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REDAÇÃO
AULA 06
Coesão
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Prof.ª Celina Gil
Sumário
Apresentação 3
1 – Análise social 4
2 – Coesão 9
2.4 - Gabarito 18
3 - Propostas 26
Considerações finais 40
AULA 06 – REDAÇÃO 2
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Apresentação
Olá!
Vamos mudar um pouco nosso esquema de aulas para abarcar esses pontos tão importantes de
coesão e coerência. Agora, você terá alguns exercícios de múltipla escolha para praticar usos de
conectivos!
1 - Análise social
Apontamentos acerca de assuntos ligados ao contemporâneo.
Esses apontamentos têm o objetivo de fortalecer seu repertório e auxiliar na
elaboração de argumentos.
3- Produção textual
Análise de redações/trechos de redações e/ou exemplo de produção textual.
Propostas de redação inéditas para serem executadas pelo aluno.
Vamos lá?
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1 – Análise social
Vamos abrir a aula de hoje com uma breve discussão acerca da relação entre homem e tecnologia
na contemporaneidade. Esse assunto tem sido muito abordado em diversas redações, sob diversos
ângulos. Além disso, vamos nos dedicar a pensar em algumas questões sobre vigilância e controle, muitas
vezes associadas à ideia de tecnologia.
Tecnologia
Essencialmente, o que norteia a discussão acerca dessa relação é a tentativa de tentar responder
à pergunta: a tecnologia traz mais benefícios ou mais malefícios para o homem.
Ao longo do tempo, vivemos sob a ideia de que o progresso cientifico e tecnológico sempre levaria
à evolução, ou seja, seríamos melhores na medida em que tivéssemos uma sociedade mais tecnológica.
De fato, a tecnologia foi capaz de melhorar nossa vida e facilitar nossas ações cotidianas. Desde ações
pequenas – como a possibilidade não precisar lavar a roupa à mão, pois há uma máquina – até maiores –
como as viagens de avião ou a invenção de máquinas que auxiliam em tratamentos médicos.
A tecnologia, porém, não foi capaz de solucionar alguns problemas essenciais aos seres
humanos: a igualdade não foi alcançada, não fomos capazes de eliminar a pobreza e ainda passamos por
momentos de guerra e conflito intenso. Muitas vezes, inclusive, a tecnologia parece estar no centro de
diversos desses problemas. Muita tecnologia, por exemplo, surge de pesquisas voltadas para a guerra, e
as grandes corporações parecem muitas vezes incentivar a desigualdade social e lucrar com ela. Cabe
sempre pensar como a tecnologia se insere na lógica de mercado, não eliminando as desigualdades,
mas aprofundando-as.
Um exemplo disso são nossos conflitos quanto ao uso de nossos dados na internet. Nós não
sabemos de que modo nossos dados serão usados na internet, porque não conhecemos os processos
tecnológicos. Ao não conhecer os processos, não fazemos uso da total capacidade da tecnologia. Além
disso, corremos o risco de tratá-la como algo mágico, ou seja, de tratarmos os processos tecnológicos
como tabu religioso e, por isso mesmo, imutáveis e inquestionáveis.
Veja algumas situações em que a relação com a tecnologia poderia ser um caminho para sua
redação:
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LIVROS
1984 – George Orwell Admirável mundo novo – Eu, Robô – Isaac Asimov
Em uma sociedade sempre em Aldous Huxley
Coletânea de contos que, no
guerra, completamente vigilada O livro conta a história de entanto, se relacionam entre si.
por câmeras e telas, a Bernard Marx, um homem que O livro discorre sobre a evolução
personagem Winston Smith, um vive em uma sociedade que se dos robôs e a transformação de
homem que trabalha alterando organiza em torno da seu papel na sociedade ao longo
notícias de jornal, pensa supervalorização do do tempo. O último conto – e
secretamente em modos de pensamento científico. Já não há último estágio da evolução dos
burlar a tirania do Estado do mais estruturas familiares: as robôs – mostra a Terra sendo
Grande Irmão, entidade que pessoas são geradas em administrada por 4 máquinas
observa a todos por telas. laboratórios e adestradas para que ditam desde os modos de
exercer seu papel na sociedade, produção até os de consumo.
que se organiza em castas.
DISTOPIAS
Conceitualmente, uma Distopia é a antítese da utopia. Representa uma situação em que se vive
sob condições de opressão, desigualdade ou privação de direitos. O primeiro uso da palavra foi em 1868,
num discurso no Parlamento Britânico, para referir-se a um lugar infeliz, ruim.
O conceito de Utopia foi cunhado por Thomas More a partir da junção do prefixo grego de negação
ou e a palavra grega topo, que significa lugar. A união das duas partículas significa “lugar que não existe”.
O livro é um longo diálogo dividido em duas partes: uma primeira parte criticando a sociedade em
que vive; e uma segunda parte em que Rafael Hitlodeu, navegador português, narra a organização social,
política, etc. de uma ilha que conhecera. Lá, todos são felizes, possuem o que precisam, vivem de maneira
virtuosa e justa. A palavra é frequentemente utilizada para remeter a realidades perfeitas e intangíveis –
pelo menos no presente.
Obras distópicas são geralmente ambientadas no futuro, ainda que ligadas a situações
contemporâneas. São caracterizadas por Estados autoritários, muitas vezes apresentando a tecnologia
como ferramenta de controle, dilemas morais, estupidez coletiva, desigualdade social e banalização da
violência. Além disso, apresenta um cenário de desesperança, como se fosse impossível sair daquela
situação.
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FILMES
Matrix (1999) - Dir.: Lana e Blade Runner (1982) - Dir.: Ex_Machina: Instinto
Lilly Wachowski Ridley Scott Artificial (2014) - Dir.: Alex
Garland
No é um hacker que descobre No ano de 2019, uma grande Programador vence concurso
a verdade sobre a realidade corporação cria clones para passar uma semana na
ao conhecer um grupo humanos para trabalhar em casa do CEO da companhia
rebelde. Eles mostram a Neo colônias fora da Terra. Um ex- que trabalha. Lá, descobre
que o mundo e a relação dos policial é chamado para caçar que fará parte de um
homens com as máquinas não um grupo de clones que fugiu experimento interagindo com
é exatamente o que ele e se escondeu em Los o primeiro robô de
pensava. Angeles. inteligência artificial.
Vigilância e controle
Em seu livro Vigiar e Punir, Michael Foucault mostra o nascimento da sociedade moderna a partir
da maneira como eram tratados os fora da lei. Por volta do século XVII, as punições eram exemplares,
mas ocasionais. Eram horríveis, sem dúvida, um espetáculo grotesco, mas eram raras. As sociedades
modernas começam a abolir os suplícios e a humanizar os castigos. Contudo, isso ocorre a partir da criação
de instituições disciplinares de controle e vigilância social: a escola, o quartel ou o manicômio.
Na verdade, o controle se faz através do corpo. Na escola, por exemplo, o jovem é submetido a
uma série de regras que devem levá-lo a controlar o corpo em nome da razão: não se pode ir ao banheiro
quando quer, deve obedecer a toques de sinais, o sono não é permitido. Essa é uma forma de interiorizar
a disciplina. Trata-se de mecanismos de poder “que fazem viver”, pois as práticas visam a garantir o
desenvolvimento do indivíduo.
Gilles Deleuze identifica que a sociedade contemporânea é identificada pelo controle. Isso não se
refere a um encarceramento, mas a um controle aberto. Não que a ideia de disciplina tenha deixado de
existir, mas foi expandida para outros campos.
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As instituições sociais modernas produzem indivíduos sociais muito mais moveis e flexíveis que
antes. O indivíduo contemporâneo é mais flexível, fluido, não pertence a nenhuma identidade e pertence
a todas. E está eternamente sob vigilância. O nomadismo e as redes de informação são fundamentais
para a ideia de controle. A vigilância é virtual e onipresente, não necessariamente dominante como no
esquema do Panóptico. Na sociedade do controle, todo indivíduo é um panóptico em potencial.
INDO MAIS
FUNDO!
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Um dos fenômenos mais exemplares para compreender a sociedade do controle são os reality
shows. Os programas colocam os participantes em situações limite e o público observa o modo como eles
reagem a essas situações e julga seu comportamento.
