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7
ANO
CADERNO
3
Diego E. Campos Oliveira
Elizabete C. Cardoso de Carvalho
Paulo Roberto Moraes
Geografia
sumário
10 Recursos minerais ......................................................................... 225
11 Recursos energéticos .................................................................... 241
12 Produção industrial....................................................................... 269
13 Indústria brasileira ........................................................................ 288
1. Compreender a si e ao outro como identidades diferentes, diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
de forma a exercitar o respeito à diferença em uma socie- identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos
dade plural e promover os direitos humanos. de qualquer natureza.
2. Analisar o mundo social, cultural e digital e o meio técni- 5. Comparar eventos ocorridos simultaneamente no mes-
co-científico-informacional com base nos conhecimentos mo espaço e em espaços variados, e eventos ocorridos
das Ciências Humanas, considerando suas variações de em tempos diferentes no mesmo espaço e em espaços
significado no tempo e no espaço, para intervir em situa- variados.
ções do cotidiano e se posicionar diante de problemas do 6. Construir argumentos, com base nos conhecimentos das
mundo contemporâneo. Ciências Humanas, para negociar e defender ideias e opi-
3. Identificar, comparar e explicar a intervenção do ser huma- niões que respeitem e promovam os direitos humanos e a
no na natureza e na sociedade, exercitando a curiosidade consciência socioambiental, exercitando a responsabilidade
e propondo ideias e ações que contribuam para a trans- e o protagonismo voltados para o bem comum e a cons-
formação espacial, social e cultural, de modo a participar trução de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
efetivamente das dinâmicas da vida social. 7. Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e
4. Interpretar e expressar sentimentos, crenças e dúvidas com diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de infor-
relação a si mesmo, aos outros e às diferentes culturas, mação e comunicação no desenvolvimento do raciocínio
com base nos instrumentos de investigação das Ciências espaço-temporal relacionado a localização, distância, dire-
Humanas, promovendo o acolhimento e a valorização da ção, duração, simultaneidade, sucessão, ritmo e conexão.
1. Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a inte- 5. Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos
ração sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação para compreender o mundo natural, social,
de investigação e de resolução de problemas. econômico, político e o meio técnico-científico e informacio-
2. Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimen- nal, avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive
to geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técni- tecnológicas) para questões que requerem conhecimentos
cos para a compreensão das formas como os seres humanos científicos da Geografia.
fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história. 6. Construir argumentos com base em informações geo-
3. Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão gráficas, debater e defender ideias e pontos de vista que
e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação respeitem e promovam a consciência socioambiental e o
humana e produção do espaço, envolvendo os princípios respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de
de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, qualquer natureza.
localização e ordem. 7. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia,
4. Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das lin- responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação,
guagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros propondo ações sobre as questões socioambientais, com
textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e so-
que envolvam informações geográficas. lidários.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília: MEC, 2018.
224
MÓDULO
Recursos
10 minerais
1. Próximo ao lugar onde você vive existe exploração de algum recurso mineral?
2. Em caso afirmativo, a atividade emprega muitas máquinas e operários ou é
um trabalho mais rudimentar?
3. Quais são os impactos ambientais gerados por uma mina como o Super Pit,
bem como pelas minerações locais?
4. O que você acha que aconteceu com as rochas que foram retiradas desse
lugar e não foram aproveitadas?
225
Principais elementos formadores de
minerais e rochas na crosta terrestre
As rochas e os minerais que compõem a crosta terrestre são fundamentais para as diver-
sas sociedades humanas, principalmente para as modernas sociedades industriais, pois são
fontes de substâncias utilizadas nos mais variados produtos, como fertilizantes, aço, materiais
cerâmicos e refratários, tintas, vidros, eletroeletrônicos e na indústria da construção civil.
Embora sejam conhecidos milhares de minerais formadores das rochas da crosta terrestre,
99% desses minerais são compostos de uma combinação de apenas oito elementos químicos.
Observe na tabela a seguir o percentual dos principais elementos constituintes da crosta
terrestre e do planeta Terra.
M.Khebra/Shutterstock
Minakryn Ruslan/Shutterstock
Minério de ferro, minério concentrado e pellets Ouro em veio de quartzo. O ouro é utilizado em
(pelotas feitas do pó do minério) constituem a joias, na medicina, em computadores e até em
principal matéria-prima para a produção do aço. naves espaciais. Apresenta grande importância
no mercado financeiro, uma vez que é facilmente
negociado por outras moedas.
Saiba mais
Pontas de lança
encontradas no
Geografia – Módulo 10
sítio de Clovis,
Novo México
(Estados Unidos),
datadas entre
13 e 13,5 mil
anos.
227
Saiba mais
Reprodução/Museu Nacional de Tóquio, Japão.
Machados de
pedra polida
encontrados no
sítio arqueológico
de Kannoki,
Nagano, datados
de 20 000 a.C.,
que se encontram
no Museu Nacional
de Tóquio.
aproximadamente 12 mil
anos, que se encontra
no Museu Nacional
de História Natural do
Instituto Smithsoniano,
em Washington, D.C.
(Estados Unidos).
O cobre, endurecido após martelado, passou a ser usado há cerca de 6 mil anos
para a produção de armas e ferramentas. Porém, foi a descoberta do bronze, liga
metálica obtida pela mistura de cobre e estanho, há 5,5 mil anos, que possibilitou a
produção de ferramentas mais resistentes.
Daveleesuk/Shutterstock
Geografia – Módulo 10
229
Tipos de exploração mineral
Mujahid Safodien/AFP
a opção é escavar túneis por onde o minério será extraído. Nesse
caso, temos uma mina subterrânea, na qual é necessário escorar
o teto e as paredes, equipar com iluminação e ventilação, além
de bombear a água do lençol freático. Os custos de operação de
uma mina subterrânea são mais elevados, e a probabilidade de
acidentes é maior, embora os gastos com a recuperação da área
sejam menores, bem como a influência do tempo e do clima.
Albert Russ/Shutterstock
de 6 mil anos na confecção de joias e
a. De todas as características citadas, quais tornam esse metal tão valioso? Justifique.
b. De acordo com o texto, a concentração de ouro na crosta é de 5 ppb (partes por bilhão), uma vez que, em mé-
dia, há 5 gramas para cada 1000 toneladas de rocha (1 bilhão de gramas). Na água do mar essa concentração
é ainda mais baixa, 1 grama por 10000 toneladas, o equivalente a 1 quilograma de ouro em quase 10 bilhões
de litros, quantidade de água consumida pela população de uma cidade como São Paulo em dez anos. Diante
do exposto, podemos considerar o ouro presente na água do mar como minério? Justifique.
231
Atualmente a atividade mineradora ocupa 0,62% do território nacional, mas tem pa-
pel de destaque na pauta de exportações brasileiras, sendo responsável por 23% dos
US$ 224 bilhões de dólares gerados em 2019. Verifica-se, porém, uma produção extremamen-
te concentrada, tanto no tipo de minério como nas empresas que exploram o setor mineral.
A Vale, por exemplo, atua em mais de trinta países e, no Brasil, controla o setor de logística
para a exportação mineral por meio da administração de ferrovias, portos, terminais, navios,
além da produção de energia e siderúrgica.
Observe, nos gráficos a seguir, os principais minérios na pauta de exportações e impor-
tações brasileiras em 2019.
Outros 2%
Bauxita 1%
Manganês 2%
Rochas
ornamentais 4%
Ferro
83%
Cobre 8%
Rocha Outros
fosfática 2% 8%
Enxofre
3%
Potássio O destaque nas exportações
Cobre 8% 42%
de minerais metálicos
como o ferro, o cobre
(concentrado) e o manganês
(concentrado) se deve à
existência de terrenos de
rochas cristalinas datadas
entre 2 bilhões e 2,8 bilhões
Carvão de anos. Quanto às
metalúrgico importações, destacam-se
37% o carvão mineral e
fertilizantes como potássio,
enxofre e fosfato.
Fonte: elaborado com base em COMEX/MDIC – SGM/MME. BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Boletim do Setor Mineral.
Brasília, 2019. Disponível em: http://www.mme.gov.br/documents/78404/0/BOLETIM+SETOR+MINERAL.pdf/acb1ca8d-b2bd-825c-
03e8-939e87f94682. Acesso em: 8 fev. 2021.
Juntos, Minas Gerais e Pará respondem por quase 90% da produção mineral nacional.
Nesses dois estados se localizam, respectivamente, o Quadrilátero Ferrífero e a Serra dos
Carajás, duas importantes províncias mineralógicas, como são conhecidas as áreas com
grande concentração de diversos tipos de minério. Destaca-se ainda a produção de ferro e
de manganês no Maciço do Urucum, próximo ao município de Corumbá (MS).
Você já estudou
95,4%
A laterização é um processo que ocorre em locais de climas tropicais, onde a água das
chuvas abundantes infiltra no solo, dissolvendo e arrastando os elementos químicos mais
móveis, como o nitrogênio, o fósforo e o potássio, o que resulta em um enriquecimento
Rio Grande do Norte
residual do ferro e do alumínio. Forma-se, então, uma crosta dura, denominada laterita. A
bauxita é o minério de alumínio formado por esse processo. Rio de Janeiro
Ceará
Piauí
Entre os minerais não metálicos, os maiores volumes extraídos são de materiais usados
Fonte: elaborado com base em
na construção civil, como a areia (quartzo), a brita (rocha quebrada em pequenos fragmen- BRASIL. Ministério de Minas e
Energias. Agência Nacional de
tos) e o calcário. Com relação ao sal, importante na alimentação de humanos e animais, Mineração. Sumário Mineral
Brasileiro 2018. Disponível
também usado na indústria química, tem sua principal área de extração nas salinas do em: www.anm.gov.br/dnpm/
litoral setentrional do Rio Grande do Norte, que responde por mais de 90% da produção publicacoes/serie-estatisticas-
e-economia-mineral/sumario-
brasileira. A liderança nacional se deve ao clima tropical semiárido, ao relevo de planície e mineral/pasta-sumario-brasileiro-
mineral-2018/sal_sm_2018.
à incidência dos ventos alísios, que favorecem a evaporação. Acesso em: 8 fev. 2021.
Tales Azzi/Pulsar Imagens
Geografia – Módulo 10
Vista área das salinas de Galinhos (RN), explorada pela maior mineradora de sal do mundo, a alemã K+S AG. Foto de 2017.
233
De acordo com a legislação brasileira, os recursos minerais são propriedade da União União: entidade federal
Federal. Portanto, para a exploração de algum bem mineral, ainda que seja pelo proprietário autônoma em relação aos
da área onde ocorre o depósito, é necessário solicitar autorização da Agência Nacional de estados, dos municípios
e do Distrito Federal.
Mineração (ANM), ligada ao Ministério das Minas e Energia (MME). As competências dessa
entidade são definidas pela
Quadrilátero Ferrífero (MG) Constituição do país.
A região delimitada entre as cidades de Belo Horizonte, Santa Bárbara, Mariana e Con-
gonhas, conhecida como Quadrilátero Ferrífero, destaca -se como a maior produtora de
minério de ferro no Brasil, além da produção de ouro, manganês e bauxita. O minério de
ferro é transportado pela ferrovia Vitória-Minas até o porto de Tubarão, no Espírito Santo,
de onde segue para exportação, e também para as outras regiões do Brasil, abastecendo
as siderúrgicas nacionais.
