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“Sexo, Namoro e Relacionamentos”

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Trechos retirados do livro: “Sexo, Namoro e Relacionamentos –
Uma nova abordagem – Gerald Hiestand e Jay S. Thomas”.

AMIZADES ESPECIAIS

Depois de tudo que foi explicado anteriormente, fica a questão:


então como se faz para encontrar um cônjuge que não pelo modo
típico de relacionamento de namoro? O que propomos não é nem
complexo, ou particularmente inovador. Não desejamos um novo
formato de namoro. Apenas uma maneira simples e bíblica de
relacionamento. A força está na simplicidade.

Nós sugerimos que um homem e uma mulher que tenham o


casamento em vista estabeleçam uma amizade especial. A ideia
de amizade especial é bastante simples. Gerald e Jay definiram
assim a amizade especial: “dois amigos que vão se conhecendo
em vistas ao casamento”.

Alguém pode estar se perguntando: “por que não usar o termo


namorar? Existe algum problema essencialmente com o namoro?”.
Como vimos no ponto anterior, a bíblia não reconhece o namoro
nos moldes que temos em nossa sociedade atual como um
relacionamento válido. Sendo assim, a proposta é alterar toda a
construção do modelo de relacionamento tido como natural, pelo
padrão ensinado pela Bíblia.

Os dois pretendentes ao casamento, conscientemente se refreiam


da atividade sexual e abertamente romântica, não sendo
enganosamente iludidos pelo falso senso de segurança do
namoro. A principal meta da amizade especial é explorar de
maneira clara e objetiva a viabilidade de casamento no futuro.
Preservando as diretrizes de pureza sexual e romântica exigidas
no relacionamento com o próximo.

Os pretendentes iniciam a atividade conscientes e focados em


conhecer um ao outro e não em conquistar ou ser romântico.

Manter os limites do relacionamento com o próximo.

Talvez o mais significativo é que uma amizade especial está


comprometida em manter as diretrizes de pureza sexual do
relacionamento com o próximo. Ambos devem assumir o
compromisso de não cruzar os limites estabelecidos para os
relacionamentos com o próximo.

O que seguem são algumas sugestões muito práticas que podem


ajudar os casais para atingir este objetivo:

● Buscar pessoas que possam servir para o casal prestar contas


de seu relacionamento. Essa atitude coloca os envolvidos em
submissão à igreja e permite que outros crentes piedosos
avaliem honestamente o relacionamento à luz da Bíblia.

● Evite passar tempo sozinho. Não permaneçam sozinhos na


residência um do outro, no carro ou em outras atividades.
Mantenham luzes acessas e cortinas abertas. Tanto quanto
possível, mantenha seu relacionamento em público.

● Sejam voltados para fora. Um relacionamento saudável olha


para além de si mesmo e envolve o mundo ao redor. É
proveitoso para o relacionamento estar sempre em
comunidade.
● Comecem na hora certa. Iniciem uma amizade especial
somente quando souberem que estão – ou estarão em breve
– em condições de se casar.

Recomendamos que as pessoas adiem o início de uma


amizade especial até estarem em uma etapa da vida em que o
casamento seja uma possibilidade real.

● Mantenham a relação breve. Uma vez que tenha iniciado uma


amizade especial, não a faça durar mais tempo que o
necessário.

Obviamente que isso pode variar muito, mas assumindo que


ambos estão numa etapa da vida em que é conveniente se
casar, 6 a 18 meses parece ser um bom tempo.

Vantagens da amizade especial

A amizade especial como atividade tem muitas vantagens em


relação ao relacionamento de namoro. Vamos analisar algumas
dessas vantagens:

1. O relacionamento com o próximo é preservado.

Entender que até o casamento os dois são chamados a


permanecer nos limites do relacionamento com o próximo é
fundamental para uma vida de pureza sexual e romântica.
Continuar como amigos até o noivado torna claro esse limite
tanto para o homem como para a mulher.

2. Livre de distrações.

Não há nada que uma pessoa possa descobrir num


relacionamento de namoro que não possa ser igualmente
descoberto numa amizade especial. Nosso argumento é que
as importantes qualidades de caráter fundamentais no
casamento e as metas de vida podem ser discernidas - mais
facilmente - no contexto de amizade especial livre das
distrações que um envolvimento romântico e sexual
proporcionam.

Gerald e Jay asseveram:

Muitos relacionamentos de namoro são baseados quase que


exclusivamente na mútua atração romântica e sexual do casal. Mas tire
isso do caminho, e eles descobrirão que não têm quase nada em comum
e nada realmente do que falar. Se um casal não pode desenvolver uma
amizade à parte de um relacionamento de namoro marcado pela
sexualidade, o casamento será um próximo passo insensato.

