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HUMANIDADES E CIÊNCIAS SOCIAIS

1º ANO - 2023

PROFESSORA: TAINARA ARAUJO


COMPONENTE CURRICULAR: HUMANIDADES E CIÊNCIAS SOCIAIS
ANO DE ESCOLARIDADE: 1º ANO BIMESTRE: 1º ANO: 2022

NOME DA ESCOLA: ESCOLA ESTADUAL ANTONIO ESTEVES DOS ANJOS


TURMA: 1º ANO 01 e 02 TURNO: DIURNO

SEMANA 1
TEMA: HUMANIDADES E CIÊNCIAS HUMANAS
OBJETIVO: métodos de pesquisa utilizados por essa área do conhecimento.

HABILIDADES RELACIONADAS AO PENSAR E FAZER CIENTÍFICO: (EMIFCG01) Identificar, selecionar, processar eanalisar
dados, fatos e evidências com curiosidade, atenção, criticidade e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias
digitais.

CONTEÚDO: Investigação Científica


HUMANIDADES E CIÊNCIAS SOCIAIS
Vamos conversar um pouco sobre esse componente curricular?

As Ciências Humanas e Sociais dedicam-se a estudar e pesquisar de forma rigorosa a dinâmica


humana notempo e no espaço, na produção dos valores, na vida material e na cultura. Nesse
sentido, destacam-se as trocas, as influências e as disputas no que se refere a procedimentos para o estudo de
questões culturais, socioambientais, econômicas e políticas. Ainda, a formação de territórios e fronteiras e
suas dinâmicas, os fatos históricos nas suas continuidades e/ou rupturas com consequências pessoais, locais,
regionais e globais. Todas essas questões orientam para a compreensão dos desafios de falar do mundo
humano, seja a partir da linguagem cotidiana e prática, para falar o como das coisas, seja utilizando uma
linguagem que tenta ultrapassar a do cotidiano, para interpretar e atuar sobre os acontecimentos (JAPIASSU,
2002).
Quais são as Ciências Humanas e Sociais? Podemos demonstrar de maneira sucinta no
quadro abaixoquais são e a área de atuação. Todas elas têm o foco no ser humano.
Pretende-se com a proposta de estudos, que a reflexão e o debate proporcionem situações para o
desenvolvimento do pensamento crítico, capaz de produzir respostas e promover saberes criativos diante de
questões como: é possível compatibilizar produção e consumo para todos e ao mesmo tempo preservar o
meio ambiente? Quais desafios éticos devemos enfrentar diante da atual dinâmica da produção
tecnológica? Por que algumas pessoas são mais vulneráveis socialmente que outras? Responder a estas e
outras questões, fazer novas perguntas, produzindo respostas e saberes criativos e éticos, deve estar no
horizonte da contextualização, integração e articulação de saberes e conhecimentos das Ciências Humanas
e Sociais. Nesse contexto, não basta descrever o fato ou as relações que podem ser observadas no mundo
humano, mas deve- se também compreender que é possível produzir novos fatos e relações, ter a
consciência de que interpretar já instaura o processo a partir do qual é possível mudar as condições de
existir no mundo. Para isso, precisamos de formação de sujeitos com composição intelectual capaz de
responder aos anseios e oportunidades de efetivação de seu projeto de vida, com autonomia e
protagonismo, e que ao mesmo tempo sejam responsáveis, solidários e cientes da importância do
debatepúblico para o amadurecimento de ideias, bem como, aptos a julgar e propor soluções para
problemas sociais, políticos e ambientais.

Vamos sistematizar as ideias?


Quais as áreas de investigação das Ciências Humanas e Sociais?

Para você essas Ciências têm algum tipo de importância para nossa sociedade? Explique.

Leia os textos com atenção e escreva as contribuições que você percebe das Ciências
Humanas eSociais nos contextos apresentados nos trechos abaixo.

A revista "The Economist" mostrava no início deste ano que as epidemias tendem a ser menos letais em
países democráticos devido à livre circulação de informação. Mas, como as democracias estão cada vez mais
vulneráveis às "fake news", teremos de imaginar soluções democráticas assentes na democracia participativa
no nível dos bairros e das comunidades e na educação cívica orientada para a solidariedade e a cooperação,
não para o empreendedorismo e a competitividade a todo custo (...)

A partir da pesquisa, a equipe do projeto espera obter três resultados principais: acumular dados sobre as
condições de infraestrutura e de conhecimento que envolvam efeitos imediatos da pandemia sobre as
atividades e o cotidiano do ensino médio; desenvolver ações que possam diminuir obstáculos ao ensino; e,
por fim, mostrar a relevância da universidade pública e, em especial, das ciências sociais, com foco na
capacidade de lidar com momentos de conflito.

http://noticias.unb.br/117-pesquisa/4538-pesquisa-da-sociologia-analisa-condicoes-do-ensino-remoto-emergencial-em-
escolas-do-df (acesso em 24/03/21)
POSSIBILIDADES METODOLÓGIAS - O CONHECIMENTO É UM PROCESSO
SEMANA 2
TEMA: POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
OBJETIVO: métodos de pesquisa utilizados por essa área do conhecimento.
HABILIDADES RELACIONADAS AO PENSAR E FAZER CIENTÍFICO: (EMIFCG01) Identificar, selecionar,
processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade, atenção, criticidade e ética, inclusive
utilizando o apoio detecnologias digitais.

CONTEÚDO: Investigação Científica

O conhecimento científico é produto de um


processo de investigação sistemática. Seu caráter Como o conhecimento é
metódico e a visão que as pessoas têm sobre construído?
esse tipo de conhecimento podem
transmitir imobilidade e dogmatismo.

Entretanto, o conhecimento é inacabado, acumulativo e infinito, que representa o real e é historicamente


produzido. Nesse sentido, sua produção é o fruto de inquietações e problemas presentes em sua realidade.
Luckesi e Passos (2002, p. 17) argumentam que “o conhecimento é a compreensão/explicação sintética
produzida pelo sujeito por meio de um esforço metodológico de análise dos elementos da realidade,
desvendando a sua lógica, tornando-a inteligível.” Contudo, o conhecimento deve ser entendido como um
processo infinito, uma vez que a realidade estudada é infinita e que “há uma quantidade infinita das relações
de cada objeto com os outros”.

A compreensão da produção do conhecimento é uma preocupação da sociedade moderna, cuja dinâmica se


a) Sujeito: constrói a
faculdade dainteligibilidade;

b) Objeto: é o mundo exterior ao sujeito;

c) Ato de conhecer: é o processo


de interação que o sujeito efetua com o
objeto (analítico);
organiza em campos que formam um par simultaneamente complementar e oposicional: o conhecimento
d) Conceito (resultado do ato de
oriundo do senso comum e o do conhecimento científico. conhecer):Conhecimento científico:
é aexplicação queépode
intencional,
ser
voluntário e metódico. Sem negar a validade relativa do senso comum, a produção
comunicada (sintética). do conhecimento
científico faz uso obrigatório de alguns recursos metodológicos:

• toma o objeto de estudo como parte de um todo;


• torna o objeto singular como um representante do universal;
• toma o objeto como manifestação aparente de que se necessita desvendar a essência;
• toma o objeto de estudo como resultado de um passado.
Para que se chegasse a esses conceitos, foi necessário um longo desenvolvimento epistemológico
(EPISTEMOLOGIA: é o estudo crítico sobre o próprio conhecimento científico. Busca
compreender como cada ciência constrói seus postulados, organização, funcionamento,
métodos etc., o que define como válido em seu campo de análise. Logo, epistemológico é o
que se refere à teoria do conhecimento. Do grego epistéme / conhecimento), durante o qual a
tríade objeto/ sujeito/conhecimento recebeu diferentes abordagens ao longo do tempo. Isso proporcionou a
criação de “modelos”, predominantes
entre os historiadores em diferentes momentos.

Vamos sistematizar as ideias?

01. Sobre a discussão inicial desta unidade em que se aborda o conceito de ciência e senso comum,
escrevaum parágrafo comentando as diferenças existentes entre esses dois tipos de conhecimento.

02-- “O conhecimento científico é produto de um processo de investigação sistemática”.


Tendo como baseo material lido acima e seus conhecimentos, explique, exemplifique a afirmação acima.

O DISCURSO CIENTÍFICO E SUAS PESQUISAS

Você sabe o que é o discurso científico?


E sobre os tipos de pesquisa que mais utilizamos ao produzir conhecimento?

Ao mesmo tempo educativa e cidadã”. Segundo Patrick Charaudeau, um estudioso dos discursos (maneiras
de se comunicar algo) que circulam na nossa sociedade, o discurso científico é assim definido:
“Socialmente, a divulgação científica participa de uma finalidade que consiste em tornar acessível a um
grande número de indivíduos (divulgar e difundir) os resultados das pesquisas científicas.
Este ato de divulgação não se destina a tornar os indivíduos sábios ou especialistas neste ou naquele tema
científico, mas a lhes permitir melhor conhecer os fenômenos do mundo que nos escapam, a fim de poder
debatê-losquando eles apresentam problemas de ordem moral. Trata- se, então, de uma finalidade.

Fazem parte do discurso científico diversas formas de pesquisas que procuram atestar alguma descoberta
científica.
São elas: a pesquisa bibliográfica, a pesquisa de campo, os experimentos científicos, o
levantamento de dados, dentre outras.

A pesquisa bibliográfica diz respeito às fontes de consulta que já foram escritas anteriormente. Os materiais
podem ser livros, revistas especializadas, jornais etc.
A pesquisa de campo está relacionada à vivência de coleta de dados junto a pessoas, lugares, situações que se
pretende investigar. Você sai da biblioteca e da frente do computador e vai ver de perto aquilo que se
investiga.
O experimento científico pode ser feito tanto em laboratório, com controle de todas as

etapas, quanto na pesquisa de campo. Ambos partem de hipóteses a serem investigadas durante o experimento.
O levantamento de dados pode ser realizado durante todo o experimento científico e, até mesmo, durante a
pesquisa bibliográfica. São as observações de toda a pesquisa
transformadas em números, gráficos, tabelas etc.

EXERCÍCIO PARA RESPONDER:


Vamos analisar o caso do Romualdo, um pesquisador que está prestes a concluir a sua graduação em
Engenharia Química. Ele investiga uma substância que, combinada a outros fatores, pode ajudar na cura
doMal de Parkinson. Qual das alternativas abaixo faz a identificação correta do tipo de pesquisa ao processo
realizado por Romualdo?

A) Romualdo visitou pacientes que foram submetidos a um novo tratamento à base de vitamina B12 e
osobservou durante 10 meses, anotando os resultados observados semanalmente. – Pesquisa de campo.
B) Romualdo analisou estudos anteriores que utilizavam a vitamina B12 para prevenir a demência
futuranos pacientes acometidos pela doença. – Experimento científico.
C) Romualdo analisou estudos anteriores que utilizavam a vitamina B12 para prevenir a demência
futuranos pacientes acometidos pela doença. – Pesquisa bibliográfica.
SEMANA 3
TEMA: MÉTODO CIENTÍFICO
OBJETIVO: métodos de pesquisa utilizados por essa área do conhecimento.
HABILIDADES RELACIONADAS AO PENSAR E FAZER CIENTÍFICO: (EMIFCG01) Identificar,
selecionar, processar eanalisar dados, fatos e evidências com curiosidade, atenção, criticidade e ética,
inclusive utilizando o apoio detecnologias digitais.

CONTEÚDO: Investigação Científica

Vídeo aula: Investigação científica 17mim/

https://youtu.be/6WBT8E9IjE0

O MÉTODO CIENTÍFICO
Pode ser definido como a maneira ou o conjunto de regras básicas empregadas em uma investigação
científica com o intuito de obter resultados o mais confiáveis quanto for possível. Entretanto, o
métodocientífico é algo mais subjetivo, ou implícito, do modo de pensar científico do que um manual
com regrasexplícitas sobre como o cientista, ou outro, deve agir.

Geralmente o método científico engloba algumas etapas como: a observação, a formulação de uma
hipótese, a experimentação, a interpretação dos resultados e, por fim, a conclusão. Porém alguém que
seproponha a investigar algo através do método científico não precisa, necessariamente, cumprir todas as
et O que é hipótese?

Toda investigação científica começa com uma pergunta: "Por que tal fenômeno ocorre?" ou "O que isto tem a
ver com aquilo?"Ao formular determinada pergunta, o cientista tem geralmente um palpite sobrequal é a
resposta. Esse palpite é o que se chama hipótese.

Indução e dedução
Uma hipótese científica não é um palpite qualquer, mas se apoia em informações já existentes sobre
oassunto. Para formular uma hipótese, o cientista analisa, interpreta e reúne todas as informações disponíveis
no momento, processo conhecido como indução.
Existe uma condição fundamental para uma hipótese ter valor: ela precisa ser testável. O cientista imagina
uma situação na qual, se a hipótese for verdadeira, haverá determinada consequência. Assim, a partir da
hipótese, ele faz uma dedução, prevendo o que irá acontecer.
Os cientistas podem, em certos casos, planejar experiências para obter evidências que confirmem ourefutem
suas deduções. Se os resultados dos experimentos ou das observações mostrarem que as deduções estão
erradas, deve-se retroceder e corrigir as hipóteses ou abandoná-las. Já no caso de asprevisões se confirmarem,
as hipóteses vão ganhando suporte, sendo cada vez mais aceitas.

O que é teoria?
Muitas pessoas usam o termo "hipótese" como sinônimo de "teoria", mas isso não é correto. Uma hipótese é
uma tentativa de explicação para um fenômeno isolado, enquanto uma teoria é um conjunto deconhecimentos
mais amplos, que procura explicar fenômenos abrangentes da natureza.

O controle experimental
Quando se testa uma hipótese através da experimentação, o que se faz é comparar os resultados do
grupoexperimental - aquele em que provocamos uma alteração - com os de um grupo controle, no qual não
foi feita intervenção alguma.

As ciências sociais e humanas utilizam o método na investigação científica sobre a realidade


social, ou seja, na aplicação de técnicas de pesquisa científica a situações e problemas
concretos em um contexto social, para os quais se buscam respostas e novos conhecimentos. Com base em
pesquisas e observações, analisam hábitos, costumes, características religiosas,

relações familiares, organização institucional e econômica dos diversos grupos sociais. Estudam fenômenos
como migrações, conflitos sociais, ocupação do espaço rural e urbano e movimentos políticos. Tais
conhecimentos podem ser aplicados na solução de problemas nas áreas de educação,
saúde, ambiente, violência, entre outros.

Diferentes métodos desenvolvidos por cientistas sociais considerados clássicos têm servido de referência
para as análises da sociedade até os dias atuais. São eles:
- Funcionalismo ou método comparativo: considera que um fenômeno social só existe porque tem
uma função na sociedade, estando integrado a um sistema social por meio das instituições que fortalecem o
sentido de coletividade. Autor de referência: Émile Durkheim. Para ele a ordem social se mantém porque
as pessoas respeitam e aceitam as normas impostas. Acreditava que ausência dessas normas leva asociedade
a uma situação caótica e os indivíduos se sentem desorientados.

Método compreensivo: busca compreender os sentidos que o indivíduo dá à vida e às suas ações,
orientando-se pela busca dos valores subjetivos que, partilhados, norteiam determinado grupo social. Autor
de referência: Max Weber.

Materialismo histórico e dialético: considera que na produção da vida material – isto é, dos bens
necessários à sobrevivência da sociedade – são estabelecidas relações de exploração e dominação que têm
reflexo nas esferas políticas e ideológicas de uma sociedade. Autor de referência: Karl Marx. Para ele, a
sociedade devia ser vista como um todo composto pela economia, pela política e pelas ideias (cultura). Essas
partes estariam interligadas, mas a economia teria uma posição de destaque, pois a explicação dos
fenômenos sociais deveria ser buscada nela.

Existem duas abordagens principais para a pesquisa em Ciências Sociais: a pesquisa quantitativa e a
qualitativa, que têm características distintas, porém não excludentes.
Pesquisa quantitativa: A partir da definição de uma amostra representativa do universo
pesquisado, são feitas análises com base em dados numéricos, obtidos por meio da aplicação de
questionários comperguntas objetivas.

Pesquisa qualitativa: Requer um contato direto e pessoal entre o pesquisador e a população observada.
Por meio desse convívio e interação, o pesquisador busca compreender as maneiras de agir e pensar do
grupo, que são analisadas a partir das experiências e impressões vividas em um trabalho de campo.
Observe a situação abaixo e veja a conclusão

Vamos
Você chegasistematizar as ideias?
em casa, cansado da escola e decide ligar a televisão. Ao apertar o botão, no entanto,
nada acontece. Imediatamente, começa a formular hipóteses que expliquem o porquê da TV não
Você já consegue descrever uma ação do dia a dia onde você utilizou um método cientifico?
estar ligando.
Descreva abaixo:
Primeira hipótese: ela não está conectada à tomada. Você, então, observa o cabo de alimentação e vê
que ele está em seu devido lugar. Assim, a primeira hipótese foi refutada.
Segunda hipótese: está faltando energia elétrica. Para testar sua nova proposição, você aperta
ointerruptor de luz ou tenta ligar algum aparelho elétrico. Você observa que não há problemas com a
energia elétrica, e sua segunda hipótese também é refutada.
Parabéns! Você pode não ter descoberto o motivo da sua TV não estar funcionando, mas aplicouo
método científico em uma situação da dia a dia bastante corriqueira.

O cientista, em seu trabalho, é guiado por uma característica humana básica: a curiosidade. Está,
continuamente, tentando explicar os "porquês" e os "comos" das coisas. Albert Einstein (1879- 1955), um
dos maiores físicos da humanidade, comparou o trabalho de um cientista ao de um detetive: reúne uma série
de fatos e, a partir deles, procura entender como ou por que um determinado fenômeno está ocorrendo. O
cientista vai além da simples observação ou confirmação de fatos; ele procura entender por que certos fatos
ocorrem e quais as consequências de sua ocorrência.

EXERCICIOS

01Quando procuramos respostas científicas para um determinado fenômeno que ainda não foi estudado, qual
oprimeiro passo que devemos tomar de acordo com o método científico?
a) Produzir hipóteses. b) Criar uma teoria. ´
c) Fazer deduções. d) Observar e) Generalizar.
02- Quando fazemos afirmações prévias, as quais podem ser verdadeiras ou não, para explicar um
determinado fenômeno, estamos elaborando:
a) uma teoria. b) uma hipótese.

c) uma observação. d) uma lei. e) um modelo.

