Você está na página 1de 23

Novembro 2023

Direcção de Pedagogia e Tecnologia

Área de Electricidade e Energia Renováveis

Manual
Projecto e Instalação de Sistemas
de Energias Renováveis
- P.I.S.E.R -

Elaborado por: Eng. David Lau

Energias Renováveis

1/25
Índice

1. Levantamento de cargas & Cálculo do Consumo ......................................................


2. Projecto & Instalação de Sistemas de Energia Solar Fotovoltáica...........................
3. Projecto & Instalação de Sistemas de Energia Solar Fototérmica ...........................
4. Projecto e Dimensionamento de um Sistema de Energia Eólica...............................
5. Proj. e instal. de sist. de bombeamento de água por en. solar fotovoltáica………

2/25
1. Levantamento de cargas
O levantamento de cargas é feito prevendo a potência mínima dos equipamentos a serem
instalados no local, para poder determinar a potência total prevista para a instalação eléctrica.

Como fazer um dimensionamento eléctrico?

Para realizar o dimensionamento do disjuntor para o QDC (quadro de distribuição de circuitos).


Vamos usar a lei de Ohm e dividir a potência pela tensão. Então, dividimos a potência de 10061W
por 220V logo, teremos como resultado uma corrente de 45,73A. Está éa corrente para considerar
o disjuntor geral do QDC.

Como fazer o cálculo da Demanda?


Carga Instalada: É a somatória das Potências de todos os pontos de consumo de uma instalação.
 O cálculo da carga instalada é básico para a determinação do tipo de fornecimento para a
unidade consumidora, quando ela for menor ou igual a 25KW.
 Quando a carga instalada for superior a 25KW e inferior a 75KW, o fornecimento será
dimensionado pela Demanda.

Como fazer o cálculo do consumo de energia?


Para calcularmos o consumo da energia eléctrica, basta sabermos qual é a potência do
aparelho, bem como o tempo em que esse aparelho funciona. A fórmula que usamos para
calcular o consumo da energia elétrica é a seguinte:

P – potência (kW)
Δt – intervalo de tempo de uso (h)

Essa fórmula mostra que o consumo de energia elétrica, que é medido kWh, pode ser
calculado pelo produto entre a potência (em kW), que geralmente é informada no
aparelho, e o intervalo de tempo de funcionamento desse aparelho (em horas).

Como exemplo de cálculo, faremos uma estimativa de qual é o consumo de


energia elétrica de um chuveiro convencional. Para tanto, vamos considerar um chuveiro
de 4500 W (4,5 kW) que é utilizado 1,5 h (1h e 30 minutos) por dia, durante 30 dias:

O cálculo feito acima indica que esse chuveiro consome cerca de 202,5 kWh por mês. Para
sabermos o impacto desse consumo no preço da conta de luz, é necessário verificar qual é a
média do preço do kWh em Angola; é de 10Kz. Vamos utilizar aqui o valor de 10 Kz por
kWh, o que daria 202,5 KWh x 10 = 2025 Kz por mês.

Em projectos sobre o levantamento de carga, limitamo-nos em obter as potências de


consumo para cada aparelho e convertê-la em unidade de tempo (Wh ou KWh). Mas
quando estamos a dimensionar equipamentos como disjuntores, tomadas, e quadros
3/25
devemos então sempre estar bem cientes da norma que se está á seguir.
Cálculo do consumo diário do Laboratório de Energias Renováveis

Aparelhos Quantida Potência Números de Tempo médio Potência Consumo


de média (w) dias no mês de utilização total (w) mensal
estimado por dia (h) Wh/mês
Túnel de vento subsónico 1 8868 12 2 8868 212832

Unidade de treinamento de 1 8868 22 4 8868 780384


turbinas eólicas

Unidade de treinamento de 1 2944 22 4 2944 259072


células FV

Unidade de treinamento de 1 2944 22 4 2944 259072


cordas FV

Unidade demonstrativa de 1 3314 22 4 3314 291632


bomba centrífuga

Unidade de mesa para teste 1 2944 22 4 2944 259072


sobre trocador de energia
térmica IV

Unidade de treinamento de 1 2944 22 4 2944 259072


sistemas fotovoltaico
autónomos e conectados a
rede

Unidade de formação de 1 2944 22 4 2944 259072


energia solar térmica

PC 1 2688 22 4 2688 236544

Foto copiadora 1 710,4 22 4 710,4 62515,2

AC 4 4700 22 4 18800 1654400

Lâmpadas 90 20 22 4 1800 158400

Projector 1 633,6 22 4 633,6 55756,8

TOTAL 60402 4747824

4/25
Convertendo o consumo mensal em consumo diário teremos:

