O.P.-Cambridge, 1896; Raven,
1985).

Theraphosidae. Esta família apresenta a maior riqueza de espécies de toda a Infraordem


Mygalomorphae e é também a mais diversa família de caranguejeiras na lista de espécies da
FNC. No Brasil ocorrem cerca de 150 espécies, distribuídas em três subfamílias. A fauna
de terafosídeos amazônicos inclui espécies de ocorrência exclusiva na região, como
Theraphosa blondi (Latreille, 1804), uma das aranhas de maior porte conhecidas em todo o
planeta, e espécies dos gêneros Pamphobeteus Pocock, 1901, Megaphobema Pocock 1901 e
Cyriocosmus Simon, 1903. Outros gêneros possuem também espécies não-amazônicas,
como Acanthoscurria Ausserer, 1871, Lasiodora C. L. Koch, 1850 e Oligoxystre
Vellard,1924 (Brescovit et al., 2002; Guadanucci, 2007). Na FNC foram encontradas 24
espécies, distribuídas em oito gêneros. As aranhas do gênero Acanthoscurria Ausserer,
1871, como a maioria dos terafosídeos, vivem em tocas naturais recobertas de seda em
troncos de árvores ou no solo (Schiapelli & Gerschman, 1964). A maioria dos espécimes de
Acanthoscurria foi obtida quando da abertura dos baldes das armadilhas de interceptação e
queda, o que denota os hábitos crípticos destes animais. Representantes da subfamília
Aviculariinae foram encontrados tanto em áreas alagadas quanto em áreas de terra firme.
Este grupo foi representado na FNC por duas espécies do gênero Avicularia Lamarck, 1818
e uma pertencente a um gênero não determinado. Theraphosa blondi é uma espécie
facilmente encontrada na ECFP. Machos foram obtidos em armadilhas de interceptação e
queda e coletas manuais e as fêmeas foram encontradas ocasionalmente nas trilhas ou
retiradas de tocas sob as raízes de árvores. Dados das armadilhas de interceptação e queda,
relativos a um intervalo de dois anos consecutivos, sugerem que o período reprodutivo
dessa espécie seja em março, pois cerca de 60% dos machos foram coletados nesta época
do ano.

Infraordem Araneomorphae
Anapidae. É uma família composta por aranhas que constroem pequenas teias (2-3 mm de
diâmetro) de formato orbicular, que possuem espirais e raios extras sobre e sob o plano da
teia orbicular, conferindo maior elasticidade à teia como um todo (Ramírez et al., 2004;
Platnick & Forster, 1989). A maioria dos anapídeos possui até 2 mm de comprimento total,
vivem na serapilheira e em musgos do solo de florestas úmidas e habita regiões tropicais
(Platnick & Forster, 1989). Essa família pode ser reconhecida pela ausência de pulmões
foliáceos, com manchas esclerotizadas nas laterais do abdômen (Brescovit et al., 2002;
Platnick & Forster, 1989). No mundo existem 145 espécies e 35 gêneros, dos quais somente
Anapis Simon, 1895; Anapisona Gertsch, 1941 e Pseudanapis Simon, 1905 possuem
espécies registradas para o Brasil (Platnick, 2008). Na FNC foram registradas cinco
espécies pertencentes a gêneros ainda não determinados.

Anyphaenidae. Aranhas arborícolas de pequeno a médio porte que apresentam atividade


noturna. São eficientes predadoras de insetos em geral, mas a literatura registra também
casos de nectarivoria, especialmente entre anifenídeos dos gêneros Hibana Brescovit, 1991,
nos EUA (Taylor & Foster, 1996) e Aysha Keyserling, 1891 (Brescovit et al., 2004b). São
conhecidas popularmente como aranhas-do-saco, devido ao hábito de construírem seus
refúgios através do enrolamento de folhas ou unindo as mesmas com fios de seda (Dondale
& Redner, 1982). Também são conhecidas como aranhas-fantasma, devido a rapidez com
que se movimentam ou fogem quando perturbadas (Brescovit, 1996). Dez espécies foram
coletadas até o momento em Caxiuanã, destacando-se Otoniella adisi Brescovit, 1996,
comum em toda a Amazônia, mas em geral presente em áreas mais úmidas, junto a
capinzais e macrófitas aquáticas em geral.

Araneidae. Esse grupo é composto por aranhas construtoras de teias orbiculares, a maioria
de hábitos noturnos. Existe uma grande diversidade de formas, principalmente em relação à
morfologia do abdômen, que pode apresentar-se pouco esclerotizado e com pouca
pigmentação, ou colorido, com espinhos esclerotizados ou tubérculos. As teias são
geocêntricas, mas podem apresentar diversas modificações, como em Cyclosa Menge,
1866, que se camufla usando detritos aderidos ao centro da teia. Em Spilasma Simon, 1897
e Micrepeira Schenkel, 1953, a teia é disposta horizontalmente e seu centro é preso em um
cone que serve de abrigo (Levi, 1995). Existem 2844 espécies descritas em 166 gêneros de
araneídeos no planeta (Platnick, 2008). Esta é a família mais abundante e com o maior
número de espécies na FNC, onde foram encontradas até o momento 105 espécies em 29
gêneros. Foram reconhecidas sete espécies novas para a ciência, pertencentes aos gêneros
Alpaida O. P.-Cambridge, 1889, Hypognatha Guérin, 1839, Mangora O. P.-Cambridge,
1889, Metazygia F. O. P.-Cambridge, 1904 e Wagneriana F. O. P.-Cambridge, 1904. Uma
das espécies novas de Alpaida foi descrita por Abrahim & Bonaldo (no prelo). Os gêneros
com maior número de espécies na FNC são Micrathena Sundevall, 1833, Alpaida, Eustala
Simon, 1895 e Mangora. As espécies mais freqüentes na área foram Micrathena kirbyi
(Perty, 1833), M. triangularis (C. L. Koch, 1836), M. Schreibersi (Perty, 1833), Spilasma
duodecimguttata (Keyserling, 1879), Alpaida delicata (Keyserling, 1892) e Alpaida sp. 1.
Diversos espécimes de Micrathena evansi Chickering, 1960 foram encontrados dentro de
ninhos de vespas, capturados para alimentação das larvas destes insetos (Camillo &
Brescovit, 1999). Foram registradas quatro espécies que constituem registros novos para o
Brasil: Alpaida cuyabeno Levi, 1988, do Equador; Dubiepeira neptunina (Mello-Leitão,
1948), conhecida na Colômbia, Peru e Guiana; Parawixia maldonado Levi, 1992, descrita
para o Peru; e Wagneriana neblina Levi, 1991, para a Venezuela.

Caponiidae. É uma pequena família com apenas 70 espécies em 11 gêneros (Platnick,


2008). No Brasil, existem ainda representantes dos gêneros Caponina Simon, 1891 e Nops
MacLeay, 1839. As aranhas dessa família são pequenas (aproximadamente 1,5 cm de
comprimento total), possuem um colorido atraente, com o cefalotórax alaranjado e
abdômen azulado ou acinzentado, apresentam variação no número de olhos e não têm
pulmões foliáceos (Platnick, 1994; Brescovit et al., 2002). São aranhas cursoriais de
serapilheira e podem ser facilmente coletadas com o uso de armadilhas de queda para
invertebrados ou armadilhas de interceptação e queda para vertebrados. Na FNC foi obtida
até o momento apenas uma espécie não determinada de Nops.

Clubionidae. Família representada por 546 espécies em 14 gêneros (Platnick, 2008), a


maioria das quais distribuídas no velho mundo. No Brasil ocorrem cerca de 30 espécies
atribuídas ao gênero Elaver O. P.-Cambridge, 1898, além de uma espécie não descrita de
Clubiona Latreille, 1804, proveniente da Amazônia Central (Brescovit et al. 2002). São
aranhas arborícolas coletadas com o uso de guarda-chuva entomológico e reconhecidas pela
característica morfologia da genitália e das fiandeiras. Na FNC foram registradas três
espécies de Elaver, duas das quais provavelmente novas para a ciência.
Corinnidae. São aranhas de porte médio (3-20 mm) que habitam desde o estrato médio da
floresta até a serapilheira, sendo também freqüentemente encontradas em troncos de
árvores a espreita de presas. Em geral possuem coloração críptica, com matizes de marrom
a negro, camuflando-se em troncos em decomposição e vegetação seca. Vários
representantes desta família mimetizam formigas (e.g. Myrmecium Latreille, 1824,
Castianeira Keyserling, 1879, Sphecotypus O. P.-Cambridge, 1895), apresentando desde
modificações morfológicas que simulam a presença do tagma cefálico, até comportamentos
específicos, como o posicionamento do primeiro par de pernas acima do cefalotórax,
simulando antenas. Corinídeos do gênero Attacobius Mello-Leitão, 1925 são notórios por
serem encontrados cavalgando soldados de formigas saúvas. Na FNC foram registradas até
o momento 30 espécies pertencentes a 12 gêneros.

Ctenidae. Família de aranhas errantes com espécimes de médio a grande porte. São
noturnas, vivendo em arbustos, folhagens e bromélias. Durante o dia, escondem-se entre as
folhas caídas no solo, buracos, entre as raízes das árvores ou sob troncos, saindo à noite
desses refúgios para se alimentar. Em geral se afastam pouco do esconderijo, sendo que
alguns exemplares, especialmente ctenídeos dos gêneros Phoneutria Perty, 1833 e Ctenus
Walckenaer, 1805, sobem nas folhagens para devorar as presas capturadas no solo. As
aranhas dos gêneros Ancylometes Bertkau, 1880 e Phoneutria são as que apresentam o
maior tamanho entre as Araneomorphae conhecidas na Amazônia. Espécimes de
Phoneutria (conhecidas popularmente como aranhas-armadeiras) podem ser agressivas ao
ser humano se perturbadas e apresentam veneno potente, causando acidentes graves
(Bücherl, 1968). Já as espécies dos demais gêneros são praticamente inofensivas e os
acidentes, quando ocorrem, não apresentam gravidade. Foram coletados espécimes de cinco
gêneros, contabilizando nove espécies até o momento em Caxiuanã, sendo que as cinco
espécies identificadas são comuns em toda a Amazônia.

Deinopidae. Essa família é constituída por aranhas de corpo alongado, com pernas finas e
longas, principalmente as pernas I e II, que são, no mínimo, três vezes mais compridas do
que o corpo. Possuem coloração marrom-clara ou cinza e olhos médios anteriores grandes,
muito maiores que os demais (Brescovit et al., 2002). Apresentam hábitos noturnos,
permanecendo alojadas na vegetação do estrato inferior, próximas ao solo. Tecem uma
pequena, porém complexa teia orbicular, que fica armada entre as pernas anteriores,
enquanto as pernas posteriores sustentam o corpo. As presas são capturadas quando passam
nas proximidades, envoltas na teia aberta subitamente pela aranha. Na ECFP foram
reconhecidas duas morfo-espécies de Deinopidae, ambas pertencentes ao gênero Deinopis
MacLeay, 1839, único gênero desta família registrado para o Brasil.

Drymusidae. Esta pequena família contendo 14 espécies distribuídas nas Américas Central
e do Sul e na África, foi registrada pela primeira vez no Brasil por Brescovit et al. (2004a),
com a descrição de uma espécie nova de Jurutí, Pará. Atualmente, a Amazônia Oriental
Brasileira é a região com maior diversidade de espécies desta família no planeta (Bonaldo
et al., 2006). Os drimusídeos são semelhantes aos Scytodidae em relação à morfologia da
genitália e à disposição dos olhos, mas não apresentam o cefalotórax globoso, característico
daquela família. Na FNC foi encontrada uma espécie de Drymusa Simon, 1891, D.
philomatica Bonaldo, Brescovit & Rheims, 2006, nomeada em alusão à Associação criada
por Domingos Soares Ferreira Penna, que deu origem ao Museu Paraense Emílio Goeldi.