Na sociedade de controle, o aspecto disciplinar não desaparece, apenas muda seu modo de
atuação. Isso aparece, por exemplo, na ideia de abolição do confinamento, tanto psiquiátrico quanto
criminal.
FILMES
Dead set (2008) V de vingança (2005) Dir.: James O leitor (2008) Dir. Stephen Daldry
Mc Teigue
A onda (2008). Dir.: Dennis Gansel Clube dos cinco (1985) Dir.: John O círculo (2017) Dir.: James
Hughes Ponsoldt
Um professor de ensino médio cria The Circle, uma das empresas mais
um experimento para ensinar na Cinco adolescentes muito poderosas de internet do mundo,
prática para seus alunos os diferentes entre si, do ensino responsável por conectar os e-mails
mecanismos de fascismo, poder e médio, ficam uma tarde juntos na das pessoas a todas as suas
controle, mas isso acaba se detenção por conta de delitos que atividades. Mae Holland é
tornando real. cometeram. Exemplo para a ideia contratada para um experimento
de disciplina de Foucault. de mostrar sua vida 24h.
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2 – Coesão
A coesão lida com as articulações no nível da morfossintaxe, ou seja, entre as palavras, frases,
orações e períodos. Ela pode ser gramatical ou lexical.
Coesão Gramatical
• Referência e reiteração
Consiste em substituir os termos que já apareceram no texto por outros que possam lhe fazer
referência. São empregados, principalmente pronomes, numerais, advérbios e artigos:
Anáfora: recupera termo anterior Ex.: A menina saiu. Ela foi à praia.
• Elipse
A elipse é uma figura linguagem que dá nome ao fenômeno de omitir um termo da oração, tendo
em vista o contexto ou situação. Só se podem omitir termos que não serão prejudiciais ao entendimento,
ou seja, a oração precisa fazer sentido mesmo sem eles.
Supressão das formas nominais A menina caiu do cavalo, mas (a menina) dançou a noite
(substantivos, adjetivos, numerais, etc.) toda.
• Conjunção
A coesão por conjunção nada mais é que o uso correto dos conectivos. É muito importante para
sua redação, mas é também muito comum em exercícios de interpretação em gramática.
O valor dos conectivos é o assunto mais importante para coesão e coerência. Dedique-se a
conhecer esses usos e aplicar em suas redações.
Veja um quadro com as principais conjunções e seus valores para usar em sua redação:
Conjunções coordenativas
Aditivas Adversativas
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e; mas;
nem; porém;
também; contudo;
bem como; todavia;
não só...mas também. entretanto;
no entanto;
não obstante.
Alternativas Conclusivas
Relacionam pensamentos excludentes. Relacionam pensamentos em que o segundo
conclui o primeiro.
ou;
ou...ou; logo;
já…já; pois;
ora...ora; portanto;
quer...quer; assim;
seja...seja. por isso;
por consequência;
por conseguinte.
Explicativas
Relacionam pensamentos em que a segunda frase explica a primeira.
que;
porque;
porquanto;
pois;
isto é.
Conjunções subordinativas
Causais Concessivas
Exprimem causa. Exprimem contraste.
porque; embora;
que; conquanto;
porquanto; ainda que;
visto que; mesmo que;
uma vez que se bem que;
já que; posto que.
pois que;
como.
Proporcionais Conformativas
Exprimem proporção. Exprimem conformidade.
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segundo.
Comparativas Consecutivas
Exprimem comparação. Exprimem consequência.
Coesão Lexical
• Reiteração e Nominalização
• Substituição
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Nos processos de substituição, são utilizados termos ou expressões que pertençam ao mesmo
campo semântico. Assim, o texto não fica repetitivo ou difícil de assimilar.
Sinonímia: expressões linguísticas de São Paulo inspirou muitas músicas. A terra da garoa já
significados semelhantes. ganhou músicas de Tom Zé, Caetano Veloso e Rita Lee.
Antonímia: expressões linguísticas de Economizar dinheiro é difícil entre os jovens. Pessoas com
significados opostos. menos de vinte anos tendem a gastar muito.
Hiperonímia: expressões linguísticas que Artistas tendem a ver o mundo de maneira diferente. Os
representam conjunto ou termo geral. pintores enxergam de modo único as cores que os
circundam.
Hiponímia: substituir por expressão As abelhas são muito importantes para o equilíbrio
linguística que representa individual ou ambiental. O desaparecimento desses insetos está
termo detalhado. causando muitas mazelas na natureza.
2. (ITA SP - 2011)
Os trechos a seguir, que estão fora de ordem, fazem parte de um texto coeso e coerente.
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I. Estudos feitos com várias profissões que trabalham em turnos mostram que ficar acordado por
mais de 19 horas ou ter uma jornada de trabalho superior a 12 horas provoca sintomas semelhantes
ao de um porre.
II. Se essas duas condições se sobrepõem numa madrugada, as consequências negativas se
potencializam ao extremo.
III. As reações ficam mais lentas e o julgamento da realidade é comprometido.
IV. Um piloto dormir no manche do avião é uma cena muito mais rara do que um motorista de
ônibus ou caminhão cochilar no volante. Mas pode acontecer.
V. No caso da aviação, há ainda o agravante de que os pilotos trabalham a 10 mil metros do solo,
no comando de aeronaves complexas e delicadas, às vezes com mais de uma centena de passageiros
a bordo.
(Em: Pesquisa Fapesp, agosto/2009. Adaptado)
a) I – II – IV – III – V.
b) IV – I – II – V – III.
c) IV – I – III – II – V.
d) I – V – IV – III – II.
e) IV – I – II – III – V.
1
Resolver operações matemáticas foi difícil para muitos dos gênios da ciência, e 2 continua pouco
atraente para muitos alunos em salas de aula. Muita gente pensa em 3 vincular matemática com a
arte para tornar o aprendizado mais estimulante.
4
O professor Luiz Barco, da Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São 5 Paulo (USP)
é um deles. "Há mais matemática nos livros de Machado de Assis, nos 6 poemas de Cecília Meireles
e Fernando Pessoa do que na maioria dos livros didáticos de 7 matemática". Para ele, a matemática
captura a lógica do raciocínio, assim como 8 acontece com o imaginário na literatura, com a
harmonia na música, na escultura, na 9 pintura, nas artes em geral.
10
Para o pesquisador Antônio Conde, do Instituto de Matemática e Computação da 11 USP/São
Carlos, a convivência entre arte e matemática aumentaria a capacidade de 12 absorção dos
estudantes. "O lado estético da matemática é muito forte, a 13 demonstração de um teorema é uma
obra de arte", conclui.
14
O holandês Maurits Cornelis Escher é, provavelmente, um dos maiores 15 representantes dessa
ligação, produzindo obras de arte geometricamente 16 estruturadas. Ele provou, na prática, que é
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possível olhar as formas espaciais do 17 ponto de vista matemático, ou sob o seu aspecto estético,
utilizando-as para se 18 expressar plasticamente.
19
"Olhando os enigmas que nos rodeiam e ponderando e analisando as minhas 20 observações,
entro em contato com o mundo da matemática", dizia Escher, que 21 morreu em 1972.
CIÊNCIA E CULTURA. Arte estimula o aprendizado de matemática. Disponível em:
<http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252003000100017&script=sci_arttext>.
Acesso em 05/05/2013.
Dentre os trechos do texto nas alternativas a seguir, um revela uso inadequado do recurso coesivo.
Aponte-o.
a) O professor Luiz Barco, (...) é um deles. (Refs. 4 e 5)
b) Para ele, a matemática captura a lógica do raciocínio, (...) (Ref. 7)
c) Ele provou, na prática, que é possível (...) (Ref. 16)
d) (...) ou sob o seu aspecto estético, (...) (Ref. 17)
e) (...) utilizando-as para se expressar plasticamente. (Ref. 17)
4. (IME - 2010)
O processo de coesão pode ser realizado através de vocábulos anafóricos – aqueles que se referem
a um outro anteriormente expresso. A oração do texto, que NÃO apresenta vocábulo anafórico é:
a) (…) chegou a São Vicente, a primeira vila fundada no Brasil. Lá, teve o primeiro contato com os
índios.
b) Para os índios, foi médico, sacerdote e educador: cuidava do corpo, da alma e da mente.
c) Anchieta escreveu o "Poema em Louvor à Virgem Maria", com 5.732 versos, alguns dos quais
traçados nas areias das praias.
d) Em 1565, entrou com Estácio de Sá na baía de Guanabara, onde estabeleceram os fundamentos
do que viria a ser a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
e) José de Anchieta nasceu em família rica, numa das sete ilhas Canárias, de onde avistava os navios
que se abasteciam no porto de Tenerife para seguir rumo ao Oriente ou ao Novo Mundo.
