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APOSTILA

PROJETOS DE INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS RESIDENCIAIS

WILBON CAETANO DE SOUSA


JUAZEIRO DO NORTE (CE), FEVEREIRO/2019
Apresentação

A Importância da Eletricidade em nossas vidas é inquestionável.


Ela ilumina nossos lares, movimenta nossos eletrodomésticos, permite
o funcionamento dos aparelhos eletrônicos e aquece nosso banho.
Por outro lado, a Eletricidade quando mal empregada, traz alguns perigos como os
choques elétricos, às vezes fatais, e os curto-circuitos, causadores de tantos
incêndios.
Esta apostila é um pequeno curso prático de Instalação Elétrica.
Por ela, você poderá aprender como se faz uma instalação elétrica do começo ao
fim. Passo a Passo. Da escolha do material à ligação final.
E, ainda poderá aprender como fazer pequenos consertos.
Procure estudá-la, capítulo por capítulo. Ela será útil em casa, no trabalho,
na casa de amigos.
A melhor forma de convivermos em harmonia com a eletricidade é conhecê-la,
tirando-lhe o maior proveito, desfrutando o seu conforto com a maior segurança.

Para aproveitar bem este curso, você deverá:


 Ficar bem atento(a) as aulas.
 Tirar suas dúvidas com o instrutor quando não compreender o assunto.
 Fazer os exercícios propostos pelo instrutor.
 Participar de todas as atividades práticas com atenção e envolvimento.

Adquirir habilidades específicas para o bom desempenho do profissional eletricista


 Capacidade para observar minuciosamente componentes elétricos.
 Capacidade para manusear com precisão os instrumentos de trabalho.
 Raciocínio rápido diante de situações problemas.
 Destreza para resolver situações complicadas.

Boa Aprendizagem

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Índice

Capítulo 01: As Grandezas da Eletricidade e suas unidades................................ 03

Capítulo 02: A Potência Elétrica das Instalações................................................... 04

Capítulo 03: O Consumo de Energia....................................................................... 05

Capítulo 04: As Normas Técnicas da Coelce.......................................................... 07

Capítulo 05: Os Condutores.................................................................................... 08

Capítulo 06: Os Isolantes......................................................................................... 12

Capítulo 07: Os Eletrodutos.................................................................................... 13

Capítulo 08: A Proteção.......................................................................................... 14

Capítulo 09: Luminotécnica.................................................................................... 15

Capítulo 10: Divisão de Circuitos......................................................................... 16

Capítulo 11: Simbologia........................................................................................ 17

Capítulo 12: Esquemas Fundamentais de Ligação............................................. 18

Capítulo 13: Tipos de Emendas............................................................................ 19

Capítulo 14: Interpretação de Um Projeto Elétrico........................................... 20

Bibliografia............................................................................................................. 21

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Capítulo 01: As Grandezas da Eletricidade e suas unidades:

Vamos começar falando um pouco de Eletricidade.


Na Realidade, A Eletricidade é invisível.
O que percebemos são os seus efeitos.

Podemos então, identificar duas grandezas da eletricidade:

TENSÃO:

É a Força que impulsiona os Elétrons livres nos Fios.


Sua unidade de medida é o Volt (V)

CORRENTE:

É o movimento ordenados dos Elétrons livres dentro de um condutor.


Sua unidade de medida é o Ampere (A).

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Capítulo 02: A Potência Elétrica das Instalações:

POTÊNCIA ELÉTRICA:

Quando realizamos um trabalho para deslocar um objeto, no caso da eletricidade


este objeto é a carga elétrica, a uma certa distância ou altura, gastamos um
determinado tempo.
Potência mede a rapidez com que um certo trabalho é realizado.

P = Trabalho Realizado ou P = Tensão x Corrente


Tempo Gasto
Unidades usuais: ( Kilograma.metro/segundo ) – Cavalo-vapor(CV) - (HP) – Watt

1 CV = 736 Watts. 1 HP = 746 Watts.

Potência Instalada ou Carga Instalada:

É a Soma de todas as Potências (Equipamentos, Tomadas e Iluminação) existentes


em uma residência quer esteja sendo usada ou não.

