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Não necessária mente por ordem de importância.
que não se chama Teatro, mas, sim, Arte2. Na qual o teatro é um dos conteúdos a
ser desenvolvido ao longo da formação do aluno. Do mesmo modo que os
conteúdos em dança, artes visuais e música. Seja, também, porque a disciplina
Arte é normalmente considerada não importante na formação dos alunos da
Educação Básica, ou seja, pela ausência de condições: materiais, espaciais e
logísticas para o teatro acontecer na escola, obrigando os professores a
constantes processos de adaptação, busca de soluções possíveis e improvisadas
para o exercício da profissão. Revelando a precariedade e os desafios a serem
enfrentados na sala de aula pelo docente de ensino de teatro, no âmbito da
Educação Básica.
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Há poucas escolas nas quais encontramos a disciplina Teatro no currículo da Educação Básica,
geralmente, são escolas privadas
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400 (quatrocentas) horas de estágio curricular supervisionado a partir do início da segunda
metade do curso; (RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 2, de 19 de Fevereiro de 2002)
O resultado desse modo de inserção do ensino de teatro no currículo
da Educação Básica é permeado de contradições. Muitas vezes tornam borrados
e sem contornos definidos os conteúdos, o conhecimento específico do ensino de
teatro, e a função desse professor no contexto escolar.
Referências
CABRAL, Biange. O professor-artista: perspectivas teóricas e deslocamentos
históricos. Revista Urdimento, 2008,nº 10, p 35-44.
SANTANA, Arão Paranaguá de. Teatro e formação de professores. São Luis:
EDUFMA, 2000.
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2002.
NÓVOA, António. Para uma formacion de profesores construída dentro de
la profession. Revista de Education 350, set-dez 1999. p. 203 -218.
Resolução CNE/CP nº 1/02 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação
de Professores.
Resolução CNE/CP Nº 2, de 19 de Fevereiro de 2002.
PREPARAÇÃO DE PROFESSORES DE TEATRO – ABORDAGENS
INTERCULTURAIS
Referências
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É preciso salientar que a grafia Teatro/Educação nos anos setenta, do século XX, passou a ser
utilizada como sinônimo de práticas teatrais realizadas nas escolas brasileiras, de educação
básica e que, no século XXI, não faz mais sentido tal denominação porque o Teatro na escola
vem, cada vez mais, estreitando as suas relações com o teatro de grupo, com propostas artísticas
experimentais e com atividades ligadas à ação cultural. O binômio Teatro/Educação acabou por
reforçar a ideia de uma educação por intermédio da arte, deixando em segundo plano o ensino e
a aprendizagem da linguagem teatral. As propostas lançadas nos documentos governamentais,
como os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1999), após longa luta política de artistas
e educadores, passou a enfatizar a ideia de teatro como área de conhecimento.
conhecimento no próprio teatro e nos seus modos de produção e recepção
artística.
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Na revista especializada Zeitschrift Für Theater Pädagogik (Pedagogia do Teatro) é possível
encontrar artigos com diferentes vertentes e abordagens. Em geral, as publicações alemãs
dedicadas à Pedagogia do Teatro têm apresentado uma multiplicidade de métodos, formulações
teóricas e históricas, apontando para o seu caráter interdisciplinar.
artísticos, mas em proposições capazes de gerar outras criações artísticas, outros
olhares sobre a arte. Estabelece-se, dessa maneira, uma rede de conhecimento
na área do Teatro, amparada pela habilidade de perceber, conceber e produzir
arte. Sabe-se que a rede de conhecimento artístico extrapola para outras áreas do
conhecimento humano, pois o Teatro é transdisciplinar pela sua própria
natureza.
Referências
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Na sua segunda edição, que obteve aprovação a partir do resultado do Edital CAPES/DEB N°
02/2009 – PIBID e cumpre-se no período compreendido entre os anos de 2010 e 2012.
A equipe que desenvolve o trabalho é composta por dez estudantes Bolsistas de
Iniciação à Docência, discentes do Curso de Licenciatura em Teatro, um professor
Supervisor, pertencente ao quadro docente da escola sede do Subprojeto, e a professora
Coordenadora, responsável pela área do teatro, que integra o corpo docente efetivo do
Departamento de Arte Dramática da UFRGS.
A opção pelo Instituto de Educação General Flores da Cunha (IE) como sede do
Subprojeto de Teatro orientou a formulação dos objetivos do Plano de Trabalho do
PIBID, que se originaram de fatores relacionados à quantidade de possibilidades de
ação político-pedagógica e investigativa que o envolvimento com uma instituição
educacional do seu porte e da sua relevância histórica significa ao futuro professor de
teatro, em especial as ações referentes ao núcleo de teatro do IE – o Teatro Infantil
Permanente do Instituto de Educação (TIPIE).
