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Traçado de Estradas

 Aula de hoje: Desenvolvimento de Traçados.

Prof. Paulo Augusto F. Borges


Considerações iniciais:
ESTRADA - caminho, relativamente largo,
pavimentado ou não, destinado ao trânsito de
pessoas, animais e veículos.
RODOVIA - via de transporte interurbano de alta
velocidade, pavimentado, destinado ao tráfego de
veículos automotores, que podem ou não proibir o
seu uso por parte de pedestres e ciclistas.
A escolha do traçado de uma estrada nasce, em linhas
gerais, da necessidade ou conveniência da ligação
entre dois locais (Pimenta, 2001).
IMPLANTAÇÃO - fase da materialização, no terreno,
por meios de coordenadas, dos principais pontos
de um projeto (estrada, loteamento, marcos, etc).
Principais atividades para elaboração
de um projeto de Estradas
1. Estudos de tráfego; 11. Projeto de viabilidade econômica;

2. Estudos geológicos e geotécnicos; 12. Projeto de desapropriação;

3. Estudos hidrológicos; 13. Projetos de interseções, retornos e


acessos;
4. Estudos topográficos;
14. Projeto de sinalização;
5. Projeto geométrico;
15. Projeto de elementos de segurança;
6. Projeto de terraplanagem;
16. Orçamento da obra e plano de
7. Projeto de pavimentação;
execução;
8. Projeto de drenagem;
17. Relatório de impacto ambiental;
9. Projeto de obras de arte correntes;
18. EXECUÇÃO DOS PROJETOS.
10. Projeto de obras de arte especiais;

**Diretrizes básicas para elaboração de estudos e projetos


rodoviários – DNIT (antigo DNER 1999)
Estudo topográfico
É a fase do projeto que cuida do levantamento Planialtimétrico –
cadastral do trecho candidato a se implantar a estrada (planta
baixa de exploração);
Projeto Geométrico
• A geometria de uma estrada é definida pelo
traçado do seu eixo principal em planta e
pelos perfis longitudinal e transversal.
• Seguem os principais elementos
geométricos de uma estrada.
Projeto Geométrico.
Técnicas para se implantar um
trecho de um projeto de Estradas
Teodolito e/ou
Estação Total

GPS RTK

Nível
Procedimentos para escolha do
traçado de uma estrada
▪ Do ponto de vista prático, uma estrada é sempre feita para
ligar dois pontos.
▪ A linha reta que une esses dois pontos (a qual chamamos de
diretriz de uma rodovia) nem sempre é recomendada por
diversas razões: segurança, política, estratégica, econômica,
etc.
▪ Apenas como ponto de partida, tomemos a reta para orientar
na definição do traçado;
▪ Problemas comuns: excesso de volume de cortes e aterros,
travessias de rios, desapropriações onerosas, ocorrência de
material rochoso, etc.
Constituição do Projeto Geométrico

Elementos
ELEMENTOS
Geométricos
GEOMÉTRICOS

Transversais Axiais

Seções em Seções Seções em


Altimétricos Planimétricos
Corte Mistas Aterro

Greides CURVAS Curvas


Tangentes
Retos Verticais Horizontais
Procedimentos para escolha do
traçado de uma estrada
❖ A identificação dos problemas será fator determinante na
definição do traçado definitivo;
❖ Acomodando melhor à topografia e alongando o mínimo
possível a extensão total;
❖ O traçado poderá ser desviado da diretriz do projeto,
passando por “PONTOS OBRIGADOS”, porque se afastamos
deles poderemos enfrentar outros problemas em sentido
contrário;
❖ Feita a primeira alteração, passado o PONTO OBRIGADO, o
problema se repete, novas retas aparecem e novas análises
deveram ser feitas; até que se tenha um traçado que seja técnica
e economicamente viável.
“PONTOS de passagem OBRIGADOS”
Implantação do ante-projeto
deve ser feito da seguinte forma:
1. Exame do terreno ao longo da diretriz;
2. Identificação dos pontos obrigatórios;
3. Escolha dos pontos de interseção das tangentes (PI) em planta;
4. Definição das coordenadas dos PIs;
5. Cálculo dos comprimentos das tangentes e das deflexões (AC);
6. Escolha dos raios mais convenientes para as curvas circulares, de
forma a acomodar a estrada à topografia da faixa, evitando
obstáculos conhecidos;
7. Cálculo das coordenadas dos pontos notáveis das curvas: pontos de
início (PC) e pontos de término das curvas (PT).
Implantação do ante-projeto
deve ser feito da seguinte forma:
8. cálculo do estaqueamento do traçado (distância entre estacas de 20 m
ou 50 m), quando não definido usa-se 20/20 m;
9. levantamento do perfil do terreno sobre o traçado escolhido;
10.escolha dos pontos de interseção das rampas (PIV) em perfil;
11.determinação de cotas e estacas dos PIV escolhidos;
12.cálculo das rampas resultantes: inclinação e extensão;
13.escolha das curvas verticais: cálculo de cotas e estacas dos pontos de
início PCV e fim das curvas PTV.