Gnaphosidae. É uma grande família de aranhas, com 114 gêneros e 2013 espécies
descritas em todo o mundo (Platnick, 2008). Na FNC foi encontrado somente um indivíduo
imaturo pertencente ao gênero Vectius Simon, 1897. Indivíduos desse gênero são
caracterizados por possuírem o corpo bastante achatado, uma adaptação para a vida em
interstícios. O gênero Vectius possui somente uma espécie descrita, V. niger (Simon, 1880),
distribuída no Brasil, Paraguai e Argentina (Platnick, 2008). Brescovit et al. (2002) indicam
o registro de pelo menos 20 espécies, em três gêneros, na Amazônia Brasileira, o que
sugere que a fauna de Gnaphosidae está sub-amostrada na FNC.

Hahniidae. Os representantes desta família habitam a serapilheira e medem cerca de 2 mm.


São aranhas facilmente identificadas pela disposição das seis fiandeiras em uma única fila
transversal. Nesse estudo, foi coletado um grande número de espécimes adultos
pertencentes a uma única morfo-espécie, de um gênero não determinado. A amostragem de
indivíduos dessa família pode ser realizada com o uso de extratores de Winkler ou de
armadilhas de queda para invertebrados. Estas aranhas constroem pequenas teias usadas
para refúgio, na serapilheira. À noite, saem da teia para capturar suas presas. Elas são
classificadas por Höfer & Brescovit (2001) como aranhas tecedoras noturnas de solo.
Hersiliidae. Família composta por aranhas de porte mediano, de pernas finas e alongadas,
cuja característica mais marcante é o grande comprimento das fiandeiras laterais
posteriores. Apresentam um característico comportamento de caça, observado também em
aranhas da família Oecobiidae, no qual a aranha salta sobre a presa e com movimentos
rápidos e circulares das fiandeiras, cobre-a de seda e imobilizando-a total ou parcialmente
(Coddington & Levi, 1991). São noturnas, vivendo sobre troncos de arbustos e árvores,
camuflando-se entre o líquen que cresce nas cascas destas plantas. Apenas uma espécie foi
coletada em Caxiuanã, Neotama mexicana (O. P.-Cambridge, 1893), originalmente descrita
para o México mas cuja distribuição estende-se desde o sul dos Estados Unidos até a
Amazônia brasileira (Rheims & Brescovit, 2004).

Linyphiidae. São aranhas de pequeno tamanho, a maioria das quais não ultrapassa cinco
mm de comprimento (Brescovit et al., 2004b). São reconhecidas pela presença de sulcos
estridulatórios na face lateral das quelíceras e podem ser encontradas na serapilheira ou no
estrato sub-arbustivo, onde constroem teias em lençol (Höfer & Brescovit, 2001). Embora
seja uma das maiores famílias de aranhas, com 4329 espécies descritas em 571 gêneros
(Platnick, 2008), sua diversidade na Região Amazônica é comparativamente pequena. Na
FNC foram reconhecidas cinco morfo-espécies. Uma espécie de Meioneta Hull, 1920
mostrou-se dominante sobre as demais, com cerca de 64% dos indivíduos coletados até o
momento.

Lycosidae. Conhecidas popularmente como aranhas-da-grama, tarântula ou aranha-lobo,


estão entre as aranhas mais comuns em áreas abertas, modificadas ou mesmo fortemente
urbanizadas. São aranhas noturnas com tamanho médio a grande, de coloração castanha a
cinza-escuro. Muitas espécies de maior porte apresentam uma característica banda negra
em forma de flecha no dorso anterior do abdômen. A maioria vive em buracos no solo e
revestidos de seda, apesar de espécies de pelo menos dois gêneros construírem teias em
forma de funil. As fêmeas carregam a ooteca globosa nas fiandeiras até a eclosão dos ovos,
quando os filhotes sobem no dorso do abdômen da fêmea, no qual permanecem até
efetuarem a primeira muda (Brescovit et al. 2004b). Em Caxiuanã, apenas duas espécies
foram amostradas, uma ainda não identificada, e Aglaoctenus castaneus (Mello-Leitão,
1942), que produz uma teia em funil e é muito comum na Região Amazônica (Santos &
Brescovit, 2001).
Mimetidae. Aranhas desta família são caracterizadas pela presença, no primeiro par de
pernas, de espinhos fortes e longos, intercalados por espinhos menores. Os representantes
dessa família também são conhecidos como “aranhas-pirata”, pois são capazes de invadir as
teias de outras aranhas, predando-as. Os mimetídeos caçam suas presas no estrato
arbustivo, preferencialmente durante o período noturno. Na FNC foram encontradas sete
morfo-espécies, cinco do gênero Ero C. L. Koch, 1836 e duas do gênero Gelanor Thorell,
1869. Os indivíduos dessa família podem ser amostrados com a técnica de guarda-chuva
entomológico, além de serem também freqüentes em coletas manuais noturnas.

Miturgidae. Família reconhecida pela morfologia das fiandeiras laterais posteriores, cujo
artículo distal é cônico e comprido. É composta por dois grupos muito distintos, a
subfamília Miturginae, cujos representantes mais comuns na Região Neotropical são as
espécies do gênero Teminius Keyserling, 1887, e a subfamília Eutichurinae, que apresenta
uma riqueza de espécies considerável na América do Sul, com diversas espécies registradas
na Amazônia Brasileira. Até o momento apenas T. insularis (Lucas, 1857) foi registrada na
FNC, indicando que a fauna de miturgídeos desta área está sub-amostrada.

Mysmenidae. São aranhas de pequeno porte que não ultrapassam 2 mm de comprimento


total. A maioria vive na serapilheira, mas espécies dos gêneros Mysmenopsis Simon, 1897 e
Mysmena Simon, 1894 constroem teias orbiculares, sendo solitárias ou vivendo como
parasitas em teias de outras aranhas, especialmente as de diplurídeos (Platnick & Shadab,
1978). Em Caxiuanã, foram detectadas até o momento três espécies ainda sem
identificação.

Nephilidae. Até recentemente este grupo foi considerado uma subfamília de


Tetragnathidae, mas recebeu status de família após a análise filogenética de Kuntner
(2006). Apenas três espécies são conhecidas para o Brasil: Nephilengys cruentata
(Fabricius, 1775), uma espécie introduzida no país e freqüentemente encontrada em
ambientes antrópicos na Região Sudeste, Nephila sexpunctata Giebel, 1867, registrada para
o Brasil, Paraguai e Argentina e Nephila clavipes (Linnaeus, 1767), a única espécie
amostrada na FNC. Essa espécie apresenta grande dimorfismo sexual, com machos muito
menores do que as fêmeas, e é popularmente conhecida como “tecedeira-dourada”, por
construir enormes teias resistentes e de coloração dourada, que podem atingir até 1,5 m de
diâmetro. Nephila clavipes é comum no Brasil e em toda a Amazônia, especialmente em
ambientes antrópicos, e pode ser facilmente amostrada a partir de coletas manuais, tanto
diurnas quanto noturnas.

Nesticidae. São aranhas similares às da família Theridiidae, distinguíveis por possuírem o


palpo do macho com paracímbio desenvolvido e palpo da fêmea com unha longa
(Rodrigues & Buckup, 2007; Brescovit et al., 2002). A maioria das espécies habita
cavernas, mas também podem ser encontradas no estrato arbóreo-arbustivo, na serapilheira,
sob pedras ou em ambientes antrópicos (Ott & Lise, 2002; Rodrigues & Buckup, 2007). A
fauna brasileira computa apenas sete espécies em dois gêneros, Nesticella Lehtinen &
Saaristo, 1980 e Nesticus Thorell, 1869. Para a Amazônia Brasileira somente uma espécie é
conhecida, Nesticella ducke Rodrigues & Buckup, 2007. Na FNC foram registradas duas
morfo-espécies não determinadas, o que denota o precário conhecimento taxonômico dos
nesticídeos amazônicos.

Ochyroceratidae. São pequenas aranhas, com no máximo 3 mm de comprimento. Dos 14


gêneros conhecidos, dois ocorrem no Brasil, Ochyrocera Simon, 1891 e Speocera Berland,
1914 (Platnick 2008). As aranhas desta família habitam a serapilheira, onde constroem
pequenas teias em folhas ou gravetos, sendo freqüentes em armadilhas de queda para
invertebrados e em extratores de Winkler. As fêmeas de Ochyroceratidae normalmente
carregam seus ovos entre as quelíceras. Na FNC, foram registradas duas espécies,
indeterminadas devido à falta de revisão taxonômica dos táxons neotropicais desta família.

Oonopidae. É uma família de aranhas de tamanho muito pequeno, conhecidas como


aranhas-duendes, que vem recebendo grande atenção da comunidade científica por ser
objeto de um Inventário de Biodiversidade Planetário (PBI – Oonopidae) atualmente em
andamento. Esta iniciativa visa inventariar e revisar taxonomicamente a família em escala
global. O grupo apresenta 491 espécies distribuídas em 73 gêneros (Platnick, 2008), mas os
esforços do Projeto PBI indicam que estes números representam apenas 20% da diversidade
real. A família inclui aranhas cursoriais noturnas, encontradas tanto na serapilheira quanto
no dossel (Jocqué & Dippenaar-Schoeman, 2006). As de solo podem ser capturadas com
extratores de Winkler e armadilhas de queda. As de dossel são acessíveis apenas com a
técnica de termonebulização. Na FNC foram encontradas 15 morfo-espécies de Oonopidae,
sendo nove da subfamília Gamasomorphinae e seis da subfamília Oonopinae. Foram
identificados os gêneros Dysderina Simon, 1891; Neoxyphinus Birabén, 1953; Oonops
Templeton, 1835; Oonopoides Bryant, 1940 e Scaphiella Simon, 1891. Uma espécie nova
pertencente a um gênero também novo foi a que apresentou a maior abundância na área de
estudo.

Oxyopidae. São facilmente reconhecidos pelos olhos dispostos em forma de hexágono.


Não tecem teia e são capazes de se locomover muito rapidamente sobre a vegetação baixa,
perseguindo suas presas ou caçando por emboscada. São aranhas de hábito diurno, sendo
encontradas à noite presas por um fio de seda pendendo da vegetação arbustiva. Foram
identificadas quatro morfo-espécies pertencentes ao gênero Oxyopes Latreille, 1804, uma
pertencente ao gênero Schaenicoscelis Simon, 1898 e outras três morfo-espécies
pertencentes a gêneros não determinados.

Palpimanidae. Aranhas desta família são caracterizadas por apresentar apenas duas
fiandeiras e o primeiro par de pernas fortemente engrossado, com escópulas distais
(Platnick, 1975). Estas pernas modificadas têm funções semelhantes às das antenas dos
insetos, sendo utilizadas para tatear o solo ou detectar possíveis presas. Somente quatro
espécies são conhecidas para Caxiuanã, todas do gênero Otiothops MacLeay, 1839, das
quais duas foram descritas recentemente por Brescovit et al. (2007): O. curua Brescovit,
Bonaldo & Barreiros, 2007 e O. puraquequara Brescovit, Bonaldo & Barreiros, 2007.

Pholcidae. São provavelmente as mais comuns tecedoras de teias da Região Neotropical,


ocorrendo desde em florestas tropicais até em regiões desérticas. Habitam a serapilheira,
superfície de rochas, interior de cavernas, ambientes antrópicos e até mesmo as copas das
árvores (Huber, 2000). Algumas espécies (e.g. Mesabolivar González-Sponga, 1998)
vibram o corpo repetidamente quando ameaçadas, o que justifica o nome “aranha treme-
treme”. A autotomia das pernas também é um comportamento de defesa frequentemente
observado. Espécies que vivem sobre a folhagem (e.g. Metagonia Simon, 1893),
pressionam o corpo contra a superfície foliar (Huber, 2000). Atualmente, são conhecidas
cerca de 1000 espécies desta família, no mundo (Platnick, 2008). Na FNC foram registradas
nove espécies, pertencentes aos gêneros Artema Walckenaer, 1837, Carapoia González-
Sponga, 1998, Mesabolivar, Metagonia, Otavaloa Huber, 2000 e Pisaboa Huber, 2000.
Destes, Artema e Pisaboa são gêneros cuja diversidade no Brasil ainda é desconhecida,
inexistindo até o momento espécies descritas para o país (Platnick, 2008). A coleta de
Pholcidae pode ser realizada com armadilhas de queda, extratores de Winkler, coletas
manuais noturnas e guarda-chuva entomológico.