MG
Belo ES
Horizonte Belo Horizonte
Sabará
Nova
Santa Bárbara
Lima
OCEANO
Arqueozoico ATLÂNTICO
Proterozoico
Minério de ferro
N
RJ
O L A região compreendida pelo
Quadrilátero Ferrífero, em
S
SP 0 60 km
detalhe no mapa, contém
Rio de Janeiro 30 bilhões de toneladas de
minério de ferro e responde
Trópico de Capricórnio Capital de estado por quase 60% do minério
Cidade de ferro e 40% da produção
São Paulo
E. F. Vitória-Minas de ouro no Brasil. A maior
E. F. Central do Brasil parte do minério de ferro
43° O tem como destino a China.
Fontes: elaborado com base em ANTT. Mapa da Malha da Estrada de Ferro Vitória a Minas. Disponível em: http://appweb2.antt.gov.
br/concessaofer/efvm/mapa_efvm.asp; Mapa da MRS Logística S.A. Disponível em: http://appweb2.antt.gov.br/concessaofer/mrs/
mapa_mrs.asp. Acesso em: 8 fev. 2021.
Equador Macapá
0°
Ilha de
Marajó Belém
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o A azonas
Ri São Luís
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Santarém Altamira
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Imperatriz sudeste do estado do
Xing
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Pará, ao sul da cidade de
a
Tocantinópolis
u
grandes investimentos
Rio Iriri
Conceição do N
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Araguaia
O L 1980. Atualmente, a
oT
O estado do Pará conta ainda, em sua porção noroeste, com uma importante área pro-
dutora de bauxita em Oriximiná, no rio Trombetas, afluente do rio Amazonas. O beneficia-
mento da bauxita, quando se extrai o alumínio, tem elevado custo econômico e ambiental,
pois consome grande quantidade de energia elétrica e gera um volume considerável de
lama vermelha como rejeito. Estima-se que atualmente a mineração mundial produza 90
milhões de toneladas dessa lama.
235
Impactos ambientais da atividade mineradora
Minérios como a bauxita, o ouro, as pedras preciosas e até mesmo os recursos energé-
ticos, como os combustíveis fósseis e o urânio, que serão estudados no próximo Módulo,
são considerados recursos naturais não renováveis, uma vez que sua oferta é limitada e
o tempo para sua formação é de milhões a bilhões de anos. Assim, sua exploração deve
buscar, obrigatoriamente, formas mais sustentáveis que as atualmente utilizadas.
No Brasil, as minas a céu aberto são a principal forma de exploração mineral. Para
extrair o minério, todo material retirado que não apresenta valor econômico é empilhado
ou armazenado em uma barragem. Quando o recurso mineral é esgotado, restam, como
herança dessa exploração, a paisagem toda modificada, a contaminação da flora, da fauna
e dos recursos hídricos e até a alteração do clima local.
A atividade mineradora também tem gerado muitos conflitos sociais, afetando comu-
nidades e seu modo de vida, seja expulsando os moradores que vivem nas proximidades
da área explorada, seja expondo-os a agentes contaminantes, muitas vezes cancerígenos.
Além disso, as populações tradicionais podem sofrer com doenças trazidas pela maior
concentração de pessoas atraídas pela atividade econômica. Verifica-se, ainda, o avanço
do garimpo e de grandes empresas mineradoras sobre as Terras Indígenas, desencadeando
inúmeros conflitos, como na Reserva do Xingu, nos estados de Mato Grosso e Pará, e em
território dos Yanomami, em Roraima.
O garimpo é uma atividade extrativa mineral definida pela legislação como atividade
rudimentar e manual. No entanto, na prática, muitos agem de forma ilegal e utilizam má-
quinas para o desmonte dos barrancos dos rios a serem garimpados, promovendo a des-
truição da vegetação de suas margens e acelerando a erosão, o que torna os rios barrentos
e assoreados. No caso do garimpo de ouro, a contaminação ambiental é ainda maior, pois,
anualmente, toneladas de mercúrio são despejadas nos rios.
Vista aérea de garimpo
Um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fiocruz, com apoio de ouro no município de
do Instituto Socioambiental (ISA), do Laboratório de Química da PUC e da Hutukara Asso- Itaituba (PA). A imagem,
de 2017, mostra o
ciação Yanomami (HAY), demonstrou que é crescente a contaminação por mercúrio entre desmatamento e a água
os indígenas Yanomami. Vale ressaltar que não existem níveis seguros para a contaminação. turva, resultado da
erosão do local.
Nacho Doce/Reuters/Fotoarena
Fonte: elaborado com base em ELEVADOS níveis de contaminação por mercúrio preocupam comunidade indígena Yanomami. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio
Arouca. Informe ENSP, 2016. Disponível em: www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/site/materia/detalhe/39388. Acesso em: 8 fev. 2021.
Atividade 2
A atividade mineradora vem recebendo pressão do movimento ambientalista para o desenvolvimento e a adoção
de novas tecnologias e métodos que garantam um aproveitamento mais sustentável dos recursos naturais,
visando à redução dos impactos socioambientais decorrentes do setor mineral.
Em grupos de três ou quatro alunos, após reflexão sobre o tema, apresentem propostas que visem diminuir os
impactos socioambientais da atividade mineradora.
Geografia – Módulo 10
237
Teste
É indiscutível a importância dos bens minerais para a sociedade, uma vez que boa parte das necessidades
básicas de um ser humano é atendida por estes recursos. Estudos e pesquisas já demonstraram que uma
pessoa consome direta ou indiretamente cerca de 10 toneladas/ano de produtos do reino mineral, abrangendo
350 espécies minerais distintas.
SOLÉ, Adriana; TAINÃ, Marcela. Importância do setor mineral para a economia e a relação com a Governança Corporativa. Instituto Minere, 10 out. 2019. Disponível em:
https://institutominere.com.br/blog/importancia-do-setor-mineral-para-a-economia-e-a-relacao-com-a-governanca-corporativa#:~:text=De%20F%C3%A9rias-,Import%C3%
A2ncia%20do%20setor%20mineral%20para%20a%20economia,rela%C3%A7%C3%A3o%20com%20a%20Governan%C3%A7a%20Corporativa&text=%C3%89%20indiscut%
C3%ADvel%20a%20import%C3%A2ncia%20dos,%C3%A9%20atendida%20por%20estes%20recursos. Acesso em: 8 fev. 2021.
a
a. Apenas I e II.
b. Apenas I e III.
⑧
c. Apenas II.
d. Todas estão corretas.
“A paisagem verde de Minas Gerais é pontilhada por enormes lacunas de ocre intenso que a mineração escava
na terra e por depósitos descomunais para colocar os resíduos que essa atividade gera. O colapso de uma dessas
barragens em Brumadinho matou 235 pessoas. Outras 35 também devoradas em segundos pela avalanche de
rejeitos continuam desaparecidas. A Vale, empresa proprietária da mina e uma das maiores multinacionais
brasileiras, é reincidente. A tragédia provocou uma grande onda de indignação popular que levou a algumas
poucas mudanças, mas o medo de que se repita está muito presente”.
GORTÁZAR, Naiara Galarraga. A maldição das minas no Brasil: entre o medo do desemprego e o fantasma da impunidade. El País. 5 maio
2019. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/05/04/politica/1556925352_146651.html. Acesso em: 8 fev. 2021.
·
c. apesar de haver lentidão na recuperação do ambiente atingido pelo desastre ambiental, as consequências
não são graves, pois o acidente não trouxe problemas para as pessoas ali residentes.
d. a barragem da Vale que se rompeu em Brumadinho usava o método mais simples e mais barato de armaze-
namento de rejeitos, por isso, o considerado menos seguro e mais propenso a acidentes.
2) bloco
3) fiação elétrica
4) lâmpada
5) fundações de concreto
6) ferragens
Geografia – Módulo 10
7) vidro
9) piso cerâmico
239
11) caixa-d'água
12) pias
17) esquadrias
19) calha
2. Observe as imagens.
Cadu Rolim/Fotoarena
Área do distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), Depósito de lama de rejeito de minério após o rompimento
atingido pelo mar de lama gerado pelo rompimento da da barragem de Brumadinho (MG), em janeiro de 2019, que
barragem do Fundão, que deixou 18 mortos e 1 desaparecido deixou 259 mortos e 11 desaparecidos.
em novembro de 2015.
As imagens mostram duas localidades situadas no Quadrilátero Ferrífero que foram afetadas pelo rompimento
de barragens de rejeito de minério, nos que são considerados os maiores acidentes ambientais no Brasil. Embora
relativamente próximas, elas afetaram bacias hidrográficas distintas.
a. Com a ajuda de um atlas, localize os munícipios citados e identifique as bacias hidrográficas afetadas, res-
pectivamente, pelos dois rompimentos, bem como o divisor de águas entre elas.
b. Faça uma pesquisa na internet sobre os dois rompimentos e, em seguida, escreva um pequeno texto, iden-
tificando as empresas envolvidas, as causas e as principais consequências dos dois acidentes.
11 energéticos
241
O carvão mineral
Os combustíveis fósseis, como o carvão mineral, o petróleo e o gás natural, são forma-
dos a partir de processos naturais de decomposição de matéria orgânica, sob condições
específicas de temperatura e pressão. Esses materiais apresentam alta concentração de car-
bono e, por isso, são utilizados para combustão. A queima desses combustíveis libera gases
poluentes. Além disso, são considerados recursos esgotáveis, ou seja, são encontrados em
quantidade limitada no planeta, sendo inviável a sua reposição no tempo de vida humano.
O carvão mineral utilizado atualmente foi formado pela sedimentação de material
orgânico, como troncos e folhas de árvores, em áreas pantanosas – ambiente subaquático
(anaeróbico), com soterramento progressivo, em um processo que durou milhões de anos,
desde o Período Carbonífero.
A qualidade do carvão mineral varia conforme sua capacidade de produzir calor, o que
está relacionado ao processo de formação e à quantidade de carbono que possui. Observe
a figura a seguir, que mostra o processo de formação do carvão mineral.
SOTERRAMENTO
SOTERRAMENTO
Pântano
Tipos de carvão
Composição Turfa Linhito Hulha Antracito
Carbono 55% a 60% 65% a 75% 80% a 85% 90% ou mais
Quanto maior o tempo, a pressão e a temperatura, menor a quantidade de água presente no carvão e
maior o seu teor de carbono.
Biomassa: material de
Carvão mineral e carvão vegetal origem orgânica que pode
ser diretamente queimado ou
É importante não confundir carvão mineral com carvão vegetal. convertido em combustível.
Trata-se de uma das mais
O carvão vegetal é aquele produzido pelo ser humano e usado em churrasqueiras, por antigas fontes de energia
exemplo, fruto da carbonização (combustão parcial) da biomassa da madeira. O carvão mineral, utilizadas pelo ser humano,
por sua vez, é encontrado em áreas sedimentares, fruto da transformação de antigas reservas tendo na madeira seu
principal componente.
florestais (matéria orgânica) ao longo de milhões de anos.
carvão mineral
Na pré-história o domínio do fogo a partir da queima da madeira trouxe a possibilidade
de gerar calor e iluminação artificial, descoberta que possibilitou importantes transforma-
ções na vida e no trabalho dos seres humanos.