03- Os passos principais de um método científico incluem a observação, formulação de hipótese, parte
experimental e conclusões. No entanto, outras partes podem ser incorporadas ao desenvolvimento de uma
pesquisa, como controles, variáveis e dados. Por mais que a utilização de controles possa estar relacionada a
todosos passos de uma pesquisa, o valor de um controle serve para avaliar diretamente a:

a) Parte experimental. b) Conclusão.

c) Observação. d) Hipótese

04- A pesquisa científica é a realização de um estudo planejado, sendo o método de abordagem do


problema o que caracteriza o aspecto científico da investigação. Sua finalidade é descobrir respostas para
questões mediante a aplicação do método científico. As afirmativas a seguir estão relacionadas com esse
assunto. Analise-as eassinale a incorreta.

a- A pesquisa sempre parte de um problema, de uma interrogação, uma situação para a qual o repertório
deconhecimento disponível não gera resposta adequada.

b-Toda pesquisa baseia-se em uma teoria que serve como ponto de partida para a investigação.

c- Para solucionar um problema, são levantadas hipóteses que podem ser confirmadas ou refutadas pela
pesquisa.

d-Nenhuma pesquisa pode gerar subsídios para o surgimento de novas teorias.

05- Leia os ditos populares. Após analisar as sentenças (você pode conversar com as pessoas de sua
família), busque informações concretas da realidade social e no quadro ao lado separe as sentenças que
podem ser comprovadas cientificamente. Explique a sua escolha.

A união faz a força.


Água mole em pedra dura,
tanto bate até que fura.
Antes tarde do que nunca.
Aqui se faz, aqui se paga. As
aparências enganam.
Cada cabeça uma sentença.
Cada macaco no seu galho.
Cão que ladra não morde.
De grão em grão, a galinha enche o papo. É
melhor prevenir do que remediar.
Boca fechada não entra mosca.
Quem espera sempre alcança.
Devagar se vai longe.
Gato escaldado tem medo de água fria. Em
terra de cego, quem tem um olho é rei.
SEMANA 4
TEMA: A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E DO OBJETO DE INVESTIGAÇÃO

OBJETIVO: métodos de pesquisa utilizados por essa área do conhecimento.


HABILIDADES RELACIONADAS AO PENSAR E FAZER CIENTÍFICO: (EMIFCG01)
Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade, atenção,
criticidade e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.

CONTEÚDO: Investigação Científica


A construção do conhecimento e do objeto de investigação em Ciências Sociais

Tratar da questão dos métodos e das técnicas de investigação em Ciências Sociais nos leva a considerar,
ainda de que forma breve, o contexto do surgimento das Ciências Sociais como disciplina. Ela se constituiu
num contexto de profundas transformações, que reconfiguraram as diferentes esferas da vida social
(família, divisão do trabalho, religião, Estado etc.) e tornaram-se problemas de investigação. As Ciências
Sociais passam, desde os seus primórdios, a ocupar o lugar de um pensamento que procura dar sentido às
transformações no seu entorno sem se render às interpretações de senso comum.

Nesse sentido, desde a sua criação, colocam-se como desafios analíticos para o cientista social
compreender as transformações de sua própria realidade e distinguir ou aproximar os seus métodos dos
métodos já constituídos das investigações das ciências da natureza. Comparada a Matemática, a geometria,
física, dentre outras da (ciências da natureza), a ciência social é bem recente. Questões sociais como “por
que alguns homens tinham que trabalhar duramente para sobreviver, enquanto outros passavam o tempo,
caçando, fazendo ginástica ou se divertindo”, eram questões atribuídas à natureza das coisas. Diziam que
aquelas pessoas já havia nascidas para realizar determinadas atividades. Outras explicações atribuíam à
desigualdade social à vontade divina. Durante milhares de anos explicações como essas foram socialmente
aceitas. Contudo, a partir do século XVII, algumas transformações ocorridas na sociedade europeia criaram
as condições necessárias para o surgimento, por exemplo, da Sociologia.

Transformações ocorridas que auxiliaram no surgimento das Ciências humanas e sociais

A primeira está ligada a revolução científica iniciada por Isaac Newton (1642 – 1727). Em termos bem
simples, ele colocava a seguinte questão: por que alguns corpos soltos no espaço caem, enquanto outros
não caem? Para responder a esta questão ele criou a lei da gravitação universal.

A lei de Newton revolucionou a ciência, já que ficou confirmado que era possível encontrar leis que
explicassem uma vasta gama de fenômenos. Os filósofos que refletiam sobre a realidade social começaram
a acreditar que se tinha sido possível explicar cientificamente o universo, então seria possível explicar da
mesma maneira a sociedade. As Revoluções Industrial e Francesa foram marcos históricos, que também
acarretaram mudanças nos campos político e econômico, contribuindo para a transformação das sociedades
ocidentais em objeto de investigações científicas. A consciência das desigualdades sociais no século XVIII,
a miséria e a opressão apontavam para a necessidade de uma reorganização da sociedade. Os homens
daquela época
acreditavam que a solução para a situação deveria vir de uma sugestão embasada no conhecimento
científico. Nesse contexto surge a Sociologia.

Vamos sistematizar as ideias?

Hoje, as pesquisas feitas pelas Ciências Humanas e Sociais contribuem significativamente, por exemplo, na
área da saúde.

Faça uma pesquisa da contribuição das Ciências Humanas e Sociais para a interpretação da sociedade
contemporânea. Escreva abaixo.

Acesse ou leia um jornal ou uma revista e retire uma argumentação que recorra a fatores sociais para explicar
um determinado fenômeno. Siga o roteiro abaixo:
A-Nome da fonte de pesquisada

B-Data da publicação da notícia

C-Pequeno resumo da notícia


SEMANA 5
TEMA: Divulgação científica e coleta de dados
OBJETIVO: métodos de pesquisa utilizados por essa área do conhecimento.
HABILIDADES RELACIONADAS AO PENSAR E FAZER CIENTÍFICO: (EMIFCG01)
Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade, atenção,
criticidade e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.

CONTEÚDO: Investigação Científica


O QUE É DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA?

São formas diversas de divulgação científica: revistas, jornais, reportagens etc. As redes sociais também são
ótimos canais de divulgação científica, assim como podcasts, vídeos, visitas a museus, etc. Contudo,
precisamos nos atentar a um certo tipo de divulgação que pretende ser científica, mas não passa de material
falso. Para isso, devemos observar os seguintes tópicos:

- O material foi desenvolvido por cientistas?

Ou foi realizado colaborativamente com cientistas?

Às vezes vemos uma reportagem, realizada por jornalistas, falando sobre Ciência. É necessário investigar
se o que foi apresentado tem o aval de algum cientista da área abordada. “Por mais que a divulgação
científica seja narrada por um apresentador e repassada em uma reportagem, sempre deve haver um
cientista participando ativamente, amparando toda e qualquer informação. Afinal, qualquer pessoa pode
noticiar uma descoberta científica. Já a divulgação científica não só dá a notícia, mas a explica e evita sua
má interpretação.”

As pessoas que divulgaram o conteúdo são pessoas que estudaram e se especializaram no assunto
abordado, ou seja, são cientistas, ou estão apenas emitindo uma opinião? Com o volume de informações
que temos na cultura digital, muitas pessoas estão se tornando “especialistas” em algum assunto apenas
porque leram algo relacionado em uma rede social. Pesquise o nome do(a) cientista que aparece no material
de divulgação. Veja que universidade frequentou, se já divulgou algum estudo antes, se tem o respeito da
comunidade científica. Essas são dicas preciosas para que possamos desmascarar impostor(a)s

“O cientista é o profissional que extrai o seu conhecimento da ciência, a partir de um método sistemático e
reproduzível. Esses profissionais estão presentes nas mais diversas áreas da ciência, como a biologia,
química, física, biomedicina, entre outros. Portanto, são pessoas com propriedade para falar e divulgar
sobre ciência.”- O meio em que ocorreu a divulgação científica é um meio sério? Devemos investigar se a
rede de televisão, jornal, revista, canal no Youtube, página da rede social é um meio sensacionalista, se já
divulgou notícias falsas antes e, principalmente, se há um ou mais cientistas responsáveis ou apoiando a
produção do conteúdo. Se você se deparar com um material de divulgação científica que parece um pouco
absurdo, investigue!
EXERCÍCIO PARA RESPONDER

Dentre os materiais que estão listados abaixo, qual seria o mais sujeito a apresentar informações equivocadas
em se tratando de divulgação científica?

A) Bio na Rua: O Bio na Rua é um projeto idealizado e executado por alunos de graduação e pós-
graduação da Universidade de Brasília. Em parceria com o Laboratório de Aracnídeos na UnB, e sob
orientação do professor Paulo César Motta, do Departamento de Zoologia, este projeto visa promover a
conscientização da população sobre a fauna e flora do cerrado e do Brasil, bem como as demais áreas da
biologia, com uma abordagem didática e interessante de conceitos básicos e temas atuais relacionados à
biodiversidade.

B) Canal no Youtube “Reprogramando o DNA para vencer”. Dois amigos, que se conheceram nas aulas de
Administração da UFMG, perceberam que o ambiente universitário não daria as respostas que eles
desejavam para a vida. Após viajar a vários lugares do planeta, tendo contato com gurus, monges, pajés,
xamãs, Josualdo Nunes e Bruno de Abreu reuniram todos os saberes de cura em uma técnica
transformadora criaram um método revolucionário que garante modificar o seu DNA para tornar o paciente
uma pessoa vencedora.

C) Criado pelo geofísico Sérgio Sacani, o Space Today é um portal de divulgação de estudos nas áreas de
astronomia, arqueologia, ciências naturais e geologia. Além dos artigos, o portal também dá acesso livre ao
Space today TV, canal do Youtube com diversos vídeos que comentam estudos e descobertas das mesmas
áreas em vídeos que também podem ser baixados como podcasts.

Qual é a alternativa correta?

O QUE É COLETA DE DADOS?

Uma das etapas mais importantes para a maioria das pesquisas que são realizadas é a coleta de dados. A
coleta de dados é o processo de recolhimento de dados específicos que servirão a um objetivo que se quer
alcançar por meio de um estudo. Os dados, posteriormente, podem servir para o desenvolvimento de
pesquisas, planejamentos, experimentos, consolidação de hipóteses, dentre outros processos. Os
instrumentos mais comuns utilizados em coleta de dados são:

- Questionários: são listas de perguntas que podem fechadas ou abertas e, também, podem ser
respondidas sem a presença de um(a) entrevistador(a). Exemplo: antes de uma consulta médica específica,
a enfermeira faz com que você preencha uma lista de perguntas sobre o seu histórico médico (alergias,
cirurgias, tipo sanguíneo, doenças na família etc;

- Enquetes: é uma pequena lista de perguntas fechadas que tem o objetivo de obter uma base de dados
rápida e bem objetiva sobre o tema abordado. Exemplo: Uma marca de sorvetes deseja saber qual novo
sabor, entre três, o público se interessa;
- Mapeamentos: é um instrumento que pretende acompanhar um processo, bem atentamente,
observando os elementos que faltam e/ou os caminhos que devem ser traçados durante o andamento da
pesquisa. Exemplo: Analisar uma horta, a partir da coloração das plantas que ali estão. Pode-se mapear se o
solo está muito alcalino ou ácido, se há alguma praga, se as plantas cresceram de acordo com o que estava
previsto etc;

- Opinários: São instrumentos (formulário e/ou questionário) que pretendem recolher as opiniões e
sugestões, de que responde, sobre determinado assunto. Exemplo: ao final de uma estadia em um hotel, a
recepcionista pede para que você preencha um formulário baseado nas opiniões sobre os serviços
prestados.

Depois que coletamos os dados, podemos consolidá-los em resumos, tabelas, gráficos estatísticos e
procedimentos padronizados para que sejam utilizados no processo de pesquisa. A coleta de dados pode
fazer parte das pesquisas bibliográficas, de campo, experimentos científicos, dentre outras.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o responsável pela coleta dedados mais
importante do nosso país. A cada dez anos, o IBGE realiza o censo demográfico da população brasileira. O
censo demográfico é uma pesquisa sobre a população que possibilita a recolha de várias informações, tais
como o número de habitantes, número de homens, mulheres, crianças e idosos, onde e como vivem as
pessoas (se vivem de aluguel, se estão pagando o imóvel ou se é casa própria) e o trabalho que realizam
(qual o salário, qual o trabalho, se é formado, no que trabalha, etc.), entre outras coisas.

A partir da consolidação dos dados coletados nesse senso, várias políticas públicas podem ser estruturadas
para atender às demandas da população. Viu como a coleta de dados é importante?

EXERCÍCIO PARA RESPONDER:

Firmínio decidiu ajudar a sua tia a vender os pães e bolos que fazem sucesso na sua família. Sua tia já
alugou uma pequena loja e pretende servir café, suco e achocolatado para acompanhar as delícias que sabe
fazer. A loja fica próxima a uma fábrica de peças automotivas e há, diariamente, um grande volume de
pessoas que circulam pela região e podem se tornar uma clientela fiel da loja. Para saber qual seria a
receptividade do público, Firmínio decidiu utilizar um instrumento de coleta de dados que atendesse à
pressa da tia em abrir o negócio. Qual é o melhor instrumento de coleta que ele pode utilizar nesse caso?
Conforme qual é a alternativa correta?

A) Um opinário, pois o público poderá opinar sobre os quitutes que foram vendidos.

B) Um questionário, pois é um instrumento muito detalhado para saber os gostos da clientela em questão.

C) Uma enquete, pois é um instrumento de coleta de dados muito objetivo e que atende à demanda de
rapidez para a abertura da loja.

02-ESTRATÉGIAS DE LEITURA
O título apresentado na imagem permite ao leitor presumir quais assuntos o texto vai abordar.
Considerando as

palavras “Internet” e “pós-verdade”, é possível prever que o assunto do texto é sobre:

A) política B) cibercultura C) notícias falsas

Referencial

AFRANIO, et all. SOCIOLOGIA EM MOVIMENTO. 1ª ed. São Paulo: Ed. Moderna, 2013.

COSTA, Maria Cristina Castilho. Sociologia – Introdução à ciência da sociedade 3. ed. São Paulo: Moderna, 2009.
FERREIRA, Roberto Martins. Sociologia da Educação - 1ª ed. São Paulo: Ed. Moderna, 1993.

SILVA, Edson Armando, et all. Métodos e técnicas de pesquisa em história I- UEPG/NUTEAD . Ponta Grossa : ,
2011.

Bosetti, C. J. (2010). Thompson e as ciências sociais: possibilidades metodológicas para pensar osmovimentos sociais
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https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp- content/uploads/sites/7/2020/08/CURR%C3%8DCULO
%20PAULISTA%20etapa%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf (acesso em 23/03/21)

http://nucleodememoria.vrac.puc-rio.br/perfil/saudade/hilton-ferreira-japiassu-1934-2015 (acesso em 23/03/21).


1. Identidade Cultural

Por fim, podemos estabelecer, diante do que já foi esclarecido, que o conceito de identidade
cultural faz alusão à construção identitária de cada indivíduo em seu contexto cultural. Em outras
palavras, a identidade cultural está relacionada com a forma como vemos o mundo exterior e como nos
posicionamos em relação a ele. Esse processo é continuo e perpétuo, o que significa que a identidade de
um sujeito está sempre sujeita a mudanças. Nesse sentido, a identidade cultural preenche os espaços de
mediação entre o mundo “interior” e o mundo “exterior”, entre o mundo pessoal e o mundo público.
Nesse processo, ao mesmo tempo que projetamos nossas particularidades sobre o mundo exterior
(ações individuais de vontade ou desejo particular), também internalizamos o mundo exterior (normas,
valores, língua...). É nessa relação que construímos nossas identidades.

O que é identidade cultural?


A palavra identidade está associada, historicamente, ao que algo é.
Na Filosofia, a essência é a definição do que algo é, ou seja, a
identidade é a definição da essência. A identidade culturalnão está
distante da definição de identidade, pois ela é a identificação
essencial da cultura de um povo.

A identidade cultural é um conjunto híbrido e maleável


de elementos que formam a cultura identitária de um
povo, ou seja, que fazem com que um povo se reconheça
enquanto agrupamento cultural que se distingue dos
outros.

É difícil definir uma identidade cultural específica,


pois ela é maleável e depende do momento e das
peculiaridades culturais de uma determinada
sociedade.

Atualmente, o maior desafio para se manter a identidade cultural dos grupos sociais é aglobalização,
que determina padrões culturais baseados na cultura estadunidense, que tem se tornado hegemônica
no mundo.

As vestimentas, os hábitos e costumes são elementos da identidade cultural.


2.
3. A Identidade Cultural Brasileira
A identidade cultural brasileira é o conjunto de traços culturais que definem o que é ser
brasileiro. Em tese, os brasileiros compartilham determinadas características culturais que fazem com que cada
um deles se sinta parte da nação. Esse conjunto de traços distintivos é chamado de brasilidade.
É comum nos identificarmos (ou sermos identificados por estrangeiros) como um povo alegre,
comunicativo, caloroso e criativo. Certas manifestações culturais, como o Carnaval, ou hábitos
alimentares, como comer arroz com feijão, parecem fazer parte desse "rótulo" do ser brasileiro.
Estudiosos da cultura nacional chamam a atenção para um fenômeno característico da
formação do povo brasileiro: a miscigenação. Historicamente, somos fruto da mistura das culturas
negra, indígena e europeia, e essa mistura seria, em grande medida, definidora da nossa identidade.
Um dos problemas de se tentar definir a identidade cultural brasileira diz respeito à enorme
diversidade do nosso povo, que põe em xeque a ideia de uma única identidade nacional. Em vez de
uma, talvez seja mais correto dizer que existem inúmeras identidades culturais. Isso nos leva a crer que
um elemento central da identidade cultural brasileira é justamente a diversidade.
O Brasil é caracterizado por grande miscigenação e grandes diversidades regionais. Essas
diversidades são sociais, econômicas e culturais. Uma pessoa que viaja o Brasil de norte a sul
certamente notará ao longo desse longo trajeto a variedade de ritmos, crenças, costumes, sotaques etc.
Além disso, mesmo dentro de uma cidade existem diferenças culturais bastante demarcadas,
muitas delas determinadas por desigualdades socioeconômicas. Essas identidades locais, que muitas
vezes se limitam a determinadas zonas ou bairros de uma cidade, são bastante evidentes em metrópoles
como São Paulo e Rio de Janeiro.

Segue abaixo alguns exemplos de representações da identidade cultural do Brasil:

 Samba: ritmo original do Brasil, possui uma forte raiz nos ritmos entoados por povos de origem africana,
sendo uma variante sonora originalmente brasileira que surgiu nas favelas do Rio de Janeiro.
 Feijoada: prato típico brasileiro, reúne o feijão preto, cortes de carne bovina seca, como o charque, e
carnes suínas embutidas e defumadas, como o paio e o bacon. A feijoada é um prato tipicamente brasileiro
que representa a nossa identidade cultural fora do país.
 Caipirinha: um drink originalmente brasileiro que representa, de maneira geral, a nossa cultura no exterior.
Composta por cachaça, gelo, açúcar e limão, a bebida teve origem no Rio de Janeiro.
 Religiões de matriz africana: apesar de uma maioria cristã no Brasil (tanto católica quanto protestante),
uma marca cultural de nosso país está nas crenças religiosas de matriz africana, como o candomblé e a
umbanda, que nasceram aqui a partir da miscigenação entre as religiões africanas e o cristianismo.
 Cultura sertaneja: o sertão do Brasil, em especial o sertão nordestino, é rico em elementos culturais,
sejam culinários, religiosos, linguísticos, literários, musicais, sejam das artes plásticas. Essa cultura
sertaneja compõe a nossa identidade cultural.