Exemplo:

Calcule a Potência instalada em uma residência que possui os seguintes ítens:


6 Lâmpadas de 60 W, 4 Ventiladores de 26 W, 2 Geladeiras de 80 W, 1 Ferro
Elétrico de 600 W, 1 Motor Elétrico de 2 HP:

Cálculo:

6x 60 W = 360 Watts. 1 HP = 746 Watts


4x 26 W = 104 Watts. 2 HP = 1.492 Watts.
2x 80 W = 160 Watts.
1 x 600 W = 600 Watts.
1 x 1.492 W = 1.492 Watts.
Total = 2.716 Watts.

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Capítulo 03: O Consumo de Energia Elétrica:

Podemos definir Energia Elétrica como sendo a utilização de uma determinada


Potência durante um certo intervalo de tempo.

Energia = Potência x Tempo


Em Eletricidade, mede-se energia elétrica em KiloWatt.hora - (kWh)

O Medidor (Relógio) mede o consumo de Energia Elétrica em kWh.


Para isto, basta verificar a leitura anterior da sua conta de Energia e subtrair da
Leitura atual

Cálculo:

Leitura Atual.................... 12.526 kWh


Leitura Anterior.............. 12.417 kWh
Diferença.......................... 109 kWh

Valor a Pagar(R$):

30 x 0,14251..................... 4,27
70 x 0,24432..................... 17,10
9 x 0,36645..................... 3,30
109 24,67
PIS/CONFINS................. 1,17
Total.................................. 25,84

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Exemplo:

Calcule a Potência Instalada, a Energia Consumida mensal em uma residência, e o


valor a pagar, valor da tarifa R$ 0,50 kWh, que possui os seguintes ítens:
10 Lâmpadas de 20 Watts, ligadas 6 horas por dia.
2 Ventiladores de 30 Watts, ligados 10 horas por dia.
1 Tv de 56 Watts, ligada 8 horas por dia.
1 Geladeiras de 76 Watts, ligada 12 horas por dia.
1 Ferro Elétrico de 600 Watts, ligado 15 minutos por dia.
1Chuveiro Elétrico de 3000 Watts, ligado 10 minutos por dia.
1 Computador de 300 Watts, ligado 5 horas por dia.
1 Motor Elétrico (Moto-bomba) de 1 CV, ligado 20 minutos por dia.

a) Potência Instalada

10 x 20 Watts = 200 Watts. 1 kWatt = 1.000 Watts


2x 30 Watts = 60 Watts.
1x 56 Watts = 56 Watts. Logo: 5.028 = 5,028 kWatts.
1x 76 Watts = 76 Watts. 1.000
1 x 600 Watts = 600 Watts.
1 x 3.000 Watts = 3.000 Watts.
1 x 300 Watts = 300 Watts. RESPOSTA: 5,028 kWatts
1 x 736 Watts = 736 Watts.
Total = 5.028 Watts.

b) Energia Consumida no mês:

10 x 20 Watts x 6 horas p/dia x 30 dias = 36.000 Watts.hora.


2x 30 Watts x 10 horas p/dia x 30 dias = 18.000 Watts.hora.
1x 56 Watts x 8 horas p/dia x 30 dias = 13.440 Watts.hora.
1x 76 Watts x 12 horas p/dia x 30 dias = 27.360 Watts.hora.
1 x 600 Watts x 1/4 hora p/dia x 30 dias = 4.500 Watts.hora.
1 x 3.000 Watts x 1/6 hora p/dia x 30 dias = 15.000 Watts.hora.
1 x 300 Watts x 5 horas p/dia x 30 dias = 45.000 Watts.hora.
1 x 736 Watts x 1/3 hora p/dia x 30 dias = 7.360 Watts.hora.
Total = 166.660 Watts.hora.

1 hora = 60 minutos. Logo: 15 minutos = 1/4 hora.


X = 15 minutos. 10 minutos = 1/6 hora.
20 minutos = 1/3 horas.

RESPOSTA : 166,67 kWatts.hora

c) Valor a Pagar:

Valor a Pagar = Consumo Mensal x Tarifa


Valor a Pagar = 166,66 kWh x R$ 0,50/kWh RESPOSTA: R$ 83,33

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Valor a Pagar = R$ 83,33

Capítulo 04: As Normas Técnicas da Coelce:

As Normas Técnicas Regem:

a) Relação Consumidor e Fornecedor.


b) Potência Instalada.
c) Tipos de Ligações.
d) Ramal de Ligação.
e) Ponto de Entrada.
f) Medição
g) Proteção Geral
h) Aterramento

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Capítulo 05: Os Condutores de Eletricidade (Fios):

Todo metal é condutor de corrente elétrica, entretanto, alguns conduzem melhor


que outros, ou seja, alguns oferecem menor resistência à passagem da corrente
elétrica.

