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A LEITURA EM AMBIENTES DIGITAISEM TEMPOS

TECNOLÓGICOS

Hilma de Oliveira Pessoa (PPGEN/UNIC) -hilmapessoa@gmail.com1


Luciana Camargo de Carvalho (PPGEN/UNIC) - lukkamargo@hotmail.com2
Taislayne Alves da Silva Bazzano (PPGEN/UNIC) - taislayne.alves@gmail.com3
Ana Graciela M. F. da F. Voltolini (PPGEN/UNIC) -
fonsecaanagraciela@gmail.com4
GT 02: Educação e Comunicação

Resumo:
Neste artigo parte do pressuposto da importância da inserção das tecnologias na sala de aula, visto que os
alunos são nativos digitais e que estão cada dia mais imersos no ambiente digital, o O presente artigo
apresenta uma abordagem teórica sobre a leitura em tempos tecnológicosde tecnologias digitais, a
partir de uma reflexão sobre a leitura, a evolução das dessas tecnologias digitais e a relação do aluno
com a leitura nesse novo cenário. Objetiva-se trazer uma reflexão da leitura dos pelos alunos, a
partir dos gêneros digitais, e como os mesmos estão ampliandoaprimorando suas leituras com o uso da
Tecnologias Digitais Informação e Comunicação (TDIC). Trata-se de um artigo de cunho bibliográfico,
Baseia-se na metodologia qualitativa, através de pesquisas bibliográficas,tendo como base de estudos
que tratam sobre novas formas de leitura. Para chegar ao objetivo supracitado, buscou-se
compreender as práticas de leituras, que são sugeridas nos documentos que norteiam o ensino,
como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ,(2017), e autores que que dialogam sobre o
tema, tais comoa exemplo de Marcuschi (2005), Soares (2005), Coscarelli e Ribeiro (2007),Aguiar
(2011), Santaella (2013), Soares (2005), Coscarelli (2007), Marcuschi (2005), entre outros. A partir do
1
Mestranda do Programa de Pós- Graduação Stricto Sensu em Ensino em Associação Ampla entre
Universidade de Cuiabá -UNIC e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado de
Mato Grosso- IFMT em Associação Ampla entre a Universidade de Cuiabá-UNIC e o Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso- IFMTda Universidade de Cuiabá em ampla
associação com IFMT.
2
Mestranda do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ensino em Associação Ampla entre
Universidade de Cuiabá -UNIC e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado de
Mato Grosso- IFMT Mestranda do Programa de Pós- Graduação Stricto Sensu em Ensino em Associação
Ampla entre a Universidade de Cuiabá-UNIC e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Estado de Mato Grosso- IFMTda Universidade de Cuiabá em ampla associação com IFMT.
3
Mestranda do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ensino em Associação Ampla entre
Universidade de Cuiabá -UNIC e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado de
Mato Grosso- IFMTMestranda do Programa de Pós- Graduação Stricto Sensu em Ensino em Associação
Ampla entre a Universidade de Cuiabá-UNIC e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Estado de Mato Grosso- IFMTda Universidade de Cuiabá em ampla associação com IFMT.

4
Professora Orientadora. Doutora em Comunicação Social (UMESP) e docente do Programa de Pós-
Graduação Stricto Sensu em Ensino Associação Ampla entre Universidade de Cuiabá -UNIC e o
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso- IFMT
em Associação Ampla entre a Universidade de Cuiabá-UNIC e o Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Estado de Mato Grosso- IFMTda Universidade de Cuiabá em ampla associação com
IFMT.

Realização
referencial teórico adotado foi possível e trazer para discussãodiscutir sobre as novas formas e
possibilidades de leitura, tendo em vista que a o ensino mediadoEducação mediada pelas Tecnologia
da Informação e ComunicaçãoTDIC, propicia a interação do aluno com novas práticas de leituras na
contemporaneidade, por meio dos recursos digitais como por exemplo smartphofones e computadores.
As considerações apresentadas neste artigo partem das reflexões iniciais dos projetos de pesquisa, em
andamento, das pesquisadoras envolvidas nesta produção.