4. Outros exemplos de Identidade Cultural

É difícil delinear exemplos claros de identidade cultural, visto que a cultura é um termo muito
amplo e maleável. No entanto, alguns aspectos culturais podem ser separados e postos como exemplos
de elementos identitários de determinadas culturas. Listamos a seguir alguns exemplos de identidade
cultural que são associados a algumas culturas:

 Religiosidade: as diversas religiões são elementos identitários de certos grupos culturais. Cristãos
(católicos, protestantes ou espíritas), judeus, muçulmanos, candomblecistas, budistas, hinduístas ou qualquer
outra denominação religiosa compreendem grupos identitários que se relacionam a determinadas culturas.
 Artes plásticas: os artefatos produzidos por artistas plásticos e artesãos também são fortes elementos de
identidade cultural de um povo. Os adereços corporais, a pintura e a escultura podem representar de maneira
efetiva uma cultura.
 Música: é um elemento de identidade cultural muito eficaz. De acordo com o ritmo ou com os
instrumentos utilizados, é possível estabelecer de onde a música se originou, havendo uma noção de
identidade cultural implícita nessa relação.
 Culinária: forte elemento de identidade cultural. É comum associarmos as massas à culinária italiana, o
bacalhau à culinária portuguesa, o sushi à culinária japonesa, a paella à culinária espanhola, a feijoada à
culinária brasileira e a cerveja à culinária alemã. Os hábitos culinários dizem muito a respeito da cultura em
questão.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Conceitue identidade cultural.


2. Entre as possíveis formas de entendimento da ideia de identidade cultural, existem duas concepções
distintas que devemos destacar dentro dos estudos sociológicos mais recentes. Quais são essas concepções?
3. Diferencie com suas palavras o que identidade social de Autoidentidade.
4. De acordo com o texto, qual a ideia geral de cultura?
5. Qual o conceito de identidade?
6. Cite exemplos da identidade cultural manifestados em sua cidade.
7. Descubra os tipos de turismo cultural desa cruzadinha abaixo, de acordo com as dicas dadas.
8. Qual o conceito de miscigenação?
9. Quais os tipos de raças têm no Brasil? Defina cada uma delas.
10. Cite exemplos da Identidade Cultural brasileira.
PESQUISA DE CAMPO

A pesquisa de campo pode ser aplicada,


por exemplo, para procurar entender se os
clientes de determinado estabelecimento estão
satisfeitos com o atendimento de um setor
específico.
Para isso, o pesquisador poderá produzir questionários ou fazer entrevistas com alguns
participantes para obter as respostas. Por fim, e com base em informações que ajudem a
contextualizar a realidade dos clientes e do estabelecimento, o pesquisador poderá identificar os
pontos positivos e negativos do serviço.

O que é uma pesquisa de campo?


A pesquisa de campo é caracterizada por investigações que, somadas às pesquisas
bibliográficas e/ou documentais, se realiza coleta de dados junto à pessoas, ou grupos de
pessoas, com o recurso de diferentes tipos de pesquisa.
Neste sentido, a pesquisa de campo, assim como a bibliográfica, pode ser somada a
outros procedimentos.
Visando uma pesquisa mais completa você pode agregar esta pesquisa com a pesquisa ex-
post-facto, pesquisa-ação e a pesquisa participante, por exemplo.
Neste cenário, a pesquisa de campo surge como uma das formas de investigação mais
difundidas e utilizadas por pesquisadores e alunos em seus trabalhos acadêmicos e
científicos.

Qual é a finalidade da pesquisa de campo?


Desta forma, a pesquisa de campo tem a finalidade de observar fatos e fenômenos da
maneira como ocorrem na realidade por meio da coleta de dados.
Posteriormente tais dados serão analisados e interpretados com base em
uma fundamentação teórica sólida e bem fundamentada.
O objetivo será, especialmente, compreender e explicar o problema que é objeto de estudo
da pesquisa.

Pesquisa de campo e áreas do conhecimento


A pesquisa de campo pode ser utilizada em qualquer área do conhecimento. Entretanto,
algumas delas como Antropologia, Sociologia, Psicologia, Economia, História, Pedagogia,
Política, fazem grande uso para o estudo de indivíduos, grupos, comunidades e instituições.
Assim, buscam compreender os mais diferentes aspectos de uma determinada realidade.

Como desenvolver uma pesquisa de campo


Para sua execução, é preciso selecionar as técnicas de coleta de dados que sejam mais
adequadas à natureza do tema.
Além disso, é preciso definir quais técnicas serão aplicadas para o registro e análise dos
dados coletados.
Dependendo das técnicas de coleta e análise dos dados, a pesquisa poderá adquirir a
característica quantitativa ou qualitativa.
Todo o processo de planejamento e execução começa com a definição do tema do
trabalho e do problema de pesquisa.
Uma vez que se tenha objetivos geral e específicos, deve-se iniciar o trabalho de revisão
da literatura, onde é preciso buscar fontes de pesquisa que pautem sua investigação ao
fornecer conceitos e informações já estudados sobre aquele tema.
Essa procura por referências teóricas se caracteriza por uma pesquisa bibliográfica, que
pode envolver a pesquisa em livros, artigos, reportagens, documentos oficiais e trabalhos
científicos, como teses e dissertações.

Todo o conteúdo encontrado ao longo desse levantamento teórico vai servir para
contextualizar o problema de pesquisa e apontar lacunas que precisam ser preenchidas para
se chegar aos objetivos do estudo.
Isso quer dizer que muitos dados que podem ser importantes para se atingir os
objetivos do seu trabalho não são encontrados no levantamento teórico, onde entra a pesquisa
de campo.
Técnicas de coleta de dados
A pesquisa de campo não prevê técnicas específicas para a coleta de dados, sendo que
elas podem variar bastante de acordo com as necessidades do trabalho.
Ou seja, as técnicas utilizadas devem ser selecionadas e aplicadas conforme a natureza
dos dados que precisam ser colhidos, sendo que essas técnicas podem se basear em métodos
quantitativos ou qualitativos e algumas das mais utilizadas são observação, entrevista e
questionário.

Etapas da Pesquisa de Campo


1. Pesquisa bibliográfica
Inicialmente, deve-se realizar uma pesquisa bibliográfica aprofundada, principalmente
para conhecer melhor o seu objeto de pesquisa e os trabalhos já desenvolvidos na área
2. Determinação da metodologia
Em parceria com seu grupo de pesquisa ou a pessoa que está te orientando, deve-se
definir a metodologia para coleta e análise de dados.
3. Interpretação dos resultados
Um dos passos mais importantes é a análise dos dados coletados por meio do referencial
teórico. Basicamente, o seu referencial deve explicar a sua realidade, ou, ao menos, tentar
justificar.
4. Comunicação/publicização
Ainda, tão importante quanto realizar uma boa análise de qualidade, é fundamental que
todos os resultados sejam publicizados. Seja por meio da apresentação do seu trabalho, ou a
publicação em anais de eventos ou artigos em periódicos.

Tipos de pesquisa de campo


A pesquisa de campo pode ser classificada em três tipos principais, de acordo com o objeto de
estudo e a metodologia: Exploratória, Quantitativa-Descritiva e Experimental.

Pesquisa de campo Exploratória


Objetiva estreitar o conhecimento com o tema a ser estudado, ajudar na formação de
hipóteses e facilitar a determinação de métodos e técnicas.

Pesquisa de campo Quantitativa-Descritiva


Visa a descrição detalhada do objeto de estudo em dados quantitativos, podendo ser
usados desde testes estatísticos a avaliações subjetivas com escalonamento quantitativo.

Pesquisa de campo Experimental


Na pesquisa experimental se determina um objeto de estudo.

Conforme Gil (2007), a pesquisa experimental objetiva selecionar as variáveis que seriam
capazes de influenciar o objeto.
Além disso deve-se definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a
variável produz no objeto.
Perguntas para a pesquisa de campo
Além destes tópicos relacionados ao tema, fazem parte da estrutura de uma pesquisa de
campo:

 A população (o público-alvo) a ser estudado


 O método pelo qual a escolha da amostra será obtida
 O tipo da abordagem metodológica (se quantitativa, qualitativa ou mista)
 Quais fenômenos serão estudados
 Os métodos de medição das variáveis de interesse
 Tendo claras estas definições, o pesquisador pode partir para a pesquisa propriamente dita.
Para isso deve criar o formulário para pesquisa de campo e obter seus dados.
 Junto da coleta, o pesquisador deverá fazer o levantamento bibliográfico e o
desenvolvimento da fundamentação teórica necessária ao trabalho em questão.
Normas da ABNT para pesquisa de campo
Como é possível perceber até aqui, essa pesquisa tem grande aplicabilidade e importância
para a produção de um bom trabalho acadêmico.
Este método surge como uma forma de levantar e analisar dados que vão contribuir de
maneira decisiva para que se possa cumprir os objetivos da pesquisa.
E, para tornar todo esse trabalho ainda mais eficiente, você pode utilizar o Mettzer, o
editor que já formata seus trabalhos de acordo com as normas ABNT e ainda possui outras
funcionalidades incríveis.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

1. O que é uma pesquisa de campo?


2. Qual é a finalidade da pesquisa de campo?
3. Quais as etapas da Pesquisa de Campo?
4. Quais são os tipos de pesquisa de campo?
OS MARCADORES SOCIAIS E SUAS DIMENSÕES  gênero: esperar e apontar comportamentos com base na
percepção do que é masculinidade e feminilidade;
Quando olhamos uma pessoa levamos poucos instantes para formar
nosso convencimento sobre ela e desenvolvermos um juízo de valor a  etnia: qualificar sujeitos de acordo com a percepção de sua
respeito de suas características visíveis e invisíveis. A primeira raça, origem, idioma, ancestralidade etc.;
impressão é formada a partir de uma série de fatores que acreditamos  religião: esperar atitudes de indivíduos e fazer julgamentos
determinantes sobre quem cruza o nosso caminho. Do lado de fora da diante de suas escolhas religiosas;
pele as pessoas podem ser lidas a partir das características que  orientação sexual: estabelecer padrões e classificar
carregam, chamamos essas características de marcadores sociais, pessoas, práticas e afetos por conta de sua sexualidade;
alguns deles são:
 geração: ordenar pessoas por sua idade;
 deficiência: rotular sujeitos por terem determinada limitação
 idade; ou deficiência.
 gênero;
 cor da pele; QUAL A IMPORTÂNCIA DESSE CONHECIMENTO
 local onde moram; PARA A CRIAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE INCLUSÃO
NAS EMPRESAS?
 profissão que exercem; Estudar os marcadores sociais de diferença é compreender como, no
 existência ou não de necessidades específicas; mundo do trabalho, uma mesma pessoa pode sofrer duas, três ou
 orientação sexual. mais vezes com desigualdades e preconceitos devido ao fato de ser
atravessada por uma série de aspectos. Assim, para que a
inclusão seja, de fato, efetiva em uma companhia, é fundamental que
O QUE SÃO MARCADORES SOCIAIS DE DIFERENÇA? as estratégias sejam interseccionais e as análises não podem ser
A noção sobre marcadores sociais se baseia em elementos que dissociadas.
podem ser tanto manifestações da natureza humana (idade, altura, Tendo conhecimento sobre os marcadores e sua significância, a
gênero etc.) quanto construções sociais (classe, religião etc.). Esses liderança poderá ser capaz de perceber quais marcadores afetam
fatores compõem uma espécie de sistema de classificação que cria mais determinado grupo e como os colaboradores agem diante dessa
posições, experiências e relações sociais distintas. realidade. É somente enxergando as diferenças que eu posso agir de
Logo, os marcadores sociais e suas características classificatórias forma inclusiva, agindo de modo mais eficiente para melhorar as
explicitam a diversidade no tecido social, mas também servem como condições de trabalho e a qualidade de vida desses profissionais.
ferramenta para hierarquização da vida e perpetuação de É por meio do exame dos marcadores sociais e das desigualdades
desigualdades. É por meio da análise desses marcadores que perpetradas pela interpretação equivocada do que eles representam
percebemos de maneira clara como nossa sociedade maneja a que passamos a entender, por exemplo, que táticas como
existência dos grupos sub representados, é analisando marcações e implementar o recrutamento às cegas não funcionam como maneira
suas intersecções que percebemos que algumas diferenças são mais de promover a diversidade. Afinal, se a empresa determina seus
diferentes que outras, negando diretos, espaços e uma vida plena a critérios com base no que sempre fez, ela continuará mantendo
tantas pessoas. desigualdades. É o caso da definição da universidade de primeira
Por exemplo, uma mulher (marca de gênero) que é negra (marca linha como requisito, quais as chances de uma pessoa em
racial), LGBTQIA+ (marca de orientação sexual) e em situação de vulnerabilidade social ter frequentado uma universidade de primeira
vulnerabilidade social (marca de classe social) é atravessada linha? E uma pessoa em vulnerabilidade social, negra e mulher trans
simultaneamente por vários desses elementos e quanto maior o ter feito essa jornada?
número de marcadores num mesmo corpo, maior a exclusão. É fingindo ignorar as diferenças que mantemos o status quo.
Conhecer marcadores sociais de diferença é importante para elaborar
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS MARCADORES SOCIAIS? iniciativas de inclusão estratégicas, reais e sustentáveis. Uma vez que
Além de serem interseccionais, existem marcadores sociais compreendermos como as diferenças entre as pessoas e as relações
indissociáveis, como é o caso de gênero, etnia e classe. Sendo assim, sociais são construídas, podemos afinar nosso olhar para as
ao analisar socialmente uma pessoa, devemos considerar todos esses desigualdades : ela pode ter cor, classe social e gênero.
fatores e como eles se articulam. Alguns dos mais importantes são: Repensar se todos os grupos estão sendo impactados positivamente
pelas estratégias e se todos eles estão recebendo a mesma atenção é
ter certeza que as ações estão sendo realmente transformadoras
 classe: relacionar a classificação de pessoas por meio de dentro da nossa empresa.
critérios econômicos, sociais e culturais;

