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O sistema muscular é formado por músculos esqueléticos cuja ação (contração) move ou posiciona as partes do
corpo ou por músculo liso e cardíaco que impulsiona, expele ou controla o fluxo de líquidos e substâncias contidas.
➢ Tipos de músculos
As células musculares (fibras musculares) são longas e estreitas quando relaxadas e são células contráteis
especializadas. Organizam-se em tecidos que movimentam as partes do corpo ou causam a modificação temporária
do formato dos órgãos internos (reduzem a circunferência do órgão).
O TC associado conduz fibras nervosas e capilares para as células musculares e une-as em feixes ou fascículos.
Quando um músculo contrai e encurta: uma inserção permanece fixa, enquanto a outra (mais móvel) é puxada em
direção a ele, muitas vezes resultando em movimento.
• Origem: geralmente é a extremidade proximal do músculo, que OBS: Alguns músculos conseguem agir
permanece fixa durante a contração. nas duas direções em circunstâncias
• Inserção: geralmente é a extremidade distal do músculo, que é móvel. diferentes.
• Músculo agonista: principal músculo responsável pela produção de um movimento específico do corpo. Ele se
contrai concentricamente para produzir o movimento, fazendo a maior parte do trabalho (gastando a maior
parte da energia).
o OBS: na maioria dos movimentos, há apenas um músculo agonista.
• Músculo fixador: estabiliza as partes proximais de um membro mediante contração isométrica, enquanto há
movimento nas partes distais.
• Músculo sinergista: complementa a ação de um agonista, como auxiliar direto, atuando como componente
mais fraco ou mecanicamente menos favorável do mesmo movimento, ou auxiliar indireto, servindo como
fixador de uma articulação interposta quando um agonista passa sobre mais de uma articulação, por exemplo.
• Músculo antagonista: se opõe à ação de outro. O mesmo músculo pode agir
o Primário: se opõe diretamente ao agonista. como agonista, antagonista,
o Secundário: sinergistas também podem ser opostos. sinergista ou fixador em
situações diferentes.
A irrigação sanguínea dos músculos não é tão constante e geralmente é múltipla. As artérias geralmente irrigam as
estruturas em contato.
Dor muscular e “distensão” muscular: contrações excêntricas excessivas ou associadas a uma nova atividade são as
causas frequentes de dor muscular de início tardio. Ex: descer muitos lances de escada acabaria provocando mais dor
do que subir os mesmos lances de escada.
o O estiramento muscular que ocorre na contração excêntrica do tipo OBS: os músculos esqueléticos
alongamento parece ser mais propenso a causar microlacerações nos podem aumentar em resposta ao
músculos e/ou irritação periosteal. A capacidade de alongamento dos exercício vigoroso frequente
músculos esqueléticos é limitada. Em geral, os músculos não conseguem (musculação). Esse crescimento
alongar além de um terço de seu comprimento em repouso sem sofrer lesão. resulta da hipertrofia das fibras
Isso é refletido por suas fixações ao esqueleto, que geralmente não permitem existentes que alonga e aumenta
alongamento excessivo. as miofibrilas nas fibras.
Os dois tipos de miofilamentos ocupam a maior parte do citoplasma (sarcoplasma). A actina e a miosina também são
encontradas em outros tipos de células, onde desempenham várias funções: citocinese, exocitose e migração celular.
As células musculares caracterizam-se por conter um grande número de filamentos contráteis alinhados no
citoplasma, utilizados pela célula com o único propósito de produzir trabalho mecânico.
Músculo estriado esquelético: células com estriações transversais ao MO. Nos ossos, faz o movimento do esqueleto
axial e apendicular.
➢ As estriações transversais são produzidas pelo arranjo citoarquitetônico específico dos miofilamentos finos e
espessos e é igual em todas as células estriadas.
➢ Fibra Muscular Fibra muscular ≠ Fibra de tecido conjuntivo (produtos
das células do TC depositados no meio extracelular.)
A célula muscular esquelética é um sincício multinucleado:
➢ Tecido conjuntivo
Une as fibras estriadas do músculo e é essencial para a transdução de força. Na extremidade do músculo, o TC
continua na forma de tendão ou algum outro arranjo de fibras colágenas que fixa o músculo ao osso.