243
Durante muitos anos, a força humana foi a principal fonte de energia para as atividades
realizadas. Com a revolução agrícola, o ser humano passou a utilizar força animal e aprendeu
a gerar energia utilizando os ventos e a água.
Reprodução/Museu Paulista da USP, São Paulo, SP
Na Antiguidade, os ventos foram utilizados por egípcios, fenícios e romanos para navega-
ções. Já no Império Romano, era a lenha que participava da produção de armas; enquanto
isso, na China, eram desenvolvidas tecnologias hidráulicas e moinhos de vento para moer
grãos e bombear água para irrigação.
Essas tecnologias chegaram à Europa no século XIII e passaram a ser empregadas na
produção de tecidos e na metalurgia. No século XVIII, com o aprimoramento das técnicas
de aproveitamento do vapor para a geração de energia, o carvão mineral substituiu a le-
nha (carvão vegetal), passou a ser utilizado em larga escala e se tornou o principal recurso
energético do mundo.
Stefan Ziese/akg-images/Album/Fotoarena
Borgmühle, um moinho de
água construído em 1406
em Lüdinghausen, distrito
de Coesfeld, em Renânia do
Norte-Vestfália (Alemanha).
matriz elétrica
Hidráulica Outros
2,5% 2,0% A matriz energética
representa todas as
Nuclear fontes de energia
4,9% utilizadas por um país
ou por um conjunto
Biomassa Petróleo e de países, ao passo
9,3% derivados que a matriz elétrica
31,5% retrata apenas as fontes
utilizadas na geração
de energia elétrica. Ou
e-eletrica. Acesso em: 8 fev. 2021.
A China é responsável por quase metade da produção mundial de carvão mineral, se-
guida dos Estados Unidos e da União Europeia, enquanto a Austrália é a maior exportadora.
245
O gráfico a seguir mostra a produção de carvão por região, em 2018, e projeções até
2040, que consideram tanto o cenário atual como aquele em que existe adoção de práticas
de desenvolvimento sustentável. Observe as diferenças das projeções para os próximos anos.
Fonte: elaborado com base em IEA. Coal production by region and scenario,
Políticas atuais Desenvolvimento sustentável
6 000
4 000
3 000
2 000
1 000
0
2018 2030 2040 2018 2030 2040
América do Norte América Central e do Sul Ásia Central e Setentrional
Europa África Leste e Sudeste da Ásia e Oceania
*Projeção
Usinas termelétricas
Além de matéria-prima nas siderúrgicas, o carvão mineral é utilizado para geração
de energia nas usinas termelétricas. As termelétricas são usinas de produção de energia
elétrica a partir do calor gerado pela queima de algum combustível, que pode ser fóssil
(carvão mineral, petróleo e gás natural), proveniente de biomassa ou por meio de uma
reação nuclear do urânio.
Seu funcionamento consiste no aquecimento de reservatório de água a partir da queima
do combustível, fazendo com que o vapor mova as pás de turbinas, ligadas aos geradores
de energia, como ilustra o esquema a seguir.
Usina termelétrica que utiliza carvão mineral: perfil esquemático
Disponível em: www2.aneel.gov.br/arquivos/pdf/
Vapor Turbina
atlas_par3_cap9.pdf. Acesso em: 8 fev. 2021.
NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (Aneel).
Fonte: elaborado com base em AGÊNCIA
Gerador
Carvão mineral
Transformador
Esteira
Boiler
Condensador
Rio/Reservatório
Água para refrigeração
É importante destacar que a energia termelétrica não é considerada limpa, pois a queima
dos combustíveis fósseis libera gases poluentes. Além disso, os combustíveis fósseis são
fontes não renováveis, e o processo de geração de energia por termelétricas utiliza grande
quantidade de água, outro recurso que tem se tornado escasso.
dução nacional.
SANTA
CATARINA
Florianópolis
OCEANO
ARGENTINA RIO GRANDE ATLÂNTICO
DO SUL
Porto Alegre
Geografia – Módulo 11
URUGUAI
N
Fonte: elaborado com Capital de estado
base em SIMIELLI, Predomínio de O L
Maria Elena Ramos. rochas sedimentares
Geoatlas. São Paulo: S
Ática, 2019. p. 117. Áreas carboníferas 0 195 km
247
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
A jazida de
Candiota, no Rio
Grande do Sul, é
a maior reserva de
carvão do Brasil.
Foto de 2020.
Petróleo e
Nuclear derivados
2,5% 2,0%
Carvão
Biomassa
8,4%
Gás natural
9,3%
Energia nuclear
Historicamente, a energia nuclear tem sido muito utilizada em países europeus, onde
atualmente é a segunda maior fonte utilizada para a geração de eletricidade, atrás das fontes
renováveis.
Entre os benefícios de seu uso está o custo da matéria-prima, quando comparado com o
petróleo, que apresenta grande variação no preço ao longo do tempo. Outra vantagem é o
pequeno volume necessário de minério radioativo para a produção de uma grande quantidade
de energia, quando comparado a outras fontes. Do ponto de vista ambiental, trata-se de um
combustível não poluente, evitando o agravamento do efeito estufa e a formação de chuvas
ácidas. Além disso, é considerada uma fonte eficiente, pois foi cientificamente pesquisada
em todo o seu ciclo, podendo contribuir para a redução do déficit comercial e o aumento da
competitividade entre os países.
Contudo, a construção de usinas nucleares é polêmica, uma vez que demanda grandes
investimentos e alta tecnologia, geralmente restrita aos países ricos. Outro fator diz respeito
à segurança: apesar de todos os mecanismos criados para evitar desastres que venham a
lançar radiação na atmosfera, a operação dessas usinas está sujeita a problemas causados,
por exemplo, por falhas humanas, sabotagens e defeitos de ordem técnica.
Além disso, apesar de o combustível nuclear não ser poluente para o ar ou para a água, os
resíduos radioativos dos minérios utilizados como fonte de energia (geralmente o Urânio)
podem contaminar o ambiente (solo, rios e mares) se não forem tratados e armazenados
de maneira correta.
No Brasil existem duas usinas nucleares, Angra I e II, em operação, além de uma terceira Vista aérea das usinas
(Angra III) em construção, todas no município de Angra dos Reis (RJ). Atualmente, são Angra I e II na praia de
responsáveis por parte significativa do total de energia elétrica consumida no estado do Rio Itaorna, no município de
Angra dos Reis (RJ),
de Janeiro, ainda que representem menos de 3% da matriz elétrica brasileira. em 2019.
Geografia – Módulo 11
249
Atividade 1
O gráfico a seguir, intitulado “Mundo: matriz elétrica — 2018”, mostra que quase 40% da energia elétrica mundial
é gerada pela queima de carvão mineral. Com base nos seus conhecimentos e nas discussões sobre fontes energéticas,
responda às questões sobre o predomínio do uso do carvão mineral para geração de energia elétrica.
Petróleo e
derivados
2,9%
Nuclear
10,1% Carvão
38,0%
Hidráulica
16,2%
Gás natural
23,0%
-
a. O carvão mineral pode ser considerado uma fonte de energia limpa? Por quê?
Não .
de polui na
extragad e para usale e
preciou queiman
b. O carvão mineral não é o único recurso que pode alimentar as usinas termelétricas, mas é o mais utilizado atu-
almente. Por quê? Cite outros recursos naturais que também são utilizados como matéria-prima para geração
de energia elétrica.
Pos
que
ele e o mais banata
produti de, Biomassa
, petralia, gai natural e ananio
c. Compare o gráfico que mostra a matriz elétrica mundial (acima) com o da matriz energética mundial, na página
245 e explique a diferença na participação do carvão nas duas matrizes.
-
250 Ensino Fundamental – Anos Finais 7º ANO
d. Qual é a participação da energia nuclear nas duas matrizes? Comente as vantagens e as desvantagens de seu uso.
Matric
Matriz Energetica
Eletrica :
10, 1 %
Fonte: elaborado com base em HOW are oil & gas formed? Wyoming State Geological Survey. Disponível em:
https://www.wsgs.wyo.gov/energy/oil-gas-resources.aspx. Acesso em: 8 fev. 2021.
matéria orgânica
enterrada convertida em
petróleo e gás natural
251
A partir da segunda metade do século XIX, o petróleo foi ganhando espaço, substituindo
o carvão mineral, e se estabeleceu como principal fonte de energia mundial na atualidade.
Observe o gráfico a seguir.
bp.com/en/global/corporate/energy-economics/statistical-review-of-world-energy.
%
Fontes: elaborado com base em SMIL, Vaclav (2017). Energy Transitions: Global
energy-transitions-global-and-national-perspectives-second-expanded-and-
Outras renováveis
Solar
80
Eólica
Hidráulica
60 Nuclear
Gás natural
Petróleo
40
20 Carvão mineral
O petróleo já era conhecido desde a Antiguidade, mas apenas no século XIX foi de-
senvolvido seu processo de refinação, permitindo seu uso em larga escala. Esse período
é conhecido como Segunda Revolução Industrial, momento em que a industrialização se
expandiu para outros países e o carvão foi substituído pelo petróleo, mais eficiente. A nova
fonte de energia e outras tecnologias permitiram a automação do trabalho e a produção em
massa, o que teve mais impacto para as formas de trabalho e consumo. As transformações
do período também estimularam a expansão das redes de transporte, para o escoamento
da produção.
O gás natural também já era conhecido e utilizado por algumas civilizações para manu-
tenção do fogo, mas apenas no final do século XIX foi desenvolvida a tecnologia para seu
aproveitamento como fonte de energia. Em meados do século XX, após a Segunda Guerra
Mundial, novas tecnologias facilitaram a expansão do transporte de gás por meio de gaso-
dutos, permitindo seu uso em larga escala na produção de energia elétrica.
Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro:
CANADÁ RÚSSIA
CHINA
ESTADOS OCEANO IRAQUE
UNIDOS KUWAIT
Trópico de Câncer ATLÂNTICO IRÃ
EMIRADOS
OCEANO MÉXICO VENEZUELA
PACÍFICO
NIGÉRIA ARÁBIA ÁRABES
Produção de petróleo
0°
Equador SAUDITA UNIDOS
(mil barris/dia) OCEANO
de Greenwich
De 1 000 a 2 000
O L
De 2 000 a 5 000
S
0 2 350 km De 5 000 a 12 354
ESTADOS ARÁBIA RÚSSIA IRÃ IRAQUE CANADÁ EMIRADOS CHINA KUWAIT BRASIL
UNIDOS SAUDITA ÁRABES
UNIDOS
253
Reserva e produção de petróleo
Cuidado para não confundir os dois termos. Enquanto reserva de petróleo se refere às
reservas naturais de determinado país ou região, exploradas ou não, a produção de petróleo
é o dado que apresenta a quantidade efetivamente extraída do recurso.
Segundo dados da Agência de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), a Venezuela é o país
com as maiores reservas do mundo, entretanto isso não se reflete na exploração do recurso
nem na riqueza do país.
Dependendo de fatores naturais, os custos de extração do petróleo podem ser bastante
elevados, inviabilizando a exploração de algumas reservas.