Pisauridae. A composição taxonômica desta família tem sido recentemente modificada,


com a realização de análises filogenéticas. Além disso, os limites da família ainda não estão
bem esclarecidos, visto que caracteres clássicos usados na diagnose deste grupo são
compartilhados por representantes de outras famílias (Santos, 2007a). Segundo Platnick
(2008), existem 53 gêneros e 334 espécies descritos para esta família no mundo. No Brasil,
somente dois gêneros são registrados, Architis Simon, 1898 e Thaumasia Perty, 1833. As
aranhas do gênero Architis habitam os estratos herbáceo e sub-arbustivo, tecendo teias
irregulares que unem galhos e folhas (Fig. 24). As fêmeas carregam as ootecas nas
quelíceras e tecem uma teia em lençol que abriga os jovens recém-eclodidos (Santos,
2007b). As aranhas do gênero Thaumasia são habitantes da superfície da água, onde caçam
ativamente suas presas. Na FNC foram coletadas duas espécies de Architis e cinco morfo-
espécies de Thaumasia, sendo uma delas dominante, com 51 dos 96 indivíduos coletados
até o momento.

Prodidomidae. Esta família é caracterizada por diversas modificações nas fiandeiras,


sendo as laterais anteriores deslocadas anteriormente (Brescovit et al., 2002). No mundo,
existem 303 espécies e 31 gêneros descritos, dos quais somente quatro possuem espécies
registradas para o Brasil: Lygromma Simon, 1893; Oltacloea Mello-Leitão, 1940;
Tricongius Simon, 1892; e Zimiris Simon, 1882 (Almeida-Silva & Brescovit, 2007;
Platnick, 2008). Os prodidomídeos são aranhas de hábitos noturnos que caçam no solo,
perseguindo ativamente suas presas (Höfer & Brescovit, 2001) e são coletados com o uso
de armadilhas de queda e coletas manuais noturnas. Na FNC foram encontradas três morfo-
espécies de Lygromma.

Salticidae. Esta é a maior família de Araneae, com 561 gêneros e mais de 5100 espécies
descritas (Platnick, 2008). Os salticídeos, conhecidos popularmente como papa-moscas ou
meirinhos, são facilmente reconhecidos pelos grandes olhos médios anteriores e por
apresentarem cores brilhantes e iridescentes no corpo. São em sua maioria diurnas e, ao
contrário da maioria das aranhas, possuem excelente visão (Land, 1969). No Brasil, pelo
menos cinco espécies são comuns em habitações, quase todas importadas e aclimatadas no
país (Brescovit, 2002). Caçam ativamente sobre a vegetação, em geral próximo aos locais
mais ensolarados da mata. Por se tratar de um grupo extremamente diverso, sua sistemática
ainda é mal conhecida no Brasil. Como resultado, a maior parte das espécies amazônicas
desta família ainda não foi revisada. Em Caxiuanã foram detectadas 95 espécies até o
momento.

Scytodidae. Família de aranhas pequenas, com pernas longas, carapaça arqueada, seis
olhos e, em geral, coloração amarelo-acinzentada. São conhecidas principalmente pela
maneira característica com que caçam suas presas, utilizando uma volumosa glândula de
peçonha no cefalotórax, a qual é dividida em dois compartimentos, um contendo veneno e o
outro contendo uma substância adesiva. Através da pressão exercida pelos músculos que
circundam estas glândulas, são capazes de ejetar o conteúdo com rapidez (Anderson, 1995).
Quando a aranha localiza a presa, a substância adesiva é expulsa através de orifícios na
base da garra das quelíceras e solidifica-se rapidamente, imobilizando a presa. Nos casos de
imobilização parcial, a aranha aproveita para picar a presa em áreas pouco esclerotizadas do
corpo, até que esta fique completamente imobilizada (Bristowe, 1931; Nentwig, 1985). São
aranhas arborícolas, vivendo e forrageando a noite sobre as folhagens e galhos de arbustos
e árvores. Apenas o gênero Scytodes Latreille, 1804 ocorre no Brasil, com mais de 30
espécies descritas para o país. Seis espécies deste gênero foram coletadas em Caxiuanã, das
quais uma ainda não descrita. As outras cinco espécies são amplamente distribuídas na
Região Amazônica.

Segestriidae. Os representantes desta família são caracterizados por terem os três pares de
pernas anteriores direcionados para frente, uma adaptação à vida em refúgios tubulares
(Griswold et al., 2005). Estas aranhas constroem suas tocas em cavidades do tronco de
árvores, debaixo de pedras ou mesmo em paredes. As cavidades são cobertas com fios de
seda radiais que se iniciam no fundo da toca e vão até a abertura, servindo também como
detectores da presença de presas. A família Segestriidae possui três gêneros e 106 espécies
(Platnick, 2008). Na FNC foram reconhecidas quatro morfo-espécies do gênero Ariadna
Audouin, 1826, ainda sem determinação específica.
Selenopidae. São aranhas com pernas laterígradas e corpo achatado dorso-ventralmente,
adaptações para a vida em interstícios (Dippenaar-Schoeman & Jocqué, 1997). Atualmente
a família é constituída por 190 espécies e quatro gêneros, dos quais Selenops Latreille, 1819
é o único com espécies na Região Neotropical, com 14 espécies brasileiras (Platnick, 2008).
Espécimes de Selenops são freqüentemente vistos à noite sobre a superfície de rochas e,
principalmente, em troncos de árvores, onde depositam suas ootecas achatadas e
pigmentadas. Na FNC foi coletada até o momento somente uma fêmea adulta de S.
maranhensis Mello-Leitão, 1918.

Senoculidae. Família constituída apenas pelo gênero Senoculus Taczanowski, 1872 e 31


espécies distribuídas pelas Américas do Sul e Central, sendo que 14 destas ocorrem no
Brasil (Platnick, 2008). Os indivíduos dessa família podem ser facilmente coletados com o
uso de guarda-chuva entomológico e coletas manuais noturnas. Eles habitam o estrato sub-
arbustivo, sendo encontrados comprimidos contra galhos, com as pernas dispostas
longitudinalmente ou presos por um fio de seda, à espera de suas presas. As fêmeas cuidam
da ooteca até o momento da eclosão dos filhotes, e os carregam sobre o dorso do abdômen
durante certo tempo, como em Lycosidae (Brescovit et al., 2004b). Na FNC foram
encontradas quatro espécies ainda não determinadas.

Sparassidae. As espécies desta família apresentam porte mediano, com coloração variada,
sendo esverdeada em algumas espécies ou com coloração do marrom ao cinza-escuro em
outras espécies. Vivem na vegetação, em refúgios feitos em geral com a união de duas
folhas. Atualmente, Sparassidae é composta por mais de 1000 espécies em 83 gêneros
(Platnick, 2008). Apenas uma espécie nominal foi encontrada em Caxiuanã, Sparianthis
amazonica Simon, 1880. Esta espécie está incluída na subfamília Sparianthinae e
caracteriza-se por apresentar um anel tegumentar na região posterior do abdômen, logo
abaixo das fiandeiras. Outras três espécies foram coletadas em Caxiuanã, todas novas para
a ciência. São espécies de médio a grande porte, cuja característica mais marcante é a
presença de pequenos dentículos no sulco das quelíceras.

Symphytognathidae. Família que inclui as menores aranhas do mundo, aquelas do gênero


Anapistula Gertsch, 1941, que, em geral não ultrapassam 1 mm de comprimento. Vivem na
serapilheira e chamam atenção pela redução do número de olhos, em geral quatro ou seis, e
pela ausência de pulmões (Forster & Platnick, 1977). Apenas uma espécie de Anapistula foi
amostrada em Caxiuanã. As aranhas deste gênero são encontradas em pequenas teias entre
as folhas da serapilheira e podem ser muito abundante em determinadas áreas,
especialmente nas áreas inundadas dos igapós (Höfer, 1990).

Synotaxidae. As aranhas desta família são semelhantes aos Theridiidae, diferindo destes
apenas por detalhes da genitália (Agnarsson, 2003). É um grupo composto por 13 gêneros e
68 espécies (Platnick, 2008). Somente oito espécies, todas pertencentes ao gênero
Synotaxus Simon, 1895 são atualmente conhecidas no Brasil. Essas aranhas possuem hábito
noturno e ocorrem em florestas tropicais úmidas. Os machos adultos normalmente são
encontrados sob folhas da vegetação sub-arbustiva, enquanto as fêmeas utilizam teias
típicas. Estas teias são semelhantes a telas de arame, com feixes longitudinais cortados por
feixes horizontais e normalmente ficam dispostas a pelo menos 50 cm do solo. As ootecas
são brancas, ovais, tecidas suavemente e são guardadas pelas fêmeas (Agnarsson, 2003). Na
FNC, somente a espécie Synotaxus brescoviti Santos & Rheims, 2005 foi encontrada.
Segundo Santos & Rheims (2005), esta espécie possui distribuição conhecida para os
estados do Acre, Amazonas, Pará e Bahia.

Tetragnathidae. São aranhas tecedoras de teias orbiculares que diferem de Araneidae pela
disposição ocular. Em regiões tropicais, essa família apresenta hábito noturno e são
encontradas no estrato sub-arbustivo (Coddington et al. 1996). Atualmente os
tetragnatídeos são representados por 955 espécies distribuídas em 51 gêneros em todo
mundo (Platnick, 2008). Na FNC foram identificadas 23 morfo-espécies pertencentes a
cinco gêneros (Azilia Keyserling, 1881; Chrysometa Simon, 1894; Dolichognatha O. P.-
Cambridge, 1869; Leucage White, 1841; e Tetragnatha Latreille, 1804), além de uma
morfo-espécie pertencente a um gênero não determinado. O gênero Leucauge apresentou a
maior riqueza e abundância. Representantes desta família são amostrados com guarda-
chuva entomológico.

Theridiidae. Família com enorme diversidade morfológica, ecológica e comportamental


(Levi & Levi, 1962). São tecedoras de teias irregulares e a grande maioria das espécies tem
hábitos solitários. Entretanto, algumas espécies apresentam comportamento cooperativo ou
social (e.g. Anelosimus Simon, 1891). Muitas espécies são cosmopolitas, comumente
encontradas em residências ou nos seus arredores; tecem teias junto à vegetação, em frestas
ou em rochas, mas algumas espécies vivem nas proximidades de teias de outras aranhas e
apresentam comportamento cleptoparasítico, roubando presas ou seda (Agnarsson, 2004).
São aranhas de pequeno porte, com pernas finas, possuindo uma fila de pêlos diferenciados,
curvos e serrilhados no tarso IV. O abdômen é geralmente globoso, porém existem espécies
com abdômen muito alongado (e.g. Ariamnes attenuatus (O. P.-Cambridge, 1881)).
Segundo Platnick (2008), 96 gêneros e 2283 espécies compõem a família Theridiidae em
todo o mundo. Para a FNC, Martins e Lise (1997) registraram 12 espécies desta família.
Até o momento foram coletados 756 indivíduos pertencentes a 97 espécies ou morfo-
espécies, sendo as espécies Styposis selis Levi, 1964, Episinus salobrensis (Simon, 1895) e
Episinus erythrophthalmus (Simon, 1894) as mais abundantes. Foram encontradas ainda
quatro espécies não registradas por Platnick (2008) para o território brasileiro, Dipoena
kuyuwini Levi, 1963; Episinus vaticus Levi, 1964; Helvibis rossi Levi, 1964; e Lasaeola
donaldi (Chickering, 1943).

Theridiosomatidae. As aranhas pertencentes a esta família são muito pequenas e


caracterizam-se por apresentar o esterno truncado com sulcos circulares na margem
anterior. Segundo Coddington & Valerio (1980), estas aranhas são capazes de construir
teias orbiculares modificadas, caracterizadas pela presença de um fio guia tencionado
perpendicularmente ao plano da teia que a transforma em uma estrutura cônica. São em
geral encontradas em ambientes escuros e úmidos, na vegetação próxima ao solo de
florestas e em áreas alagadas (Rodrigues & Ott, 2005). Atualmente esta família possui 75
espécies distribuídas em 12 gêneros, oito dos quais são registrados no Brasil (Platnick,
2008). Na FNC foram reconhecidas 20 morfo-espécies de Theridiosomatidae, sendo três
pertencentes ao gênero Naatlo Coddington, 1986.