3. Livre de sofrimentos.

Embora nenhum relacionamento possa estar totalmente livre


de sofrimentos, uma amizade especial ajuda a tornar o
sofrimento menos possível. A dor de uma perda numa
amizade especial será consideravelmente menor que a dor
resultante dos rompimentos em relacionamentos de namoro
tradicionais, já que a amizade especial conscientemente
preserva tanto a pureza física quanto romântica para o
casamento.

4. Consistente com as Escrituras.

Como a Bíblia não prescreve um estágio intermediário entre o


relacionamento com o próximo e o relacionamento conjugal,
devemos ir com calma na construção de padrões em que a
Bíblia silencia. O que queremos dizer é que manter a amizade
com a outra pessoa até o noivado não impede de forma
alguma o futuro casamento, e se encaixa facilmente nas
expectativas bíblicas colocadas por Deus sobre homens e
mulheres no relacionamento com o próximo.
Objeções à amizade especial

Sem querer ser exaustivos, podemos pensar em algumas objeções


sinceras a amizade especial:

“A amizade especial é algo muito vulnerável, pois não envolve um


compromisso”.

É verdade que uma amizade especial não oferece nenhuma


segurança real, mas sua principal vantagem é que, ao contrário
dos relacionamentos de namoro tradicionais, ela não finge oferecê-
la. Num relacionamento de namoro tradicional, o homem ou a
mulher pode ir embora a qualquer momento. Não existe
compromisso real.

Quanto mais estivermos cientes disso, mais poderemos tomar


decisões informadas e acertadas a pessoa que vamos escolher
para lhes sermos vulneráveis – e mais cuidadosamente vamos
guardar nosso coração.

“Uma amizade especial é incapaz de dar informações suficientes


sobre o futuro parceiro e o provável casamento”.

A ideia de que se deve firmar um relacionamento de namoro


tradicional para realmente conhecer uma pessoa é falsa.
Expressar uma paixão romântica e sexual não fornece qualquer
informação útil para determinar a viabilidade de um cônjuge em
potencial; ao contrário, pode até obscurecer a capacidade de
analisar com sabedoria a questão. Não é preciso dar ou receber
uma expressão sexual para a pessoa saber se quer ou não seguir
adiante no relacionamento.

“Não é razoável pensar que posso tratar como um mero amigo


alguém que estou considerando para o casamento”.

O objetivo de uma amizade especial não é fingir que não existem


distinções amorosas e românticas entre os relacionamentos, mas
sim ajudar ambas as partes a manter uma perspectiva clara sobre
o que esse relacionamento envolve e o que não envolve.

Ele envolve duas pessoas que buscam um cônjuge. Ele não


envolve duas pessoas que já encontraram. A ideia é que o
momento do romance deve ser preservado para o casamento e
que o intuito no momento é conhecer a pessoa que vai passar o
resto da vida junto.

“A amizade especial não é possível ou mesmo aceitável na


sociedade atual”.

Para muitos a ideia de viver dessa forma na sociedade


contemporânea parece ser ao mesmo tempo impossível quanto
impraticável. Mas, desde quando determinamos a verdade a partir
de praticidade ou comodidade? Os crentes não devem se ajustar à
sociedade ao redor. Nós não podemos simplesmente dizer que a
Escritura é impraticável e então deixá-la de lado em favor de algo
mais conveniente.

Quando seguir adiante?

Em algum momento a amizade especial terá cumprido o seu


propósito. O homem e a mulher terão clareza sobre a sabedoria de
optarem ou não pelo casamento.

Quando a amizade especial começou, nenhuma das partes estava


certa sobre a viabilidade do relacionamento no longo prazo. Mas,
agora que eles têm convicção de que estão prontos para o
casamento, eles não devem ser econômicos – especialmente os
homens – na conquista do afeto do outro. Em suma, o momento de
entrar no romance é quando você está pronto para trazer a
aliança.

A busca por uma esposa se encaixa perfeitamente bem na


imagem de Cristo e da igreja. Num sentido real, Cristo não poupou
gastos na conquista da afeição da noiva. Um candidato a noivo faz
bem em seguir o exemplo de Jesus.

Quando o assunto é conquistar os afetos de uma mulher, por favor


considere três coisas importantes:

1. Os homens devem conquistar as mulheres como esposas e


não como namoradas. A forma de diferenciar é pedi-la em
casamento.

2. A tentativa de conquistar o coração de uma mulher deve


respeitar as diretrizes de pureza sexual do relacionamento
com o próximo. O homem não tem o direito de ter acesso à
sexualidade dela, mesmo de formas sutis.