2 Rússia 1741,3
3 Irã 613,4
4 Canadá 483,0
5 Catar 481,4
6 China 408,8
7 Noruega 337,6
8 Austrália 310,9
10 Argélia 250,0
20 Brasil 109,9
Fonte: elaborado com base em BP Statistical Review of World Energy 2018. Disponível em: https://www.bp.com/content/dam/bp/
business-sites/en/global/corporate/pdfs/energy-economics/statistical-review/bp-stats-review-2018-full-report.pdf. Acesso em: 8 fev. 2021.
O caminho do gás natural. Brasil, 2015 (2 min 46 s). Disponível em: https://youtu.be/Y_CuYA_Pj8g.
Vídeo institucional da Petrobras que mostra como é feita a extração, o refino e a distribuição do gás natural no Brasil.
Acesso em: 8 fev. 2021.
0,6%
Lixívia e outras
renováveis Carvão
5,9% 5,7%
Lenha e carvão
vegetal
8,0%
Petróleo e
derivados
Hidráulica 36,4%
12,0%
Geografia – Módulo 11
Biomassa
Gás natural
17,0%
13,0%
255
Atividade 2
Compare a matriz energética brasileira (gráfico da Mundo: matriz energética – 2018
página anterior) com a matriz energética mundial Hidráulica
(ao lado) e responda ao que se pede. Outros
em: www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-
a. Qual matriz tem maior porcentagem de fontes Nuclear
4,9%
de energia renovável? Explique. Petróleo e
derivados
Biomassa
31,5%
9,3%
Gás natural
22,8%
Carvão
26,9%
As principais áreas produtoras no Brasil estão no litoral das regiões Nordeste e Sudeste, com destaque para a
bacia de Campos, que ocupa parte da costa dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.
minerais energéticos: petróleo. In: BIZZI, L. A. Geologia, Tectônica e Recursos Minerais do Brasil.
CPRM. Brasília, 2003. Disponível em: www.cprm.gov.br/publique/media/recursos_minerais/livro_
Amazonas ATLÂNTICO
Fonte: elaborado com base em MILANI, Edison José; ARAÚJO, Laury Medeiros de. Recursos
Pará-Maranhão
Equador Barreirinhas 0º
Marajó
Ceará
Solimões Amazonas
Potiguar
Parnaíba
Paraíba
Jatobá Pernambuco
Acre
Tucano
Sergipe-Alagoas
Parecis
Recôncavo Jacuípe
Camamu
Almada
geo_tec_rm/capX_a.pdf. Acesso em: 8 fev. 2021.
São Jequitinhonha
Francisco Cumuruxatiba
Mucuri
OCEANO
Espírito Santo
PACÍFICO
Paraná
órnio
de Capric Campos
Trópico
Santos
N
O L
Bacias sedimentares brasileiras
S
Províncias produtoras Pelotas
0 390 km
Fonte: elaborado com base em BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural
Macapá
PI PB João Pessoa
PE Recife
AC Porto Palmas
AL Maceió
Rio Velho
TO SE
Branco
SC
Capital de país Florianópolis
Capital de estado
RS N
Gasoduto Bolívia-Brasil
Porto Alegre
Gasoduto O L
Unidade de processamento S
de gás natural 0 310 km
257
Daniel Derevecki/Fotoarena
Trecho do gasoduto
Exploração da camada pré-sal Bolívia-Brasil.
Camada pré-sal
Fonte: elaborado com base em PETROBRAS. Pré-Sal. Disponível em: https://
Profundidade
petrobras.com.br/pt/nossas-atividades/areas-de-atuacao/exploracao-e-
Fund
o do
mar
producao-de-petroleo-e-gas/pre-sal/. Acesso em: 8 fev. 2021.
2 000 m Cam
ada
pós- de
sal
3 000 m Óleo está sob camada
Plataforma perfura de sal que pode ter
Cam até 2 mil metros de
abaixo da camada de ad
de s a espessura
sal par extrair o óleo al
5 000 m Cam
ada
d
pré- e
Essas reservas estão sal
localizadas entre 5 mil e
7 mil metros abaixo do Petróleo
nível do mar
7 000 m
com.br/pt/nossas-atividades/areas-de-atuacao/exploracao-e-producao-de-petroleo-e-gas/
Fonte: elaborado com base em PETROBRAS. Pré-Sal. Disponível em: https://petrobras.
com.br/economia/noticia/2020-08/producao-no-pre-sal-passa-de-70-do-petroleo-e-gas-
2 500 000
2 000 000
1 500 000
500 000
0
2010 2014 2016 2018 2020
259
Saiba mais
IRAQUE
OCEANO
IRÃ
ATLÂNTICO ARGÉLIA LÍBIA KUWAIT
Trópico de Câncer
EMIRADOS
OCEANO ÁRABES UNIDOS OCEANO
PACÍFICO NIGÉRIA PACÍFICO
VENEZUELA ARÁBIA
Equador GUINÉ SAUDITA
0º
EQUATORIAL
CONGO OCEANO
GABÃO ANGOLA ÍNDICO
Trópico de Capricórnio
Meridiano de Greenwich
N
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
O L Círculo Polar Antártico
S
0 1 900 km 0º
Fonte: elaborado com base em ORGANIZAÇÃO DOS PAÍSES EXPORTADORES DE PETRÓLEO (OPEP). Member Countries.
Disponível em: www.opec.org/opec_web/en/about_us/25.htm. Acesso em: 8 fev. 2021.
Saiba mais
podem conseguir a permissão para ir a cidade de Meca, mas vistos para turistas
não eram concedidos.
O objetivo da nova política é diversificar a economia local e reduzir a
dependência do petróleo.
[...] o país espera que o turismo seja responsável por 10% do PIB da Arábia
Saudita, comparado com os atuais 3% [...]
ARÁBIA Saudita abre fronteiras para o turismo e oferece visto online. Folha de S.Paulo, 30 set. 2019.
Disponível em: www1.folha.uol.com.br/turismo/2019/09/arabia-saudita-abre-fronteiras-para-
o-turismo-e-oferece-visto-online.shtml?origin=uol. Acesso em: 8 fev. 2021.
fokke baarssen/Shutterstock
Em Dubai (Emirados Árabes Unidos), foi construído o primeiro e maior resort de esqui no Oriente
Médio. Além da gigantesca estação de esqui, o país oferece aos turistas hotéis de luxo, ilhas
artificiais, parques de diversão e complexos esportivos para sediar eventos internacionais. Foto de
2017.
Desde o final do século XX, são realizadas conferências ambientais internacionais para
a discussão de temas relacionados ao meio ambiente e a adoção de políticas comuns pelos
países participantes, na direção do desenvolvimento sustentável.
Nessas conferências são firmados compromissos dos países em relação, entre outras
coisas, à emissão de gases de efeito estufa, para frear as mudanças climáticas. Observe o
gráfico que mostra os principais países emissores desses gases de 1850 a 2016.
261
Mundo: principais países emissores de gases do efeito estufa (total acumulado, em
toneladas de CO2 equivalente) – 1850-2016
600 000 577 578
blog/2019/04/ranking-paises-que-mais-emitem-carbono-gases-de-efeito-estufa-aquecimento-
Fonte: elaborado com base em CLIMATE WATCH. Disponível em: https://wribrasil.org.br/pt/
400 000
283 790
112 506
99 578 96 800
0
Estados China Rússia Alemanha Índia Reino Japão França Ucrânia Canadá
Unidos Unido
Ásia Oriental e Pacífico Europa e Ásia Central América do Norte Sul da Ásia
Apesar de o potencial poluente do uso dos combustíveis fósseis ser conhecido há algu-
mas décadas, foi no início do século XXI que a pauta ambientalista ganhou força e passamos
a observar a intensificação da busca por fontes de geração de energia limpas e renováveis.
Em 2015, a Suíça foi o país com a matriz energética mais sustentável do mundo. Na
geração de eletricidade, apenas 1,4% de sua matriz era proveniente de combustíveis fós-
seis. A Dinamarca, por sua vez, destaca-se por ter mais de 96% da matriz dependente da
energia hidrelétrica, enquanto Portugal e Noruega se destacam pelas políticas de adoção
de carros elétricos e painéis solares. Na América Latina, o Uruguai passou a substituir as
importações de petróleo por energia limpa, como a hidrelétrica, a solar, a eólica e aquelas
provenientes de biocombustíveis.
A China, historicamente um dos maiores emissores de gases de efeito estufa, também é
campeã em investimentos em energia limpa na última década, com destaque para a energia
solar e eólica. Índia, Japão e Estados Unidos também se destacam pelos investimentos no setor.
Limpos?
O fato de realizar altos investimentos em energia limpa, ou mesmo adotar uma matriz energética renovável, não significa
que o país deixa de contribuir para a emissão de gases poluentes.
A Noruega, por exemplo, tem alto consumo de energia limpa, mas continua produzindo e exportando petróleo. O mesmo
vale para China e Estados Unidos, que investem bastante no uso de energia limpa, mas seguem sendo os maiores poluidores
do mundo, como vimos no gráfico anterior.
A energia hidrelétrica é uma fonte renovável, pois é gerada a partir do movimento de grandes massas de
água. As áreas alagadas liberam gases do efeito estufa, em razão da decomposição de matéria orgânica. Ainda
assim, é considerada uma opção de menor impacto ambiental no que diz respeito à poluição atmosférica, se
comparada aos combustíveis fósseis.
Entretanto, sua instalação causa outros importantes impactos ambientais e sociais, pois ela depende da
inundação de grandes áreas, afetando a fauna e a flora e provocando alterações no microclima. Do ponto de vista
social, obriga a remoção da população de comunidades da área da usina e do entorno e provoca a inundação de
sítios arqueológicos. Isso ocorre principalmente em grandes usinas hidrelétricas, como Itaipu Binacional (Brasil
e Paraguai) e Três Gargantas (China).
263
A energia dos oceanos pode ser apro-
veitada a partir do movimento das on-
das ou da subida e descida das marés.
Essas usinas implantam grandes estru-
turas que boiam nas águas do mar e ge-
ram energia pela transmissão e motores
que captam esse movimento de subida
e descida das águas oceânicas. O Brasil
implantou a primeira usina maremotriz
da América Latina, no Ceará.
Reprodução/Arquivo da editora
mundo, o Brasil passou a bus-
car novas fontes de energia na
década de 1970. A partir do pro-
grama Proálcool, o país foi subs-
tituindo a gasolina, derivada do
petróleo, pelo etanol, obtido
da cana-de-açúcar, como com-
bustível para os automóveis.
Naquele momento – e ainda
hoje –, o etanol, que é menos
poluente, também apresentava
custo de produção mais baixo.
Atualmente o etanol é utiliza-
do em automóveis com motores
flex, que aceitam tanto a gasolina
quanto o álcool, além de ser mis-
turado à primeira para otimizar
sua queima e reduzir a emissão
de gases do efeito estufa.
A matriz energética bra-
sileira é predominantemente
renovável, principalmente pela
ampla utilização das usinas hi-
drelétricas, possibilitada pela
riqueza hídrica e pelas carac-
terísticas naturais do relevo do
Brasil, favoráveis à sua imple-
mentação. Os aspectos físicos
brasileiros também favorecem
outras tecnologias de geração
de energia renováveis e com
menos impactos, como a solar
e a eólica.