30 dias ↔ 4747824 wh/mês

1 dia ↔ X
𝑤ℎ
1 𝑑𝑖𝑎 ×4747824
𝑋= 𝑚ê𝑆 = 158260,8 𝑤ℎ/𝑑𝑖𝑎
30 𝐷𝐼𝐴𝑆

Potência do sistema fotovoltaico


𝑃 𝐸𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑜
𝑆𝑖𝑠𝑡 𝐹𝑉=𝑦
(𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟+𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟)×𝐻𝑆𝑃

𝑃 158260,8 𝑤ℎ/𝑚ê𝑠
𝑠𝑖𝑠𝑡 𝐹𝑉= (0.93+0.93)×4ℎ =21271.6 𝑊

Números de painéis
Nº Psist FV
paineis=P
painel

Nº 21271,6 W
paineis= 410 W =51,8≈52 paineis

Capacidade do banco de baterias

𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝐵.𝐵𝑎𝑡= 𝐸𝑐𝑜𝑛𝑠𝑜𝑚𝑜 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑜×3


𝑉𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎×𝑦𝐵𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎×𝐷𝑜𝐷

158260,8 × 3
CapacB.Bat = = 17663 AH
48 × 0.8 × 0.7

Número de baterias

Nº Capac.B.batetrias
Bat= Capac
Bateria

Nº 17663 AH
Bat= 210 AH =84,10≈85 Baterias

5/25
Selecção do controlador de carga MPPT e do Inversor

A Selecção do controlador de carga MPPT é prevista para cumprir o seu valor de


corrente máxima DC, 𝐼max 𝐷𝐶. Por isso deverá ser limitada pela corrente total, 𝐼𝑇 à
saída do gerador fotovoltaico:

𝐼𝑚𝑎𝑥𝐷𝐶 > 𝐼𝑇

Por outro lado, na eventualidade de os aparelhos (cargas) a alimentar funcionarem


em corrente alternada, o inversor deve ser escolhido de modo a garantir a potência
máxima simultânea (soma das potências de cada aparelho), equipamentos
utilizados. Para o nosso caso o inversor deve garantir a potência máxima do
laboratório. A potência mínima requerida pelo inversor, 𝑃𝑖𝑛𝑣 é calculada de acordo
com aseguinte equação:

𝑃𝑖𝑛𝑣 > 𝑃𝐿𝑎𝑏

Dimensionamento dos cabos

Neste caso leva-se em conta a corrente que um dado condutor pode suportar sem
sobreaquecer. Este método é muito usado em aplicações AC. A amperagem do
condutor é seleccionada para ser ligeiramente maior (geralmente 25%) que a
corrente máxima que percorrerá o condutor e será consumida pela carga. Essas
informações geralmente podem ser encontradas em tabelas com as secções dos
condutores e sua amperagem. Como por exemplo na figura abaixo:

2. Projecto e instalação de sistemas de energia solar fotovoltáica


6/25
Um esquema de funcionamento
do inversor de frequência é
mostrado. Ele tem em sua
composição interruptores
semicondutores de potência,
funcionando como chaves com
um esquema de abertura e
fechamento a fim de
proporcionar na saída corrente
alternada. Normalmente são
utilizados IGBTs-Insulated Gate Bipolar Transistors, que permitem controlar
instantaneamente a condução e o corte em seu início utilizando sinais aplicados ao
gatilho. Assim, a energia que entra no inversor de frequência inicialmente em corrente
contínua é transformada em 28 corrente alternada através de constantes chaveamentos
que auxiliam na entrega de corrente na forma sinodal, a forma de energia amplamente
utilizada.

Além de converter a energia produzida da forma CC para a forma CA, o inversor de


frequência utilizado nos sistemas fotovoltaicos tem um componente que auxilia no
melhor aproveitamento da energia produzida, o MPPT- Maximum Power Point
Tracking. Sua importância se dá pelo fato de este ser capaz de localizar o ponto onde o
produto tensão x corrente tem o maior valor.

