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Transições do

conhecimento
“Penso logo existo”. DESCARTES
• Privilegiar as ciências naturais [ou exatas e tecnológicas] por sua objetividade, por seus
métodos quantitativos e por seu conhecimento explicativo e monotécnico é mutilar o
conhecimento. Essa visão é fechada sobre si mesma: monopolizada, unidimensional e
abstrata. Julga-se possuir a verdade e a capacidade de explicar cientificamente a
realidade.
Transição do conhecimento
Paradigma dominante XVI até 2ª. GM

Paradigma sustentabilidade 1972 conferência de Estocolmo até hoje

Paradigma emergente crises econômicas anos 2008 até hoje.

Fatos históricos:
Segunda Guerra e as bombas atômicas;
Livro Primavera Silenciosa de RACHEL LOUISE CARSON,
Primeira conferência ambiental do mundo foi a Conferência de Estocolmo, organizada pelas
Organização das Nações unidas (ONU) em 1972.
Transição paradigmática da tecnologia
http://www.ihu.unisinos.br/159-noticias/entrevistas/588212-revolucao-4-0-nao-encontraremos-na-historia-momentos-de-forte-correlacao-com-o-que-
viveremos-entrevista-especial-com-joao-roncati

1ª. e 2ª. RI 3ª. e 4ª. RI


I. Base energética: carvão/petróleo • Base energética: energias renováveis
espalhadas por todo o mundo: solar, eólica,
geotérmica, de biomassa e das ondas.
• Mão de obra: século XX conquista de
II. Mão de obra: poucos direitos
direitos
sociais; baixa escolaridade; • Século XXI direitos flexibilizados
surgem os sindicatos e • Jornadas de 6 horas França
conquistam as jornadas de • Precarização do trabalho
trabalho. • Org da produção Toyotismo; Volvismo, Vale
do Silício;
III. Org da produção • Deixamos o fordismo?
manufaturas/fordismo • Caminhamos para a 5ª. RI?
RAZÃO MODERNA/CIÊNCIA MODERNA
método científico moderno.
4.REAVALIAÇÃO (OBSERVAÇÃO DE
1.OBSERVAÇÃO DE DADOS (exige DADOS ANÁLISE E CONSTRUÇÃO DE HIPÓTESES
inserção na lógica científica) CONTRAPOSIÇÃO
EXPERIMENTO).
COM AS TEORIAS/ REALIZAR

2. ANÁLISE E CONSTRUÇÃO DE 5.COMITES DE ÉTICA.


HIPOTESES 6.REPORTAR AS DESCOBERTAS
3.CONTRAPOSIÇÃO COM AS NO DEBATE COM A
TEORIAS COMUNIDADE CIENTÍFICA
3. REALIZAR EXPERIMENTO 7.REAVALIAÇÃO/COMITÊ ÉT
ICA/COMUNIDADE CIENTÍFICA
8. VOLTA AO PONTO 1.
dominante sustentabilidade emergente
Método científico Método científico Método científico
Observação/ Observação/ Observação/
instrumentos/ instrumentos/análise de instrumentos/análise de
análise de dados/ dados/ dados/
comunidade científica e
comunidade científica movimentos sociais
Linguagem Linguagem matemática Linguagem matemática e
matemática e das ciência humanas e das ciência humanas e
sociais sociais em diálogo com
saberes sociais e
tradicionais.
Neutralidade/ Neutralidade/ Racionalidade e
Objetividade/ Objetividade/ objetividade devem
Racionalidade/ Racionalidade/ conviver com a crítica:
especialização Especialização/ 1.Não existe neutralidade
ética 2.A ciência deve observar
sustentável/antropocêntrica o lado dos mais
vulneráveis na sociedade
3. Em um compromisso
com é com um ética da
responsabilidade histórica
(HANS Jonas) visando as
gerações futuras (carta da
Terra Conferência Rio 92)
Natureza como matéria
prima: utilitarismo
Do utilitarismo ao holismo: biocêntrica
• Utilitarismo
• Antropocêntrica
• Biocêntrica/holística/planeta mãe/natureza como família.