Thomisidae. São reconhecidas até o momento 2070 espécies distribuídas em 171 gêneros
de Thomisidae no planeta (Platnick, 2008). Representantes desta família são popularmente
conhecidos como aranhas-caranguejo devido a sua capacidade de movimentação lateral,
possibilitada pela orientação laterígrada das pernas, e pelos olhos tuberculados. São aranhas
cursorias de porte pequeno a médio (até 10 mm de comprimento total) que caçam
utilizando estratégias de emboscada. Espécies dos gêneros Misumenops F. O. P.-
Cambridge, 1900 e Epicadus Simon, 1895 vivem sobre ou dentro de flores, tipicamente
com os dois pares de pernas anteriores estendidos à espera de insetos. Aranhas dos gêneros
Aphantochilus O. P.-Cambridge, 1870 e Bucranium O. P.-Cambridge, 1881 mimetizam
formigas do gênero Cephalotes Latreille, 1802. Um total de 28 morfo-espécies foi
amostrado na FNC, das quais apenas quatro identificadas.

Trechaleidae. São aranhas reconhecíveis por detalhes da morfologia da genitália. As


fêmeas, em geral, produzem ootecas achatadas, de formato oval e carregam-nas aderidas às
fiandeiras. A maioria dos Trechaleidae possui adaptações para a vida na superfície da água,
como as espécies do gênero Trechalea Thorell, 1869. Representantes dos gêneros
Rhoicinus Simon, 1898 e Heidrunea Brescovit & Höfer, 1994 são habitantes da
serapilheira, enquanto os do gênero Paradossenus F. O. P.-Cambridge, 1903 ocorrem na
vegetação sub-arbustiva. A taxonomia do grupo tem recebido acréscimos recentes, com a
proposição de vários novos gêneros (Carico, 2005; Silva & Lise, 2006a, 2006b), resultando
em 18 gêneros e 76 espécies conhecidas atualmente (Platnick, 2008). Na FNC, foram
encontradas cinco espécies de quatro gêneros dessa família. Somente uma espécie
determinada, Trechalea amazonica F. O. P.-Cambridge, 1903, a mais abundante desta
família na FNC.

Uloboridae. Os representantes desta família são caracterizados por não possuírem


glândulas de veneno, ausência compensada pela utilização da seda produzida pelo cribelo
para imobilizar suas presas. São tecedoras de teias orbiculares, muitas das quais
modificadas (tridimensionais). Estão distribuídas em todo o mundo, mas são mais
abundantes nos trópicos (Bayram & Göven, 2001). Atualmente a família possui 264
espécies descritas em 18 gêneros (Platnick, 2008). Na FNC foram reconhecidas 44 morfo-
espécies, a maioria das quais pertencentes aos gêneros Uloborus Latreille, 1806,
Philoponella Mello-Leitão, 1917 e Miagrammopes O. P.-Cambridge, 1870.

Zodariidae. São aranhas facilmente identificadas pela ausência de sérrula nos enditos e
pela presença de dentes de implantação lateral nas unhas tarsais (Jocqué, 1991). Os
zodariídeos são araneomorfas de porte pequeno (4-9 mm de comprimento total) que
habitam a serapilheira. Existem 848 espécies descritas em 74 gêneros (Platnick, 2008), mas
a maior diversidade está concentrada em regiões secas. Não constroem teia de captura e
alimentam-se preferencialmente de formigas. Até o momento três gêneros pertencentes à
Zodariidae estão registrados para a Amazônia Brasileira, Tenedos O. P.-Cambridge, 1897,
Leprolochus Simon, 1893 e Epicratinus Jocqué & Baert, 2005. Destes, apenas uma espécie
pertencente ao gênero Tenedos foi encontrada na FNC, T. hoeferi Jocqué & Baert, 2002,
registrada por Candiani et al. (2008).

Zoridae. Esta família possui 13 gêneros e 74 espécies descritas para o mundo todo
(Platnick, 2008). No Brasil, até o presente momento, somente o gênero Odo Keyserling,
1887 foi registrado, representado por seis espécies distribuídas principalmente nas regiões
sul, sudeste e nordeste. Os zorídeos são caracterizados pela carapaça com duas bandas
paramedianas conspícuas, em geral também presentes na região anterior do abdômen; olhos
em duas filas recurvas e tarso do pedipalpo da fêmea com tufo de espinhos ventrais. Na
FNC foi encontrada uma única fêmea adulta, pertencente a um gênero não determinado.
Este indivíduo foi capturado através de coleta manual noturna e representa o primeiro
registro da família Zoridae para a Amazônia Brasileira.

Ordem Opiliones

Opiliones é a terceira maior ordem de Arachnida, com mais de 6.000 espécies


descritas e está dividida em quatro subordens: Cyphophthalmi, Dyspnoi, Eupnoi e
Laniatores. Os opiliões são animais inofensivos e embora muito abundantes, são muito
pouco conhecidos pelo público. Isso se deve principalmente aos hábitos crípticos e
noturnos da maioria das espécies. Em geral, habitam regiões úmidas e alimentam-se de
frutos, fungos e, principalmente, de pequenos invertebrados. Vivem comumente debaixo de
troncos, pedras, folhas e na serapilheira, enterrados ou em bromélias, sobre folhas e troncos
ou em raízes de vegetais vivos, podendo ainda, habitar cavernas (Kury & Pinto-da-Rocha,
2002; Pérez & Kury, 2002; Pinto-da-Rocha, 1999). O estado atual de conhecimento de
opiliões na Amazônia é precário e a amostragem na região ainda é insuficiente para
fornecer um panorama sobre a diversidade do grupo na região (Tourinho & Pérez, 2006).
São conhecidas cerca de 180 espécies (dados atualizados de Kury & Pinto-da-Rocha,
2002), porém o número de táxons ainda não descritos por sítios recentemente amostrados é
muito alto. Cabe ressaltar que a grande maioria das amostragens adequadas em sítios
amazônicos ocorreu nos últimos seis anos (Pinto-da-Rocha & Bonaldo, 2006; Tourinho
2007a). Um terceiro problema é a ausência de grandes revisões para algumas famílias (e.g.
Cosmetidae, Manaosbiidae e Sclerosomatidae), que dificulta a determinação dos grupos
mais diversos (Tourinho & Pérez, 2006, Tourinho, 2007a). A FNC vem sendo amostrada
nos últimos oito anos e constitui a área na região amazônica com o maior número de
espécies já inventariadas (34).

Subordem Cyphophthalmi

Neogoveidae. Cyphophthalmi é um grupo pouco conhecido de pequenos opiliões (1-5 mm


de corpo) grosseiramente similares aos ácaros. São restritos à serapilheira e solo, ocorrendo
desde zonas tropicais até as zonas temperadas do mundo. Eles possuem coloração escura,
são difíceis de capturar e se camuflam facilmente no solo. Em uma revisão recente de
material coletado na América do Sul, 37 novas espécies foram reconhecidas (Benavides &
Giribet, 2007), revelando que o grupo é, ao mesmo tempo, pouco conhecido e pouco
amostrado na região, uma vez que até hoje somente 13 espécies foram descritas para essa
família. Uma morfo-espécie foi identificada na FNC.

Subordem Eupnoi

Sclerosomatidae (Gagrellinae). É a mais diversa família de opiliões do mundo, com mais


de 1.300 espécies descritas no Novo e Velho Mundo (Tourinho, 2007b). Na Amazônia há
um número alto de espécies e a riqueza local pode chegar até cinco espécies por ponto
amostral. Possuem corpo ovalado, pedipalpo sem espinhos, pernas muito finas e geralmente
longas, vivem sobre o solo, na serapilheira, sobre a vegetação, entre raízes tabulares e
tronco das árvores do sub-bosque. Na Amazônia existem espécies com atividade diurna e
noturna, porém é mais comum encontrá-los em atividade apenas à noite. Durante o dia são
encontrados em descanso entre as raízes tabulares ou nos troncos das árvores, onde podem
formar agregados com algumas dezenas de indivíduos. São muito abundantes em florestas
tropicais, mas, até recentemente, pouca atenção havia sido dada à subfamília em virtude da
ausência de revisões taxonômicas. Gagrelíneos possuem comportamento de defesa similar
ao das aranhas da família Pholcidae, balançando o corpo ativamente quando molestados.
Caso sejam capturados, os gagrelíneos autotomizam as pernas, que se movimentam durante
alguns segundos, distraindo o predador. Foram amostradas duas espécies não descritas de
gagrelíneos na FNC, pertencentes aos gêneros Calluga Roewer 1959 e Prionostemma
Pocock 1903.

Subordem Laniatores

Agoristenidae (Leiosteninae). É uma subfamília com 54 espécies encontradas no norte da


América do Sul. Os leiosteníneos apresentam todas as pernas sem processo tarsal, muito
mais longas que o corpo e a perna I muito mais fina que as restantes, um pedipalpo com
cerdas grossas e muito mais longas que o segmento. O corpo é ovalado e geralmente não
apresenta tubérculos avantajados ou espinhos. A quelícera do macho é hipertélica. Vivem
sobre a serapilheira e vegetação de sub-bosque. Apenas uma espécie referente ao gênero
Trinella Goodnight & Goodnight, 1947 e uma espécie não determinada foram registrados
em Caxiunã.

Cosmetidae. É a segunda família mais diversa do Novo Mundo com 710 espécies (Kury,
2003). Os cosmetídeos incluem alguns dos mais coloridos e delicados opiliões endêmicos
dessa região, onde o pico de diversidade da família ocorre ao Norte da América do Sul,
América Central e México. Em localidades amazônicas, Cosmetidae geralmente é a família
com maior riqueza, além de serem também abundantes e dominantes em todos os
ambientes, exceto campinas e savanas (Tourinho, dados não publicados). Possuem o corpo
ovalado, o escudo dorsal é mais largo nas áreas II e III, e podem ser facilmente
reconhecidos pelos pedipalpos modificados com a tíbia em forma de colher (em repouso
recobre as quelíceras). Eles apresentam hábito noturno, são encontrados geralmente na
serapilheira do chão da mata, na serapilheira suspensa, sobre a vegetação do sub-bosque,
junto à raízes de árvores e dentro de troncos. Uma espécie de cosmetídeo que habita a
várzea vive na serapilheira na época de seca e na copa das árvores durante a cheia (Friebe
& Adis, 1983). Em Caxiuanã, foi a família com maior riqueza: Cynorta conspersa (Perty
1833), Cynorta juruensis (Mello-Leitão, 1923); Paecilaema paraensis Soares, 1970,
Cynorta valida Roewer, 1927, além de outras cinco morfo-espécies.
Gonyleptidae (Pachylinae). Essa família possui mais de 850 espécies descritas (Kury,
2003). Gonyleptidae é a família mais diversa do Novo Mundo. Contudo, a maior
diversidade concentra-se na parte meridional da América do Sul, principalmente na Mata
Atlântica Brasileira e Chile. Na região amazônica, ocorrem poucas espécies de algumas
subfamílias (e.g. Ampycinae e Pachylinae). Pachylinae é a subfamília mais diversa de
Gonyleptidae com cerca de 400 espécies descritas (Kury, 2003). Possuem hábitos
estritamente noturnos e crípticos, ocupam a serapilheira, o solo e também os troncos caídos.
Duas espécies (Discocyrtus carvalhoi Mello-Leitão, 1941 e Discocyrtus sp1) foram
amostradas na FNC.

Escadabiidae. É uma família pequena (seis espécies) de minúsculos opiliões, cujo tamanho
médio do corpo varia entre 2,5 mm a 3,5 mm, possuem coloração marrom a tons castanho
claro. A família foi recentemente descrita (Kury, 2003; Pérez & Kury, 2007), seu
reconhecimento é dificultado em função da grande similaridade de sua morfologia externa
com as famílias Kimulidae e Zalmoxidae. São noturnos e podem ser encontrados
principalmente no solo, na serapilheira e em cupinzeiros. Algumas espécies são
cavernícolas, com características morfológicas troglóbias como anoftalmia ou olhos
reduzidos, despigmentação e projeção dos apêndices. Foi observada a tanatose como hábito
de defesa, um comportamento de imobilidade completa que pode durar vários minutos. Na
Amazônia a maioria das espécies não está descrita. Na FNC apenas uma morfo-espécie foi
amostrada.