Temos assim o conjunto que engloba os componentes básicos iniciais para geração de
energia fotovoltaica: a fonte solar, os painéis fotovoltaicos e o inversor de frequência.

Actualmente estão disponíveis no mercado diversos inversores de frequência para


sistemas fotovoltaicos, com potências que variam entre 1kW a 10 kW quando
aplicados a consumidores residenciais. Contudo, existem inversores de potências
superiores, além de micro inversor, com potências bastante baixas e de aplicação
específica. Conhecidos estes parâmetros, é possível a elaboração de memorial
descritivo, diagramas e análise da área de instalação do sistema a fim de garantir um
projecto bem sucedido e que atenda às normas da concessionária de energia.

2.1 Protecções

As protecções utilizadas são muito importantes para garantir o


funcionamento de maneira segura do sistema instalado.
Usualmente, para a protecção do lado CC são utilizados
disjuntores e dispositivos de protecção contra surto-DPS.

a) Disjuntores são dispositivos de manobra que têm por


função interromper o circuito eléctrico sobre condições
normais, para desligamento propositado, além de
interrupção em condições específicas, como um curto circuito. São dispositivos
7/25
electromecânicos que devem estar associados a um relé para garantir seu
funcionamento como dispositivo de protecção.

b) Outro dispositivo de protecção bastante utilizado em


projectos fotovoltaicos é o DPS (Disjuntor de protecção
contra surtos). Esse dispositivo é conectado em paralelo com
o circuito a ser protegido para protecções em caso de
transientes de sobretensão. Essa sobretensão normalmente
está relacionada a uma descarga atmosférica, uma vez que
esta causa um surto na rede em um curto espaço de tempo.
Diferentemente do disjuntor, o DPS é projectado para uma
tensão máxima definida e uma corrente máxima, uma vez que
um surto provoca um aumento expressivo dessas grandezas e
esse dispositivo deve estar preparado para proteger a
instalação nesta condição anormal.

Um DPS normalmente utilizado nesses casos é explicitado na figura. Para


instalações residenciais, comumentemente são utilizados DPSs que suportam
algo em torno de 1000 V no lado CC e uma corrente de 40 KA, suficiente para
protecção em caso de surtos. Em modo comum, o DPS conduz a energia à
terra, enquanto em modo diferencial essa energia é distribuída entre os
condutores vivos.
Além desses dois dispositivos de protecção fundamentais, em alguns casos são
inseridos dispositivos fusíveis do lado CC, uma vez que esses têm actuação
contra sobrecargas de corrente. A operação do fusível tem por base seu
elemento fusível, um condutor de alta resistência que aquece mais que os
outros 32 componentes com a passagem de corrente, provocando sua actuação.
O tempo de actuação deste dispositivo está directamente associado ao módulo
da corrente que passa por ele. Sua actuação é baseada no efeito Joule, no qual o
calor gerado é proporcional ao quadrado da intensidade da corrente que
transita, como mostrado na equação Erro! Auto referência de indicador não
válido. Ainda, a corrente para fundir o condutor pode ser calculada utilizando a
fórmula de Preece, explicitada na equação (2). Verifica-se que a corrente
depende do coeficiente de Preece (próprio de cada material) e do diâmetro do
fio do fusível.

(1) e (2) verificamos que a actuação do fusível está amplamente ligada à corrente
que passa por esse fusível, por isso sua principal característica é a actuação em

8/25
casos de sobrecorrente observada no circuito a ser protegido. Para efeito de
ilustração, um fusível e a sua capa de protecção são mostrados na figura
abaixo.

Dimensionamento de Sistemas fotovoltáicos

Para o dimensionamento de sistemas fotovoltáicos, inicialmente deve-se atentar à


inclinação e orientação do local a ser instalado. Actualmente existem algumas fontes
que podem ser consultadas a fim de se obter dados relacionados à incidência solar nas
mais diversos localidades de Angola, assim como em localidades de outros países.
Uma das fontes amplamente utilizada para consulta é o PVGIS já abordado no acima.

Inseridos os dados da localidade em questão, essa plataforma disponibiliza o histórico


de irradiação no plano horizontal, na análise com ângulo igual à latitude, na maior
média anual para a localidade analisada e a maior média mensal. Cada uma destas
análises está associada a um ângulo de inclinação referenciado. Esses dados são de
grande importância para que possamos analisar a quantidade de painéis necessária
para a geração proposta, assim como a potência.