A Resistência de um condutor é diretamente proporcional ao comprimento do


condutor e inversamente proporcional à sua secção (área) transversal.

É dado pela equação: R = ρ. L Onde:


S

R – Resistência Elétrica – unidade: OHMS - Ω


ρ - Resistividade – unidade: Ω.mm2/m
L – Comprimento do Condutor – unidade: metro - m
S – Área Transversal ( Bitola ) – unidade: milímetros quadrados – mm2

Os Metais mais usados para condução de Energia Elétrica são:

 PRATA: Utilizada em pastilhas de contato de contactores e relés:


Resistividade: 0,016 Ω.mm2/m a 20O C

 COBRE: Utilizado na fabricação de fios em geral e equipamentos


Elétricos (Chaves, interruptores, tomadas, etc)
Resistividade: Cobre duro: 0,0179 Ω.mm2/m a 20O C
Cobre Recozido: 0,0172 Ω.mm2/m a 20O C

 BROZE: Liga de Cobre e Estanho, utilizado em equipamentos elétricos e


Linhas de Tração Elétrica ( Bondes, Trens, etc)
Resistividade: 0,0246 Ω.mm2/m a 20O C

 LATÃO: Liga de Cobre e Zinco, utilizado em aparelhagem Elétrica.


Resistividade: Cobre duro: 0,0179 Ω.mm2/m a 20O C

 ALUMÍNIO: Utilizado na fabricação de condutores para linhas e Redes


de alta tensão, por ser mais leve e de custo mais baixo que
o cobre.
CA – Alumínio Puro – Resistividade: 0,028 Ω.mm2/m a 20O C
CAA – Alumínio enrolado sobre um fio ou cabo de aço.
Resistividade: 0,028 Ω.mm2/m a 20O C

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Cálculo dos Condutores:

Para a determinação da secção dos condutores, dois critérios básicos devem ser
observados:

I. Capacidade de Condução de Corrente;

Devemos ter conhecimento da Potência da carga(ou cargas) que deve ser


alimentada(s) e a Tensão da Rede.
E Utilizar a seguinte equação:

I= P Potência em Watt. (P)


V Tensão em Volt (V)
Corrente em Ampére (A)

Exemplo:

Qual o Fio Condutor que devemos utilizar para alimentar uma carga de 4.400
Watts, ligada a uma rede monofásica (220 Volts)?
Obs. O Fio Condutor deverá ser instalado dentro de um eletroduto.

Cálculo: I = 4.400 / 220 = 20 Ampéres.

E de acordo com a Tabela 01 (Capacidade de condução de corrente para


condutores isolados) da página seguinte, verificamos que a coluna eletrodutos, 2
condutores carregados (monofásico) o fio condutor de Bitola (Seção nominal em
mm2 ) de 2,5 mm2 suporta com segurança até 24 Ampéres.

Resposta: Fio de 2,5 mm2.

Para uma análise mais criteriosa devemos levar em conta ainda;

a) Os Fios Condutores não devem trabalhar com uma corrente muito próxima
do seu limite. O que acarretaria um aumento na sua temperatura, um
consumo excessivo de Energia, danos a sua estrutura interna, danos a sua
isolação e um valor muito próximo à sua corrente de ruptura.

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Capacidade de Condução de Corrente para Condutores Isolados
(Temperatura ambiente de 30oC – Condutores de Cobre)

Seção mm2 Eletrodutos Ar Livre


2 Condutores 3 Condutores 2 Condutores 3 Condutores
1,0 13,5 A 12,0 A 15,0 A 13,5 A
1,5 17,5 A 15,5 A 19,5 A 17,5 A
2,5 24,0 A 21,0 A 26,0 A 24,0 A
4,0 32,0 A 28,0 A 30,0 A 32,0 A
6,0 41,0 A 36,0 A 46,0 A 41,0 A
10,0 57,0 A 50,0 A 63,0 A 57,0 A
16,0 76,0 A 68,0 A 85,0 A 76,0 A
25,0 101,0 A 89,0 A 112,0 A 101,0 A
35,0 125,0 A 111,0 A 138,0 A 125,0 A
50,0 151,0 A 134,0 A 168,0 A 151,0 A
70,0 192,0 A 171,0 A 213,0 A 192,0 A
95,0 232,0 A 207,0 A 258,0 A 232,0 A
120,0 269,0 A 239,0 A 299,0 A 269,0 A

Exemplo 1:

Determinar um condutor de cobre capaz de suportar, com segurança, uma


corrente de 35 A, com 2 condutores no eletroduto e a uma temperatura máxima
interna de 30ºC.