5. (FUVEST – 2018)
1
Uma obra de arte é um desafio; não a explicamos, 2 ajustamo-nos a ela. Ao interpretá-la, fazemos
uso dos nossos 3 próprios objetivos e esforços, dotamo-la de um significado que 4 tem sua origem
nos nossos próprios modos de viver e de pensar. 5 Numa palavra, qualquer gênero de arte que, de
fato, nos afete, 6 torna-se, deste modo, arte moderna.
7
As obras de arte, porém, são como altitudes inacessíveis. 8 Não nos dirigimos a elas diretamente,
mas contornamo-las. 9 Cada geração as vê sob um ângulo diferente e sob uma nova 10 visão; nem se
deve supor que um ponto de vista mais recente é 11 mais eficiente do que um anterior. Cada aspecto
surge na sua 12 altura própria, que não pode ser antecipada nem prolongada; 13 e, todavia, o seu
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significado não está perdido porque o 14 significado que uma obra assume para uma geração
posterior 15 é o resultado de uma série completa de interpretações anteriores.
Arnold Hauser, Teorias da arte. Adaptado.
No trecho “Numa palavra, qualquer gênero de arte que, de fato, nos afete, torna-se, deste modo,
arte moderna” (Refs. 5-6), as expressões sublinhadas podem ser substituídas, sem prejuízo do
sentido do texto, respectivamente, por
a) realmente; portanto.
b) invariavelmente; ainda.
c) com efeito; todavia.
d) com segurança; também.
e) possivelmente; até.
6. (FUVEST - 2015)
1
Tornando da malograda espera do tigre, alcançou o 2 capanga um casal de velhinhos, que seguiam
diante dele o 3 mesmo caminho, e conversavam acerca de seus negócios 4 particulares. Das poucas
palavras que apanhara, percebeu 5 Jão Fera que destinavam eles uns cinquenta mil-réis, tudo 6
quanto possuíam, à compra de mantimentos, a fim de fazer 7 um moquirão*, com que pretendiam
abrir uma boa roça.
8
– Mas chegará, homem? perguntou a velha.
9
– Há de se espichar bem, mulher!
10
Uma voz os interrompeu:
11
– Por este preço dou eu conta da roça!
12
– Ah! É nhô Jão!
13
Conheciam os velhinhos o capanga, a quem tinham 14 por homem de palavra, e de fazer o que
prometia. 15 Aceitaram sem mais hesitação; e foram mostrar o lugar que 16 estava destinado para o
roçado.
17
Acompanhou-os Jão Fera; porém, mal seus olhos 18 descobriram entre os utensílios a enxada, a
qual ele 19 esquecera um momento no afã de ganhar a soma precisa, 20 que sem mais deu costas ao
par de velhinhos e foi-se 21 deixando-os embasbacados.
José de Alencar, Til.
* moquirão = mutirão (mobilização coletiva para auxílio mútuo, de caráter gratuito).
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III. No trecho “que destinavam eles uns cinquenta mil-réis” (L. 5), pode-se apontar um uso informal
do pronome pessoal reto “eles”, como na frase “Você tem visto eles por aí?”.
7. (UNESP – 2018)
“Na pedreira perdi um. A alavanca soltou-se da pedra, bateu-lhe no peito, e foi a conta. Deixou viúva
e órfãos miúdos. Sumiram-se: um dos meninos caiu no fogo, as lombrigas comeram o segundo, o
último teve angina e a mulher enforcou-se.” (2o parágrafo)
a) assim como.
b) logo que.
c) enquanto.
d) porque.
e) ainda que.
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Abaixo, você encontra o texto reescrito, mas mantendo o mesmo sentido do texto original:
Para que haja coesão entre as ideias, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente,
por:
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d) contrajunção de ideias, com as quais se pode concluir que a discussão política perde espaço para
o humor e para o entretenimento no mundo virtual.
e) explicação de ideias, com as quais se pode entender que, no campo da política nacional, o humor
tem espaço bastante restrito.
2.4 - Gabarito
1. A
2. E
3. A
4. B
5. A
6. D
7. A
8. B
9. C
10. D
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Alternativa E está incorreta, pois “tanto que” tem valor explicação e, neste caso, a relação é de
causa: a interpretação cabe bem, pois é realmente isso que pensa o americano.
Gabarito: A
2. (ITA SP - 2011)
Os trechos a seguir, que estão fora de ordem, fazem parte de um texto coeso e coerente.
I. Estudos feitos com várias profissões que trabalham em turnos mostram que ficar acordado por
mais de 19 horas ou ter uma jornada de trabalho superior a 12 horas provoca sintomas semelhantes
ao de um porre.
II. Se essas duas condições se sobrepõem numa madrugada, as consequências negativas se
potencializam ao extremo.
III. As reações ficam mais lentas e o julgamento da realidade é comprometido.
IV. Um piloto dormir no manche do avião é uma cena muito mais rara do que um motorista de
ônibus ou caminhão cochilar no volante. Mas pode acontecer.
V. No caso da aviação, há ainda o agravante de que os pilotos trabalham a 10 mil metros do solo,
no comando de aeronaves complexas e delicadas, às vezes com mais de uma centena de passageiros
a bordo.
(Em: Pesquisa Fapesp, agosto/2009. Adaptado)
a) I – II – IV – III – V.
b) IV – I – II – V – III.
c) IV – I – III – II – V.
d) I – V – IV – III – II.
e) IV – I – II – III – V.
Comentários: Para compreender esta questão é preciso observar o conteúdo de cada item. Só
assim pode-se auferir se o texto faz sentido. Sobre o que tratam todos os itens? Sobre as longas
jornadas de trabalho dos pilotos de avião. A primeira informação, portanto, deve ser relacionada
a situar o contexto. Tanto a I. quanto a IV. dão informações contextuais. Logo, deve-se observar
a relação entre os itens.
Em I. se apresentam duas alternativas prejudiciais à saúde: ficar acordado muito tempo e ter uma
jornada de trabalho longas. Na alternativa II., a oração se inicia por “Se essas duas condições se
sobrepõem numa madruga”, logo, ela deve vir automaticamente depois da alternativa I.
O item II. ainda fala sobre as consequências negativas, mas não as enumera. O item III. é o único
que contém a listagem de possíveis consequências para as práticas, logo, III. deve vir
automaticamente depois de II.
O item V. se inicia com “no caso da aviação”, o que demonstra que deve ser precedido por uma
afirmação mais geral sobre os malefícios. Por isso, deve vir automaticamente depois de III.
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Assim, como o item IV. não consegue estabelecer relação com a oração V., ele deve ser a primeira
oração, antecipando toda a sequência que ficaria: IV – I – II – III – V.
Gabarito: E
1
Resolver operações matemáticas foi difícil para muitos dos gênios da ciência, e 2 continua pouco
atraente para muitos alunos em salas de aula. Muita gente pensa em 3 vincular matemática com a
arte para tornar o aprendizado mais estimulante.
4
O professor Luiz Barco, da Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São 5 Paulo (USP)
é um deles. "Há mais matemática nos livros de Machado de Assis, nos 6 poemas de Cecília Meireles
e Fernando Pessoa do que na maioria dos livros didáticos de 7 matemática". Para ele, a matemática
captura a lógica do raciocínio, assim como 8 acontece com o imaginário na literatura, com a
harmonia na música, na escultura, na 9 pintura, nas artes em geral.
10
Para o pesquisador Antônio Conde, do Instituto de Matemática e Computação da 11 USP/São
Carlos, a convivência entre arte e matemática aumentaria a capacidade de 12 absorção dos
estudantes. "O lado estético da matemática é muito forte, a 13 demonstração de um teorema é uma
obra de arte", conclui.