Fissiphalliidae. É uma família endêmica da América do Sul, possuindo apenas seis


espécies descritas para a Colômbia e Amazônia brasileira, onde são muito abundantes.
Assim como na família Escadabiidae, o reconhecimento das espécies é difícil por sua
similaridade com as espécies de Zalmoxidae, sendo necessário o estudo da genitália
masculina. Na Amazônia, possuem uma estratificação vertical acentuada, sendo mais
comumente encontrados em arbustos e folhas de árvores do sub-bosque, associados à
palmeiras (Tourinho & Pérez, 2006) e devem ser coletados principalmente com guarda-
chuva entomológico (Pinto-da-Rocha & Bonaldo 2006; Tourinho & Pérez, 2006).
Fissiphallius chicoi Tourinho & Pérez, 2006 foi a única espécie amostrada na FNC.
Guasiniidae. É uma das menores famílias de Opiliones com apenas três espécies descritas
de Manaus-AM e da Venezuela. São cegos, diminutos (corpo com 1,4 mm de
comprimento) e vivem enterrados no solo, em troncos caídos ou na serapilheira. O
pedipalpo é curto e grosso e possui cerdas finas e curtas nos segmentos distais. Apenas um
indivíduo não identificado foi coletado na FNC, em amostra de serapilheira.

Kimulidae. Família de opiliões de pequeno porte que habitam a serapilheira. Esta família
possui 37 espécies conhecidas, um único registro no Brasil (Pernambuco) e três novas
espécies para a Amazônia Brasileira, uma das quais encontrada na FNC.

Manaosbiidae. Possui pouco mais de 50 espécies conhecidas de tamanho médio a grande,


forma do escudo dorsal ovalada, perna III-IV com processo tarsal, o colorido varia do
castanho ao negro e algumas espécies apresentam manchas ou faixas brancas. Os machos
apresentam o basitarso da perna I intumescido por portar uma glândula de função incerta.
São encontrados na serapilheira, na vegetação baixa do sub-bosque e nos troncos. Foram
amostradas na FNC, Saramacia lucasae (Jim & Soares, 1991), Rhopalocranaus aspersus
Roewer 1932 e outras duas espécies não identificadas.

Samoidae. São opiliões de tamanho muito pequeno, possuem o basiquelicerito alongado,


escópula nos tarsos das pernas III e IV, e o corpo em forma de ampulheta. Espécies desta
família foram encontradas em diversos habitats como em raízes, associados a epífitas e na
serapilheira. Na Amazônia brasileira, são freqüentemente encontrados entre as pequenas
frestas nos troncos das árvores altas, nas folhas de palmeiras (capturados com batedores de
vegetação) e no solo (Tourinho, dados não publicados). Também foi observada a tanatose
como comportamento de defesa. Apenas dois indivíduos de uma única morfo-espécie foram
amostrados.

Stygnidae. São facilmente diagnosticados pelos olhos separados e pelo pedipalpo fino e
longo ou muito longo. A maioria das espécies possui tamanho médio (3 mm) a grande (7
mm), as pernas III-IV possuem processo tarsal. A quelícera do macho é hipertélica e suas
pernas, normalmente, são muito mais espinhosas que as da fêmea. As 80 espécies
conhecidas foram registradas no centro-norte da América do Sul e Caribe. Podem formar
agregados pequenos (até 12 indivíduos) dentro de troncos, mas também são encontrados na
vegetação. As espécies Auranus parvus Mello-Leitão 1941, Protimesius trocaraincola
Pinto-da-Rocha 1997 e uma espécie não determinada do gênero Stygnus Perty 1833, foram
amostradas na FNC. A primeira espécie possui um ciclo de vida regulado pelo ciclo das
águas na várzea (Friebe & Adis, 1983).

Stygnommatidae. São opiliões de tamanho médio e pequeno (corpo entre 3-6 mm),
possuem um pedipalpo robusto e alargado, com o tarso reduzido, os olhos são separados e a
quelícera é hipertélica e recoberta por pequenos tubérculos ou espinhos. Eles ocorrem no
norte da América do Sul e Caribe. As espécies podem ser cavernícolas, habitam frestas de
barrancos cobertos por gramíneas, podem se abrigar dentro de troncos em decomposição,
solo, serapilheira, em húmus, embaixo de pedras e troncos de árvores caídos. Apenas uma
espécie nova dessa família foi reconhecida na área de estudo.

Zalmoxidae. É mais uma família composta de opiliões muito pequenos, de cor marrom
claro a escuro, sendo que algumas espécies podem ser amarelo-pálido. A família tem 146
espécies descritas (Kury, 2003) e distribuídas nas regiões tropicais do mundo. São
geralmente encontradas no solo e na serapilheira de florestas tropicais. Um indivíduo foi
coletado em folhas de Pistia sp. em um banco de macrófitas na várzea do Rio Solimões. Na
FNC foram reconhecidos cinco morfo-espécies pertencentes a gêneros não determinados.

Ordem Scorpiones

É a quinta maior ordem de aracnídeos, com cerca de 1500 espécies descritas.


Facilmente reconhecíveis pelo corpo dividido em duas partes: cefalotórax (ou prossoma),
onde se localizam os pedipalpos quelados, as quelíceras mastigadoras, as pernas e os olhos;
e o abdômen, que é subdivido em pré-abdômen (ou mesosoma) e pós-abdômen (ou
metasoma). No mesosoma localizam-se o opérculo genital, os espiráculos traqueais e os
péctines (estruturas mecanorreceptoras exclusivas dos escorpiões). O metasoma possui
forma de cauda, com cinco segmentos e um apêndice, denominado télson, onde se
localizam glândulas de veneno e um aguilhão semelhante a uma agulha hipodérmica (Polis,
1990). Os escorpiões podem habitar todas as regiões do mundo, exceto a Antártida (Polis,
1990). No Brasil, a maior diversidade está localizada na região amazônica, onde é
registrada metade das cerca de 100 espécies encontradas no país (Fet et al., 2000; Lourenço
2002a; 2002b; atualizado para 2005). A fauna de escorpiões da ECFP é bem conhecida
(Pinto-da-Rocha et al., 2007). Com o uso de armadilhas de interceptação e queda,
armadilhas de queda e coletas manuais noturnas foram obtidos 193 indivíduos, pertencentes
a seis espécies: os Chactidae, Brotheas sp. e Broteochactas parvulus Pocock 1897; e os
Buthidae, Tityus paraensis Kraepelin, 1896, Tityus silvestris Pocock, 1897, Ananteris
balzanii Thorell, 1891, Tityus strandi Werner, 1939. A riqueza em espécies de escorpiões
por localidade na região Amazônica é considerada a mais alta do mundo em regiões não
desérticas (Pinto-da-Rocha et al., 2007). A família Chactidae possui abundância mais
elevada ao nível do solo, enquanto Buhidae é mais abundante em estratos superiores da
vegetação, podendo ser encontrado nas copas das árvores (Pinto-da-Rocha et al., 2007;
Polis, 1990).

Ordem Solifugae

É a sétima maior ordem de aracnídeos, possuindo cerca de 1100 espécies


distribuídas em 12 famílias no mundo (Harvey, 2002); e cerca de 70 espécies na região
neotropical (Rocha & Cancello, 2002a). Esses aracnídeos, conhecidos como aranhas-
camelo, possuem quelíceras grandes, fortes e bi-segmentadas e, quando adultos, medem de
1 a 7 cm. Podem ser facilmente distinguidos dos demais aracnídeos pela presença de
“raquetes”, estruturas sensoriais peculiares situadas na superfície ventral das pernas IV, e
de órgãos aderentes, localizados na extremidade distal dos pedipalpos (Harvey, 2002;
Rocha & Cancello, 2002a; Rocha, 2002). A maioria habita regiões áridas e semi-áridas,
embora existam esparsos registros em regiões úmidas, como a Floresta Amazônica (Rocha
& Cancello, 2002b; Rocha & Carvalho, 2006). Nesta região, são conhecidas quatro
espécies pertencentes a três gêneros: Metacleobis Roewer 1934, Mummucia Simon 1879
(Mummucidae) e Xenotrecha Maury 1982 (Ammotrechidae), segundo Rocha & Cancello
(2002a). Estes autores reportam ainda que solífugos amazônicos são encontrados
vagueando no solo, ou subindo em troncos de árvores ou cupinzeiros de solo, onde
alimentam-se de cupins. Na FNC foi encontrado um único solífugo, uma fêmea pertencente
à família Ammotrechidae, coletada com o uso de guarda-chuva entomológico. A
identificação no nível genérico ou específico não pôde ser alcançada, visto que somente os
machos adultos são passíveis de determinação precisa, devido à grande semelhança entre
fêmeas de uma mesma família.

Ordem Schizomida

Os esquizomideos não possuem nome vulgar, são muito pequenos (1-4 mm de


comprimento) e vivem no solo, serapilheira ou cavernas. Além disso, possuem cefalotórax
dividido em três regiões, cada uma das quais coberta por placas; as pernas anteriores são
longas e possuem funções táteis. Podem locomover-se rapidamente por curtas distâncias
(Harvey, 2002). No mundo são conhecidas 240 espécies dessa ordem, sendo que 24 delas
ocorrem na América do Sul. O macho possui um flagelo globoso no final do abdômen ao
qual a fêmea se prende durante o cortejo. O primeiro par de pernas é longo e de função
sensorial. Alimentam-se de ácaros e pequenos insetos. Na FNC foi registrada uma única
espécie recém-descrita, Surazomus paitit Bonaldo & Pinto-da-Rocha 2007, pertencente à
família Hubbardiidae. Todos os indivíduos foram coletados com o uso de extratores de
Winkler. Foi observada uma razão sexual de 1:1 nos indivíduos coletados, como já
registrado para outras espécies (Bonaldo & Pinto-da-Rocha, 2007)

Ordem Amblypygi

Amblipígios formam um grupo numericamente pequeno e um táxon pouco estudado


constituído por cerca de 150 espécies restritas às regiões tropicais e sub-tropicais
(Weygoldt, 2002). Essa ordem é composta por cinco famílias e 16 gêneros e é caracterizada
pela presença de um corpo achatado, fortes pedipalpos raptoriais e primeiro par de pernas,
extremamente longo, com função sensorial (Weygoldt, 2000). Habitam, primariamente,
florestas úmidas tropicais e sub-tropicais, mas algumas espécies tornaram-se adaptadas à
vida em ambientes xéricos (Harvey, 2002; Weygoldt, 2002). Há diversas espécies
troglomórficas ou troglófilas, algumas das quais ostentam especializações para cavar, além
de perda de pigmentação, apêndices alongados e redução ou perda dos olhos (Weygoldt,
1994; Baptista & Giupponi, 2002, 2003). Na FNC foram encontrados 154 amblipígios,
todos pertencentes à espécie Heterophrynus longicornis (Butler 1873), da família Phynidae.
Essa espécie possui ampla distribuição pelo Brasil, ocorrendo desde a Amazônia até o
Nordeste (Weygoldt, 2002; Giupponi, 2002). H. longicornis é tolerante à presença de
outros indivíduos de sua espécie, uma vez que a hierarquia tenha sido estabelecida
(Weygoldt, 1977, 2000) e, freqüentemente, um macho e uma fêmea são encontrados
próximos um do outro, às vezes com vários imaturos até o quarto ou quinto instares
(Weygoldt, 1977). Em geral, fêmeas carregando protoninfas recém-eclodidas ficam
próximas à entrada de seus refúgios em frente à sua prole, que se esconde nas partes mais
profundas da cavidade (Weygoldt, 1977). Nesta espécie, os comportamentos agonísticos
são altamente ritualizados e nunca levam a dano (Weygoldt, 1972a, 1977). Weygoldt
(1972b) e Dias & Machado (2006) afirmam que H. longicornis prefere árvores largas
contendo sapopemas e apresentando buracos na base, onde os indivíduos escondem-se
durante o dia, pois estas estruturas serviriam de abrigos e também de arena para a corte.
Além disso, elas facilitam o acúmulo de serapilheira na base das árvores, servindo de
microhábitat para diversos invertebrados, que poderiam servir de alimento para os
amblipígios (Dias & Machado, 2006).