Resposta: Pela tabela podemos verificar que o condutor capaz de suportar uma
corrente de 35 A, nas condições descritas acima é o condutor de 6,0 mm2.

Influência da Temperatura:

Com o aumento da Temperatura, aumenta também a Resistência do condutor,


modificando a corrente elétrica. Faz-se necessário, então, uma correção na
corrente nominal (Carga). Podemos fazer essa correção através de um fator,
chamado de Fator de Correção de Temperatura (FCT), de acordo com a seguinte
tabela abaixo:

Corrente Corrigida
Temp. oC FCT
Ic = In / FCT
35 0,93
40 0,87
Ic – Corrente |Corrigida (A)
45 0,79
In – Corrente Nominal (Carga)(A)
50 0,71

Exemplo 2: No caso anterior, se a temperatura interna do eletroduto fosse de 45ºC,


qual o condutor ideal?

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Ic = 35 A/ 0,79 = 44,30 A. Consultando novamente a Tabela vemos que o condutor
recomendado seria o de 10,0 mm2.

Os condutores carregados dissipam energia sob a forma de calor, devido o choque


interno dos elétrons em movimento com os átomos, fazendo com que o condutor
carregado aqueça e propague este calor para os condutores próximos, com o
aumento de condutores carregados a temperatura aumenta, influenciando na
resistência elétrica dos mesmos e consequentemente na sua capacidade de
condução de corrente.
Faz-se necessário, também, uma correção na corrente, devido a aglomeração de
condutores carregados. Podemos fazer essa correção através de um fator, chamado
de Fator de Correção de Aglomeração (FCA), de acordo com a seguinte tabela a
seguir:

Nº Condutores FCA
04 0,80
Corrente Corrigida
06 0,69
08 0,62 Ic = In / FCA
10 0,59
12 0,55

Exemplo 3:

Para as condições do exemplo 1, qual seria o condutor se existissem 8 condutores


carregados dentro do eletroduto?

Ic = 35 A/ 0,62 = 56,45 A

Nestas condições o condutor de cobre recomendado seria o de 10,0 mm2 (Limite).

Exemplo 4:

Se os dois casos dos exemplos 2 e 3 ocorressem simultaneamente, teríamos que


corrigir a corrente nominal pelos dois fatores.

Ic = In/FCT.FCA = 35 A / 0,79 x 0,62 = 35 A / 0,4898 = 71,46 A

Neste caso o condutor ideal seria o de 16,0 mm2

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II. Limite de Queda de Tensão.

Para o critério de Limite de Queda de Tensão devemos levar em conta a NBR-5410


que estabelece 2% para queda de tensão máxima entre o Quadro de Distribuição e
a Carga.
A Análise pode ser feita a partir das Leis de Ohms.

ΔV = R.i e R=ρ.L/A

Onde:

ΔV – É a Queda de tensão verificada no fio condutor entre o Quadro de


distribuição e a carga. Sua unidade é o Volt. (V).
R – É a Resistência do Fio Condutor. Sua unidade é Ohm (Ω).
i – É a Corrente Elétrica que passa pelo fio condutor. Unidade: Ampére (A)
ρ – É A Resistividade do material que compõe o Fio Condutor. Sua Unidade é:
Ω.mm2/m
L – Comprimento do Fio Condutor. Sua unidade é o metro (m )
A – Área ou seção transversal (Bitola) do Fio Condutor. Unidade: milimetros
quadrados (mm2).

Exemplo:

Para o exemplo anterior digamos que a distância entre a carga e o quadro de


distribuição seja de 50 metros. E que o fio condutor seja de cobre, cuja
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Resistividade é de 0,0179 Ω.mm /m.

Resolução:

R = 0,0179.50/2,5 = 0,358 Ω ΔV = 0,358 . 20 = 7,16 Volts.

A Queda de Tensão máxima permitida é de 2% de 220 V, que é 4,4 Volts.