14
O holandês Maurits Cornelis Escher é, provavelmente, um dos maiores 15 representantes dessa
ligação, produzindo obras de arte geometricamente 16 estruturadas. Ele provou, na prática, que é
possível olhar as formas espaciais do 17 ponto de vista matemático, ou sob o seu aspecto estético,
utilizando-as para se 18 expressar plasticamente.
19
"Olhando os enigmas que nos rodeiam e ponderando e analisando as minhas 20 observações,
entro em contato com o mundo da matemática", dizia Escher, que 21 morreu em 1972.
CIÊNCIA E CULTURA. Arte estimula o aprendizado de matemática. Disponível em:
<http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252003000100017&script=sci_arttext>. Acesso em
05/05/2013.
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Em C há uso correto, pois “ele” retoma “Maurits Cornelis Escher”, artista plástico.
Em D há uso correto, pois “seu” é pronome possessivo e concorda com o complemento, nesse
caso, “aspecto estético”.
Em E há uso correto, pois “as” retoma “formas espaciais”.
Gabarito: A
4. (IME - 2010)
O processo de coesão pode ser realizado através de vocábulos anafóricos – aqueles que se referem
a um outro anteriormente expresso. A oração do texto, que NÃO apresenta vocábulo anafórico é:
a) (…) chegou a São Vicente, a primeira vila fundada no Brasil. Lá, teve o primeiro contato com os
índios.
b) Para os índios, foi médico, sacerdote e educador: cuidava do corpo, da alma e da mente.
c) Anchieta escreveu o "Poema em Louvor à Virgem Maria", com 5.732 versos, alguns dos quais
traçados nas areias das praias.
d) Em 1565, entrou com Estácio de Sá na baía de Guanabara, onde estabeleceram os fundamentos
do que viria a ser a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
e) José de Anchieta nasceu em família rica, numa das sete ilhas Canárias, de onde avistava os navios
que se abasteciam no porto de Tenerife para seguir rumo ao Oriente ou ao Novo Mundo.
Comentário: Na alternativa B não há a presença de vocábulos que fazem substituição de termos
que apareceram anteriormente: há a reescrita das profissões com outros termos sinônimos.
A alternativa A apresenta o advérbio de lugar “lá” que retoma “São Vicente”.
A alternativa C apresenta o pronome indefinido “alguns” que retoma “versos”.
A alternativa D apresenta o advérbio de lugar “onde” que retoma “baía de Guanabara”.
Alternativa E apresenta o advérbio de lugar “onde” que retoma “uma das sete ilhas Canárias”.
Gabarito: B
5. (FUVEST – 2018)
1
Uma obra de arte é um desafio; não a explicamos, 2 ajustamo-nos a ela. Ao interpretá-la, fazemos
uso dos nossos 3 próprios objetivos e esforços, dotamo-la de um significado que 4 tem sua origem
nos nossos próprios modos de viver e de pensar. 5 Numa palavra, qualquer gênero de arte que, de
fato, nos afete, 6 torna-se, deste modo, arte moderna.
7
As obras de arte, porém, são como altitudes inacessíveis. 8 Não nos dirigimos a elas diretamente,
mas contornamo-las. 9 Cada geração as vê sob um ângulo diferente e sob uma nova 10 visão; nem se
deve supor que um ponto de vista mais recente é 11 mais eficiente do que um anterior. Cada aspecto
surge na sua 12 altura própria, que não pode ser antecipada nem prolongada; 13 e, todavia, o seu
significado não está perdido porque o 14 significado que uma obra assume para uma geração
posterior 15 é o resultado de uma série completa de interpretações anteriores.
Arnold Hauser, Teorias da arte. Adaptado.
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No trecho “Numa palavra, qualquer gênero de arte que, de fato, nos afete, torna-se, deste modo,
arte moderna” (Refs. 5-6), as expressões sublinhadas podem ser substituídas, sem prejuízo do
sentido do texto, respectivamente, por
a) realmente; portanto.
b) invariavelmente; ainda.
c) com efeito; todavia.
d) com segurança; também.
e) possivelmente; até.
Comentários: A alternativa A é correta, pois “de fato” funciona como locução adverbial de
afirmação, ou seja, confirma e dá mais força ao verbo “afete”, podendo ser substituído por
“realmente”; e “deste modo” funciona como conjunção consecutiva, ou seja, denota
consequência: se a obra de arte nos afeta, logo, ela se torna arte moderna.
A alternativa B está incorreta, pois “ainda” não denota consequência, mas sim adição.
A alternativa C está incorreta, pois “todavia” não denota consequência, mas sim oposição.
A alternativa D está incorreta pelo mesmo motivo da B: denota adição.
A alternativa E está incorreta, pois “possivelmente” denota dúvida.
Gabarito: A
6. (FUVEST - 2015)
1
Tornando da malograda espera do tigre, alcançou o 2 capanga um casal de velhinhos, que seguiam
diante dele o 3 mesmo caminho, e conversavam acerca de seus negócios 4 particulares. Das poucas
palavras que apanhara, percebeu 5 Jão Fera que destinavam eles uns cinquenta mil-réis, tudo 6
quanto possuíam, à compra de mantimentos, a fim de fazer 7 um moquirão*, com que pretendiam
abrir uma boa roça.
8
– Mas chegará, homem? perguntou a velha.
9
– Há de se espichar bem, mulher!
10
Uma voz os interrompeu:
11
– Por este preço dou eu conta da roça!
12
– Ah! É nhô Jão!
13
Conheciam os velhinhos o capanga, a quem tinham 14 por homem de palavra, e de fazer o que
prometia. 15 Aceitaram sem mais hesitação; e foram mostrar o lugar que 16 estava destinado para o
roçado.
17
Acompanhou-os Jão Fera; porém, mal seus olhos 18 descobriram entre os utensílios a enxada, a
qual ele 19 esquecera um momento no afã de ganhar a soma precisa, 20 que sem mais deu costas ao
par de velhinhos e foi-se 21 deixando-os embasbacados.
José de Alencar, Til.
* moquirão = mutirão (mobilização coletiva para auxílio mútuo, de caráter gratuito).
AULA 06 – REDAÇÃO 22
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7. (UNESP – 2018)
“Na pedreira perdi um. A alavanca soltou-se da pedra, bateu-lhe no peito, e foi a conta. Deixou viúva
e órfãos miúdos. Sumiram-se: um dos meninos caiu no fogo, as lombrigas comeram o segundo, o
último teve angina e a mulher enforcou-se.” (2o parágrafo)
AULA 06 – REDAÇÃO 23
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O pronome “lhe” se refere à pessoa em cujo peito a alavanca bateu. Essa informação está no período
anterior: “Na pedreira perdi um”: este “um” é a pessoa que morreu após ser atingida pela alavanca.
O segundo “se”, também reflexivo, refere-se a quem sumiu. Aqui, fica claro que eram “a viúva e órfãos
miúdos” pelo período que procede, pois explica lista o que ocorreu com cada uma das pessoas da
família.
Gabarito: A
a) assim como.
b) logo que.
c) enquanto.
d) porque.
e) ainda que.
Comentários: O conectivo “mal” pode ser substituído por “nem bem”, “assim que” ou “logo que”,
pois tem valor temporal sucessão (a viu sair e depois chegou-se). Por isso, a alternativa correta é
a B.
A alternativa A está incorreta, pois tem valor comparativo.
A alternativa C está incorreta, pois tem valor temporal concomitante, ou seja, liga dois elementos
que ocorrem ao mesmo tempo.
A alternativa D está incorreta, pois tem valor explicativo, de causa.
A alternativa E está incorreta, pois tem valor concessivo, ou seja, indica uma condição para que
algo ocorra.