Ordem Thelyphonida

Thelyphonida é um grupo de aracnídeos com aparência grosseiramente similar a dos


escorpiões, porém sem a presença de um télson terminando em um aguilhão para inocular
peçonha. Na porção terminal do opistossoma possuem um longo flagelo segmentado. Os
pedipalpos são subquelados e a carapaça tem uma protuberância mediana, separando o par
de olhos. Os Thelyphonida são vulgarmente conhecidos como escorpiões-vinagre, em
função de sua aparência e de seu comportamento de defesa que consiste em espirrar,
quando molestados, uma mistura de ácido acético com ácido caprílico. São aracnídeos
pulmonados e possuem relações próximas com as ordens Schizomida, Amblypygi, e
Araneae. Estão distribuídos no mundo todo, mas o pico de diversidade do grupo ocorre na
Ásia e no arquipélago Malaio (Rowland & Adis, 2002). Atualmente há 11 espécies de
Thelyphonida conhecidas na América do Sul, seis das quais com distribuição no território
brasileiro. Destas, apenas três ocorrem na Amazônia, Mastigoproctus brasilianus (Pará),
Thelyphonellus amazonicus (Amazonas, Amapá, Pará e Suriname), Thelyphonellus ruschii
(Guiana) (Giupponi & Vasconcelos, no prelo). A única espécie registrada na FNC foi
Thelyphonellus amazonicus (Hypoctonidae), que é também a espécie mais comum da
região amazônica.

Ordem Ricinulei

É uma pequena ordem de aracnídeos com apenas 57 espécies descritas distribuídas


no Novo e Velho Mundo. As espécies dessa ordem compartilham uma estrutura em forma
de capuz, o cúculo, a qual recobre as quelíceras. Os espécimes possuem mobilidade
bastante restrita, endemismo acentuado e são comumente encontrados na serapilheira
úmida, em cavernas associados ao guano, interior de folhas caídas no solo e debaixo de
troncos podres. Na América do Sul há apenas 17 espécies descritas, concentradas na região
Amazônica. O único gênero presente na Amazônia, até o momento, é Cryptocellus
Westwood 1874. Durante muito tempo, Ricinulei foi considerada uma ordem de espécies
raras, mas hoje sabe-se que eles podem ser localmente abundantes em diversas localidades
amazônicas. Por exemplo, Barreiros et. al (2005) amostraram 111 espécimes de
Cryptocellus simonis Hansen & Sörensen 1904 no Bosque Rodrigues Alves, em plena
região metropolitana de Belém, Pará. Em Caxiuanã, foram coletados 366 indivíduos desta
mesma espécie. Os ricinúleos são amostrados com maior eficiência através de triagem
manual de serapilheira ou com o uso de Extratores de Winkler, como demonstrado por
Barreiros et al. (2005).

Perspectivas

Os esforços empreendidos nos últimos 10 anos permitem que a FNC possa ser
considerada como uma das áreas na Amazônia Brasileira mais bem conhecida em relação à
fauna de aracnídeos. Apesar disso, a grande quantidade de táxons potencialmente novos
para a ciência, principalmente das Ordens Araneae e Opiliones, encontrados em Caxiuanã,
evidencia a necessidade de investimentos maciços no estudo da taxonomia e da sistemática
destes animais. A FNC é atualmente a localidade com a maior riqueza observada de
espécies de aranhas e opiliões da Amazônia Brasileira, excedendo a lista da RFAD em 85
espécies de aranhas (ver Höfer & Brescovit, 2001) e a lista de Juruti, Pará, em seis espécies
de opiliões (ver Pinto-da-Rocha & Bonaldo, 2004). O número de espécies observadas na
FNC tende a aumentar com a conclusão da triagem das amostras obtidas entre 2005 e 2006
ao longo da calha do Rio Caxiuanã e com a continuidade do inventário da parcela do PPBio
no Igarapé Caquajó. Estas iniciativas são coerentes com a premente necessidade de ampliar
a abrangência geográfica das amostras dentro da FNC, concentrando o esforço de coleta em
áreas de difícil acesso, uma vez que a maioria das amostras processadas até o momento
provém de áreas próximas à base física da ECFP. Além disso, é necessário o
desenvolvimento e aplicação de protocolos de controle do esforço amostral de técnicas de
coleta nos extensos bancos de macrófitas da Baía de Caxiuanã, cuja fauna de aracnídeos
está atualmente representada em coleções apenas por poucas amostras ocasionais obtidas
no Rio Curuá. Por fim, deve-se iniciar um programa de amostragem de aracnídeos
presentes no dossel através da aplicação de técnicas de termonebulização da copa das
árvores. A fauna de dossel é virtualmente desconhecida na FNC, assim como em
praticamente toda a Amazônia Brasileira. A diversificação das técnicas de coleta e a
ampliação do esforço e da abrangência geográfica das amostragens na FNC certamente
terão grande impacto no incremento das listas de espécies da área. Neste contexto, pode-se
resgatar ainda como atual a afirmação de Martins & Lise (1997), de que seus resultados
representavam “apenas o potencial da ECFP em termos de seu significado em
representatividade da diversidade regional”.

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Legenda da Tabela
Tabela 1. Lista de espécies das ordens Araneae, Opiliones, Scorpiones, Schizomida,
Ricinulei, Solifugae, Thelyphonida e Amblypygi, registradas na Floresta Nacional de
Caxiuanã (FNC).

Legenda das figuras

Figuras 1-8. Métodos de coleta. 1. Armadilha de interceptação e queda; 2. Armadilhas de


queda; 3. Rede de varredura; 4. Guarda-chuva entomológico; 5. Procura visual noturna; 6-
8. Etapas da coleta com extrator de Winkler: 6. Coleta e peneiro do folhiço; 7. Colocação
do material peneirado em saco fenestrado no interior do extrator; 8. Vista geral do extrator
de Winkler armado, com potes coletores preenchidos com líquido conservante. (Fotos: 1,
J.A.P. Barreiros; 2 e 8, L.S. Carvalho; 3, F.M. Oliveira-Neto; 4 e 6, D.F. Candiani; 5, F.E.
Pimenta; 7, S.C. Dias)

Figuras 9-14. Araneae, Mygalomorphae. 9. Cyrtauchaeniidae, Fufius auricomus, na


borda de sua toca, em tronco; 10. Dipluridae, Ischnothele guianensis, fêmea , sobre folhiço;
11. Dipluridae, Diplura sanguinea, fêmea ; 12. Theraphosidae, Acanthoscurria geniculata,
fêmea segurando sua ooteca; 13. Theraphosidae, Theraphosa blondi, fêmea; 14.
Theraphosidae, Acanthoscurria sp.1, fêmea sobre folhiço. (Fotos: 9-12, A. B. Bonaldo; 13,
L.T. Miglio; 14, L. S. Carvalho)

Figuras 15-20. Araneae, Araneomorphae. 15. Araneidae, Actinosoma pentacanthum,


fêmea ; 16. Araneidae, Verrucosa sp.1, fêmea ; 17. Araneidae, Bertrana elinguis, macho ;
18. Araneidae, Manogea porracea, macho ; 19. Araneidae, Micrathena kirbyi, fêmea ; 20.
Theridiidae, Rhomphaea sp.1. (Fotos: D. F. Candiani)

Figuras 21-26. Araneae, Araneomorphae. 21. Corinnidae, Myrmecium sp.1, macho; 22.
Corinnidae, Castianeira sp.1, macho em folhagem; 23. Ctenidae, Ancylometes rufus,
macho sobre tronco caído; 24. Pisauridae, Architis tenuis, fêmea segurando sua ooteca, em
folhagem; 25. Deinopidae, Deinopis sp.1, fêmea , segurando sua teia de caça em forma de
rede, sustentada por um fio de seda preso à vegetação; 26. Drymusidae, Drymusa
philomatica, macho . (Fotos: 1, F.E. Pimenta; 22-23, L.T. Miglio e J.A.P. Barreiros; 24-25,
L. S. Carvalho; 26, D.F. Candiani)

Figuras 27-32. Opiliones. 27. Cosmetidae, Cynorta juruensis; 28. Kimulidae, Kimulidae
sp.1; 29. Cosmetidae, Cynorta sp.1; 30. Cosmetidae, Cynorta paraensis; 31. Cosmetidae,
Cynorta conspersa; 32. Sclerosomatidae, Gagrellinae, Prionostemma sp.1. (Fotos: R.
Pinto-da-Rocha).

Figuras 33-38. Opiliones. 33. Manaosbiidae, Saramacia lucasae; 34. Agoristenidae,


Leiosteninae, Trinella sp.1; 35. Stygnidae, Protimesius trocaraincola; 36.
Stygnommatidae, Stygnommatidae sp.1; 37. Stygnidae, Stygnus sp.1; 38. Gonyleptidae,
Pachylinae, Discocyrtus carvalhoi. (Fotos: R. Pinto-da-Rocha).

Figuras 39-44. Scorpiones. 39. Buthidae, Ananteris balzanii; 40. Buthidae, Tityus
paraensis; 41. Buthidae, Tityus strandi; 42. Buthidae, Tityus silvestris; 43. Chactidae,
Brotheas sp.1; 44. Chactidae, Broteochactas parvulus. (Fotos: 39 e 43, D.F. Candiani; 40,
L.T. Miglio; 41, L.T. Miglio & J.A.P. Barreiros; 42 e 44, R. Pinto-da-Rocha).

Figuras 45-50. Outras ordens de Arachnida. 45. Solifugae, Ammotrechidae,


Ammotrechidae sp.1, fêmea ; 46. Schizomida, Hubbardiidae, Surazomus paitit, fêmea ; 47.
Amblypygi, Phrynidae, Heterophrynus longicornis, macho ; 48-49. Thelyphonida,
Hypoctonidae, Thelyphonellus amazonicus; 50. Ricinulei, Ricinoididae, Cryptocellus
simonis, macho. (Fotos: 45 e 49, D.F. Candiani; 46 e 50, R. Pinto-da-Rocha; 47, L. S.
Carvalho; 48, L.T. Miglio & J.A.P. Barreiros).
TABELA 1
Táxon Total
Amblypygi
Phrynidae
Heterophrynus longicornis (Butler, 1873) 154

