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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MIRACEMA


CURSO DE PEDAGOGIA

PERCURSO HISTÓRICO: ALFABETIZAÇÃO E


LETRAMENTO

MIRACEMA DO TOCANTINS - TO
2014
ISABEL RODRIGUES SILVA

PERCURSO HISTÓRICO: ALFABETIZAÇÃO E


LETRAMENTO

Pré-Projeto de Monografia, apresentado a Disciplina Projeto


de TCC, como requisito parcial de notas, sob a orientação da
orientação do Professor a Ana Corina Spada e do orientador
Ms. Luciano Gonçalves.

MIRACEMA DO TOCANTINS- TO
2014
SUMÁRIO

1 JUSTIFICATIVA ...........................................................................................2
2- TEMA .............................................................................................................4
3- PROBLEMA DE PESQUISA ......................................................................4
4 OBJETIVOS DA PESQUISA ........................................................................5
4.1- Objetivo geral .....................................................................................5
4.2- Objetivos específicos ......................................................................... 5
5 METODOLOGIA ...........................................................................................6
6 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................ 7
6.1 Reflexões acerca da leitura e da escrita .............................................7
6.2 Conceito de alfabetização e letramento .............................................8
6.3 A importância da alfabetização e do letramento nas práticas de leitura
e escrita ....................................................................................................10
7 CRONOGRAMA ..........................................................................................14
8 REFERÊNCIAS.............................................................................................15
1. JUSTIFICATIVA

Ao longo da história as funções da língua escrita desempenham um papel político


importante na sociedade.
A escrita representa um instrumento capaz de permitir a entrada do indivíduo no
mundo da tecnologia e possibilita o acesso aos conhecimentos histórica e socialmente
produzidos, criando condições para novos conhecimentos. Portanto, o estudo da língua escrita
envolve um complexo processo de hipóteses. Contudo, é preciso estarmos atentos ao fato de
que não existe uma velocidade padrão de aprendizagem da leitura e da escrita.
A escolha do tema desse projeto “Práticas de leitura e escrita na perspectiva do
letramento” se deu na intenção de refletir acerca da importância da leitura e da escrita no que
se refere aos conceitos alfabetização e letramento. Pois, os dois conceitos são vistos como
práticas políticas e sociais.
Considerando que a aprendizagem da leitura e da escrita é importante para o
desenvolvimento do educando, esse projeto visará descobrir que sentido tem a leitura e a
escrita quando interpretadas e produzidas em um determinado contexto e qual sua intenção.
Entretanto, analisar práticas de leitura e escrita com parte da alfabetização e do
letramento, é apresenta reflexões que busquem responder questões como: que sentido tem a
leitura e a escrita como compreensão do mundo? Qual a importância da alfabetização e
letramento na aprendizagem da leitura e da escrita?
Para responder questões como essas, será feita uma pesquisa bibliográfica em textos
de autores como: Ângela Kleiman (1995), Magda Soares (2003, 2004, 2006), Sônia Kramer
(2010), Marlene Carvalho ( 2007), Emília Ferreiro ( 2001), Foucanbert (1994 ), Soares(2010),
Tfouni (2006) Scribner (1984 ), entre outros. Pois, um texto nunca é dado como acabado,
sempre após uma nova releitura pode acontecer modificações.
O presente projeto terá como fundamentos textos de teóricos que abordam a leitura,
escrita, alfabetização e letramento, tendo como meta chegar a uma conclusão sobre o que é
alfabetizar letrando. No qual o mesmo justifica-se pela necessidade de se entender a prática
da leitura e escrita como partes indissociáveis do letramento e responsável pela autonomia e
senso crítico-reflexivo do indivíduo.
2. TEMA

Percurso histórico: alfabetização e letramento

3. PROBLEMA DE PESQUISA

Qual é a proposta de alfabetização e letramento de Magda Soares.