Consumo

Outro parâmetro importante para o dimensionamento é o conhecimento do consumo


da unidade consumidora analisada. Para isso, se faz necessária a análise do histórico
de consumo que usualmente é considerado a partir do histórico anual. Para
comprovação, é importante a análise, ainda, do consumo de 2 ou 3 anos anteriores à
instalação, já que o perfil de consumo é sazonal e as variações sazonais ano a ano
podem ser comprovadas ou verificada a média para 37 um dimensionamento mais
confiável. Esses dados podem ser adquiridos a partir da factura de energia eléctrica
disponibilizada pela concessionária de energia, tanto para consumidores residenciais
como para consumidores de outras classes.

A conexão com a concessionária é possível de forma monofásica, bifásica ou trifásica.


9/25
Esta conexão varia de acordo com a demanda do consumidor, uma vez que existe a
possibilidade de escolha no momento da contratação. Para cada tipo de conexão, existe
uma tarifa mínima a ser facturada, mesmo que não haja consumo que exceda este
valor no mês analisado. Essa tarifa mínima recebe o nome de custo por
disponibilidade, e é prevista pela Lei Angolana (Lei da Electricidade) ou decretos
presidencial no que concerne as tarifas de consumo de electricidade.

Para a conexão monofásica, o facturamento mínimo é de 30 kWh, para a bifásica é de


50 kWh e no caso trifásico, de 100 kWh.

EPI´s utilizados

Ferramentas Utilizadas Ferramentas Auxiliares

10/25
3. Projecto e instalação de sistemas de energia solar fototérmica

O aquecimento de água é uma das formas mais viáveis de aproveitamento da energia


solar. No meio rural, destaca-se a utilização de água quente na cadeia produtiva do
leite, a qual é utilizada para a higienização dos equipamentos.
Os sistemas fototérmicos mais difundidos são compostos por colectores solares
planos e reservatório térmico.
O movimento da água no sistema ocorre por diferença de densidade. A água fria,
sendo mais pesada, impulsiona a água quente, que é mais leve, realizando a
circulação.

Que variáveis devemos ter em consideração no dimensionamento de um sistema solar de águas quentes
sanitárias?
O correcto dimensionamento de um sistema solar de Águas Quentes Sanitárias (AQS) deve
começar pela recolha dos perfis de consumo, levantamento das características do local e utilização
de softwares de simulação adequados, como por exemplo o SOLTERM do LNEG.
Mais informações do Solterm aqui
No entanto, a simplificação destes procedimentos, bem como dos habitualmente recomendados
para o resto do projecto, não levarão forçosamente a um pior dimensionamento.

Em 8 passos indicados abaixo, podemos rapidamente definir os principais componentes do sistema


solar.

1. Consumos estimados

Numa instalação existente é sempre mais rigoroso recolher os registos de consumos. Mas
raramente isto é possível, e em instalações novas é mesmo impossível a obtenção de registos.

Para ultrapassar esta dificuldade é necessário recorrer a uma base de dados com médias de
consumos por tipologias.

Uma muito adequada, é a da pergunta 17 do caderno de perguntas e respostas do RCCTE da


ADENE.

Tabela 1. Consumos diários de referência da pergunta 17 do caderno de perguntas e respostas do RCCTE da


ADENE.

É importante referir que a temperatura de referência desta tabela são 60ºC.

2. Volume de acumulação
11/25
Quando se dimensiona uma acumulação solar idealmente deve ser assumido que se pretende
acumular a radiação disponível de 24 horas, independentemente do perfil de consumo.

Numa situação real é provável que o sistema esteja a aquecer todo o dia, para à noite, em uma ou duas horas
ocorra o consumo total diário.
A melhor forma de garantir o aproveitamento total da radiação solar é igualar o volume de acumulação ao
consumo diário a 45ºC.
Uma vez que do passo 1 se obteve o consumo diário a 60ºC é necessário converter este valor para o
correspondente consumo diário a 45ºC.
A equação 1 é uma simplificação desta conversão:

Em que: C60ºC => Consumo a 45ºC [l/dia]


C60ºC => Consumo a 60ºC [l/dia]
3. Cálculo da área de colectores solares térmicos

12/25
O cálculo da área de captação tem que ser baseado no volume de água de acumulação. Apenas
baseando nesta relação é possível saber as temperaturas médias da acumulação (excluindo os
consumos), prevendo se o sistema entrará em sobreaquecimento no Verão ou não.