A energia eólica tem apre-
sentado crescimento significati-
vo no país nos últimos anos, com
Imagem de campanha
a implantação de parques eólicos especialmente na região Nordeste do país, onde é utilizada publicitária da década de
Geografia – Módulo 11
países com maior potencial de geração desse tipo de energia, destacadamente na região
Nordeste. O principal uso atualmente está relacionado ao aquecimento de água em casas
e apartamentos.
265
Pensar representações
OCEANO
Trópico de Câncer ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
Equador
0°
OCEANO
de Greenwich
ÍNDICO
Trópico de Capricórnio
diano
Proporção de energia
renovável no total de
Meri
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO energia consumida (%)
Círculo Polar Antártico
Menos de 20
N De 20 a 40
De 40 a 60
O L
De 60 a 80
S Mais de 80
0 2 830 km Sem dados
Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 68.
Atividade 3
A partir da análise do mapa e do que foi estudado a respeito da matriz energética brasileira, responda às questões
a seguir.
a. Qual porcentagem da energia consumida no Brasil, em 2015, era proveniente de fontes renováveis?
c. Indique três países entre os dez maiores produtores de petróleo, conforme o mapa na página 253, e comente
seu consumo de energia renovável com base na leitura do mapa.
3. Recentemente, questões relacionadas à degradação ambiental e a mudanças climáticas têm ganhado destaque nas
mídias e nas discussões políticas. Ambientalistas, organizações não governamentais e organismos internacionais
defendem a adoção de fontes de energia limpas e renováveis como forma de minimizar os impactos ambientais das
atividades humanas. Leia as afirmações abaixo a respeito das relações entre fontes de energia e meio ambiente.
A energia hidrelétrica é uma fonte renovável e limpa, pois não se esgota nem causa impactos ambientais.
I.
Os biocombustíveis são substitutos menos poluentes para os combustíveis fósseis.
II.
A energia solar tem grande potencial de utilização no Brasil.
III.
IV.Os Estados Unidos passaram a investir em fontes limpas e renováveis de energia, tornando-se um dos países
que menos emitiu gases poluentes na última década.
Geografia – Módulo 11
267
Em casa
1. A exploração de carvão mineral no Brasil está concentrada na região Sul, onde estão nossas melhores reservas.
Faça uma pesquisa e identifique os principais impactos socioambientais dessa atividade na região.
Escreva um texto apresentando os resultados de sua pesquisa. Ele deve estar estruturado em introdução,
desenvolvimento e conclusão. Não se esqueça de indicar a bibliografia utilizada.
2. Observe o quadro com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), propostos pela Organização das
Nações Unidas (ONU).
Reprodução/OMS/Nações Unidas
Fonte: ONU. Disponível em: https://nacoesunidas.org/pos2015/. Acesso em: 8 fev. 2021.
Reflita sobre o que foi discutido a respeito das diferentes fontes energéticas – suas características, suas vantagens
e suas desvantagens – e escreva um texto relacionando os objetivos 7, 9, 12 e 13.
Caso considere necessário, utilize jornais, revistas e a internet para pesquisar sobre os ODS da ONU. Além dos
objetivos indicados acima, é possível relacionar outros ODS para complementar seu texto.
3. Em 2018, o Brasil enfrentou uma longa greve de caminhoneiros que trouxe à tona a dependência brasileira do
transporte rodoviário, impactando o abastecimento em diversos setores. Pesquise sobre o tema e escreva um
texto que aborde os seguintes pontos:
• motivações para a greve;
• duração e extensão geográfica da greve; TC ON-LINE: Faça os exercícios extras disponíveis no Plurall.
• setores afetados pela greve;
• relação com o petróleo.
No final do texto, proponha ações ou políticas a fim de solucionar os problemas identificados a partir da pesquisa.
12 industrial
De Agostini/Getty Images
As manufaturas
Ao longo da Idade Média, do século V ao século XV, o continente europeu era organizado
em feudos, unidades de produção agrícola autossuficientes, que foram a base das relações
econômicas, sociais, políticas e culturais desse período. Essa época é considerada como a Burgos: cidades localizadas
do apogeu do artesanato. fora dos castelos, que
Diante do enfraquecimento do poder da nobreza feudal, o regime de servidão pelo qual também podiam ser
protegidas por muros, onde
os camponeses estavam presos à terra também foi perdendo força, e, gradativamente, os seus habitantes, conhecidos
servos deixavam os feudos, dirigindo-se para os burgos. Simultaneamente, houve o cres- por burgueses, realizavam
cimento das atividades mercantis e manufatureiras no continente europeu. atividades comerciais.
Foi assim que se aprofundou a divisão social do trabalho, que fez aumentar a quantidade
de mercadorias produzidas. E é fácil entender por que isso ocorreu:
271
• ao realizar um só tipo de tarefa na produção de um objeto, o trabalhador ganhava agi-
lidade no que fazia (especialização);
• perdia-se menos tempo entre as etapas de produção, já que cada tarefa era realizada
por uma pessoa;
• os trabalhadores especializados buscavam criar ferramentas melhores para a parte do
trabalho que realizavam.
Nos séculos XV e XVI, as grandes potências da época, Portugal e Espanha, empreenderam
as expedições ultramarinas, também conhecidas como Grandes Navegações, que levaram
à colonização do Novo Mundo recém-descoberto, as Américas. Das colônias partiam as
mercadorias que eram vendidas pela burguesia dessas nações a outros povos europeus,
enriquecendo, assim, as metrópoles. Além disso, as colônias eram obrigadas a comprar
delas tudo de que necessitavam.
Com a descoberta do ouro e da prata no continente americano, milhares de toneladas
desses metais preciosos foram transferidas para o tesouro de Portugal e da Espanha e le-
vadas, pelas trocas mercantis, a outros países. Esse momento do capitalismo é conhecido
como capitalismo comercial ou período de acumulação primitiva de capital.
Revolução Industrial
O aprimoramento das técnicas e o avanço das pesquisas científicas alteraram profun-
damente os modos de produzir a partir do século XVIII. Foi nesse século, na Inglaterra, que
importantes invenções e descobertas científicas passaram a ser aplicadas nas atividades
industriais e nos meios de transporte. Muitos produtos que antes eram feitos de maneira
manual, como vimos anteriormente, começaram a ser fabricados também por máquinas.
A invenção do tear mecânico e de máquinas hidráulicas – que funcionam com a força da
água em movimento – e a vapor – movidas pela pressão do vapor de água – alterou as
formas de produção de modo tão significativo que esse momento histórico foi denominado
Revolução Industrial.
Prisma/Album/Fotoarena
Entre meados do
século XVIII e o
início do século XIX
muitas mulheres
trabalharam
nas tecelagens
industriais, que
passaram a tomar
o lugar das antigas
tecelagens manuais.
A gravura, do início
do século XIX,
representa uma
fábrica de tecido
de algodão na
Inglaterra.
Atividade 1
a. Explique como a produção em manufaturas alterou o ritmo de trabalho das pessoas. Geografia – Módulo 12
273
b. Explique, com suas palavras, o que o autor diz no trecho “a economia e a ideologia capitalista dissociam o saber
do fazer, o trabalho intelectual do manual”.
c. As atividades humanas costumam ser divididas em trabalho braçal e trabalho intelectual. Aponte por que o
intelectual costuma ser mais valorizado e justifique a sua resposta.
Tipos de indústria
Atualmente, existem vários tipos de indústria. Elas podem ser classificadas com base em
vários critérios, mas, em geral, o mais utilizado é o que considera a categoria e o destino
do bem produzido. Observe a tabela a seguir.
Eduardo Knapp/Folhapress
e da robotização, bem como à disseminação de invenções
como a internet, assistimos a rápidas e sucessivas mudanças
na produção industrial.
Tudo isso tem gerado imensas transformações no espaço
geográfico. Cada vez mais, as indústrias buscam inovação,
investem em novas tecnologias, em especial naquelas que
aumentam sua produtividade e diminuem a quantidade de
mão de obra empregada. Isso tem causado problemas, como
o aumento do desemprego, do consumismo e da poluição.
O avanço tecnológico deu origem a novos produtos,
que, por sua vez, impulsionaram o desenvolvimento indus-
trial. É o caso da fibra óptica, empregada para transmitir
informações. Seu baixo custo e sua grande capacidade de Indústrias de autopeças utilizam ligas metálicas produzidas
por indústrias de base para desenvolver peças que serão
transmissão de dados por longas distâncias fazem com utilizadas na fabricação de veículos automotores. Na foto,
que os cabos desse material sejam muito utilizados pelas operários especializados entornam ferro derretido em
altíssima temperatura em moldes para fazer peças de freio
indústrias, especialmente as de telecomunicações. para trens, em Barueri (SP), em 2016.
Saiba mais
Brasil e Europa mais próximos e conectados. Foi anunciada, nesta quinta-feira (10), pelo ministro
das Comunicações, Fábio Faria, a primeira conexão direta de alta velocidade e tráfego de dados por cabo
submarino de fibra óptica entre os dois continentes. O cabo ligará as cidades de Fortaleza, no Ceará, a
Sines, em Portugal.
275
O lançamento está previsto para a próxima semana e o projeto deve ser concluído em 2021; e prepara ainda
mais o Brasil para a internet de alta velocidade que será oferecida pelo 5G.
“Nós estimamos que, até o segundo trimestre do ano que vem, estará pronto. Nós temos hoje um cabo que
já faz essa conexão, mas de voz, entre Brasil e Europa, que passa pelos Estados Unidos, mas que já tem mais
de 20 anos. A vida útil de um cabo de fibra óptica que faz esse tipo de tráfego, ele tem uma durabilidade em
torno de 25 anos. Então, ele já está praticamente no fim da sua vida útil. Agora, vamos levar um cabo novo que
vai levar dados e que tem uma capacidade de armazenamento 7 mil vezes maior do que o atual”, explicou o
ministro das Comunicações, Fábio Faria.
A instalação do cabo submarino será feita por uma empresa privada, a Ellalink, e custará R$ 1 bilhão. O
projeto tem 6 mil quilômetros de extensão, podendo chegar a 5 quilômetros de profundidade em alguns locais,
e permitirá o tráfego de dados de 72 terabits por segundo.
Empreendimento revolucionário
Segundo o Governo Federal, o novo empreendimento revolucionará a comunicação entre os dois
continentes. Agora, o tempo que a informação levará para ir e voltar ao outro lado do oceano atlântico será
dezenas de vezes mais rápido que um piscar de olhos.
Segundo o ministério, há previsão de expansão para pontos no Rio de Janeiro e em São Paulo, além de
conexões na África e em outros países europeus, ilhas do Atlântico e Guiana Francesa.
Vantagens de cabos
Brasil: novas conexões via cabo de fibra óptica
submarinos de fibra óptica 0°
Fonte: elaborado com base em SUBMARINE CABLE MAP. Disponível em: www.submarinecablemap.com/#/
Os cabos submarinos têm algumas
Círculo Polar Ártico
vantagens em relação aos satélites. Além
de serem mais rápidos, são mais baratos.