4. OBJETIVOS DE PESQUISA

4.1. OBJETIVO GERAL


Compreender como é o processo de construção histórica da alfabetização e letramento
embasado numa pesquisa bibliográfica.
4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Analisar o conceito de letramento e suas implicações para o processo de


alfabetização;
 Reconhecer a importância do letramento na aprendizagem;
5 METODOLOGIA DA PESQUISA

Em relação aos procedimentos técnicos utilizados a pesquisa é bibliográfica. Para


Alves (2003, p. 53), a pesquisa bibliográfica.
[...] é aquela desenvolvida exclusivamente a partir de fontes já elaboradas livros,
artigos científicos, publicações periódicas, as chamadas fontes de “papel”. Tem
como vantagem cobrir uma ampla gama de fenômenos que o pesquisador não
poderia contemplar diretamente [...].

A pesquisa bibliográfica é essencial para qualquer trabalho que se apoie em dados


científicos, uma vez que o pesquisador precisa prover-se de dados do conhecimento humano,
já estruturados, para delimitar seus esforços.
Portanto, será levantado um referencial teórico para embasar as discursões . O
levantamento desse referencial se dará por meio de palavras chaves nos bancos de dados da
biblioteca do campus de Miracema- To, como também na internet (google, livros e
acadêmico). As palavras usadas serão: leitura e escrita; letramento e alfabetização, práticas de
leitura; escrita e alfabetização; leitura e escrita no contexto letrado, entre outras. Lembrando
que essas palavras podem ser alternadas na tentativa de encontrar mais autores que tratam o
tema do projeto.
O mesmo buscará durante pesquisa apenas texto em língua portuguesa, os textos
encontrados em outros idiomas serão descartados. Este projeto terá caráter bibliográfico,
porém até final, o mesmo pode sofrer modificações. Até porque, o mesmo é apenas o
preparatório para o TCC “ trabalho de conclusão do curso” e tudo pode acontecer durante a
pesquisa, pois a leitura é um processo dinâmico e ativo que requer a compreensão,
apropriação e transformação de informações e conhecimentos adquiridos, ou seja, o texto
nunca esta pronto, mas abre caminhos para ser reescrito a partir de um novo olhar sobre uma
nova perspectiva.
Ao Abordar o termo práticas de leitura e escrita na perspectiva do letramento, a
intensão é estabelecer um diálogo sobre as questões da atualidade. Portanto para responde
questões como as apresentada nesse projeto, nenhum papel por melhor que seja não se
esgotará as possibilidades de discursão do assunto. É preciso adequar as leituras aos diversos
níveis de reflexão.
6 REFERENCIAL TEÓRICO

6.1 Reflexões acerca da leitura e da escrita

Martins (1994) afirma que o conceito de leitura ainda está relacionado à escrita e a
leitura mecânica, a mesma é vista como um símbolo decodificador da escrita. Mas, bastará
apenas decodificar as letras, para que a leitura aconteça?
A leitura é uma necessidade e esforço para alimentar o imaginário, desvendar os
segredos do mundo e dar a conhecer o leitor a si mesmo através do que lê e como lê. A
leitura e a escrita são instrumentos necessários para o ingresso e a participação do sujeito na
sociedade letrada [em que vive, é a chave para apropriação dos saberes já conquistados pela
humanidade. Como aponta Tfouni, a escrita e a oralidade não é uma relação de dependência
da primeira para a segunda, mas é antes uma relação de interdependência, isto é, ambos os
sistemas de representação influenciam-se igualmente (TFOUNI, 2006, p.19).
Nesse sentido, aprender a ler e a escrever é reconstruir um conhecimento de natureza
conceitual, compreendendo não só o que a escrita representa, mas também de que forma ela
representa graficamente a linguagem. A leitura e a escrita são processos de compreensão
abrangentes que envolvem aspectos intelectuais, neurológicos, bem como culturais e político.
“Ler significa ser questionado pelo mundo e por si mesmo, significa que certas respostas
podem ser encontradas na escrita, significa construir uma resposta que integra parte das novas
informações ao que já é” (FOUCAMBERT, 1994, p. 22).
Seguindo o raciocínio de Foucambert, Freire (1999) aborda que a leitura é um
instrumento de comunicação, registro das relações humanas, das ações e aspirações dos
homens; não um instrumento de poder pelos dominadores, mas, a libertação dos dominados.
Freire enfatiza que a leitura implicar uma percepção crítica do mundo. Percepção essa, que
faz com que os dominados percebam como dominados e procurem reconstruir de forma
autônoma, crítica e democrática a sua situação como sujeito construtor da sua formação e
história. “Aprendemos a ler a partir do nosso contexto pessoal” ( FREIRE, 1999, p.21).
Martins (1994), diz que o ato de ler vai além. Para a mesma, ler é dar sentido a um
texto, interpretar, comunicar-se com o mundo à volta. Significa também ler o mundo, dar
sentido a ele e nós próprios. É uma conquista da autonomia, ampliação dos horizontes,
comprometimento, que acarreta alguns riscos como: ruptura com a passividade, enfretamento
de uma determinada situação, frustração em face de descoberta da realidade.
O ato de ler e escrever refere-se aos tipos de expressão do ser humano, pois a leitura
se realiza a partir do diálogo do leitor com o objeto lido. Em síntese a leitura e a escrita
tornam-se uma ferramenta indispensável à vida em sociedade. Portanto, a leitura tem mais
mistérios e sutilezas do que a mera decodificação de palavras escritas, tendo também um lado
de simplicidade.