Gabarito: B
Abaixo, você encontra o texto reescrito, mas mantendo o mesmo sentido do texto original:
___________, o bando de crianças passava em frente ao bazar e parava ____________ pudesse
contemplar aqueles brinquedos, _____________ lia os preços sem muita noção de valor,
_____________ o importante era levar na memória aquelas imagens fantásticas.
AULA 06 – REDAÇÃO 24
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Para que haja coesão entre as ideias, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente,
por:
a) Portanto ... se bem que ... assim que ... pois
b) Entretanto ... para que ... depois que ... à medida que
c) Desse modo ... para que ... enquanto ... pois
d) Apesar disso ... ainda que ... depois que ... à medida que
e) Todavia ... ainda que ... enquanto ... de sorte que
Comentários: A alternativa correta é a C, pois a primeira lacuna deve ser substituída por um
conectivo que denote conclusão, semelhante a “assim”; a segunda lacuna, por um conectivo que
denote finalidade, semelhante à preposição “a”; a terceira lacuna e a quarta precisam dar noção
de concomitância, pois é a descrição de uma ação: os meninos contemplavam os brinquedos,
enquanto liam os preços sem perceber e criavam memórias.
A alternativa A está incorreta, pois há erro na segunda lacuna, já que “se bem que” dá noção de
concessão e na segunda lacuna “pois” dá noção de explicação.
A alternativa B está incorreta, pois “entretanto” dá noção de oposição, não conclusão.
A alternativa D está incorreta, pois “apesar disso” dá noção de concessão.
A alternativa E está incorreta, pois “todavia” dá noção de oposição.
Gabarito: C
AULA 06 – REDAÇÃO 25
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a) comparação de ideias, com as quais se pode inferir que a análise de temas políticos já faz parte
do cotidiano da maioria dos internautas.
b) conclusão de ideias, com as quais se pode concluir que as pessoas têm se mostrado mais
preocupadas atualmente em debater política.
c) consequência de ideias, com as quais se pode comprovar a tendência do brasileiro em analisar a
situação política do país com humor.
d) contrajunção de ideias, com as quais se pode concluir que a discussão política perde espaço para
o humor e para o entretenimento no mundo virtual.
e) explicação de ideias, com as quais se pode entender que, no campo da política nacional, o humor
tem espaço bastante restrito.
Comentários: “No entanto” é um conectivo que denota oposição. Portanto a alternativa correta
é a D.
A alternativa A é incorreta, pois o período afirma que o uso de memes não garante a análise
política.
A alternativa B é incorreta, pois o texto afirma justamente o contrário: que as pessoas não estão
interessadas em discutir política.
A alternativa C é incorreta, pois as ideias não estão concatenadas a partir da ideia de
consequência: segundo o texto, não é porque consomem memes que as pessoas não se
interessam por discutir política.
A alternativa E é incorreta, pois o espaço de humor na política nacional não é restrito, uma vez
que o texto versa sobre a profusão de memes de política.
Gabarito: D
3 - Propostas
(AFA – 2015)
TEXTO I
MULHER BOAZINHA
(Martha Medeiros)
Qual o elogio que uma mulher adora receber?
Bom, se você está com tempo, pode-se listar aqui uns setecentos: mulher adora que verbalizem
seus atributos, sejam eles físicos ou morais.
Diga que ela é uma mulher inteligente, e ela irá com a sua cara.
Diga que ela tem um ótimo caráter e um corpo que é uma provocação, e ela decorará o seu
número.
Fale do seu olhar, da sua pele, do seu sorriso, da sua presença de espírito, da sua aura de mistério,
de como ela tem classe: ela achará você muito observador e lhe dará uma cópia da chave de casa.
Mas não pense que o jogo está ganho: manter o cargo vai depender da sua perspicácia para
encontrar novas qualidades nessa mulher poderosa, absoluta.
Diga que ela cozinha melhor que a sua mãe, que ela tem uma voz que faz você pensar
obscenidades, que ela é um avião no mundo dos negócios.
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Fale sobre sua competência, seu senso de oportunidade, seu bom gosto musical.
Agora quer ver o mundo cair?
Diga que ela é muito boazinha.
Descreva aí uma mulher boazinha.
Voz fina, roupas pastel, calçados rente ao chão.
Aceita encomendas de doces, contribui para a igreja, cuida dos sobrinhos nos finais de semana.
Disponível, serena, previsível, nunca foi vista negando um favor.
Nunca teve um chilique.
Nunca colocou os pés num show de rock.
É queridinha.
Pequeninha.
Educadinha.
Enfim, uma mulher boazinha.
Fomos boazinhas por séculos.
Engolíamos tudo e fingíamos não ver nada, ceguinhas.
Vivíamos no nosso mundinho, rodeadas de panelinhas e nenezinhos.
A vida feminina era esse frege: bordados, paredes brancas, crucifixo em cima da cama, tudo
certinho.
Passamos um tempão assim, comportadinhas, enquanto íamos alimentando um desejo
incontrolável de virar a mesa.
Quietinhas, mas inquietas.
Até que chegou o dia em que deixamos de ser as coitadinhas.
Ninguém mais fala em namoradinhas do Brasil: somos atrizes, estrelas, profissionais.
Adolescentes não são mais brotinhos: são garotas da geração teen.
Ser chamada de patricinha é ofensa mortal.
Pitchulinha é coisa de retardada.
Quem gosta de diminutivos, definha.
Ser boazinha não tem nada a ver com ser generosa.
Ser boa é bom, ser boazinha é péssimo.
As boazinhas não têm defeitos.
Não têm atitude.
Conformam-se com a coadjuvância.
PH neutro.
Ser chamada de boazinha, mesmo com a melhor das intenções, é o pior dos desaforos.
Mulheres bacanas, complicadas, batalhadoras, persistentes, ciumentas, apressadas, é isso que
somos hoje.
Merecemos adjetivos velozes, produtivos, enigmáticos.
As “inhas” não moram mais aqui.
Foram para o espaço, sozinhas.
(Disponível em: http://pensador.uol.com.br/frase/NTc1ODIy/ acesso em 28/03/14)
TEXTO II
ELAS QUEREM O TOPO
(Marcela Buscato)
O sucesso de algumas mulheres pioneiras em áreas dominadas pelos homens mostra que elas podem
chegar lá – e revela como isso anda difícil.
O passeio preferido da brasiliense Neiriane Marcelli da Silva Costa, quando criança, era
acompanhar seu pai, suboficial da Força Aérea Brasileira (FAB), nos desfiles militares. Ela gostava de
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observar os aviões no céu e sonhava em estar um dia no lugar dos pilotos. “Eu me desiludia ao pensar que
nunca poderia realizar meu sonho, porque apenas homens pilotavam aviões militares”, diz Marcelli, hoje
com 28 anos. Até o dia em que oficiais da FAB foram ao colégio dela para contar uma novidade: a partir
daquele ano, 2002, as meninas também poderiam se inscrever no curso de oficiais aviadores. Marcelli se
formou cinco anos depois na Academia da Força Aérea (AFA), integrou um esquadrão em Belém, no Pará,
e hoje ensina os cadetes da AFA, em Pirassununga, interior de São Paulo. O ambiente, dominado por
homens, nunca a intimidou. “Não pensei se faria alguma diferença ser mulher. Era o que queria fazer.”
A tenente Marcelli faz parte de uma geração de mulheres criadas para pensar que o limite para
elas é o mesmo que para os homens: o céu. Algumas alcançaram essa fronteira literalmente, como
Marcelli. Outras, no sentido figurado. Nunca as mulheres chegaram tão longe: à Presidência da República
ou da Petrobrás, a maior empresa do país. As conquistas, como sempre, dão origem a novas e ainda mais
ambiciosas aspirações. As mulheres querem permanecer na liderança e avançar em muitas áreas. Elas
conquistaram um território dominado pelos homens. Contaram com mudanças na sociedade (que
permitiu mulheres oficiais aviadoras) e com alta dose de determinação pessoal. Suas histórias contêm
lições para outras desbravadoras – e para os homens também.
(...)
(Época, número 823, 10 de março de 2014. Editora Globo; p.60 – adaptado)
TEXTO III
PALAVRAS DO COMANDANTE
“As mulheres estão conquistando cada vez mais espaço na Força Aérea Brasileira. Só em pensar
que, em 2002, o efetivo da FAB era composto por, apenas, 3.249 mulheres e que hoje em dia, já somam
9.250, isso mostra o quanto elas têm se esforçado para ajudar na defesa do país. (P) E, aos poucos, elas
alcançam patentes cada vez mais altas. Já existem, inclusive, mulheres Tenente-Coronel e, este ano, as
primeiras aviadoras chegam ao posto de Capitão. É bem possível que, no futuro, tenhamos mulheres
Coronel e, quem sabe, possam chegar ao posto de Oficial-General.”