Araneae
Mygalomorphae
Barychelidae
Strophaeus sp.1 4
Ctenizidae
Ummidia glabra (Doleschall, 1871) 1
Cyrtaucheniidae
Bolostromus sp.1 8
Bolostromus sp.2 9
Fufius auricomus (Simon, 1891) 19
Dipluridae
Diplura sanguinea (F.O.P.-Cambridge, 1896) 18
Diplura sp.1 17
Diplura sp.2 8
Diplura sp.3 27
Diplura sp.4 37
Diplura sp.5 1
Ischnothele guianensis (Walckenaer, 1837) 7
Masteria sp.1 1
Idiopidae
Idiops sp.1 2
Neocteniza sp.1 3
Neocteniza sp.2 1
Paratropididae
Paratropis sp.1 18
Paratropis sp.2 7
Paratropis sp.3 1
Theraphosidae
Acanthoscurria ferina Simon, 1892 8
Acanthoscurria geniculata (C. L. Koch, 1842) 2
Acanthoscurria sp.1 26
Acanthoscurria sp.2 2
Acanthoscurria sp.3 2
Acanthoscurria sp.4 1
Avicularia sp.1 4
Avicularia sp.2 1
Aviculariinae sp.1 7
Hapalopus sp.1 1
Holothele rondoni (Lucas & Bücherl, 1972) 7
Holothele sp.1 1
Holothele sp.2 6
Holothele sp.3 2
Holothele sp.4 1
Holothele sp.5 2
Homoeomma sp.1 2
Homoeomma sp.2 1
Paraphysa sp.1 6
Theraphosa blondi (Latreille, 1804) 12
Theraphosinae sp.1 1
Theraphosinae sp.2 3
Theraphosinae sp.3 3
Theraphosinae sp.4 2
Araneomorphae
Anapidae
Anapidae sp.1 5
Anapidae sp.2 2
Anapidae sp.3 3
Anapidae sp.4 2
Anapidae sp.5 1
Anyphaenidae
Anyphaenidae sp.1 1
Anyphaenidae sp.2 1
Anyphaenidae sp.3 2
Anyphaenidae sp.4 11
Anyphaenoides sp.1 2
Isigonia limbata Simon, 1897 1
Otoniela adisi Brescovit, 1997 1
Sillus sp.1 2
Wulfila sp.1 1
Wulfila sp.2 1
Araneidae
Acacesia benigna Glueck, 1994 2
Actinosoma pentacanthum (Walckenaer, 1842) 9
Aculepeira travassosi (Soares & Camargo, 1948) 2
Alpaida aff. banos Levi, 1988 2
Alpaida aff. sulphurea (Taczanowski, 1873) 1
Alpaida antonio Levi, 1988 1
Alpaida bicornuta (Taczanowski, 1878) 18
Alpaida chickeringi Levi, 1988 1
Alpaida cuyabeno Levi, 1988 5
Alpaida delicata (Keyserling, 1892) 27
Alpaida iquitos Levi, 1988 10
Alpaida negro Levi, 1988 2
Alpaida simla Levi, 1988 17
Alpaida sp.n.1 26
Alpaida sp.n.2 2
Alpaida tabula (Simon, 1895) 1
Alpaida truncata (Keyserling, 1865) 17
Amazonepeira beno Levi, 1994 2
Amazonepeira callaria (Levi, 1991) 16
Amazonepeira masaka Levi, 1994 1
Araneus guttatus (Keyserling, 1865) 2
Araneus horizonte Levi, 1991 1
Araneus sp.1 1
Argiope argentata (Fabricius, 1775) 2
Argiope savignyi Levi, 1968 1
Bertrana elinguis (Keyserling, 1883) 13
Chaetacis aureola (C. L. Koch, 1836) 1
Chaetacis cornuta (Taczanowski, 1873) 12
Cyclosa caroli (Hentz, 1850) 1
Cyclosa diversa (O. P.-Cambridge, 1894) 4
Cyclosa inca Levi, 1999 11
Cyclosa longicauda (Taczanowski, 1878) 10
Cyclosa sp.1 1
Cyclosa tapetifaciens Hingston, 1932 5
Dubiepeira neptunina (Mello-Leitão, 1948) 2
Eriophora fuliginea (C. L. Koch, 1838) 12
Eriophora ravilla (C. L. Koch, 1844) 1
Eustala sp.1 9
Eustala sp.2 4
Eustala sp.3 2
Eustala sp.4 1
Eustala sp.5 2
Eustala sp.6 1
Eustala sp.7 1
Eustala sp.8 1
Eustala sp.9 1
Eustala sp.10 1
Eustala sp.11 1
Gasteracantha cancriformis (Linnaeus, 1758) 1
Hypognatha lagoas Levi, 1996 2
Hypognatha scutata (Perty, 1833) 6
Hypognatha sp.2 2
Hypognatha sp.n.1 3
Kapogea cyrtophoroides (F. O. P.-Cambridge, 1904) 3
Kapogea sexnotata (Simon, 1895) 1
Madrepeira amazonica Levi, 1995 1
Mangora ayo Levi, 2007 4
Mangora bovis Levi, 2007 1
Mangora brokopondo Levi, 2007 2
Mangora novempupillata Mello-Leitão, 1940 15
Mangora sp.n.1 2
Mangora sp.n.2 6
Mangora sp.n.3 1
Manogea porracea (C. L. Koch, 1838) 6
Metazygia castaneoscutata (Simon, 1895) 3
Metazygia laticeps (O. P.-Cambridge, 1889) 7
Metazygia paquisha Levi, 1995 4
Metazygia sp.n.1 7
Metazygia uraricoera Levi, 1995 4
Metazygia yobena Levi, 1995 10
Micrathena acuta (Walckenaer, 1842) 6
Micrathena evansi Chickering, 1960 35
Micrathena excavata (C. L. Koch, 1836) 3
Micrathena flaveola (Perty, 1839) 7
Micrathena furcula (O. P.-Cambridge, 1890) 4
Micrathena horrida (Taczanowski, 1873) 2
Micrathena kirbyi (Perty, 1833) 66
Micrathena miles Simon, 1895 15
Micrathena patruelis (C. L. Koch, 1839) 5
Micrathena peregrinatorum (Holmberg, 1883) 5
Micrathena pungens (Walckenaer, 1842) 17
Micrathena saccata (C. L. Koch, 1836) 1
Micrathena schreibersi (Perty, 1833) 24
Micrathena sexspinosa (Hahn, 1822) 3
Micrathena sp.1 1
Micrathena triangularis (C. L. Koch, 1836) 33
Micrathena triangularispinosa (De Geer, 1778) 1
Micrepeira fowleri Levi, 1995 4
Ocrepeira sp.1 6
Parawixia divisoria Levi, 1992 3
Parawixia hypocrita (O. P.-Cambridge, 1889) 1
Parawixia kochi (Taczanowski, 1873) 17
Parawixia maldonado Levi, 1992 1
Parawixia matiapa Levi, 1992 1
Parawixia pypocrita (O. P.-Cambridge, 1889) 1
Pronous tuberculifer Keyserling, 1881 1
Rubrepeira rubronigra (Mello-Leitão, 1939) 2
Scoloderus cordatus (Taczanowski, 1879) 3
Scoloderus tuberculifer (O. P.-Cambridge, 1889) 6
Spilasma duodecimguttata (Keyserling, 1879) 28
Verrucosa sp.1 5
Wagneriana hassleri Levi, 1991 1
Wagneriana neblina Levi, 1991 3
Wagneriana roraima Levi, 1991 2
Wagneriana sp.n.1 1
Caponiidae
Nops sp.1 9
Clubionidae
Elaver sp.1 1
Elaver sp.2 2
Elaver valvula (F. O. P.-Cambridge, 1900) 3
Corinnidae
Abapeba sp.1 1
Abapeba taruma Bonaldo, 2000 2
Attacobius blakei Bonaldo & Brescovit, 2005 2
Castianeira sp.1 5
Castianeira sp.2 1
Castianeira sp.3 1
Castianeira sp.4 1
Corinna ducke Bonaldo, 2000 1
Corinna sp.1 2
Corinna sp.2 1
Corinna sp.3 2
Corinna sp.4 1
Corinna sp.5 2
Corinna sp.6 8
Corinna sp.7 3
Gen. nov. aff. Creugas sp.1 12
Gen. nov. aff. Methesis sp.1 3
Myrmecium sp.1 5
Myrmecium sp.2 16
Myrmecium sp.3 1
Myrmecium sp.4 2
Myrmecium sp.7 2
Parachemmis hassleri (Gertsch, 1942) 1
Parachemmis sp.1 2
Simonestus sp.1 1
Sphecotypus sp.1 1
Trachelas sp.1 2
Trachelas sp.2 4
Tupirinna rosae Bonaldo, 2000 5
Tupirinna sp.1 3
Ctenidae
Ancylometes rufus (Walckenaer, 1837) 207
Centroctenus sp.1 29
Centroctenus sp.2 5
cf. Ctenus sp.1 2
cf. Nothroctenus sp.1 3
Ctenus amphora Mello-Leitão, 1930 58
Ctenus crulsi Mello-Leitão, 1930 188
Ctenus villasboasi Mello-Leitão, 1949 25
Phoneutria reidyi (F. O. P.-Cambridge, 1897) 16
Deinopidae
Deinopis sp.1 14
Deinopis sp.2 1
Drymusidae
Drymusa philomatica Bonaldo, Rheims & Brescovit, 2006 2
Hahniidae
Hahniidae sp.1 219
Hersiliidae
Neotama mexicana (O. P.-Cambridge, 1893) 2
Linyphiidae
cf. Sphecozone sp.1 4
Linyphiidae sp.1 13
Meioneta sp.1 78
Meioneta sp.2 25
Scoleucura sp.1 2
Lycosidae
Aglaoctenus castaneus (Mello-Leitão, 1942) 4
Lycosidae sp.1 15
Mimetidae
Ero sp.1 10
Ero sp.2 2
Ero sp.3 2
Ero sp.4 1
Ero sp.5 1
Gelanor sp.1 9
Gelanor sp.2 2
Miturgidae
Teminius insularis (Lucas, 1857) 2
Mysmenidae
Mysmenidae sp.1 27
Mysmenidae sp.2 3
Mysmenidae sp.3 4
Nephilidae
Nephila clavipes (Linnaeus, 1767) 7
Nesticidae
Nesticidae sp.1 2
Nesticidae sp.2 2
Ochyroceratidae
Ochyroceratidae sp.1 102
Ochyroceratidae sp.2 183
Oonopidae
Dysderina sp.1 17
Dysderina sp.2 9
Dysderina sp.3 4
Gamasomorphinae sp.1 39
Gamasomorphinae sp.2 9
Gamasomorphinae gen. nov. sp.1 48
Gamasomorphinae gen. nov. sp.2 7
Neoxyphinus sp.1 11
Oonopinae sp.1 1
Oonopinae sp.2 1
Oonopinae sp.3 2
Oonopoides sp.1 1
Oonops sp.1 2
Oonops sp.2 2
Scaphiela sp.1 5
Oxyopidae
Oxyopidae sp.1 1
Oxyopidae sp.2 2
Oxyopidae sp.3 2
Oxyopes incertus Mello-Leitao, 1929 1
Oxyopes sp.1 13
Oxyopes sp.2 2
Oxyopes sp.3 1
Oxyopes sp.4 1
Schaenicoscelis sp.n.1 1
Palpimanidae
Otiothops curua Brescovit, Bonaldo & Barreiros, 2007 20
Otiothops puraquequara Brescovit, Bonaldo & Barreiros, 2007 11
Otiothops sp.n.1 8
Otiothops sp.n.2 1
Pholcidae
Artema sp.1 1
Carapoia fowleri Huber, 2000 31
Mesabolivar aff. cambridgei sp.1 8
Mesabolivar aurantiacus (Mello-Leitão, 1930) 10
Mesabolivar cambridgei (Mello-Leitão, 1947) 11
Metagonia sp.1 2
Otavaloa lisei Huber, 2000 22
Pisaboa silvae Huber, 2000 1
Pisauridae
Architis tenuipes (Simon, 1898) 4
Architis tenuis Simon, 1898 18
Thaumasia sp.1 51
Thaumasia sp.2 7
Thaumasia sp.3 9
Thaumasia sp.4 4
Thaumasia sp.5 3
Prodidomidae
Lygromma sp.1 6
Lygromma sp.2 1
Lygromma sp.3 1
Salticidae
Salticidae sp.1 1
Salticidae sp.2 1
Salticidae sp.3 1
Salticidae sp.4 1
Salticidae sp.5 1
Salticidae sp.6 1
Salticidae sp.7 2
Salticidae sp.8 7
Salticidae sp.9 1
Salticidae sp.10 1
Salticidae sp.11 1
Salticidae sp.12 2
Salticidae sp.13 1
Salticidae sp.14 1
Salticidae sp.15 3
Salticidae sp.16 1
Salticidae sp.17 1
Salticidae sp.18 1
Salticidae sp.19 3
Salticidae sp.20 2
Salticidae sp.21 2
Salticidae sp.22 8
Salticidae sp.23 3
Salticidae sp.24 12
aff. Kalcerrytus sp.1 1
Alcmena sp.1 1
Amycinae sp.1 1
Amycus sp.1 7
cf. Coryphasia sp.1 5
cf. Corythalia sp.1 1
cf. Corythalia sp.2 5
cf. Freya sp.1 3
cf. Freyinae sp.1 1
cf. Noegus sp.1 1
cf. Noegus sp.2 1
cf. Noegus sp.3 6
cf. Noegus sp.4 3
Chira sp.1 7
Corythalia sp.1 3
Cotinusa sp.1 1
Cylistella sp.1 9
Dendryphantinae sp.1 20
Dendryphantinae sp.2 4
Dendryphantinae sp.3 7
Euophryinae sp.1 45
Euophryinae sp.2 76
Euophryinae sp.3 18
Euophryinae sp.4 4
Euophryinae sp.5 9
Euophryinae sp.6 6
Euophryinae sp.7 6
Euophrys sp.1 1
Fluda cf. araguae Galiano, 1971 7
Fluda sp.1 9
Freyinae sp.1 5
Frigga sp.1 9
Hasarius adansoni (Audouin, 1826) 1
Hypaeus sp.1 9
Hypaeus sp.2 36
Hypaeus sp.3 2
Itata sp.1 2
Itata sp.2 1
Kalcerrytus amapari Galiano,1999 4
Kalcerrytus sp.1 9
Kalcerrytus sp.2 6
Lyssomanes longipes (Taczanowski, 1871) 6
Lyssomanes sp.1 3
Lyssomanes sp.3 2
Lyssomanes sp.4 4
Lyssomanes sp.5 1
Lyssomanes sp.6 1
Lyssomanes sp.7 1
Lyssomanes sp.8 1
Maeota sp.1 1
Mago sp.1 10
Mago sp.2 15
Mago sp.3 4
Mago sp.4 1
Mago sp.5 1
Marma nigritarsis (Simon, 1900) 1
Marma sp.1 1
Myrmarachne sp.1 1
Noegus arator Simon, 1900 2
Noegus franganilloi (Caporiacco, 1947) 1
Noegus sp.1 19
Noegus sp.2 1
Onofre sp.1 6
Psecas sp.1 2
Sassacus sp.1 2
Scopocira sp.1 13
Synemosina sp.1 1
Synemosina sp.2 1
Synemosina sp.3 3
Synemosina sp.4 1
Zuniga sp.1 1
Scytodidae
Scytodes cotopitoka Rheims et al., 2005 7
Scytodes fusca Walckenaer, 1837 1
Scytodes mapinguari Rheims & Brescovit, 2004. 4
Scytodes piyampisi Rheims et al., 2005 4
Scytodes romitii Caporiacco, 1947 6
Scytodes sp.1 12
Segestriidae
Ariadna sp.1 32
Ariadna sp.2 1
Ariadna sp.3 7
Ariadna sp.4 3
Selenopidae
Selenops maranhensis Mello-Leitão, 1918 1
Senoculidae
Senoculus sp.1 5
Senoculus sp.2 2
Senoculus sp.4 1
Sparassidae
Sparassidae sp.1 1
Sparassidae sp.2 1
cf. Sadala sp.1 1
Heteropoda venatoria (Linnaeus, 1767) 9
Pseudosparianthis ravida (Simon, 1847) 3
Sparianthis amazonica Simon, 1880 2
Symphytognathidae
Anapistula sp.1 66
Synotaxidae
Synotaxus brescoviti Santos & Rheims, 2005 10
Tetragnathidae
Tetragnathidae sp.1 1
Azilia sp.1 7
Azilia sp.2 1
Azilia sp.3 4
Crysometa sp.1 1
Dolichognatha sp.1 2
Dolichognatha sp.2 1
Leucauge sp.1 19
Leucauge sp.2 4
Leucauge sp.3 2
Leucauge sp.4 8
Leucauge sp.5 1
Leucauge sp.6 9
Leucauge sp.7 2
Leucauge sp.8 6
Leucauge sp.9 6
Leucauge sp.10 6
Leucauge sp.11 3
Leucauge sp.12 2
Leucauge sp.13 2
Leucauge sp.14 1
Tetragnatha sp.1 15
Tetragnatha sp.2 9
Theridiidae
Theridiidae sp.1 9
Theridiidae sp.2 43
Theridiidae sp.3 2
Theridiidae sp.4 2
Theridiidae sp.5 1
Theridiidae sp.6 3
Theridiidae sp.7 1
Theridiidae sp.8 1
Theridiidae sp.9 1
Theridiidae sp.10 1
Theridiidae sp.11 1
Theridiidae sp.12 2
Theridiidae sp.13 4
Theridiidae sp.14 2
Theridiidae sp.15 1
Theridiidae sp.16 1
Theridiidae sp.17 1
Theridiidae sp.18 1
Theridiidae sp.19 1
Theridiidae sp.20 2
Theridiidae sp.21 1
Theridiidae sp.22 1
Theridiidae sp.23 3
Theridiidae sp.24 1
Theridiidae sp.25 2
Theridiidae sp.26 2
Theridiidae sp.27 4
Theridiidae sp.28 2
Theridiidae sp.29 1
Theridiidae sp.30 1
Theridiidae sp.31 2
Theridiidae sp.32 3
Achaearanea hieroglyphica (Mello-Leitão, 1940) 4
Achaearanea migrans (Keyserling, 1884) 1
Achaearanea trapezoidalis (Taczanowski, 1873) 3
aff. Latrodectus sp.1 20
Anelosimus sp.1 1
Argyrodes sp.1 6
Argyrodes sp.2 22
Argyrodes sp.3 6
Argyrodes sp.4 1
Argyrodes sp.5 4
Argyrodes sp.6 14
Ariamnes attenuatus O. P.-Cambridge, 1881 12
Cerocida ducke Marques & Buckup, 1989 6
Chrysso sulcata (Keyserling, 1884) 2
Coleosoma sp.1 1
Coleosoma sp.2 3
Coleosoma sp.3 2
Dipoena cordiformis Keyserling, 1886 5
Dipoena kuyuwini Levi, 1963 12
Dipoena militaris Chickering, 1943 8
Dipoena rubella (Keyserling, 1884) 1
Dipoena sp.1 1
Dipoena sp.2 5
Dipoena sp.3 2
Dipoena sp.4 1
Dipoena sp.5 3
Dipoena sp.6 2
Dipoena sp.7 2
Dipoena sp.8 1
Dipoena sp.9 3
Dipoena sp.10 1
Dipoena sp.11 4
Dipoena sp.12 1
Episinus erythrophthalmus (Simon, 1894) 52
Episinus salobrensis (Simon, 1895) 77
Episinus sp.1 2
Episinus vaticus Levi, 1964 4
Euryopis sp.1 1
Faiditus sp.1 1
Helvibis rossi Levi, 1964 17
Lasaeola donaldi (Chickering, 1943) 15
Phoroncidia sp.1 1
Phoroncidia sp.2 1
Phoroncidia sp.3 1
Rhomphaea sp.1 1
Rhomphaea sp.2 28
Rhomphaea sp.3 4
Spintharus sp.1 2
Steatoda moesta (O. P.-Cambridge, 1896) 3
Stemmops aff. vicosa Levi, 1964 7
Stemmops sp.1 1
Styposis selis Levi, 1964 150
Theridion sp.1 11
Theridion sp.2 1
Theridion sp.3 1
Theridion sp.4 1
Thwaitesia affinis O. P.-Cambridge, 1882 7
Thwaitesia bracteata (Exline, 1950) 4
Thwaitesia simoni (Keyserling, 1884) 30
Thwaitesia sp.1 1
Thwaitesia sp.2 3
Thymoites crassipes Keyserling, 1884 7
Thymoites sp.1 25
Thymoites sp.2 1
Thymoites sp.3 33
Theridiosomatidae
Theridiosomatidae sp.1 16
Theridiosomatidae sp.2 14
Theridiosomatidae sp.3 1
Theridiosomatidae sp.4 2
Theridiosomatidae sp.5 2
Theridiosomatidae sp.6 1
Theridiosomatidae sp.7 1
Theridiosomatidae sp.8 1
Theridiosomatidae sp.9 2
Theridiosomatidae sp.10 1
Theridiosomatidae sp.11 2
Theridiosomatidae sp.12 3
Theridiosomatidae sp.13 1
Theridiosomatidae sp.14 1
Theridiosomatidae sp.15 1
Theridiosomatidae sp.16 1
aff. Naatlo sp.1 14
Naatlo sp.1 6
Naatlo sp.2 1
Naatlo sp.3 1
Thomisidae
Thomisidae sp.1 2
Thomisidae sp.2 1
Thomisidae sp.3 1
Thomisidae sp.4 1
Thomisidae sp.5 2
Thomisidae sp.6 1
Thomisidae sp.7 1
Acentroscelus sp.1 3
Aphantochilus rogersi O. P.-Cambridge, 1870 1
Aphantochilus sp.1 3
Aphantochilus sp.2 3
Bucranium taurifrons O. P.-Cambridge, 1881 2
Onolucus echinatus (Taczanowski, 1872) 1
Stephanopis sp.1 18
Stephanopis sp.2 1
Stephanopis sp.3 6
Stephanopis sp.4 40
Strophius sp.1 8
Titidius rubescens Caporiacco, 1947 24
Titidius sp.1 34
Tmarus sp.1 58
Tmarus sp.2 3
Tmarus sp.3 1
Tmarus sp.4 1
Tmarus sp.5 1
Tmarus sp.6 1
Tmarus sp.7 1
Tobias sp.1 2
Tobias sp.2 3
Trechaleidae
Heidrunea sp.1 1
Paradossenus sp.1 1
Rhoicininae sp.1 1
Rhoicinus sp.1 1
Trechalea amazonica F. O. P.-Cambridge, 1903 8
Trechalea sp.1 1
Uloboridae
Uloboridae sp.1 11
Uloboridae sp.2 2
Uloboridae sp.3 11
Uloboridae sp.4 2
Uloboridae sp.5 1
Uloboridae sp.6 1
Uloboridae sp.7 1
Miagrammopes sp.1 13
Miagrammopes sp.2 5
Miagrammopes sp.3 6
Miagrammopes sp.4 1
Miagrammopes sp.5 3
Miagrammopes sp.6 1
Miagrammopes sp.7 1
Philoponella sp.1 12
Uloborus sp.1 4
Zodariidae
Tenedos hoeferi Jocqué & Baert, 2002 28
Zoridae
Zoridae sp.1 1