6.2 Conceito de alfabetização e letramento

Por muito tempo, o conceito de alfabetização ficou ligado ao fato de saber ler
decodificando os gráficos e escrever transformando os sons através das palavras. Na metade
dos anos 1980, surge a palavra letramento que enfatiza o saber ler e escrever tendo
entendimento sobre ambos (SOARES, 2010, p. 36).
A partir da década de 1980, varias teorias mostram que o aprendizado da escrita não
se reduziria ao domínio de correspondência entre grafemas e fonemas (codificação e
decodificação), mas se caracterizaria como processo ativo, por meio do qual, desde os
primeiros contatos com a escrita, a criança construiria hipóteses sobre a natureza e o
funcionamento da língua escrita como representação.
Apesar da alfabetização ser entendida como do ensinar a ler e a escrever, percebe-se
que a alfabetização não se resumir apenas na aquisição dessas habilidades mecânicas do ato
de ler, mas na capacidade de interpretar, compreender, criticar e produzir conhecimento.
Assim, a invenção do letramento acontece devido à necessidade de nomear e reconhecer
práticas de leitura e escrita mais avançadas e complexas. Isso porque, “a necessidade de
habilidades de letramento na nossa vida diária é obvia; no emprego, passeando pelas ruas da
cidade, fazendo compras, todos encontram em situações que requerem o uso da leitura ou a
produção de símbolos escritos” (SCRIBNER, 1984, p. 9).

A palavra letramento surgiu para dar nome ao novo fenômeno que deu início na
sociedade onde os indivíduos apesar de saber ler e escrever não compreendiam o que lia e
escreviam e só termo alfabetização já não bastava. Portanto, o conceito de letramento entra
em cena para ampliar a visão da alfabetização, chamando atenção não apenas para o domínio
da prática de ler e escrever, mas, também para o uso dessas habilidades em práticas sociais em
que ler e escrever são necessários (SOARES, 2010, p. 36).
Nesse contexto, alguns teóricos abordam o termo alfabetização e letramento: Tfouni
(2006) enfatiza que “ a alfabetização se refere à aquisição da escrita (TFOUNI, 2006, p.9) e “
o letramento procura focalizar os aspectos sócio históricos da aquisição da escrita. Entre
outros casos, procura estudar e descrever o que ocorre nas sociedades quando adotam um
sistema de escrita restrita ou generalizada”. Letramento, de acordo com Magda Soares,
significar “estado ou condição de quem não saber ler e escrever, mas cultiva e exerce as
práticas sociais que usam a escrita.” E, por sua vez, alfabetização é “ação de ensinar/aprender
a ler e a escrever” (2001, p. 47). Paulo Freire destaca “alfabetização é a criação ou a
montagem de da expressão escrita e oral e letramento é a complexidade deste processo, que
significa a compreensão crítica do ato de ler” (FREIRE, 1994, p. 45).
Soares diz que:
Um adulto pode ser analfabeto, porque é marginalizado socialmente e
economicamente, mas vive em um meio em que a leitura e a escrita tem presença
forte, se interessa em ouvir uma leitura de jornais feita por um alfabetizado [...] se
ditas cartas para que o alfabetizado escreva [...], esse analfabeto é, de certa forma,
letrado porque faz uso da escrita, envolve-se em práticas sociais de leitura e escrita
(SOARES, 2006.p. 24).