(NOTAER, ano XXXVII/nº3, março de 2014, p.3)
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Com base nos textos lidos e gráficos analisados, contidos na prova de Língua Portuguesa, no perfil
de mulheres por eles apresentado e na discussão por eles suscitada, escreva um texto dissertativo-
argumentativo, problematizando a questão do aumento do número de mulheres no mercado de
trabalho.
Atenção:
• Considere os textos anteriores como motivadores e fonte de dados. Não os copie, sob pena de ter a
redação zerada.
• A redação deverá conter no mínimo 100 (cem) palavras, considerando-se palavras todas aquelas
pertencentes às classes gramaticais da Língua Portuguesa.
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• Recomenda-se que a redação seja escrita em letra cursiva. Caso seja utilizada letra de forma (caixa alta),
as letras maiúsculas deverão receber o devido realce.
• Utilize caneta de tinta preta ou azul.
• Dê um título à redação.
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• monitoramento e controle das emissões dos gases de efeito local e de efeito estufa dos modos de
transporte motorizado, facultando a restrição de acesso a determinadas vias em razão da
criticidade dos índices de emissões de poluição.
(Disponível: <https://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/planejamento-ambiental-e-territorial-urbano/urbanismo-
sustentavel/mobilidade-sustent%C3%A1vel.html> Acesso em 26 mai. 2020)
TEXTO II
Os desafios da mobilidade urbana sustentável
Na América Latina, a maior fonte de emissão de gases de efeito estufa são os meios de transporte.
Por isso, não é possível dissociar os problemas de mobilidade das mudanças climáticas, explica Ilan
Cuperstein, vice-diretor para América Latina da organização C40. A rede internacional é formada por mais
de 90 cidades que se comprometeram a zerar as emissões até 2050. “Para isso, várias mudanças drásticas
têm que ser feitas: utilização apenas de veículos limpos; maior uso do transporte não motorizado, através
de bicicletas, mais viagens a pé, patinete; todo tipo de transporte novo”, argumenta.
Segundo os especialistas, os novos modais não são a solução para os problemas de mobilidade.
Eles são parte da solução. É o caso da bicicleta, mas também de novos sistemas como o BRT (Transporte
rápido por ônibus) - uma criação de Curitiba que ganhou o mundo - ou o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos),
do Rio. O projeto carioca seguiu a tendência mundial de humanizar os grandes centros, tornando-os mais
amigáveis para os pedestres. “Evidentemente o automóvel esgotou, e as novas gerações já não têm o
mesmo sonho de ter um primeiro automóvel. Eles se viram muito bem com o Uber, taxi, caronas, de outra
maneira. Lentamente, a cultura está mudando e é necessário aproveitar essa mudança para traçar um
projeto de futuro”, aposta o filósofo Rogério da Costa, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
(Disponível em: <https://tvbrasil.ebc.com.br/caminhos-da-reportagem/2019/05/os-desafios-da-mobilidade-urbana-
sustentavel> Acesso em 26 mai. 2020)
TEXTO III
Atitudes simples, porém indispensáveis
Uma campanha do DETRAN/RS, intitulada “Trânsito Seguro: o Motorista Consciente”, expressa a
necessidade de todos fazerem sua parte no trânsito, sejam pedestres, ciclistas, motociclistas ou
motoristas. Nela, o departamento sinaliza para a importância de adotar práticas mais seguras para que a
qualidade de vida das pessoas seja garantida. A campanha elabora, ainda, uma lista com várias atitudes
necessárias para a segurança no trânsito.
Tais atitudes são simples e não causam quaisquer dúvidas quanto à sua realização. Uma delas, por
exemplo, é a orientação para parar no sinal vermelho. Outras, com o mesmo grau de complexidade, são
sinalizar antes de realizar qualquer manobra, não usar celular ao dirigir, dar a preferência para
ambulâncias e outros veículos de emergência e, ainda, parar a cada 4 horas em casos de viagens longas.
Outras recomendações, como ligar o pisca alerta e usar o triângulo em caso de parada causada
por problemas no veículo, deixar a distância de 5 metros das esquinas ao estacionar, manter distância
segura de outros veículos, usar farol baixo em dias chuvosos ou de neblina, também são feitas. Por fim,
mas não menos importante, outras sugestões essenciais são não consumir estimulantes ou energéticos
se for dirigir e, a recomendação mais feita em todos os lugares, se for dirigir, não beber. Neste caso, é
importante ficar, pelo menos, 8 horas sem assumir o volante.
Como se pode perceber, existem várias práticas para colaborar com um trânsito melhor. Muitas
delas são atitudes básicas de segurança e apreço ao próximo. Basta ter consciência de que tomar medidas
de precaução contribui para a manutenção da paz e da segurança em um espaço utilizado por todos os
cidadãos que, como tais, devem exercer a cidadania em todas as atividades do seu dia a dia, em prol de
uma vida com mais respeito e tranquilidade.
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TEXTO IV
Integração de modais de transporte é o futuro
A solução para a nova mobilidade urbana passa pela integração dos transportes. Esqueça aquele
conceito de uma única forma de deslocamento. Vou de carro, vou de ônibus ou vou de bicicleta. Ficou no
passado. As integrações são o presente e serão o futuro das cidades. E os sistemas de compartilhamento
de carros, bicicletas e patinetes – e também de ônibus regular, como já vem surgindo – são os propulsores
dessa mudança. Que veio para ficar. Isso é consenso.
Além do caminhar, mesclar diferentes tipos de transporte para chegar de um ponto a outro ficou
fácil e pode ser bem mais barato. A sociedade começa a perceber isso. As bicicletas públicas
compartilhadas têm números animadores – crescimento de viagens superior a 300%, como é o caso do
BikePE. Os sistemas dockless (sem estação) – patinetes elétricos e bicicletas – também crescem no País,
apesar da polêmica que os envolve. Estudos começam a comprovar a constatação das ruas. Pesquisa do
Instituto Ipsos e da 99 realizada nas cinco regiões do País, em junho, constatou que o brasileiro utiliza, em
média, três modais diferentes durante a semana. E que a predominância na integração ainda é da
caminhada – 13,9% dos entrevistados afirmaram que antes ou depois de usar um app de transporte
privado caminhavam. Mas a utilização integrada com o transporte coletivo é forte – 10,2% – e com o
automóvel é relevante – 9%.
A avalanche de alternativas de transporte dos últimos anos também está provocando um outro
fenômeno: desmistificando o automóvel e os valores sociais que sempre o envolveram. Outra pesquisa,
realizada em 2018 pelo Instituto Clima e Sociedade (ICS), entidade que financia projetos e estudos
sustentáveis no País, mostrou que, de fato, o passageiro que hoje utiliza os aplicativos de transporte
privado era usuário do transporte público (ônibus, metrô ou trem) – uma média de 50% das pessoas –,
mas revela uma fuga do carro – entre 20% e 30% dos passageiros afirmaram que antes de usar um app
com frequência tinham o automóvel como principal transporte.
(Disponível em: <http://especiais.jconline.ne10.uol.com.br/novarotacao/integracao-de-modais-de-transporte-e-o-
futuro.php> Acesso em 26 mai. 2020)
TEXTO V
Acessível para quem? Como o transporte divide ricos e pobres na cidade brasileira
Joana Barros e Michael Batty; Especial para a BBC Brasil.
14 outubro 2016
O objetivo básico do transporte é o de melhorar a conexão entre as pessoas, mas, muitas vezes,
ele só faz aumentar a divisão social
As cidades brasileiras estão entre as mais divididas do mundo. Sempre foram espacialmente
segregadas.
Assim, um dos desafios que elas têm é aumentar o acesso a empregos e oportunidades e criar
comunidades que supram, de forma efetiva, necessidades de serviços locais.
Para tanto, um planejamento de transporte integrado, incluindo diferentes modais, é uma
prioridade urgente.