Uma relação empírica empregável neste passo é considerar 6 metros quadrados por cada 500 litros
de acumulação.

Esta relação é fiável para a grande maioria dos colectores planos selectivos existentes no mercado.
Hoje em dia a generalidade destes colectores tem aproximadamente 2 m2, rendimentos ópticos entre
75% e 80% e factores de perdas de primeira ordem entre 3,5 e 4,5 W/m2K.
A equação abaixo resume este passo 3:

Em que: V => Volume de acumulação [l]

4. Cálculo do caudal do circuito primário

O passo seguinte tem que ser o cálculo do caudal necessário para se poder de seguida dimensionar
toda a tubagem.

Uma regra simples é a de considerar um caudal de 50 litros / hora por cada metro quadrado de área
de captação.

Na prática é possível reduzir este valor para 40 l/h m2 sem prejuízo do bom funcionamento da
instalação, mas para o dimensionamento mais seguro é preferível utilizar o primeiro valor (equação
3):

Em que: Q => Caudal [l/h]

A => Área por colector [m2]


13/25
5. Cálculo da secção da tubagem do circuito primário

A tubagem deve garantir velocidades da passagem de fluido inferiores a 2 metros por segundo e
idealmente próximas de 1 m/s.

Os motivos para a escolha destas velocidades são garantir baixos níveis de ruído e baixas perdas
de carga por atrito.

Uma forma rápida de executar este passo é recorrer a uma folha de cálculo preparada com as
secções de tubagem comerciais e configurada para em função do número de colectores definir de
imediato a secção – há várias disponíveis no mercado.

De forma analítica é necessário utilizar a equação 4, apresentada abaixo:

Em que: Q => Caudal [l/h]

S => Secção da tubagem [mm]

As secções para caudais baixos são demasiado reduzidas quando calculadas por este método. A
consequência é um sistema com uma quantidade de fluido muito baixa e menos permeável a manter
o funcionamento após eventuais descargas de fluido em períodos de sobreaquecimento.

Para garantir um volume mínimo de fluido na instalação, são recomendadas a secções da tabela 2.

Tabela 2. Secção de tubagem em função do número de colectores do sistema solar.

14/25
6. Cálculo da quantidade de fluido na instalação

O passo seguinte é o do cálculo da quantidade de fluido. Isto é necessário para


calcular a quantidade de anti-congelante necessário e para calcular o volume do vaso de expansão do circuito
primário.
Para este cálculo é necessário contabilizar:

 O volume da tubagem interior dos colectores (indicado pelos fabricantes);


 O volume do somatório de todas as tubagens do circuito primário;
O volume do interior dos permutadores (serpentinas dos acumuladores, permutadores de calor,
baterias dos dissipadores de calor, etc.).

O cálculo da quantidade de anti-congelante estará sempre dependente das temperaturas exteriores


mínimas e do ponto de congelação do fluido utilizado.

Para um clima como o de Portugal, e utilizando mono-propilenoglicol (anti-congelante mais


recomendado para sistemas solares de AQS) uma concentração de 30% é normalmente seguro
para evitar congelamento do fluido do colector, com consequente rebentamento dos tubos interiores.

O cálculo da quantidade e a correcta diluição não elimina a necessidade de confirmação do ponto


de congelação com um refractómetro preparado para o efeito.

7. Cálculo do volume do vaso de expansão do circuito primário

15/25
Para o cálculo do vaso de expansão solar é necessário considerar dois
volumes:

 Volume total do sistema solar (calculado no passo 6);


 Volume no interior dos colectores solares.
A explicação para considerar estes dois valores é que a temperatura dentro dos colectores solares, em períodos
de paragem da bomba circuladora, é sempre superior à temperatura do restante circuito.
A equação 5 permite calcular um volume seguro de um vaso de expansão solar.

Em que: VVE Solar => Volume do vaso de expansão solar [l]


VCP => Volume do circuito primário [l]
VIC => Volume do interior dos colectores [l]
8. Cálculo do volume do vaso de expansão do circuito primário

O vaso de expansão sanitário deve ser suficiente para garantir as expansões da água sanitária pela
variação da sua temperatura. O cálculo rigoroso deve garantir a contabilização da água contida nas
tubagens a jusante dos acumuladores, a temperatura mínima da água fria da rede e a temperatura
máxima média atingida dentro do acumulador.