Portanto, o Fio de 2,5 mm2 geraria uma queda de tensão acima do permitido, e os
cálculos têm que serem refeitos até que a queda de tensão não ultrapasse 2%.

Após vários cálculos, chegamos a um valor ideal, que é:

R = 0,0179 . 50 / 6 = 0,149 Ω ΔV = 0,149 . 20 = 2,98 Volts.

Logo : O Fio Condutor deve ser o de bitola 6 mm2.

Após a análise, observados os dois critérios separadamente, deverá ser adotado o


resultado que levou ao Condutor de MAIOR secção.

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Portanto, para o nosso caso levando-se em conta os dois critérios, o Fio condutor
de Maior seção é o de 6 mm2.

No caso de uma Residência que possui eletrodomésticos com Potências já


conhecidas, podemos tomar como referência e adotar como bitola mínima os
seguintes valores:

 Circuitos de Sinalização e controle...................................................... 0,5 mm2


 Cordões flexíveis internos(Aparelhos domésticos e de Iluminação). 1,0 mm2
 Iluminação.............................................................................................. 1,5 mm2
 Tomadas de Corrente em quartos, salas e similares.......................... 1,5 mm2
 Tomadas de Corrente em cozinhas, área de serviço, garagem
e similares.............................................................................................. 2,5 mm2
 Aquecedor de água em geral....(Ex. Mergulhão)............................... 2,5 mm2
 Máquina de Lavar Roupa.................................................................... 4,0 mm2
 Chuveiro Elétrico................................................................................. 4,0 mm2
 Ar-Condicionado até 12.000 Btus....................................................... 4,0 mm2
 Fogões Elétricos................................................................................... 6,0 mm2

Nº Condutores FCA
04 0,80
06 0,69
08 0,62
10 0,59
12 0,55

Capítulo 06: Os Isolantes:

São os Materiais que devido a sua estrutura interna apresentam dificuldades à


circulação de Correntes Elétricas. Os Isolantes possuem elevada Resistência
Elétrica e baixa Condutância.

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Principais Materiais Isolantes:

 Borracha – Usada na fabricação de isolamento de Condutores.


 Baquelite – Usada em Tomadas, Interruptores e Chaves.
 Porcelana – Usada na fabricação de Isoladores, Clites, Roldanas e bases de
Chaves.
 Mica – usada como Isolante Elétrico em locais onde existem elevadas
temperaturas – Ex. Transformadores e Motores.

Os Fios e Cabos utilizados em Instalações Elétricas pode ser de Alumínio ou Cobre


com isolação normalmente feita por materiais plásticos ou equivalentes.

De acordo com o tipo de Isolante utilizado os condutores podem ser:

TIPO DE CONDUTOR ISOLAÇÃO CARACTERÍSTICAS


Vo/V T oC
PVC/A Cloreto de Polivinila 0,6/1 70
PVC/B Cloreto de Polivinila 12/20 70
PE Polietileno Termoplástico 12/20 70
EPR Borracha Etileno Propileno 27/35 90
XLPE Polietileno Reticulado 27/35 90
Quimicamente

Onde:
Vo – Tensão entre o Fio Condutor e o Terra. (kV)
V - Tensão entre os Fios Condutores (kV)
T oC – Temperatura Máxima de operação contínua (0C)

Construtivamente os condutores podem ser formados por um único Fio sólido, nas
secções menores (até 16 mm2) ou por um encordoamento de Fios, formando um
Cabo.

Sobre o Condutor assim formado é aplicado uma camada de Isolação, seja


termoplástica como PVC e PE, ou por termofixos (Vulcanização) como o EPR e o
XLPE.
Essa Camada de Isolação pode ser simplesmente (Isolamento) ou dupla
(Isolamento + Cobertura).

Os Condutores Isolados podem ser de dois tipos:


a) Para instalação embutida;
b) À prova de tempo. ( Ao ar livre )

Normalmente são fabricados Fios Condutores de 0,5 mm2 à 500 mm2.


Capítulo 07: Os Eletrodutos:

Eletrodutos são tubos de metal ou plásticos, rígidos ou flexíveis, utilizados com a


finalidade de proteger os condutores contra a umidade, ácidos, gases ou choques
mecânicos.

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O Tamanho do eletroduto deve ser de um diâmetro tal que os condutores possam
ser facilmente instalados ou retirados.
Considerando esta recomendação, existe uma tabela que fornece diretamente o
tamanho do eletroduto. Para tanto é obrigatório que os condutores não ocupem
mais que 40% da área útil dos eletrodutos.