• Fibras do tipo I (fibras oxidativas lentas): pequenas e vistas em cor vermelha em amostras frescas; contêm
numerosas mitocôndrias e muita mioglobina e complexos citocrômicos.
o São unidades motoras de contração espasmódica lenta resistentes à fadiga, mas geram menos tensão
que outras fibras.
o Sua V de reação da miosina ATPase é a mais lenta.
o Principais fibras dos músculos eretores longos da espinha do dorso (espinha dorsal): adaptadas para
a contração lenta e prolongada necessária para a manutenção da postura ereta.
o Atleta de alta resistência (maratona).
• Fibras do tipo IIa ou fibras glicolíticas oxidativas rápidas: fibras intermediárias vistas em tecido fresco; são de
tamanho médio, com numerosas mitocôndrias e alto conteúdo de mioglobina.
Contêm grandes quantidades de glicogênio: capazes de realizar a glicólise anaeróbica.
o Constituem as unidades motoras de contração espasmódica rápida, resistentes à fadiga, que
provocam alta tensão muscular máxima.
o Corredores de 400 e 800 m, os nadadores de distância média e os jogadores de hóquei.
• Fibras do tipo IIb ou fibras glicolíticas rápidas: fibras grandes que apresentam coloração rosada em amostras
frescas; contêm menor quantidade de mioglobina e um menor número de mitocôndrias.
o Baixo nível de enzimas oxidativas, alta atividade enzimática anaeróbica e armazenam quantidade
considerável de glicogênio.
o São unidades motoras de contração espasmódica rápida, propensas à fadiga, que provocam alta
tensão muscular máxima.
o V de reação da miosina ATPase é a mais rápida.
o Fadigam rapidamente (produção de ácido láctico).
o Contração rápida e movimentos finos e precisos.
Fibras dos músculos extraoculares e dos músculos que controlam os movimentos dos dedos. Esses
músculos apresentam maior número de JNM, possibilitando, assim, controle neuronal mais preciso
de seus movimentos.
o Corredores de curta distância, levantadores de peso e outros atletas de campo apresentam alta
porcentagem de fibras do tipo IIb.
Miofibrilas e Miofilamentos
Miofibrilas: subunidade estrutural e funcional da fibra muscular, dispostas
longitudinalmente. São mais visíveis em cortes transversais de fibras
musculares, que conferem um aspecto pontilhado.
o Miosina estão restritas à porção central e as actinas fixam-se à linha Z e estendem-se dentro da banda A até a
borda da banda H.
FILAMENTO FINO: actina polimerizadas acopladas com proteínas reguladoras e outras proteínas que se entrelaçam
entre si. Consiste em uma hélice de dupla fita de monômeros de actina F polimerizada.
• Esses filamentos de actina F são polares; todas as moléculas de actina G estão orientadas na mesma direção.
o Extremidade positiva (espinhosa): conectada à linha Z.
o Extremidade negativa (afilada): estende-se para a linha M.
Cada molécula de actina G do filamento fino apresenta um sítio de ligação para a miosina, que, no estágio de
repouso, é encoberto pela molécula de tropomiosina.
• Tropomiosina: forma filamentos que se alojam no sulco existente entre as moléculas de actina F. Em
repouso, a tropomiosina e a sua proteína reguladora, o complexo de troponina, mascaram o sítio de ligação
da miosina na molécula de actina.
• Troponina: complexo de três subunidades globulares.
o A troponina C (TnC) liga-se ao Ca2+ constitui o início da contração.
o A troponina T (TnT) liga-se à tropomiosina, ancorando o complexo de troponina.
o A troponina I (TnI) liga-se à actina, inibindo a interação actina-miosina.
• Tropomodulina: se fixa à extremidade livre (negativa) do filamento fino. Essa proteína de revestimento
(capping) da actina mantém e regula o comprimento do filamento de actina no sarcômero.
• Nebulina: se estende ao longo da maior parte do comprimento do filamento fino, exceto em sua extremidade
negativa. Também contribui para a estabilidade.
FILAMENTO ESPESSO: moléculas de miosina II, que produzem motilidade pela interação cíclica com subunidades de
actina. Esse ciclo de ponte cruzada da actomiosina promove o deslizamento dos filamentos espessos e finos entre si,
produzindo movimento.