As desigualdades sociais são produto das relações estabelecidas entre meios de produção e o trabalhador assalariado. No entanto, a
os indivíduos. história do século XX apresenta outros conflitos de interesses
Quando examinamos, fazemos uma análise das sociedades, que vão muito além da divisão da sociedade em classes:
identificamos imediatamente a existência de diversidades e conflitos entre os gêneros (homens e mulheres), adultos e
desigualdades sociais. Muitas das diferenças entre os indivíduos jovens, brancos e não-brancos, minorias étnicas, heterossexuais
são de natureza humana como, por exemplo, gênero, cor da e homossexuais.
pele, idade, altura etc. Contudo as desigualdades sociais são
produto das relações estabelecidas entre os indivíduos, estas As mulheres a partir do século XIX, e os jovens e as minorias
refletem os conflitos de interesses de grupos ou indivíduos em sexuais, a partir dos anos de 1960, passaram a demonstrar sua
relação aos outros grupos ou indivíduos que, geralmente, revolta de forma coletiva. No século XX os negros e outras
colocam todos na condição de opressores e oprimidos. etnias demonstraram sua força, nas lutas pelos direitos civis nos
EUA, pelo fim do apartheid na África do Sul e pelo fim do
Historicamente vimos que o capitalismo apresenta um grande racismo, no renascimento do movimento negro no Brasil e na
conflito: a luta entre burgueses e proletários, entre os donos dos luta dos palestinos.
Apesar da força social dos movimentos construídos pelos por um baixo grau de formalismo (larga participação etc.). A opressão
oprimidos, dos milhões de vidas sacrificadas em nome da contra jovens se manifesta hoje na sociedade através da discriminação no
trabalho (baixos salários, desemprego, exploração), na limitação dos
igualdade de direitos e da liberdade, a história desses grupos direitos civis (violência doméstica, etc.). Felizmente este quadro já vem se
não é animadora. Sabemos que as condições de trabalho modificando ha bastante tempo, embora ainda existam algumas questões a
melhoraram, mas as melhorias foram limitadas aos países serem examinadas amplamente, como o primeiro emprego, a situação dos
imperialistas centrais, e a grande maioria dos trabalhadores estagiários etc.
ainda é explorada, de forma semelhante ao século XIX. A cada
dia morrem mais seres humanos de fome que no tempo da A desigualdade racial– Esse tipo de opressão é bem antigo, quando havia
escravidão. Os oprimidos ajudaram a fundar partidos, sindicatos diversas etnias que guerreavam entre si. Entretanto estes conflitos não
e associações, mas a maioria destas entidades ainda não ocasionavam grandes tragédias, como as que ocorreram e ocorrem ainda
hoje. Além disso não tinham como consequência a dominação de uma
conseguiu reverter as condições sub-humanas dos subjugados etnia pela outra. Com a divisão da sociedade em classes, verificou-se o
da história. estabelecimento da condição de escravos para os derrotados. A palavra
escravo tem origem no nome do povo Eslavo, entre o qual na antiguidade
Muitos indivíduos são submetidos a uma série de se recrutava o maior número de escravos. Após os grandes impérios
submeteram povos inteiros à escravidão ou ao pagamento de tributos para
discriminações e preconceitos só pelo fato de pertencerem a sustentar os governos dominadores.
uma determinada “categoria” de pessoas. A opressão, para se
justificar, faz uso de um sistema de ideias a que chamamos
A luta dos povos e etnias oprimidas em determinadas sociedades marcou
de ideologia. Existem ao menos cinco situações de épocas e não há perspectivas de sua eliminação no atual sistema capitalista.
desigualdade e opressão: de classe, de gênero, de geração, de Em épocas passadas eram nações dominadas pelo centro econômico
raça/etnia e de orientação sexual. europeu (chineses, indianos, africanos). Esta opressão consiste
As desigualdades de gênero– Desde a antiguidade várias sociedades frequentemente em sufocar costumes, hábitos sociais e, por conseguinte, a
mantiveram a supremacia masculina, esta dominação provocou a exclusão língua, a religião, a cultura e a história. Em determinadas situações, a
sistemática das mulheres da política, do governo, da literatura, da arte, com exploração econômica de uma etnia sobre outra se expressa através de
exceção de raros e relevantes momentos. Esta é a exclusão mais discriminações no mercado de trabalho. Esta opressão sempre provocou
sistemática já praticada na história da humanidade. A herança desta reações, como lutas por um autogoverno ou pela autodeterminação dos
história de dominação masculina se expressa hoje de diversas formas, entre povos. Nações e etnias oprimidas como os palestinos e os negros no Brasil,
elas: o uso da violência institucionalizada e doméstica, a legislação têm obviamente culturas próprias, elaborando, assim, suas próprias ideias.
discriminante, dependência econômica ao marido e ao pai, além é claro da
coisificação da mulher etc. O nacionalismo dos povos oprimidos e a autoestima dos negros brasileiros
não podem ser confundidos com aquele nacionalismo que oprime ou com o
Chamamos machismo à ideologia que, através de diversas formas, os racismo às avessas, pois estes são também opressores, já que significam,
homens justificam a opressão que exercem. Entretanto as características do no fundo, a dominação de um grupo, ou nação sobre os outros.
sistema capitalista favorecem a inserção da mulher no mercado de trabalho
e isso fez com que elas pudessem sair em parte é claro, do próprio A desigualdade de orientação sexual- A opressão contra gays e lésbicas
isolamento. se expressa sob todas as formas socioeconômicas, em todas as sociedades,
através da obrigação de seus membros de aderir a heterossexualidade.
As primeiras revoltas contra a opressão feminina ocorreram no final do Quem se opõe ao padrão de “normalidade” estabelecido, ou seja, a
século XIX, a partir dos movimentos pelo voto universal (sufragistas) e heterossexualidade sempre é punido ou considerado portador de uma
daqueles ligados ao movimento operário. Não podemos esquecer que doença, vítima de discriminação.
durante a Revolução francesa as mulheres foram de extrema importância
para o movimento, inclusive foram as peixeiras de Paris, em marcha para Esta discriminação variou de intensidade nas diferentes épocas, mantendo,
Versalhes que retiraram rei e rainha do palácio a força, e também foram as porém, uma absoluta continuidade, o famoso escritor Oscar Wildesofreu
mulheres que foram as ruas reclamando do preço do pão e muitas outras com a condenação a partir do parágrafo 175 [3] foi julgado culpado de
atrocidades cometidas pelos monarcas deste período Luís XVI e Maria "práticas estranhas à natureza" e condenado a dois anos de trabalhos
Antonieta. forçados pelo tribunal de Old Baley. A condição de gay ou lésbica é
atacada de forma sistemática pela sociedade. Só o fato de haver grupos
Essas lutas ganharam maior impulso nos anos de 1960, quando os espaços sociais que colocam em discussão a heterossexualidade é visto por muitos
conquistados pelas mulheres representaram uma transformação sem como um atentado.
precedentes na própria condição feminina. Mas infelizmente a
discriminação persiste e se manifesta desde piadas até mesmo na legislação A discriminação não é obviamente operativa se gays e lésbicas mantiverem
contrária ao divórcio que ainda sobrevive em muitos países, na violência na clandestinidade a própria orientação sexual. É no momento em que se
doméstica, na discriminação no local de trabalho etc. Mas as mulheres aqui assumem publicamente que começa a guerra contra eles. Essa
no Brasil tiveram uma conquista recente e muito importante: a Lei Maria discriminação atua em todos os setores: no local de trabalho, onde, além de
da Penha [2]- a lei número 11.340 decretada pelo Congresso Nacional e correrem o risco de demissão, são molestados pelos outros trabalhadores
sancionada pelo então presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva em 7 (as); na sociedade, que os impede de ter qualquer posto de comando; na
de agosto de 2006; dentre as várias mudanças promovidas pela lei está o família, em que a declaração de homossexualidade chega a gerar crises e
aumento no rigor das punições das agressões contra a mulher quando chantagens de várias naturezas.
ocorridas no âmbito doméstico ou familiar. A lei entrou em vigor no dia 22
de setembro de 2006, e já no dia seguinte o primeiro agressor foi preso,
no Rio de Janeiro, após tentar estrangular a ex - esposa. A discriminação opera com tal violência, física e psicológica, que o
indivíduo não tem coragem de reconhecer nele mesmo a própria essência
de sua orientação sexual. Porém, se há oprimidos, existem também os
As desigualdades de geração– A especificidade da opressão sobre os opressores. Estes se encontram geralmente nos heterossexuais, eles
jovens é sua transitoriedade. Uma vez adulto, o jovem poderá se encontram uma série de falsas vantagens de natureza quase exclusivamente
transformar em opressor, esquecendo as próprias condições nas quais viveu psicológica para contribuir com a opressão.Tornar os homossexuais alvo
como oprimido. Apesar disso os jovens sempre se rebelaram diante das de chacota e mostrar, em público, o desprezo para com eles, assegura a
regras sociais impostas. A sua luta, contudo, foi, até pouco tempo, própria identidade heterossexual para si mesmo e para os outros, mantendo
escondida e isolada no espaço doméstico. O advento do sistema escolar de assim a participação na “normalidade” sexual dominante.
massa fez com que eles se encontrassem, criando espaços coletivos como
manifestações, ocupações, contestações, greves, expressões culturais
alternativas. Concluindo, alguns indivíduos recebem salários menores que outros
mesmo tendo a mesma qualificação profissional, pois os fatores que
determinam essa situação estão nas diversidades de etnia, gênero,
Habitualmente, os jovens se organizam em associações bem estruturadas, orientação sexual e de geração. Ou seja, essas diferenças entre os
como grêmios escolares, DCEs, DCAs, centros sociais etc. caracterizadas indivíduos são transformadas, nas relações sociais, em desigualdades.
Portanto, quando ouvimos piadas, frases discriminatórias sobre mulheres,
judeus, adolescentes, jovens, homossexuais e negros, elas reforçam e
refletem as desigualdades sociais.
A realidade social brasileira a partir da noção de desigualdade social ( FAZER PESQUISA SOBRE CENÁRIO BRASILEIRO,
DEVENDO CONSTAR NO CADERNO PARA VISTO)
CULTURA E DIVERSIDADE
O que é Cultura?
Cultura é um conceito amplo que representa o conjunto de tradições, crenças e costumes de
determinado grupo social. Ela é repassada através da comunicação ou imitação às gerações seguintes.
Dessa forma, a cultura representa o patrimônio social de um grupo sendo a soma de padrões dos
comportamentos humanos e que envolve: conhecimentos, experiências, atitudes, valores, crenças, religião,
língua, hierarquia, relações espaciais, noção de tempo, conceitos de universo.
A cultura também pode ser definida como o comportamento por meio da aprendizagem social. Essa
dinâmica faz dela uma poderosa ferramenta para a sobrevivência humana e tornou-se o foco central da
antropologia desde os estudos do britânico Edward Tylor (1832-1917). Segundo ele:
"A cultura é todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os
costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade".

Cultura na Sociologia
A cultura na sociologia representa o conjunto de saberes e tradições de um povo. Estes são
produzidos pela interação social entre os indivíduos de uma comunidade ou sociedade.
A partir das necessidades humanas vão sendo moldados e criados padrões e comportamentos que
geram uma determinada estrutura e organização social.
Vale lembrar que nenhuma cultura deve ser considerada superior à outra. O que existe são
diferenças culturais entre os diversos grupos. Ao fazer juízo de valor sobre algum aspecto externo à sua
cultura, podemos estar sendo etnocêntricos.
O etnocentrismo ocorre quando consideramos nossos hábitos ou condutas superiores aos de outrem
e isso pode gerar preconceitos não fundamentados.
Tipos de Cultura

1. Cultura de Massa
A cultura de massa é o conjunto de ideias e de valores que se desenvolve tendo como ponto de
partida a mesma mídia, notícia, música ou arte. Ela é transmitida sem considerar as especificidades locais
ou regionais.
A cultura de massa é usada para promover o consumismo entre os indivíduos, sendo um
comportamento típico do capitalismo, que foi expandido de maneira drástica a partir dos séculos XIX e
XX.

2. Cultura Erudita
Diferente da cultura de massa, a cultura erudita é resultado do conhecimento adquirido por meio da
pesquisa e do estudo nos mais diferentes campos.
Não é ofertado massivamente, está disponível a poucos e representa uma forma de diferenciação
social permitida pelo acesso ao conhecimento. Como exemplos, temos: exposições artísticas,
apresentações teatrais e concertos.

3. Cultura Popular
A cultura popular está intimamente relacionada com as tradições e os saberes, os quais são
determinados pelo povo, por exemplo: as festas, o folclore, o artesanato, as músicas e a dança.
Em oposição à cultura erudita, ela ocorre de forma espontânea e orgânica. Portanto, não está associada aos
equipamentos culturais, como os museus, cinemas, bibliotecas, etc.

4. Cultura Material
A cultura material representa o conjunto de patrimônio cultural e histórico formado por elementos
concretos que ao longo de tempo foram construídos pelo ser- humano.
Como exemplos de cultura material temos os elementos arquitetônicos (igrejas, museus,
bibliotecas) e os objetos de uso pessoal e coletivo (obras de arte, utensílios, vestimenta).

5. Cultura Imaterial
Diferente da cultura material, a cultura imaterial é formada pelos elementos intangíveis. Ela
representa o conjunto de saberes, tradições, técnicas, hábitos, comportamentos, costumes e modos de fazer
de um determinado grupo.
Considerada um patrimônio cultural transmitido entre gerações, temos como exemplos as lendas
folclóricas, as feiras populares, os rituais, as danças, a culinária, etc.

6. Cultura Organizacional
A cultura organizacional, também chamada de "cultura corporativa", reúne um conjunto de
elementos associados aos valores, missões e comportamentos de determinada organização.
Dentro do contexto da globalização e dos estudos mercadológicos, esse tipo de cultura foi criando
padrões de funcionamento e operações, por exemplo, dentro de uma empresa.

7. Cultura Corporal
A cultura corporal analisa o comportamento dos seres humanos em seus mais diferentes grupos. Ela
reúne as práticas relacionadas ao movimento, como danças, jogos, atividades, comportamento sexual e
festividades.

Elementos da Cultura
Associada aos valores materiais e espirituais, os elementos culturais são:

1. Elementos da Cultura Material


Associada aos elementos tangíveis, concretos e palpáveis construídos pelos seres humanos. Como
exemplos de cultura material podemos citar as construções e os objetos: museus, igrejas, obras de arte,
vestuário, utensílios, etc.

2. Elementos da Cultura Imaterial


Relacionado com os elementos intangíveis e espirituais de um grupo, a cultura imaterial representa
os saberes, os modos de fazer e os valores partilhados entre os membros de uma sociedade. Como
exemplos, podemos citar os rituais, as lendas, as festas, a linguagem, a culinária, etc.
Características da Cultura
 determinada pelo conjunto de saberes, comportamentos e modos de fazer;
 possui um caráter simbólico;
 é adquirida por meio das relações sociais de um grupo;
 é transmitida para gerações posteriores;
 não é estática, sendo influenciada por novos hábitos.

Cultura Brasileira

A cultura brasileira resulta da mistura de raças e etnias que constituem o País desde o descobrimento. A

diversidade cultural brasileira foi influenciada por quatro grandes grupos:

 Colonos portugueses;
 Os índios que já viviam antes da chegada de Pedro Álvares Cabral (1467-1520);
 Os negros africanos que foram escravizados;
 Os europeus que chegaram principalmente ao fim do período de exploração da mão de obra não
remunerada.

Diferente da maioria dos países que passaram pelo processo de colonização, o Brasil é marcado
pela miscigenação, condição que influencia diretamente na cultura.
Há comportamentos que resultam da mistura de múltiplos grupos. Podemos ver essa realidade em
festas, regras de etiqueta e crenças.
A língua portuguesa, que é um importante elemento da unidade nacional, também está entre os
pontos de destaque da cultura brasileira.
Em consequência das dimensões geográficas, os diferentes grupos que se estabeleceram no
País influenciaram a língua de maneira particular. Assim, há entonações e expressões que apontam as mais
variadas regiões.
Embora seja a mesma, a língua é pronunciada de maneira diferente no Sul, no Sudeste, no Norte,
no Nordeste e no Centro-Oeste. Todas diferem do português falado em Portugal.

Entenda o que é Diversidade Cultural

Diversidade cultural são os vários aspectos que representam particularmente as diferentes culturas, como
a linguagem, as tradições, a culinária, a religião, os costumes, o modelo de organização familiar, a
política, entre outras características próprias de um grupo de seres humanos que habitam um determinado território.
A diversidade cultural é um conceito criado para compreender os processos de diferenciação
entre as várias culturas que existem ao redor do mundo. As múltiplas culturas formam a chamada
identidade cultural dos indivíduos ou de uma sociedade; uma "marca" que personaliza e diferencia os
membros de determinado lugar do restante da população mundial.
A diversidade significa pluralidade, variedade e diferenciação, conceito que é considerado o
oposto total da homogeneidade. Atualmente, devido ao processo de colonização e miscigenação cultural
entre a maioria das nações do planeta, quase todos os países possuem a sua diversidade cultural, ou seja,
um "pedacinho" das tradições e costumes de várias culturas diferentes.
Algumas pessoas consideram a globalização um perigo para a preservação da diversidade
cultural, pois acreditam na perda de costumes tradicionais e típicos de cada sociedade, dando lugar às
características globais e "impessoais".
Com o intuito de tentar preservar a riqueza da diversidade cultural dos países, a Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) criou a "Declaração Universal sobre a
Diversidade Cultural".
A Declaração da UNESCO sobre Diversidade Cultural reconhece as múltiplas culturas como uma
"herança comum da humanidade", e é considerada o primeiro instrumento que promove e protege a
diversidade cultural e o diálogo intercultural entre as nações.
Diversidade Cultural no Brasil

A diversidade cultural no Brasil é representada pelas inúmeras tradições, manifestações religiosas e


artísticas, culinária, crenças e costumes, dos diferentes grupos de indivíduos nas diferentes regiões
brasileiras.
Devido à extensão territorial e ao processo de povoamento com povos de diferentes origens, o
Brasil é um país com imensa diversidade cultural.
A origem da formação cultural brasileira está ligada, sobretudo, aos indígenas, aos negros
escravizados e aos imigrantes europeus.
O primeiro imigrante foi o colonizador português e ao longo dos séculos seguintes, outras
nacionalidades também tiveram destaque na migração brasileira, como os italianos, alemães, japoneses e
poloneses.
De norte a sul, as tradições, as festas, os rituais e a alimentação variam de maneira significativa. As
manifestações culturais são influenciados também pelas características locais, como o clima e a vegetação
e os aspectos sociais e econômicos.
Entre as regiões do país existem diferenças bastante significativas da formação cultural, mas
mesmo dentro de uma região ou estado é possível encontrar grande diversidade de tradições e
manifestações culturais.
A cultura dos mais variados grupos no Brasil é elemento de identificação, é o que forma os
indivíduos que pensam, sentem e agem em seus círculos sociais.
São as manifestações culturais que fornecem identidade e contam a história de um país, por isso,
sua preservação é muito importante. Para que a cultura de um país seja preservada é preciso que se criem
políticas públicas de valorização e reconhecimento das tradições e também que esses temas sejam
incluídos nos currículos escolares.

Diversidade cultural nas regiões do Brasil

Veja a seguir, um pouco da cultura, das tradições e da culinária em cada região do

Brasil: Norte
Na região norte acontecem dois importantes eventos culturais: o Festival de Parintins no Amazonas e o
Círio de Nazaré em Belém do Pará.
O Festival de Parintins conta com apresentações semelhantes ao carnaval, com fantasias, alegorias
e enredo e acontece uma competição entre o boi caprichoso e o boi garantido.
O Círio de Nazaré é uma manifestação religiosa cristã de devoção à Nossa Senhora de Nazaré e
reúne cerca de 2 milhões de pessoas.
Nessa região, a culinária apresenta forte influência indígena, sobretudo na utilização do peixe e
da mandioca. Também são pratos típicos dessa região a carne de sol, o jambu e o tucupi (caldo de
mandioca cozido).

Nordeste
No nordeste, uma das manifestações artísticas mais tradicionais é a literatura de cordel, que é
um gênero literário produzido em versos. Os textos são escritos em folhetos e pendurados em cordas nas
apresentações, por isso o nome "cordel".
Outras tradições famosas dessa região são o maracatu, o bumba meu boi, o carnaval, a capoeira, o
frevo, o coco, a ciranda, a festa de Iemanjá, a marujada e a lavagem das escadarias do Bonfim.
Os pratos típicos da região são: acarajé, vatapá, caruru, sarapatel, carne de sol, bolo de fubá, arroz
doce, canjica, buchada de bode, tapioca, pamonha, feijão verde e cocada.

Centro oeste
O centro-oeste é uma região de grande diversidade devido às influências de outros estados, de
povos indígenas e até mesmo de outros países como a Bolívia e o Paraguai.
Nessa região, algumas das manifestações culturais famosas são a cavalhada, o fogaréu e o cururu. E
dentre os pratos típicos estão o arroz com pequi, o angu, o arroz boliviano o cural e os peixes do
pantanal.
Sudeste
No sudeste, algumas das tradições são as festas do divino, o carnaval, o bumba meu boi, o peão
boiadeiro, o samba de lenço, o caiapó, a dança de velhos, a folia de reis e o jongo.
Os pratos típicos dessa região são o cuscuz paulista, aipim frito, moqueca capixaba, pão de queijo,
feijoada, tutu de feijão, feijão tropeiro, queijo minas, farofa e bolinho de bacalhau.
Sul
O sul tem diversas manifestações culturais relacionadas aos imigrantes europeus,
principalmente alemães, italianos e japoneses.
Os grupos descendentes desses imigrantes preservam práticas culturais de dança, culinária e
também na arquitetura. É comum encontrar cidades inteiras construídas em estilo alemão, por exemplo.
No que se refere a culinária, destacam-se o chimarrão, especialmente no Rio Grande do Sul, o
pirão de peixe, o barreado (carne cozida em panela de barro) e a produção de vinho.

Significado de Tradição

Tradição é uma palavra com origem no termo em latim traditio, que significa "entregar" ou "passar
adiante". A tradição é transmissão de costumes, comportamentos, memórias, rumores, crenças, lendas, para
pessoas de uma comunidade, sendo que os elementos transmitidos passam a fazer parte da cultura.
Para que algo se estabeleça como tradição, é necessário bastante tempo, para que o hábito seja
criado. Diferentes culturas e mesmo diferentes famílias possuem tradições distintas. Algumas celebrações
e festas (religiosas ou não) fazem parte da tradição de uma sociedade. Muitas vezes certos indivíduos
seguem uma determinada tradição sem sequer pensarem no verdadeiro significado da tradição em questão.
No âmbito da etnografia, a tradição revela um conjunto de costumes, crenças, práticas,
doutrinas, leis, que são transmitidos de geração em geração e que permitem a continuidade de uma cultura
ou de um sistema social.
No contexto do Direito, tradição consiste na entrega real de uma coisa para efeitos da
transmissão contratual da sua propriedade ou da sua posse entre pessoas vivas. A situação jurídica resulta
de uma situação de fato: a entrega. Entretanto, a tradição poderá não ser material, mas apenas simbólica.

Tradição religiosa
Para muitas religiões, a tradição é o fundamento, conservado de forma oral ou escrita, dos seus
conhecimentos acerca de Deus e do Mundo, dos seus preceitos culturais ou éticos.

No caso do catolicismo, por exemplo, existe a diferenciação entre a tradição oral e a escritura, sendo que as
duas são consideradas fontes comuns da revelação divina. Essa doutrina foi definida como dogma da fé nos
Concílios de Trento em 1546, do Vaticano I em 1870 e do Vaticano II em 1965. Uma tradição pode ser
interpretada de várias formas diferentes e ainda nos dias de hoje há contradições entre teólogos protestantes
e católicos.