Palavras-chave: EducaçãoEnsino. Leitura. Tecnologias Digitais. Letramento Digital.

1 Introdução

No mundo tecnológico digital surgem novos desafios às práticas sociais, é nítido


perceber que redes sociais digitais vêm alterando o cotidiano das pessoas, mas também
o comportamento frente às novas possibilidades que a rede proporciona. Com a chegada
desses novos dispositivos trazidos pelas tecnologias digitais, nasce um novo
comportamento de leitura. A evolução das tecnologias digitais traz mudanças nos
modos de leituras, ampliando o rol e a variedade de textosgêneros
disponíveisprincipalmente no que se refere a mídias. A competência cinco da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC) diz que a escola deve aproximar o aluno das
novas tecnologias e incentivá-los a fazer uso desses recursos para proporcionar ao aluno
a sensação de pertença cultural e desenvolver o letramento digital. Este estudo
bibliográfico visa refletir sobre o percurso da leitura dos alunos da Eeducação
Bbásica dentro do contexto tecnológico, os hábitos de leitura e a utilização dos
recursos digitais para este fim.
Mesmo com todo avanço tecnológico que temos vivido e até mesmo a evolução
forçada que a educação se viu obrigada a fazer diante da pandemia, é perceptível que
ainda há um longo caminho a percorrer quando se discute a leitura, ainda mais a leitura
com e por meios de recursos digitais. O ser humano em sua maioria não possui hábito
de leitura e o advento das novas tecnologias digitais modificou ainda mais este hábitoa
prática da leitura, as pessoas passaram a ler apenas por meios dascontar com as redes
sociais e sites de informação, que nem sempre trazem informações corretas e verídicas.

Realização
Nós lemos desde sempre, decifrar os desenhos que eram feitos pelos homens das
cavernas já era uma forma de leitura.
Podemos perceber que o que muda não são os objetos de leitura, mais a nossa
relação com eles. Sobre a leitura, Freire (1997) discorre que:
Ler é uma operação inteligente, difícil, exigente, mas gratificante.
Ninguém lê ou estuda autenticamente se não se assume, diante do
texto ou do objeto da curiosidade a forma crítica de ser ou de estar
sendo sujeito da curiosidade, sujeito da leitura, sujeito do processo de
conhecer em que se acha. Ler é procurar, buscar ou criar a
compreensão do lido; daí, entre outros pontos fundamentais, a
importância do ensino correto da leitura e da escrita. É que ensinar a
ler é engajar-se numa experiência criativa em torno da compreensão.
Da compreensão e da comunicação. E a experiência da compreensão
será tão mais profunda quanto sejamos nela capazes de associar,
jamais dicotomizar, os conceitos emergentes na experiência escolar
aos que resultam do mundo da cotidianidade. (FREIRE, 1997, p. 20).

Diante desta concepção de Freire, percebe-se a importância da leitura para ana


relação do ser humano com o cotidiano em que ele está inserido, porém hoje sabemos
que mais do que apenas ler e escrever para isso é necessário se apropriar das formas de
leitura e escrita nas práticas sociais, pois o sujeito deve saber aplicar aquilo que
aprendeu na escola nos seusem vários ambientes de vida várias situações e contextos,
para que desta forma possa ser aceito e fazer parte dos círculos em que estiver inserido
essa concepção de letramento deve ser ampliada também para o ambiente digital.
Segundo a autora Magda Soares (2005, p. 47) "Letramento é o estado ou
condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva e exerce as práticas
sociais”. Soares (2005) explica que alfabetizar e letrar são duas ações distintas, mas
inseparáveis, pois o ideal seria alfabetizar letrando, ou seja, ensinar a ler e escrever no
contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o indivíduo se
tornassetorne, ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado. Um indivíduo pode ser capaz de
ler um bilhete e não ser capaz de ler uma notícia, pode ser capaz de escrever o nome e
não ser capaz de escrever um bilhete, e assim por diante “há diferentes tipos e níveis de
letramento, dependendo das necessidades, das demandas do indivíduo e de seu meio, do
contexto social e cultural” (SOARES 2005, p.48-49).
Quando pensamos nestas práticas sociais voltadas para o universo digital, temos
então um conceito de letramento mais específico, o letramento digital. Ssegundo
Ribeiro Ribeiro (20059), o letramento digital é a porção do letramento que se constitui