ELETRODUTOS
Referência Diâmetro Área Área (40%)
POL mm Interno (mm) Disponível (mm2) Ocupada (mm2)
1/2`` 16 16,4 211,24 84,50
3/4`` 20 21,3 356,33 142,53
1`` 25 27,5 593,96 237,60
1 1/4`` 31 36,1 1.023,54 409,42
1 1/2`` 41 41,4 1.346,14 538,46
2`` 47 52,0 2.190,00 876,00
2 1/2`` 59 67,1 3.536,20 1.414,50
3 75 79,6 4.976,40 1.990,56
4 100 103,10 8.348,05 3.340,00

CABOS
Bitola (mm2) Diâmetro Externo (mm) Área Ocupada (mm2)
1,5 5,3 22,05
2,5 5,7 25,50
4,0 6,8 36,30
6,0 7,4 42,99
10 8,1 51,50
16 9,1 65,00
25 11,0 94,98
35 12,0 113,40
50 14,0 153,86
70 15,5 188,60
90 18,0 234,34

Exemplo:
Dimensionar um eletroduto para que possamos passar 3 cabos de 1,5 mm2 e 3
cabos de 4 mm2.

Resolução:
3 x 22,05 = 66,15
3 x 36,30 = 108,90
175,05 mm2

Resposta: O Eletroduto ideal é o de 1`` (Área Ocupada: 237,60 mm2)

Capítulo 08: A Proteção:

Os equipamentos de proteção normalmente utilizados em instalações elétricas


domiciliares são os seccionados, relés, fusíveis e disjuntores.

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 Seccionadores ( Chaves de faca ):
São dispositivos utilizados para abrir mecanicamente o circuito. Devem ser
operados sempre que for necessária a manipulação do circuito para se
evitar o contato com elementos energizados e conseqüentemente o “choque”

 Relés:
São elementos de proteção contra sobre-carga. É constituído de uma lâmina
com dupla camada e de materiais diferentes, sua atuação é simples; sempre
que se ultrapassa o valor dimensionado do relé a lâmina se dilata e por ser
constituído de materiais diferentes acaba envergando e desconectando o
circuito. Depois de desconectado a lâmina esfria e volta ao normal,
conectando novamente o circuito.

 Fusíveis:
São elementos de proteção contra curto-circuito. O fusível é constituído de
um material com resistividade adequada para quando ocorrer o curto-
circuito, a corrente circulante provoca o seu aquecimento e
conseqüentemente, a fusão, interrompendo o circuito.
Após a fusão o fusível deverá ser substituído por outro.

 Disjuntores:
Existe atualmente dois tipos de disjuntores: os termomagnéticos e os
Diferenciais.
a) Disjuntores Termomagnéticos – São dispositivos que fazem a proteção
de uma instalação contra curtos-circuitos e contra sobrecarga.
b) Disjuntores Diferencial Residual – São dispositivos que atuam sempre
que a corrente atinge valores capazes de provocar danos ao ser humano,
em torno de 0,13 A.

 Disjuntor Diferencial Residual (DDR):


É um dispositivo constituído de um disjunto termomagnético acoplado a um
outro dispositivo (Diferencial residual) – protege contra as correntes de
curto-circuito e as pessoas contra choque elétrico.

 Interruptor Diferencial Residual (IDR):


Conjuga duas funções: a de interruptor, ligando e desligando manualmente
o circuito, e a de dispositivo diferencial residual que protege as pessoas
contra choques elétricos provocados por contanto diretos e indiretos.

Capítulo 09: Luminotécnica:

A Luz , ou radiação visível, pode ser definida como a radiação eletromagnética


capaz de produzir uma sensação visual.

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Ela deve estar compreendida entre 380 nm e 780 nm de comprimento de onda.
A Radiação é a emissão ou transporte de energia sob a forma de ondas
eletromagnéticas que se propaga no vácuo a uma velocidade de 300.000 km/s.

As Grandezas da Luminotécnica são:


 Fluxo Luminoso (Ф) – É a quantidade total de Luz emitida por segundo por
uma fonte luminosa, sua unidade é o Lúmen.
 Eficácia Luminosa (Ef) – Indica a qualidade de uma radiação quanto a
possibilidade de produzir uma sensação Luminosa.
 Intensidade Luminosa (I) – Corresponde à Intensidade Luminosa
produzida por uma fonte esférica com emissão de radiação uniforme em
todas as direções. Sua unidade é Candela (cd).
 Iluminância (E) – É a Relação entre o Fluxo total emitido por uma fonte e a
área total coberta por ele. Sua unidade é o Lux (Lx).