Regionalismo
Regionalismo é um grupo de particularidades de uma determinada região que se manifesta na linguística,
política ou na literatura.
Regionalismo é entendido como particularidades de uma determinada região que dissemina uma
mesma cultura, seja através da linguística, da política ou da literatura.
Nesse sentido, o Brasil é hoje um país marcado por diversos regionalismos, que ajudaram a compor
a pluralidade de culturas da nação. Portanto, essa pluralidade é notada no dialeto, nas
manifestações ideológicas e nos livros de romance.

Regionalismo linguístico

Europeus, africanos e índios. Ou seja, esse foi o choque de culturas que os livros de história
relatam, após a chegada dos navios negreiros no Brasil.
Contudo, essa mistura deu início a uma miscigenação do povo brasileiro, que resultou em diversos
regionalismos distintos.
Neste viés, a maior forma de expressão do regionalismo é através do dialeto. Por exemplo, a
região Sul do Brasil foi mais colonizada pelos europeus. Desta forma, é notável que, tanto os costumes,
quanto a fala, sejam semelhantes aos dos colonizadores.
Sendo assim, dentre os dialetos do português, os mais comuns são:

Mapa de dialetos no Brasil – Fonte: The Fools

Nesse sentido, o dialeto traz uma gama de opções de expressões para um mesmo sentido, sendo
manifestadas nas palavras.

Exemplo de diferenças na variação linguística por conta dos regionalismos individuais – Fonte:
Docplayer

Por exemplo, a planta de nome científico Manihot esculenta é chamada de aipim ou


macaxeira na região Norte e no Nordeste, por influências indígenas. Por outro lado, na maior parte do país,
a planta é chamada de mandioca. Dessa mesma forma, ocorre com outras palavras, onde as variáveis
linguísticas são as principais características de identificação em cada estado.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
1. O que é Cultura?

2. Em que consiste a alteridade?

3. Qual o significado da palavra alteridade? Existe algum sinônimo para ela? Explique.

4. O que representa a cultura na sociologia?

5. Quais são os tipos de cultura? Defina cada uma deles.

6. Quais são os elementos culturais?

7. Quais são Características da Cultura?

8. A diversidade cultural brasileira foi influenciada por quatro grandes grupos: Quais são eles?

9. O que é Diversidade Cultural?

10. Como é representada diversidade cultural no Brasil?

11. O que é tradição?

12. O que é regionalismo?

13. Defina Regionalismo linguístico, Regionalismo na literatura e Regionalismo e política.

MANIFESTAÇÕES CULTURAIS

Manifestação cultural é toda forma de expressão


humana na qual o ser humano expressa a sua cultura,
seja por meio de celebrações ou rituais, ou nas danças e
festas.
Portanto, fazem parte da cultura de um povo as
seguintes atividades e manifestações: música, teatro,
rituais religiosos, língua falada e escrita, mitos, hábitos
alimentares, danças, arquitetura, invenções,
pensamentos, formas de organização social, folclore,
festas populares, tradições, etc.
A diversidade e a riqueza da cultura popular
brasileira são notórias nos quatro cantos do país.
Manifestações ligadas à música, à dança e à religião são
símbolo de resistência, da identidade e da história de
diversos territórios e povos.
Para que serve a manifestação cultural?
Manifestação é um ato coletivo em que os cidadãos se reúnem publicamente para expressar uma opinião
pública. O objeto das manifestações são, em geral, tópicos de natureza política, econômica e social.

Qual a importância da manifestação cultural?


Partindo das conjecturas de que Cultura/s e Educação são fenômenos coexistentes, de que a diversidade
cultural, os conteúdos e formas das culturas locais e regionais, com suas vertentes, também são essenciais
nos processos de formação humana, do cuidado com a cidadania.

Quais são as características de uma manifestação?

Manifestação é um ato coletivo em que os cidadãos se reúnem publicamente para expressar


uma opinião pública. É habitual que se atribua a uma manifestação um êxito tanto maior quanto maior o
número de participantes. O objeto das manifestações são, em geral, tópicos de natureza política,
econômica e social.
O figurino dos dançarinos e o gênero tocado pelos instrumentistas também são características da
manifestação cultural.

Qual a diferença entre manifestações culturais populares e folclore?


Folclore é o conjunto de manifestações da cultura popular que são típicas de um determinado povo,
podendo realizar-se nas danças, contos e ritmos, por exemplo. Folclore é o que conhecemos como
manifestações da cultura popular que acontecem e que formam a identidade social de um povo.

 Exemplos de manifestações da cultura popular: carnaval, danças e festas folclóricas, literatura de cordel,
provérbios, samba, frevo, capoeira, artesanato, cantigas de roda, contos e fábulas, lendas urbanas, superstições, etc.

 Exemplos de festas populares brasileiras: Festas Juninas, Folia de Reis, Festival Folclórico de Parintins,
Festa do Divino, Círio de Nazaré e Festa do Peão de Barretos.

 Exemplos de folguedos brasileiros: Congada, Marujada Fandango, Cavalhada, Bumba-meu-Boi.

Na região norte acontecem dois importantes eventos culturais: o Festival de Parintins no Amazonas e
o Círio de Nazaré em Belém do Pará.
O Festival de Parintins conta com apresentações semelhantes ao carnaval, com fantasias, alegorias
e enredo e acontece uma competição entre o boi caprichoso e o boi garantido.
O Círio de Nazaré é uma manifestação religiosa cristã de devoção à Nossa Senhora de Nazaré e
reúne cerca de 2 milhões de pessoas.

No nordeste, uma das manifestações artísticas mais tradicionais é a literatura de cordel, que é
um gênero literário produzido em versos. Os textos são escritos em folhetos e pendurados em cordas nas

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apresentações, por isso o nome "cordel".
Outras tradições famosas dessa região são o maracatu, o bumba meu boi, o carnaval, a capoeira, o
frevo, o coco, a ciranda, a festa de Iemanjá, a marujada e a lavagem das escadarias do Bonfim.

No sul tem diversas manifestações culturais relacionadas aos imigrantes europeus, principalmente
alemães, italianos e japoneses.
Os grupos descendentes desses imigrantes preservam práticas culturais de dança, culinária e
também na arquitetura. É comum encontrar cidades inteiras construídas em estilo alemão, por exemplo.

O centro-oeste é uma região de grande diversidade devido às influências de outros estados, de


povos indígenas e até mesmo de outros países como a Bolívia e o Paraguai.
Nessa região, algumas das manifestações culturais famosas são a cavalhada, o fogaréu e o
cururu.

No sudeste, algumas das tradições são as festas do divino, o carnaval, o bumba meu boi, o peão
boiadeiro, o samba de lenço, o caiapó, a dança de velhos, a folia de reis e o jongo.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

1. O que é Manifestação cultural?

2. Para que serve a manifestação cultural?

3. Qual a importância da manifestação cultural?

4. Quais são as características de uma manifestação?

5. Qual a diferença entre manifestações culturais populares e folclore?

6. Cite exemplos de manifestações culturais.

EMPREENDEDORISMO SOCIAL
Um empreendedor social é aquele que apresenta e desenvolve soluções inovadoras para atender aos problemas sociais. São profissionais ambiciosos e persistentes,
que se preocupam com as grandes questões sociais. Estão em busca de ideias que tragam mudanças em grande escala.
Ser um empreendedor social significa maximizar o capital social para realizar mais iniciativas, programas e ações para o desenvolvimento sustentável de uma
comunidade, cidade ou região. O empreendedorismo social surge especialmente em contextos turbulentos, de crise e de desafios econômicos, sociais e ambientais.
O que é o empreendedorismo social?
Empreendedorismo social é um conjunto de ações empreendedoras que buscam a melhoria da sociedade. Para isso, os empreendedores criam medidas que podem, ao
mesmo tempo, ser lucrativas e sociais. Trata-se de um tipo de empreendedorismo que busca implantar medidas sustentáveis.
A ideia é conciliar os avanços tecnológicos e outros progressos sociais com um meio mais sustentável. Assim é possível que todos tenham acesso a melhores
condições de vida. Uma das metas do empreendedorismo social é reduzir as desigualdades sociais e econômicas.
Para isso, são criados modelos de negócios que não geram somente dinheiro. Esses empreendimentos trazem melhorias em todos os setores existentes em uma
sociedade. É uma forma de empreender que deseja construir uma vida mais justa, preservando o meio ambiente e reduzindo as distâncias sociais.
Qual a diferença entre o empreendedorismo social e o empreendedorismo tradicional? O empreendedorismo tradicional é aquele por meio do qual as empresas

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oferecem serviços e produtos à sociedade. Assim, essas organizações conseguem lucrar e prosperar cada vez mais com aquilo que arrecadam com as suas vendas.
No empreendedorismo social, também pode haver lucro, mas, nesse caso, existe também um grande objetivo social. Há o desejo de melhorar a vida das pessoas
impactadas pelo empreendimento. As empresas tradicionais até podem fazer algum tipo de ação em benefício de determinadas causas sociais, mas este não é o seu foco
principal. Já no empreendedorismo social, as causas sociais são o principal motivo da existência da companhia.
Não é somente uma ação para dar mais visibilidade para a organização. Outra diferença importante é que as empresas tradicionais segmentam o mercado com vistas a
atender a um público-alvo específico, que possa pagar pelas suas soluções.
A empresa social, entretanto, vai ao encontro de populações carentes, marginalizadas e não atendidas pelo empreendedorismo clássico. Por isso, ela até pode ter fins
lucrativos, mas o seu principal propósito é atender aos apelos de grupos mais necessitados. Os três componentes do empreendedorismo social. Toda iniciativa de
empreendedorismo social é constituída por três elementos. Confira quais são eles.
1. O diagnóstico
O primeiro passo para a criação de um empreendimento social é a identificação de alguma injustiça. Nesse contexto, a injustiça se refere à percepção de que um
segmento da sociedade está sendo excluído ou que existe algum grande sofrimento no planeta. Em geral, as pessoas mais impactadas por essas questões não têm recursos
financeiros ou influência política para alcançar soluções.
Entre esses principais problemas, podem ser citados:

 Educação de má qualidade, analfabetismo e exclusão digital;


 Falta de moradia;
 Desnutrição e atendimento médico precário;
 Subemprego e desemprego;
 Exclusão social de determinados grupos: mulheres, negros, pessoas com deficiência, comunidade LGBTQIA+, entre outros;
 Violações aos Direitos Humanos;
 Problemas ambientais: maus tratos a animais, desmatamento, poluição, mal uso de recursos naturais (com incentivo ao desenvolvimento de energias renováveis,
reciclagem e indústrias limpas).

2. A identificação da oportunidade
Após o diagnóstico desse problema, ele deve ser transformado em uma oportunidade de negócio. Isso significa desenvolver uma ideia de empresa que ofereça uma
solução para os impactados. Esse trabalho é feito com a iniciativa do empreendedor e com a sua capacidade de formar equipes motivadas, criativas e inspiradas. É preciso ter
coragem para transformar a realidade.
3. A criação de uma nova realidade
A ideia é que, após a implementação desse novo negócio, os problemas sociais identificados sejam minimizados. Com isso, a população afetada ganha mais qualidade de
vida. Esse é o grande objetivo do empreendedorismo social. Não é como uma empresa convencional que está focada em alcançar boa lucratividade. Há o desejo de fazer do
mundo um lugar melhor.
O que difere o empreendedorismo social, a assistência social e as ONGs?
À primeira vista, os conceitos de empreendedorismo social, assistência social e ONGs parecem bem similares. Os três têm o objetivo de promover alguma melhoria
quanto aos já citados problemas da sociedade. Contudo, existem sim algumas diferenças básicas entre eles.O empreendedorismo social é uma iniciativa que tem o objetivo de
resolver um determinado problema social e ampliar a sua atuação para áreas cada vez maiores.
A prestação da assistência social, entretanto, fica sempre limitada a uma mesma localidade, restringindo o seu potencial de atuação. No empreendedorismo social,
porém, a ideia é fazer com que esse negócio prospere, ampliando cada vez mais a sua abrangência, em diferentes bairros, cidades e países.Quanto às ONGs, elas também lutam
pelas mesmas causas dos empreendedores sociais. Entretanto, essas organizações são completamente dependentes das doações de pessoas físicas, empresas, fundações e até do
governo para manter as suas ações.
No empreendedorismo social, porém, a empresa é autossustentável e pode gerar lucro. Essas instituições até podem receber doações de terceiros, mas não dependem
delas para sobreviver e crescer.Assim, o empreendedorismo social constitui um conjunto de atividades econômicas. As empresas desse tipo reinvestem os seus lucros em seu
próprio progresso para promover ainda mais melhorias na sociedade.
Exemplos de empreendedorismo social no Brasil
O Brasil conta com bons exemplos de empresas de empreendedorismo social. Confira três dos principais exemplos do nosso país:
Projeto Tamar
O Projeto Tamar foi fundado na Bahia em 1980, com o objetivo de proteger as tartarugas marinhas, em extinção no litoral brasileiro. Atualmente, há diversas unidades do
projeto em estados do Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil, protegendo variadas espécies da vida marinha.A atuação da empresa se concentra em três linhas: conservação e
pesquisas aplicadas, educação ambiental e desenvolvimento local sustentável.
Instituto Chapada
O Instituto Chapada é um empreendimento criado em 2006 com a finalidade de oferecer formação continuada a professores e coordenadores pedagógicos, entre outras
ações. Seu objetivo é beneficiar a qualidade do ensino público em determinados municípios da Bahia.
GRAAC
O GRAAC, Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer, é um instituto que foi criado em 1991. Seu objetivo é proporcionar às crianças e aos adolescentes
com câncer um tratamento médico de qualidade.O seu propósito é ser um centro médico de referência em ensino, pesquisa, diagnóstico e tratamento do câncer infantojuvenil. A
prioridade é da população de baixa renda.O empreendedorismo social está ganhando cada vez mais força na sociedade atual!

Atividades
1. Enumere os parágrafos e faça um resumo de cada um deles.

2. Questões:
A. Conceitue empreendedorismo social.
R: Um empreendedor social é aquele que apresenta e desenvolve soluções inovadoras para atender aos problemas sociais. São profissionais ambiciosos e persistentes, que se
preocupam com as grandes questões sociais. Estão em busca de ideias que tragam mudanças em grande escala.
B. O que significar ser um empreendedor social?
R: Ser um empreendedor social significa maximizar o capital social para realizar mais iniciativas, programas e ações para o desenvolvimento sustentável de uma comunidade,

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cidade ou região.
C. O que é o empreendedorismo social?
R: Empreendedorismo social é um conjunto de ações empreendedoras que buscam a melhoria da sociedade. Para isso, os empreendedores criam medidas que podem, ao
mesmo tempo, ser lucrativas e sociais.
D. Qual é a ideia do empreendedorismo social?
R: A ideia é conciliar os avanços tecnológicos e outros progressos sociais com um meio mais sustentável. Assim é possível que todos tenham acesso a melhores condições de
vida.
E. Quais melhorias esses empreendimentos trazem?
R: Esses empreendimentos trazem melhorias em todos os setores existentes em uma sociedade. É uma forma de empreender que deseja construir uma vida mais justa,
preservando o meio ambiente e reduzindo as distâncias sociais.
F. Qual a diferença entre o empreendedorismo social e o empreendedorismo tradicional?
R: O empreendedorismo tradicional é aquele por meio do qual as empresas oferecem serviços e produtos à sociedade. Assim, essas organizações conseguem lucrar e prosperar
cada vez mais com aquilo que arrecadam com as suas vendas. Oempreendedorismo social, também pode haver lucro, mas, nesse caso, existe também um grande objetivo social.
Há o desejo de melhorar a vida das pessoas impactadas pelo empreendimento.
G. Toda iniciativa de empreendedorismo social é constituída por três elementos, retire do texto os três componentes do empreendedorismo social.
1. O diagnóstico: O primeiro passo para a criação de um empreendimento social é a identificação de alguma injustiça. Nesse contexto, a injustiça se refere à percepção de que
um segmento da sociedade está sendo excluído ou que existe algum grande sofrimento no planeta. Em geral, as pessoas mais impactadas por essas questões não têm recursos
financeiros ou influência política para alcançar soluções.
2. A identificação da oportunidade: Após o diagnóstico desse problema, ele deve ser transformado em uma oportunidade de negócio. Isso significa desenvolver uma ideia de
empresa que ofereça uma solução para os impactados. Esse trabalho é feito com a iniciativa do empreendedor e com a sua capacidade de formar equipes motivadas, criativas e
inspiradas. É preciso ter coragem para transformar a realidade.
3. A criação de uma nova realidade:A ideia é que, após a implementação desse novo negócio, os problemas sociais identificados sejam minimizados. Com isso, a população
afetada ganha mais qualidade de vida. Esse é o grande objetivo do empreendedorismo social. Não é como uma empresa convencional que está focada em alcançar boa
lucratividade. Há o desejo de fazer do mundo um lugar melhor.
H. Diferencie:
Empreendedorismo social: O empreendedorismo social é uma iniciativa que tem o objetivo de resolver um determinado problema social e ampliar a sua atuação para áreas
cada vez maiores.
Assistência social: A prestação da assistência social, entretanto, fica sempre limitada a uma mesma localidade, restringindo o seu potencial de atuação.
ONGs:Ás ONGs, elas também lutam pelas mesmas causas dos empreendedores sociais. Entretanto, essas organizações são completamente dependentes das doações de
pessoas físicas, empresas, fundações e até do governo para manter as suas ações.
3. Enumere a primeira coluna de acordo com a segunda.

São exemplos de empreendedorismo social no Brasil:


1. Projeto Tamar
2. Instituto Chapada
3. GRAAC
( 2 ) É um empreendimento criado em 2006 com a finalidade de oferecer formação continuada a professores e coordenadores pedagógicos, entre outras ações. Seu objetivo é
beneficiar a qualidade do ensino público em determinados municípios da Bahia.
(3 ) É um instituto que foi criado em 1991. Seu objetivo é proporcionar às crianças e aos adolescentes com câncer um tratamento médico de qualidade. O seu propósito é ser
um centro médico de referência em ensino, pesquisa, diagnóstico e tratamento do câncer infantojuvenil. A prioridade é da população de baixa renda.
(1 ) O objetivo de proteger as tartarugas marinhas, em extinção no litoral brasileiro. Atualmente, há diversas unidades do projeto em estados do Sul, Sudeste e Nordeste do
Brasil, protegendo variadas espécies da vida marinha. A atuação da empresa se concentra em três linhas: conservação e pesquisas aplicadas, educação ambiental e
desenvolvimento local sustentável.

4. Coloque (V) para Verdadeiro e (F) Falso em seguida reescreva as alternativas falsas tornando-as verdadeiras.

( F ) O empreendedorismo social não tem força força na sociedade atual.