Realização
das habilidades necessárias e desejáveis desenvolvidas em indivíduos ou grupos em
direção à ação e à comunicação eficientes em ambientes digitais, sejam eles suportados
pelo computador ou por outras tecnologias de mesma natureza.
Possuir letramento digital é saber fazer a leitura e o uso correta das informações
disponíveis na rede, utilizar as ferramentas disponíveis de forma eficientes, haja visto
que hoje em dia não é possível viver sem utilizar as ferramentas digitais., pois, trabalho,
educação e relações pessoais estão altamente ligadas a essas ferramentas, o virtual
converge com o real, aquilo que é inserido, postado nas plataformas de redes sociais
digitais tende a influenciar aquilo que acontece no mundo real. Considerando o cenário
exposto, eeste artigo... (aqui vcs precisam fechar a proposta do artigo, qual o objetivo,
como foi feito...) busca trazer uma reflexão sobre leitura em ambientes digitais.

2- O cCaminho percorrido da pela leitura

A passagem da oralidade para a escrita não se deu harmonicamente, mas, ao


contrário, aos saltos desordenados e em tempos diferentes, segundo os grupos humanos.
Oharmonicamente. O processo foi, e continua sendo, tão complexo que até hoje temos
comunidades predominantemente orais, às vezes bem próximas de outras altamente
letradas. “A leitura, embora ação corriqueira nos dias de hoje, sobretudo nas regiões
urbanas, não é natural”. (AGUIAR, 2011, p. 104). Não se nasce sabendo ler, é algo que
precisa ser ensinado e treinado para fazer parte da pessoa. Aguiar (2011) ainda
complementa:
Podemos dizer, então, que o País vai, de certo modo, da oralidade para
a sociedade de massa sem que a população tenha realmente acesso ao
livro como meio de comunicação cultural. O material escrito não faz
parte do cotidiano dos brasileiros, para os quais todos os problemas se
resolvem sem ler ou escrever, e as melhores modalidades de diversão
não incluem o prazer literário (AGUIAR, 2011, p. 107).

Aguiar (2011) reforça ser necessário fazer um caminho da oralidade a leitura


recuperando o processo perdido na constituição da nação brasileira, para que a leitura
faça parte do cotidiano da população:.
É muito importante que a leitura seja incentivada desde a infância. As
crianças que têm contato com a leitura, a princípio no ambiente
familiar e posteriormente na escola, tendem a se tornar leitores
competentes, críticos, reflexivos e formadores de opinião. Bem como,
tornam-se cidadãos conscientes de seus direitos e deveres perante a
sociedade. Criam o hábito de ler por prazer, agregando crescimento
pessoal, cultural e social ao indivíduo. (LARA; GABRIEL;
BITTENCOURT, 2021, p. 3)

Realização
Para a formação do leitor é necessário muito mais que decodificar, . Ller um
texto verbal, apenas saber as regras da gramática não possibilitará a ele entender e
interpretar um texto, fazer leiturauma leitura é inferir sentidos aquilo que você está
lendo a partir da sua realidade de vida, é por essa ótica que deve se fazer aser feita a
formação do leitor, para que ele possa compreender que ler é uma participação ativa:.
“Precisamos estabelecer as relações complementares entre a leitura e a
escrita, percebendo que podemos ler todos os sinais, dos livros e do
mundo, buscando recuperar a intenção dos textos em direção a seus
receptores, com base nas marcas gráficas e em todas as outras
disponíveis. Por essas vias, não haverá alfabetizados funcionais, que
apenas soletram ordens a serem obedecidas e informações a serem
digeridas, mas leitores críticos, capazes de interagir com textos das
mais diversas naturezas sociais e institucionais (jornalísticos,
políticos, religiosos, literários, científicos, jurídicos etc.) e estender
essa capacidade leitora a todas as situações orais da vida cotidiana”
(AGUIAR, 2011, p. 109).

