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ENERGIA EÓLICA

A Primeira Lei da Termodinâmica menciona que: "A energia não pode ser criada nem
destruída apenas transformada de uma forma em outra”. A Energia Eólica para efeito do
presente trabalho, não foge a essa regra, pois, transforma a energia cinética do vento em
energia elétrica.
Possui também grande importância do ponto de vista ambiental, pois representa uma
ENERGIA RENOVAVEL e LIMPA.

Diante da busca por energia limpa e renovável é possível e viável usar em minha
residência uma turbina eólica caseira em substituição a energia das hidrelétricas?
Moro na cidade de Santarém, na região oeste do Estado do Pará.

FOTO: energia eólica residencial


Lançado o desafio, como proposta da Atividade Contextualizada da disciplina Módulo
B - 140594 . 7 - Eletricidade e Magnetismo - D1.20231.B e seguindo as orientações
propostas de desenvolvimento didático, o presente trabalho foi divido em três passos:

1° Passo - Levantar o consumo estimado mensal


Neste tópico uma das formas de achar o consumo foi verificar na etiqueta de
especificações técnicas dos aparelhos, na maioria das vezes vem descrito o consumo
mensal ou a potencia em KWH. Se não tiver o consumo mensal, usar a seguinte
formula:
Potência do equipamento (W) x Nº de horas utilizadas x Nº de dias de uso ao mês 1.000
1000
Utilizando as diretrizes acima mencionadas e um pouco de matemática, foi levantado o
consumo estimado de energia, conforme quadro demonstrativo:
CONSUMO EM KW/h
ITEM Aparelhos elétricos Dias estimados Média Consumo OBS.
uso/mês utilização/dia médio
mensal
(KWh)
01 AR CONDICIONADO 12.000 30 8h 113,5
BTU
SANSUNG INVERTER
02 AR CONDICIONADO 12.000 30 8h 113,5
BTU LG INVERTER
04 GELADEIRA 30 24 68
05 MAQ. LAVAR 30 02ciclos/dia 10
06 LAMPADAS LEDS 30 3 8,805

08 FERRO DE PASSAR (1.000W) 8 1 8


09 TV LED 55 (57W) 30 4 6,84
10 TV LED 32 30 4 4,68
11 BEDEDOURO 30 24 5
12 OUTROS (celular, notebook, 30 1 4
roteador, etc...
TOTAL 342,325
Ainda neste primeiro tópico é necessário comparar com o consumo real registrado na
conta de energia elétrica, fornecida pela concessionária EQUATORIAL ENERGIA, no
caso da região norte do nosso país.

FOTO: comprovante de consumo da EQUATORIAL ENERGIA


Resultado:
CONSUMO REAL (KWH) 343,000
CONSUMO ESTIMADO (KWH) 342,325
DIFERENÇA (KWH) 0,675

Por se tratar de uma diferença pequena, significa que o levantamento estimado foi um
sucesso e está dentro do aceitável.

2° Passo – Relação dos materiais para construir uma turbina eólica caseira
Trata-se de um equipamento composto de varias partes. As principais são:
Pás: tem como função captar o vento, se movimentando e transferindo essa energia
mecânica para o rotor. Sua composição pode ser de plástico (poliéster e resina epóxi) ou
fibra de vidro. A sua forma aerodinâmica se configura de forma análoga as asas dos
aviões.
Rotor: responsável pela fixação das pás e transmissão do movimento para o eixo do
rotor, movimento lento.
Torre: elemento que sustenta a turbina e sua altura depende da configuração esperada
para seu funcionamento. Sua composição pode ser de aço, madeira ou até mesmo de
concreto.

Nacelle:trata-se de uma carenagem e se localiza na parte superior da torre, responsável


de abrigar todos os componentes do gerador, bem como: caixa multipicadora, gerador,
sistema eletrônico, hidráulico etc.
Caixa multiplicadora: responsável por transmitir e transformar as movimentações
(rotações) das pás do eixo de baixa velocidade para um eixo de alta velocidade de
acordo com a necessidade de funcionamento do gerador.
Gerador: transforma a energia mecânica proveniente do eixo em energia elétrica.