O detalhamento do projeto geométrico


normalmente só é feito na fase de projeto final.
PROJETO FINAL OU DEFINITIVO
É a fase de detalhamento e eventual alteração do ante-projeto escolhido.
O detalhamento do ante-projeto consiste na escolha e cálculo de todos os
elementos necessários a perfeita definição do projeto em planta, perfil
longitudinal e seções transversais.
O conjunto desses desenhos finais, acompanhados das tabelas
necessárias à locação do projeto no campo, formam o projeto geométrico
final.
Paralelamente à execução do projeto geométrico são executados projetos
de infra-estrutura, super-estrutura da estrada, obras de arte, paisagismo,
sinalização e serviços.
O projeto final é o conjunto de todos os projetos complementares por
memórias de cálculo, justificativa de solução e processos adotados,
quantificação de serviços, especificações de materiais, métodos de
execução e orçamento.
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PROJETO
Projeto geométrico:
é a fase que estuda as diversas características
geométricas do traçado.

Em função das leis do movimento,


características de operação dos veículos, reação
dos motoristas, segurança e eficiência das
estradas e volume de tráfego.
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PROJETO
A representação gráfica do projeto geométrico de uma estrada é
feita por um conjunto de desenhos denominados: planta, perfil
longitudinal e seções transversais.

A planta é a representação, em escala conveniente, da projeção da


estrada sobre um plano horizontal.

O perfil longitudinal é a representação, em escala conveniente, da


interseção da estrada com a superfície cilíndrica vertical que
contém o eixo da estrada.

Seções transversais são representações, em escala conveniente,


de cortes da estradas feitos por planos verticais, perpendiculares ao
eixo da estrada. São normalmente localizadas em escalas inteiras e
outros pontos onde necessárias.
Projeto Geométrico Perfil LONGITUDINAL
TIPO CLASSICO DE CONFIGURAÇÃO
DAS SEÇÕES TRANSVERSAIS
seção transversal de CORTE:
aquela que corresponde à situação em que a rodovia
resulta abaixo da superfície do terreno natural
seção transversal de ATERRO:
a que corresponde à situação contrária, isto é, com a
rodovia resultando acima do terreno natural;
seção transversal MISTA:
que ocorre quando, na mesma seção, a rodovia
resulta de um lado, abaixo do terreno natural, e do
outro, acima do terreno natural
seções transversais
Cálculo das áreas das
seções transversais

1. Método Geométrico;
2. Método Mecânico;
3. Método Analítico;
4. Método Analítico Simplificado.
5. Método Computacional
ELEMENTOS DE UMA SEÇÃO DA RODOVIAS

Fx de domínio: faixa que se desapropria para construção de uma


estrada e demais obras de engenharia que necessite de delimitação e
segurança;

Vedo – Tapume – vedação: é o tapume da estrada para protegê-


la contra invasão de animais de certo porte, para limitar os limites da faixa
de domínio e para evitar construções irregulares nas proximidades da
rodovia;

Valeta de proteção de cortes: é a valeta que se constrói entre a


CRISTA do CORTE e o LIMITE da FX de domínio;