“A “civilização” moderna produziu um distanciamento do homem da natureza, da


terra, das experiências em comunidade. Abandonamos a importância da memória
coletiva, das heranças culturais, das danças, das festas e das vivências sociais.
Criamos uma sociedade de ausências, insensíveis para as experiencias humanas
afetivas, do canto, do brincar, da alegria. Isso se evidencia nos índices de
insatisfação humana mesmo com tanto acesso a recursos materiais, nos elevados
índices de transtornos psicológicos, suicídios e a busca inatingível por prazeres
efêmeros, relacionados a esfera material (...)! “ Ailton Krenak
https://outraspalavras.net/descolonizacoes/ailton-krenak-e-a-busca-da-totalidade-cosmica/
Paradigma dominante
• A natureza é tão só extensão e movimento; é passiva, eterna e reversível,
mecanismo cujos elementos se podem desmontar e depois relacionar sob
a forma de lei; não tem qualquer outra qualidade ou dignidade que nos
impeça de desvendar os seus mistérios, desvendamento que não é
contemplativo, mas antes ativo, já que visa conhecer a natureza para a
dominar e controlar. A matemática fornece à ciência moderna, não só o
instrumento privilegiado de análise, como também a lógica da
investigação, como ainda o modelo de representação da própria estrutura
da matéria. (...) Deste lugar central da matemática na ciência moderna
derivam duas consequências principais. Em primeiro lugar, conhecer
significa quantificar.
Paradigma dominante
O rigor científico afere-se pelo rigor das medições. (...) O que não é
quantificável é cientificamente irrelevante. Em segundo lugar, o método
científico assenta na redução da complexidade. (...) Conhecer significa
dividir e classificar para depois poder determinar relações sistemáticas entre
o que se separou. (...) As leis da ciência moderna são um tipo de causa
formal que privilegia o como funciona das coisas em detrimento de qual o
agente ou qual o fim das coisas. É por esta via que o conhecimento
científico rompe com o conhecimento do senso comum (SANTOS, 2000, p.
62-64).
Paradigma da sustentabilidade
• “É claro que a comunidade científica mundial já está trabalhando
arduamente nos estudos sobre mudanças globais e clima mundial, assim
como em vários outros aspectos relativos ao meio ambiente. Ela já
estabeleceu, e continuará adicionando, muitas estruturas e sistemas que
relacionam o trabalho nas ciências naturais à tecnologia e outras facetas
envolvidas na produção das principais transformações da sociedade.
Tais esforços precisam ser apoiados e fortalecidos — mais do que criar
sistemas institucionais totalmente novos, com seus custos e defasagens
concomitantes. A consciência científica internacional está alerta, e
trabalhará para a otimização dos- recursos, tanto físicos quanto morais,
necessários para o estabelecimento do desenvolvimento sustentável”
• MENON, MGK. O papel da ciência no desenvolvimento sustentável
Paradigma emergente
• O paradigma emergente constitui-se em redor de temas que
em dado momento são adotados por comunidades
interpretativas concretas como projetos de vida locais, sejam
eles reconstituir a história de um lugar, manter um espaço
verde, construir um computador adequado às necessidades
locais, fazer baixar a taxa de mortalidade infantil, inventar um
novo instrumento musical, erradicar uma doença (...). Essa
nova ciência é tradutora, incentiva os conceitos e as teorias
locais a emigrarem para outros lugares – conhecimento sobre
as condições de possibilidade, pluralidade metodológica.
Paradigma sustentabilidade
MENON, MGK. O papel da ciência no desenvolvimento sustentável. Estud. av. , São
Paulo, v. 6, n. 15, pág. 123-127, agosto de 1992. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
40141992000200010&lng=en&nrm=iso>. acesso em 09 de março de 2021.
https://doi.org/10.1590/S0103-40141992000200010 .