Desse modo, uma pessoa letrada é quando faz uso das habilidades de ler e escrever,
num conjunto de práticas sociais, não apenas no conhecimento das letras e do modo de
associá-las, mas usar esse conhecimento em benefício e formas de expressão e comunicação
reconhecidas e determinadas num contexto social, letramento depende da alfabetização, ou
seja, da teoria e prática, pessoas letradas e não alfabetizadas mesmo incapazes de ler e
escrever compreendem os papeis sociais da escrita, distinguem gêneros e reconhecem as
diferenças entre língua escrita e a oral (SOARES, 2006, p. 17). Portanto, alfabetização e
letramento mesmo sendo processos diferentes, ambos são indispensáveis quando se leva em
consideração a aprendizagem da leitura e da escrita.
Assim, “ letramento tem por objetivo investigar não somente quem é alfabetizado,
mas quem não é alfabetizado, desliga-se de verificar o individual e centraliza-se no social”
(TFOUNI, 2006, p.10). Vygotsky, diz que, o letramento representa o coroamento de um
processo histórico de transformação e diferenciação no uso de instrumento mediadores
(VYGOTSKY apud TFOUNI, 2006, p. 21).
Nesse sentido, letramento é “(...) O resultado da ação de ensinar e aprender as
práticas sociais da leitura e escrita. O estado ou condição que adquiri um grupo social ou
individuo como consequência de ter se apropriado da escrita e de suas práticas sociais
(SOARES, 2006, p. 39)”.
O domínio da língua oral e escrita refere-se à capacidade de ler e escrever, fazendo
uso do objeto de leitura e escrita nas práticas sociais, na dimensão da alfabetização no âmbito
do letramento. Porém, a construção desse conhecimento não é fácil, nem simples. Trata-se de
uma aprendizagem complexa, individual e subjetiva, mas não solitária, porque exige, ao
mesmo tempo, trocam de informações, estímulos e motivação.
Assim, o professor precisa ser um mediador entre o conhecimento e o aprendiz
estabelecendo um canal de comunicação, não apenas um aplicador de pacotes educacionais
(SOARES, 2010, p. 39). É necessário que se compreenda o que é alfabetizar letrando.

6.3 - A importância da alfabetização e do letramento na aprendizagem da leitura e da


escrita
Sabemos que o mundo sofre constantes transformações. Após anos de estudo entre
pensadores em educação, surge o termo letramento, que procura refletir a respeito das
concepções anteriores de alfabetização.
Segundo Kleiman (1995), o primeiro e o mais importante aspecto a ser considerado
nesse contexto, é aquele relacionado ao seu caráter conceitual. Conceito esse, que significa a
construção do conhecimento por meio das práticas de leitura e escrita. Isso porque, a
diferença entre ensinar uma prática e ensinar para que um educando desenvolva uma
competência ou uma habilidade, não é uma questão terminológica, mas, um conjunto de
habilidades progressivamente desenvolvidas com a função de chegar a uma competência de
leitor/escritor ideal. Segundo Smith

Ler e escrever são processos frequentemente visto como imagens espelhadas uma
outra , como reflexos sob ângulos oposto de um mesmo fenômeno: a comunicação
através da escrita. Mas há diferenças fundamentais entre as habilidades e
conhecimentos empregados na leitura e aqueles empregados na escrita, assim como
há diferença entre os processos envolvidos na aprendizagem da leitura e os
envolvidos na aprendizagem da escrita (SMITH apud SOARES, 2001, p. 68).