Estamos vivendo em um mundo cada vez mais tecnológico e a educação deve


estar inserida nesses avanços como agente primário dessa evolução, pois, a partir dela
que seé ela que prepara para as demais realidades para as adequações tecnológicas.
Sabemos que falar de tecnologia envolve ambiente e linguagem específica. O uso dos
recursos digitais cada vez mais frequentes e necessários no cotidiano de cada um
salientou a necessidade do letramento digital, formas de escrita e leituras dos adequadas
para os vários ambientes de produção textual ligados à internet, linguagem formal e
informal própria da interação que opara as características do ambiente digital precisa.
A escola deveria ser um lugar potencial para a formação de leitores orientando
as possibilidades de leitura, em relação às suas mais variadas formas e ou aos suportes.
Entretanto, os profissionais educadoresprofessores, nem sempre estão capacitados
preparados na mesma velocidade com que as novas tecnologias se modificam e se
multiplicam.
De acordo com a BNCC (2017, p. 44), o professor como mediador incentiva as
crianças a leitura “as experiências a partir literatura infantil, propostas pelo educador,
mediador entre os textos e as crianças, contribuem para o desenvolvimento do gosto
pela leitura, do estímulo à imaginação e da ampliação do conhecimento de mundo”.
Conforme Moran (2000) cabe, portanto,explica que cabe ao professor ser um
investigador, desafiador e incentivador no desenvolvimento da autonomia dos alunos.

Realização
Motivando-os na participação e na interação e, assumindo o papel primordial, o: de
auxiliar o aluno na interpretação das informações:.
A aquisição da informação, dos dados, dependerá cada vez menos do
professor. As tecnologias podem trazer, hoje, dados, imagens,
resumos de forma rápida e atraente. O papel do professor – o principal
papel – é ajudar o aluno a interpretar esses dados, a relacioná-los, a
contextualizá-los (MORAN, 2000, p. 29).

A tecnologia propicia a busca imediata de informações, mas não assegura a


confiabilidade da fonte. Por meio da leitura em tela, os alunos mergulham em muitas
informações, mas não filtram a e não checam a confiabilidade dos fatosdas informações,
talvez seja o momento do professor trabalhar essa seleção das informações, tendo em
vista que a velocidade é capaz de trazer de forma mais rápida, mas nem sempre é aquilo
que o aluno precisa. Sobre essa dinamicidade interativa, Araújo e Rodrigues (2005)
complementam:

A comunicação mediada pelas novas tecnologias digitais, decorrentes


do uso do computador conectado à internet, vem transformando e
ampliando as possibilidades das práticas discursivas, especialmente na
web, a rede que mais se destaca pela multimodalidade de recursos
semióticos e pela dinamicidade interativa, facilitando o acesso às mais
variadas informações que se proliferam vertiginosamente em todas as
áreas nos últimos tempos. (ARAÚJO; RODRIGUES, 2005, p. 13).

Com as novas tecnologias surgem novos conceitos de se relacionar e interagir


com os meios de informação, pois hoje, principalmente no campo educacional ela se
encontra presente em diversos contextos e em diversas modalidades das áreas do
conhecimento, nas novas formas de leitura, Nneste sentido devemos refletir sobre a
variedade de informações disponíveis, suas práticas e saber adequar o seu uso nas
atividades cotidianas, o que reforça o papel da escola nessa função. Nesse Em um
contexto de possibilidades e tecnologia, Coscarelli e Ribeiro (2007) dissertam que:

Ao repensar o ensino e a possibilidade de empregar esta nova


tecnologia nas salas de aula ou como sala de aula, de forma
cuidadosamente tecida, empresta conceitos da sociedade do impresso
e repensa os impactos da escrita em meio digital. Os computadores
oferecem diversidade de tratamento de imagem e do texto na forma de
programas concebidos para escrever ou diagramar. Já a internet
constitui-se como novo ambiente de leitura e escrita, de pesquisa e
publicação de textos. (COSCARELLI; RIBEIRO, 2007, p. 8).