A redução de custos é de cerca de 50%.
Quando chove forte ou há furacões,
por exemplo, o sinal não é afetado. A REINO
UNIDO
Rio de Janeiro
N
tempo, por exemplo, para fazer aplicações Santos
OCEANO ARGENTINA O L
de computação em nuvem, transações PACÍFICO URUGUAI
S
bancárias, reprodução de vídeos, filmes e 0 1 325 km
jogos eletrônicos.
BRASIL. Ministério das Comunicações. Brasil e Europa: cabo de fibra óptica submarino melhorará conectividade entre continentes, 10 dez. 2020. Disponível em:
www.gov.br/pt-br/noticias/transito-e-transportes/2020/12/brasil-e-europa-cabo-de-fibra-optica-submarino-melhorara-conectividade-entre-continentes. Acesso em: 8 fev. 2021.
a. Segundo o investidor entrevistado, que tipos de atividade humana não poderão ser substituídos por máquinas?
b. Kai-Fu Lee afirma que a inteligência artificial vai trazer mais transformações que a eletricidade. De que forma
a invenção da eletricidade alterou a maneira de produzir nas fábricas?
c. Para Kai-Fu Lee, qual é a diferença entre a extinção de empregos pela inteligência artificial e as anteriores, que
faz com que esse evento seja mais desafiador?
Os modelos de produção
No início do século XX, os Estados Unidos tornaram-se um dos países mais ricos do
mundo, principalmente graças às suas indústrias, entre as quais se destacava a automotiva,
grande novidade da época. Nesse período, houve um aumento do interesse pelo modo
de produção industrial e passaram a ser propostos novos modelos, que veremos a seguir.
O taylorismo
O engenheiro estadunidense Frederick W. Taylor (1856-1915) desenvolveu, a partir da
Geografia – Módulo 12
observação dos trabalhadores nas indústrias, uma teoria que tinha o objetivo de acelerar
o processo produtivo. Ele constatou que os trabalhadores deveriam ser organizados de
forma hierarquizada e sistematizada, cada um desenvolvendo uma atividade específica.
Essa teoria ficou conhecida como taylorismo. Segundo ela, os trabalhadores deveriam ser
monitorados segundo o seu tempo de produção, pois deveriam cumprir sua tarefa no menor
tempo possível, sendo premiados aqueles que se destacassem.
277
A linha de montagem fordista
Henry Ford (1863-1947), fundador da Ford Motor Company, aprimorou as ideias de
Taylor e implantou em sua fábrica de Detroit (Estados Unidos) um modelo de produção
de carros em série, conhecido como linha de montagem. Os veículos eram montados em
esteiras rolantes que se movimentavam enquanto o operário ficava praticamente parado,
realizando uma pequena etapa da produção. Dessa forma, não era necessária quase ne-
nhuma qualificação dos trabalhadores, e o tempo de deslocamento no interior das fábricas
era reduzido a praticamente zero.
O método de produção fordista exigiu enormes inves-
Underwood Archives/UIG/Fotoarena
timentos e instalações, mas permitiu que Ford produzisse
mais de 2 milhões de carros por ano durante a década
de 1920, caracterizando o que se chamou de “produção
em massa” de bens. Essa forma de produzir, embora te-
nha surgido na indústria automotiva, continuou sendo
utilizada por empresas de outros setores industriais, que
buscavam aumentar seu volume de produção.
O toyotismo
A partir da década de 1950, novos modelos industriais começaram a ser aplicados em
outras partes do mundo e passaram a concorrer com o fordismo. Na década de 1970, após
os choques do petróleo e o surgimento de competidores japoneses no mercado automotivo,
o fordismo e a produção em massa entraram em crise e começaram a ser gradativamente
substituídos pela “produção enxuta” (just in time), modelo
François Presti/AFP
de produção baseado no sistema da fabricante de veículos
automotores japonesa Toyota, conhecido como toyotista.
As linhas de montagem tradicionais foram substituídas
por equipes multifuncionais que respondiam por todo
o processo de produção. Nessa proposta, os operários
controlam também a qualidade dos produtos, diminuindo
as peças com defeito. Além disso, passou-se a valorizar
uma produção enxuta, ou seja, do que é necessário para
atender à demanda do mercado, diferentemente do for-
dismo, que visava produzir o máximo possível e estocar
o excedente. Com um estoque tendendo a zero, as insta-
lações industriais passaram a ocupar áreas menores. Ao
produzir apenas aquilo que é demandado, passou a ser
possível a customização dos produtos, ou seja, produzir
de forma personalizada. Assim como o modelo fordista, o O sistema criado pela Toyota visa eliminar os desperdícios
ao longo de toda a produção, solucionando rapidamente os
modelo toyotista também foi incorporado por indústrias problemas detectados durante a montagem do produto. Na foto,
de outros setores, sendo utilizado até os dias atuais. fábrica da Toyota em Onnaing (França), em 2015.
Atualmente, muitas
linhas de montagem são
totalmente robotizadas
e informatizadas, não
necessitando do trabalho
manual. Essa mudança
exige do trabalhador
mais qualificação para
programar e operar
sistemas informatizados.
Na foto, de 2020, robô
realiza soldagem de
partes de um automóvel
durante demonstração em
feira de tecnologia voltada
ao setor industrial na
cidade de Xangai (China).
Atividade 3
Leia a charge abaixo e responda ao que se pede.
Thaves/Dist. by Andrews
McMeel Syndication
c. A charge é uma linguagem de humor, que traz uma ilustração e pode ou não trazer elementos textuais. Elabore,
numa folha à parte, uma charge sobre outro modelo de produção estudado.
279
Áreas industriais: principais características
Desde a Revolução Industrial, o ser humano vem construindo o chamado espaço industrial.
Trata-se do conjunto das áreas escolhidas para a instalação de indústrias, por apresentarem
características que permitem maiores ganhos aos empresários do setor industrial. Inicialmente,
para a instalação das fábricas, eram verificadas na escolha do local as seguintes características,
que ficaram conhecidas como fatores clássicos de localização das indústrias:
• Boa infraestrutura: facilidade de acesso a fontes de energia e redes de transporte e de
comunicação.
• Oferta de mão de obra e mercado consumidor: grande contingente de pessoas disponíveis
para trabalhar nas fábricas e com capacidade financeira de comprar os produtos fabricados.
• Disponibilidade de matéria-prima: proximidade de fontes de matéria-prima.
Atualmente, a decisão de onde instalar a indústria não depende mais exclusivamente desses
fatores clássicos. São levadas em conta também outras características, destacadas em verde
no esquema a seguir.
Mercado Disponibilidade de
consumidor matérias-primas
Desenvolvimento Boa
de tecnologia infraestrutura
Tales Azzi/Pulsar Imagens
OCEANO
OCEANO em escolas técnicas
ATLÂNTICO
Equador
PACÍFICO
0°
ou na universidade.
OCEANO
reenwich
industrialização
Semi-industrializados
N é o preparo do
Recentemente
industrializados
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO O L trabalhador que
Altamente industrializados Círculo Polar Antártico
S
define quanto
Regiões densamente
0 3 640 km
industrializadas ele vai ganhar.
Quanto maior a
qualificação, maior
Atividade 4 tende a ser o seu
Observe o planisfério das principais concentrações industriais e responda: salário.
Designal pois .
ha paises gen
tern mens industrializa
gar
, ,
Rio de janeiro .
281
c. Cite outros países que se destacam pela existência de regiões densamente
industrializadas.
Estados Unidos Canada, Paris,
,
Italia
As empresas transnacionais
É muito comum as grandes empresas terem suas matrizes em países ricos, como Esta-
dos Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, China e Japão; seu centro de informática em
outros países, como México, Índia e Coreia do Sul; e suas linhas de montagem em outros
tantos, como Brasil, Malásia e Tailândia. Observe o mapa a seguir.
1
1 2
produzidos nas
2
1 9 1
1
3
1
1
1
3 9
165 69 fábricas
1 espalhadas ao
Trópico de Câncer 1 1 1
1 redor do mundo são
1 OCEANO 2
OCEANO
1
1 OCEANO comercializados para
1 ATLÂNTICO 3 2 PACÍFICO mais de 160 países e
PACÍFICO 1
Equador 2
1 1
0º regiões, e a empresa
OCEANO 4 emprega, atualmente,
Meridiano de Greenwich
1 ÍNDICO cerca de 340 mil
Trópico de Capricórnio
trabalhadores.
1 1
1
N
5 Sedes mundiais OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
Círculo Polar Antártico
15 Centros de design, O L
pesquisa e desenvolvimento
S
69 Fábricas de produção 0 2 400 km
Saiba mais
283
Atividade 5
A partir da leitura do mapa “Mundo: planejamento e cadeia de produção da Toyota – 2020” e do que foi visto nas
aulas, responda:
a. De que forma as indústrias contribuem para que os países menos industrializados onde elas atuam não desen-
volvam tecnologia própria?
b. Em geral, como podemos caracterizar os países onde estão localizados os Centros de Design e Pesquisa e De-
senvolvimento da Toyota?
Teste
1. Leia o texto a seguir.
A evolução que marca as etapas do processo de trabalho e das relações sociais marca, também, as mudanças
verificadas no espaço geográfico, tanto morfologicamente, quanto do ponto de vista das funções e dos processos.
É assim que as épocas se distinguem umas das outras.
Todo e qualquer período histórico se afirma com um elenco correspondente de técnicas que o caracterizam
e com uma família correspondente de objetos. Ao longo do tempo, um novo sistema de objetos responde ao
surgimento de cada novo sistema de técnicas. Em cada período, há, também, um novo arranjo de objetos. Em
realidade, não há apenas novos objetos, novos padrões, mas, igualmente, novas formas de ação. [...]
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4. ed. São Paulo: Edusp, 2006. p. 61-62.
A partir dos seus conhecimentos, assinale a alternativa correta sobre o espaço geográfico.
a. A industrialização altera o espaço geográfico apenas porque retira matéria-prima da natureza.
b. A ação humana não interfere no espaço geográfico; hoje ele é o mesmo que sempre foi.
c. As mudanças nas técnicas e no modo de produção transformam o espaço geográfico.
d. As mudanças no mundo do trabalho ocorrem no tempo, não no espaço.
2. Observe o mapa “Brasil: novas conexões via cabo de fibra óptica”, na página 276. Em seguida, assinale a alternativa
que contém apenas países conectados ao Brasil por esses cabos.
a. Angola, África do Sul, Estados Unidos, Portugal, França.
b. Angola, Argentina, Venezuela, Estados Unidos e Espanha.
c. África do Sul, Cuba, Estados Unidos, Reino Unido e Espanha.
d. Nigéria, Chile, Uruguai, Canadá e Portugal.
3. Leia as descrições a seguir, de diferentes modelos de produção, e assinale a alternativa que os identifica corretamente.
I. Sistema de produção que organiza a divisão de tarefas entre os trabalhadores e premia os que realizam sua
tarefa com maior velocidade.
II. Modelo da linha de montagem, caracterizado por esteiras rolantes, que levam as peças para que funcionários
realizem sua tarefa parados, atribuindo maior velocidade ao processo.