(V )À primeira vista, os conceitos de empreendedorismo social, assistência social e ONGs parecem bem similares.
( F ) No empreendedorismo social, porém, a empresa é autossustentável e pode gerar lucro. Essa instituição não pode receber doações de terceiros.
( V ) A ideia é que, após a implementação desse novo negócio, os problemas sociais identificados sejam minimizados.
( F) O empreendedorismo social é aquele por meio do qual as empresas oferecem serviços e produtos à sociedade.
( F ) No empreendedorismo Tradicional, também pode haver lucro, mas, nesse caso, existe também um grande objetivo social.

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O que é democracia?

Normalmente, quando se fala em democracia,


a primeira imagem que nos vem ao pensamento é a
imagem do voto. Essa imagem é adequada e
está no fundamento da democracia. Por outro lado,
o voto é, dentro do próprio sistema democrático, a
consequência de um conjunto de ideias anteriores.
Vamos tentar deixar isto mais claro: podemos
dizer que a democracia é aquele sistema político
onde todos têm direito ao voto e as decisões são
tomadas a partir do voto da maioria.

A democracia e sua transformação ao longo da história

A palavra democracia tem origem na Grécia antiga e significa “governo do povo”. Portanto, todo aquele
regime que se reivindica como democrático, pressupõe a participação dos cidadãos e cidadãs no destino do
país. É a partir daqui, na maneira como se dá a tal participação, que ao longo da história a democracia foi
ganhando vários formatos, onde as pessoas participam de forma direta ou indireta.

A seguir, vamos conhecer alguns formatos do regime democrático:

 Democracia representativa:

Um dos modelos mais tradicionais é o de democracia representativa – formato aplicado no Brasil, que
funciona a partir das eleições que, em basicamente todo o mundo ocidental, são sustentadas pelo Sufrágio
Universal, ou seja, todas e todos podem votar e escolher o seu representante, daí a ideia de
representatividade democrática.

No modelo representativo, os políticos e ou cidadãos que desejem exercer cargos eletivos necessitam estar
filiados em partidos políticos, estes lançam os candidatos, que por sua vez e sempre nos períodos eleitorais,
podem ir às ruas ou utilizar outros métodos para pedir votos às pessoas.

No Ocidente, a democracia representativa é maioria, com algumas diferenças de um país para outro. E
quais são essas diferenças? A começar pela duração dos cargos eletivos (varia entre 4 e 5 anos),
financiamento de campanhas: em alguns países apenas cidadãos podem doar, em outros, o financiamento é
misto, ou seja, pessoas e empresas privadas podem ajudar com dinheiro e, em alguns países, além dos dois
meios de financiamento, o Estado também possui um fundo eleitoral, caso do Brasil. E como os partidos
políticos acessam esse fundo? De acordo com a sua bancada na Câmara dos Deputados Federais: quanto
maior o partido, mais dinheiro recebem.

 Democracia participativa ou direta

O modelo de democracia participativa é considerado por especialistas como o mais ideal, pois a ideia é
conceder poder deliberativo aos cidadãos e cidadão. E o que seria o poder de deliberativo? Os eleitores
podem barrar diretamente decisões que considerem ruins por parte dos governantes. Por exemplo: o
governador de um estado decide construir uma ponte, porém essa construção vai afetar diretamente a vida

44
de moradores de um determinado bairro. Esses moradores, organizados, na democracia participativa
podem barrar tal medida. Em uma democracia representativa, os afetados pela construção dependem dos
deputados e vereadores para barrarem ações que considerem negativas.
É importante destacar que o modelo de democracia participativa também não é homogêneo. A participação
dos cidadãos pode ser através de conselhos populares organizados em nível nacional, estadual e municipal;
participação direta no destino da verba pública a partir de audiências deliberativas, ou seja, são os grupos
organizados que decidem onde o dinheiro público vai ser investido e, por ser deliberativa, o governo
nacional e o local não podem desobedecer.

No Brasil nós tivemos uma pequena experiência de democracia participativa durante a gestão da então
prefeita da cidade de São Paulo, Marta Suplicy (PT), com a instituição do Orçamento Participativo (OP),
onde grupos organizados participavam de uma audiência pública e decidiam o destino de 15% do
orçamento da cidade.

Para especialistas, o modelo participativo de democracia é ideal demais e por isso tão pouco aplicado.
Alguns avaliam que ele pode funcionar em países pequenos, mas não em nações como o Brasil ou EUA,
que são grandes demais.

Qual a diferença entre parlamentarismo e presidencialismo?

Parlamentarismo e presidencialismo são dois sistemas de governo que existem na maioria dos
governos democráticos da atualidade.
O objetivo é o mesmo: garantir a governabilidade e a segurança do Estado e dos cidadãos.
A principal diferença entre os dois sistemas de governo é o modo como é escolhido o chefe do
Poder Executivo. Também se as funções como chefe de Estado e de Governo são concentradas em uma só
pessoa ou divididas em duas.
No presidencialismo, o chefe do Poder Executivo é o presidente, que é eleito pelo povo por
meio do voto direto ou indireto.

Parlamentarismo

O Parlamentarismo é um sistema de democracia que também pode ser entendido como


representativo, porém o chefe de Estado, que geralmente é o 1º Ministro, depende de formar uma maioria
no Congresso Nacional. Ou seja, ao contrário do modelo brasileiro, onde o Presidente da República
concentra boa parte do poder, seja de verba ou de decisões, nos regimes parlamentaristas o poder está
concentrado nas mãos dos parlamentares.
Desta maneira, o representante do país não é eleito de maneira direta, como fazemos no Brasil ao
votar em candidatos(as) à presidência da República. Quem nomeia o futuro Chefe de Estado é a maioria
parlamentar eleita. Em alguns países, Espanha, por exemplo, esse voto se dá por meio de uma lista
fechada, ou seja, você escolhe votar na lista do partido X, se este obtiver maioria é ele quem decide ou
nomeia o futuro representante do país. Às vezes, nenhum partido consegue maioria absoluta para indicar o
Chefe de Estado, a partir daí os partidos começam uma negociação para formar uma maioria e é neste
ponto que aparece um dinamismo interessante neste regime: supondo que os partidos Y e N não foram os
mais votados, mas, juntos, conseguem o maior número de parlamentares, cabe a estes dois partidos indicar
o representante, mesmo que o partido X, como indicado antes, tenha obtido a maioria dos votos.
No regime parlamentarista os chefes de Estados não são depostos por meio do impeachment, como
ocorre no Brasil, mas sim por meio de dois caminhos: 1) Voto de desconfiança: se os parlamentares
considerarem que o atual governo não está realizando uma boa gestão, eles colocam em votação a
Desconfiança, se esta for aprovada, o governo é dissolvido. Em alguns países, isso gera obrigatoriamente
novas eleições, em outros, quem monta o novo governo é o partido que propõe o Voto Desconfiança. 2)
45
Dissolução da base de apoio: se o governo em questão perde sua base de apoio, o chefe de Estado é
automaticamente removido do cargo. Neste caso há dois caminhos: o próprio partido do poder pode fazer
uma eleição interna e escolher um novo representante ou novas eleições podem ser convocadas.
Alguns países que são parlamentaristas: Alemanha, Reino Unido, Japão, Irlanda, Itália, Espanha e
outros.
Presidencialismo Parlamentarismo
O presidencialismo é um sistema de governo Parlamentarismo é um sistema de governo em
em que o presidente é o Chefe de Estado e que o Poder Legislativo (parlamento) define o
Chefe de Governo. Este presidente é o representante do Poder Executivo. Todos os
responsável pela escolha dos ministros e deve projetos, leis e outras decisões do governo são
submeter seus submetidos a votação do
Definição projetos de lei ao parlamento. parlamento.
Primeiro-Ministro (em alguns países é chamado
de Chanceler, Presidente do Conselho de
Poder Ministro, Presidente do
executivo Exercido pelo Presidente da República. Governo).
O primeiro-ministro é escolhido pelo
parlamento, por meio da maioria de votos
internos. Ele também pode ser escolhido pelo
Chefe de Estado através de uma lista fornecida
Por meio de voto direto do povo. Nos Estados pelo parlamento.
Escolha do Unidos, o presidente é eleito por um colegiado. Por sua parte, o parlamento é escolhido
representante pelos cidadãos.
Depende do país. No Brasil, o mandato é de 4
anos, já na França é de cinco anos. Indefinido.
Tempo de A possibilidade de reeleição também Em certos países há eleições a cada quatro ou
mandato depende das leis de cada país. cinco anos.
Onde surgiu Estados Unidos Inglaterra Medieval
Fiscalizar, debater leis que sejam Todas as decisões do governo passam pelo
Função do sugeridas pelo Executivo e ser um parlamento. Ele também é responsável pela
parlamento contrapeso aos atos do mesmo. escolha do Chefe de Governo.
O chefe de Estado (rei ou presidente) é exercido
Chefia de Está concentrado na mesma pessoa que por outra pessoa e esta não
Estado exerce a chefia de governo. possui responsabilidades políticas.
Em caso de falecimento ou por meio do
Impeachment. Este só acontece apenas em O parlamento tem o poder de substituir o Chefe
casos de crimes de responsabilidade, cassação de Governo. Em caso de suspeita de corrupção,
Interrupção do por crime eleitoral ou crime pode ser aprovado o voto de
governo comum durante o mandato. censura.
Canadá, Inglaterra, Suécia, Itália,
Exemplos Brasil, Estados Unidos, Argentina, Uruguai Alemanha, Portugal.
No presidencialismo, o presidente exerce o O Poder Executivo necessita da aprovação do
Poder Executivo, enquanto os outros dois parlamento para ser formado.
Divisão de poderes (Legislativo e Judiciário) possuem No entanto, há independência entre os
Poderes autonomia. poderes Executivo, Judiciário e Legislativo.
Em qual regime
de governo
pode ser
aplicado? República Monarquia e república

A divisão de poderes

46
Até este momento nós acompanhamos os modelos de democracia existentes no mundo. Percurso
importante para que vocês tenham em mente que não existe apenas um e que todos estes modelos
apresentados possuem características diferentes, a depender do país. Porém, todos eles têm uma marca em
comum: a participação da população no destino político do país.
Além disso, a democracia possui outras marcas: a liberdade de expressão, onde, de acordo com as
regras de cada país, os cidadãos e cidadãs podem expressar suas respectivas opiniões, estas características
nos levam a outra, que também acompanha um regime democrático: a liberdade de imprensa, ou seja,
jornais, revistas, rádio, portais de internet, etc., podem fazer críticas ou elogios aos governos sem que
sofram sanções.
Além dos pilares da participação dos cidadãos e cidadãs por meio do voto ou pela participação de
Conselhos Populares (deliberativos ou consultivos,) e da liberdade de expressão, a democracia possui outra
marca: a divisão de poderes; são eles: executivo, legislativo e judiciário. Vejamos a competência de cada
um deles:

Executivo
O poder executivo é aquele designado ao representante eleito (presidente, governador e prefeito)
– direta ou indiretamente, como vimos anteriormente – e que tem por obrigação aplicar o seu plano de
governo. E como isso se dá? Tanto no regime presidencialista (representativo ou participativo), quanto no
Parlamentarista, esse poder executivo é distribuído em ministérios que são responsáveis por assuntos
específicos. Por exemplo: economia, educação, saúde, segurança, direitos humanos, arte e cultura, lazer
etc.

Legislativo
O poder legislativo varia muito conforme o país. Por exemplo, no Brasil nós temos três tipos de
poder legislativo: o municipal (Câmara dos Vereadores), o estadual (Assembleia Legislativa) e o nacional
(Câmara dos Deputados Federais e o Senado, estes dois compõem aquilo que é chamado de Congresso
Nacional).

E o que faz cada um?

O vereador é responsável por fiscalizar o trabalho da prefeitura e também atuar na zeladoria da


cidade; o deputado estadual é aquele que é eleito para trabalhar pela sua região, mas também pelo estado
(São Paulo, Bahia, etc.) como um todo; o deputado federal é responsável por fiscalizar o trabalho do
representante do poder executivo, bem como propor leis nacionais e também conseguir verba para a sua
região. Além disso, os deputados federais possuem a prerrogativa de propor e revogar (derrubar) leis e
alterar a Constituição. Os senadores e senadoras, assim como o deputado federal, também representam as
suas respectivas regiões, mas também atuam como fiscalizadores do Poder Executivo e possuem o poder
de criar ou derrubar leis e também de alterar a Constituição. Porém, seus respectivos mandatos possuem 8
anos de duração, enquanto dos deputados e vereadores, 4 anos.

Judiciário
O poder judiciário, além de garantir os direitos da população, ele também serve como fiscalizador
do Poder Executivo e ele está dividido em algumas esferas: O Supremo Tribunal Federal (STF), O
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tribunais Regionais Federais
e Juízes Federais, os Tribunais e Juízes do Trabalho, os Tribunais e Juízes Eleitorais, os Tribunais e Juízes
Militares e os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal.
Cabe destacar que dentro de cada estrutura dessa funcionam uma série de outras subestruturas do
Poder Judiciário, como os tribunais estaduais.

Quando votamos, estamos escolhendo qual será o melhor representante ou conjunto de


47
representantes que melhor irá administrar os recursos públicos.
Por isso, não faz diferença se quem está votando é rico ou pobre, pois os recursos públicos são
propriedade de todos os membros de uma sociedade, representados pelo Estado.
Além dos recursos financeiros, a estrutura pública também é formada de recursos “legais”, isto é,
de um determinado código de leis que rege a sociedade como um todo, e que cabe também aos
representantes eleitos pelo voto a estabelecerem.

Princípios democráticos fundamentais

É importante notar que o direito ao voto se refere sempre a uma comunidade específica. Por
exemplo, nas eleições municipais de uma cidade “x”, só podem votar para escolher como prefeito ou
vereador, as pessoas que são naturais desta cidade.
Da mesma forma, um brasileiro que não tenha dupla nacionalidade, ou seja, não tenha direitos
políticos em dois países diferentes, não pode participar dos processos eleitorais que ocorrem, por exemplo,
na Itália. Desta forma, a universalidade do direito ao voto sempre está regulada pela participação de
determinado indivíduo em determinada comunidade.
Na Grécia antiga, onde surgiu a democracia, temos um exemplo interessante a respeito das
restrições da democracia quanto a quem tinha direito ao voto. Se tomarmos, por exemplo, a cidade de
Atenas entre os séculos VI e V a.C, poderemos verificar que as condições para que se tivesse direito ao
voto eram não ser:

 escravo,
 estrangeiro ou
 do sexo feminino.

Essas condições faziam com que o percentual efetivo de pessoas que tinham direito ao voto não
ultrapassasse os 15%. Obviamente, se compararmos a sociedade democrática de hoje com a democracia
ateniense de 2.600 anos atrás, iremos constatar que hoje existe uma abrangência muito maior do direito ao
voto.
As mulheres conquistaram igualdade política na sociedade ocidental e a escravidão é uma prática
completamente extinta das estruturas políticas dos Estados ocidentais, desde o século XIX.

48
É preciso compreender que o verdadeiro centro da democracia é a ideia de que todos os membros
de determinada comunidade têm igual direito e dever de intervir nas decisões que se referem aos recursos
públicos. O voto é o meio através do qual este processo pode ser realizado e deve ser visto sempre como
uma consequência de um processo maior, e não como um ato isolado em si mesmo.
O valor do voto reside no comprometimento da pessoa que votou com determinada proposta, pois o
que realmente transforma uma sociedade é o
cuidado contínuo com a mesma, expresso através das manifestações públicas que exigem direitos
públicos, tais como:

 justiça,
 igualdade de direitos,
 dignidade,
 condições de trabalho,
 educação,
 saúde.
Cabe ainda ressaltar que a democracia, embora seja cada vez mais afirmada como valor universal, é um
valor de origem claramente ocidental.
Na verdade, o próprio ocidente passou muito mais tempo afastado da democracia, do que próximo a
ela. O continente europeu foi por mais de 1.600 anos governado por imperadores, reis e pela igreja
católica. Essas formas de governo se caracterizavam pelo poder de oligarquias, que são pequenos grupos
de pessoas consideradas nobres e que por isso teriam o direito de governar.

49
A democracia, tal como podemos observar no ocidente, é, portanto, fruto de um longo processo
histórico que pode parecer estranho às culturas que vieram de outras influências filosóficas e religiosas.
Por isso, a discussão de até que ponto e em que velocidade a democracia pode (ou não) se estender
como um valor realmente universal, configura-se como tarefa muito delicada e necessária do ponto de vista
de uma ética global.
O panorama da extensão da democracia no mundo de hoje aponta que esta se mostra presente em
toda a Europa, predominante na América, e pouco expressiva na Ásia e África.

Uma democracia ou várias democracias?

Como vimos, a democracia é fruto de um processo lento de desenvolvimento político das


sociedades ocidentais. Esse processo se mistura à própria história do ocidente, encontrando variações
relativas aos acontecimentos e ideias que marcaram cada país. Dessa forma, é preciso reconhecer que
existem democracias mais bem desenvolvidas que outras.
O que realmente tem valor dentro de uma democracia verdadeira é o comprometimento com
propostas políticas que são manifestadas através do voto. O voto é um meio para expressar a defesa de um
comprometimento político.
Só é possível que uma nação tenha consciência e compromisso político, na medida em que seus
50
habitantes estejam convencidos de que defender o bem-estar do Estado ao qual pertencem, é defender seu
próprio interesse particular.
Os habitantes de um país devem entender que ele foi e é fruto de uma construção coletiva, em favor
de uma terra onde se possa viver com prosperidade, paz e segurança. É preciso que o cidadão tenha a
consciência clara de que o destino de seu país pertence a ele, é fruto do seu trabalho.
Pode-se dizer que a experiência democrática no Brasil é muito recente e, por isso mesmo, ainda
precisa ser muito desenvolvida, sobretudo no que se refere à consciência da necessidade de respeito e
cuidado com a esfera pública.
Para exemplificar o que estamos querendo dizer em relação à consciência dos bens públicos, vamos
tomar por base o fato de o Brasil possuir uma das maiores cargas tributárias do mundo:
Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, realizado neste ano de
2009, cerca de 38,45 % do que recebemos por nosso trabalho é consumido com o pagamento de impostos e,
mesmo assim, não nos sentimos suficientemente indignados para cobrar do governo condições básicas de
saúde, educação e segurança.
Aliás, o brasileiro muitas vezes tem “vergonha” de cobrar seus direitos. Mesmo pagando quase 4
reais de cada 10 reais que ganha para tê-los. A razão deste comportamento incoerente é que, historicamente,
não tivemos tempo suficiente de experiência com a democracia e com o Estado de direito. Por isso ainda há
uma dificuldade para interiorizarmos a consciência de que todo o benefício público é financiado pelo
trabalho do povo.
Como pode um político qualquer se gabar tanto em dizer que “fez” uma ponte, um hospital ou um
colégio? Na verdade, quem faz a ponte, o colégio, o hospital e tudo mais, é o trabalho do povo.
O político brasileiro fala como se tivesse feito um grande gesto de bondade, como se tivesse doado
de seu salário a quantia necessária para a construção de obras públicas. O político, quando aplica o dinheiro
público para o bem público, não faz mais que a sua obrigação. É para isso que ele é pago, aliás, no Brasil,
excessivamente bem pago!
Como podemos ainda assistir a escândalos diários envolvendo políticos do alto escalão do governo,
sem termos com isso a mobilização necessária para reivindicar punições severas para aqueles que roubam
dinheiro público?
Quantos políticos você se lembra de serem condenados, presos por um tempo considerável por
crimes envolvendo o dinheiro do estado? Certamente, você não vai se lembrar porque, no Brasil, a lei não se
aplica devidamente aos crimes praticados contra o patrimônio público.
Dessa maneira, fica evidente que nossa democracia necessita progredir muito e não podemos dizer
que exista uma uniformidade das democracias existentes em países com históricos de formação muito
distintos. Certamente, alguns países europeus irão demonstrar graus de evolução democrática mais elevados
que os Estados Unidos.
O estado de evolução da democracia no Brasil apresenta índices bem mais elevados que na
Colômbia, Venezuela, Rússia e China, dentre outros. Ou seja, ao falarmos de democracia, devemos
sempre pensar em “democracias”, dada a variedade de estágios de desenvolvimento dos Estados
democráticos no mundo.