Considerando um vaso de expansão igual a 5% do volume total de acumulação estará garantida as


condições necessárias para a maioria das instalações.

Conclusão

Estes 8 passos permitem um rápido dimensionamento dos principais constituintes de um sistema


solar de AQS.

No final é sempre necessário verificar a quantidade de energia solar obtida com o sistema
anualmente, a redução esperada dos consumos e o retorno do investimento.

Para estes últimos cálculos será necessário o recurso a um software de simulação (tipo SOLTERM).

16/25
17/25
Outra qualidade a considerar é que as tomadas de água dos componentes do circuito
primário têm um diâmetro semelhante ao do tubo de junção para evitar as perdas de
pressão representadas pelas reduções de vazão.

Também é importante que a entrada de água fria esteja localizada na parte inferior do
tanque, a fim de impedir que ela resfrie a zona de água quente quando a nova entrada
de água ocorrer.

Elementos de segurança de um sistema solar por termossifão

Para proteger o circuito primário contra sobrepressão, é obrigatório instalar uma


válvula de segurança (VS) que não possua nenhum elemento de seção ou corte que
isole hidraulicamente da instalação.

Este é o único elemento de segurança necessário em instalações que funcionam à


pressão ambiente. Em instalações pressurizadas, é essencial adicionar um vaso de
expansão (VE) e um manômetro.

Devido às características específicas dessas instalações, não é possível instalar


elementos de proteção ativos contra baixas temperaturas (geadas) ou altas
temperaturas (superaquecimento).

18/25
4. Projecto e Dimensionamento de um Sistema de Energia Eólica

A utilização de aerogeradores podem serem feitas em várias localidades, sendo


considerado o potencial eólico local como determinante no uso desta energia limpa,
esta cada vez mais viável se utilizar destas fontes de energias mesmo em pequenas
propriedades, onde muitas vezes a rede elétrica tem dificuldade de chegar um
aerogerador permite a propriedade ser abastecida com energia elétrica gerada com
o aproveitamento das forças dos ventos, esta mesma força não necessariamente é
viável apenas em grandes parques eólicos que necessitam de grandes investimentos
em instalações, maquinários e requerem uma grande preocupação quanto aos seus
efeitos ao meio ambiente.

Devido à energia eólica depender exclusivamente da disponibilidade dos ventos e de


sua intensidade, é muito difícil suprir toda a demanda de energia elétrica
exclusivamente desta fonte, porém por ser de uma fonte renovável e sem danificar o
meio ambiente, deve-se usufruir desta fonte o máximo possível, deixando o excedente
para as demais fontes.

Tecnologia necessária para montagem do sistema

A aplicação deste sistema de geração de energia através de meio eólico se dará á um nível
residencial com consumo médio de 500 kWh/Mês, com isso será necessário adquirir
equipamentos para que se possa suprir a maior parte possível deste consumo, sendo que o
consumo excedente será realizado de energia elétrica convencional.

A montagem do sistema na residência se dará similar à Figura abaixo:

19/25
O sistema necessita de um ou mais aerogeradores com controlador acoplado, bateria(s)
e um inversor, cada equipamento com uma finalidade específica:

Aerogerador - responsável por fazer a captação dos ventos através da rotação das
hélices e transformar em energia elétrica.

Controladores acoplados nos aerogeradores - tem a função de controlar a energia


que é
enviada para as baterias, para não prejudicarem a vida útil das baterias.

Bateria (estacionária) – tem a função de armazenar a energia captada pelo


aerogerador.

Inversor – tem a função de transformar a tensão da energia elétrica das baterias para a
utilização na residência, de 12 v CC para 220 v ou 110 v CA.

Primeiramente foram avaliados os aerogeradores existentes no mercado e foi constado


que há domínio no mercado da marca Air Breeze, pois dificilmente se encontra
equipamentos de outras marcas com custo similar para equipamentos com tecnologia
semelhante.
Porém foi constatado que há uma oscilação grande de preços do mesmo equipamento,
podendo chegar em alguns casos no dobro do valor comparando o custo de uma
loja para outra.