Terreno marginal: é o terreno contíguo situado ao longo da faixa de


domínio da estrada.
ELEMENTOS DE UMA SEÇÃO DA RODOVIAS
eixo da rodovia: é a linha que representa geometricamente a rodovia,
projetada no plano horizontal; em uma seção transversal, o eixo se resume
a um ponto, tal como indicado nas figuras;

faixa de rolamento (ou faixa de trânsito): é o espaço


dimensionado e destinado à passagem de um veículo por vez; o caso mais
simples é representado por uma rodovia com 2 faixas de trânsito, uma para
cada sentido de percurso;

pista de rolamento: é o espaço correspondente ao conjunto das


faixas contíguas; representa-se o caso de pista simples, e no caso de pista
dupla, com separação física entre as pistas;

acostamento: é o espaço adjacente à faixa de trânsito que é destinado


à parada emergencial de veículos, não sendo em geral dimensionado para
suportar o trânsito de veículos (que pode ocorrer em caráter esporádico).
ELEMENTOS DE UMA SEÇÃO DA RODOVIAS
plataforma: a porção da rodovia compreendida entre os bordos dos
acostamentos externos, mais as larguras das sarjetas e/ou as larguras adicionais,
conforme se trate de seções de corte, de aterro ou mistas;

saia do aterro: a superfície lateral (geralmente inclinada) que resulta da


conformação de uma seção de aterro; a interseção dessa superfície com o terreno
natural é denominada de pé do aterro, sendo a interseção com a plataforma
denominada crista do aterro;

rampa do corte: a superfície lateral (geralmente inclinada) que resulta da


conformação de uma seção de corte; a interseção dessa superfície com a plataforma é
denominada de pé do corte, sendo a interseção com o terreno natural denominado
crista do corte;

talude: a forma de caracterizar a inclinação da saia do aterro ou da rampa do corte,


sendo expresso pela relação v : h (ou v/h) entre os catetos vertical (v) e horizontal (h)
de um triângulo retângulo cuja hipotenusa coincide com a superfície inclinada
(matematicamente, o talude expressa a tangente do ângulo que a superfície inclinada
forma com o horizonte);
ELEMENTOS DE UMA SEÇÃO DA RODOVIAS

valeta de proteção de corte: dispositivo de drenagem


superficial, disposto a montante das seções de corte, que tem por objetivo
interceptar as águas superficiais que correm em direção à rampa do corte,
conduzindo-as longitudinalmente para fora das seções de corte;;

off-sets: dispositivos (geralmente varas ou estacas) que servem para


referenciar a posição das marcas físicas correspondentes às cristas dos
cortes ou dos pés dos aterros.

sarjeta: dispositivo de drenagem superficial, nas seções de corte, que


tem por objetivo coletar as águas de superfície, conduzindo-as
longitudinalmente para fora do corte;
Elementos da seção transversal

abaulamento: é a inclinação transversal das faixas de


trânsito (ou da pista), introduzida com o objetivo de forçar o
escoamento das águas de superfície para fora da pista; no
caso de pista dupla, não se trata de abaulamento propriamente
dito, mas de inclinações transversais das pistas (que podem
ser independentes);
Elementos de uma seção transversal
em pista simples
Elementos de uma seção transversal
em pista dupla
Cálculo de Azimutes
Ao se proceder à determinação de ângulos nos vértices de uma
poligonal, pode -se estar medindo diferentes tipos de ângulos,
quais sejam: ângulos topográficos (diretos ou retrógrados), ou
ângulos de deflexão (FONSECA, 1973, p. 38; 52).

O ângulo de deflexão (denominado simplesmente por deflexão)


em um vértice, é a medida do quanto se está desviando quando
se passa do alinhamento anterior para o seguinte nesse vértice;
assim, pode-se ter dois tipos de deflexão: a deflexão à direita, e a
deflexão à esquerda, conforme o sentido verificado no desvio de
trajetória.
Cálculo de Azimutes

Na figura 3.1, o ângulo I1 é a deflexão (à direita) no vértice V 1, e o ângulo I2 é


a deflexão (à esquerda) no vértice V2. O ângulo t1 é o denominado ângulo
topográfico direto no vértice V1, sendo o ângulo t’2 o ângulo topográfico
retrógrado no vértice V2
DEFLEXÕES E AZIMUTES EM
POLIGONAIS ORIENTADAS
Cálculo de coordenadas
Se uma poligonal orientada for referida a um sistema de eixos
cartesianos cujo eixo das ordenadas coincida com a orientação
norte (N) e cujo eixo das abscissas coincida com a orientação
leste (E), pode-se determinar analiticamente as coordenadas
cartesianas de quaisquer pontos da poligonal, desde que se
conheçam as coordenadas de um ponto da poligonal, os
comprimentos ao longo dos alinhamentos, e os Azimutes desses
alinhamentos.
Supondo conhecidas as
coordenadas absolutas XA e YA do
ponto A, pode-se calcular
facilmente as coordenadas
absolutas XB e YB do ponto B, por
meio das seguintes relações:
Até a próxima...

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