• É um dímero composto de duas cadeias polipeptídicas pesadas e de quatro cadeias leves. Tem duas cabeças
globulares (região S1) que estão conectadas por braços de alavanca (região S2) com uma longa cauda. A cadeia
leve reguladora estabiliza o braço de alavanca. A interação das
cadeias pesada e leve determina a velocidade e a força da
contração muscular.
As proteínas acessórias mantêm o alinhamento preciso dos filamentos finos e espessos dentro do sarcômero, para
manter a eficiência e a velocidade da contração muscular.
• Ex: distrofina liga a laminina na lâmina externa, aos filamentos de actina. A ausência dessa proteína está
associada à ocorrência de fraqueza muscular progressiva: distrofia muscular de Duchenne.
➢ Embriologia do Músculo Estriado Esquelético: miogênese
O sistema muscular desenvolve-se a partir do mesoderma (exceto músculos da íris - neuroectoderma e músculos do
esôfago - transdiferenciação de músculo liso). Os mioblastos (células embrionárias) são derivados do mesênquima
(TC embrionário).
• A notocorda e o tubo neural se formam, o mesoderma intraembrionário lateral a estas estruturas se espessa de
modo a formar duas colunas longitudinais de mesoderma paraxial. Estas colunas dorsolaterais, localizadas no
corpo (tronco), tornam-se segmentadas em blocos de mesoderma (somitos) que se diferencia em duas partes:
o A parte ventromedial é o esclerótomo -> vértebras e as costelas.
o A parte dorsolateral é o dermomiótomo -> miótomo-> mioblastos e as provenientes do dermátomo
formam a derme (fibroblastos).
A primeira indicação de miogênese é o alongamento dos núcleos e dos corpos celulares de células mesenquimais ao
se diferenciarem em mioblastos.
• Mioblastos primordiais: formação dos miotubos primários, estruturas em forma de cordões, que se
estendem entre os tendões do músculo em desenvolvimento.
o São formados pela fusão dos mioblastos
primordiais.
o Sofrem diferenciação adicional em fibras
musculares esqueléticas maduras.
Fileira de núcleos centrais circundados por
miofilamentos.
• Mioblastos maduros: originam miotubos secundários,
formados na zona inervada do músculo em
desenvolvimento, onde estabelecem contato direto com
as terminações nervosas.
o Os miotubos secundários continuam sendo
formados pela fusão sequencial dos mioblastos
com miotubos secundários já formados,
distribuídos aleatoriamente.
Diâmetro menor, núcleos mais espaçados e
maior quantidade de miofilamentos.
Durante ou após a fusão dos mioblastos, os miofilamentos se desenvolvem no citoplasma dos miotubos. Outras
organelas, como as miofibrilas, também se formam. Assim que os miotubos se desenvolvem, eles se tornam revestidos
com lâminas externas (camadas), que os separam do TC circundante.
Fibroblastos produzem perimísio e epimísio da bainha fibrosa do músculo; o endomísio é formado pela lâmina
externa e por fibras reticulares.
A maior parte dos músculos esqueléticos se desenvolve antes do nascimento, e quase todos os músculos restantes
são formados até o final do primeiro ano.
Miótomos: cada parte típica do miótomo de um somito se ramifica em uma divisão epaxial dorsal e uma divisão
hipaxial ventral. Cada nervo espinal em desenvolvimento se divide e envia um ramo para cada divisão de miótomo. O
ramo dorsal primário supre a divisão epaxial, e o ramo principal ventral inerva a divisão hipaxial.
Em repouso: cabeças de miosina são impedidas de se ligar às moléculas de actina pela tropomiosina, que recobre os
sítios de ligação da miosina nas moléculas de actina. Após estimulação nervosa, o Ca2+ é liberado dentro do
sarcoplasma e liga-se à troponina. Esta, quando ligada ao Ca2+, atua sobre a tropomiosina, expondo os sítios de ligação
de miosina nas moléculas de actina. Assim, as cabeças de miosina tornam-se capazes de interagir com moléculas de
actina, formando ligações cruzadas que promovem o deslizamento dos filamentos.
O encurtamento envolve interações rápidas e repetidas de actina e de miosina, que movem os filamentos finos ao
longo do filamento espesso.