Realização
A escrita e leitura alcançam um novos espaços que merece precisam ser
estudados, a comunicaçãoo que antes era que antes era restrita restrito somente ao papel,
hoje pode ser compreendida em vários meios tecnológicose formatos, como por meio
dos tablets, smartphones o que transformou o meio pelo qual se apresentam as formas
gramaticais de escrever e de leitura e escrita. Soares (2002) destaca essas novas
modalidades de práticas sociais de leitura e escrita e complementa:
É que estamos vivendo, hoje, a introdução, na sociedade, de novas e
incipientes modalidades de práticas sociais de leitura e de escrita,
propiciadas pelas recentes tecnologias de comunicação eletrônica – o
computador, a rede (a web) e a Internet. É, assim, um momento
privilegiado para, na ocasião mesma em que essas novas práticas de
leitura e de escrita estão sendo introduzidas, captar o estado ou
condição que estão instituindo: um momento privilegiado para
identificar se as práticas de leitura e de escrita digitais, o letramento na
cibercultura, conduzem a um estado ou condição diferente daquele a
que conduzem as práticas de leitura e de escrita quirográficas e
tipográficas, o letramento na cultura do papel. (SOARES, 2002, p.
146).

Segundo Yunes (2002) há uma valorização da leitura que informa e dá o recado


condicionada ao raciocínio lógico, pensa-se na leitura com fim de aplicação útil ao dia a
dia, porém se faz necessário pensá-la também por meio da interpretação do texto lido,
pois, a partir da interpretação que o texto conversa com as realidades cotidianas. “As
práticas estão assentadas sobre pensamentos que só aparecem como linguagens. Por isso
o tempo todo lemos, interagimos e só aí escrevemos a (nossa) história” (YUNES, 2002,
p. 102). É a partir da experiência vivida com o texto é que aprendemos e o inseridos na
nossa realidade, vamos nos transformando de acordo com aquilo que adquirimos de
conhecimento através da leitura e da reflexão que fazemos dela.
Diante disso, pressupõe que a formação continuada de professores, ao considerar
as idiossincrasias, a realidade local e a razão da educação das gerações futuras, na qual é
necessário analisar a complexidade dessas situações, vai requerer dar voz aos
protagonistas da ação e, para tanto, deverão ser agentes de sua própria formação, sendo
eles próprios sujeitos e autores na realização dos projetos de mudança.

2.1 Leitura num no mundo digital

Na atualidade a leitura não se restringe mais somente ao livro físico, de papel,

Realização
ela transcende essas barreiras, os dispositivos e recursos de para leitura e/escrita foram
se desenvolvendo para chegar no que conhecemos hojeampliados. No passado, o ser
humano escrevia em cavernas, em argila, pergaminhos, e papiros, em papéis e hoje em
dia temos as ferramentas digitais à disposição. Para Ribeiro (2007) a leitura digital é
uma possibilidade de ler em uma tela que emite luz, mover o texto de maneira indireta
(por meio do mouse ou teclado), sentir a eletricidade, escrever copiando e colando,
corrigir o texto virtualmente, desligar o texto da tela e deixá-lo marcado com um
marcador virtual. “Em síntese, a tela, como novo espaço de escrita, traz significativas
mudanças, mas formas de interação entre escritor e leitor, entre escritor e texto e entre
leitor e texto” (SOARES, 2002, p.151).
O aluno passa a ter diversas possibilidades de leitura, podendo adequá-las
conforme seu gosto e necessidade, de acordo com o interesse de cada um. Alves e
Cerqueira (2013) complementam que:

[...] a leitura ocorre em diversos suportes, ela já é realizada pelos


nativos digitais através das redes sociais e artigos de internet. [...] o
mais importante é que a leitura presente na hipermídia dê ao usuário a
capacidade de interpretar informações tais como nos livros, tornando-
os mais analíticos, mas que o mantenha interessado e focado no
assunto (ALVES; CERQUEIRA, 2013, p. 10).