Tipos de Lâmpadas:
 Lâmpadas Incandescentes – Composta por um filamento de tungstênio que
ao ser atravessado por uma corrente elétrica atinge altas temperaturas e
emite radiação luminosa visível.
 Lâmpadas de Descarga – Fluorescentes, compactas, vapor de mercúrio,
vapor metálico e de luz mista – é obtida quando uma descarga elétrica
atravessa o gás que compõe a luz se choca com os seus átomos internos e
emite radiação luminosa visível.
 LED (Diodo Emissor de Luz) – Trata-se de um diodo semicondutor (junção
P-N) que quando energizado, emite Luz visível.

A Carga de Iluminação pode ser calculada de acordo com a NBR-5413 (Área) -


iluminação de interiores, entretanto, a título de referência, poderão ser utilizados
valores da tabela a seguir:

Local Carga mínima de iluminação (W/m2)


Residências:
20
Salas
15
Quartos
25
Escritórios
15
Copa
15
Cozinha
10
Banheiro
10
Dependências
25
Lojas
25
Escritórios

Capítulo 10: Divisão de Circuitos:

18
Um Circuito compreende todos os elementos (tomadas, lâmpadas, etc) ligados ao
mesmo par e condutores e aos mesmos dispositivos de proteção (fusíveis, ou
disjuntores).

Divide-se uma instalação elétrica em circuitos parciais com os seguintes objetivos:


Facilitar a manutenção, dimensionar a proteção e reduzir a queda de tensão.

Em uma instalação elétrica encontramos dois tipos de circuitos:


a) Circuitos de distribuição
b) Circuitos terminais.

A divisão de Circuito deve obedecer os seguintes critérios:

I) A Iluminação deve constituir um só circuito e não deve ultrapassar a 1.500 W.


II) As Tomadas de uso geral devem constituir um outro circuito. De acordo com
NBR-5410, para salas, quartos, banheiros e similares devemos ter: 1 tomada
de 600 VA a cada 3 tomadas de 100 VA e a cada 5 m de perímetro.
III) Para as tomadas de uso geral para copa, cozinha e área de serviço devemos:
1 tomada de 100 VA a cada 3 tomadas de 600 VA e a cada 3,5 m de perímetro.
IV) As Tomadas de uso específico (Ar-condicionado, Chuveiro Elétrico, etc)
Devem estar em um circuito individual para cada aparelho. E a Potência da
tomada deve ser a Potência do aparelho ou equipamento fixo a ele conectado.

Capítulo 11: Simbologia:

19
Condutor de Fase S1 Interruptor de 1 seção.

Condutor de Neutro S2 Interruptor de 2 seções

Condutor de Retorno S3 Interruptor de 3 seções.

Condutor de Aterramento S3th Interruptor Three-way

Tomada baixa ( 0,30 m do piso ) S4th Interruptor Four-way

Tomada média ( 1,30 m do piso )

Tomada alta ( 2,00 m do piso )

20
Capítulo 12: Esquemas Fundamentais de Ligação:

21
Capítulo 13: Tipos de Emendas:

As emendas dos Fios devem ser bem feitas para evitar que eles se aqueçam ou se
soltem, provocando acidentes.
Após fazer as emendas, isole-os com fita isolante adequada. (Não use durex).
Há diversos tipos de emendas que são empregadas de acordo com o local onde elas
São realizadas

22
Capítulo 14: Interpretação de Um Projeto Elétrico:

23
Bibliografia

Apostila de Instalações Elétricas Residenciais da Prysmian – São Paulo - Ano 2006

Apostila da COELCE: Fornecimento de energia elétrica em tensão secundária de


distribuição – NT 001/2001

COTRIM, Ademaro A.M.B. Instalações Elétricas. 5ª Ed. São Paulo, Pearson


Prentice Hall, 2009.

CREDER, Hélio. Instalações Elétricas. 14ª Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000

Manuel de Instalação Elétrica – CESP – São Paulo.

NEGRISOLI, Manoel M. Instalações Elétricas: Projetos Prediais em baixa


tensão. 3ª Ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1998

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