A miosina, com atividade de ATPase, converte a energia química em força mecânica. Cada ciclo de ligação cruzada é
formado por cinco estágios:
• Ca2+: necessário para que ocorra a reação entre a actina e a miosina. Depois da contração, o Ca2+ precisa ser
removido rapidamente pela atuação combinada do retículo sarcoplasmático e do sistema tubular transverso.
• Retículo sarcoplasmático: compartimento membranoso que atua como reservatório de íons cálcio.
• Sistema de túbulos transversais ou sistema T: numerosas invaginações tubulares da membrana plasmática
(sarcolema) da fibra muscular. Os túbulos T penetram na fibra muscular e contém proteínas sensoras de voltagem,
que são ativados quando a membrana plasmática se despolariza.
Quando um impulso nervoso chega à JNM, a liberação de neurotransmissor (acetilcolina) da terminação nervosa
desencadeia uma despolarização da membrana plasmática da célula muscular. Isso provoca a abertura dos canais
de Na+ controlados por voltagem, possibilitando um influxo de Na+ do espaço extracelular para dentro da célula
muscular, promovendo uma despolarização geral, que se propaga rapidamente sobre toda a membrana plasmática.
Quando a despolarização encontra a abertura do túbulo T, é transmitida ao longo das membranas desse sistema até
as regiões mais profundas da célula. As cargas elétricas ativam proteínas sensoras de voltagem (DHSR) que atua
abrindo os canais de liberação de Ca2+ (receptores de rianodina) nos sacos terminais adjacentes do retículo
sarcoplasmático, causando sua rápida liberação no sarcoplasma.
A concentração aumentada de Ca2+ no sarcoplasma inicia a contração da miofibrila por meio da ligação à porção TnC
do complexo de troponina nos filamentos finos. A mudança na conformação molecular de TnC causa dissociação de
TnI das moléculas de actina, traciona-se à molécula de tropomiosina, deslocando-a para o fundo do sulco entre os dois
filamentos de actina. Isto “descobre” os locais ativos da actina, permitindo desse modo que atraiam as pontes
cruzadas das cabeças da miosina. Nessa etapa, as cabeças de miosina estão livres para interagir com as moléculas de
actina, iniciando o ciclo de contração muscular.
ATP: a maior parte dessa energia é necessária para ativar o mecanismo de walk-along, mas pequenas quantidades são
necessárias para:
1. Bombeamento dos íons cálcio do sarcoplasma para o retículo sarcoplasmático quando cessa a contração;
2. Bombeamento dos íons sódio e potássio, através da membrana da fibra muscular, para manter o ambiente
iônico apropriado para a propagação do potencial de ação das fibras musculares.
o Substância fosfocreatina, transporta uma ligação fosfato de alta energia. A fosfocreatina é clivada
instantaneamente, e sua energia liberada causa a ligação de novo íon fosfato ao ADP, para reconstituir o
ATP.
o A quantidade total de fosfocreatina na fibra muscular é muito pequena, sua energia é capaz de manter
a contração muscular máxima por apenas 5 a 8 segundos.
o Glicólise do glicogênio armazenado nas células musculares: o rápido desdobramento enzimático do
glicogênio a ácidos pirúvico e lático libera energia que é utilizada para converter o ADP em ATP.
o As reações glicolíticas podem ocorrer mesmo na ausência de oxigênio, de forma que a contração
muscular pode ser mantida por muitos segundos e muitas vezes por mais do que 1 minuto, mesmo
quando o oxigênio liberado pelo sangue não estiver disponível.
o Sua velocidade de formação do ATP é rápida.
o Metabolismo oxidativo: combinar o oxigênio com os produtos finais da glicólise e com vários outros
nutrientes celulares, para liberar ATP. Mais de 95% de toda a energia usada pelos músculos.
o Para a atividade muscular máxima extremamente longa — várias horas —, a maior proporção de
energia, de longe, vem da gordura, mas, por período de 2 a 4 horas, a metade da energia vem dos
carboidratos armazenados.
Fadiga Muscular: contrações musculares fortes, por período prolongado. Aumenta com a intensidade da depleção do
glicogênio muscular. Decorre da:
o Incapacidade contrátil do processo metabólico de continuar a manter a mesma quantidade de trabalho.
o A transmissão dos sinais nervosos pela JNM pode diminuir pelo menos por pequena quantidade, após intensa
e prolongada atividade muscular.
o Interrupção do fluxo sanguíneo.