284 Ensino Fundamental – Anos Finais 7º ANO
III. Modelo que abandona produção em massa, produzindo apenas o correspondente à demanda, podendo
personalizar os produtos. Suas fábricas ocupam áreas menores (por não haver estoque).
a. I. Taylorismo; II. Fordismo; III. Toyotismo.
b. I. Setor primário; II. Setor secundário; III. Setor terciário.
c. I. Toyotismo; II. Robotização; III. Fordismo.
d. I. De base; II. De bens de consumo; III. De bens intermediários.
4. Como vimos na aula, tradicionalmente as indústrias se localizam em áreas com boa infraestrutura e oferta de mão
de obra e mercado consumidor.
Entretanto, atualmente, outros fatores passaram a influenciar essa distribuição, e muitas indústrias, originais de
países industrializados, têm se estabelecido em países em desenvolvimento.
Assinale a alternativa que apresenta informações corretas sobre o tema.
a. A China atrai muitas indústrias porque tem leis trabalhistas que protegem o trabalhador, mão de obra qua-
lificada e boa infraestrutura.
b. O Brasil atrai as indústrias transnacionais por que oferece incentivos fiscais, mão de obra abundante e um
grande mercado consumidor.
c. As maquiladoras no México fazem a montagem de produtos que serão vendidos no país, evitando taxas.
d. A Índia não atrai empresas transnacionais devido à falta de mão de obra abundante e barata, embora conte
com excelente infraestrutura.
Em casa
1. Sobre a Revolução Industrial, responda:
a. Analise as modificações que as indústrias provocaram na paisagem. Em que países essas transformações foram
mais intensas?
b. Quais foram as mudanças na divisão social do trabalho provocadas pela Revolução Industrial? Quem se bene-
ficiou dessas mudanças? Explique.
2. Vimos que existem três setores de indústria, encaixando-se todas as que produzem para o mercado consumidor
no mesmo setor: “indústria de bens de consumo ou indústria leve”.
Escolha um objeto pessoal, como seu celular ou seu caderno, e faça uma pesquisa, identificando os tipos de
indústria envolvidos na produção e a quais setores pertencem cada um deles.
3. Com a informatização e a robotização da produção, muitos postos de trabalho são extintos, pois suas funções são
exercidas por robôs. Além do desemprego, como consequência, são criadas outras funções, mais qualificadas,
para garantir o bom funcionamento dessas máquinas, desenvolver novas tecnologias, etc.
O texto abaixo descreve algumas dessas “profissões do futuro”, divulgadas pelo LinkedIn, em 2020, como entre as
de maior crescimento. Leia e faça o que se pede.
285
Engenheiro de robótica
Taxa de crescimento anual: 40%
O que faz? A Engenharia Robótica é responsável pelo design, desenvolvimento, operação e programação de
robôs. Por meio dela, acrescentam-se elementos cognitivos nos sistemas industriais.
Cientista de dados
Taxa de crescimento anual: 37%
O que faz? Esse tipo de cientista é capacitado para reunir, interpretar e replicar de forma simplificada
informações relevantes contidas em enormes bancos de dados de empresas e governos. Na era do big data são
considerados uma mina de ouro.
[...]
Engenheiro de dados
Taxa de crescimento anual: 33%
O que faz? Esse engenheiro é responsável por encontrar tendências nos conjuntos de dados e desenvolver
algoritmos para ajudar a tornar os dados brutos informações úteis para a empresa. É uma profissão que requer
habilidades técnicas específicas, como conhecimento profundo do design do banco de dados SQL e de várias
linguagens de programação.
[...]
Desenvolvedor de back-end
Taxa de crescimento anual: 30%
O que faz? O Desenvolvedor Back-end é o responsável por dinamizar os sites utilizando linguagens de
programação, além de organizar todas as informações invisíveis aos olhos do usuário.
[...]
Engenheiro de nuvem
Taxa de crescimento anual: 27%
O que faz? É o profissional responsável por analisar sistemas, identificar problemas, avaliar dados e conceber
soluções para problemas relacionados à computação em nuvem.
Desenvolvedor Javascript
Taxa de crescimento anual: 25%
O que faz? […] desenvolve e implanta sistemas em Javascript realizando correções em sistemas para atender
às necessidades dos usuários. Desenvolve também trabalhos de montagem, depuração e testes de programas já
desenvolvidos.
MARIOTTI, Júlia. LinkedIn revela quais serão as 15 profissões do futuro. Consumidor moderno. 9 jan. 2020. Disponível em: www.consumidormoderno.com.br/2020/01/09/
linkedin-profissoes-do-futuro. Acesso em: 8 fev. 2021.
a. Por que essas novas vagas não são preenchidas pelos operários que perdem seus empregos com o processo
de informatização e robotização?
b. Escolha duas das funções citadas no texto e pesquise qual é a formação necessária para a atuação na área em
cada uma.
Anotações
Geografia – Módulo 12
287
MÓDULO
Indústria
13 brasileira
Paulo Fridman/Pulsar Imagens
Área interna
da Embraer,
empresa brasileira
especializada na
fabricação e na
comercialização de
jatos executivos. Foto
de 2015.
288
O surgimento da indústria no Brasil
No Brasil, o século XX foi um período de grandes transformações. O país registrou uma
das mais altas taxas de crescimento populacional do planeta, sofreu intensos processos de
urbanização e de industrialização e teve considerável crescimento de sua economia. Essas
mudanças não se deram de forma simples e isolada, e suas consequências foram enormes
para o Brasil.
Tales Azzi/Pulsar Imagens
289
Apesar de crescente, o desenvolvimento industrial ainda era pouco significativo, em razão
de haver muitos escravizados e poucos trabalhadores assalariados. Como os escravizados não
recebiam salário, não compunham um mercado consumidor para a indústria. Além disso, as elites
nacionais ainda não tinham grandes interesses em investir na indústria e havia grande dificuldade
em se obter máquinas, equipamentos e peças, que precisavam ser importados da Inglaterra.
291
Terceira fase (1956-2000)
A partir de 1956, durante o governo do ex-presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976),
a indústria brasileira se desenvolveu intensamente com a implantação de uma política
desenvolvimentista. O objetivo era alinhar o país com nações mais modernas, e isso exigia
rápida expansão industrial. Além do capital nacional (privado e estatal), a indústria passou
a contar com grandes investimentos de capital estrangeiro. Naquele período, ocorreu a
internacionalização, em maior escala, de parte da nossa economia, com grande participa-
ção de empresas transnacionais, notadamente a entrada de indústrias automotivas, como Empresas transnacionais:
ilustrado na foto a seguir. são aquelas que possuem
matriz em um país e
atuação em diversos outros.
Geralmente são grandes
O governo de Juscelino Kubitschek ampliou a malha rodoviária brasileira com o objetivo de atrair
empresas internacionais do ramo automotivo. Na foto, o então presidente dirige carro no pátio da
Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo (SP), durante solenidade de inauguração, em 1956.
Atividade 1
Observe o mapa abaixo e responda às questões.
RR
AP
Equador
0°
AM
PA CE
MA RN
PB
PI
PE
AC
AL
TO SE
RO
BA
MT
DF OCEANO
ATLÂNTICO
GO
MG
ES
OCEANO MS
PACÍFICO
SP RJ
Capricórnio
Trópico de
PR
Fonte: elaborado com base em THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São
Paulo: Edusp, 2008. p. 151.
293
a. Quais estados concentravam a maior parte dos estabelecimentos industriais no território brasileiro em 1969?
muitos
b. Explique a relação entre a concentração industrial no território brasileiro e a economia gerada pelo cultivo do café.
não entendi
c. Indique e analise uma consequência provocada no território brasileiro pela concentração industrial demonstrada
pelo mapa.
Industrializaca
-
A Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz) é um dos
melhores institutos de
pesquisa do Brasil em
termos de qualidade de
produção científica. Na
foto, laboratório do Instituto
Aggeu Magalhães, da
Fiocruz, em Recife (PE),
2019.
294 Ensino Fundamental – Anos Finais 7º ANO
Para agravar o quadro, grande parte dos cientistas e dos técnicos brasileiros formados
com recursos do governo recebem propostas de trabalho de empresas estrangeiras. Muitos
deles acabam por deixar o país, configurando o que se chama de “fuga de cérebros”.
Observe o mapa a seguir. Os tons mais escuros representam os países com maiores
percentuais do PIB gastos com pesquisa e desenvolvimento. Em seguida, observe as infor-
mações do infográfico.
OCEANO
OCEANO
PACÍFICO
ATLÂNTICO
Trópico de Câncer
OCEANO
PACÍFICO
Equador
0º
OCEANO
ÍNDICO
Trópico de Capricórnio
0-0,25%
Meridiano de Greenwich
0,26-0,50%
0,51-1,00% N
1,01-2,00%
O L
Acima de 2,00%
S
Sem dados 0 2 170 km
Atividade 2
Com base nas informações do texto e do mapa, analise o gasto com pesquisa e desenvolvimento no mundo,
destacando a situação brasileira.
Que ele melhorou muito Geografia – Módulo 13
295
296 Ensino Fundamental – Anos Finais 7º ANO
Geografia – Módulo 13
297
Pensar representações
A fuga de cérebros
Observe atentamente os dados sobre a saída de brasileiros para os Estados Unidos, fornecidos pelos gráficos
a seguir, e responda às questões.
Fonte: elaborado com base em FERNANDES, Anaïs; SOUZA, Marcos de Moura e. Novo fôlego da fuga de cérebros do país
acende sinal de alerta. Valor Econômico, 7 maio 2018. Disponível em: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2019/12/16/novo-
folego-da-fuga-de-cerebros-do-pais-acende-sinal-de-alerta.ghtml; BELO, Eduardo. EUA ‘levam’ brasileiros mais qualificados.
Valor Econômico, 16 dez. 2019. Disponível em: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2018/05/07/eua-levam-brasileiros-mais-
qualificados.ghtml. Acesso em: 8 fev. 2021.
b. Indique os três principais motivos declarados pelos brasileiros para sair do país.
Pobreza e dinheita
c. Qual é o grau de escolaridade predominante dos brasileiros que migraram após 2014?
Muito
pequena
d. Indique e analise uma consequência negativa para o Brasil decorrente da fuga de cérebro verificada nos
últimos anos.
Nã entendi
OCEANO
Boa Vista
ATLÂNTICO
AP
RR
Equador Macapá Belém
0°
São Luís
Fortaleza
Manaus
PA CE
AM
Teresina RN Natal
MA
Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geográfico escolar.
PB João Pessoa
PI
Porto PE Recife
AC Velho Palmas AL
Maceió
Rio Branco SE
RO TO Aracaju
BA
MT Salvador
DF
Cuiabá Brasília
8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 134.
GO
Goiânia MG
Campo Belo
Grande Horizonte ES
OCEANO MS Vitória
PACÍFICO
RJ
Geografia – Módulo 13
33 612 S
0 425 km
299
Lalo de Almeida/Folhapress
O mapa da página anterior mostra que a distribuição industrial
brasileira é irregular, com concentração em algumas regiões do país.
Nas últimas décadas, essa situação vem lentamente se modificando,
com o crescimento de novas áreas industriais. Isso se deve, em gran-
de parte, a diversas medidas tomadas pelo poder público brasileiro
a partir da década de 1970, a fim de promover a desconcentração
industrial no país, com redução ou isenção de impostos e outros
benefícios. Diversas indústrias passaram, então, a montar filiais ou
abrir novas unidades em diferentes partes do território brasileiro.