Nesse contexto, que se percebe é a importância do letramento no processo de


alfabetização, pois o mesmo faz parte da prática discursiva em que o indivíduo está inserido.
Segundo Kleiman (1995) o termo letramento tem como objetivo da reflexão acerca dos
aspectos sociais da língua escrita, que implica escolher textos significativos para a
comunidade partindo da bagagem cultural de cada educando. Prática essa que envolve a
capacidade individual e coletiva de realizar tarefas relacionadas às práticas sociais de leitura e
escrita.
Segundo Kleiman (1995), para que o termo letramento aconteça durante o processo
de alfabetização de forma eficaz, é necessário que as escolas tenham um currículo: dinâmico;
partir da realidade do educando; princípios estruturantes; conteúdos que possuam a função de
organizar, orientar e registrar o trabalho do professor e do discente. Uma prática social parte
da necessidade de focalizar de forma sistemática conteúdos para que o aluno perceba que é
preciso buscar explicações para as coisas que estão na sociedade em que estão inseridos.
Porém:
Um dos objetos sistematicamente ausentes nos programas de alfabetização é a
compreensão das funções da língua escrita”. As escolas operaram como uma
transmutação da escrita. Transformou-se de um objeto social para um objeto
exclusivamente escolar, ocultando ao mesmo tempo suas funções extraescolares:
precisamente aquelas que deram origem a criação das representações da escrita na
linguagem. Porém, é imperioso ( nada fácil de conseguir) restabelecer, no nível das
práticas escolares uma verdade elementar “ a escrita é importante dentro da escola,
porque é importante fora dela, e não o inverso (FERREIRO, 2001, p. 19).

Ferreiro deixa claro na citação acima que, para aquisição da escrita acontecer é
necessário entender o processo de construção individual do educando; conheça teorias e
estabeleça um constante intercâmbio entre o conhecimento teórico e a prática pedagógica; der
oportunidade para que a criança vivencie diversos atos de leitura e escrita; estimule a criança,
acreditando em sua capacidade de cada um em aprender. As práticas devem estar orientadas
de modo a promover a alfabetização na perspectiva do letramento, proporcionado à
construção de habilidades para que alcance o domínio efetivo da tecnologia escrita. Nesse
raciocínio, Soares afirma que:

Dissociar alfabetização e letramento é um equívoco porque, no quadro das atuais


concepções psicológicas, linguísticas e psicolinguísticas de leitura e escrita, a
entrada da criança no munda da escrita se dá simultaneamente por esses dois
processos: pela aquisição do sistema convencional de escrita- a alfabetização, e pelo
desenvolvimento de habilidades de uso desse sistema em atividades de leitura e
escrita nas práticas sociais que envolvem língua escrita – o letramento. Não são
processos independentes, mas interdependentes e indissociáveis: a alfabetização
desenvolve no contexto de/por meio de práticas sociais de leitura e escrita, isto é
através de atividades de letramento, e este, por sua vez, só pode desenvolver-se no
contexto de/por meio da aprendizagem das relações fonema-grafema, isto, é em
dependência da alfabetização ( SOARE, 2003, p.15).

Soares defende, nesse sentido, a complementaridade e o equilíbrio entre ambos, e,