3. Ao externar o romance, não deixe chegar a um nível em que


ela seja incapaz de ver a realidade por causa do romance.
Não se esconda atrás de presentes ou gracejos.

Conclusão

Se o retrato de uma amizade especial não parece envolver muito


romance ou segurança não são objetivos dessa amizade. Seu
único objetivo é determinar a viabilidade do casamento. Todo o
romance, a paixão, intimidade e segurança almejados estão
esperando no compromisso do casamento. Os relacionamentos
tradicionais de namoro, embora aparentemente possam fornecer
essas coisas, são na verdade, apenas sombras de
relacionamentos que não oferecem nada de concreto.

Independentemente do método que for usado para escolher ou


encontrar o cônjuge, as pessoas devem sempre ter em mente que
as diretrizes do relacionamento com o próximo são as mesmas
para estes relacionamentos.

Moral da história: quarta colaboração: a amizade especial é


uma opção bíblica e confortável para determinar se uma
pessoa pode ser seu cônjuge. Ela retira a cortina de fumaça
presente nos relacionamentos de namoro tradicionais.

AMIZADE COMO PRINCÍPIO*

Este texto foi extraído do capítulo “A missão do casamento” do


Livro “O significado do casamento” de Timothy Keller.

Gênesis 2.18Então o Senhor Deus declarou: “Não é bom que o homem


esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda”.

Como era possível que Adão estivesse numa condição que não
era boa se estava num mundo perfeito e, evidentemente, tinha um
relacionamento perfeito com Deus?

A narrativa de Gênesis deixa implícito que nossa intensa


capacidade relacional, criada e dada a nós por Deus, não se
realiza inteiramente em nosso relacionamento vertical com Deus.
Ele nos criou para precisarmos de relacionamentos horizontais
com outros seres humanos.

O caráter da amizade

O que é amizade? O grande paradoxo que envolve a amizade é


que ela não pode ser voltada apenas para si mesma. Deve ter
outro propósito, algo com que dois amigos estejam comprometidos
e que os conecte.

Para aqueles que creem em Cristo, apesar das diferenças


enormes de classe social, temperamento, cultura, etnia,
sensibilidade e história de vida, há um elemento mais poderoso do
que todas essas distinções. Todos os cristãos experimentam a
graça de Deus no evangelho de Jesus. E também anseiam pelo
mesmo futuro, peregrinando em direção ao mesmo horizonte,
aquilo que a Bíblia chama de nova criação.
O cônjuge como melhor amigo

Quando Deus trouxe ao primeiro homem sua esposa, apresentou-


a para ele não apenas como amante, mas também como a amiga
(o relacionamento) que seu coração buscava.

Em sociedades tribais, o romance não é tão importante quanto a


condição social, e nas sociedades individualistas, o romance e o
sexo são mais importantes do que qualquer outra coisa. Sem
ignorar estes fatores, a Bíblia dá grande ênfase ao casamento
como uma relação de companheirismo.

O princípio de que o cônjuge deve ser capaz de se tornar seu


melhor amigo provoca mudanças radicais na forma de tratar a
questão da compatibilidade. Quando a pessoa se casa com um
parceiro sexual ou com o sócio financeiro, a verdade é que eles
limitam o caminho que vão percorrer juntos. Com o tempo a
atração física diminui, por mais que se esforce para adiar o
declínio. E, infelizmente, a condição socioeconômica pode mudar
da noite para o dia. O mesmo vale para outros fatores como
ministério, por exemplo.

O que sustenta um casamento é o compromisso com a santidade


do cônjuge. O compromisso de participar da peregrinação um do
outro até o cumprimento do propósito de Deus em transformar os
crentes à imagem de seu filho. Somente se o cônjuge não for
apenas o amante ou sócio financeiro, mas o melhor amigo, será
possível para o casamento ser o relacionamento mais importante e
gratificante.

Conclusão

Amizade é ajudar um ao outro com todo empenho a conhecer,


servir e amar a Deus e se tornar parecido com ele de maneiras
cada vez mais profundas. A Bíblia afirma que o propósito de Deus
para todos crentes – tornar a imagem de Jesus – é impossível de
ser realizado sozinho. Deve ser encarado e compartilhado com
outras pessoas, com amigos do coração. E a melhor amizade
humana possível para essa aventura é a amizade com o cônjuge,
o amante e amigo fiel.

Moral da história: quinta colaboração: se o amigo é o


companheiro ideal para cumprir o propósito de Deus para sua
vida – ser transformado a imagem de Jesus – o melhor
relacionamento para ser desenvolvido antes do casamento
não é afetivo, financeiro ou mesmo ministerial, mas o
relacionamento de amizade.

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