Corrupção: o grande “veneno” para a democracia

Ainda falta falarmosdeum valor


importantíssimo ligado ao fundamento da
democracia. Trata-se da “confiança”.

Em uma democracia, escolhemos representantes que possam cuidar dos nossos interesses. O papel do político é, basicamente, s
tal como cabe ao comandante de uma aeronave

51
conduziros passageiros emumaviagem
Por isso, uma relação de confiança sólida entre aqueles que votam e aqueles que são eleitos deve
ser estabelecida. Assim, deve haver um Estado democrático onde as pessoas estejam seguras de que podem
contar com o empenho de seus governantes eleitos para promover o bem-estar da comunidade.
Se não existir confiança, dificilmente haverá uma democracia de fato. Pois, escolher alguém que nos
represente é, “por si”, um ato de confiança.
Assim, ocorre que os políticos são aqueles que mais têm acesso aos recursos públicos. Nós lhes conferimos
poder para que façam o melhor emprego do dinheiro dos impostos de todos.
O que esperamos ou deveríamos esperar de um político é, na verdade, o que se deve esperar de
qualquer outro profissional que cuida de algo que nos pertence: honestidade.
E o político, tendo acesso aos recursos públicos, vê-se diante de dois caminhos: ou age com
honestidade e trabalha para o povo, honrando os votos de confiança que lhe foram dados, ou se corrompe.
Mas o que é se corromper? Muitas pessoas confundem a corrupção com a “mudança de ideia” ou de
vontade. Mas ela é algo significativamente diferente.
Você quer ver um exemplo: Imagine alguém que deseja ser prefeito visando o valor do salário e dos
benefícios que são atribuídos ao cargo e que consegue, por fim, ser eleito.
Imagine que essa pessoa descubra que, na verdade, gostaria de ganhar mais e de ter mais poder em
outra profissão. Este alguém ainda não é corrupto. Ele simplesmente mudou de ideia, mudou de
planos, não está mais satisfeito com os benefícios daquele cargo tão sonhado. Nesse caso, essa pessoa deve
abrir mão do cargo e ir em busca daquilo que lhe satisfaça, sem que, por isso, seja corrupto.
Basicamente, a corrupção nasce quando a pessoa finge estar comprometida com valores que na
verdade não está. Mas aí você pode se perguntar: a corrupção não tem a ver com receber dinheiro para
realizar coisas que não deveriam ser feitas?
A resposta é sim. No entanto, antes de ser um ato de recebimento de importâncias financeiras ou
favores, é um ato de quebra de confiança relativa a valores até então defendidos, tais como:

 igualdade,
 justiça,
 causas ambientais,
 bem-estar público,
 liberdade,
 dignidade,
 educação etc.
Vamos deixar isso mais claro: ninguém elege um político desejando que ele desvie dinheiro público
para multiplicar o seu salário. Elegemos políticos de acordo com a confiança que temos na sua suposta
capacidade moral de seguir os ideais defendidos no período de campanha.
Quando determinado político aceita dinheiro ou favores para não seguir os valores e ideais afirmados
em público, ou quando simplesmente se nega a trabalhar por estes valores, ele se corrompe. Isto é, ele ocupa
um cargo e recebe por ocupar este cargo, fingindo estar a favor de causas que para ele, na verdade,
não existem mais, foram corrompidas.
Nesse caso, com a corrupção dos valores, ocorre a quebra de confiança no sistema democrático, pois a
população percebe que foi traída na defesa de seus interesses.
Nesse sentido, a corrupção é algo que existe no mundo todo, mas que, no entanto, é especificamente um
problema mais recorrente em democracias mais jovens, como é o caso do Brasil. Isso porque, nesses casos, a
impunidade se mostra mais acentuada.
Sem valores, a democracia não é muito melhor que qualquer sistema tirânico disfarçado. Isso porque,
enquanto os sistemas tirânicos são baseados em imposições de governo por via da ameaça e da violência, os
sistemas democráticos tendem a ser regulados por valores tais como liberdade, igualdade e justiça.
Ou seja, são justamente os valores agregados à democracia que fazem dela um sistema de governo melhor
52
que o de um tirano, como o do ex-ditador do Iraque, Saddam Hussein.
É interessante notar que a liberdade está sempre presente em todo sistema democrático. Pode até ser que a
maioria dos políticos de um país democrático qualquer seja corrupta. Mas a liberdade, ou a sensação de
liberdade, sempre é mantida dentro dos Estados democráticos.
O que, de qualquer forma, não deixa de ser, mesmo diante do problema da corrupção, uma grande vantagem
em relação aos sistemas e governo tirânicos.

A democracia e as minorias

Quando falamos de democracia, é extremamente importante discutirmos a questão das minorias.


Já sabemos que o sistema democrático segue a vontade da maioria dentro de determinado meio social e que,
consequentemente, sempre existirá, para todos os casos, uma minoria “derrotada” democraticamente.
Deve ficar claro que com o mesmo cuidado com que o sistema democrático acata a vontade da
maioria, ele deve respeitar a discordância da minoria.
As minorias não podem nunca ser massacradas ou perseguidas. O fato de a maioria determinar as
decisões a serem tomadas não deve, e nem pode, inibir que a minoria manifeste, através da liberdade de
expressão, sua discordância.
Uma democracia que persegue os grupos menores deixa de ser uma democracia e se transforma em
um totalitarismo. Isto é, em um sistema que não admite divergências de pensamento em relação às tomadas
de decisão política de quem tem o poder. Em uma democracia, o eleito deve governar para todos, e não
simplesmente para os que o elegeram.
Deve-se entender que o voto de uma pessoa que pertence a uma determinada minoria relativa a uma
questão específica qualquer vale tanto quanto o voto da pessoa que participa da maioria para esta mesma
questão.
As pessoas não são melhores ou piores por participarem de grupos maiores ou menores. O respeito
individual dos membros de uma sociedade democrática deve sempre prevalecer sobre as divergências
coletivas.
Através deste equilíbrio, ao mesmo tempo que a vontade da maioria prevalecerá, o bem-estar da
minoria será garantido, já que ambos os grupos são constituídos por seres humanos individuais igualmente
merecedores de respeito.

Resumo
 O voto, dentro da democracia bem desenvolvida, não pode ser nunca um fim em si mesmo. Ele é a consequência
de um conjunto de ideias anteriores, sobretudo a de igualdade de direitos, e mostra-se como um meio para que
uma decisão seja tomada.
 A democracia parte do pressuposto de que todos têm os mesmos direitos dentro do Estado do qual participam.
 Para a democracia, é fundamental a divisão clara entre aquilo que é público e aquilo que é privado. O sistema
democrático opera, sobretudo, com as questões de cunho, social, político e econômico onde todos têm direitos
iguais.
 A estrutura pública é formada por recursos materiais e pelo corpo de leis que regulam o desenvolvimento da
sociedade.
 A universalidade do voto está sempre limitada pela participação de determinado indivíduo em determinada
estrutura social onde ele tem poder de voto. É preciso fazer parte de um meio para poder ter direitos políticos de
intervenção sobre ele.
 A democracia nasce na Grécia antiga e suas primeiras formas datam de mais de 2.600 anos.
 O processo de desenvolvimento da democracia é lento e obedece às variações culturais de cada país ou região.
 A verdadeira democracia exige que os cidadãos tenham real sentimento e consciência de pertença e
responsabilidade para com o meio onde vivem.
 A formação do Brasil partiu de um processo de colonização exploradora, enquanto que países como os Estados
Unidos passaram por processos de colonização de povoamento.

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 Cerca de 76% da história de nosso país é marcada pelo regime escravocrata.
 Muito de nossa passividade quanto aos crimes absurdos contra o dinheiro público deriva da nossa pouca
experiência histórica com a democracia.
 A carga tributária do Brasil é uma das maiores do mundo – 40% – e, mesmo assim, muitas vezes sentimos
“vergonha” quanto à cobrança de nossos direitos: mais um sintoma da fragilidade de nossa consciência
democrática.
 A corrupção se mostra como a grande inimiga da democracia na medida em que acaba com os vínculos de
confiança necessários entre eleitores e eleitos.
 A liberdade é talvez o traço mais fundamental da democracia.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
1. O que é democracia?
2. Defina presidencialismo e parlamentarismo.
3. Além dos pilares da participação dos cidadãos e cidadãs por meio do voto ou pela participação de Conselhos
Populares (deliberativos ou consultivos,) e da liberdade de expressão, a democracia possui outra marca: a divisão
de poderes, quais são eles?
4. Uma democracia sem exercício de voto não é possível. Por outro lado, o voto sem os
fundamentos da democracia não faz sentido democrático. Por quê?
5. Leia o fragmento de texto a seguir:

Só de Sacanagem!
Elisa Lucinda
[...]

54
Só de sacanagem! Dirão: “Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba” e vou dizer:
“Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e
meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o
tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.”

Dirão: “É inútil, todo mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal”. Eu direi:
Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o
começo, mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!

Agora, com base no que você aprendeu nesta aula, responda:

a) Que papel o valor “confiança” tem dentro do sistema democrático?


b) Aponte pelo menos uma medida fundamental para a diminuição do
nível de corrupção em nosso país
CIDADANIA

O que é a cidadania?
A cidadania representa o conjunto de
direitos e deveres que um cidadão tem
em um determinado território. Esse
conceito, que perpassa diversas áreas das
Ciências Humanas, é bastante amplo e
remete ao convívio pacífico da sociedade,
mediante um conjunto de diversos direitos e
deveres que devem ser assegurados e
respeitados, com vistas à construção de uma
sociedade plenamente democrática. Os direitos
e deveres de um cidadão envolvem as esferas
civil, política e social, assim como diversos
campos da sociedade, como a saúde, a
educação e a segurança.

→ Exemplos de cidadania
A cidadania é o termo que designa o conjunto de direitos e deveres de um indivíduo. São
exemplos de cidadania o direito ao voto livre e a liberdade de expressão. A função da cidadania é
contribuir para a participação ativa dos indivíduos na sociedade, e o exercício pleno da cidadania
promove a participação das pessoas em diversos setores da comunidade, havendo assim a construção
de uma sociedade democrática. Logo, a importância da cidadania remete à transformação social, por
meio da participação cidadã.
Conceito bastante amplo, a cidadania envolve diversas esferas da sociedade. São exemplos de cidadania
desde práticas individuais, como destinar o lixo doméstico para locais adequados de coleta e
reciclagem, até ações que impactam a sociedade como um todo, como o direito e o dever de participar
de uma eleição democrática por meio do voto.

Qual a função da cidadania?


A função da cidadania está relacionada à construção de uma sociedade democrática, levando em
conta os direitos e deveres dos cidadãos, sejam eles civis, políticos ou sociais, por meio da participação
ativa do indivíduo em diferentes esferas da sociedade.

55
Portanto, a função da cidadania é garantir o cumprimento dos direitos e deveres dos
cidadãos, visando a construir uma sociedade verdadeiramente democrática. Sendo assim, a
cidadania contribui, dentre outros aspectos, para a atenuação da desigualdade social e para o fomento do
desenvolvimento sustentável, por meio de ações individuais e coletivas que objetivem o respeito e a
solidariedade entre os indivíduos que compartilham um mesmo território.

O que é ser cidadão?


O conceito de cidadania está diretamente imbricado ao de cidadão, uma vez que para a
efetivação da cidadania de um indivíduo torna-se necessário o exercício dos seus deveres e o respeito
dos seus direitos.
Nesse sentido, um cidadão é o indivíduo que participa de forma autônoma e ativa
na sociedade, com a adoção de medidas individuais e participação em ações coletivas que
contribuem para a construção de um modelo social mais livre e democrático. Assim, ser cidadão é
exercer de fato a cidadania, tendo direitos e deveres resguardados pela legislação local e aplicados no
cotidiano.

Exercício pleno da cidadania


O exercício pleno da cidadania envolve a participação ativa do indivíduo na sociedade. Desse modo, o cidadão
exerce a cidadania quanto tem ciência completa dos seus direitos e deveres e os aplica nas
ações do cotidiano que promovem o desenvolvimento da sua comunidade, sendo de suma importância a
participação das escolas e da educação em geral no processo de conscientização dos indivíduos.

Cidadania no Brasil
A cidadania no Brasil foi resultado de uma longa trajetória de construção da identidade
brasileira e do processo de independência do país, que marcou a construção dos primeiros documentos
legais que demarcam os direitos e deveres dos cidadãos do país. Nesse contexto, a Constituição da
República Federativa do Brasil é um elemento-chave, uma vez que ela é a principal lei do país, ou seja, onde
estão reunidos todos os principais direitos e deveres dos cidadãos brasileiros.
Mesmo com o aporte legal, o exercício da cidadania no Brasil ainda é bastante
complexo, visto que não são todas as prerrogativas legais que são cumpridas pelo poder público, como, por
exemplo, em áreas como saúde, educação, segurança e alimentação. No mesmo sentido, a acentuada
desigualdade social brasileira, assim como a falta de efetivação de políticas públicas diversas, dificulta o
exercício da cidadania no país.

Direitos do cidadão
Os direitos de um cidadão são descritos nos documentos constitucionais que legislam
determinado território. No caso específico do Brasil, esse documento é a Constituição da República
Federativa do Brasil, promulgada em 1988. De acordo com o referido documento, são exemplos de direitos dos
cidadãos brasileiros|1|:
 a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados;
 a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
 a livre expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de
censura ou licença;
 a livre locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei,
nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
 o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
estabelecer.

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Deveres do cidadão
Assim como ocorre em relação aos direitos, os deveres de um cidadão também são
descritos no documento constitucional de um determinado território. São exemplos de direitos
indicados pela Constituição da República Federativa do Brasil (1988)|1|:
 o sufrágio universal por meio do voto direto e secreto nos termos da lei;
 o respeito e o cumprimento da legislação do Brasil;
 o cumprimento do serviço militar obrigatório nos termos da lei;
 a proteção ao patrimônio histórico, cultural e ambiental do Brasil.

História da cidadania
A história da aplicação do termo “cidadania” tem origem na Grécia Antiga, onde havia uma clara
descentralização do poder, por meio da constituição de cidades semiautônomas. Logo, esse termo
referia-se aos direitos e deveres daqueles que moravam nas cidades da Grécia Antiga.
No mesmo sentido, o termo cidadania aplicava-se ao conjunto de direitos e deveres da
população local na Roma Antiga. Em ambos os casos, vislumbra-se uma relação muito próxima entre
cidadania e democracia, com destaque para a Grécia, considerada o berço das práticas democráticas no mundo.
Portanto, a história da cidadania está justamente atrelada à participação dos indivíduos
nos diferentes âmbitos de uma comunidade. Com o tempo, essa concepção foi ampliada,
incluindo diversas esferas da sociedade, assim como inúmeras localidades, que passaram a adotar a
democracia como regime de governo. Atualmente, a maior parte das nações ditas ocidentais e outras
localidades no planeta têm no exercício da democracia uma das suas premissas básicas.
Por que a cidadania é importante?
A cidadania é importante porque, por meio dela, os cidadãos podem contribuir de forma direta para
a construção de uma sociedade mais justa. Nesse sentido, destaca-se que é fundamental que os cidadãos
tenham plena consciência dos seus direitos e deveres e que os coloquem em prática, com vistas à mudança
da mentalidade individual e coletiva para que seja promovida a cidadania plena dos indivíduos. Essas ações
promovem a transformação social, auxiliando assim na construção de uma sociedade mais democrática.

Resumo sobre cidadania


 A cidadania é o conjunto de direitos e deveres que todo cidadão tem em sua localidade de origem.
 O direito ao voto é um exemplo de cidadania praticada em países com regime de
governo democrático.
 A função da cidadania é contribuir para a construção de uma sociedade mais inclusiva mediante a
participação na sociedade.
 O exercício pleno da cidadania envolve o conhecimento dos direitos e deveres por parte dos indivíduos.
 A história da cidadania remete à construção do processo de democracia em sociedades antigas, como
Grécia e Roma, e está relacionada ao cumprimento dos direitos e deveres dos cidadãos.
 A cidadania no Brasil está fortemente vinculada à construção da Constituição da República Federativa
do Brasil, datada de 1988.
 A educação, a saúde e a alimentação são direitos que estão previstos na Constituição da República
Federativa do Brasil.
 Os brasileiros têm como dever, dentre outros, participar ativamente do processo eleitoral local por meio
do exercício do voto.

O QUE É UMA POLÍTICA PÚBLICA E COMO ELA AFETA SUA VIDA?


As políticas públicas afetam a todos os cidadãos, de todas as escolaridades, independente de
sexo, raça, religião ou nível social. Com o aprofundamento e a expansão da democracia, as
responsabilidades do representante popular se diversificaram. Hoje, é comum dizer que sua função é

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promover o bem-estar da sociedade. O bem-estar da sociedade está relacionado a ações bem
desenvolvidas e à sua execução em áreas como saúde, educação, meio ambiente, habitação, assistência
social, lazer, transporte e segurança, ou seja, deve-se contemplar a qualidade de vida como um todo.

E é a partir desse princípio que, para atingir resultados satisfatórios em diferentes áreas, os
governos (federal, estaduais ou municipais) se utilizam das políticas públicas.
Um programa da Prefeitu que esteja beneficiando seu bairro, por exemplo, é uma política pública. A
educação, a saúde, o meio ambiente e a água são direitos universais, assim, para assegurá-los e promovê-
los.
O conceito de políticas públicas pode possuir dois sentidos diferentes. No sentido político,
encara- se a política pública como um processo de decisão, em que há naturalmente conflitos de
interesses. Por meio das políticas públicas, o governo decide o que fazer ou não fazer. O segundo
sentido se dá do ponto de vista administrativo: as políticas públicas são um conjunto de
projetos, programas e atividades realizadas pelo governo.