Foi seleccionado apenas um equipamento conforme Figura 5, o Aerogerador Air


Breeze Land de 160 w de potencia nominal e com garantia de três anos, com
especificações técnicas conforme tabela 3

Aerogerador Air Breeze Land

As baterias orçadas foram, a bateria Moura, a GetPower e a Freedom, onde a mais


viável e com maior durabilidade foi à bateria Moura Clean 12 v 105Ah, com vida útil
de 5,47 anos á um nível de descarga de 20%. Segue também, conforme tabela 4 as
especificações técnicas das baterias orçadas.

20/25
5. Projecto e instalação de Sistema de bombeamento de água por
Energias Solar Fotovoltáica

A utilização de sistemas de
bombeamento de água em locais
remotos, distante da rede elétrica
convencional ou simplesmente
para fins de economia de energia
ou ainda de forma sustentável, é
viável, eficiente, basta utilizar
um sistema de energia solar
fotovoltaica, ou seja,
abastecimento de água em
qualquer lugar:

 Sistemas de reuso de água de chuva

 Abastecimento para áreas de proteção ambiental.

 Abastecimento de água para bebedouro aninal

 Abastecimento de caixas d’água

 Abastecimento de água para residências, sítios e fazendas

 Abastecimento de água para agricultura

 Fontes e cascatas

 Abastecimento de água para comunidades

 Projetos de energia renovável

21/25
Característica dos Sistemas de bombeamento de água solar:

 Longa vida útil

 Alta eficiência

 Baixa manutenção

 Fácil instalação

 Sistema composto apenas por placas solares e bomba (inversores quando

houver necessidade).

Um sistema de bombeamento de água solar é composto basicamente por:

1) Módulo solar fotovoltaico

2) Bomba de água

3) driver (se necessário)

O porte do sistema solar fotovoltaico depende da potência da bomba de água,


vazão necessária e irradiação solar local.

Existem bombas de água em corrente contínua, específicas para uso em sistemas


de energia solar fotovoltaica e podem ser ligadas diretamente ao painel solar
fotovoltaico, outras, de corrente alternada precisam de um controlador/ inversor
para funcionar adequadamente quando inseridas em um sistema solar fotovoltaico.

Tipos de Bombas:

1) Bombas de
diafragma – motores
de corrente contínua –
superfície flutuante

São bombas de
pequeno e médio porte,
que bombeiam por
diafragma,
funcionamento em
12Vcc, recalcam em
média 40 metros, com
vazões médias de 5.000 l/dia.

22/25
Possuem uso contínuo e de longa duração, funcionam ligadas diretamente ao
módulo solar com potências de 85 a 300W de módulo solar.

2) Bombas de diafragma – motores de corrente contínua – submersa

São bombas de pequeno e médio porte, que bombeiam por diafragma,


funcionamento em12 ou 24Vcc, recalcam em média 70 metros, com vazões
médias de 5.000 l/dia.

Possuem uso contínuo e de longa duração, construção leve e resistente, proteção


contra funcionamento a seco, funcionam ligadas diretamente ao módulo solar com
potências de 85 a 320W de módulo solar.

3) Bombas de água Anauger Solar:

O Sistema de bombeamento Anauger solar consiste em transformar energia


elétrica de corrente contínua gerada por módulos solares fotovoltaicos em
corrente alternada com a maior eficiência possível. O sistema funciona de forma
independente das flutuações dos níveis de irradiação solar, ou seja, sempre haverá
bombeamento de água a qualquer hora do dia ou condições do tempo, desde que
os módulos forneçam corrente mínima de 0,1A.

O driver é o equipamento que comanda a bomba, responsável por converter a


energia fornecida pelos módulos solares em impulsos de energia, constantes e
espaçados em função do nível de irradiação solar.

O sistema Anauger difere dos que utilizam motores de corrente contínua, pois este
tem a necessidade de geração de potência bem maior para o seu funcionamento.
Dispensa o uso de baterias, que reduz a necessidade de manutenção. As bombas
podem operar em sistemas de geração fotovoltaicos com potência de 100 a 320W,
para até 4m metros de altura manométrica e vazão máxima de …….

4) Bombas Centrífugas e Helicoidais:

Estes motores podem ser em corrente contínua, ligados diretamente ao arranjo


solar fotovoltaico ou se em corrente alternada, ligados a um driver que converte a
energia produzida pelos painéis fotovoltaicos em corrente alternada para tocar a
bomba d’água.

Este tipo de bomba atende elevadas alturas manométricas ou grade volume de


água.

23/25

Você também pode gostar