Pensando nessa questão dos nativos digitais, todos aqueles que nasceram depois
que as tecnologias digitais foram inventadas, os autores Alves e Cerqueira (2013)
apontam: os nativos digitais respondem na medida que tem necessidade através de
buscadores online, essa velocidade que o mundo virtual possibilita acostuma o usuário
ao imediatismo, a ansiedade e a uma impaciência exagerada. A maneira com que essa
geração eles lidam com a informação impede que eles se aprofundem nas relações
culturais, não estabelecendo veracidade, relevância e acabam por tirar pouco proveito
dos dados obtidos.
Nosso cotidiano foi alterado pelas redes digitais e uma das realidades mais
impactadas foi a escrita e a leitura, hoje temos pessoas lendo por meio de celulares e
tablets e isso principalmente entre os mais jovens, sem falar que numa grande parcela
desse jovens a leitura e escrita desses jovens passou a ser feita apenas pelas redes sociais
conectadas e talvez também a única fonte de informação para eles, o que é prejudicial
pois, nem sempre esta informação está correta ou é verdadeira, vale aqui uma reflexão
Realização
sobre que tipo de conteúdo, leitura estamos consumindo, é necessário buscar sempre
fontes confiáveis para se ter segurança no que se está lendo.
A autora Magda Soares (2002), escreveu em seuo artigo “Novas Práticas de
Leitura e Escrita: Letramento na Cibercultura” na revista Educação e Sociedade, aponta
que a tela como espaço de escrita e de leitura traz não apenas novas formas de acesso à
informação, mas também novos processos cognitivos, novas formas de conhecimento,
novas maneiras de ler e de escrever, . enfim, destaca como “um novo letramento”, ou
seja, um novo estado ou condição para aqueles que exercem práticas de escrita e de
leitura na tela.
Assim, pensar no tema lLetramento dDigital leva-nos a ponderar sobre os
impactos das novas tecnologias nas práticas letradas e de ensino e a observar que os
eventos de letramento que ocorrem com a intermediação da Internet exigem novas
práticas e habilidades de leitura e de escrita (SOARES, 2002). Nesse sentido, Coscarelli
destaca que na verdade o leitor precisa:
Reconhecer certas características, deduzir outras, empregar a
familiaridade que já possui, sua experiência de leitura pregressa, num
suporte que demandará novas reações. Ao explorar o novo material e
aplicar conhecimentos prévios, o leitor acaba por chegar a uma nova
forma de manipular (navegar!) o objeto novo, que passa, então, a fazer
parte de um universo de possibilidades que jamais será fechado
(COSCARELLI, 2005, p. 131).
Santaella (20103) nos apresenta 3 tipos de leitores: o leitor contemplativo, o
leitor movente e o leitor imersivo. tendo em vista o contexto digital destaca-se oO leitor
imersivo é aquele que: “leitor imersivo porque navega em telas e programas de leituras,
num universo de signos evanescentes e eternamente disponíveis” (SANTAELLA, 2013,
p. 20). Este leitor, Ele se deixa se envolver pelos hiperlinks e pelo universo em que
transita, percebe-se que esse novo tipo de leitor também é autor da sua leitura, pois ele
não está apenas passivo ao observar como em um livro físico e sim participe da sua
leituraconstrói e participa das definições dos caminhos da leitura.
Pesquisas recentes com a Grupo de pesquisas mediações educomunicativas
ECA/USP - MECOM coordenado por Citelli identificou que os alunos de ensino básico
no Brasil usam das redes sociais para se informar, 69% se informam pelo WhatsApp e
65% utilizam o Facebook, e 76% responderam que utilizam a internet para acessar as
redes sociais. Além do avanço tecnológico voltado para educação é possível também
visualizar a quebra de barreiras e de preconceitos pessoais que alguns educadores