Uma política pública pode tanto ser parte de uma política de Estado ou uma política de
governo. Vale a pena entender essa diferença: uma política de Estado é toda política que
independente do governo e do governante deve ser realizada porque é amparada pela constituição. Já uma
política de governo pode depender da alternância de poder. Cada governo tem seus projetos, que por
sua vez se transformam em políticas públicas.
Políticas públicas podem ser definidas como o conjunto de diretrizes e intervenções emanadas do
estado, feitas por pessoas físicas e jurídicas, públicas e/ou privadas, com o objetivo de tratar problemas
públicos e que requerem, utilizam ou afetam recursos públicos.

Toda vez que alguém fala em política pública surge um grande ponto de interrogação em sua
cabeça? Tudo bem, o termo “política pública” é um desses conceitos com os quais todos nós já nos
deparamos por aí, mas nem sempre compreendemos de primeira. Ele está sempre em jornais, sites e
revistas, mas, quando somos questionados, temos dificuldade em definir o que ele significa. Isso não é
nenhuma surpresa, afinal o termo tem muitas formas e usos. Longe de esgotar o significado dessa
expressão, vamos tentar dar a ela um sentido prático.

Imagine que você e seus vizinhos decidam adotar conjuntamente um cachorro que está
passeando nas redondezas. Para evitar aquele velho ditado “cachorro com mais de um dono morre de
fome” todos vocês teriam de fazer alguns combinados: delegar responsabilidades (que envolvem
dinheiro e regras), como quem dá alimento em quais dias, quem tem disponibilidade para vacinar o
animal e castrá- lo, quem pode ofertar abrigo esporádico etc. Assim, toda essa organização e processo
contribui para que um objetivo comum seja atingido: o bem do cãozinho. Esse processo funciona de
maneira semelhante a uma política pública.

De maneira simples, a política pública é um processo (com uma série de etapas e regras)
que tem por objetivo resolver um problema público. Todos nós lidamos com isso diariamente em nossas
relações pessoais: traçar soluções para chegar a uma finalidade que agrade a um grupo de pessoas.

Políticas Públicas na prática


A diferença entre esses dois processos é grande. Criar uma política pública para, por exemplo,
erradicar o analfabetismo, é muito mais complexo que fazer um acordo para cuidar do cãozinho

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comunitário. Enquanto este envolve meia dúzia de moradores em uma área limitada, algumas idas ao
veterinário, algumas porções de comida e um abrigo, o outro mobiliza um número muito grande de
pessoas (especialistas, professores e outros funcionários públicos) em áreas muito extensas, recursos
financeiros públicos, planejamento de aplicação e fiscalização do investimento, avaliação das práticas e
aprimoramento constante para tornar essas ações mais eficientes. Tudo isso, seguindo uma série de
regras e conhecimentos técnicos. Parece bastante coisa?

Pois é mesmo! Agora vamos dar uma olhada nos quatro tipos e exemplos de políticas públicas
que impactam nossas vidas diariamente:

1. Políticas públicas distributivas: sua a principal função é distribuir certos serviços, bens ou quantias a
apenas uma parcela da população. Um exemplo seria o direcionamento de dinheiro público para áreas que sofrem
com enchentes; na Educação, seriam as cotas.

2. Políticas públicas redistributivas: sua principal função é redistribuir bens, serviços ou recursos para uma
parcela da população, retirando o dinheiro do orçamento de todos. Um exemplo disso seria o sistema
previdenciário; na Educação seria a política de financiamento educacional, onde há um fundo em que todos os
municípios e estados colocam dinheiro, mas que depois é repartido conforme as matrículas e não de acordo com a
contribuição de cada um.

3. Políticas públicas regulatórias: Essas medidas estabelecem regras para padrões de comportamento. São
bastante conhecidas, pois tomam a forma de leis. Um exemplo muito comum são as regulações do trânsito; na
Educação, podemos citar a lei que organiza a área, como a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação).
4. Políticas públicas constitutivas: O nome difícil quer dizer que elas estabelecem as “regras do jogo”. Isto
é, são elas que dizem como, por quem e quando as políticas públicas podem ser criadas. O conceito pode parecer
obscuro, mas quer saber uma que atinge a vida de todos nós? A distribuição de responsabilidade entre municípios,
estados e Governo Federal. Na Educação, por exemplo, municípios são responsáveis pela Educação Infantil e
Ensino Fundamental 1; estados pela Ensino Fundamental 2 e Ensino Médio; e o Governo Federal pela Educação
Superior.

E o que você tem a ver com isso?


As políticas públicas dão forma ao País que queremos e, por isso, é tão importante estarmos de
olho nelas. Se estabelecemos uma política pública de redistribuição de renda, por exemplo, estamos
sinalizando o enfrentamento da dura desigualdade econômica brasileira, de maneira mais imediata – o
que é importante para a parcela da população mais pobre, como os das milhões de pessoas que
vivem abaixo da linha da pobreza.
Essas leituras do que são e para que se faz políticas públicas têm de estar no radar da população o
tempo todo e não apenas durante os períodos eleitorais. Quanto mais democráticos e técnicos forem os
processos das políticas públicas, maiores as chances de os resultados serem positivos para toda a
sociedade. Como os recursos financeiros do País são limitados, as políticas públicas desempenham a
importante missão de organizar para onde vai esse montante de dinheiro público. Neste cenário de
pandemia do novo coronavírus, por exemplo, as políticas públicas educacionais de médio prazo,
visando a superação da crise e a garantia de oportunidades iguais para estudantes de diferentes classes
sociais e condições, será determinante para o bem-estar do Brasil nos próximos anos! Será o bom
planejamento da gestão pública da Educação que garantirá que o ano de 2020, em que houve longo
período de suspensão de aulas, não seja um ano perdido para muitos estudantes.

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Se mesmo assim você ainda acha que esse assunto não é com você, repense. Ainda que você não
use o serviço público de saúde (outro exemplo de política pública), você faz uso de ruas, praças e parques
públicos, descarte de lixo, regulação das habitações, etc.
É fácil perceber que as políticas públicas estão em tudo e dizem respeito a todos nós. Importante
lembrar também de um tipo específico delas: as políticas públicas educacionais. Uma gestão que
dá prioridade às ações de qualidade focadas na Educação indica o desejo de garantir o acesso ao
conhecimento para todos e, consequentemente, construir um País menos desigual. Essas iniciativas
educacionais requerem planejamento técnico e levam mais tempo para que os frutos sejam colhidos.

ESFERA PÚBLICA

Esfera pública é a dimensão na qual os assuntos públicos


são discutidos pelos atores públicos e privados. Tal processo
culmina na formação da opinião pública que, por sua vez, age
como uma força oriunda da sociedade civil em direção aos
governos no sentido de pressioná-los de acordo com seus anseios.
A noção de esfera pública tem como aspectos básicos:

b) Discursividade e argumentação: dominada pelo uso da razão, a


obtenção de consenso acontece pelo convencimento racional dos
antagonistas.

c) Publicidade: o objeto debatido e os argumentos apresentados


ganham exposição ou visibilidade.

d) Privacidade: enquanto participante do debate, cada um vale somente


pelos argumentos e pela capacidade de argumentar.
Esfera pública política
O conceito de esfera pública política tem sido retomado devido a dois movimentos conceituais. O
primeiro deles é a noção de democracia deliberativa, que determina que o reconhecimento social de
pretensões e vontades acontece apenas quando toma forma de palavra, através do discurso. Assim,
a esfera pública política argumentativa ganha força. Outro é a relação entre política e mídia,
uma vez que, atualmente, não há espaço de exposição, visibilidade e debate maior que a mídia.
Habermas nega a existência de uma esfera pública política autêntica em uma cena política dominada
pelos medias. O debate foi reacendido porque muitos acreditam que a política midiática é feita de forma
espetacular, seguindo princípios de sedução, escassamente argumentativa, teatral.
Muitos autores consideram que a esfera pública perdeu sua participação no processo de construção de
diálogo na política, uma vez que a produção de decisões ocorre fora de seu alcance, na negociação
protegida do público pelos gabinetes. Essas decisões emergem publicamente de modo a fazer com que os
cidadãos possam assentir, aderir ou tolerar as posições. Logo, a esfera pública apresenta apenas o papel
de legitimação das informações.

Esfera pública e esfera privada


As esferas pública e privada são lâminas sobrepostas. Os problemas experienciados na esfera privada
ecoam na esfera pública. Mas não a totalidade do que é vivido no privado e íntimo aflora na publicidade;
apenas aqueles aspectos causados por déficits nos sistemas funcionais, que afetam o mundo da vida.
Habermas compreende que não há uma demarcação de um conjunto fixo de temas e relações que separam
o acesso da esfera privada e da esfera pública, mas sim variações na acessibilidade, que garantem a

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intimidade de um lado, e a publicidade, de outro.

Na esfera pública, realiza-se uma comunicação em condições de publicidade ou visibilidade; e na esfera


privada, uma comunicação com intimidade ou reserva. A publicidade social (ou esfera pública) tem
uma visibilidade alta, com discussões de públicos especializados até exibição midiática em horário nobre,
enquanto o domínio privado (esfera privada) possui uma baixa visibilidade, que vai desde segredos e
intimidade até redes interpessoais de fofoca.

Ainda segundo Habermas, as problemáticas que são debatidas na esfera pública política refletem as
experiências de sofrimento advindas de condições sociais estressantes. Essas experiências afetam
primeiro o âmbito pessoal, as histórias de vida; depois, elas afetam os círculos familiares, os grupos de
amigos, a vida cotidiana; e só então elas ecoam na esfera pública, numa discussão pública acerca de uma
problemática em comum.

Organizações Sociais e Organizações Civis

O que são Organizações Sociais?

De modo geral, como o Estado não tem sempre condições, seja financeira ou operacional (ou
ambas), de proporcionar todos os serviços que são inerentes aos direitos universais do cidadão, as OSs
surgem para suprir essa demanda.
OS são disciplinadas por uma lei específica: a Lei Nº 9.637, de 15 de Maio De 1998 que em seu
primeiro artigo traz a seguinte informação:

“O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.”

No caso, uma “pessoa jurídica de direito privado” é, grosso modo, sinônimo de “empresa”.
Assim, toda organização sem fim lucrativo criada com o intuito de exercer alguma das atividades
descritas no Artigo citado e atendendo aos extensos requisitos dispostos na Lei, podem ser qualificadas
como uma OS pelo Poder Executivo.
É importante frisar também que o surgimento da regulamentação para OSs veio de um
movimento de administração pública que se baseia em criar relacionamento estratégico entre Estado e
Sociedade a fim de incentivar a produção de bens e serviços, pela Sociedade, que não são exclusivos do
Estado e, assim, ajudando a minimizar as limitações operacionais do governo.
Quando uma instituição é qualificada como OS, ela está habilitada para administrar bens e
equipamentos do Estado, além de receber financiamento público, com a contrapartida obrigatória de
celebrar um contrato de gestão (parte das condições de consolidar sua qualificação).

O que são OSCIPs (Organização da sociedade civil de interesse público)?

Mais uma vez, vamos entender inicialmente a sua regulamentação, que é feita a partir da Lei Nº
9.790, de 23 de Março De 1999 em seu Art. 1º:

“Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas


jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem em

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funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os respectivos objetivos sociais e
normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos por esta Lei.”

No caso, a Lei totaliza treze “objetivos sociais”, como citado no Artigo, que vão desde
assistência social, promoção da cultura, educação e saúde, dentre outros.
Para complementar seu conhecimento, você pode acessar a lei e conhecer os treze objetivos
sociais que qualificam OSCIPs, pois são todos de grande importância.
Outro critério importante é que, na condição de proporcionarem tais objetivos sociais, a
OSCIP deve os proporcionar segundo os Princípios da Universalidade dos Serviços Públicos.

Muita gente pensa que uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) é
um tipo de entidade ou organização. Mas não é nada disso. Mas uma ONG já não é uma OSCIP? Essa
pergunta é frequente e a resposta para ela é: não.

Então, o que é?

Uma OSCIP é uma qualificação jurídica atribuída a diferentes tipos de entidades privadas
atuando em áreas típicas do setor público com interesse social, que podem ser financiadas pelo Estado
ou pela iniciativa privada sem fins lucrativos. Ou seja, as entidades típicas do terceiro setor. A OSCIP
está prevista no ordenamento jurídico brasileiro como forma de facilitar parcerias e convênios com
todos os níveis de governo e órgãos públicos (federal, estadual e municipal) e permite que doações
realizadas por empresas possam ser descontadas no imposto de renda.

A diferença entre ONG e OSCIP

Mas uma ONG já não é uma OSCIP? Essa pergunta é frequente e a resposta para ela é: não. E o
motivo é simples: a figura da ONG não existe no ordenamento jurídico brasileiro. A sigla é usada de
maneira genérica para identificar organizações do terceiro setor, ou seja, que atuam sem fins
comerciais e cumprindo um papel de interesse público, como associações, cooperativas, fundações,
institutos, entre outras.
Já a qualificação de OSCIP é o reconhecimento oficial e legal mais próximo do que se
entende por ONG, especialmente porque é marcada por exigências legais de prestação de contas
referentes a todo o dinheiro público recebido do Estado.
OSs e OSCIPs são a mesma coisa?

Para sermos diretos: não. Vamos entender as diferenças, abaixo.

As OS celebram contrato de gestão para receberem habilitação de receberem recursos


financeiros do Estado para com eles administrar bens e equipamentos do mesmo e, com isso,
promoverem serviços públicos. Outro ponto relevante para destacar a diferença é que OS são
propriedades públicas não estatais e, assim, não são de propriedade de um indivíduo ou de um grupo,
mas sim são constituídas por associações civis sem fins lucrativos.
Por sua vez, as OSCIPs não recebem qualquer repasse governamental e não celebram contratos,
mas sim termos de parceria para que possam desenvolver atividades lado a lado com o governo, mas
que não são necessariamente de responsabilidade do mesmo. Por não receberem recursos, é comum que
OSCIPs recebam doações externas – vide as chamadas para doação na própria página do CLP, por
exemplo. E, em diferença às OSs, OSCIPs são Organizações Não Governamentais (ONGs) de

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propriedade privada, ou seja, por uma ou mais pessoas e que, após criadas como uma organização
privada, pleiteia e conquista a qualificação de OSCIP.
Para concluir, vale a pena voltar a frisar que embora elas não sejam a mesma coisa, ambas são
importantíssimas no contexto social, pois cada uma contribui enormemente, a sua maneira, para o
desenvolvimento da sociedade.

Iniciativa popular

O que é Iniciativa popular?

A iniciativa popular é uma das formas de garantir a participação do indivíduo na vida do Estado. Por
meio dela os cidadãos poderão inovar o ordenamento jurídico em âmbito federal, estadual e municipal,
desde que atendidos os requisitos exigidos pela Constituição.

Conceito
O conceito de iniciativa popular corresponde ao direito constitucionalmente previsto que permite aos
cidadãos apresentarem projeto de lei e, a partir de então, iniciarem o processo legislativo. Este
instrumento poderá ser aplicado para aprovar normas nas esferas municipal, estadual ou federal.

Iniciativa Popular na Constituição


Em um Estado democrático de direito, é dado à sociedade a participação ativa na vida do Estado. Nesse
sentido, a soberania popular pode ser exercida por meio do voto direto e secreto, bem como pelo
plesbicito, referendo ou iniciativa popular.
Nesse raciocínio, o artigo 14 da Constituição Federal:

A seguir, veremos as particularidades que envolvem o direito à iniciativa popular.


Em Leis Federais
Segundo dispõe o artigo 61, parágrafo segundo da constituição federal, no âmbito federal é exigida a
subscrição mínima de 1% do eleitorado nacional distribuídos em 5 Estados e com participação de 0,3%
em cada um desses Estados. Observe:

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Em Leis Estaduais
Quanto à iniciativa de lei em âmbito estadual, não é previsto pela carta magna o numerário necessário,
como ocorre no âmbito federal, de modo que caberá à lei dispor acerca dos requisitos. Nesse sentido, o
artigo 27, parágrafo quarto:

Vale destacar, portanto, que o artigo colacionado representa norma constitucional de eficácia limitada,
dependente de lei superveniente para ser aplicada.

Em Leis Municipais
Segundo o artigo 29, inciso XII da constituição, exige-se, em âmbito municipal, que o percentual de
5% do eleitorado do Município pretenda a apresentação do projeto de lei.

Qual a diferença entre iniciativa popular e ação popular?


A Constituição Federal de 1988 contempla dois institutos com nomes bem parecidos, marcados
por uma atuação cidadã, mas que possuem distintos significados: a iniciativa popular e a ação
popular.
A iniciativa popular, prevista nos artigos 14, inciso III, e 61, § 2º, da Constituição, e regrada pela
Lei nº 9.709/98, representa uma das formas de deflagração do processo legislativo via reunião
das assinaturas pelo eleitorado brasileiro para que seja possível apresentar, na Câmara, um
Projeto de Lei.
Sendo assim, podemos imaginar que ocorre aqui uma espécie de "grande abaixo-
assinado": ao menos 1% do eleitorado nacional deve subscrever o pedido, estando distribuído, pelo
menos, por 5 Estados, com não menos do três décimos por cento dos eleitores de cada um deles,
como prevê a Constituição, no seu artigo 61, § 2º:
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto
de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco
Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

O exemplo mais famoso que temos no Brasil de lei de iniciativa popular é a chamada Lei da
Ficha Limpa, fruto de todo um movimento de combate à corrupção eleitoral.
A ação popular, por sua vez, é uma ação judicial, prevista no artigo 5º, inciso LXXIII, da
Constituição. Trata-se, agora, de um processo judicial, que pode ser usado pelo cidadão brasileiro
que queira proteger o meio ambiente, o patrimônio público, o patrimônio histórico cultural ou a
probidade administrativa.
Vejamos o que diz a Constituição a respeito:

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de

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custas judiciais e do ônus da sucumbência;

Uma vez proposta uma ação popular terá início um processo judicial, cuja tramitação encontra -
se regrada pela Lei nº 4.717/65. Ao final do andamento do processo, espera-se que ocorra um
julgamento pelo Magistrado competente, o que pode levar à condenação dos responsáveis pelo ato
lesivo.
Em síntese, portanto: ambas são demonstrações de cidadania, sendo a iniciativa
popular uma reunião de assinaturas para apresentação de um projeto de lei perante a Câmara dos
Deputados, enquanto a ação popular representa, por sua vez, um processo judicial, promovido pelo
cidadão, que deseja resguardar o meio ambiente, o patrimônio público, o patrimônio histórico e
cultural ou a probidade administrativa.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

1. O que é a cidadania?

2. Qual a função da cidadania?

3. O que é ser cidadão?

4. Quais são os Direitos do cidadão e Deveres do cidadão?

5. Por que a cidadania é importante?

6. Como pode ser definida política pública?

7. Cite os tipos e exemplos de políticas públicas.

8. O que é Esfera pública?

9. Diferencie Esfera pública e esfera privada.

10. O que são as OS?

11. O que são as OSCIPs?

12. Qual é a diferença entre ONG e OSCIP?

13. OSs e OSCIPs são a mesma coisa?

14. O que é Iniciativa popular?

15. Qual a diferença entre iniciativa popular e ação popular?

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