Grandes cidades brasileiras como São Paulo não se beneficiaram de investimentos no setor
ferroviário, particularmente em sistemas de metrô subterrâneos, equivalentes aos ocorridos em grandes
cidades de países desenvolvidos e também do Sudeste Asiático.
É importante compreender que altos investimentos são necessários para que essas cidades
funcionem efetivamente. Somente dessa forma a segregação que dominou o passado pode ser reduzida,
AULA 06 – REDAÇÃO 32
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permitindo que cidades brasileiras alcancem o desenvolvimento econômico que cidades no Norte Global
já atingiram há muitos anos.
(Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-37572962> Acesso em 26 mai. 2020)
Com base nos textos de apoio e em seus conhecimentos gerais, construa um texto dissertativo-
argumentativo, em terceira pessoa, de 25 (vinte e cinco) a 30 (trinta) linhas, sobre o tema:
“Desafios na implantação de um modelo de mobilidade urbana sustentável”
(EPCAR – 2015)
TEXTO I
Mais de um século após abolir a escravatura, Brasil e EUA apenas agora começam a reconstruir a
história de seus heróis negros.
Doze anos de escravidão, produção do diretor britânico Steve McQueen, entrou para a história do
cinema ao ganhar o Oscar de Melhor Filme, na premiação do último dia 2. É o primeiro filme de um diretor
negro a ganhar a estatueta. (…)
Antes do filme, lançado no ano passado, quase ninguém conhecia a história de Salomon Northup,
negro livre e bem-educado de Nova York. Em 1842, ele foi sequestrado e forçado à escravidão, por 12
anos, em fazendas no sul dos Estados Unidos. Resgatado por seus amigos brancos, Northup lutou pela
abolição da escravatura e contou sua história a um escritor de livros, David Wilson. O texto foi encontrado
e reeditado em 1960, sem grande repercussão, até chegar às mãos de McQueen. “Minha ideia era
transformar Northup num herói, porque ele é um verdadeiro herói americano”, disse o cineasta.
A consagração do filme, ao mesmo tempo, serviu para realçar como a escravidão de negros,
abolida nos Estados Unidos há 148 anos e no Brasil há 125, ainda é pouco conhecida. No Brasil, por mais
de um século, prevaleceu a crença de que seria improdutivo vasculhar o passado dos negros. Os arquivos
sobre a escravidão, dizia-se, perderam-se em 1890. (…)
“A carência e a imprecisão de registros históricos reduziu o brilho de heróis nacionais”, diz Patrícia
Xavier, mestre em história social pela PUC, SP. Em sua tese de mestrado, Patrícia estudou a vida de
Francisco José do Nascimento, O Chico da Matilde, líder abolicionista morto em 6 de março de 1914 –
portanto, há 100 anos. Sua vida também daria um filme. Negro livre, Chico trabalhava como prático no
porto da província do Ceará. Segundo relatos da época, em 1881, Chico liderou os jangadeiros, ao se
recusar transportar escravos. Influenciado pela insurreição dos jangadeiros, o Ceará aboliu a escravidão
em 1884, quatro anos antes da Princesa Isabel assinar a Lei Áurea. (...)
O resgate histórico do período de escravidão ganha força à medida que documentos são
descobertos e que a sociedade ganha distanciamento. Um século e meio de abolição é pouco tempo,
mesmo para países jovens como EUA e Brasil. O diretor Steve McQueen pôde usar, em seu filme, fazendas
do Mississippi onde houve a escravidão. O tronco onde dois escravos são espancados, na obra de ficção,
foi usado para o chicoteamento, um século atrás. “Aquelas árvores viram tudo”, diz McQueen. Método
de trabalho largamente empregado na Europa, na Ásia e na África, a escravidão foi extinta apenas na
década de 1980 em países como Serra Leoa. Suas feridas continuam abertas.
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TEXTO II
ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA
O trabalho escravo de hoje pouco lembra aquele de outrora – com trabalhadores acorrentados ou
castigados sob desmandos vários. Mas nem por isso ele é menos cruel. Senzalas foram substituídas por
barracos imundos. Correntes foram trocadas por regimes inescapáveis de servidão. O próprio sítio do
MPT - Ministério Público do Trabalho – traz uma página especialmente dedicada ao assunto; “ trabalho
forçado, servidão por dívidas, jornadas exaustivas ou condições degradantes como alojamento precário,
água não potável, alimentação inadequada, falta de registro, maus-tratos e violência” são alguns dos itens
elencados pelo órgão.
(Kugler, Henrique: Ciência Hoje, número 309/vol 52/ novembro de 2013, pág.37)
TEXTO III
“A moradia e o local de trabalho se confundiam. A casa que servia de base para a oficina de Mário
chegou a abrigar, no início de 2010, onze pessoas divididas em apenas três quartos. Além do trabalho de
costura, eram forçadas a preparar as refeições e a limpar a cozinha. E, devido ao controle rígido de Mário,
tinham exatamente 1 hora para fazer todos esses serviços (das 12h às 13h) e voltar ao trabalho de costura.
(R) Até o tempo e a forma do banho dos empregados que era com água fria seguiam as regras
estabelecidas pelo dono da oficina. Obrigatoriamente, o banho era tomado em duplas (junto com outra
colega de trabalho), durante contados 5 minutos para poupar água e energia.”
(Disponível em http://reporterbrasil.org.br/2010/11/costureiras-saoresgatadas-de-escravidao-em-acao-inedita/ Acesso em
22/05/2013.)
TEXTO IV
VOZES-MULHERES
AULA 06 – REDAÇÃO 34
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A minha voz ainda (EVARISTO, Conceição. “Poemas”. In: Cadernos negros – Poemas.
São Paulo: Quilombhoje/ Edição dos autores, nº13, 1990, p.32-
ecoa versos perplexos 33.)
PROVA DE REDAÇÃO
TEXTO I
Maria acorda cedo, levanta-se antes do sol. Pega duas conduções para chegar a um bairro grã-fino,
onde trabalha. Chega à casa exausta. Sabe que a vida pode ser mais do que isso. Maria tem um sonho:
dar um destino melhor para seus pais. É bonita, a Maria! E um dia recebe uma proposta para trabalhar
em uma boate na Espanha. Desconfia, mas o dinheiro é tanto, dizem. Pode garantir o futuro. Sem saber
o que a espera, resolve arriscar. Maria ainda não sabe, mas terá o mesmo destino de outras 75 mil
brasileiras que foram traficadas na Europa. Assim que chegar à boate combinada, ficará sabendo que deve
a passagem. Seu passaporte será retido pelos cafetões, para que ela não fuja. Do dinheiro prometido, não
vai ver a cor.
(Disponível em http://reporterbrasil.org.br/2005/09/quando-o-sonho-vira-pesadelo/. Acesso em 23/02/2013)
TEXTO II
Cativos em números
Como medida preventiva para a situação acima descrita, O MPT (Ministério Público do Trabalho)
publicou uma cartilha especial para esclarecer a questão intitulada:
Utilizando o tema da cartilha acima citado, desenvolva um texto dissertativo sobre ele.
AULA 06 – REDAÇÃO 35
Prof.ª Celina Gil
Atenção:
• Considere os textos anteriores como motivadores e fonte de dados. Não os copie, sob pena de ter a
redação zerada.
• A redação deverá conter no mínimo 100 (cem) palavras, considerando-se palavras todas aquelas
pertencentes às classes gramaticais da Língua Portuguesa.
• Recomenda-se que a redação seja escrita em letra cursiva. Caso seja utilizada letra de forma (caixa alta),
as letras maiúsculas deverão receber o devido realce.
• Dê um título à redação
TEXTO I
Há um vácuo jurídico acerca do tema segurança pública, avalia Renato Sérgio de Lima, diretor-
presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
"Nossa Constituição não diz o que é segurança pública, nenhuma lei diz que segurança pública é
proteger a população ou investigar criminoso, só diz por quem a segurança vai ser exercida", disse ele à
BBC Brasil.
"Então segurança é um conceito que ganha significado no dia a dia da prática policial. Se olharmos
para a história das instituições policiais hoje, muitas estão reguladas por outro conceito de segurança, que
é a manutenção de um modelo de ordem pública, de uma situação em que o Brasil tem um inimigo
interno. A lógica é que o tráfico é o inimigo a ser combatido e deixamos de lado uma série de problemas
ligados à preservação da vida", explica.