Outro aspecto que influenciou nessa escolha foi o ideal de superação de desafios
impostos à ação docente em teatro no IE, dentre os quais se destacavam: a falta de
professores de teatro no quadro funcional da instituição, que inviabilizava a criação de
projetos curriculares de qualidade voltados à prática do teatro e à apreciação de
espetáculos, as condições adversas em que se encontrava da sala de teatro da escola e a
desativação do núcleo teatral da escola.
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Plano Nacional de Educação; Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; Diretrizes
Curriculares Nacionais; Parâmetros Curriculares Nacionais; e Referenciais Curriculares do RS.
(também responsável pela disciplina de música, pois possui formação nas duas áreas), o
que configura um trabalho de mediação mais direcionado ao acompanhamento dos
estudantes Bolsistas em atividades artísticas de cunho interdisciplinar e a aspectos
estruturais e funcionais das relações entre as propostas do PIBID e a comunidade do IE,
em detrimento do diálogo efetivo acerca de elementos específicos do teatro que a
participação que um docente da área poderia significar.
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Tais providências compreenderam o esclarecimento ao corpo docente da escola em relação à
mudança das normas de funcionamento do TIPIE e a instauração de medidas de controle do uso
sala (que passou a restringir-se a atividades acompanhadas por professores) e de manutenção do
seu espaço físico (retirada de entulhos e quinquilharias que estavam depositadas na sala,
substituição de lâmpadas queimadas e estabelecimento de uma agenda de limpeza).
sobre o ensino de teatro numa perspectiva global, focalizada na relação entre
conhecimentos de diversas disciplinas do currículo da escola.
Num rápido resumo dos objetivos traçados pelos estudantes Bolsistas em seus
Planos de Ensino: na Turma A (integrada por jovens em faixa etária entre 10 e 15 anos)
evidenciou-se o propósito de “estimular a criatividade e a imaginação através da
proposição de jogos e improvisações”, de modo a permitir aos alunos compreenderem-
se como “sujeitos do processo de criação teatral”. Na Turma B (da qual participaram
estudantes das séries finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio), o objetivo
pretendido foi a “interação dos alunos com os elementos da ação dramática, por meio de
jogos e improvisações teatrais”. Na Turma C (integrada por um grupo misto, de
crianças, jovens e adultos) o objetivo primordial foi “desenvolver a construção de
personagens através de improvisações” de “composições de figuras e máscaras” que
estimulassem o imaginário e favorecessem o surgimento de “um corpo vivo expressivo
e presente capaz de envolver-se por inteiro nas ações” e de “inserir-se no jogo e na cena
teatral”. Na Turma D (composta por estudantes do Ensino Fundamental de diferentes
idades), o objetivo evidenciado era ampliar a percepção, a sensibilidade e o
engajamento dos participantes através do jogo, do jogo dramático e do jogo teatral. E,
por fim, a oficina da Turma E, intitulada “Oficina de Voz para Professores”, cumpriu
uma demanda do corpo docente da escola por um trabalho de aprimoramento e
sustentação vocal.
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Reboco e pintura das paredes e aberturas, reforma e lavagem de cortinas e recuperação do piso.
Diferentemente do sistema de oferecimento das oficinas, o trabalho dos
estudantes Bolsistas do PIBID na Educação Infantil do IE ocorreu no turno regular em
que as crianças frequentam a escola, de modo que as ações pedagógicas junto aos
alunos das quatro turmas contempladas realizaram-se no espaço da sala de aula, sob
supervisão das suas respectivas professoras regentes de classe. A meta do trabalho na
Educação Infantil foi “incentivar a exploração de capacidades criativas dentro do faz-
de-conta, através da experimentação de figuras e situações que alimentem o jogo
simbólico das crianças”, com vistas a desenvolver a “percepção, a expressividade
corporal, a imaginação e a ludicidade” das crianças envolvidas.
Baden Baden
Considerações finais
Referências
BRECHT, B. Poemas 1913-1956. São Paulo: Editora 34, 2000.
BRECHT, B. O Voo sobre o Oceano e A peça didática de Baden Baden
sobre o Acordo. In: Teatro Completo de Bertolt Brecht, Vol 3. Rio de Janeiro,
Paz e Terra, 1988.
KOUDELA, I. D. Brecht: Um jogo de aprendizagem. São Paulo: Perspectiva,
1991.