Opiliones
Agoristenidae (Leiosteninae)
Agoristenidae sp.1 1
Trinella sp.1 6
Cosmetidae
Cynorta conspersa (Perty 1833) 138
Cynorta juruensis (Mello-Leitão, 1923) 10
Cynorta sp.1 151
Cynorta valida Roewer 1927 8
Gryne sp.1 55
Gryne sp.2 1
Paecilaema paraensis Soares 1970 16
Paecilaema sp.1 3
Paecilaema sp.2 16
Escadabiidae
Escadabiidae sp.1 1
Fissiphalliidae
Fissiphallius chicoi Tourinho & González, 2006 237
Gonyleptidae (Pachylinae)
Discocyrtus carvalhoi Mello-Leitão 1941 23
Discocyrtus sp1 3
Guassiniidae
Guassiniidae sp.1 1
Kimulidae
Kimulidae sp.1 1
Manaosbiidae
Manaosbiidae sp.1 12
Manaosbiidae sp.2 55
Rhopalocranaus aspersus Roewer 1932 1
Saramacia lucasae Jim & Soares, 1991 82
Neogoveidae
Neogoveidae sp1 1
Samoidae
Samoidae sp.1 2
Sclerosomatidae (Gagrellinae)
Calluga sp.n.1 27
Prionostemma sp.n.1 23
Stygnidae
Auranus parvus Mello-Leitão 1941 16
Protimesius trocaraincola Pinto-da-Rocha 1997 8
Stygnus sp.1 47
Stygnommatidae
Stygnommatidae sp.n.1 17
Zalmoxidae
Zalmoxidae sp.1 32
Zalmoxidae sp.2 165
Zalmoxidae sp.3 1
Zalmoxidae sp.4 3
Zalmoxidae sp.5 33

Ricinulei
Ricinoididae
Cryptocellus simonis Hansen & Sörensen 1904 366

Schizomida
Hubbardiidae
Surazomus paitit Bonaldo & Pinto-da-Rocha 2007 57

Scorpiones
Buthidae
Ananteris balzanii Thorell, 1891 2
Tityus paraensis Kraepelin, 1896 3
Tityus silvestris Pocock, 1897 2
Tityus strandi Werner, 1939 1
Chactidae
Broteochactas parvulus Pocock 1897 11
Brotheas sp.1 27

Solifugae
Ammotrechidae
Ammotrechidae sp.1 1

Thelyphonida
Hypoctonidae
Thelyphonellus amazonicus (Butler, 1872) 2
TOTAL 6590

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