Apesar de o processo de desconcentração industrial estar em
curso no Brasil, não é possível dizer que áreas como São Paulo e Rio
A criação da Zona Franca de Manaus (ZFM), no
de Janeiro deixaram de se industrializar. O que houve foi uma queda final da década de 1960, foi uma das medidas
no crescimento industrial dessas metrópoles, que acabaram se espe- tomadas pelo governo brasileiro para promover a
desconcentração industrial no país. Na fotografia,
cializando em atividades mais complexas e competitivas, que exigem vista de indústrias da Zona Franca de Manaus
o emprego de mão de obra especializada e tecnologias modernas. (AM), 2018.
Atividade 4
Observe o mapa intitulado “Brasil: áreas industriais – 2016” (página 299) e responda às questões a seguir.
a. Quais são as regiões mais industrializadas do país?
hel a noste
b. No estado onde você mora há muitas indústrias?
não entendi
Atividade 5
Leia a notícia abaixo e responda às questões.
Confira como foi debate sobre a Baía de Guanabara, da Semana Rio 2020
[...] Carlos Henrique da Cruz Lima, do Grupo Águas do Brasil [...] destaca o tamanho do desafio do saneamento
no país, que tem hoje 35 milhões de pessoas sem acesso à água potável, mais de cem milhões sem coleta de esgoto
e 150 milhões cujo esgoto coletado não recebe tratamento.
Ele ressalta a importância do projeto de concessão dos serviços de saneamento da Cedae formatado pelo
BNDES para reduzir a contaminação da Baía de Guanabara. Mas frisa que, sozinho, não será suficiente para
enfrentar o desafio ambiental que se impõe ao cartão-postal carioca.
— É preciso investir em fiscalização séria da poluição industrial, de forma técnica, ágil, com ações de polícia. A
poluição das indústrias é muito maior que a doméstica. Elas precisam tratar o esgoto em suas plantas — pondera
Lima. — Também é preciso dedicar recursos para a educação ambiental da população, além de tratar o esgoto dos
aterros sanitários. O chorume é altamente poluidor.
CAVALCANTI, Glauce; RAMOS, Raphaela. Confira como foi debate sobre a Baía de Guanabara, da Semana Rio 2020. O Globo, 18 set. 2020. Disponível em:
Geografia – Módulo 13
a. De acordo com o que diz o entrevistado na notícia, quem é o principal responsável pela contaminação da Baía
de Guanabara, no Rio de Janeiro, e o que é necessário fazer para solucionar esse problema ambiental?
b. Explique por que, nos países ricos, os indicadores da qualidade ambiental costumam ser mais elevados do que
nos países pobres.
301
Teste
1. Leia o texto a seguir, que narra o início da política desenvolvimentista na indústria brasileira.
Na campanha presidencial […] Juscelino Kubitschek anunciava que em seu governo faria cinquenta anos em cinco.
[…] Nos primeiros dias de seu mandato, formulou e acompanhou a execução do maior instrumento de planejamento
de toda a história do país: o Plano de Metas. […] A sociedade brasileira […] parecia, de fato, aperceber-se da mudança,
naquele momento, em que a ideologia desenvolvimentista incorporava-se à retórica oficial do governo.
BIELSCHOWSKY, Ricardo. Pensamento econômico brasileiro. 5. ed. Rio de Janeiro: Contraponto, 2004. p. 401.
Com base em seus conhecimentos e no conteúdo do capítulo, assinale a alternativa que indica corretamente a
fase em que a política desenvolvimentista foi introduzida na industrialização do Brasil.
a. Primeira fase (1808-1914): nascimento das primeiras indústrias, mas com pouco mercado consumidor em
razão da presença da escravidão.
O
b. Segunda fase (1914-1955): período de substituição de importações, em razão das duas guerras mundiais,
que inviabilizaram a importação de produtos de países europeus.
c. Terceira fase (1956-2000): intenso desenvolvimento industrial e alinhamento com as nações modernas, com
participação tanto do capital industrial brasileiro quanto do estrangeiro e empresas transnacionais.
d. Indústria brasileira atual (século XXI): período de diversificação do parque industrial brasileiro, mas ainda
muito dependente de tecnologia importada.
2. É o setor industrial que se iniciou durante o período desenvolvimentista e modernizador que marcou o país na
década de 1950. Nas primeiras décadas do século XXI, vem aumentando sua participação na economia, devido
às grandes descobertas no litoral brasileiro, em especial nos estados do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Espírito
Santo. Trata-se da:
a. Indústria siderúrgica. c. Indústria automotiva.
O
b. Indústria aeronáutica. d. Indústria petroquímica.
a. A notícia indica que a distribuição industrial no território brasileiro é a mesma desde o início do processo de
desenvolvimento desse setor no país, com a vinda da família real portuguesa.
b. Nas últimas décadas, houve um processo de desconcentração industrial no território brasileiro, com o aumento
do número de aglomerações industriais relevantes (AIR) pelas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Oc. Nas últimas décadas, houve um processo de desconcentração industrial no território brasileiro, com o au-
mento do número de aglomerações industriais relevantes (AIR) pelas regiões Sul e Sudeste.
d. O setor industrial das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste perdeu destaque nos últimos anos em decor-
rência do aumento do número de AIRs nas regiões Sul e Sudeste que passou de 85 para 160.
1. Leia atentamente o texto sobre a trajetória do Barão de Mauá e responda às questões propostas a seguir.
No dia 21 de outubro de 1889 morria Irineu Evangelista de Sousa, o Visconde de Mauá. Empresário,
banqueiro e político, Mauá foi um dos maiores impulsionadores da indústria brasileira, durante o período do
Segundo Reinado.
Mauá começou a trabalhar aos 11 anos de idade, quando empregou-se como balconista de uma loja de tecidos.
Aprendeu inglês na importadora Ricardo Carruthers, onde também exerceu atividades, e aos 23 anos já se tornara
gerente.
Assumiu sozinho a responsabilidade de construir os estaleiros da Companhia Ponta da Areia, ponto de
partida da indústria naval brasileira, com inúmeras seções como fundição de ferro, de bronze, mecânica, ferraria,
serralheria, calderaria de ferro, construção naval, modeladores, aparelhos, velames e galvanismo.
Mauá havia observado que as mercadorias desembarcadas no Brasil não alcançavam o interior por falta de
transporte. Em 1840, buscou na Inglaterra recursos para que o Brasil pudesse se industrializar e durante a viagem
pôde conhecer uma grande fundição de ferro e maquinismo, a Bristol. Ele trouxe a ideia ao Brasil, construir
estradas de ferro para alavancar o comércio.
O Visconde fundou também uma companhia de curtumes, uma de rebocadores a vapor, uma de diques
flutuantes e a Companhia de Bondes Jardim Botânico.
[...]
A intervenção de Mauá foi altamente benéfica para o Estado do Rio de Janeiro, que alcançou grande
desenvolvimento com suas inovações. São iniciativas do Visconde a iluminação a gás da cidade do Rio de Janeiro,
a primeira companhia de navegação do Amazonas, a primeira estrada de ferro, da Raiz da Serra à cidade de
Petrópolis, o assentamento dos primeiros cabos telegráficos submarinos (ligando Brasil à Europa) e a construção
do trecho inicial da primeira rodovia pavimentada do país (entre Petrópolis e Juiz de Fora).
[...]
Abolicionista, se posicionou contrariamente à Guerra do Paraguai e passou a ser perseguido pelo Império.
Suas indústrias viraram alvo de sabotagens e os negócios ficaram abalados pela sobretaxa às importações. Em
1875, Mauá pediu moratória de seus negócios e encerrou um longo caminho de empreendedor. Seus bancos foram
à falência e o Visconde passou o final de seus dias tentando saldar as dívidas que levaram à pobreza aquele que
mais lutou pela industrialização do país.
MAUÁ, o impulsionador da indústria brasileira. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), 18 out.
2002. Disponível em: www.al.sp.gov.br/noticia/?id=296468. Acesso em: 8 fev. 2021.
a. De acordo com o texto, quais foram as contribuições do Barão de Mauá para o desenvolvimento do estado
do Rio de Janeiro?
b. Por ser um abolicionista e contrário à participação do Brasil na Guerra do Paraguai, quais foram as conse-
quências sofridas pelo Barão de Mauá?
c. Pesquise e indique três grandes contribuições do Barão de Mauá para o desenvolvimento da indústria e do
comércio durante o Brasil imperial.
2. Leia atentamente o texto sobre a evolução dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento no Brasil e responda
às questões propostas a seguir.
Geografia – Módulo 13
Ciclo interrompido
O ano de 2016 marcou o fim e a reversão de um ciclo, que durou quatro anos ininterruptos, em que os
investimentos do Brasil em pesquisa e desenvolvimento (P&D) cresceram de forma regular e consistente no Brasil. O
dispêndio nacional em P&D naquele ano alcançou 1,27% do Produto Interno Bruto (PIB), abaixo do 1,34% obtido em
303
2015, um recorde histórico. Em Dispêndio nacional em P&D em relação ao PIB (%)
valores corrigidos pela inflação
1,5
em 2016, a queda foi de 9% – de
R$ 87,1 bilhões para R$ 79,2
1,34
bilhões de um ano para o outro.
O PIB brasileiro recuou 3,6% em 1,27 1,27
2016, em um momento agudo
1,20
de recessão. [...]
1,16 1,14
Os gastos em P&D são 1,13 1,12 1,13
uma medida do esforço de 1,08
um país para estimular o
desenvolvimento. Envolvem um 1,0
conjunto de atividades, feitas 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
por empresas, universidades e FONTE INDICADORES DE CTI 2018 MCTIC
outras instituições científicas,
que inclui os resultados
de pesquisa básica e aplicada, o lançamento de novos produtos e a formação de
pesquisadores e profissionais qualificados. A redução observada no Brasil atingiu tanto
os dispêndios públicos, que foram de R$ 45,5 bilhões em 2015 para R$ 41,5 bilhões em
2016, quanto os empresariais, que passaram de R$ 41,6 bilhões para R$ 37,7 bilhões
no período, em valores corrigidos pela inflação, de acordo com os cálculos feitos pelo
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). [...]
Segundo os dados, os cortes orçamentários do governo federal envolvendo despesas
com P&D foram relativamente modestos no cômputo geral: em valores de 2016 corrigidos
pela inflação, a redução foi de pouco mais de 9,3% entre 2015 e 2016. Mas a tesoura atingiu de
forma especialmente severa os investimentos do então Ministério da Ciência, Tecnologia
e Inovação (MCTI), que viu esse tipo de dispêndio cair 27,5% – de R$ 6,04 bilhões para
R$ 4,38 bilhões, segundo os Indicadores –, comprometendo sua capacidade de financiar
projetos em universidades e instituições científicas e em empresas inovadoras por meio
de agências como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
MARQUES, Fabricio. Ciclo Interrompido. Revista Pesquisa Fapesp, jan. 2019. Disponível em: https://
revistapesquisa.fapesp.br/ciclo-interrompido. Acesso em: 8 fev. 2021.