➢ Relaxamento muscular: diminuição da concentração citosólica de Ca 2+. Uma bomba de ATPase na membrana
do retículo sarcoplasmático transporta-o de volta ao local de armazenamento.
➢ Junção Neuromuscular
As fibras musculares esqueléticas são ricamente inervadas por neurônios motores que se originam na medula espinal
ou no tronco encefálico.
A junção muscular é o contato dos ramos terminais do axônio com a fibra muscular. Na JNM (placa motora terminal),
a bainha de mielina das terminações axônicas e a porção terminal do axônio são cobertas apenas por uma fina porção
da célula neurilemal (de Schwann) com sua lâmina externa.
A membrana plasmática da fibra muscular apresenta muitas pregas juncionais profundas. Os receptores colinérgicos
específicos para a ACh ficam na parte superior das pregas.
As vesículas sinápticas da terminação axônica liberam ACh na fenda, que, em seguida, liga-se a receptores nicotínicos
de ACh no sarcolema do músculo.
➢ Receptor nicotínico de ACh nos músculos estriados é um canal de Na+ com comporta para o transmissor. A ligação
da ACh abre os canais de Na+, causando um influxo de Na + dentro da célula muscular estriada.
A enzima acetilcolinesterase (AChE) degrada rapidamente a ACH, a fim de impedir estimulação continuada; cliva-a
em íon acetato e em colina, e a colina é reabsorvida ativamente pelo terminal neural e usada para formar nova ACH.
A transmissão neuromuscular pode ser bloqueada por toxinas bacterianas e por agentes farmacológicos.
• Ex: toxina botulínica, produzida por bactérias anaeróbicas, Clostridium botulinum, bloqueia a liberação de
ACh da terminação axônica.
• Os derivados do curare ligam-se aos receptores nicotínicos de ACh, sem abrir os canais iônicos -> paralisia dos
músculos esqueléticos (incluindo o diafragma).
RESUMIDAMENTE:
1. A contração de uma fibra muscular esquelética é iniciada quando o impulso nervoso que se propaga ao longo
do axônio de um neurônio motor chega à JNM.
2. O impulso desencadeia a liberação de ACH na fenda sináptica, que se liga aos canais de Na+ regulados por
ACh, causando despolarização local do sarcolema.
3. Os canais de Na+ regulados por voltagem se abrem, e o Na+ entra na célula.
4. Uma despolarização generalizada na membrana plasmática da célula muscular continua através das
membranas dos túbulos T.
5. As proteínas sensoras de voltagem (DHSR) na membrana dos túbulos T modificam a sua conformação.
6. Nas tríades de células musculares, os túbulos T em contato com as
dilatações do retículo sarcoplasmático, em que os canais de liberação
de Ca2+ com comporta, RyR1, são ativados por mudanças na
conformação das proteínas sensoras de voltagem.
7. O Ca2+ é rapidamente liberado no sarcoplasma.
8. O Ca2+ difunde-se para os miofilamentos, em que se liga à porção TnC
do complexo de troponina.
9. O ciclo de ligação cruzada da actomiosina é iniciado.
10. O Ca2+ retorna às cisternas terminais do retículo sarcoplasmático, em
que é concentrado e capturado pela calsequestrina, uma proteína
ligante.
1. ATP e creatina fosfato constituem o suprimento imediato de energia para o trabalho muscular, suficiente para
esforços máximos e pouco duradouros, de 5 a 8 segundos. Processo estritamente anaeróbio.
Hemicolínio-3: bloqueia o transportador da colina, impede sua captação para a síntese de ACh.
Vesamicol: bloqueia o antiportador de ACh-H+ utilizado para transportar a ACh nas vesículas, impedindo, assim, o
armazenamento de acetilcolina.
Toxina botulínica: contém peptidases que clivam proteínas específicas envolvidas na exocitose, como a
sinaptobrevina e a SNAP-25. Degrada a sinaptobrevina e, portanto, impede a fusão da vesícula sináptica com a
membrana da terminação axônica.
• Doenças associadas ao aumento do tônus muscular (torcicolo, acalasia), estrabismo, blefaroespasmo, etc.
• Tratamento estético de linhas faciais ou rugas.
• Cefaléia e dor.