Quanto as especificações técnicas dos materiais componentes da turbina eólica caseira


devem atender a demanda de carga de 343 kwh, levantada no 1° passo, e terão como
referência o aero gerador da marca Air Breze. Dessa forma, por analogia as
especificações correspondem:
- As pás serão fabricadas com opções em poliéster, epóxi ou fibra de carbono. Seu
formato segue o perfil aerodinâmico, ou seja, ao receber a massa de ar (vento) provoca
uma variação de pressão devido ao seu formato, resultando em uma força de sustentação
que provoca o movimento das pás. Quanto ao diâmetro correspondente das pás
instaladas no rotor será de no mínimo 1,17 metros;
- O rotor conjunto de peças que une as pás, necessita de uma velocidade mínima do
vento de 2,7 m/s para fins de arranque e velocidade máxima (de parada) de 49,5 m/s;
- A altura da torre no local de instalação ficará condicionada ao estudo do binômio:
(velocidade do vento) x (altura);
- O gerador deverá ser adquirido ou confeccionado de forma que sua indução
eletromagnética forneça a seguinte configuração: deverá fornecer 38 KWh/mês
condicionada a uma velocidade media do vento de 5,4 m/s e terá uma potencia nominal
de 160 W com respectiva velocidade de potencia nominal do vento de 12,5 m/s
velocidade.
As informações do modelo Air Breze serão submetidas aos cálculos para fins de se
obter e analisar a potência disponível pelo vento e a potência extraído. Neste caso serão
considerados, como se assim fosse, a velocidade do vento no local de V = 5,4 m/s,
densidade do vento de ρ = 1,25 Kg/m3 , diâmetro do rotor de D = 1,17 m e considerando
o máximo aproveitamento (limite de Betz) Cpmáximo = 0,593.
Para o cálculo da potencia disponível serão usadas as seguintes fórmulas:
A = π . (D/2)2
Pd = 1/2 . (ρ . A . V3)
Sendo,
Pd – Potência disponível do vento (W)
ρ – Densidade do vento (Kg/m3)
A – Área do rotor (m2)
V – velocidade do vento (m/s)
Logo,
A = π . (D/2)2
A = 3.14 . (1,17/2)2
A = 1,07 m2
Pd = 1/2 . (ρ . A . V3)
Pd = 1/2 . (1,25 . 1,07 . (5,4)3)
Pd = 105,30 W
Para fins de potência extraída com o máximo de aproveitamento será usada a seguinte
fórmula:
Pextraída = 0,593 . Pd
Sendo,
Pextraida – Potencia extraída (W)
Pd – Potência disponível (W)
Logo,
Pextraída = 0,593 . Pd
Pextraída = 0,593 . 105,30
Pextraída = 66,44 W
Pextraída = 0,066 KW
Portanto essa, teoricamente, será a potência para ser convertida em energia mecânica e
com o uso da caixa multiplicadora atingira a rotação necessária para o funcionamento
do gerador de acordo com suas especificações.

O limite de Betz indica que, mesmo para os melhores aproveitamentos eólicos (turbinas
de 2 ou 3 pás de eixo horizontal), recupera-se apenas um máximo de 59% da energia do
vento, o que significa que Cp máximo (teórico) é, aproximadamente, 0,59.

3° Passo – Viabilidade do projeto


Na região Oeste do Estado do Pará onde se localiza a cidade de Santarém, local a ser
analisado quanto à viabilidade do projeto, infelizmente não possui potencial eólico,
essa constatação tem como base nas informações do ATLAS DO POTENCIAL
EÓLICO BRASILEIRO, bem como informações levantadas na Weather Spark. Neste
site, apontam velocidades do vento durante o ano abaixo do necessário para viabilizar o
projeto.
Se no caso houvesse vento com velocidade adequada, pelo levantamento que foi
efetuado, para atender a demanda de consumo de 343 KWh/mês , seriam necessários 09
(nove) turbinas, devido o fornecimento de somente 38 KWh/mês.
Portanto diante das considerações, no momento, é inviável o projeto de uma turbina
eólica caseira para atender a carga de 343 KWh/mes na cidade de Santarém, Oeste do
Estado do Pará.

Referências
FEITOSA, E. A. N. et al. Panorama do potencial eólico no Brasil. Brasília: ANEEL,
2003.
https://pt.weatherspark.com/y/29537/Clima-característico-em-Santarém-Brasil-durante-
o-ano 14/14
https://www.portalsolar.com.br/energia-eolica-como-funciona.html 24/24
www.procelinfo.com.br/main.asp?View=%7BE6BC2A5F-E787-48AF-B485-439862B17000%7D
https://www.researchgate.net/publication/263735033
http://www.cresesb.cepel.br/publicacoes/download/atlas_eolico/Atlas%20do%20Potencial
%20Eolico%20Brasileiro.pdf

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