Para Lima, um bom conceito de segurança pública seria prevenção, investigação e punição de
responsáveis por atos de violência e criminalidade e administração de conflitos para garantir direitos
básicos da população para que ela possa exercer outros direitos da cidadania, como sair de casa, ir ao
médico e trabalhar.
(Adaptado de 5 razões por trás da crise de segurança pública no Brasil. Disponível em:
<https://www.bbc.com/portuguese/brasil38909715> Acessado em 23 mar. 2020)
TEXTO II
AULA 06 – REDAÇÃO 36
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urbanos, a segurança privada vem atender a demandas sociais existentes e cada vez mais comuns no
mundo contemporâneo, assumindo em muitas localidades funções complementares com a segurança
pública.
Ao mesmo tempo em que temos essa grande evolução na criminalidade, o contexto metropolitano
passou por grandes transformações nas últimas décadas. Além do crescimento acelerado das periferias
urbanas em meio a uma grande precariedade estrutural decorrente do processo de rápida urbanização,
que se deu à margem de um desenvolvimento econômico capaz de sustentar esta crescente demanda
populacional, desenvolveram-se nos grandes centros novos padrões de comércio, moradia, trabalho e
lazer, verificados, como já observado, no surgimento em larga escala dos espaços privados abertos para
o público. Além desses espaços, nesse período há uma grande disseminação dos condomínios residenciais
e centros comerciais, que requerem grande investimento privado em segurança.
TEXTO III
Um dos direitos básicos dos cidadãos de uma determinada região, a segurança pública é um
serviço que visa proteger as pessoas e os seus bens, evitar a ocorrência de delitos e crimes, e possibilitar
a vida em harmonia nos espaços públicos. A segurança privada, por sua vez, tem o objetivo de preservar
patrimônios privados e as pessoas que neles passeiam, residem ou atuam profissionalmente.
Infelizmente, nas grandes cidades brasileiras, e até mesmo nos municípios interioranos, a
criminalidade e a falta de segurança suficiente têm imperado. Por isso, existe grande demanda por
profissionais que desejam atuar na área, tanto oferecendo segurança para as pessoas, bens e instituições,
quanto criando e gerenciando políticas e projetos que visem melhorar a situação e diminuir a insegurança.
TEXTO IV
Em 2016, o relator especial da ONU (Organização das Nações Unidas) para execuções sumárias,
arbitrárias e extrajudiciais, Christof Heynz, recomendou um maior controle, por parte dos governos, dos
serviços de segurança particular. Ele disse, então, que o “uso desregulado ou inadequado da força por
provedores privados de segurança pode comprometer gravemente a proteção do direito à vida”.
O alerta surge em um momento em que a ONU reconhece que os serviços de vigilância privativos
se tornaram um grande mercado ao redor do mundo. “Os Estados são os principais responsáveis pelo
cumprimento dos direitos humanos.
Em muitos países, há mais agentes privados de segurança do que públicos. Segundo a ONU, isso
ocorre em locais como a Guatemala (onde existem seis seguranças particulares para cada policial), Índia
(cinco para um), África do Sul (dois e meio para um) e Estados Unidos (mais de dois para um).
AULA 06 – REDAÇÃO 37
Prof.ª Celina Gil
“A ampliação do setor de segurança privada levanta a questão se seus provedores devem atender
aos mesmos padrões da segurança pública no que tange ao uso da força, e se o mesmo nível de
responsabilização toma lugar em casos de abuso de poder”, sustenta o relatório.
Com base nos textos de apoio e em seus conhecimentos gerais, construa um texto dissertativo-
argumentativo, em terceira pessoa, de 25 (vinte e cinco) a 30 (trinta) linhas, sobreo tema:
A Internet é livre e aberta a qualquer pessoa para que ela possa postar e criar conteúdos que, às
vezes, são inadequados para crianças e adolescentes. Com isso, entende-se a preocupação dos pais sobre
o que é visto pelos filhos na web. É realmente importante estar atento aos conteúdos acessados por eles
e com quem se comunicam na rede. Algumas vezes, os pais avaliam a possibilidade de instalar alguns
programas que possam controlar o acesso de a algo impróprio. Porém, estes serviços de monitoramento
podem não ser a melhor medida de controle, uma vez que isso pode enfraquecer o laço de confiança que
existe com os filhos.
Considerando esse aspecto, a orientação para boas escolhas na rede entra como prioridade em
relação ao uso de tecnologias que restringem acesso na web, mesmo que esses sistemas também sejam
adotados. Construir uma relação de diálogo, onde se possa conversar abertamente sobre diferentes
temas, em especial aos que se referem à sexualidade e à privacidade é essencial.
O mais recomendado é que a criança ou o adolescente possa ser escutado sobre a exposição que
ela/ele faz de si na rede, que tipo de contatos realiza, com quem conversa, que conteúdos acessa e que
sentimentos demonstra nessa relação com a vida virtual. É preciso ter habilidade para falar sobre assuntos
que envolvem sentimentos de vergonha ou talvez coisas que, para eles, ainda estejam confusas. Construir
um vínculo de confiança é a chave para proteger os filhos de alguns perigos, existentes também nos
ambientes digitais.
TEXTO 2
Enquanto 21% dos jovens entrevistados contam tudo o que acessam na internet para os pais, cerca
de 42% mantêm alguma privacidade e outros 12% não contam nada
AULA 06 – REDAÇÃO 38
Prof.ª Celina Gil
Muito do que é feito na internet pelos adolescentes brasileiros é escondido dos pais, que imaginam
ter o controle das ações dos filhos. Essa foi uma das conclusões de uma pesquisa feita pelo Portal
Educacional, divulgada nesta quinta-feira.
Enquanto 21% dos jovens entrevistados contam tudo o que acessam na internet para os pais, cerca
de 42% mantêm alguma privacidade e outros 12% não contam nada. Enquanto isso, apenas 28% dos pais
dizem que não controlam os conteúdos acessados pelos filhos e outros 72% acreditam controlar esse
conteúdo de forma total ou parcial.
A pesquisa "Este Jovem Brasileiro" é feita anualmente e conta com a participação de jovens
estudantes, pais dos alunos e professores. Neste ano, o projeto contou com mais de 4 mil estudantes -
95% deles com idade entre 13 e 16 anos -, mais de 300 pais e cerca de 60 profissionais da educação. O
estudo foi feito em 36 escolas particulares de 14 Estados do País.
A pesquisa mostrou também que mais de 90% dos jovens começaram a acessar as redes sociais
com 12 anos ou menos, e 86% admitem já ter mentido a idade para acessar conteúdo proibido para
menores de 18 anos. Quase 95% acessam a internet todos ou quase todos os dias.
Além disso, 22% dos jovens já ficaram, 11% já namoraram e 5% já tiveram relações sexuais com
pessoas que conheceram na rede. Embora a maioria dos pais seja contra esse tipo de comportamento,
apenas 1% sabe que os filhos tiveram relacionamentos que começaram online.
TEXTO 3
Os pensamentos me chegam de forma inesperada, sob a forma de aforismos. Fico feliz porque sei
que Lichtenberg, William Blake e Nietzsche frequentemente eram também atacados por eles. Digo
"atacados" porque eles surgem repentinamente, sem preparo, com a força de um raio. Aforismos são
visões: fazem ver, sem explicar. Pois ontem, de repente, esse aforismo me atacou: "Há escolas que são
gaiolas. Há escolas que são asas".
Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros
engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-las para onde quiser. Pássaros
engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em voo.
Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo
já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.
Com base nos textos da prova de Língua Portuguesa, bem como no seu conhecimento de mundo,
escreva um texto dissertativo-argumentativo, em prosa, sobre o seguinte questionamento:
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Prof.ª Celina Gil
Considerações finais
Não deixe de produzir as redações e enviá-las para correção. É muito importante que você não
acumule redações para a última hora, pois não teremos tempo para corrigir.
Na próxima aula, vamos nos aprofundar ainda mais no estudo de coesão e coerência, pensando
também alguns aspectos gramaticais.
Qualquer dúvida estamos à disposição no fórum ou nas redes sociais.
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