Realização
tinham em utilizar esses meios na sua vida cotidiana e para atividades pedagógicas.
Hoje é possível observar por exemplo que a utilização do celular pode servir
para prender a atenção do aluno e tornar a aula mais atrativa. Com tudo isso é
perceptível que dispor dessas tecnologias é um caminho sem volta para pensar que os
nossos leitores serão cada vez mais digitais, seja utilizando os meios digitais para a
leitura com os em recursos (aparelhos) ou divagando pelo universo digital. Os aparelhos
celulares de hoje são ferramentas de informação e mídia que podem ser aliadas da
aprendizagem ao disponibilizar o desenvolvimento de atividades no ambiente escolar na
falta de recursos tecnológicos, tendo em vista que a maioria dos alunos possuem celular.
A expansão do uso de dispositivos móveis aponta, ainda, para uma nova
modalidade de aprendizagem, a ubíqua, que é definida por Santaella (2013, p. 23) como
“as novas formas de aprendizagem mediadas pelos dispositivos móveis”. Porém, tal
realidade demanda de seus usuários, novas competências e habilidades para
compreensão das diversas linguagens que compõem esse cenário digital em circulação
social.
Para Antônio (2010) a falta de recursos tecnológicos nas escolas, principalmente
nas públicas, são realidades comuns. Para o autor, com o uso do celular o aluno passa a
ter acesso aos recursos tecnológicos oferecidos pelo aparelho. Antônio (2010) ainda
pontua que os celulares apresentam diversas possibilidades de aprendizagem que antes
não tinham porque a própria escola não dispunha desses recursos.
De acordo com Mülbert e Pereira (2011) as inovações tecnológicas oriundas do
desenvolvimento das telecomunicações têm oportunizado acesso a diferentes ambientes
e formas de aprendizagem. O que antes dependia de um aparelho ligado a uma estrutura
fixa de rede, hoje conta com dispositivos móveis que também permitem o acesso a
ambientes e recursos educacionais similares. Mülbert e Pereira ainda destacam sobre as
condições e facilidades que o aparelho móvel proporciona no desenvolvimento
educacional e apontam:
Essa transformação tecnológica cria condições para o
desenvolvimento de uma modalidade educacional que vem sendo
chamada de m-learning (ou mobile learning), que consiste no uso
educacional de dispositivos móveis e portáteis em atividades de
ensino e aprendizagem. Essas tecnologias facilitam cada vez mais o
compartilhamento do conhecimento em diferentes mídias, em
qualquer lugar e a qualquer tempo (MÜLBERT; PEREIRA, 2011, p.
1).
O aparelho móvel precisa ser visto como parte da vida do aluno, tendo em vista

Realização
que o celular faz parte das suas práticas sociais, que abrange a escola e todo o espaço
que esse aluno transita. Pelo celular encontramos diversas funcionalidades que estão
inseridas na vida do aluno e que favorecem esse contato com a leitura digital, por
exemplo, as trocas de mensagens e até acesso à aplicativos que ajudam na rotina diária
do aluno e das suas famílias, sem contar que alguns alunos utilizam o aparelho para
assistir vídeos, ouvir músicas e até mesmo fazer cursos on-line. Tudo isso aliado a
internet que favorece essa velocidade de acesso à informação, em qualquer lugar a
qualquer hora.
A leitura é de suma importância não só por sua interatividade, mas também pela
construção de saberes que prepara o indivíduo para ser crítico e capaz de tomar suas
próprias decisões frente às questões cotidianas sociais e políticas.

2.2 Gêneros Digitais

Junto com as novas tecnologias veio também uma nova forma de se comunicar:
o “internetês” que são vocábulos curtos que misturam linguagem formal e informal, oral
e escrita, com a popularização desta linguagem percebeu-se a necessidade de formatar
as estruturas textuais utilizadas no ambiente digital, denomina-se então gêneros digitais
para os suportes textuais utilizados no computador como MSN, E-mail, blog, hipertexto,
posts para facebook e Instagram e mensagens para WhatsApp e Telegram.
Para Marcuschi e Xavier (2005), com o advento das tecnologias digitais a
população passou a sentir inúmeras modificações na utilização da linguagem, pois a
existe uma grande diversidade de recursos tecnológicos e as tecnologias da informação
e comunicação estão fazendo parte de forma direta e mais acentuada da vida das
pessoas.
Para Citelli (2004) os processos de comunicação estão infiltrados em redes
colaborativas, proporcionando ao homem, formas de agir diferente, possibilitando
integração com seus pares por meio das tecnologias que influenciam na socialização das
ideias e na obtenção do conhecimento.
Com a surgimentos dessas tecnologias aparecem também, os livros digitais que
já são utilizados em várias escolas como ferramenta pedagógica. Neste contexto cabe a
escola, como responsável pelo ensino, aproximar cada vez mais os jovens diante dessa
realidade que transformou o mundo da leitura. Sobre o uso das tecnologias Araújo e
Rodrigues (2005) complementam que:

Realização
A comunicação mediada pelas novas tecnologias digitais decorrentes
do uso do computador conectado à internet, vem transformando e
ampliando as possibilidades das práticas discursivas, especialmente na
web, a rede que mais se destaca pela multimodalidade de recursos
semióticos e pela dinamicidade interativa, facilidade o acesso às mais
variadas informações que se proliferam vertiginosamente em todas as
áreas nos últimos tempos (ARAÚJO; RODRIGUES, 2005, p. 13).

Marcuschi (2002, p. 13) assevera que: “Pode se dizer que parte do sucesso da
nova tecnologia deve-se ao fato de reunir num só meio várias formas de expressão
[…]”. Isto é o que está ao alcance do aluno que se utiliza dessa ferramenta presente nas
redes digitais, onde encontra-se várias informações a disposição do leitor, imagens,
textos, tabelas, colocados de maneira a proporcionar o maior número de soluções
possíveis para o usuário, ou seja, vários tipos de expressão e recursos estão presentes no
ambiente digital.

3 Conclusão
O percurso histórico das técnicas de leitura dos alunos da Educação Básica
permitiu as bases para que hoje em dia os alunos sejam habilitados para o contexto
tecnológico dos novos hábitos de leitura e da utilização dos recursos digitais,

Mesmo em face a todo caminho percorrido dos processos de leitura ainda é


preciso caminhar muito, caminhar para que tenhamos uma população ávida por ler e
adquirir conhecimento, conhecimento este que trará à população senso crítico sobre si e
seus direitos e deveres. Caminhar para que todos tenham acesso aos suportes
tecnológicos de leitura e acesso não do ponto de vista de popularização de recursos
eletrônicos, como laboratório de informática em escola, mas que possa ser
proporcionado aos cidadãos leitores condições dignas de adquirir cultura.
a A utilização dos meios digitais traz ao aluno a ampliação do seu repertório
de linguagem, pois a utilização das redes sociais conectadas e dos vários meios de
comunicação e das mídias digitais permite ao aluno conhecer e aprender os
diversos gêneros digitais, que com o avanço da tecnologia tendem a crescer cada
vez mais.
Que oO letramento digital desenvolvido nas escolas não seja mais um conceito
dos grandes estudiosos da área de linguagem, mas sim algo enraizado no cerne de cada

Realização
escola. Quedeve proporcionar aosos alunos aprendam na base comohabilidade para a
utilizar essas tecnologias a seu favor em todas as esferas do cotidiano, pois, por mais
difícil que seja imaginar, não há mais como viver sem as tecnologias digitais e é preciso
preparar-se e instruir para essa realidade que já não é mais tão nova assim.
Diante de todo o levantamento bibliográfico deste artigo, percebe-se que há
uma mudança por parte dos alunos que já possuem acesso às diversas redes sociais
existentes, há muito impacto por parte das tecnologias, o aluno interage bem mais
com o virtual, comportamento que causa inquietação diante dos modelos
tradicionais de leitura e de aprendizagem no geral. Portanto as escolas precisam
estar preparadas para essa mudança que já é visível nos corredores e nas salas de
aula, esse preparo conta com a estrutura e com o corpo docente que também
interage com o aluno nesse processo educacional.

Referências

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Prograd. Caderno de formação: formação de professores didática geral. São Paulo:
Cultura Acadêmica, 2011, p. 104-116, v. 11.
AGUIAR, Vera; BORDINI, Maria da Glória. Literatura: A formação do leitor:
Alternativas metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1988
ALVES, Anderson Fernandes; CERQUEIRA, Otto Silva. O design como incentivo à
leitura na geração digital. Monografia (Graduação em Desenho Industrial) -
Universidade São Judas Tadeu. São Paulo: USJT, 2013. Disponível em:
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