Paradigma dominante e emergente:


A CRÍTICA DA MODERNIDADE E CRISE DOS PARADIGMAS REVISITADAS:
CONSTRUÇÃO COLETIVA COMO ALTERNATIVA DE PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO
CIENTÍFICO
Albino Alves Simione

Obras de arte
BOURGUIGNON, Cristiane Palma e SARMENTO, Priscila Bueker PENSANDO O
GRAFFITI COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO: PRODUÇÃO DE SENTIDOS NO
TERRITÓRIO SIMBÓLICO-IDENTITÁRIO DA RUA DOI: 10.12957/periferia.0.30879 v. 11, n.
1, p. 304-324, jan./abr. 2019 Periferia, v. 11, n. 1, p. 304-324, jan./abr. 2019
https://laparola.com.br/a-era-da-liquidez-conexoes-liquidas
http://obviousmag.org/fotografia/
Rosa de Hiroshima
Vinicius de Moraes

• Pensem nas crianças • Mas, oh, não se esqueçam


Mudas telepáticas Da rosa da rosa
Pensem nas meninas Da rosa de Hiroshima
Cegas inexatas A rosa hereditária
Pensem nas mulheres A rosa radioativa
Rotas alteradas Estúpida e inválida
Pensem nas feridas A rosa com cirrose
Como rosas cálidas A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada.
TSURU.

http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2015/08/passaros-simbolizam-superacao-de-hiroshima-e-nagasaki-apos-ataques.html
Divulgação científica no cenário das
• Resta saber até que ponto as iniciativas de divulgação
científica têm auxiliado naampliação do exercício da cidadania,
possibilitando uma escolha informadasobre as opções e os
padrões de desenvolvimento científico-tecnológico,ou se, ao
contrário, elas têm contribuído para criar necessidades
artificiais impostas por modelos sociotecnocráticos e mercantis
hegemônicos.
• Ci. Inf., Brasília, v. 25, n. 3, p. 396-404, set./dez. 1996403
Assim, dado aos grandes impactos e implicações da ciência
no cotidiano de todas as pessoas, não basta apenas produzir
pesquisas e aplicá-las. É necessário hoje, mais do que nunca,
que os resultados dessas atividades e seus desdobramentos
tecnológicos, socioeconômicos, políticos e culturais sejam
levados ao conhecimento de todas as pessoas, como
condição para o exercício cada vez mais consciente da
cidadania. Nesse sentido, a divulgação científica criteriosa
ganha um papel de destaque, devendo ressaltar
contribuições importantes da parte de competentes
jornalistas e/ou cientistas e outros intelectuais das diversas
áreas
Os objetivos da divulgação científica por serem
distintos da própria ciência selecionam alguns
conteúdos entre várias possibilidades. A divulgação
científica também tem seus critérios associados ora a
linha editorial das empresas de comunicação, ora ao
grau de especialização do jornalista, ora ao grau de
comprometimento do cientista com a cidadania.
Desenvolvimento e barreira educacionais
• A inserção e a aceitação da ciência e tecnologia nos países do Sul
se impõem, dada a historicamente comprovada importância dessas
atividades para a humanidade e ante o irrefreável movimento de
globalização em curso.O reconhecimento dessa realidade não é,
infelizmente, suficiente para ultrapassar todos os problemas que os
países menos desenvolvidos enfrentam em relação à divulgação da
ciência e tecnologia, diante de barreiras educacionais e mesmo
culturais à recepção da informação científica (além das barreiras
político-econômicas) e das dificuldades financeiras e institucionais
para odesenvolvimento dessas atividades.
No entanto, as condições que tornam difícil a popularização
da ciência e tecnologia nesse contexto são as mesmas que a
tornam mais relevante para os países em desenvolvimento. É
nesses países que a população leiga mais necessita ter
acesso a informações científicas que se relacionam com
problemas da sua vida cotidiana, como saúde e higiene,
nutrição, uso de fertilizantes e pesticidas etc, bem como que a
instrumentalize para assimilar criticamente e contribuir
criativamente para o avanço científico-tecnológico da
humanidade em geral
Sobre divulgação científica
• Difusão e cultura científica : alguns recortes . PORTO, Cristiane de
Magalhães (Org.). - Salvador : EDUFBA, 2009. 230 p. ISBN 978-85-232-
0619-2

• ALBAG, Sarita científica: informação científica para a


cidadania. Ci. Inf., Brasília, v. 25, n. 3, p. 396-404, set./dez.
1996

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