chama a atenção para o valor da distinção terminológica, pois sãos dois conceitos
frequentemente confundidos ou sobre postos, deixando claro a importância de distingui-los e
ao mesmo tempo aproxima-los. Sendo assim, entende-se que a alfabetização é parte do
letramento, e que depende unicamente de estabelecer a correspondência entre esses dois
processos. Deixando claro que alfabetização não precede o letramento, pois, em uma
sociedade, todo e qualquer cidadão, qual quer que seja sua posição social ou seu grau de
escolaridade, está inserido no mundo letrado.
Para tanto, é preciso reconhecer a especificidade da alfabetização e do letramento e
combiná-los, assegurando aos educandos tanto a apropriação do sistema da escrita, como o
domínio das práticas sociais de leitura e de escrita. Como conseqüência, o desafio aos
professores e todos que atuam nas redes de ensino é “alfabetizar letrando”.
Porém, a escola deve assumir um papel social que vise à inclusão de todos não
importando com a classe social, etnia etc. Na sociedade e no mundo, ler e escrever é um
direito de todos, é dever da escola possibilitar a realização deste processo, pois é nela que
devem ser desfeitos todos os tipos de preconceitos. A escola deve ser um espaço para criar e
recriar, não para copiar e reproduzir ideais e sentimentos antigos.
Mas, democratizar a escola para que se tenha uma aprendizagem da leitura e da
escrita de forma adequada não é adotar métodos inovadores por estarem na moda, mas,
assumir posturas inovadoras que irão dar sentido a educação. Pois, o acesso à leitura é uma
condição da existência da democracia, é a forma de inserir os seres humanos em seu próprio
mundo de onde foram excluídos.
Para que essa inserção aconteça, é necessário que as escolas derrubem os paradigmas e
dêem uma abertura maior para que os alunos possam escolher os seus objetos de leitura e de
escrita sem a preocupação demasiada com o tempo. “Liberdade de escolha”. Liberdade para
ler e escrever estabelecendo relações e interpretações com o texto lido ou escrito. O aluno
dever ser motivado a adotar práticas de leitura e escrita. Paulo Freire (1994, p. 98) foi
brilhante quando disse que “ a leitura do mundo procede a leitura da palavra e a leitura dessa
implica a continuidade da leitura daquele”. A leitura do mundo precede e determina a
palavra, e está é essencial para a continuidade e a ampliação da outra. Assim, texto e mundo
se confundem, num contexto em que, a leitura/ escrita do texto pode decifrar o mundo e se
aperfeiçoar enquanto ser pensante e agente do seu próprio mundo.
Sabe-se que o domínio e a compreensão da leitura são de suma importância para que
o educando tenha sucesso na escola. A leitura amplia e aprimora a visão de mundo,
possibilita o contato com áreas do conhecimento, além de desenvolver o senso crítico e
reflexivo do individuo.
É nesse raciocínio sobre a leitura, que se percebe a importância de a alfabetização estar
junto com o letramento, numa estrada de mão dupla, um ampliando a aprendizagem do outro.
Para tanto, a prática em sala de aula deve está orientada na teoria, de modo a promover a
alfabetização na perspectiva do letramento, proporcionando ao educando a construção de
habilidades de domínio da língua escrita na sociedade em que estão inseridos. Pois, o
letramento, admite a pluralidade das práticas letradas valorizando o seu significado cultural e
contexto de produção. Rompe com a divisão entre “o momento de aprender” e o “momento de
fazer uso da aprendizagem”, propõem a articulação dinâmica entre “descobrir a escrita” e
“conhecer suas funções” e “formas de manifestação”. Assim, “aprender a escrita”, e “usar a
escrita”, significa o cultivo de suas práticas a partir de um referencial culturalmente
significativo.
Concluindo, as práticas de letramento permitem e possibilitam a reflexão, mudanças
de postura, de consciência, permitem fazer escolhas, é uma ferramenta valiosa na mãos de
quem quer realmente uma escola democrática. Daí a responsabilidade das escolas públicas
oferecer oportunidade de alfabetização e letramento a todos, fazendo um elo entre a teoria à
prática.
6. CRONOGRAMA

2013/2
MÊS
ATIVIDADES
OUT NOV DEZ JAN FEV MAR
Elaboração do Pré- X X X X X
Projeto
Entrega do Pré- X
Projeto
Pesquisa X X X
Bibliográfica
Elaboração do X X
Projeto TCC
Término do X
Projeto de TCC
2014/1

MÊS
ATIVIDADES
ABR MAIO JUN JUL AGO SET
Realização das X X X
leituras e
fichamentos
Construção dos X X X
capítulos
Análise e X X
discussão dos
dados
Entrega da Versão X
Final do TCC
Correções e ajustes X
Defesa X
7. REFERÊNCIAS

ALVES, Magda. Como escrever teses e monografias: um roteiro passo a passo.


BIZZOTTO, Maria Inês; AROEIRA, Maria Luisa e PORTO, Amélia. Alfabetização
linguística da teoria à prática. Belo Horizonte: Dimensão, 2010.
FOUCAMBERT, Jean. A leitura em questão. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
FREIRE, P. A importância do ato de ler. Campinas: Mercado de Letras. 1995.
KLEIMAN, A. (org.). Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática
social da escrita. Campinas: Mercado de Letras. 1995
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 19. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994..
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 2 ed. Belo Horizonte:
Autêntica,2001.
______. Alfabetização e letramento. 3ed. São Paulo: Contexto, 2006.
TFOUNI, Leda Verdiani. Letramento e alfabetização. 8 ed. São Paulo : Cortez, 2006.

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