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RESENHA

Obra original:
EXPEDIÇÃO Científica no Rio Amazonas. Produção: Repórter Ecológico. Manaus:
Videoteca do Meio Ambiente, 2004. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?
v=ycCAfemRfm0&t=78s.
Acesso em: 8 mar. 2020.
Gabriel Caldas da Costa

O documentário Expedição Científica no Rio Amazonas retrata uma expedição


com dezenas de pesquisadores do Brasil em uma viagem iniciada na cidade de
Tabatinga, estado do Amazonas, que percorreu os rios Solimões e Amazonas até a foz,
no oceano Atlântico, durante 40 dias. A expedição se concentrou em levantamentos de
fauna, flora e geologia da parte central da bacia amazônica para conhecer e descrever
novas espécies e entender a ocorrência, abundância e distribuição de espécies nesses
ambientes. Com base nessas informações, foi possível delimitar áreas prioritárias para
futuras unidades de conservação na várzea amazônica.
O projeto fez um levamento de informações colhidas para a realizar um banco
de dados de informações colhidas na mesma área. Para isso, os pesquisadores definiram
25 pontos de parada para amostragem através de imagens via satélite em conjunto ao
conhecimento popular dos povos ribeirinhos da região, conhecedores das melhores
áreas para coleta. Para essa etapa, a expedição foi dividida em 2 grupos de pesquisa,
uma para trabalho com organismos terrestres e outro para organismos aquáticos.
Dentre os trabalhos de levamento de fauna em ambientes terrestres, os grupos de
pesquisa se concentraram na coleta de artrópodes (mosquitos, aranhas e formigas), aves
e no levantamento de espécies arbóreas, levando em consideração espécies novas e de
potencial econômico. Para as coletas, especialistas de cada grupo utilizaram métodos de
amostragem padronizados realizando coletas diurnas, com batedores de vegetação,
armadilhas, iscas noturnas através de busca ativa. Após o término das coletas, o material
era triado, dependendo da amostra preservados em álcool, insetos foram montados em
alfinetes ou em mantas, plantas foram prensadas, aves foram taxidermizadas e todos
preservados para posterior identificação.
Em relação aos organismos aquáticos, as coletas foram centradas a tubarões,
arraias, peixes, insetos e plantas aquáticas. Para cada organismo, uma metodologia de
captura diferente foi utilizada e os espécimes foram medidos, fotografados, pesados e
preservados para estudos posteriores.
Dentre os vários estudos apresentados foi possível perceber a influência do
ambiente com os organismos capturados e a importância de estudar as relações entre o
meio para a descoberta de novas interações e formulação de hipóteses para próximos
trabalhos e estudos de ecologia tropical.
Os pontos que mais chamaram atenção foi o trabalho de campo dos
pesquisadores e as metodologias utilizadas para amostragem. Além do mais, as
interações observadas de insetos com plantas aquáticas, a relação da cheia dos rios com
densidade de formigas e a determinação sexual na captura de aves foram os pontos altos
dessa pesquisa em minha opinião.
Este documentário é uma porta de conhecimento e possibilidades de estudos e
potencialidades para o saber cientifico sobre a Amazônia, apresentado de forma clara e
objetiva a expedição, pode ser usado em salas de aula para mostrar como são feitas as
pesquisas de cunho biológico em nossa região, o tanto que ainda não sabemos sobre ela
e o quanto é necessário estuda-la, expandindo assim o conhecimento que é construído
na Amazônia.
A expedição trouxe muitas descobertas ao mundo científico, muitas espécies de
animais e plantas foram descobertas, gêneros foram criados. Um grande potencial para
novas pesquisas foi estabelecido através da expedição, aumentando o número de
informações sobre a biodiversidade amazônica, mostrando a importância da biologia da
conservação para a proteção da várzea amazônica.

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