2) Antagonistas dos receptores:
Ligação direta ao sítio agonista, bloqueando competitivamente a estimulação do Agonista: interage com o receptor,
receptor pela ACh endógena ou pela administração exógena de agonistas do ativa o canal e gera uma resposta.
receptor.
Antagonista: liga-se no receptor,
Antagonistas competitivos dos receptores nicotínicos presentes na placa terminal. bloqueio-o e impede a geração do
efeito do agonista.
• Necessário bloquear 70 a 80% dos receptores para que a transmissão seja
interrompida, pois temos excesso de receptores (“receptores de reservas”).
São usados principalmente para produzir bloqueio neuromuscular não despolarizante (competitivo) durante
procedimentos cirúrgicos.
Baixas doses:
Altas doses:
ADMINISTRAÇÃO:
EFEITOS INDESEJAVEIS:
• Nos gânglios simpáticos e parassimpáticos há receptores nicotínicos. Pode gerar bloqueio nos gânglios
autônomos.
• Liberação de histamina: efeitos alérgicos na pele e vasodilatação -> alteração da PA -> hipotensão
Na escolha de um agente específico, o principal fator considerado é sua duração de ação – incluindo desde agentes
com duração de ação muito longa (d-tubocurarina, pancurônio) até os de duração intermediária (vecurônio,
rocurônio) e compostos rapidamente degradados (mivacúrio).
Fase II: Resistência à despolarização (se mantém ligada, causa dessensibilização e bloqueia)
• Canais colinérgicos abertos mantêm a membrana celular em condição despolarizada, produzindo inativação dos
canais de sódio, de modo que estes não podem abrir-se.
• Os nAChR ligados a agonistas sofrem dessensibilização, impedindo sua abertura e resposta a qualquer outro
agonista adicional subsequentemente administrado.
Succinilcolina: éster de colina com alta afinidade com os receptores nicotínicos e resistente à AChE. Utilizada para
induzir paralisia durante a cirurgia.
EFEITOS INDESEJÁVEIS:
• Indução de contrações dolorosas (período inicial)
• Aumento das secreções brônquicas e salivares
• Pode estimular os gânglios autônomos
• Bradicardia: por ativação de receptores muscarínicos cardíacos
o Obs.: usa-se atropina para evitar esse efeito final
• Hiperpotassemia (arritmias): pacientes com distrofia muscular, queimaduras, atrofia muscular decorrente de
desnervação, trauma muscular severo
• Hipertermia maligna (congênita rara).
4) Inibidores da acetilcolinesterase: agonistas dos receptores de ACh de ação indireta -> PÓS-SINÁPTICOS
Ligam-se à AChE e inibem-na, elevando, assim, a concentração de ACh endógena liberada na fenda sináptica.
Edrofônio: álcool simples que inibe a AChE por meio de sua associação reversível com o sítio ativo da enzima.
Natureza não covalente da interação, ocasionando bloqueio relativamente rápido e reversível.
Ésteres do ácido carbâmico, a neostigmina e a fisostigmina: hidrolisados pela AChE, com consequente formação de
ligação covalente. A velocidade é muito mais lenta que a da ACh.
Organofosforados: são hidrolisados pela AChE, porém o complexo enzimático fosforilado resultante é extremamente
estável e dissocia-se com meia-vida de centenas de horas. É irreversível, e o organismo precisa sintetizar novas
moléculas de AChE para restaurar a atividade da enzima.
Por aumentar a atividade da ACh endógena, os AChE são particularmente úteis em doenças da junção
neuromuscular, nas quais o principal defeito consiste em pouco ACh ou AChR: miastenia gravis.
Referências Bibliográficas:
• Anatomia orientada para a clínica / Keith L. Moore, Arthur F. Dalley, Anne M. R. Agur; 8. ed.
• Atlas de anatomia humana / Frank H. Netter, 7ª ed.
• Histologia: texto e atlas / Michael H. Ross, Wojciech Pawlina; – 7. ed
• Fisiologia médica / Walter F. Boron- 2 ed.
• Embriologia clínica, Keith Moore, 10ª ed.
• Princípios de farmacologia: a base fisiopatológica da farmacoterapia/ David E. Golan, 3ª ed
• Palestra Profª Eveline
• Bioquímica básica/Anita Marzzoco – 4. ed